Nosso Campus #1 - Julho 2013

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NOSSO

campus Informativo mensal do Campus de Salvador Jul 2013 Ano 1 N° 1

É ouro

na 8ª OBMEP! Edital para Projetos Sustentáveis Desafios da Reforma Ortográfica


Editorial

De cara nova! Neste mês, estamos lançando o Nosso Campus, novo informativo mensal do campus de Salvador do IFBA. Levando em conta as opiniões colhidas do público leitor, em pesquisa realizada no final de 2012, criamos diversas editorias e remodelamos o projeto gráfico do periódico, antes denominado Boletim do Campus de Salvador. Com espaço para artigos, textos relacionados ao ensino, à pesquisa e à extensão, bem como temas atuais, a exemplo de sustentabilidade, ciência, tecnologia e inovação, mundo do trabalho, comportamento e saúde, o Nosso Campus manterá você informado dos principais acontecimentos institucionais, promovendo re-

flexões com foco na cidadania. Por isso, participe deste espaço que é nosso! Envie sua sugestão de pauta ou produção de texto para comunicacao_ssa@ifba.edu.br ou comunicacaossaifba@gmail.com. No caso de artigos, os critérios são os seguintes: texto de uma lauda (30 linhas), com fonte Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento 1,5 cm. Os temas são abrangentes, porém não devem expressar caráter político-partidário ou religioso, nem preconceito de cor/raça/etnia, religião, gênero, orientação sexual, classe econômica ou quaisquer outras formas de depreciação a pessoas ou grupos.

Banco de Fontes Faça parte do nosso Banco de Fontes! Tratase de um cadastro de profissionais e estudantes do campus, com informações sobre formação acadêmica, trabalhos e projetos realizados, a fim de mapear os talentos humanos da instituição e facilitar o seu encaminhamento como fontes para entrevistas, a serem divulgadas em maté-

EXPEDIENTE

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rias do site institucional e de mídias impressas, como este periódico, além da grande imprensa. Você tem mais conhecimento sobre qual assunto? Já pensou em dar visibilidade às suas ações? Então, acesse www.portal.ifba.edu.br/ salvador/banco-de-fontes.html e compartilhe suas ideias!

Reitora Aurina Santana, Diretor Geral do Campus de Salvador Albertino Nascimento, Coordenadora de Imprensa Andréa Costa - DRT BA 1962 Jornalista Responsável Verusa Pinho - DRT BA 3546, Reportagem Gabriela Cirqueira e Verusa Pinho, Projeto Gráfico Gustavo Pontas, Diagramação Lilian Caldas, Revisão Andréa Costa, Apoio Administrativo Valdinice Alcântara | Periodicidade Mensal, Tiragem 600 exemplares, Circulação Campus de Salvador e Reitoria | Endereço Rua Emídio dos Santos, s/n, Barbalho - Salvador/BA, CEP: 40301-015 | Telefone (71) 2102-9509 | Facebook IFBA_Salvador_Oficial | Site www.ifba.edu.br | Email comunicacao_ssa@ifba.edu.br

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EcoAtitude

Lançado edital para projetos sustentáveis Até 29 de julho, estarão abertas as inscrições para apresentação de projetos de extensão voltados para sustentabilidade e educação ambiental no campus de Salvador. Serão selecionados 15 projetos, que priorizem as áreas temáticas: Água, Energia, Resíduos, Educação Ambiental, Compras Sustentáveis e Construções Verdes. Os projetos devem propor ações voltadas para o ambiente físico do campus, que visem à eliminação do desperdício, à diminuição do consumo e de rejeitos, servindo de base à conscientização de todos, para uma efetiva educação ambiental.

As propostas devem ser apresentadas por estudantes de nível técnico ou superior, sob orientação de um professor ou técnico-administrativo. Durante o período de seis meses (agosto de 2013 a fevereiro de 2014), os estudantes selecionados receberão bolsa mensal no valor de R$ 339. A iniciativa é da Diretoria Geral, apresentada através do edital DIREC 01/2013, destinado a dar apoio financeiro às propostas selecionadas. O edital está disponível no Portal da instituição. Informações adicionais: (71) 2102-9528 / 9529, direc_ campusssa@ifba.edu.br ou cisa@ ifba.edu.br.

