Nosso Campus #11 - Junho 2014

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campus

Informativo mensal do Câmpus Salvador Jun 2014 Ano 2 N° 11

Saneamento

aquece economia e motiva futuros profissionais

Energia eólica

é tema de projeto A experiência do

intercâmbio


Com a palavra...

Psicologia escolar no IFBA:

novo contexto, novas possibilidades O IFBA, assim como os demais institutos federais, vem passado por intensas transformações nos últimos anos, ampliando sua dimensão e escopo de ações. Recebe, hoje, um número maior de estudantes de origens socioeconômicas e culturais bem mais diversificadas do que recebiam as escolas técnicas ou Cefets. Tal contexto, além de implicar em uma profunda reestruturação institucional, traz novas demandas pedagógicas e acadêmicas, que abrangem modalidades distintas de ensino, desde o técnico integrado à pós-graduação, passando pela educação de jovens e adultos, cursos subsequentes, licenciaturas e bacharelados. A psicologia escolar é um campo de atuação tradicional dos psicólogos. Historicamente, tem-se ocupado do atendimento e da avaliação de alunos com problemas de aprendizagem ou de indisciplina encaminhados pelas escolas. Embora tal prática ainda seja recorrente, a atuação desse profissional vem mudando nas últimas duas décadas, passando a tomar como alvo a relação en-

tre a instituição escolar, as políticas públicas de educação e o estudante. Para ilustrar a questão, falamos atualmente não mais em problemas de aprendizagem, mas de escolarização, indicando que se trata de um processo in-

“No novo contexto institucional, não caberia mais pensar em uma psicologia escolar calcada nos atendimentos individuais” terpessoal, institucional e político; e não de uma dificuldade afetiva ou cognitiva individual. Quando pensamos, portanto, nesse encontro entre o IFBA e a psicologia escolar, lidamos

com dois campos em metamorfose, em busca de renovação de seus fundamentos e práticas. No novo contexto institucional, não caberia mais pensar em uma psicologia escolar calcada nos atendimentos individuais. Embora sejam pontualmente necessários, certamente serão insuficientes para enfrentar questões aqui surgidas no campo “psi”. Cabe refletir, com base na psicologia escolar crítica, que vem se consolidando a partir dos trabalhos de Maria Helena Patto e de sua continuidade por outros autores, sobre ações e projetos institucionais mais abrangentes, que envolvam as especificidades do IFBA, dos nossos cursos e estudantes, consideradas em seu contexto político e social. Nossa tarefa não é fácil, tendo em vista a complexidade do Instituto e a dificuldade da questão. Mas o momento renovador pelo qual passamos me parece propício para enfrentar o desafio. Samir Pérez Professor de psicologia do ensino técnico e superior

Envie o seu artigo, de 30 a 40 linhas, ou sugestão de pauta para comunicacao_ssa@ifba.edu.br, com nome completo, curso ou setor, além de contatos telefônicos. Serão desconsideradas as produções de caráter político-partidário e/ou religioso, bem como conteúdos preconceituosos e depreciativos a grupos e/ou pessoas. Reitora pro tempore Aurina Santana, Diretor Geral do Câmpus Salvador Albertino Nascimento, Chefe da Divisão de Comunicação Andréa Costa DRT-BA 1962, Jornalista responsável Verusa Pinho - DRT -BA 3546, Reportagem Gabriela Cirqueira e Verusa Pinho, Projeto gráfico Gustavo Pontas, Diagramação Felippe Moura e Lilian Caldas, Revisão Andréa Costa, Apoio administrativo Ana Paula Coutinho, Impressão Grasb | Periodicidade Mensal, Tiragem 1.000 exemplares, Circulação Câmpus Salvador e Reitoria | Endereço Rua Emídio dos Santos, s/n, Barbalho - Salvador/BA, CEP: 40301-015 | Telefone (71) 2102-9509 | Facebook IFBA_Salvador_Oficial | Site www.ifba.edu.br | E-mail comunicacao_ssa@ifba.edu.br

