Boletim Epidemiologia HC-UFPR. Junho/2012 - Nº 10

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BOLETIM

Epidemiológico HC-UFPR Informativo do Serviço de Epidemiologia, SCIH e Hospital Sentinela

HOSPITAL DE CLÍNICAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

JUNHO de 2012 - Nº 10

ANTIBACTERIANOS: DIRETRIZES DE USO HC-UFPR Página 2

PREVENINDO

Per fil das Reações Transfusionais coletadas e analisadas no HC-UFPR em 2010/2011. Página 7

SRAGs

Portarias &

Notificações

Novas orientações para coleta de secreção nasofaríngea para o diagnóstico da coqueluche no site HC-UFPR. Confira. Página 7

sob controle

Notas do SEPIH sobre Coqueluche, SRAGs e Esporotricose. Página 4

Acompanhe a vigilância das SRAGs. Página 8


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SCIH - Serviço de Controle de Infecção Hospitalar

ANTIBACTERIANOS: DIRETRIZES DE USO hc-ufpr Em Março de 2012 foi lançado o Guia de Bolso “Antibacterianos: Diretrizes de Uso” do HC-UFPR. Este guia foi elaborado pelo Sub-grupo de Antimicrobianos/Antibióticos da Comissão de Farmácia e Terapêutica do HC/UFPR, que é composto por representantes do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar, do Serviço de Infectologia Adulto e Pediátrica, da Unidade de Farmácia Hospitalar e do Laboratório de Bacteriologia. O objetivo deste Guia é orientar o uso adequado de antibacterianos no HC-UFPR, tendo como critérios a eficácia, a segurança e os custos. Sabe-se que grande parte dos antibacterianos utilizados são desnecessários, ou ainda tem seu uso inadequado. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) “o uso racional de medicamentos exige que os pacientes recebam o medicamento apropriado, na dose adequada, por um período de tempo adequado e ao menor custo para si e sua comunidade”. É citado ainda que nos países em desenvolvimento, mais de 40% dos pacientes recebem antibióticos desnecessariamente, apenas 50-70% dos pacientes com pneumonia são tratados adequadamente e que até 60% dos pacientes com infecções virais de vias aéreas superiores recebem antibióticos de forma errônea.

Diagnóstico e tratamento efetivo das infecções

Uso adequado de antimicrobianos

O Guia de Bolso “Antibacterianos: Diretrizes de Uso” do HC-UFPR visa suprir algumas dúvidas em relação ao uso adequado de antibacterianos. Este trás as Diretrizes Gerais para Utilização de Antibacterianos; o Protocolo de Tratamento Empírico para Infecções Comunitárias em Adultos e Pediatrias e a Tabela de Doses de Antibacterianos para Adultos e Pediatrias.

DESTAQUES DO GUIA DE BOLSO ANTIBACTERIANOS

1- Nas diretrizes de uso foi orientada a infusão prolongada para o meropenem (3 horas) e para a piperacilina + tazobactam (4 horas). Estas têm por objetivo uma melhor resposta terapêutica, já que se trata de antibacterianos tempo dependente, ou seja, quanto maior o tempo que a concentração do antibacteriano permanecer acima da concentração inibitória mínima (CIM) maior a eficácia do mesmo. 2- Na tabela de doses para adulto foi incluído o custo/dia HC/UFPR com base na dose usual para o paciente adulto. Esta informação tem por objetivo a escolha do antibacteriano de menor custo sempre que a eficácia e a segurança forem garantidas.

Prevenção das infecções

Prevenção da transmissão

Estratégias da Campanha para prevenção da resistência aos antimicrobianos (Centers for Disease Control - CDC/EUA, em 2002) imagem: Anvisa

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SCIH - Serviço de Controle de Infecção Hospitalar 3- Abaixo, apresentamos os critérios do SCIH para indicação dos antibacterianos não padronizados e de alto custo:

DAPTOMICINA

– Uso restrito para MRSA e VRE. Utilizar para infecções complicadas de pele e partes moles, bacteriemias por S. aureus, incluindo endocardite do lado direito (monografia do medicamento - Laboratório Novartis). Evitar o uso em crianças. Não utilizar para trato respiratório.

LINEZOLIDA

- Para Enterococcus sp resistente a glicopeptídeos (VRE), optar pela daptomicina (menor custo) nas infecções de pele e partes moles. Optar pela tigeciclina (menor custo) nas infecções de pele, partes moles e intra-abdominais. - Para pneumonia por MRSA, isolado em cultura microbiológica. - Empiricamente, nas situações em que apesar da sensibilidade do germe ao antimicrobiano em uso, o paciente não estiver respondendo clinicamente (ex: pneumonia, fibrose cística, osteomelite).