Tudo limpo! Os principais reservatórios de água potável do campus estão totalmente higienizados, em conformidade com os procedimentos operacionais do item 4.2.1 da resolução nº 275/2002, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Realizada pela própria instituição, através da Diretoria de Engenharia e Manutenção Geral (Demag), a limpeza dos dois tanques de armazenamento, localizados na Praça Vermelha, e os outros dois do Anexo aconteceu entre os dias 9 e 19 de abril. “Essa ação foi incluída também à Comissão Interna de Sustentabilidade (Cisa), da qual fazemos parte”, destacou o diretor da Demag, José Lamartine.

Prática alia conhecimento e preservação A partir deste mês, várias dependências do campus de Salvador estarão recebendo a visita dos estudantes do 4º ano do curso técnico integrado de refrigeração, para instalação e reparo de equipamentos. A proposta, existente há três anos, ampliou as áreas de atendimento desde 2012, a partir da parceria com a Diretoria de Engenharia e Manutenção Geral (Demag). Trabalho prático das disciplinas “Instalação e balanceamento de sistemas” e “Manutenção de sistemas térmicos”, a ação é dividida em duas etapas, conduzidas pelo professor Gabriel Almeida. Na primeira, estão previstas instalações dos bebedouros industriais no ginásio de esportes e na praça vermelha, além da implantação de sistemas de renovação de ar na biblioteca, no auditório principal e no pavilhão II, bem como nas salas do Departamento de Tecnologia Mecânica e Materiais (DTMM). Essa fase deve

ser concluída em 2014. A segunda ocorre de julho a dezembro de 2013 e prevê a conservação do patrimônio institucional, com a manutenção mensal de aparelhos dos pavilhões de mecânica, química, física, 4º andar do prédio administrativo, biblioteca e pavilhão VIII. Para o estudante Rodrigo Ferreira, 18, que participa pela primeira vez da atividade, “será uma grande experiência, não só tecnicamente, ao conhecer o funcionamento e a instalação de aparelhos eletrônicos, mas, principalmente, por trabalhar em parceria com outras pessoas”, disse. “Espero que esta iniciativa contribua para a conscientização dos alunos com respeito ao patrimônio público em geral. Que possam enxergar o seu trabalho como parte do processo de formação de nossa instituição e que se sintam cada vez mais integrados a ela”, concluiu o professor Gabriel. NOSSOcampus Julho 2013

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Capa

Estudantes são

premiados na

8ª OBMEP

Foram duas medalhas de ouro para o campus de Salvador, que recebeu o total de 54 premiações. Competindo com cerca de 19 milhões de alunos, do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e ensino médio de 46.728 escolas públicas municipais, estaduais e federais em todo país, os estudantes do IFBA, campus de Salvador, Maria Laura da Silva e Lucas Xavier Carvalho, foram premiados com medalhas de ouro na 8ª edição da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP/2012). A cerimônia de premiação aconteceu no dia 19 de junho, no Salão Louvre, do Hotel Windsor Barra, no Rio de Janeiro, e contou com a presença do ministro da educação, Aloizio Mercadante. Orientados pelo professor Acélio Rodrigues, os estudantes receberam treinamento para a 1ª fase da Olimpíada aos sábados e, para a 2ª fase, que classifica, em média, 120 colocados de cada instituição, nos turnos opostos às aulas, durante a semana. Para o professor, a competição é uma preparação profissional e para a 4

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Professor Acélio (ao centro) e os medalhistas de ouro do IFBA receberam a premiação nacional em junho, no Rio de Janeiro. cidadania dos participantes. “Os alunos gostam de saber qual é a premiação, mas a motivação vem a partir do momento que o professor chega perto do aluno e entende que a escola acredita no seu potencial. Ser premiado na

