Revista O LOJISTA - edição de março/abril de 2019.

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Mensagem do Presidente

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgada pelo IBGE em 29 de março, a taxa de desemprego no País, referente ao trimestre de dezembro de 2018 a fevereiro de 2019, aumentou para 12,4%, atingindo mais de 13 milhões de brasileiros e representando a entrada de mais 892 mil pessoas na população desocupada. A mesma pesquisa aponta que é recorde a população fora da força de trabalho, de 65,7 milhões de pessoas, o maior da série do IBGE, além de trazer outros dados igualmente negativos. Na véspera da divulgação desta pesquisa, o Banco Central revisou a sua expectativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro para 2019. Em dezembro de 2018, o BC projetava alta de 2,4% e, agora, espera que a economia cresça 2% neste ano. Se a conjuntura geral já é muito preocupante, no Rio de Janeiro ganha contornos ainda mais dramáticos, devido ao recrudescimento da violência. Assombrados por uma profunda crise financeira, política e ética, há mais de três anos, tanto a capital como os outros 91 municípios fluminenses sofrem com a violência, com o desemprego e com a má qualidade dos serviços públicos essenciais, como Educação, Saúde, Transporte, Saneamento Básico e Segurança. Além de afetar negativamente a qualidade de vida da população, tudo isso afasta investimentos, consumidores e turistas, e prejudica a arrecadação de impostos. Considerando que, segundo o IBGE, o Rio de Janeiro tem o terceiro maior contingente populacional dentre os estados, a situação é extremamente grave. Diante desse quadro, chegamos ao mês de abril com muitas expectativas, mas sem avanços signifi-

cativos. Sabemos que uma crise de tal magnitude como a que ainda vive o Rio de Janeiro não será revertida da noite para o dia. No entanto, passou da hora de os poderes instituídos buscarem a convergência de ideias e propósitos para enfrentarem, efetivamente, os gigantescos desafios que se impõem para a reconstrução do nosso estado. O momento exige união, comprometimento e muito trabalho de todos os agentes envolvidos. Exige diálogo, pautado pela transparência e pela ética, com a sociedade, por meio de suas organizações representativas, para a urgente definição conjunta de ações e medidas que, implementadas, contribuam para o combate à violência e para a melhora das condições necessárias à recuperação da nossa economia. Nesse sentido, o SindilojasRio e o CDLRio têm participado ativamente de diferentes fóruns de discussão e da articulação política nas esferas municipal, estadual e também federal, atuando junto aos poderes executivo, legislativo e judiciário. Representando mais de 22 mil empresas lojistas, de mais de 30 diferentes segmentos e que geram centenas de milhares de empregos, nossas entidades estão empenhadas em apoiar e propor soluções que permitam a revitalização econômica do Rio de Janeiro e seu desejado e consequente desenvolvimento social. Apesar de todos os seus graves problemas, o Rio de Janeiro ainda é a grande vitrine do Brasil. Se o Rio de Janeiro vai mal, o Brasil vai mal. Está na hora de virar esse jogo. É hora de agir!

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Hora de agir

Aldo Gonçalves Presidente do SindilojasRio e do CDLRio

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SUMÁRIO 6

ATUAÇÃO INSTITUCIONAL

RIO DE JANEIRO SÓ VOLTARÁ A CRESCER COM UNIÃO E MUITO TRABALHO SindilojasRio e CDLRio cobram diálogo e ação conjunta dos poderes Executivo e Legislativo em defesa do comércio.

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PESQUISAS

COMÉRCIO CARIOCA GASTOU R$ 1,8 BI COM SEGURANÇA EM 2018 Recursos que poderiam ser investidos na ampliação e melhoria dos negócios, em qualificação profissional de equipes. Fortalecendo o setor que gera milhares de empregos e renda.

MERCADO E TENDÊNCIAS

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CURIOSIDADES

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ARTIGO

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SAÚDE E BEM-ESTAR

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SERVIÇOS PARA O LOJISTA

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LEGISLAÇÃO E TRIBUTOS

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HISTÓRIA DO COMÉRCIO

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OPINIÃO

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CAPA

MULHERES NO COMANDO Empresárias lojistas contam um pouco de suas trajetórias bemsucedidas no comércio.

expediente Diretoria do SindilojasRio

Diretoria do CDLRio

O Lojista:

Presidente Aldo Carlos de Moura Gonçalves Vice-Presidente: Julio Martin Piña Rodrigues Vice-Presidente de Relações Institucionais: Roberto Cury Vice-Presidente de Administração: Ruvin Masluch Vice-Presidente de Finanças: Gilberto de Araújo Motta Vice-Presidente de Patrimônio: Júlio Moysés Ezagui Vice-Presidente de Marketing: Juedir Viana Teixeira Vice-Presidente de Associativismo: Pedro Eugênio Moreira Conti Vice-Presidente de Produtos e Serviços Salomon Mordokh Dassa Gerente Geral José Belém