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Saberes in prática

Bons ventos Projeto levará energia eólica para comunidade de Salinas da Margarida Apesar de o Brasil ser um país propício ao uso de fontes energéticas sustentáveis, como o sol e os ventos, elas ainda são pouco utilizadas, se levarmos em conta a sua necessidade. Com o objetivo de mapear as diversas possibilidades e viabilizar o uso de energia eólica em comunidade do município de Salinas da Margarida, o professor de automação do Câmpus Salvador Justino Medeiros desenvolve o projeto de extensão “Energias alternativas”, contemplado pelo edital Direc nº 2/2013, do IFBA. A iniciativa conta, ainda, com a participação da docente Andrea Bitencourt, das estudantes de automação industrial Cléria Nascimento, Aíla Oliveira e Laiara Santos, além de Laíse Araújo, voluntária na pesquisa. Até o fim deste mês, o grupo trabalha na elaboração de um protótipo para gerar energia eólica. Serão analisados locais com condições adequadas de ventos, principalmente velocidade, e espaço para a instalação do equipamento. Após a instalação do modelo final, os moradores serão capacitados para a sua utilização e manutenção. “O objetivo do grupo é ministrar palestras e treinamentos para as pessoas da localidade escolhida. Pretendemos, também, apresentar em congressos os resultados obtidos com esse projeto, que é um dos diversos trabalhos do Grupo de Pesquisa em

Sistema de Automação e Mecatrônica (GSAM)”, ressalta Medeiros. De acordo com a estudante Cléria Nascimento, terceiro ano do curso, o grupo também está desenvolvendo um relatório sobre a exploração da energia eólica no Brasil, levando em consideração o potencial do país e a rentabilidade dos investimentos. “A geração de energia através de fontes renováveis é de suma importância para diminuir os impactos ambientais e sociais acarretados pelo uso de energias tradicionais. Com a implantação do protótipo, a comunidade escolhida em Salinas da Margarida também poderá reduzir os custos com o consumo de energia elétrica, uma vez que a sua produção não dependerá totalmente da empresa de distribuição local”. Segundo o professor Justino, a iniciativa serve para potencializar a participação dos estudantes de automação e eletrotécnica em atividades que promovem a sustentabilidade. “Muitas comunidades periféricas ainda sofrem com a falta de fontes de energias. A criação de um protótipo para geração de energia eólica servirá para gerar conforto a esses locais, utilizando uma tecnologia limpa e barata, com diversos itens acessíveis, como partes de equipamentos eletrodomésticos já em desuso, madeira, PVC e um gerador instalado no aparelho que fornecerá energia elétrica para as casas do local”, conclui.

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Capa

Sanear é preciso Com cenário econômico favorável, estudantes de saneamento planejam carreiras promissoras

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mado pelo IFBA será capaz de executar, com ética, ações sustentáveis pertinentes ao desenvolvimento de tecnologias para a melhoria da qualidade da água, do abastecimento público, da condução e do tratamento do esgoto sanitário, bem como da gestão dos resíduos sólidos urbanos, em consonância com a legislação atual.” Segundo a docente, essas atitudes são fundamentais para minimizar as alterações ambientais causadas, em especial, pela expansão da construção civil na capital baiana. O setor é um dos principais responsáveis pela geração de empregos para os técnicos em saneamento. “O campo de atuação desse profissional vem, ao longo das últimas décadas, ampliando-se. O cenário é

promissor, frente às possibilidades de atuação nos grandes centros urbanos e, também, nos pequenos municípios. Em Salvador, as oportunidades estão em alta por causa do número significativo de obras. O aquecimento nessa economia reflete na geração de emprego e renda. Além das construtoras, um profissional em saneamento pode atuar em concessionárias, no poder público e como empreendedor, gerenciando seu próprio negócio”, ressalta. Administrar a própria empresa de saneamento é o objetivo do estudante do 7º semestre Jaime Silva, após a conclusão do curso técnico. “Salvador é historicamente carente em serviços sanitários. Acredito que, se parte do investimento da saúde pública na cidade fosse bem