OBMEP também é perceber que os valores adquiridos neste momento ultrapassam os muros do colégio. E isto abre uma série de portas para o futuro deles. Eles estão treinando para OBMEP, mas servirá para toda sua vida”,


pondera. Representante da Bahia que recebeu premiação como o melhor professor em nível nacional, Acélio atribui a homenagem ao esforço e dedicação dos estudantes. “O mérito é dos meus alunos. Minha função é motivá -los, direcionar seu pensamento, organizar o caminho para que eles trilhem”. A OBMEP é dividida em duas fases, com uma prova objetiva e discursiva, respectivamente. Ao final delas, os estudantes são gratificados pelas melhores pontuações. Segundo Lucas Carvalho, se dedicar à prova discursiva foi o que garantiu a vitória em 2012. “Além de estudar mais, aprendi a escrever melhor. Com uma pontuação semelhante entre os concorrentes, a boa redação foi o meu diferencial”. Ele destacou, ainda, a importância da premiação nacional para sua vida acadêmica. “Esta era minha última chance de ser ouro nesta Olimpíada e consegui; estou

feliz, pois esta sempre foi minha meta como estudante”, pontuou Lucas, que também foi premiado em 2011, recebendo medalha de prata. Os estudantes baianos que receberam medalhas de prata e bronze ou menção honrosa na 8ª OBMEP foram premiados no Salão Nobre da Reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA), no dia 10 de julho. Ao todo, foram dadas 54 premiações aos participantes do campus de Salvador. Além das medalhas, os alunos receberam bolsas no Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Foi através do PIC, que a estudante, de 15 anos, do curso técnico de automação, Maria Laura Silva, se preparou para a 8ª OBMEP. “Vejo matemática em qualquer lugar. A iniciação científica me fez gostar ainda mais da disciplina. Através dela e dos

O que é a OBMEP? Iniciada em 2005, a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) é um projeto do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), criado para estimular o estudo da disciplina entre alunos e professores do país. A competição premia alunos, professores, escolas e secretarias de educação, e é promovida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI) e pelo Ministé-

rio da Educação (MEC), com apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM). São entregues aos alunos 500 medalhas de ouro, 900 medalhas de prata e 3.100 medalhas de bronze. Além disto, são concedidos certificados de menção honrosa a até 46.200 estudantes de ensino fundamental e médio de escolas públicas municipais, estaduais e federais, que concorrem aos prêmios, de acordo com o desempenho.

Polos Olímpicos de Treinamento (Poti), recebi ajuda intensiva para a competição. Utilizei a internet, banco de questões, revistas de matemática e fóruns da OBMEP para conseguir alcançar este resultado”, ressalta. Em anos anteriores, a jovem já havia sido premiada na OBMEP com as medalhas de ouro e bronze. Ela ainda foi finalista na Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM), destinada a estudantes de ensino fundamental, médio e graduação, de escolas públicas e privadas em todo país. E não pretende parar por aí. “Fiquei muito feliz por ter dado orgulho aos meus pais e a mim mesma. Apareci em rede nacional e fui reconhecida na minha cidade de origem (Mata do São João). Estudar em uma instituição reconhecida faz meu desempenho ser superior a cada ano, pretendo participar de competições de química e física. E, futuramente, quem sabe, entrar no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica). A OBMEP amplia horizontes, o que você sente depois da premiação é um gostinho de ‘quero de novo’”. O IFBA também foi representado na 8ª OBMEP pelos estudantes Ian Barbosa, de Vitória da Conquista, e Yure de Oliveira, de Simões Filho, que receberam medalhas de ouro em edição. Yure se destacou como o maior medalhista em olimpíadas acadêmicas na Bahia, com 20 medalhas e três menções honrosas obtidas em competições de física, matemática e astronomia. Ele será um dos 200 estudantes que representarão o Brasil na Olimpíada Internacional de Astronomia, realizada na Grécia. NOSSOcampus Julho 2013