Presidente Aldo Carlos de Moura Gonçalves Vice-Presidente: Luiz Antônio Alves Corrêa Diretor de Finanças: Szol Mendel Goldberg Diretor de Administração: Carlos Alberto Pereira de Serqueiros Diretor de Operações: Ricardo Beildeck Diretor Jurídico: João Baptista Magahães Diretor de Associativismo: Jonny Katz Superintendente Administrativo: Abraão Flanzboym

Conselho de Redação SindilojasRio: Juedir Teixeira Andréa Mury CDLRio: Abraão Flanzboym Lúcio Ricardo Editor Responsável: Luiz Bravo (Registro Profissional MTE nº7.750) Reportagem: Igor Monteiro Publicidade: (21) 2217-5000 Ramais 202, 272 e 273 Corretor: Santos: (21) 98682-1128

Revisão: Andréa Mury Lúcio Ricardo Fotógrafo: Arthur Eduardo Silva Pereira Secretário: Eduardo Farias Supervisão Gráfica e capa: Leonardo Lisboa Diagramação: Márcia Rodrigues Eduardo Farias Publicação bimestral do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro – SindilojasRio e do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro – CDLRio

Versão On-line: www.cdlrio.com.br e www.sindlojas-rio.com.br


ATUAÇÃO INSTITUCIONAL E PARCERIAS

Profissionais da Contabilidade Essenciais no dia a dia das empresas

Quatro datas marcam a profissão do contabilista no Brasil: 12 de janeiro, Dia do Empresário Contábil; 25 de abril, Dia do Profissional da Contabilidade; 22 de setembro, Dia do Contador; e 20 de novembro, Dia do Técnico em Contabilidade. E há quem ressalte que, para os contabilistas, seja quais forem suas funções ou posições, todos os dias são do contador ou do contabilista. A Ciência Contábil e o seu profissional evoluem juntos. É uma tendência natural, visto que a Contabilidade entrou na era da informação. Após o registro definitivo – obtido por meio do Exame de Suficiência – o contador poderá trabalhar em várias áreas de atuação, com destaque para auditor, perito contábil, analista e consultor financeiro. Hoje, a Contabilidade é uma das áreas que mais oferecem oportunidades no cenário atual, pois necessita de profissionais altamente capacitados e com visão estratégica.

O contador é o profissional de nível superior, graduado em Ciências Contábeis. De acordo com o Decreto nº 9.295/46, o contador atua especificamente nas seguintes atividades: • Organização e execução de serviços de contabilidade em geral; • Escrituração dos livros de contabilidade obrigatórios e de todos os necessários à organização contábil e levantamento dos balanços e demonstrações; • Perícias judiciais ou extrajudiciais; • Revisão de balanços e de contas em geral; • Verificação de haveres; revisão de escritas; • Regulações jurídicas ou extrajudiciais de avarias grossas ou comuns; e • Assistência aos conselhos fiscais das sociedades anônimas.

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Já o termo “contabilista”, usado em referência ao técnico em contabilidade, referia-se ao antigo “guarda livros”. O termo foi extinto pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e passou-se a adotar a terminologia “profissional da contabilidade”, referindo-se aos técnicos e contadores. Segundo dados do CFC, há mais de 527 mil profissionais em plena atividade, hoje, no Brasil.

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Mulheres na Contabilidade De acordo com a Comissão Nacional da Mulher Contabilista do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), as mulheres já representam mais de 43% do total de profissionais da contabilidade registrados no Brasil, e, em muitos casos, já são maioria nos bancos das faculdades de Ciências Contábeis.


ATUAÇÃO INSTITUCIONAL E PARCERIAS

Rio de Janeiro completa 454 anos

Comércio comemorou a data com música e bolo de 20 metros o presidente do SindilojasRio e do CDLRio, Aldo Gonçalves, foi homenageado pelo apoio que as entidades dão à tradicional festa de aniversário da cidade.

Em seguida, houve a tradicional homenagem de entrega de faixas e troféus. O presidente da Federação do Comércio do Rio de Janeiro - Fecomércio-RJ, Antonio Florêncio de Queiroz Júnior, e Selma de Mattos, a Selminha Sorriso, porta-bandeira da Escola de Samba Beija-Flor, receberam a faixa de “Os Mais Cariocas”. Já o arcebispo foi homenageado com a faixa “O Mais Amado do Brasil”. Além deles,

Este ano, o aniversário do Rio coincidiu com a abertura do carnaval. Roberto Cury, presidente da Sarca, que desde 1990 organiza a tradicional festa, lembrou que o evento é o único a marcar a data de fundação da cidade.

