IPO News junho 2013

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n.17 | junho 2013

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PONTO DE VISTA Em julho de 1998, G. Scally e L.J. Donaldson, num artigo do British Medical Journal “ Clínical Governance and the drive for quality improvement in the new National Health Service in England ” (BMJ 4 july: 6165), definiam Governação Clínica como a estrutura organizativa que per-

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NO IPO ACONTECE…

mite às Instituições de um Serviço Nacional de Saúde uma prestação e uma avaliação de altos níveis de qualidade e segurança aos doentes tratados, promovendo a Excelência Assistencial. Hoje, 15 anos depois, esta definição permanece absolutamente atualizada e tem norteado a Governação Clínica e a Gestão do Risco Clínico no IPO-Porto (GC/GRC). Os instrumentos utilizados

39 anos a cuidar de si! ANIVERSÁRIO DO IPO-PORTO

pela GC/GRC são: 1. “Medicina de Evidência” – a utilização e promoção do conceito em todos os Serviços e Clínicas Oncológicas da Instituição, sendo as Normas de Orientação Terapêutica (NOT) e as Guias de Orientação Terapêutica (GOT) exemplo disso. 2. Notificação do Risco Clínico – efetuada de forma sistemática e organizada, utilizando, desde 2011, uma Aplicação Informática (em permanente evolução), que permite que a deteção, o registo, a investigação, a correção e a prevenção do Risco e do Erro Clínico se faça de uma forma eletrónica, mantendo uma comunicação expedita entre o Notificante (Profissional de Saúde) e a Gestão do Risco Clínico. Fica assegurado um “diálogo” entre os intervenientes diretos e os que, sempre que necessário, forem chamados (Notificados) a ter conhecimento e a dar resposta às questões levantadas pela Notificação de Risco Clínico. Em todas as circunstâncias é dado conhecimento final ao Notificante. Saliento que estas Notificações de Risco Clínico, essenciais para termos uma Memória Institucional do Risco Clínico e da sua Gestão, são absolutamente confidenciais. Todo o seu desenvolvimento protege a identificação do Notificante, não sendo possível qualquer utilização disciplinar. A Aplicação Informática da “Notificação de Risco Clínico” está disponível a um “click” na barra superior do Nosso Portal (Intranet). Abri-la e usá-la é, em nossa opinião, o mais importante. 3. Auditoria Clínica. A utilização dos Indicadores Clínicos adotados, após contratualização com os nossos Auditores Externos CHKS (Acreditação CHKS e Certificação CHKS-ISO 9001), é importante e, para além de necessária, é um instru-

O Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO-Porto) comemorou, a 17 de

mento de trabalho fundamental. Uma das Auditorias Institucionais – Média

abril, 39 anos de existência, nos quais procurou sempre garantir “elevados níveis

das Clínicas de Patologia entre Decisão e Início de Tratamento – utiliza uma

de qualidade, humanismo e eficiência”. Na cerimónia de aniversário foram divul-

amostra significativa dos novos doentes entrados na Instituição e mede o

gados os resultados da atividade de 2012 e apresentados os projetos de inves-

tempo entre a Decisão Terapêutica e o primeiro tratamento (respeitando o

tigação financiados em 2013. O ponto alto da comemoração deste aniversário

tempo máximo admissível indicado na Portaria 1529/2008). Com o rigor exigível de uma Auditoria Clínica, é possível verificarmos como estamos e como será possível, com medidas emanadas da Direção Clínica, melhorar

foi a apresentação do novo site e filme institucionais, ferramentas fundamentais para projetar o IPO-Porto além-fronteiras, mostrando um Instituto atento, moder-

os resultados que obtivermos. O meu “ponto de vista” é o da necessidade

no e preocupado em prestar os melhores cuidados de saúde. Foi, igualmente, feito

de se intensificar o ritmo da Auditoria Clínica, como forma de revisão sis-

o lançamento da “Porto Cancer Platform” (Plataforma Oncológica do Porto), que

temática da prática clínica diária, confrontando-a com critérios explícitos e

consiste numa parceria que agrega instituições e profissionais de saúde do Porto,

reconhecidos como de Excelência Assistencial.

dedicada a “melhorar a prevenção, rastreio, diagnóstico e tratamento do cancro.”