“Novo modelo da área tem como prioridade a sustentabilidade” Virgínia Neves

FOTO: GABRIELA MALAQUIAS

Desde 2011, a economia baiana apresenta crescimento superior à média nacional. Segundo dados da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), no mesmo ano, o Brasil se expandiu economicamente 2,7% e a Bahia 4,1%; em 2012, os números foram, respectivamente, 0,9% para o Brasil e 3,1% para a Bahia. Em 2013, a taxa foi de 2,3% para o Produto Interno Bruto (PIB) nacional, enquanto o estado baiano apresentou incremento de 3%. Um dos principais propulsores desse desenvolvimento foram as atividades de saneamento urbano, principalmente, em virtude da ampliação das cidades, o que exige cada vez mais profissionais para acompanhar e lidar com os impactos ambientais. O Câmpus Salvador do IFBA tem contribuído com a formação nesse campo de conhecimento, através do curso técnico de saneamento, modalidade EJA - voltada para jovens e adultos maiores de 18 anos que já concluíram o ensino fundamental e estão há algum tempo longe da sala de aula. Os alunos desenvolvem, durante o período de três anos e meio, atividades para a criação de alternativas que reduzam os impactos negativos sobre o meio ambiente, com destaque para os centros urbanos. De acordo com a coordenadora do curso, Virgínia Neves, o novo modelo da área tem como prioridade a sustentabilidade. “Um profissional for-


Projetos & Perspectivas Um dos produtos dessas parcerias foi o projeto “A engenharia sanitária e ambiental brasileira, sociedade e ambiente”, realizado com a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB). A proposta reuniu um conjunto de ações de pesquisa e extensão, tendo como resultados a criação de um site, material didático e o evento “Jornada de Engenharia Sanitária e Ambiental (Jesam)”, que ocorreu em 2013, além de servir como base para o estudo “A engenharia sanitária e ambiental brasileira, sociedade e

FOTO: VERUSA PINHO

aplicado em saneamento, teríamos resultados positivos imediatos para o meio ambiente. O meu objetivo é implantar e administrar uma empresa que traga resultados benéficos, através dos resíduos sólidos, visando diminuir os impactos gerados por eles e contribuir com o espaço em que vivemos.” O Câmpus Salvador oferece, além das aulas teóricas e práticas, estágios em diversas empresas e parcerias com outras instituições de ensino. “A matriz do curso de saneamento vem sendo reavaliada de forma colaborativa, no sentido de se adequar da melhor maneira ao estudante. São realizadas visitas técnicas aos setores que atuam diretamente com o meio ambiente, resíduos sólidos, esgotamento sanitário, abastecimento de água, uso e ocupação do solo, dentre outros. Estamos planejando a implantação de um laboratório próprio de saneamento. Além disso, promovemos parcerias com outras instituições de nível superior, através de projetos, nos quais os alunos podem atuar como bolsistas”, conclui Virgínia.

“Precisamos universalizar o acesso ao saneamento básico” Eric Gomes

ambiente: menina, mulher, feminina engenheira”, que selecionará três alunas para atuar como bolsistas. Estudante do 4º semestre, que foi integrante do projeto, Joanice de Jesus acredita que a participação em atividades como essa auxilia nas escolhas profissionais. “Os projetos oferecidos como extensão nos ajudam a definir o que realmente esperamos do curso, áreas em que gostaríamos de atuar, além de melhorar o aprendizado em sala de aula. Ainda não estagiei, mas o estudo de resíduos sólidos é o que me atrai na área de saneamento ambiental. Desejo fazer a diferença, principalmente em minha comunidade, e mostrar a importância do saneamento para o controle da ação humana no ambiente,” destaca. A opinião é compartilhada pelo colega Eric Gomes, que também participou da iniciativa. Segundo o estudante do 5º semestre, os projetos de extensão permitem traçar um panorama da área de saneamento no Brasil e criar melhorias para a população. “A maior parte dos cursos de saneamento está na região Nordeste, porém o acesso de muitos nor-

