A intemporatidade do Sermão de Santo António aos Peixes

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A intemporalidade do Sermão de Santo António aos Peixes Alunos do 11ºA, orientação de Lurdes Silva

Agrupamento de Escolas da Póvoa de Lanhoso

Rua da Misericórdia 4830-503 Póvoa de Lanhoso

Junho de 2014


Agrupamento de Escolas de Póvoa de Lanhoso – 30.Jan.2014

Maratona de Leitura Connecting Classrooms / eTwinning

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Textos que serviram de suporte à apresentação multimédia realizada para a comunidade escolar 30.Janeiro.2014

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O projeto Connecting Classrooms (CC), promovido pelo British Council, desenvolveuse entre 2010/11 e 2012/13, numa rede de escolas portuguesas e europeias integradas na comunidade eTwinning (www.etwinning.net). O dia 30 de Janeiro assinala o Dia da Paz e da Não-Violência Escolar tendo, desde 2012, passado a ser assinalado pelas escolas do ENA Cluster (incluía escolas do Norte de Portugal e escolas do Reino Unido, República Checa e Grécia) como o Dia do Connecting Classrooms, já que a luta pelos valores da Paz foi um dos principais objetivos do CC. Após a conclusão do projeto, parte das escolas portuguesas do ENA Cluster – Agrupamento de Escolas de Póvoa de Lanhoso e as Escolas Secundária Carlos Amarante (Braga), Secundária Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves (Valadares), Básica Eugénio de Andrade (Paranhos, Porto) e EB2,3 de Matosinhos – no âmbito do eTwinning, decidiram continuar o trabalho colaborativo através da celebração conjunta do dia 30 de janeiro onde se inclui uma “Maratona de Leitura”. Esta atividade pretende alertar as comunidades escolares para a importância da palavra no desassossego das consciências e na promoção da paz. Em janeiro de 2014, os alunos do 11ºA, do Agrupamento de Escolas de Póvoa de Lanhoso, trabalharam, no âmbito da disciplina de Português, o Sermão de Santo António aos Peixes, do Padre António Vieira, e construiu os textos que integram o presente eBook. Este conjunto de textos integrou uma apresentação multimédia para a comunidade escolar com a qual se pretendeu alertar para a intemporalidade dos escritos do Padre António Vieira, bem como para a necessidade de se estar atento às situações de discriminação para que não possam ser toleradas.

Autores: Alunos do 11º ano, turma A, do Agrupamento de Escolas de Póvoa de Lanhoso - Ana Beatriz Rodrigues, Ana Maria Ribeiro, Ana Matilde Dias, Ana Rita Barros Silva, Andreia Alves, Cristiana Fernandes, Diana dos Santos Araújo, Hugo Manuel Oliveira, Inês Lourenço, João Manuel Afonso, José Pedro Gonçalves, Júlio António Gonçalves, Maria Catarina Machado, Mariana Ferreira, Roberto Silva, Sara Catarina Lopes, Sara Conde Vieira, Sónia Raquel Brito, Vasco Teixeira Orientação: Lurdes Silva, professora de Português Imagem de capa: Diana Araújo, aluna do 11ºA Edição: Agrupamento de Escolas de Póvoa de Lanhoso, Rua da Misericórdia, 4830-503 Póvoa de Lanhoso http://espl.edu.pt/ Licença:

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Bom-dia! Em pleno século XXI, continuam a ocorrer situações que nos melindram e problemas que afetam a nossa sociedade. Uns mais que outros, todos eles são realidades bem atuais. Alertar e sensibilizar para a urgência de mudar esta realidade negativa e mostrar a necessidade de uma voz de alerta e de denúncia é possível, como foi, no século XVII, a de Padre António Vieira. Exemplo disso é um dos seus sermões, o de Santo António aos Peixes. Injustiças e falcatruas da sociedade foram denunciadas, pode mesmo afirmar-se que este é uma grande aula de louvor à dignidade humana. Padre António Vieira menciona exemplos de violência, de pobreza, de escravidão. Se todos nós o lêssemos, o interpretássemos e o aplicássemos às nossas vidas e ao Mundo de hoje, teríamos, certamente, um Mundo mais solidário e com mais paz. Na realidade, Padre António Vieira defendeu as ideias de justiça social, de igualdade, de dignidade humana, de liberdade, de solidariedade e de diversidade cultural. Daí a sua atualidade quatro séculos depois da sua morte, mostrando que os problemas e os males do mundo de outrora continuam a existir no Mundo de hoje. Viveu intensamente com os pés no presente, olhando para o passado para ter raízes e não repetir erros; e com os olhos no futuro para construir um Mundo melhor para as próximas gerações, demonstrando uma grande capacidade de análise e crítica aos vícios humanos… O que impressiona é exatamente isso: o vigor e a atualidade do seu pensamento e do seu conhecimento. Padre António Vieira já dizia “os grandes comem os mais pequenos”, ou seja, os mais pobres, os mais fracos, são sempre enganados, explorados pelos mais fortes, pelos mais poderosos; ou então “ainda não está sentenciado, já está comido”, o mesmo será dizer, ainda não foi julgado, logo, não sabemos se é considerado culpado ou se é inocente e já foi tratado como um criminoso. Ora, quantas vezes se vê os media julgarem quem quer que seja sem provas? Se hoje comparássemos as notícias de um jornal com um dos seus sermões encontraríamos, sem dúvida, várias semelhanças. Vamos, agora, tentar mostrar-vos como lemos o sermão, como o interpretámos, como o exercitámos, como o queremos para o futuro, como nos transformámos com a sua leitura… Assim, cada um de nós criou um texto escolheu uma música e/ou criou uma imagem para melhor ilustrar o seu ponto de vista. Peço-vos, agora, a vossa atenção. Obrigada.