Dr. Alfredo Loureiro Coordenador da Governação Clínica do IPO-Porto


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NÓS POR CÁ

Governação Clínica A Governação Clínica condensa grande parte da sua atividade em Relatórios Trimestrais e num Relatório Anual, que podem e devem ser consultados no Portal IPO-Porto, no separador da Governação Clínica. Os gráficos comentados pertencem ao relatório anual de 2012. No Gráfico 1 observa-se a distribuição das Notificações de Risco Clínico por trimestre e a sua classificação quanto ao tipo de eventos. No grupo dos Eventos Adversos incluem-se as quedas dos doentes com Gravidade 2 ou superior. Podemos ainda referir que, em 2012, foram notificadas cerca de 319 quedas de doentes. Relativamente à distribuição das Notificações de Risco Clínico por Grupos Profissionais (Gráfico 2), são os Médicos e os Enfermeiros que mais notificam. Se incluirmos as Notificações de Queda de

2012. O Gráfico 4 permite estudar o Indicador Reinternamento de Doentes pelo SANP, Serviço de Atendimento Não Programado, 1,3 e 5 dias após a alta, e a sua distribuição ao longo dos trimestres. Tromboembolismo (Gráfico 5), outro dos Indicadores Clínicos cujos dados resultam das Notificações de Risco Clínico enviadas pelo Serviço de Imuno-Hemoterapia, e que são complementadas com uma auditoria por parte da Governação Clínica aos processos clínicos. Auditorias Médicas e de Enfermagem efetuados pelos Serviços - Auditoria à Manipulação de Cateteres Vasculares Centrais realizados pelo Hospital de Dia Adultos (Gráfico 6). Esta Auditoria tem por base o Procedimento constante no Manual da CCIH, Comissão de Controle

doentes, que na sua esmagadora maioria são elaboradas por Enfermeiros, cada Enfermeiro faz em média 1,24 Notificações de Risco Clínico, enquanto que por cada Médico, são enviadas cerca de 1,19 Notificações. Os Cancelamentos e as Reintervenções Cirúrgicas fazem parte do grupo de Indicadores Clínicos analisados na Instituição. O Gráfico 3, mostra-nos a distribuição deste Indicador por trimestre do ano de

de Infeção Hospitalar, e os resultados apresentados permitem concluir da qualidade da execução desse procedimento. Mais dados poderão ser analisados nos diferentes relatórios elaborados pela Governação Clínica pelo que, reforçamos a ideia inicial: consultem esses Relatórios e façam chegar à Governação Clínica (governacao.clinica@ipoporto.min-saude.pt) os vossos comentários e sugestões.

Gráfico 1 - Classificação do Risco Clínico

Gráfico 2 - Fichas de Notificação de Risco Clínico por Notificante

Gráfico 4 - Doentes Reinternados pelo SANP - 1,3 e 5 dias após alta

Gráfico 5 - Tromboembolismo

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Gráfico 3 - Cancelamentos e Reintervenções

Gráfico 6 - Manipulação de CVC - Hospital de Dia Adultos


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CENTRO DE INVESTIGAÇÃO

Fig.1

Fig.2

Investigadores do IPO-Porto publicam na revista Nature Genetics

A identificação de 23 novas variantes genéticas associadas com o risco para cancro da próstata Este estudo do consórcio internacional PRACTICAL, que teve como coautores Manuel Teixeira, Paula Paulo e Sofia Maia do Serviço de Genética e do Grupo de Genética do Cancro do Centro de Investigação do IPO-Porto, analisou 211.155 variantes genéticas em 25.074 doentes com cancro da próstata, comparando a sua frequência com a observada em número similar de homens saudáveis. Os doentes portugueses foram selecionados por terem cancro da próstata diagnosticado em idade jovem (antes dos 65 anos) ou por apresentarem história familiar da doença, o que aumenta a probabilidade de se detetarem variantes genéticas associadas com risco de cancro da próstata clinicamente agressivo. A análise dos resultados permitiu identificar 23 novas variações genéticas associadas com suscetibilidade para cancro da próstata (Figuras 1 e 2), muitas das quais relacionadas com cancro da próstata agressivo, com manifestação da doença em idade jovem e com risco familiar. Este estudo, publicado na revista Nature Genetics (fator de impacto 35,532), constitui o

maior estudo de sempre sobre suscetibilidades genéticas para o cancro da próstata, o que só foi possível graças ao financiamento da União Europeia atribuído a este projeto colaborativo. Estas descobertas vão permitir, no futuro, uma melhor estratificação do risco de cancro a nível populacional, permitindo recomendar rastreio especificamente a quem tem risco mais elevado. Embora cada uma das variantes descobertas tenha um efeito relativamente pequeno, calcula-se que um por cento da população que herda mais deste tipo de variações genéticas pode ter um risco de cancro até 4,7 vezes superior ao da média populacional. Ao permitir concentrar as medidas de rastreio nos indivíduos de maior risco, é possível aumentar a eficiência da utilização dos recursos existentes, diagnosticar mais precocemente e reduzir a mortalidade por cancro. REFERÊNCIA: Nature Genetics 45:385–391, 2013 http://www.nature.com/ng/journal/v45/n4/full/ng.2560.html