TIGECICLINA

- Reservada para infecções de pele, partes moles e intra-abdominais, causadas por A. baumannii PAN, VRE, MRSA, ESBL e bactérias produtoras de KPC. A daptomicina, a linezolida e a tigeciclina são indicadas ainda, sempre que o MIC da vancomicina for > 1,0 μg/ml, de acordo com a topografia da infecção.

ERTAPENEM

– Uso restrito para pacientes do ambulatório do TMO. Nestes casos, não é necessária liberação do SCIH. Outras situações de necessidade de uso ambulatorial contactar o SCIH para liberação. A liberação depende da disponibilidade do produto na farmácia e autorização pela Direção. O Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) em parceria com o Serviço de Infectologia Clínica realiza o monitoramento diário do uso de antibacterianos, quanto à seleção, à posologia, as associações e o tempo de uso.

Versões impressas estão disponíveis para médicos e residentes da Medicina do HC-UFPR no SCIH do hospital.

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Equipe SCIH - Serviço de Controle Infecção do HC (41) 3360 18 42 scih@hc..ufpr.br Médica: Célia Inês Burgardt. Enfermeiras: Christiane J. N. Stier, Janislei Giseli Dorociaki, Maria Cristina Paganini., Karin L. Bragagnolo e Maria Edutania S. Castro. Farmacêutica: Izelândia Veroneze.


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Epidemiológico Notas do Servico de Epidemiologia Hospitalar – HC UFPR COQUELUCHE

Em vista do aumento do número de casos de coqueluche em várias partes do mundo, inclusive no município de Curitiba, onde até 31 de maio foram confirmados 56 casos, em 2012, é necessário implementar a vigilância da coqueluche, seu diagnostico e medidas de controle.

500mg, 1x/dia por 5 dias), claritromicina (adultos: 500mg 12/12h por 10 dias), sulfametoxazol+trimetoprim (40mg/ kg/dia SMX divididos de 12/12 horas ou 800mg SMX e 160mg TMP a cada 12 horas para crianças ≥ 40kg e adultos) ou levofloxacino (adultos: 500mg 1x/dia por 10 dias). Coletar o swab nasofaríngeo nos pacientes sintomáticos

DEFINIÇÃO DE CASO PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE antes de iniciar a antibioticoterapia, mas excepcionalmenFonte: Guia de Vigilância Epidemiológica

Suspeito

te a coleta pode ser feita ainda nas primeiras 72 horas após o início do tratamento.

- Todo indivíduo independentemente do estado vacinal, que apresente tosse seca há 14 dias ou mais, associado a um ou mais sintomas: >> tosse paroxística - tosse súbita incontrolável com tossidas rápidas e curtas (5 a 10) em uma única expiração. >> guincho respiratório. >> vômito pós-tosse. - Todo indivíduo independentemente da idade ou estado vacinal, que apresente tosse seca há 14 dias ou mais e com história de contato com caso confirmado de coqueluche pelo critério clínico.

A investigação laboratorial do caso suspeito e contatos íntimos com tosse inclui a coleta de secreção de nasofaringea com swab alginatado semeado em meio de transporte Regan-Lowe, encaminhado em temperatura ambiente para o setor de COLETA (de 2ª a 6ª feira) ou para a BACTERIOLOGIA (nos fins de semana e feriados, onde deverá ficar na estufa), após será encaminhado ao Lacen/PR para cultura da Bordetella pertussis. Em casos internados e com indicação específica pode ser feito também o aspirado nasofaríngeo para realização de PCR multiplex para bactérias respiratórias, que inclui a pesquisa do DNA da B. pertussis.

Critério laboratorial - todo o caso suspeito de coqueluche com isolamento B. pertussis Critério clínico-epidemiológico - todo o caso suspeito que teve contato com caso confirmado com coqueluche pelo critério laboratorial, entre o início do período catarral até 3 semanas após o início do período paroxístico da doença (período da transmissibilidade). Critério clínico - todo caso suspeito de coqueluche cujo o hemograma apresente leucocitose (acima de 20 mil leucócitos/mm3), desde que sejam obedecidas as seguintes condições: resultado de cultura negativa ou não realizada; inexistência de vínculo epidemiológico (vide intem anterior); após realizado diagnóstico diferencial não confirmado de outra etiologia.

