Arquivos Catarinenses de Medicina 2003

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FRATURA DE ÓRBITA: CLASSIFICAÇÃO E TRATAMENTO Fernando Pundek Tenius, MD(1) Álvaro Fagotti Filho,MD(2) Marcos Artigas Grillo,MD,PhD(4) Gilvani Azor de Oliveira e Cruz,MD(3)

1] Professor colaborador da disciplina de Cirurgia Plástica da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Cirurgião Plástico do Hospital do Trabalhador UFPR. Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica SBCP 2] Médico Residente em Cirurgia Plástica do Hospital de Clínicas UFPR 3] Professor Adjunto e Coordenador da Disciplina de Cirurgia Plástica da UFPR. Membro Titular da SBCP. 4] Professor colaborador da disciplina de Cirurgia Plástica da UFPR. Mestre e Doutor em cirurgia. Membro titular da SBCP. Trabalho realizado no Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital do Trabalhador da Universidade Federal do Paraná. Fernando Pundek Tenius Rua Padre Agostinho 2885 B 3 Ap 2303 - Curitiba PR CEP 80710-000 Fone: 041 322 0899 e-mail: fernandotenius@uol.com.br DESCRITORES: Órbita. Fratura. Fratura de face. Fratura orbital.

RESUMO

Foram avaliados clinicamente, 111paciente de acordo com os métodos de fixação de fraturas orbitárias. Técnicas de fixação rígida, semi-rígidas e com fio de Kirschnner foram avaliadas. Um tratamento baseado na classificação dessas fraturas foi apresentado. Parâmetros clínicos, como anormalidades na posição do globo ocular (distopia e enoftalmia), projeção do malar e teste de sensibilidade foram avaliados. O presente estudo confirma que podemos usar material de baixo custo com bons resultados . ABSTRACT

We evaluated 111 pacientes to assess clinically the results of fixation methods on orbital and zygoma fractures. Rigid plate fixation, wire techniques and fixation with Kirschnner were used. A treatment guidline based on classification of orbital fractures is presented. The major clinical parameters assessed were globe position abnormalities (enophthalmus and dystopia), malar projection and cheek sensation. The present study confirms that we can use low-cost material with good results.

aloplásticos e a melhoria dos materiais de síntese, como as micro-placas de titânio, sistema 1.0 e as placas absorvíveis de Lactosorb, trouxeram importante avanço nas reconstruções(2,3,4,5).O Sullivan e Panchal(6), em 1997, publicaram artigo questionando o papel dos métodos tradicionais quando comparados aos mais modernos. A superioridade da fixação, rígida, com placas e parafusos, foi mostrada em uma serie de 101 pacientes em 1995 por Rohrich e Watumull(7). Porém, estes modernos materiais podem apresentar certas limitações. Complicações próprias dos materiais aloplásticos, infecção extrusão e outras, assim como o alto custo, são elementos a serem considerados, principalmente em populações de baixas condições socioeconômicas de países em desenvolvimento, como o nosso. OBJETIVO

Este estudo tem como objetivo classificar as fraturas de órbita e avaliar a efetividade do tratamento com materiais de baixo custo, de modo a ser realizado em hospitais previdenciários, aonde nem sempre é possível o uso de materiais modernos, sem prejuízo do resultado final.

INTRODUÇÃO

MÉTODO

O tratamento das fraturas da órbita apresentaram grande progresso nas últimas décadas. Sullivan e Nigyen(1 ) enfatizam a melhora tecnológica dos métodos propedêuticos e os avanços nas técnicas cirúrgicas como principais responsáveis pela melhoria dos resultados estéticos e funcionais. A tomografia computa-dorizada com reconstrução tridimensional e ressonância nuclear magnética permitiram um melhor entendimento das relações anatômicas e funcionais. A substituição dos enxertos autólogos pelos materiais

Foram analisados 111 pacientes operados pelo autor, no período de janeiro de 2000 a janeiro de 2003, no Pronto Socorro do Hospital do Trabalhador UFPR. Treze do sexo feminino e 98 do sexo masculino e a idade variou de 14 a 65 anos, com média de 26 anos. As fraturas foram classificadas, segundo a American Academy of Ophtalmology (8),em fraturas de parede lateral, supra-orbitária, rebordo orbitário inferior, assoalho, parede medial e fraturas nasoetmoidais. Foi considerada fratura complexa orbital quando havia

Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 32 - Suplemento 01 - 2003

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