Arquivos Catarinenses de Medicina 2003

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REFINAMENTOS EM ABDOMINOPLASTIA CONVENCIONAL Ayub Fo RJ, MD1 - Romanel VC, MD1 - Nigro MVAS, MD , MSc1 - Rey SD, MD1 Mima C, MD1 - Balderrama, CMSR, Mima C, MD1 - Graf RM, MD, PhD2 1.Residentes do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba. 2.Doutora em Cirurgia Plástica pela UFPR. Professora da Disciplina de Cirurgia Plástica da UFPR. Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Visiting Professor e membro da International Society of the Aesthetic Plastic Surgery. Membro Correspondente da American Society for Aesthetic Plastic Surgery. ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA : Rua Solimões , 1184. CEP: 80810-070 - Tel : ( 041) 335-7237 Fax : ( 041) 335-9394 - e-mail : ruthgraf @ bsi.com.Br - Curitiba PR Descritores: Abdominoplastia; dermolipectomia; lipoaspiração; contorno corporal; onfaloplastia.

RESUMO

Abdominoplastia é um dos procedimentos cirúrgicos mais comuns, na cirurgia plástica e proporcionalmente, o que mais traz litígio no relacionamento médico-paciente. Os motivos que levam a isto, dependem de fatores como, a análise e a indicação da cirurgia, características clínicas do paciente, cuidados intra-operatórios e relacionamento médico-paciente. Visando reduzir o índice de complicações e obter resultados mais previsíveis, os autores têm como objetivo descrever detalhadamente os pontos críticos na execução da técnica da abdominoplastia, em uma série de 134 pacientes, que foram avaliados retrospectivamente, de março de 2001 a março de 2002. Os cuidados com a execução da abdominoplastia foram divididos em 5 etapas: fatores prévios à cirurgia, fatores locais, marcação, cuidados intra-operatórios e pós-operatórios. Dos 134 pacientes analisados, 11 pacientes (8,2%) apresentaram intercorrências ou complicações pósoperatórias, sendo elas: seroma em abdome inferior e flanco direito (1,4%), hematoma em região epigástrica (0,7%), sofrimento periumbilical (2,9%), necrose na região mediana inferior (2,9%), esteatonecrose em região inferior do abdome (1,4%) e cicatriz hipertrófica na cicatriz supra-púbica (0,7%). Os autores concluem que a abdominoplastia pode deixar de ser uma cirurgia com elevado índice de complicações se forem observados cautelosamente os cinco critérios descritos neste trabalho. Foi observado, nesta casuística, menor índice de complicações previamente à utilização destes critérios. ABSTRACT

Abdominoplasty is one of the most common procedures performed by plastic surgeons and also leads to legal problems at the same incidence. 256

The factors involved in this problem are: case analysis and surgery indication, clinical patterns, intra operative care and physician-patient relationship. In an attempt to reduce complications and to predict results, the authors have as its main goal to describe the critical steps during abdominoplasty in 134 patients, retrospectively studied from march 2001 to march 2002. Five points were undertaken including previous co-morbidities, local factors, surgical markings and, finally, per and post operative care. Eleven of 134 patients (8,2%) had postoperative complications including seroma at the inferior abdomen and flanks (1,4%), epigastric hematoma (0,7%), periumbilical ischemia (2,9%), median inferior necrosis (2,9%), fat necrosis at inferior abdomen (1,4%) and supra-pubic hypertrophic scar (0,7%). The authors conclude that abdominoplasty can be performed with fewer complications if the five points described in this paper were cautiously followed. The number of complications decreased after the use of these criterions. INTRODUÇÃO

A abdominoplastia é um dos procedimentos cirúrgicos mais freqüentes da prática do cirurgião plástico e, proporcionalmente, o que mais traz litígio no relacionamento médico-paciente. Os fatores que levam ao descontentamento são muitas vezes previsíveis, como por exemplo, seromas, necroses, cicatrizes inestéticas, entre outros1,2. Estes problemas dependem de fatores, como a análise e a indicação da cirurgia, características clínicas do paciente, cuidados intra-operatórios e relacionamento médico-paciente3,4. É conhecido o fato de que alguns profissionais abandonaram esta cirurgia, tendo em vista o número de intercorrências e insatisfações dos pacientes e do próprio cirurgião. Mas, frenArquivos Catarinenses de Medicina - Volume 32 - Suplemento 01 - 2003


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