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“Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão” Padre António Vieira

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Na Declaração Universal dos Direitos Humanos estão inscritos um conjunto de direitos e liberdades básicas que todos os seres humanos possuem. Um dos direitos mais importantes nela presente diz o seguinte: “Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão, a escravatura e o tráfico de escravos sob todas as formas estão proibidas”. Para que a escravatura fosse finalmente abolida foi necessário a ajuda de muitas pessoas cujo empenho e dedicação tanto fizeram pelo nosso mundo. O nosso grande orador português, Padre António Vieira, também defendeu os direitos e a liberdade daqueles que eram mantidos como escravos. Tendo sido um homem de imensa genialidade tornou-se num dos mais influentes do seu tempo graças aos seus dotes políticos e oratórios. Na sua obra está presente uma tentativa de criticar o comportamento dos colonos que exploravam os índios e se serviam da sua mão-de-obra, ou seja, enriqueciam graças à escravatura. O Sermão de Santo António aos Peixes é dedicado principalmente aos homens que, sendo fortes e poderosos, aproveitam-se e oprimem os mais fracos, comportando-se sem qualquer sentimento. É, por outras palavras, a sua tentativa de criticar os vícios dos colonos que por sua vez se apoderavam dos índios e sujeitavam-nos a um regime de escravidão. Ao longo de todo o sermão é possível encontrar marcas carregadas de forte ironia, comparando os homens aos peixes. Alguns exemplos de críticas que o autor faz podem ser encontrados no capítulo V quando compara os arrogantes aos roncadores; os parasitas sociais aos pegadores; os ambiciosos aos voadores e aos traidores e falsos ao polvo – criticando desta maneira “os grandes” que “exploravam os pequenos”. Concluímos, que o seu sermão, ainda tão atual, é uma prova não só da sua inteligência mas também do travar de uma luta contra a escravatura.

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Imagem adaptada por Hugo Oliveira

“A essência dos Direitos Humanos é o Direito a ter direitos” Hannah Arendt

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Ah!…Todos nós somos iguais! Será que todos são tratados com dignidade? É claro que não. Só alguns países e, principalmente algumas pessoas, respeitam os Direitos Humanos, que ao contrário de outros, os conhecem e contribuem para que continuem a ser respeitados e realizados. Direitos básicos, como a liberdade e a igualdade, só se tornaram possíveis porque pessoas lutaram por eles. É importante salientar, que esta consciencialização da existência dos direitos tem vindo a mudar nos últimos anos, não só porque muitos dos cidadãos os cumprem, mas também porque se realizam campanhas que sensibilizam a população e porque há uma maior facilidade na troca de informação com as pessoas através dos meios de comunicação. Hannah Arendt, uma das grandes filósofas do século XX, afirmou que: “a essência dos Direitos Humanos é o direito a ter direitos”. Até mesmo nos países desenvolvidos, os direitos não estão a ser respeitados. Um exemplo disso é a escravatura, que não surgiu na atualidade! Já no séc. XVII, Padre António Vieira tinha mencionado, no Sermão de Santo António aos Peixes, que os povos indígenas eram explorados e vítimas de escravidão. Infelizmente, não é preciso recuarmos tanto ao passado, porque mesmo agora se verifica esta terrível situação. Ainda há poucos meses, aqui em Portugal, uma operação policial deteve suspeitos que exploravam romenos na apanha da azeitona, no Alentejo. O mais grave, porém, é que a exploração de humanos ocorre em todo o mundo e ninguém trava este flagelo. São muitos os que são enganados e que emigram à procura de uma vida melhor e, que na verdade, vão trabalhar sem receber, muitas das vezes passam fome e não têm habitação. Na Declaração dos Direitos Humanos, particularmente no artigo nº 4, é referido que ninguém será mantido em escravatura ou em servidão. Mais uma prova de que os direitos estão a ser violados.