A comemoração foi aberta pela Banda da Sarca, que desfilou e tocou por algumas ruas do Centro, e foi encerrada com um baile popular animado pela Orquestra Bianchini.

Como em toda festa de aniversário, os 454 anos da Cidade Maravilhosa foram comemorados com um bolo de 20 metros. Participa-

ram do corte do bolo, além de Roberto Cury, com o microfone, Dom Orani Tempesta, Aldo Gonçalves, presidente do SindilojasRio e do CDLRio, e Antonio Queiroz, presidente da Fecomércio-RJ (foto). Colaboraram na realização da homenagem à Cidade Maravilhosa, a Secretaria de Cultura do Rio, a Riotur, a Fecomércio-RJ, o SindilojasRio, o CDLRio, o Simerj e a Farinha Rosa Branca.

Roberto Cury e a porta-bandeira Selminha Sorriso, homenageada como “A mais carioca”

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A Sarca - Sociedade dos Amigos da Rua da Carioca e Adjacências festejou os 454 anos da Cidade Maravilhosa, no dia 1º de março, no Largo da Carioca. O evento teve início com a chegada da imagem de São Sebastião, santo padroeiro da cidade, conduzida pelo cardeal Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro. Após rezar o “Pai Nosso”, Dom Orani abençoou a cidade.

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ATUAÇÃO INSTITUCIONAL E PARCERIAS

Diálogo e ação em prol da revitalização do comércio do Rio Na contramão da maioria dos estados brasileiros, cujas economias já dão sinais de melhora, o Rio de Janeiro permanece sob os efeitos da crise sem precedentes. Representando mais de 22 mil empresas lojistas, o SindilojasRio e o CDLRio têm cobrado maior interação entre as diferentes esferas de governo e o comércio, para reverter este quadro e criar condições que estimulem a retomada do desenvolvimento social e econômico do estado.

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Por isso, as entidades têm participado de reuniões e fóruns de discussão com representantes dos poderes Executivo e Legislativo, com o objetivo de fortalecer parcerias e canais de interlocução que contribuam para a discussão e a definição conjuntas de medidas e ações que promovam a revitalização do comércio.

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No dia 19 de fevereiro, em seu encontro mensal, a diretoria do SindilojasRio se reuniu com o 1º vice-líder do governo na Alerj, deputado Alexandre Knoploch (PSL), e o chefe de gabinete da Liderança do Governo, Rodrigo Abel. Na pauta, Segurança Pública, a burocracia e o peso dos impostos. Alexandre Knoploch se comprometeu a ouvir as lideranças do setor. “Meu gabinete está de portas abertas. Queremos reconstruir o estado e devolver a esperança às pessoas. E fortalecer o comércio será fundamental para esta retomada”, declarou o deputado.


ATUAÇÃO INSTITUCIONAL E PARCERIAS Cerca de 15 mil pessoas vivem nas ruas do Rio, segundo dados da Defensoria Pública do Estado

Antes, no dia 31 de janeiro, o presidente do SindilojasRio e do CDLRio, Aldo Gonçalves, acompanhado pelo gerente geral do sindicato, José Belém, reuniu-se com o líder do governo Wilson Witzel, o deputado Márcio Pacheco (PSC), na Alerj. Na ocasião, Aldo Gonçalves também apresentou demandas do comércio relacionadas à tributação e a burocracia excessivas e à Segurança Pública, consideradas os grandes entraves ao desenvolvimento do setor. Concordando com a importância de a Alerj se debruçar sobre esses temas, Márcio Pacheco disse que, para o Rio avançar, é preciso fortalecer o empreendedorismo.

No dia 22 de março, o vice-presidente de Associativismo do SindilojasRio, Pedro Conti, reuniu-se com o superintendente do Centro, Pablo Mello, e o assessor de Políticas Públicas, Leandro Osny, na sede da prefeitura. Alertando que a degradação do Centro tem levado ao fechamento de inúmeras lojas na região, Conti reiterou o pedido dos lojistas para a realização de ações conjuntas dos órgãos municipais. “O Centro precisa de um choque de ordem, que coíba o comércio ilegal e revitalize a área, com a devida manutenção dos espaços públicos”, disse o vice-presidente do SindilojasRio.

