As escolas filosóficas da época helenística

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As escolas filosóficas da época helenística Cinismo, epicurismo, estoicismo, ceticismo, ecletismo


Alexandre Magno (334-323 a.C) • Fim da era clássica grega. • Projeto de uma monarquia divina universal: difusão do “ideal cosmopolita”:


Difusão do ideal cosmopolita • De “cidadão” a súdito. • As “virtudes civis” são substituídas pelo conhecimento técnico, o administrador da coisa pública torna-se funcionário. “Nasce aquele homem TÉCNICA que, ÉTICA não sendo mais nem o antigo cidadão nem o novo técnico, assume diante do Estado um atitude de desinteresse neutro (...)” Ao dissolver-se a equação homem = cidadão, o homem é obrigado a buscar sua nova identidade.


A descoberta do indivíduo • Esta nova identidade é a do indivíduo: “O indivíduo está doravante livre diante de si mesmo.”


O desmoronamento dos preconceitos • Assimilação dos bárbaros e equiparação com os gregos. • A escravidão viu-se contestada por filósofos. Epiteto

Marco Aurélio


A transformação da cultura “helênica” em “helenística” • O pensamento helenístico concentrou-se sobretudo nos problemas morais, que se impunham sobre todos os homens. CINISMO ESTOICISMO

EPICURISMO


O cinismo: a mais anti-cultural das filosofias do Ocidente • Diógenes de Sinope: ruptura da imagem do homem grego. Viver sem metas.

A liberdade segundo Diógenes: • Liberdade de palavra – desfaçatez e arrogância •Liberdade de ação - licensiosidade O bastar-se cínico a si proclamava-se mesmo, a apatia cidadão e a indiferença doomundo. diante de EraOpregado, em nome da liberdade, desprezo tudo eram os pontos chegada da vida cínica. pelos de prazeres.


Crates • As riquezas e a fama, longe de serem bens e valores, para o sábio são males. • O sábio deve ser apolide: Minha pátria não tem só uma torre nem um só teto; mas onde é possível viver bem, em qualquer ponto de todo universo, lá está a minha cidade, lá está a minha casa.


Significado e limites do ceticismo • Os cínicos denunciaram as grandes ilusões que inutilmente agitam os homens: a busca do prazer

o amor à riqueza sede do poder o desejo de fama


Epicuro: a verdade, o real e o homem 1. A verdade: a veracidade das sensações; a experiência (prolepses), as sensações de prazer e dor. São verdadeiras as opiniões que: • recebem testemunho comprobatório; • não recebem testemunho contrário.


A física epicuréia: o atomismo Fundamentos: • “Nada nasce do não-ser” e “nenhuma coisa dissolve-se no nada”. O todo sempre foi como é agora e sempre será assim. • Esse todo é determinado pelos corpos e o vazio. • A realidade é infinita. • Alguns corpos são compostos; outros são simples e absolutamente indivisíveis (átomos).


A ética de Epicuro “O verdadeiro prazer vem a ser a ‘ausência de dor no corpo’ (aponía) e a ‘falta de perturbação da alma’ (ataraxia).” 1. Prazeres naturais e necessários, ligados à Prazeres não da naturais e não necessários: conservação vida do indivíduo: comer prazeres quando 2.Prazeres naturais mas não necessários: comer “vãos”, nascidos das “vãs opiniões dos homens”, se tem fome, beber quando se tem sede, repousar bem, vestir bebidas refinadas vestir-se com apuro todos os prazeres ligados ao desejo de riqueza, quando se está cansado... O desejo e o prazer do poder, honras... amor são fontes de perturbação.


A ética de Epicuro

“Retira-te para dentro de ti mesmo, sobretudo quando és constrangido a estar entre a multidão.” “De todos as coisas que a sabedoria busca, em vista de uma vida feliz, o maior bem é a conquista da amizade.”


O quádruplo remédio de Epicuro 1. São vãos os temores em relação aos deuses e ao além. 1. O pavor em relação à morte é absurdo, pois ela não é nada. 2. O prazer, quando o entendemos corretamente, está à disposição de todos. 3. O mal dura pouco ou é facilmente suportável.


O estoicismo: Zenão Como Epicuro, renegava a metafísica e toda forma de transcendência. Concebia a filosofia como “arte de viver”.

Discordava do epicurismo com relação à redução do mundo a átomos e à identificação do bem do homem com o prazer. As duas escolas se movem no mesmo plano de negação da transcendência (fé materialista).


O pórtico (estoá) de Zenão • A lógica como critério de verdade. • A sensação como base do conhecimento. sensação

OBJETOS

impressão provocada pelos objetos em nossos órgãos sensoriais representação impressa na alma

RAZÃO

assentimento/apreensão/representação catalética


A ética da Estoá antiga • A finalidade do viver é a obtenção da felicidade. E a felicidade se persegue vivendo “segundo a natureza”. O ser vivente deve evitar tudo aquilo que lhe é contrário e conciliar-se consigo mesmo e com as coisas que são próprias à sua essência.

oikeíosis (apropriação, atração)


A ética da Estoá antiga • “Bem” é aquilo que conserva e incrementa nosso ser; é vantajoso e útil. • “Mal” é aquilo que o danifica e o diminui; é o nocivo. O positivo segundo a natureza: valor, estima.

valor moral

Os intermediários ou os que estão entre bem e males: valor, desvalor

moralmente indiferentes


A ética da Estoá antiga • Ações moralmente perfeitas FILÓSOFO • Ações convenientes ou deveres HOMEM COMUM • Ações viciosas ou erros morais


O médio estoicismo • Valorização dos “deveres”: o amor e o cuidado dos filhos, pais e amigos • A recusa da apatia


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