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O Combate à escravatura é urgente! Um caminho poderá ser através da educação

Tomemos como como exemplo, a jovem, Malala que nos diz: “Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o Mundo. A educação é a única solução. Primeiro a educação.”. A educação pode mesmo mudar o Mundo e as

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vidas.

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Na Constituição Portuguesa pode ler-se que a educação deve ser igualmente gratuita para todos, pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental, o que faz todo o sentido. Já Kant dissera que “o homem não é nada além daquilo que a educação faz dele.”, isto porque é a educação que distingue o homem de todos os outros seres do mundo pois é através da mesma que ele é ensinado a utilizar a razão, a pensar, a ter um determinado conjunto de valores pelos quais rege os seus comportamentos, a ter uma opinião e o seu próprio ponto de vista. Sem a educação, todos nós seríamos seres irracionais, ainda que dotados de razão, pois teríamos em falta a maior arma que é saber utilizá-la. Remontemos ao século XVII, mais particularmente ao “Sermão de Santo António aos Peixes”, neste sermão Padre António Vieira critica fortemente os colonizadores que manipulavam, controlavam e se aproveitavam dos colonos. Isto acontecia devido ao facto de esses colonos nunca terem tido uma educação e por isso serem mais frágeis e fáceis de enganar. A conclusão a que se chega é àquela a que também Condorcet chegou, “Sob a mais livre das constituições, um povo ignorante é sempre um povo escravo”. É certo que todas estas críticas tiveram algum efeito e a prova é que hoje em dia o número de pessoas privadas de educação é bastante menor, mas também é certo que as mudanças não podem nem devem ficar por aqui, dado que atualmente há ainda muitos casos de manipulação e desrespeito por parte dos mais poderosos em relação aos mais carenciados, pois estes últimos não têm capacidade de se defender ou argumentar contra os outros, já que nunca foram ensinados a fazê-lo. Diferenças hão de existir sempre mas isso não nos impede de as tentar minimizar, sobretudo nós, os mais jovens, que somos o futuro de hoje, mas o presente de amanhã.

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© Imagem de Diana Araújo

Diferenças hão de existir sempre mas isso não nos impede de as tentar minimizar, sobretudo nós, os mais jovens, que somos o futuro de hoje, mas o presente de amanhã.

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E assim caminharmos rumo ao futuro num mundo sem corrupção. Sabemos que o Homem é uma criatura egoísta e o dinheiro potencia esse efeito. “É que os peixes como os homens se comem uns aos outros”, é uma frase que resume bem aquilo que pretendo explicar. Em vez de ficarmos unidos e tentarmos, de forma justa, trabalhar para atingirmos os nossos objetivos, muitos escolhem um caminho mais fácil. Isto não se aplica apenas à atualidade, mas também ao passado, o que demonstra a intemporalidade do Sermão de Padre António Vieira. Assim sendo, podemos dividir a sociedade em dois grupos: aqueles que têm muito dinheiro e aqueles que têm pouco. As pessoas com grande poder económico muitas vezes “compram” e aproveitam-se daquelas que estão numa situação mais frágil apenas para cumprir os seus objetivos ou então escapar da humilhação. O suborno já faz parte do dia-a-dia de muitas pessoas. Em Portugal não é exceção. Cada vez mais aparece o suborno como alvo de investigação pela polícia, mas até a polícia muitas vezes é subornada para que a ilegalidade seja “esquecida”. O pior é que os que têm muito dinheiro e não têm escrúpulos nem dignidade saem ilesos das situações de conflito e os que não têm poder económico e foram envolvidos de qualquer forma nesse conflito é que vão sofrer as consequências, pois “Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. Se fora pelo contrário, era menos mal”. Ora, isto leva-nos a pensar se realmente podemos confiar na justiça. Porém, acontece muitas vezes a falta de justiça e a igualdade quebrada tornar as pessoas mais fortes e estas sentirem-se obrigadas a lutar contra a corrupção. Este pressuposto poderia ser alterado, bastaria começar pelo mais básico: a educação. A escola tem um papel fundamental no combate contra este movimento e como foi referido já pela minha colega “um aluno, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo”. Apesar da desigualdade, da fome e das guerras, pequenas luzes começam a acender-se para iluminar a escuridão que ainda perdura. A força para mudar o mundo está em cada pessoa, mas o poder para o fazer está, pelo menos em parte, em nós, jovens, alunos que têm o privilégio de frequentar a escola, que têm educação.