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NÓS POR CÁ

Figuras públicas assinalaram primeiro Dia Mundial do Cancro do Ovário Numa altura em que o cancro do ovário é já a sétima causa de morte mais frequente na mulher, estando a sua incidência a aumentar nos países desenvolvidos, a Clínica de Ginecologia do IPO-Porto assinalou, no dia 8 de maio, o primeiro Dia Mundial do Cancro do Ovário, com a entrega de flores às utentes por figuras públicas como Marisa Cruz, Carla Matadinho, Cláudia Jacques, Susana Camelo e Carla Ascensão. O objetivo da iniciativa, denominada “Blue Day”, dado o azul ser a cor oficial do cancro do ovário, visou alertar as mulheres para a necessidade de deteção precoce desta patologia. Todos os anos, o IPO-Porto recebe 100 novos

casos de cancro do ovário e em idades cada vez mais precoces. Nesse sentido, é missão do Instituto promover ações de sensibilização que foquem e transmitam os principais sintomas, como pressão, dor ou inchaço no abdómen. O primeiro Dia Mundial do Cancro do Ovário foi uma iniciativa de várias organizações de diferentes países que tratam e estudam esta patologia. Portugal, Áustria, República Checa, Dinamarca, Irlanda, Itália, Reino Unido, Turquia, Suíça, Espanha, Rússia, EUA, Canadá, México, Argentina, Brasil, Austrália e Japão foram os países envolvidos que tornaram possível esta iniciativa.

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NO PAÍS E NO MUNDO

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PELA SUA SAÚDE!

AGENDA DE EVENTOS/ FORMAÇÕES 21 e 22 JUN 09h00 às 18h00

2.º Curso Ginecologia Oncológica Dirigido a todos os profissionais de saúde Local: Auditório Principal do IPO-Porto

16 SET 14h00 às 16h00

SST Em Postos Dotados de Visor Dirigido a profissionais que trabalham com equipamentos dotados de visor Local: EPOP

24 SET 14h00 às 17h00

Segurança Contra Incêndios para Telefonistas nas Unidades de Saúde Dirigido a telefonistas Local: EPOP – Auditório Principal

25 SET 14H00 às 17H00

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Gestão das Emoções em Contexto Hospitalar Dirigido a Profissionais que estabelecem contacto diário com Doentes Local: EPOP

BREVE

David e os Sem Soninho atuaram na Pediatria no Dia Mundial da Criança

Sorrisos e alegria. Este foi o resultado da atuação do grupo musical infantil ‘O Pequeno David e os Sem Soninho’ na Pediatria do IPOPorto, no âmbito do Dia Mundial da Criança. Êxitos como ‘O Bom Surfista’, ‘Cão Vadio que

FICHA TÉCNICA Propriedade e edição: Instituto Português de Oncologia do Porto, Francisco Gentil, EPE Rua Dr. António Bernardino de Almeida, 4200-072 Porto

Fala’ ou ‘Astronauta’ fizeram as delícias dos mais pequenos que acompanharam os artistas nas músicas mais conhecidas. Sem dúvida, um dia bem diferente para as crianças da Pediatria do IPO-Porto.

Conceção e coordenação: Mediana, SA (www.mediana.pt) Produção de conteúdos: Mediana, SA e Gabinete de Comunicação e Imagem do IPO-Porto 1.000 exemplares. Distribuição gratuita.

O IPO-Porto realizou rastreios de pele No âmbito do Dia do Euromelanoma, assinalado a 15 de maio, o IPO-Porto realizou mais de uma centena de rastreios, com o objetivo de informar e sensibilizar para a prevenção e diagnóstico precoce do Cancro da Pele. Das 110 observações registadas, foram detetados dois casos de melanoma, quatro lesões suspeitas de melanoma, um carcinoma espinocelular, quatro carcinomas baso celulares e dois síndromes de nevos atípicos, a merecer vigilância apertada no IPO-Porto. Para Matilde Ribeiro, orientadora da Clínica de Pele do IPO-Porto, “esta foi uma das campanhas de rastreio em que se detetaram mais casos de lesões na cutâneas”. São ações como esta que “sensibilizam a população para a necessidade de proteção constante e rastreios regulares”, acrescenta a especialista. Assim, em jeito de alerta e a iniciar a época balnear, é importante não esquecer o uso frequente de proteção solar e o uso de chapéu, e, na praia, evitar a exposição ao sol nas horas mais críticas, entre as 11h00 e as 17h00.


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