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Comércio do Centro do Rio sofre com a desordem urbana

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Relações de consumo em pauta

SindilojasRio e CDLRio renovam parceria com o Procon-RJ

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Durante toda a manhã do dia 26 de março, como parte das ações em parceria com o Procon-RJ relacionadas ao Dia Mundial do Consumidor (15/3), o SindilojasRio e o CDLRio promoveram, na sede do sindicato, no Centro do Rio, uma palestra com representantes do órgão. Além de apresentarem a nova estrutura do Procon-RJ, suas atribuições, e explicarem como é feita a fiscalização, os palestrantes comentaram os principais pontos do Código de Defesa do Consumidor relacionados ao varejo e esclareceram dúvidas sobre os procedimentos que devem ser observados para atender normas

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e leis. Participaram vários empresários e gestores do varejo de diferentes segmentos, como moda, calçados, brinquedos, games e eletrônicos, papelaria, material de construção, pet shops e outros. As apresentações do Procon-RJ foram feitas por Soraia Panella, coordenadora de Atendimento, Elisa Freitas, diretora de Fiscalização, pelo diretor de Estudos e Pesquisa, Almir Marinho (foto), e por Flávia Lira, Analista Jurídica. As apresentações estão disponíveis para consulta e download no portal do SindilojasRio: http://bit.do/sindilojasrio-palestras-proconrj

Mutirão do Dia do Consumidor realizou 1.248 atendimentos Desde 2014, o Procon-RJ, em parceria com o CDLRio e apoio do SindilojasRio, realiza mutirões de atendimento ao consumidor para aproximar empresas e clientes, e facilitar a solução de reclamações e a renegociação de dívidas. As-

sim, para marcar o Dia Mundial do Consumidor, foi realizado mais um mutirão, no dia 15 de março, no Largo da Carioca. Foram prestados 1.248 atendimentos, sendo firmados 255 acordos. O SCPC do CDLRio, muito procurado pelos

consumidores, atendeu 702 pessoas. Entre as empresas presentes estavam operadoras de telefonia, bancos, a loja de departamentos Leader, concessionárias de serviços públicos e operadoras de TV por assinatura.


Camelõs tomam conta da Av. Rio Branco, no Centro do Rio.

Comércio pede que Governo do Estado articule ações em defesa do setor O diálogo para enfrentar os problemas que afetam o comércio varejista no Rio de Janeiro e medidas de estímulo ao desenvolvimento do setor pautaram a reunião entre o presidente do SindilojasRio e do CDLRio, Aldo Gonçalves, e o secretário de Estado de Governo e Relações Institucionais, Gutemberg Fonseca, no dia 12 de março, no Palácio Guanabara (foto). Alinhados com outras lideranças do setor, o SindilojasRio e o CDLRio estão empenhados em criar um canal de interlocução efetivo com o governo do estado, a fim de facilitar a proposição de ações e medidas que promovam o fortalecimento do comércio e beneficiem a sociedade. Com essa expectativa, Aldo Gonçalves apontou a desordem urbana e o comércio ilegal como os principais fatores que têm levado ao fechamento de milhares de estabelecimentos e à demissão de inúmeros trabalhadores.

Apesar de ser atribuição das prefeituras o combate à desordem urbana, como há aspectos referentes à Segurança Pública e a outros setores como Assistência Social e Trabalho, o dirigente solicitou o apoio do governo do estado no enfrentamento desta questão e sua atuação como articulador da implantação dessas soluções junto às prefeituras da capital e da região metropolitana, principalmente. O secretário informou algumas ações que vêm ocorrendo para coibir o roubo de cargas e a entrada de produtos piratas e contrabandeados no estado. Gutemberg Fonseca também destacou a importância de haver maior sinergia entre governo do estado, administrações municipais e entidades representativas do comércio para conciliar esforços que resultem na atração de mais investimentos para o estado e na geração de empregos e renda.


MERCADO E TENDÊNCIAS

Retomada da economia impulsiona o varejo de moda

Consumidores e empresários estão mais confiantes no futuro do País

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As redes varejistas de moda associadas à ABVTEX (Associação Brasileira do Varejo Têxtil), que representam cerca de 90 marcas, reportaram um bom desempenho em fevereiro deste ano em relação ao mesmo mês do ano passado. Dos que responderam à enquete realizada pela ABVTEX, 82% reportaram resultados de vendas melhores, sendo que 18% consideraram o resultado igual ou pior no comparativo.

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Mesmo com o aumento das despesas de início de ano, que envolvem o orçamento familiar com IPVA e IPTU, matrícula e material escolar, nota-se que os artigos de vestuário estão na lista de itens necessários dos consumidores. Segundo o IEMI - Inteligência de Mercado, para 2019, a expectativa é de crescimento no varejo de vestuário de 2,6% em peças e 4,2% em valores nominais, em comparação ao ano passado. A ABVTEX não realiza projeções, mas acredita que o gradativo resgate do nível de confiança do consumidor brasileiro impulsiona o varejo de moda. “O varejo têxtil prevê estabilidade nas vendas no primeiro semestre, diante de igual período de 2018. Mas há pontos de atenção a considerar, como o nível de desemprego ainda elevado, mesmo que