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“Não pervertam a justiça nem mostrem parcialidade. Não aceitem suborno, pois o suborno cega até os sábios e prejudica a causa dos justos” Moisés (Deuteronómio 16:19)

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Enquanto partidário desse grupo, o dos estudantes, atrevo-me a apelar à aplicação da justiça e a tomar como referência Padre António Vieira que com o poder da palavra acreditava poder viver num mundo mais igual. Porém, o Homem continua indiferente e continua a invadir, ou seja, a não respeitar, os direitos implementados aquando da promulgação dos Direitos do Homem; continua a olhar e a viver apenas e só em seu próprio benefício, de um modo egoísta, martirizando, sendo iníquo, e vivendo da miséria de outros. Já Moisés dizia: “Não pervertam a justiça nem mostrem parcialidade. Não aceitem suborno, pois o suborno cega até os sábios e prejudica a causa dos justos.” (Deuteronómio 16:19). Que justiça e que justos vivem ou viveram para que houvesse e ainda haja hoje gente que apenas pensa em conseguir mais e mais, porque “No mar, pescam as canas, na terra, pescam as varas, (e tanta sorte de vara); pescam ginetas, pescam bengalas, pescam bastões e até os cetros pescam, e pescam mais que todos, porque pescam cidades e reinos inteiros”. Já o afirmava Padre António Vieira com toda a convicção….e a verdade é que ainda hoje são muitos os que não olhem a meios para conseguirem alcançar os seus objetivos.

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….e a verdade é que ainda hoje são muitos os que não olhem a meios para conseguirem alcançar

os seus objetivos… A ponto de Padre António Vieira referir a

antropofagia social, proferindo: “Morreu algum deles, vereis logo tantos sobre o miserável a despedaçá-lo e comê-lo”; “ São piores os homens que os corvos.” Mas, felizmente há homens que se pautam por outra conduta e ainda no século XX houve um homem que tentou que os corações dos homens fossem mais recetivos ao amor e à igualdade, à semelhança de Padre António Vieira, o notável Nelson Mandela, que apesar de ter sido prisioneiro num regime de segregação racial, nunca desistiu da luta pela igualdade, justiça e democracia na África do Sul, o seu país de origem, onde mais tarde fez jus ao que proclamou: “Sonho com o dia em que todos levantar-se-ão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos."

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“O impossível é só uma opinião.” Nelson Mandela

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Também já dizia o grande Nelson Mandela “O impossível é só uma opinião.”. E a Declaração Universal dos Direitos Humanos refere no seu artigo nº5 que “Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes”, ora está claro que cada vez mais os direitos humanos são ignorados pela Humanidade. Conceitos como justiça, liberdade, propriedade e vida estão a cair em desuso. Parece-vos isto bem?! Hoje em dia deparamo-nos com títulos como “Balanço dos mortos no Sudão do Sul ultrapassa em muito um milhar, segundo a ONU” devido aos combates existentes entre o governo e os rebeldes (Sic Notícias, 10.01.2014); “Empregada doméstica de 10 anos torturada até à morte” por suspeita de roubo (Tvi24, 12.01.2014); “Oito mortos e 12 feridos em atentado em Bagdad” na sequência da explosão de um carro armadilhado ” (Tvi24, 12.01.2014). Mediante estas tristes realidades, diversas organizações quer governamentais quer não-governamentais demonstram preocupação em fazer cumprir o expresso na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Apesar de diversos países assinarem uma série de convenções, tratados e declarações que visam garantir os direitos humanos fundamentais, verifica-se, diariamente, a violação desses direitos. Em suma, por mais iniciativas que haja por parte dos governantes, a Humanidade está eternamente condenada a atitudes medíocres. Não estará o Homem interessado em mudar o mundo? Haverá guerra, haverá fome, haverá tortura e injustiça enquanto a mentalidade humana não progredir! Impossível mudar? - Não! Bastará cada um pensar que deve fazer o que lhe cabe por dever e por direito!

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E não nos esqueçamos de que a raça, a cor, a riqueza, não passam apenas de elementos acessórios, sem eles somos todos iguais, somos todos seres humanos. Sejamos capazes de mover montanhas pela Vida em liberdade com dignidade, não nos instalemos nem nos acomodemos e lutemos, tomando como mote Ser descontente é ser homem.

“Ser descontente é ser homem” Fernando Pessoa (Quinto Império in Mensagem)

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