O material será enviado para o LACEN, nos dias úteis até as 10 horas da manhã, após o ingresso da solicitação no GAL (sistema de informação do LACEN), que fica no setor de coleta. A técnica de coleta de secreção de nasofaringe a encontra-se no site do SEPIH-HC-UFPR http://

A indicação da quimioprofilaxia para os contatos íntimos foi recentemente ampliada em nosso meio, estando indicada para todos os contatos íntimos não vacinados completamente ou quando a última dose da vacina DTP ou DTPa foi há mais de 5 anos, visto ser este o período em que ocorre uma perda importante da proteção contra pertussis. Comunicantes íntimos imunosuprimidos tem indicação de quimioprofilaxia independente da idade e do estado vacinal.

Para todos sugerimos um controle rigoroso da vacinação básica (DTP ou DTPa aos 2-4-6 meses, 1º reforço com 15 meses e 2º reforço aos 4 anos). A profilaxia com a vacina dTpa está indicada para todos adolescentes e adultos, principalmente para quem trabalha com recém nascidos, lactentes e imunodeprimidos.Também crianças >6 anos, assim como gestantes ou puérperas cuja última dose de vacina pertussis tenha sido feita há mais de 5 anos, tem indicação de receber uma dose de dTpa.

Antimicrobianos são indicados tanto para o tratamento dos pacientes sintomáticos, como para a quimioprofilaxia dos contatos íntimos assintomáticos. A droga de escolha é a eritromicina (40-50mg/kg/dia, máximo 2g/dia, divididos de 6/6h) por, no mínimo, 7 dias ou idealmente por 14 dias para prevenir a recaída bacteriológica. Podem ser administrados também a azitromicina (10mg/kg/dia, máximo

NOTIFICAÇÃO COQUELUCHE

Confirmado

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www.hc.ufpr.br/files/coleta_de_secrecao_nazofaringea_coqueluche.pdf

O hemograma auxilia na confirmação do caso quando evidencia leucocitose acima de 20.000/mm3 e linfócitos acima de 10.000/mm3. O Rx de tórax pode mostrar infiltrados pulmonares “borrando” as bordas cardíacas (“coração franjado”), assim como auxilia no diagnóstico diferencial (pneumonias) e na identificação de complicações (broncoaspiração, etc), principalmente em crianças menores de 5 anos.

A coqueluche é doença de notificação obrigatória. Para a investigação e desencadeamento de ações de controle oportunas, a notificação deverá ser feita assim que fizerem a suspeição, para ao Serviço de Epidemiologia quando de 2ª a 6ª feira e para o plantão da SMS nos fins de semana e feriados para 9961-5194.


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Epidemiológico SINDROMES RESPIRATÓRIAS AGUDAS GRAVES - SRAG O inverno está chegando e já estamos detectando um aumento importante numero de com casos de edoenças Tabela:no Casos de SRAG coleta sem coletarespiratópor mês, 2012 rias agudas que necessitam hospitalização.

mês sem coletados vírus respiratórios, com coleta O Hospital de Clinicas da UFPR é sentinela para as SRAGs e realiza o monitoramento da circulação através da coleta sistemática de aspirado de nasofaringe dos pacientes hospitalizados com quadro respiratório. janeiro 4 6Esta atividade permite conhecer o perfil virológico em nossa área. fevereiro

4

5

maio

17

31

% c

Em 2011, praticamente não foram detectados casos de influenza A H1N1 2009 no Estado do Paraná. marco 2 Em 2012 até a17presente data já foram confirmados por laboratorio 42 casos de influenza A H1N1 2009, com 2 óbitos. A metade dos casos abril 8 17 está em Curitiba. No HC-UFPR, foram detectados 3 casos. O principal vírus entre as crianças é o Sincicial Respiratório. Entre os adultos temos identificado poucos agentes, pois Total Geral 35 a coleta não tem sido oportuna. O tempo ideal para a coleta é nas primeiras 72 horas, porem realizamos a mesma76em todos os pacientes, mesmo que cheguem ao HC com mais de 5 dias. Segue o gráfico com o número de casos por semana epidemiológica, gráfico por etiologia e gráfico por faixa etária.