em desaceleração, que ainda impacta o poder de compra das famílias. O crescimento depende das reformas a serem efetuadas pelo novo governo e da equalização das questões econômicas e políticas do País”, afirma Edmundo Lima, diretor executivo da ABVTEX. É neste período que as redes de varejo lançam o preview da coleção Outono/Inverno e as principais tendências. A virada de coleção aconteceu logo após o Carnaval, com o desafio de atrair clientes em um período de pós-festas e antes do Dia das Mães (a segunda melhor data anual para o varejo de moda). Esta é uma estação que traz às vitrines produtos de maior valor agregado. “Se a chegada do frio acontecer no momento certo, podemos esperar resultados ainda melhores para o setor próximo das datas importantes, como Dia das Mães e Dia dos Namorados”, analisa o diretor executivo. Fundada em 1999, a ABVTEX reúne as mais representativas redes de varejo nacionais e internacionais que comercializam vestuário, calçados, bolsas e acessórios de moda, além de cama, mesa e banho.


MERCADO E TENDÊNCIAS

BNDES lança linha de crédito especial para micro e pequenas empresas

O presidente do BNDES, Joaquim Levy, ressaltou que as micro e pequenas empresas são a “saúde e a vitalidade da economia” e o crédito é extremamente importante para elas. “Estamos lançando essa linha mais ágil para atender quem tem mais dificuldades de obter crédito. Essa é uma contribuição do BNDES para dar mais competitividade ao segmento que mais gera emprego. E emprego é o que o Brasil mais precisa", afirmou. Levy também ressaltou que não há limite de valores destinados ao programa. A expectativa é que a demanda chegue a R$ 1 bilhão rapidamente e, se necessário, o BNDES disponibilizará mais recursos caso a demanda seja maior. “Se chegar a R$ 3 bilhões ou R$ 4 bilhões, melhor ainda”, disse ele. Além do presidente do BNDES, o lançamento contou com a participação de representantes da As-

sociação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) e de bancos parceiros. A BNDES Crédito Pequenas Empresas será oferecida por meio dos agentes financeiros credenciados que repassam recursos do BNDES e que já começarão a disponibilizá-la nas próximas semanas. As empresas interessadas podem ir direto aos bancos ou acessar o Canal MPME, que permite encaminhar pedidos de financiamento a um ou mais bancos repassadores, selecionados conforme as necessidades de quem solicitar e de acordo com o perfil informado pelo tomador. A nova linha terá limite de crédito máximo de R$ 500 mil por cliente a cada 12 meses, com prazo máximo de até 60 meses e até dois anos de carência. O cliente contará com três opções de juros de referência – Taxa de Longo Prazo (TLP), Taxa Selic (TS) ou Taxa Fixa do BNDES (TFB). A eles será acrescida a remuneração do BNDES, de 1,45% a.a., e a remuneração do agente financeiro, que é negociada diretamente com o cliente final. Com isso, na maior parte dos casos, os juros do financiamento devem ficar em torno de 1,3% ao mês ou 15,3% ao ano. Com a aprovação da linha BNDES Crédito Pequenas Empresas, o banco também aprovou a realização de um estudo de efetividade que vai avaliar a geração e a manutenção de empregos nas empresas.

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As micro e pequenas empresas brasileiras terão acesso a uma nova linha de financiamento, mais simples e ágil, criada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Anunciada no último dia 22 de março, a BNDES Crédito Pequenas Empresas atende às demandas do setor e tem como foco a geração de empregos e a ampliação da concessão de crédito para empresas de menor porte, responsáveis por cerca de 18 milhões empregos, ou seja, 55% do total dos postos de trabalho formais no País.

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CAPA

Helena Monteiro, diretora de RH e coordenadora do Núcleo das Mulheres Empreendedoras do Clube Empreendedor do Rio de Janeiro

Mulheres Empreendedoras Histórias de luta e sucesso

A Rede Mulher Empreendedora - RME, plataforma de apoio ao empreendedorismo feminino do Brasil, realiza anualmente pesquisas para identificar e entender dados sobre os perfis, os tipos de negócios que mais crescem e quais são as dificuldades, ampliando o conhecimento sobre esse segmento. A terceira e última edição da pesquisa “Empreendedoras e seus Negócios”, em 2018, mostrou que

as empreendedoras brasileiras têm em média 39 anos, 80% têm curso superior, 59% são casadas e 53% têm filhos. Entre as principais razões para começar um negócio estão: ter flexibilidade de horários, conciliar o trabalho com a família, realizar um sonho ou trabalhar com o que gosta ou por uma causa. Sobre as expectativas para 2019, 86% das empreendedoras consideraram que será melhor, 13% igual e apenas 1% pior.