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Canal do Estudante

Cuida bem de mim Visando à conscientização da comunidade acadêmica quanto à preservação do patrimônio público, iniciou-se a campanha “Cuida bem de mim”, promovida pelos alunos do Grêmio Estudantil Denilson Vasconcelos, com apoio institucional. Através da distribuição de folders e afixação de cartazes bem-humorados em espaços estratégicos, as medidas sugeridas perpassam pelo cuidado com a infraestrutura, mobília, livros e equipamentos do campus, bem como do meio ambiente, em geral. De acordo com José William Oliveira, membro da diretoria do Grêmio, a campanha foi idealizada por 10 alunos, com o intuito de “fazer a diferença” no Instituto. “Queríamos utilizar uma linguagem irreverente, que atingisse os estudantes sobre os problemas do nosso patrimônio, sem um tom de cobrança”, ressaltou. Mais informações, através do e-mail gremiodenilsonvasconcelos@gmail.com

III Semad vem aí Buscando trazer reflexões sobre novas perspectivas do mundo do trabalho, a III Semana de Administração do IFBA (Semad) está prevista para ocorrer de 27 a 29 de agosto, no campus de Salvador. Essa edição terá como tema “O papel da administração para a sustentabilidade corporativa: uma discussão multidisciplinar.” Organizado por membros do Diretório Acadêmico (DA) do curso, o evento é voltado para estudantes do IFBA e de outras instituições, com discussões que visam auxiliar o discente nas escolhas de especialidades e maneiras de gestão. Nesta edição, serão discutidas temáticas, como: práticas sustentáveis em empresas, atos sustentáveis para melhorar gestões organizacionais, 6

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sustentabilidade em empreendimentos, além do uso da tecnologia em prol de mudanças sustentáveis. Segundo a estudante de Administração, Luana Paim, integrante da comissão organizadora, a realização da Semad é fundamental para capacitar os estudantes como agentes sustentáveis em diversos âmbitos, essencialmente o profissional. “Acreditamos que os estudantes são os principais polarizadores de mudanças sociais. O objetivo da Semad é promover ações práticas sustentáveis não apenas no ambiente acadêmico, como no social e profissional. Sustentabilidade é o tema do futuro e precisamos nos capacitar para exercer as mudanças que o planeta tanto precisa”, ressalta.


Cultural

Reforma ortográfica

é prorrogada e ainda é desafio em sala de aula

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Três letras a mais no alfabeto. Adeus ao trema, com exceção dos nomes próprios. Hífen, só para alguns termos e eis que a acentuação gráfica adquire outra roupagem. Desde 2009, as regras do novo acordo ortográfico podem ser encontradas em materiais didáticos, jornais, revistas e outros meios de comunicação brasileiros. Sua vigência obrigatória estava prevista para este ano, mas o Governo Federal resolveu adiar para 1ª de janeiro de 2016, prazo também estabelecido em Portugal. Até lá, continuam va-

Praticar é o melhor recurso para Jandson.

lendo as duas regras e as salas de aulas continuam repletas de dúvidas e anseios de adaptação. Para Luiz Jonatan Fernandes, 16, estudante do curso técnico integrado de química, do campus de Salvador do IFBA, o maior desafio do novo acordo é o uso do hífen. “No dia a dia, também sinto dificuldade com a colocação da vírgula”, comentou. Já para o colega de curso Jandson Bastos, 15, é necessário aprender e valorizar a própria língua. Quanto às mudanças, acredita que tudo está em praticar, principalmente treinando bastante na escrita. Nas palavras de Brenda Sousa, 18, aluna do curso técnico de edificações, o hábito da leitura é a melhor maneira de se adaptar às mudanças. “Como estou estudando para o vestibular, comprei alguns materiais que tratam do assunto e procuro estudar por livros já atualizados com o novo acordo ortográfico. Acredito que a leitura é uma forma mais fácil de se acostumar com as novas regras. O fato é que o costume de escrever aceleradamente com as regras antigas, que estudamos por tantos anos no colégio, torna o processo de assimilação mais cansativo.”

