GIS CREATIO

Page 1

Detalhes URBANOS

Gis Creatio O mundo que vemos e o mundo em que vivemos

Teto de Cassino no Canadรก por Gislene Vieira de Lima



Torres quase gĂŞmeas por Gislene Vieira de Lima



テ馬ibus do Harry Potter na Paulista por Gislene Vieira de Lima


Lua de minha janela por Gislene Vieira de Lima


Espia s贸 por Gislene Vieira de Lima



Lua na Praia por Gislene Vieira de Lima

CadĂŞ o Corvo? por Gislene Vieira de Lima


Esse tal Final Felz E

Eu tenho lido muitas vezes nos comentários dos leitores essa lamentação pelo final de A Princesa não ser um final no estilo Walt Disney. Sempre acho muito divertido ter esse feed back do leitor porque realmente, como escrever é uma atividade solitária, acabamos não sabendo muito bem a reação que iremos causar. Então eu fico aqui em minhas horas extras lendo os comentários e me divertindo fazendo o processo inverso de ler o leitor. Confesso que quando estava lá separando o “joio do trigo” na hora de reler e modificar as partes da história, que a minha preocupação principal era a de pensar em uma forma de escrever um final que fugisse do bom e velho clichê: - E eles viveram felizes para sempre... Nada contra os clichês. Afinal, eles fizeram parte de minha infância como de todo mundo. Apenas achei que devia me esforçar para criar algo que fosse diferente e se possível fosse, surpreendente. Oras, estava escrevendo sobre algo tão conhecido como um conto de fadas. Devia ao menos acrescentar alguma originalidade em algo que já comum a todos. Afinal, meu foco eram os jovens e os adultos. E aí eu vi surpresa começarem a surgir esses comentários saudosistas querendo justamente o final feliz convencional. E me pondo na outra ponta, como leitora, não pude deixar de compreender esse anseio. Afinal, eu estava lá na primeira fila quando os primeiros contos foram revividos pela Disney depois de uma longa seca, com A Pequena Sereia. Justo uma das histórias mais tristes e injustas que eu já havia lido em Foto: “Congestionando” em São Paulo por Gislene Vieira de Lima minha infância.


De repente, um ato divino resgatava a pobre sereia das espumas e a colocava coroada e bela ao lado do príncipe onde era o seu lugar de direito! Comecei a pensar onde foi que, de repente, o final feliz deixou de ser o melhor final. E entendi que com o passar dos anos, fui compreendendo que os finais felizes não existem e que isso não causou, necessariamente, nenhum trauma. Calma, não me tornei uma cínica que fica num canto resmungando sua infelicidade aos quatro cantos. M u i t o p e l o c o n t r á r i o . O tempo acaba nos ensinando aos poucos que os finais felizes não funcionam muito bem na vida humana pois veja, para o ser humano, o final é sempre a morte. E quem quer ter um final feliz desse jeito? O que vamos percebendo meio que inconscientemente é que a felicidade é algo para ser vivido no dia a dia e que na realidade, no final o que se tem é o resumo de toda a felicidade (ou não) que s e c o n s e g u i u j u n t a r a o l o n g o d a v i d a . Nos contos de fadas as princesas nunca envelhecem, os heróis são sempre recompensados pela vida numa proporção igual ao seu esforço e a justiça é algo infalível. Os vilões nunca vencem. Se forem exageradamente maus, el e s s i m t e m c o m o p u n i ç ã o , a m o r t e . Provavelmente o que estou falando aqui não é nenhuma novidade dado o fato que tanta gente já falou sobre o apaixonante (para alguns alienante) mundo dos Contos de Fada. Mas é a justificativa que encontro para dizer que, se possível, desejo sempre ser capaz de procurar pelo final inusitado. Pelo final que permite o reinicio de uma nova história. De um novo recomeço. Que faça o leitor desejar entrar dentro da história e remodelá-la em sonho para fazer d e l a s u a p r ó p r i a h i s t ó r i a .


COMPULSÃO LITERÁRIA Resisti o quanto pude. Mas não teve jeito e acabei passando na banca de jornais e assassinando meu orçamento mais uma vez. Já tinha deslizado em uma promoção on

line com minhas saudosas

Brumas de Avalon e o resultado foi essa pequena pilha para devorar durante o final de semana. Eu precisava entrar em uma A.L.A. (Associação dos Leitores Anônimos) para ver se me livro dessa compulsão. Quando olho para o tanto de livros, revistas e mangás que tenho em casa penso que se fosse analfabeta, provavelmente, já teria juntado meu primeiro milhão. Bom, enquanto não encontro a cura, o jeito é me entregar à doença. Rs.

2 . 4

Mais um ano veio e passou e eu ainda não entendi muito bem como é que eu devo me adequar a esta convenção humana que é a passagem do tempo. Se o tempo é algo criado por nós para podermos nos organizar dentro de nossa vida social então isso deveria significar que podemos recriá-lo a nossa maneira a cada geração de acordo com os nossos próprios desejos, não é? Por isso eu gosto de brincar de Zeus e vivo tentando tomar o trono de Cronos estipulando algo interessante para a minha vida a cada ano que passa, indiferente ao que se espera de uma pessoa com a minha idade. Aos que insistem continuo pregando a minha teoria de que sou “imorrível” e vou seguindo adiante com minhas próprias teorias de vida e de felicidade.

Foto retirada da Internet


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.