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Outros dados da pesquisa:

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• 27% dedicam de 7 a 8 horas por dia ao seu negócio; • 3 em cada 10 negócios representam o sustento único da família; • 25% estão no comércio; • 32% são micro empresas (ME) e 23% são micro empreendedoras individuais (MEI); • 46% faturam até 5 mil/mês; 21% de 5 a 20 mil/mês; 9% de 20 a 50 mil/mês, e 4% de 50 a 100 mil/mês; • 60% investem sozinhas e não têm sociedade; • 1/3 trabalha só, sem funcionários; • 37% empregam apenas mulheres. A diretora de RH e coordenadora do Núcleo das Mulheres Empreendedoras do Clube Empreendedor do Rio de Janeiro, Helena Monteiro, afirma que as mulheres estão assumindo um papel relevante e se tornando protagonistas nas suas empresas. Esta é uma tendência que está em pleno crescimento, pois proporciona à mulher poder de atuação no mercado em que tem interesse e talento,

bem como possibilita aliar sua atividade profissional à sua vida pessoal e familiar. “Eu atuo em Recursos Humanos há 30 anos. Acompanho o desenvolvimento das mulheres nas organizações e venho percebendo o seu amadurecimento. A mulher já conquistou a sua credibilidade como líder e como gestora, o que há 30 anos era muito mais difícil. Mas, ainda tem muito o que crescer e desenvolver. Vejo que agora o maior desafio das mulheres é aprender a trabalhar com mulheres e desenvolver mais a sororidade. Mulheres ainda competem entre si, o que é lamentável. Porém, espero que isso mude logo, afirmou Helena, que é proprietária de uma assessoria de RH, a IMPARH, há 11 anos, atuando com seleção de executivos, especialistas e PcDs (pessoas com deficiência). A revista O Lojista ouviu três empresárias varejistas de sucesso, que contaram um pouco de suas bem-sucedidas trajetórias.


CAPA Priscila Barcelos, diretora criativa da marca Eva

EVA - A marca feminina do Grupo Reserva Lançada em janeiro de 2012, como marca feminina do Grupo Reserva, a Eva já tinha pontos de venda pelo País antes de abrir sua primeira loja. Para a diretora criativa da marca, Priscila Barcelos, a Eva já nasceu grande: “Quando abrimos a nossa primeira loja em Ipanema, em novembro de 2013, já tínhamos 120 pontos de venda pelo Brasil. Em 2017, a marca tinha seu público formado e começamos a abrir lojas. Hoje, estamos também no Rio Design Barra, no Shopping Leblon e em Icaraí, em espaços onde as clientes se sentem à vontade, podem pagar suas compras em uma sala privativa e têm até um SPA disponível. Acho que fazemos um estilo diferente e marcante e conseguimos conquistar um nicho de mercado que não existia”, afirmou.

fez extensão na Central Saint Martins, em Londres, na Inglaterra. Começou sua carreira no setor de figurinos da TV Globo, depois trabalhou para o estilo das lojas Maria Bonita e Lenny. Em 2010, criou sua própria marca, a Julieta, e depois aceitou o desafio de criar para a Eva. “Não tive como recusar”, contou.

Segundo ela, a Eva é feita para uma mulher que sabe o que quer e não tem medo de ousar. Ousadia que está presente no estilo. A grife adora uma mistura, seja de inspirações, experiências, estampas, texturas, acessórios, tudo junto ao mesmo tempo em coleções que chegam a 600 itens por estação e divididas em linhas: dia, noite, praia, couro e jeans, um dos grandes diferenciais da marca, sempre com modelagens, beneficiamentos e lavagens especiais.

“Sobre o empreendedorismo feminino, vejo que as mulheres estão ganhando mais destaque no mercado de trabalho, apesar de precisarmos ainda de muito mais espaço, igualdade salarial, entre outras coisas. Acho que estamos nos tornando mais empreendedoras porque nascemos para lutar. Temos muito o que fazer e precisamos nos jogar mesmo nestes novos desafios, ainda mais na situação de desemprego que já vem se arrastando por alguns anos no Brasil”, declarou Priscila.

Antes de ser convidada por Rony Meisler e Fernando Sigal, fundadores da Reserva, Priscila Barcelos estudou moda na Universidade Veiga de Almeida e

O plano para o futuro é a expansão das lojas. A marca estuda novos mercados, busca pontos estratégicos pelo Brasil e enxerga as mídias sociais como sendo fundamentais para a estratégia da empresa hoje. “É a forma de nos comunicarmos e passarmos os ideais que a Eva acredita, e obviamente é, também, um excelente canal de vendas”.

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A Eva faz charme nos pequenos detalhes porque está ligada em tudo o que acontece ao seu redor, vestindo uma mulher cosmopolita e que não acha graça em ser básica.

Com relação ao processo de criação, ela afirma que surge de diversas formas, de uma viagem de pesquisa ou em um local onde passa férias. Pode ser algo que leu num livro ou que se deparou por aí. “Nesta última coleção, por exemplo, me inspirei nas mulheres e em todo o momento que estamos vivendo de conscientização do nosso real papel na sociedade”.