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Brenda tenta se adaptar por meio de leitura e redação. A professora Erika Maciel, do campus de Salvador, destaca a preocupação dos docentes de língua portuguesa do IFBA em relação ao assunto. “Já começamos a trabalhar o tema com os alunos no Curso Introdutório ao IFBA (CIIF) e demos continuidade nas séries seguintes, principalmente nas turmas do 1º ano, através de leituras, discussões e atividades sobre o histórico, o objetivo, as implicações e a aplicação das novas regras. Para ser definitivamente aprovado, é necessário um estudo mais aprofundado, considerando as particularidades linguísticas de cada nação que compõe a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)”, ponderou. NOSSOcampus Julho 2013

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Professora Erika recomenda ao docente atenção às variantes da língua. A jovem Brenda confirma a explicação da professora, ao citar que, no campus, alguns docentes já têm cobrado o uso do novo acordo nas redações e utilizado em esquemas no quadro ou em slides. “Na minha opinião, o mais desafiador na língua portuguesa é desenvolver uma boa redação. Digo isso porque acho que é o meio do português reunir assuntos da gramática, parte da literatura, já que envolve o hábito da leitura, e a interação com temas atuais. Apesar disso, acredito que o esforço para alcançar um bom nível de escrita desenvolve o raciocínio, a capacidade de síntese e a habilidade de organizar as ideias mais úteis e relevantes quanto ao tema em questão, ponto que será de grande importância na vida profissional futura”, discorreu a jovem. “Nas aulas de língua portuguesa, é de fundamental importância que o professor reconheça as variantes da língua ali representadas, 8

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que esteja atento ao uso de gírias e do internetês, tão comum nos dias atuais, em que a tecnologia se faz cada vez mais presente na vida de nossos estudantes, e confronte esses usos com a norma culta, mostrando em que contexto cada variante deve ser utilizada”, recomendou a docente Erika Maciel. “Acho que os regionalismos são parte da cultura rica que o Brasil tem e da capacidade que seu o povo tem de facilitar a língua falada. No entanto, acredito que eles deveriam ser parte do programa escolar desde os anos primários, a fim de evitar que o costume e a vida em sociedade corrompam regras gramaticais necessárias e importantes na vida de um futuro profissional. Tenho o costume de usar bastante a internet e boa parte do que ela proporciona. Todavia, tenho também o hábito de ler muito, sempre que posso, todo tipo de leitura, por isso nunca cometi deslizes, desde que comecei a escrever redações. Talvez se o Brasil fosse um país com jovens que tivessem mais costume de ler, esses erros seriam cometidos na internet, porém sempre sabendo que jamais devem ser repetidos numa redação”, concluiu a estudante Brenda. Segundo a docente Manuela Cunha, também do campus de Salvador, apesar de falarmos português, não podemos deixar de perceber suas variações intercontinentais e regionais. “Ler e escrever textos com diversas intenções, graus de formalidade e linguagens é uma maneira de ampliarmos nossa capacidade linguística.” Para a professora, mesmo com a “boa intenção” de unificação da escrita portuguesa, é importante ressaltar que a maior diferença entre os países lusófonos não é sua variante, mas sua cultura.

Na sua opinião, são duas as maiores dificuldades ao abordar o novo acordo em sala de aula: “De um lado, há um quase completo desconhecimento das regras ‘antigas’ de acentuação e hifenização; do outro, uma resistência por parte dos alunos em aprender tais questões, por serem impositivas. Para além da reflexão, essas mudanças são convenções, acordadas por instâncias políticas, que mexem com o cotidiano da escrita normativa de milhões de pessoas. Precisamos transcender teorizações e construir práticas discursivas, para que os alunos imbriquem seus conhecimentos acerca das alterações da língua padrão com suas vivências. A nova ortografia precisa ser trabalhada não apenas em aulas específicas de língua portuguesa, mas fazer parte do cotidiano dos alunos e também da classe docente”, ressalta Manuela. FOTO: ARQUIVO PESSOAL

Desconhecimentos das regras antigas e resistências às novas são preocupantes para a docente Manuela.


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