destinos aos recursos básicos ainda é baixo, o que reforça a importância da formação dos alunos do IFBA para reverter esse quadro. Precisamos universalizar o acesso ao saneamento básico em busca da melhoria da qualidade de vida dessas pessoas. Desejo trabalhar na área de recursos hídricos para garantir que elementos como a água, indispensável à vida na Terra, chegue a todos os domicílios.” FOTO: VERUSA PINHO

“Desejo fazer a diferença” Joanice de Jesus

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Curtas

Capacitação para o SUS O IFBA, através do Câmpus Salvador, está ministrando aulas de capacitação para técnicos em radiologia do Sistema Único de Saúde (SUS), por meio de convênio firmado com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). O curso acontece nas segundas, quartas e sextasfeiras, das 8h às 12h e das 13h às 17h, no Laboratório de Física Radiológica (Lafir). Cada dia é destinado a uma das três turmas, com média de 90 profissionais. Distribuídas em cinco módulos, com carga horária de 60h, as aulas se estendem até o mês de novembro, com estudos voltados para radioproteção, conhecimentos de legislação, mamografia, tomografia computadorizada, fluoroscopia e radiobiologia. Mais duas turmas iniciarão as atividades no início de dezembro.

Normais eleitorais A partir do dia 5 de julho até 5 de outubro, fica suspensa toda e qualquer forma de aplicação da marca do Governo Federal “Brasil - país rico é país sem pobreza”, na publicidade ou em outra espécie de comunicação. A proibição refere-se às determinações da Instrução Normativa (IN) nº 6 da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, de 14/3/2014, quanto ao período eleitoral. As placas de projetos de obras ou de obras de que participe a União, direta ou indiretamente, também devem ser alteradas para exposição durante essa fase, com a retirada ou cobertura da marca. Será necessário, ainda, retirar a marca, slogans e tudo que possa constituir sinal distintivo de ação de publicidade das propriedades digitais (sítios, portais, perfis nas redes sociais, aplicativos móveis, totens) do Poder Executivo federal na internet.

Premiação O aluno da graduação tecnológica de análise e desenvolvimento de sistemas (ADS) Anderson Pereira, que também é integrante do Grupo de Pesquisa em Sistemas Distribuídos, Otimização, Redes e Tempo Real (GSORT), recebeu o prêmio de melhor artigo do workshop de trabalhos de iniciação científica e graduação na XIV Escola Regional de Computação Bahia, Alagoas, Sergipe (Erbase), maior evento científico do Nordeste na área, promovido pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC), que aconteceu de 20 a 23 de maio, na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Orientado pelo professor Sandro Andrade, o estudo “Um Serviço para Feedback Control Loops em Arquiteturas MapReduce” pretende minimizar o gasto de energia em redes de computadores distribuídos, por meio de um sistema que se adapta às necessidades da rede, fazendo com que somente as máquinas que são necessárias para realizar as tarefas estejam em funcionamento.

Férias, Copa e São João Neste mês, o Câmpus Salvador entrará em férias na área acadêmica, no período de 12 de junho a 6 de julho. O recesso coincide com os jogos da Copa do Mundo 2014, incluindo as datas das partidas que acontecem na Arena Fonte Nova. Para a área administrativa do Câmpus, haverá o feriado de Corpus Christi, no dia 19 de junho, e o recesso de São João, nos dias 23 e 24. Referente ao campeonato mundial de futebol, a Lei Geral da Copa (nº 12.663/12) autoriza a União, os estados, os municípios e o Distrito Federal a decretarem feriados em dias de jogos do Brasil e quando sediarem partidas, valendo da primeira rodada até as finais.