Definição dos Casos de Síndrome Respiratória Agu- Casos deDistribuicao SRAG com e sem coleta por mês, mensal coleta dos virus respiratorios identificados da Grave, notificados pelo HC-UFPR, 2012 2012

mês VSR e semFlucoleta A* por adenovirus Tabela: Casos de SRAG com coleta mês, 2012 coronavirus parainfluenza III rin % de Total 0 janeiro 1 0 0 1 mês sem coleta com coleta coleta Geral 1 fevereiro 0 1 0 0 janeiro 46 60 10 0 marco 0 160 fevereiro 48 51 9 0 abril 0 056 marco 2 17 19 89 maio 13 2 0 1 0 abril 171 25 1 Total geral 8 28 3 368 maio 17 31 48 65 Total Geral *dentre os casos35de influenza A, temos 76 1 caso de H1N1 111 casos de infl 68 2009 e dois

Número de Casos de SRAG por semana epidemiológica Tabela: Casos de SRAG com coleta e sem coleta por mês, 2012 Por etiologia e gráfico faixa etária Distribuicao dospor casos positivos por faixa etária % de Distribuicao Totalmensal dos virus respiratorios identificados Faixa Flu Etária Total mês sem coleta com coleta coleta mês Geral VSR A* adenovirus coronavirus parainfluenza III rinovirus HTPM Bocavirus total 0 0 1 0 1 30 0 0 janeiro 4 6 60 janeiro 10 a)1< 1 ano fevereiro 0 1 a 4 1anos 0 0 1 0 15 0 0 b) fevereiro 4 5 9 56 Tabela: Casos de SRAG com coleta e sem coleta por mês, 2012 marco 6 0 0 1 0 0 0 0 1 marco 2 17 % de 19 c)85 a 140 anos 1 89Totalabril 0 0 2 1 1 f) 30 a 39 anos 1 Obs: Dentre os maiores de 50 anos (10 casos), foram coletdos abril 8 17 25 68 mês sem coleta com coleta coleta Geral maio 13 2 0 1 0 8 0 1 amostras de 5 casos, de VSR. Total 3 anos 1 3 1 11 2 1 2 janeiro 4 sendo maio 17 positivo6 em311 caso 60 65 10 geral 48 g)2840 a 49 h) 50 a 59 anos 0 fevereiro 4 35 em 2 casos, 5 9 56 deles Total 76 111 68 fatal, FoiGeral identifcado Legionela sendo um *dentre os casosi)de60influenza temos 1 caso de H1N1 2009 e dois casos de influenza A não a 69 A,anos 1 especificada não incluído na lista do vírus respiratórios. marco 2 17 19 89 Total geral 50 abril 8 17 25 68

maio 17 31 48 65 Distribuição Mensal dos Vírus Respiratórios Identifi cados Distribuicao dos casos positivos por faixa etária Total Geral 35 76 111 68 OBS:Dentre os maiores de 50 anos (10 casos), foram coletadas amostras Distribuicao mensal dos virus respiratorios identificados Faixa Etária Total mês VSR Flu A* adenovirus coronavirus parainfluenza III rinovirus a)HTPM VSR. total < 1 ano Bocavirus 30 os casos de Influenza A, janeiro 1 0 0 1 0 1 b) 1 a04 anos 0 3 Dentre temos 2 casos H1N1 e um Foi identificado Legionela em15dois casos, sendo um2009 deles fatal, não incluí fevereiro 0 1 0 0 1 0 c) 5 a014 anos 0 2 caso 1de Influenza A não especiDistribuicao marco mensal dos6 virus respiratorios 0 0identificados1 0 0 0 0 7 ficada. a 39 anos total 1 mês VSR Flu A* adenovirus coronavirus parainfluenza III rinovirus HTPM f) 30Bocavirus abril 8 0 1 0 0 2 1 1 13 g) 40 a 49 anos 2 janeiro 1 0 0 1 0 1 0 0 3 maio 13 2 0 1 0 8 0 1 25 fevereiro 0 1 0 0 1 0 0 h) 50 a 590 anos 2 0 3 0 1 1 3 1 0 110 1 2 7 50 marcoTotal geral6 28 0 0 i) 60 a 690anos 1 abril 8 0 1 0 0 2 1 Total geral1 13 50 (41) 3360 10031ou (41) casos A,0 temos caso H1N11003 20090 eepidemio@hc.ufpr.br dois casos 8de influenza0 A não especificada maio *dentre osSEPIH 13 -deHC2influenza 1 de3360 1 25 Total geral