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CAPA

Maristela Simões em sua loja em Botafogo, Zona Sul do Rio

Maristela Simões Banho & Casa

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Há 15 anos, a carioca Maristela Simões estava frustrada com a arquitetura, profissão que havia escolhido, e desempenhava atividades de designer. Estava na sala de espera de um cliente, quando viu, em uma revista, matéria sobre uma empreendedora da Rocinha que passou a produzir e vender sabonetes artesanais. Essa reportagem inspirou-a a seguir um novo caminho.

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Procurou informações sobre o assunto, se inscreveu e frequentou um curso em Copacabana e, durante as aulas, fez seu primeiro sabonete. Com a ajuda do Sebrae-RJ, desenvolveu um plano de negócios para a empresa e descobriu que precisava cumprir diversas normas da legislação sanitária para abrir uma empresa nesse ramo. Ela e o marido, Carlos Alberto Simões, se qualificaram e adquiriram os conhecimentos necessários sobre rotulagem, boas práticas de fabricação e toda documentação referente às normas da Anvisa. “Tivemos muita dificuldade com relação a essa parte burocrática. Não tínhamos formação em química, eram muitas obrigações a cumprir e um custo muito alto. Apesar disso, nunca pensamos em desistir e seguimos em frente com o nosso projeto”, afirmou a empresária. Todos os sabonetes passaram a ser feitos e vendidos pelo casal, inicialmente para amigos, frequentadores da mesma igreja, vizinhos e familiares. Depois começaram a vender os produtos em feiras e

bazares em diversos locais, como na Sede Náutica do Vasco da Gama, na Sociedade Hípica Brasileira, no Copacabana Palace, no Marina Barra Clube e na itinerante Babilônia Feira Hype. Em 2012, abriram sua loja de varejo, na Rua General Severiano, em Botafogo, onde estão até hoje. Seus produtos também podem ser encontrados nas lojas do Museu de Arte do Rio e do Museu de Arte Moderna. Já em 2014, com a Copa do Mundo no Brasil, Maristela passou a produzir sabonetes com imagens do Cristo Redentor, do Pão de Açúcar e do calçadão de Copacabana. Sucesso de vendas, esses sabonetes foram produzidos também para os Jogos Olímpicos Rio 2016 e são vendidos até hoje nas lojas física e virtual. Os sabonetes com formato e aroma de frutas são o carro-chefe da empresa. Todos são veganos e feitos à mão. Mas também há outros produtos: hidratantes, esfoliantes e óleos corporais, sais de banho, difusores e perfumes de ambiente, além de produtos especiais como sabonetes em formato de sandália, beijinho e de chocolate. Maristela está com sua loja presente nas redes sociais Facebook, Instagram, Twitter, e quer explorar mais o marketing digital e turbinar sua plataforma de e-commerce para aumentar suas vendas neste ano.


CAPA Marcelle Dias, dona da rede Carol Ferrera Acessórios

Carol Ferrera Acessórios

A decisão seguinte foi investir na compra de mercadorias para revender na Babilônia Feira Hype, no Jockey Club Brasileiro, na Gávea. Receosa, comprou para pagar em 30, 45 e 60 dias, mas, orgulhosa, revelou que conseguiu o valor necessário em apenas 15 dias, devido ao sucesso de vendas na feira. “Junto com os meus filhos, Carolina e Cássio, passávamos o dia preparando todas as mercadorias para levar para as feiras à noite”, contou. Aliás, o nome da marca, Carol Ferrera, é uma homena-

gem à filha. Ela apenas tirou a letra i do nome Ferreira para estilizar a marca. Com o sucesso obtido, deixou de vez as vendas em consignação e passou a apostar nas feiras do Top Fashion Bazar, no Città América, na Barra da Tijuca, ao lado de grifes famosas. E a clientela passou tanto a perguntar por um ponto fixo, que Marcelle montou sua primeira loja em 2006, em uma galeria na Rua Visconde de Pirajá, em Ipanema. A segunda loja foi aberta em 2010, na Barra. De 2015 até agora, com público-alvo da loja bem definido – mulheres independentes, acima dos 30 anos, das classes A e B – Marcelle acreditou no potencial da marca, montou seu e-commerce e expandiu a empresa, abrindo quatro novas lojas físicas. Para o futuro, estuda abrir franquias, inclusive fora do Rio de Janeiro. Perseverança, talento, suor, dedicação, trabalho em equipe e muita coragem são características importantíssimas, segundo ela, para manter uma trajetória vitoriosa como empresária varejista.