Erramos Na página 4, da edição abril/maio do informativo Nosso Campus, onde se lê “pisicultura”, leia-se “piscicultura”; na página 6, o e-mail correto publicado na nota “II Seminário Direc/Cisa” é gpi.salvador@ifba.edu.br e não gti.salvador@ifba.edu.br, como divulgado; na mesma notícia, há um erro na indicação do local do evento: seria Bloco D e não B. 6

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Canal do Estudante

Além das fronteiras... o diferencial! Intercambistas destacam experiências para a profissão e para a vida Experimentar a vivência de diferentes culturas e aprender um novo idioma eram os principais motivos para a realização de intercâmbios. Hoje, estar em outro país se tornou essencial para o mercado de trabalho cada vez mais competitivo, que exige de seus profissionais uma única característica: diferencial! Visando preparar os estudantes para o cenário atual e transformá-los em cidadãos globais, o Câmpus Salvador do IFBA, desde 2005, auxiliou mais de 60 jovens a cruzarem outras fronteiras. Atualmente no Canadá, Marla Costa, aluna do último semestre de administração, foi contemplada em um programa do governo canadense chamado Elap - Emergin Leaders of Americas Program -, que tem por objetivo formar líderes na América Latina. “Por essa razão, tenho colegas do Equador, Peru e República Dominicana. Eles são o máximo e a proximidade entre as áreas de estudo promove a divulgação das atividades em cada país. Hoje, acho que me sinto muito mais próxima da América Latina do que antigamente. Estou aprendendo espanhol e inglês. Além disso, estou no College of the Rockies, que é nº 1 do Canadá na recepção de estudantes estrangeiros. A mesma proximidade com os colegas da América Latina eu tenho com pessoas do Paquistão, Japão, China, Holanda e Zâmbia,

por exemplo. Encontrei muitos alunos brasileiros do ‘Ciência sem fronteiras’ e quase sempre estamos juntos.” Dentre os benefícios da experiência de morar durante seis meses em outra nação, Marla destaca o autoconhecimento. “Além dos contatos, tenho descoberto bastante sobre mim. Estou muito mais paciente e tolerante. É bem complicado morar com pessoas que você nunca viu na vida, com hábitos diferentes, mas tenho conseguido ultrapassar bem essas intempéries. O fato de estar morando na residência universitária permite utilizar tudo que o college oferece, como academia e espaços para a prática de esportes. À noite, na residência, preciso fazer minha própria comida. Acho que tudo isso me transforma em uma pessoa ‘pluricultural’. Hoje sinto que me adaptaria a quase todos os tipos de cultura ou quase todos os países do mundo. Além disso, já fui estagiária da Assessoria Internacional do IFBA durante dois anos e pude, finalmente, aproveitar a experiência para a qual auxiliei tantos alunos da instituição”, comenta a jovem. Ao lado desse destino, países como Alemanha, Austrália, Espanha, EUA, Finlândia, Holanda, Hungria, Itália, Portugal, Uruguai, bem como o Reino Unido, recebem estudantes brasileiros por meio de convênios estabelecidos com os institutos federais ou

programas como o “Ciência sem Fronteiras”. Os jovens são, na maioria, do ensino superior, com destaque para o bacharelado de administração e as engenharias. Para Ícaro Farias, estudante de engenharia industrial elétrica, que esteve nos EUA entre 2012 e 2013, o intercâmbio contribuiu para a carreira de uma forma abrangente. “Eu adquiri proficiência no inglês, que já estudava há um bom tempo, graças a bolsas de estudo. Mas também pude perceber o quanto posso avançar e melhorar, as possibilidades que posso seguir na minha carreira e na minha vida, principalmente fora do país. Além de estudar na Bucknell University, tive a oportunidade de participar de um grupo de pesquisa sobre energias renováveis”, descreve. Na opinião da colega de curso Luiza Almeida, que está na Universidade de Tecnologia e Economia de Budapeste (BME) desde janeiro deste ano, a oportunidade está contribuindo para a sua bagagem cultural e acadêmica. “O dia a dia na Hungria é bem tran-