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Médica Resp.: Suzana D. Moreira. Médica: Célia R. T. Pinto. , Cléa Elisa L. Ribeiro, Enf.: Adeli P. de Medeiros, Elizabeth S. Wistuba, Rosa Helena S. Souza, 28 na M.3Rodrigues 1 Roldan e 3Cristina Garcia1 Beckert Batista. 11 Assessoria 1 2 50Evelyn T. de Almeida. Aux. Adm.: Juçara M. de Oliveira. Acad. Rufi de Comunicação: OBS:Dentre maiores de 50 K.anosFernandes. (10 casos), foram coletadas amostras em 5casos, sendo 1 positivo para de Medicina: Bárbara K. Connolly, Talita M. L. da Silva e Mariana M. Bando. Aux.osTéc.: Monica

VSR. *dentre os casos de influenza A, temos 1 caso de H1N1 2009 e dois casos de influenza A não especificada


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Gerenciamento de Riscos

PERFIL DAS REAÇÕES TRANFUSIONAIS NOTIFICADAS E ANALISADAS NO HC-UFPR EM 2010/2011 A implantação do Sistema de Hemovigilância no HC-UFPR Tabela 1 -Reações Transfusionais - 2010 Total de iniciou com a adesão ao Projeto Hospitais Sentinela (ANVITransfusões de Hemocomponentes no Período SA) em maio de 2002. Um amplo avanço nesta área ocor22150 reu com a constituição do Comitê Transfusional (CT) nesta instituição em 2005, conforme resolução RDC n. 153 de 14    de junho de 2004 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária [1].        O CT com a finalidade de monitorar a prática hemoterápica local, tanto para a gestão e utilização racional do sangue como para a redução de incidentes na área, buscou construir parceria com a Hemovigilância local. Desta forma, houve o direcionamento do trabalho em conjunto da análise dos incidentes transfusionais, bem como da avaliação de processos e indicação de medidas corretivas e preventivas nos mesmos, de maneira a tornar a prática transfusional cada vez mais segura na instituição, com a utilização das práticas educativas realizadas pelo CT [2]. O perfil das reações transfusionais notificadas e analisadas no Hospital de Clínicas da UFPR de 2010 a 2011, foi obtido a partir de pesquisa quantitativa de caráter retrospectivo, efetuada mediante a análise das Fichas de Notificação de Reação Transfusional referentes aos anos de 2010 e 2011. Os resultados obtidos podem ser observados nas tabelas, sendo a Tabela 1 referente aos resultados de 2010 e a Tabela 2 referente aos resultados de 2011.

 



           

 

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  

  

Tabela 2 - -Reações Transfusionais   - 2010 Total  de

  no Período  Transfusões de Hemocomponentes   

   19897   



          Um dos resultados da parceria CT e Hemovigilância, con sistiu no aumento do número de notificações de reações 

transfusionais e na melhoria da qualidade das informações   obtidas nestas notificações. 

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 

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  Em 2010 há o registro de 367 Reações Notificadas no es-  tado do Paraná, sendo que o HC-UFPR foi responsável por    93 destas, representando 25,3% do total de notificações estaduais. Esta contribuição progrediu de forma significativa em 2011, reflexo positivo da estreita parceria entre CT e Hemovigilância. Hemovigilância, em todo o ciclo do sangue como na área de notificações de reações transfusionais torna-se essenA RDC 57 de 16 de dezembro de 2010 da Agência Nacional cial para a continuidade e aperfeiçoamento da qualidade de Vigilância Sanitária (ANVISA) e a Portaria 1353 de 13 de desses produtos. Desta forma, acredita-se na conquista junho de 2011 do Ministério da Saúde (MS) levaram a inte- de resultados quantitativos mais significativos, com a amgração da Hemovigilância ao CT, o que reflete uma prática pliação do número de notificações e a consequente dimique já havia sido construída de forma natural no Hospital nuição de subnotificações. Este fato, por sua vez, contribui de Clínicas da UFPR [3,4]. para as ações da vigilância sanitária e minimização dos riscos transfusionais, melhoria da qualidade dos dados nas fiSendo o ato transfusional não isento de riscos neste pa- chas de notificação e coerência das informações descritas. tamar de evolução da hemoterapia, e atendendo a Legislação vigente, realizar ações conjungadas entre CT e

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Equipe do Hospital Sentinela (41) 3360-7956 Cord. Luciane Aparecida Liegel, Enf. Leila Soares Seiffert, Farm. Cleni Veroneze, Enf. Néri Lúcia dos S. Solheid , Farm. Izelândia Veroneze, Bioq. Ana Cristina Matheus Medeiros, Enf. Mirela P.Veran, Enf. Leomar Albini, Adm. Cláudio Messias e Farm.Camila Dallabrida.


