Arquivos Catarinenses de Medicina 2009

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There was higher prevalence of deaths in adults with a great body surface burned. And the upper airway lesions and sepsis were important factors in patient development. INTRODUÇÃO Queimaduras são lesões graves que podem levar a sequelas e ônus sócio-econômico importantes. Aproximadamente 1% da população sofre queimaduras por ano e embora as queimaduras graves não sejam as mais prevalentes, trazem grande repercussão na morbi-mortalidade1. OBJETIVO Avaliar as variáveis que influenciaram na mortalidade dos pacientes queimados internados no Hospital Universitário Evangélico de Curitiba no período de julho de 2007 a fevereiro de 2008. MÉTODO Foram analisados prospectivamente todos os pacientes internados no setor de queimados do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba no período de julho de 2007 a fevereiro de 2008. O total de 246 pacientes foi dividido em dois grupos. No grupo I os pacientes que evoluíram ao óbito e no grupo II os pacientes que receberam alta. As comparações foram feitas usando-se o teste t de Student para amostras independentes ou o teste não-paramétrico de MannWhitney, quando apropriado. Para avaliação da condição de normalidade das variáveis quantitativas foi usado o teste de Shapiro-Wilks.

DISCUSSÃO Em relação presença ou não de comorbidades encontrou-se concordância com os estudos de McGwin et al., 2008 que também não encontrou maior mortalidade associada a doenças prévias1. Já em outro estudo a mortalidade estava associada a presença de doenças cardiopulmonares2. Dois estudos confirmaram o dado encontrado de que quanto maior a superfície corporal queimada maior a mortalidade dos pacientes1,3. Muller et al., 2001 ainda encontrou maior mortalidade quando a superfície corporal queimada era superior a 35%4. A idade média do grupo I foi de 43,40 anos concordando com o estudo de Muller et al., 2001 que também encontraram maior mortalidade em maiores de 48 anos4. Não houve diferença significativa entre os sexos em nosso estudo, entretanto Kerby et al. encontraram maior percentagem de óbitos em mulheres entre 10 e 70 anos5, e McGwin et al, 2002 descreveram uma maior mortalidade em mulheres até os 60 anos6. Esses mesmos autores em um estudo mais recente não encontraram relação entre gênero e índice de mortalidade1. O aumento de mortalidade quando associada à inalação, também foi descrito por Muller et al., 20024.

Óbito

Idade (anos) <12

RESULTADOS Dos 246 pacientes incluídos no estudo, 107 tinham idade inferior a 12 anos e 139 eram maiores de 12 anos. Quinze pacientes foram a óbito (6,1%), sendo que apenas um paciente era menor de 12 anos (p=0,002) (Tabela 1). A idade média do grupo I foi de 43,40 anos e do grupo II foi de 22,46 anos (p<0.001) (Tabela 2). Em relação ao sexo, número de dias de internamento e a presença ou não de comorbidades o teste estatístico indicou que não houve diferença significativa entre os grupos. (Tabelas 3, 4 e 5) Em ambos os grupos, o principal agente causal foi chama/fogo. Na tabela 6 são apresentadas as freqüências e percentuais de casos de acordo com o agente da queimadura e o óbito. A média de superfície corporal queimada foi de 46.37% no grupo I e de 19.5% no grupo II (p<0.001). (Tabela 7) No grupo I, 66% apresentaram queimaduras de 3o grau, 26% tiveram lesões de vias aéreas superiores, 26% permaneceram internados na UTI e 60% evoluíram para sepse. Todos dados estatisticamente significativos. (Tabelas 9,10 e11) 170

�1 2

Óbito

N

Não Sim

Total

Não

Sim

106

1

99,07%

0,93%

125

14

89,93%

10,07%

107

139

Idade (anos) Média

Mediana Mínimo

Máximo

Desvio padrão

231

22,46

19

0,08

83

20,05

15

43,40

43

11

103

22,91

Sexo Masculino

Feminino

Óbito Não

Sim

160

8

95,24%

4,76%

71

7

91,03%

8,97%

Valor de p*

<0,001

Total 168

78

Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 38 - Suplemento 01 - 2009


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