Revista Mais Que Pet - Ed. 0

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O cavalo como conhecemos nos dias de hoje – Eqqus caballus – tem sua origem em animais menores, que surgiram há aproximadamente 60 milhões de anos, segundo estimativas científicas. A interação entre o homem e esse fantástico animal é registrada nos livros de história desde a Antiguidade. Na Grécia Antiga, por exemplo, o mito do centauro simboliza uma criatura supostamente perfeita, que mescla a inteligência humana ao vigor físico dos equinos. A figura do cavalo também esteve associada aos principais avanços da civilização humana. O domínio do animal, seja pela imposição da força física ou por um vínculo mais sentimental, ligado ao companheirismo, conduziu a formação de parcerias que tornaram possíveis as atividades de agricultura, transporte, guerra e esporte. Esses fatores eventualmente estimularam o homem a intervir no comportamento natural reprodutivo desses animais, selecionando o pareamento entre machos e fêmeas que deram origem a características genéticas específicas, formando, assim, as diferentes raças. Raças desenvolvidas no Brasil No Brasil, o chamado “melhoramento genético” teve seu início a partir da segunda metade do século IX com o desenvolvimento de raças tipicamente nacionais. A primeira delas foi o cavalo conhecido como Mangalarga, cujas características apresentavam variações entre o espécime paulista e o mineiro. Outras raças desenvolvidas no país foram denominadas Campolina, Crioula, Piquira, Pantaneira, Marajoara, Campeira, Nordestina e Brasileiro de Hipismo. Essas raças tomaram como base de seleção genética a criação de modalidades específicas, sendo que algumas seriam condicionadas ao apoio em serviços, outras ao esporte e, por fim, cavalos que serviriam unicamente ao lazer. Essas características levam em consideração não apenas o andar do animal (seja por trote ou marcha), como também a vitalidade, agilidade, capacidade de sustentação e comportamento. Sensibilidade Embora os fatores genéticos tenham

muita representatividade no perfil de cada equino, sabe-se que esses animais são dotados de uma sensibilidade muito apurada. E, por isso, a relação desenvolvida entre o homem e o cavalo acaba sendo decisiva na funcionalidade, seja ela qual for. É o que diz o médico veterinário especializado em comportamento e doma de equinos, Tiago Pes. “Quando desempenhamos uma ação pensando no resultado que desejamos, nosso corpo emite sinais, imperceptíveis a nossos olhos, mas muito claros para as espécies que dominam a linguagem corporal, como é o caso dos cavalos. Em outras palavras, pensar no resultado que buscamos, ajuda nosso corpo a comunicar nossas intenções”, explica o profissional. A doma gentil de Monty Roberts O conceito de “doma gentil de equinos” foi idealizado e difundido pelo norte-americano Monty Roberts, conhecido como “encantador de cavalos”. Sua técnica se baseia em convencer o equino a fazer voluntariamente o que se pretende, sem uso de força física. Mas como isso é possível? Segundo o domador Eduardo Moreira, discípulo de Monty Roberts no Brasil, a técnica tem como base o respeito ao comportamento selvagem dos cavalos. “Predadores costumam atacar cavalos principalmente em quatro regiões de seu corpo. São elas: a garupa (onde os grandes felinos atacam), a Você sabia? • Os cavalos têm uma excelente memória. Eles são capazes de reconhecer uma pessoa anos depois de tê-la visto pela última vez. • Em média, os cavalos vivem 25 anos, embora já tenham sido registrados animais com até 40 anos de idade. • De forma geral, um cavalo adulto bebe 50 litros de água por dia. • A raça equina mais antiga de que se tem notícia é a árabe. Esses cavalos já eram usados pelos antigos egípcios e acredita-se que tenham sido os precursores de todas as raças modernas.

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