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Canal do Estudante quilo. Como eu moro na capital do país, esperava que fosse mais corrido, mas me surpreendi com a tranquilidade das pessoas. Aqui não se vê tantos carros como em Salvador; o transporte público funciona muito bem, o que torna a locomoção rápida e fácil. As pessoas na Hungria não são tão animadas como no Brasil, mas são muito agradáveis e educadas, sempre dispostas a ajudar e nos ensinar sobre o país, sua língua e cultura. Na universidade, o dia a dia também é muito agradável. A BME é uma universidade muito

antiga, foi o primeiro instituto de tecnologia do mundo. Os professores são muito bons e, geralmente, falam inglês, o que facilita o aprendizado.” No contexto dos intercâmbios, possibilitar aos alunos do câmpus a vivência em outro país não é a única tarefa do IFBA, que também recebe estudantes estrangeiros. Desde 2012, foram duas intercambistas - Isaura Muriel e Yaneth Rossi -, oriundas da Bélgica e Itália, respectivamente. O intercâmbio foi possível por meio da AFS Intercultura

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FOTO: GABRIELA CIRQUEIRA

Assessoria Internacional Órgão sistêmico na estrutura do regimento do Câmpus Salvador, aprovado em dezembro de 2013 pelo Conselho Superior (Consup) do IFBA, a nova Assessoria de Relações Internacionais está chefiada pela professora de língua portuguesa Catiane Rocha, e conta com a colaboração da estagiária Rayane Brasil, graduanda de administração no câmpus. “A representação da Assessoria Internacional do Câmpus Salvador foi estabelecida desde setembro de 2012, no entanto, não contávamos com uma estrutura para atendimento a grandes demandas, visto que esse setor ainda não existia no antigo regimento. Em 2013, realizamos algumas atividades, como orientações para estudantes interessados em participar do programa ‘Ciência sem Fronteiras’, incluindo tradução de histórico escolar e outros documentos necessários. Realizamos, também, um projeto de divulgação da Assessoria Interna-

Brasil, organização não governamental parceira do IFBA. Matriculadas no curso de química, as jovens cumpriram um ano de intercâmbio, com direito a aulas da língua portuguesa adaptada para estrangeiros, ministradas pelas professoras Edite Luzia Vasconcelos e Catiane Rocha. Participaram, ainda, de atividades de acolhimento e interculturalidade, como visitas e passeios. Este ano mais uma aluna estrangeira chegará ao câmpus para o mesmo curso técnico. Desta vez oriunda da Finlândia.

cional no câmpus e de projetos dos quais os alunos poderiam participar. Para essa ação, contamos com a ajuda de uma bolsista do Programa de Assistência e Apoio ao Estudante (Paae), Ingrid Cardoso, de julho de 2013 a janeiro de 2014”, explica Catiane. O setor funciona nas dependências da Diretoria Geral, em uma sala ao lado do gabinete. O atendimento acontece no turno vespertino, das 14h às 18h. Contato: aaiifbasalvador@gmail.com

O Ciência sem Fronteiras é um programa que busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência, tecnologia, inovação e competitividade brasileiras por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional. A iniciativa é fruto de esforço conjunto dos ministérios da Educação (MEC) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio de suas respectivas instituições de fomento - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O projeto prevê a utilização de mais de 100 mil bolsas, de forma que alunos de graduação e pós-graduação façam estágio no exterior. Além disso, busca atrair pesquisadores estrangeiros que queiram se fixar no Brasil ou estabelecer parcerias com os pesquisadores brasileiros nas áreas prioritárias definidas no programa.


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