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Alerta & Eventos Alerta

SRAGS - Síndrome Respiratórias Agudas Graves A Secretaria da Saúde confirmou 42 casos e 2 obitos por gripe A (H1N1) no Paraná em 2012, até dia 12 de junho. Este dado é oriundo do monitoramento constante das síndromes respiratórias. Desde então, o Estado ampliou os exames para diagnosticar mais tipos de vírus respiratórios no Laboratório Central do Estado (Lacen) e aumentou as unidades-sentinelas em diversos municípios. (fonte: SESA). Mais informações: http://www.sesa.pr.gov.br/arquivos/File/InformeSE212012.pdf (página 15) O SEPIH HC-UFPR intensificou a vigilância das SRAGs. De janeiro a maio foram investigados 111 casos, sendo 48 desdes foram neste último mês. Importante: vacinação da população de risco, tratamento oportuno com tamiflu, toilete da tosse, higienização das mãos. ESPOROTRICOSE SURTO DE ESPOROTRICOSE TRANSMITIDA POR GATO NO MUNICIPIO DE QUATRO BARRAS DEFINIÇÃO A esporotricose é uma doença causada pelo Sporothrix schenckii - um fungo dimórfico que vive no solo em associação com restos vegetais, em regiões de climas temperado e tropical úmidos. A doença se dá por meio de ferimentos com materiais contaminados, como farpas e espinhos, mas também pelo contato com animais contaminados, especialmente o gato. (fonte: CIEVS - Centro de Informações em Vigilância em Saúde) Foi notificado pelo SEPIH no mês de maio um surto de esporotricose no município de Quatro Barras. O caso índice foi uma menina de 12 anos, com quadro de nódulos em face, atendida no Pronto Atendimento, cujo gato havia morrido com várias ulceras pelo corpo. A paciente referiu que seu irmão e um vizinho tinham problemas semelhantes. Após a notificação para a Secretaria Municipal de Saude (SMS) e Secretaria Estadual de Saúde (SESA), estas organizaram visitas de campo para identificação dos casos e dos animais doentes, assim como realizaram palestras educativas. Os pacientes estão sendo tratados no ambulatório da infectologia com a medicação especifica (itraconazol) que foi liberada pelo CEMEPAR. A SESA PR está realizando a busca ativa de outros casos ampliada para toda a região

PORTARIAS & NOTIFICAÇÕES Veja as novidades no site do HC-UFPR Orientação: >> Coleta de Secreção Nasofaríngea para o Diagnóstico da Coqueluche no site HC-UFPR: http://www.hc.ufpr.br/files/coleta_de_secrecao_nasofaringea_coqueluche.pdf

eventos VI Jornada Paranaense de Infectologia Pediátrica 21-23 junho de 2012 | Rua Desembargador Cavalcanti 550 - Mercês - Curitiba - Paraná Informações 41 3223 2570 pediatriaparana@terra.com.br

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Agravos de Notificação Compulsória, 2012, no HC-UFPR                                                                   Fonte: Serviço de Epidemiologia do HC-UFPR

* Dados quantificados a partir de abril/2012, através da seleção dos CIDs.

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BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO HC- UFPR - junho de 2012

Epidemiológico

ministério da saúde seleciona o sepih-hc-ufpr para treinamento

Da esq. para a dir: Elizabeth Wistuba, Juçara de Oliveira, Rufina Roldan, Adeli Medeiros, Raquel de Oliveira, Cristina Batista, Suzana Moreira, Mônica Fernandes e Gisele.

No mês de maio a equipe do SEPIH - Serviço de Epidemiologia Hospitalar do HC-UFPR recebeu a visita de duas representantes do setor de Vigilância Epidemiológica Hospitalar do MS - Ministério da Saúde. Raquel Borges de Oliveira e Polyanna Ribeiro conheceram todas as atividades desenvolvidas pelo serviço de epidemiologia do HC-UFPR a fim de vivenciar o dia-a-dia e as rotinas da vigilância epidemiológica. Esta visita faz parte de um treinamento do Ministério da Saúde com duração de uma semana para cada técinica.

Da esq. para a dir: Cristina Batista, Rufina Roldan, Polyanna Ribeiro e Adeli Medeiros.

Expediente Projeto gráfico: André Heib Barbosa – www.andheibs.com

Coordenação, edição e revisão: Evelyn Thais Almeida


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