Arquivos Catarinenses de Medicina 2003

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PACIENTES E MÉTODOS

Foram analisados, retrospectivamente, 11 pacientes masculinos portadores de ginecomastia, operados em clínica particular, entre 1999-2002. Estes pacientes foram submetidos apenas à lipoaspiração ultrassônica, associada à lipoaspiração convencional complementar do liquido gorduroso produzido, sem a comple-mentação do procedimento de ressecção cirúrgica. Para tanto, foi utilizado o equipamento Lisonix 2000, com cânulas de 32 cm de comprimento e 3 mm de diâmetro (figura1). Utilizou-se, ponta tipo Golf, para lipoaspiração profunda e ponta Roma ou Bala, para lipoaspiração superficial (figura2). Figura 1. Cânula e manopla de lipoaspiração ultrassônica.

perficial e profundo, com maior dificuldade no tecido glandular. O tempo maior do uso do ultrassom foi na destruição do tecido glandular, que foi realizada até a planificação da área. Foi estabelecido o término do tratamento quando havia perda da resistência do tecido com a cânula em movimento, inclusive no tecido, glandular, e presença de maior quantidade de sangue no líquido aspirado. Foi utilizada lipoaspiração convencional com cânulas de 3,0 a 3,5 mm, evacuando o líquido remanescente. Foram tratadas as regiões axilares e laterais das mamas quando indicadas, assimetrias, deformidades e abaulamentos. O curativo foi feito de modo compressivo, com chumaços de algodão e ataduras não sendo utilizados drenos após os procedimentos. No pós-operatório imediato (24 horas), o curativo foi substituído por modelador, sendo o mesmo utilizado, pelo paciente, por 2 meses. Os pacientes foram liberados para trabalho e atividades físicas após 1 semana, sendo posteriormente encaminhados para a realização de drenagem linfática. RESULTADOS

Figura 2. Cânulas com ponta tipo Golf (inferior) e ponta Roma ou bala (superior).

Os pacientes foram marcados em pé, com de círculos identificando os locais de maior volume mamário, tanto na área da ginecomastia gordurosa quanto na área da ginecomastia glandular. Foi utilizada a anestesia peridural com sedação, em todos os pacientes, realizada entre os espaços T6-T12. Os pacientes foram submetidos à infiltração com soro fisiológico a 0,9% com adrenalina 1:500.000, no plano subcutâneo. Os volumes infiltrados foram anotados para possibilitar a infiltração de igual volume no lado contralateral. Aguardou-se, em torno de 10 minutos, pelo efeito vasoconstritor da adrenalina. Foi realizada uma incisão, em cada sulco inframamário, na região lateral da mama e colocados protetores e compressas úmidas, ao redor do local do acesso, para evitar queimaduras na pele. A lipoaspiração ultrassônica foi utilizada nos planos su252

Foram analisados 11 pacientes portadores de ginecomastia, operados em clínica particular, durante o período de 1999-2002. Em todos os casos, a lipoaspiração ultrassônica foi realizada seguida de lipoaspiração convencional. A média de volume infiltrado nas mamas foi de 354 ml na mama direita e de 360 ml na mama esquerda. Este menor valor ocorreu porque um dos pacientes foi operado somente em um lado. O volume médio aspirado pela lipoaspiração ultrassônica foi de 222 ml na mama direita e de 225 ml na mama esquerda, enquanto que o volume aspirado por lipoaspiração convencional foi de 200 ml e de 205 ml, respectivamente, totalizando em média, 852 ml por paciente. O tempo médio de lipoaspiração ultrassônica por lado, foi de 7 minutos e 12 segundos (tabela 1). A média da porcentagem de líquido sobrenadante foi de 75% para lipoaspiração ultrassônica e de 63% para lipoaspiração convencional. Houve um número pequeno de complicações, sendo as mais freqüentes a equimose e dor leve, com resolução em aproximadamente uma semana. Um paciente apresentou edema na mama direita por três semanas. Em um paciente observou-se persistência de volume mamário após a resolução do edema, sendo o mesmo, posteriormente, submetido à ressecção da glândula. Tabela 1 Lista dos pacientes em relação ao volume infiltrado, volume aspirado por lipoaspiração ultrassônica (vlus), volume aspirado por lipoaspiração convencional (vlc), e duração da lipoaspiração ultrassônica (tempo em minutos).

Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 32 - Suplemento 01 - 2003


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