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Mais uma empreendedora de sucesso é Marcelle Dias, proprietária da rede de lojas Carol Ferrera Acessórios, que tem seis unidades: Barra Shopping, Copacabana, Tijuca Shopping, Rio Sul e duas em Ipanema. Era funcionária pública federal e para complementar sua renda começou a vender bijuterias por consignação em 2003. Oferecia os produtos de sala em sala em prédios comerciais, para amigos e por indicação dos seus clientes. Marcelle usava os seus produtos para fazer propaganda e, muitas vezes, vendia os anéis, brincos ou cordões que estava usando porque as clientes queriam as peças.

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CENTRO DE TREINAMENTO DO SINDILOJASRIO

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O Centro de Treinamento Presidente Aldo Gonçalves é o espaço destinado a treinamentos, recrutamento e seleção, reuniões e eventos, com toda a infraestrutura necessária à realização dessas atividades. Para seus próximos eventos, consulte-nos e conheça as vantagens de alugar um espaço no Centro de Treinamento do Sindilojas.

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PESQUISAS

Comércio carioca gastou r$ 1,8 bilhão com segurança em 2018

A pesquisa mostrou também que, entre os entrevistados, 275 tiveram os seus estabelecimentos assaltados, furtados ou roubados, 5,9% a mais do que em 2017. Do total de R$.1,853 bilhão, R$ 1.170 bilhão foram gastos com segurança privada e vigilantes, R$ 573 milhões com equipamentos de vigilância eletrônica e seguros e R$ 110 milhões com gradeamento, blindagens e reforços de portas e de vitrines. Dos lojistas pesquisados 25,3% são da Zona Norte; 25,1% da Zona Oeste; 24,9% da Zona Sul; e 24,7% do Centro. De acordo com Aldo Gonçalves, presidente do CDLRio, é como se fosse mais um tributo pago pe-

los lojistas, já massacrados pelo peso da burocracia e da alta carga tributária. “A violência na cidade do Rio de Janeiro, ao lado do crescimento desregrado da camelotagem, vem prejudicando bastante o comércio, já afetado pelo quadro econômico do país e, em especial pela crise do estado, que tem influído profundamente no comportamento do consumidor, que por um lado fica com medo de sair de casa e por outro reduz suas despesas, entre elas as compras. Não é sem razão que mais de 10.500 estabelecimentos comerciais fecharam suas portas no município do Rio no ano passado”, frisou o empresário. Ele lembrou ainda que esse R$ 1,853 bilhão poderia ter sido investido na ampliação dos negócios, como novas lojas, reformas, treinamento de pessoal, gerando mais empregos e renda. “Por isso o comércio espera o comprometimento do novo governo estadual com a Segurança Pública, para devolver a paz ao nosso estado. Com isso, os lojistas poderão transformar esse vultuoso gasto, que representa uma considerável parcela do seu faturamento, em investimento na melhoria e no crescimento dos negócios, beneficiando toda a cadeia produtiva do comércio”, concluiu Aldo Gonçalves.

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O comércio varejista carioca gastou R$ 1,853 bilhão com segurança em 2018 com a contratação de vigilantes, equipamentos eletrônicos, grades, blindagem de portas e reforço de vitrines. O número é da pesquisa “Gastos com segurança em estabelecimentos comerciais” do Centro de Estudos do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro - CDLRio, que ouviu 750 lojistas, das zonas Norte, Oeste, Sul e Centro.

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PESQUISAS

Comércio carioca vendeu menos 3,8% em fevereiro O comércio lojista da cidade do Rio de Janeiro vendeu menos 3,8% em fevereiro em relação ao mesmo mês de 2018. É o segundo resultado negativo do ano (janeiro registrou menos 3,2%). Os dados são da pesquisa Termômetro de Vendas divulgada mensalmente pelo Centro de Estudos do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro - CDLRio, que abrange cerca de 750 estabelecimentos comerciais da cidade. No acumulado do ano (janeiro/ fevereiro de 2019) em comparação com o mesmo período de 2018, as vendas caíram 3,1%. Em comparação com o mês anterior (janeiro), o índice foi de menos 4,1%.

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A pesquisa mostra também que todos os setores do Ramo Mole (bens não duráveis) e do Ramo Duro (bens duráveis) apresentaram resultados negativos. Os que tiveram as maiores quedas no faturamento, no Ramo Mole, foram: Tecidos (-4,3 %), Calçados (-3,6%) e Confecções (-3,3%). E, no Ramo Duro (bens duráveis): Óticas (-6,8%), Móveis (-5,7%), Joias (-4,9%) e Eletrodomésticos (-3,8%). A venda a prazo com menos 5,5%% e a venda à vista com menos

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1,5% foram as formas de pagamento preferidas pelos consumidores. Também o faturamento das lojas, conforme a localização dos estabelecimentos, foi negativo. No Ramo Mole (bens não duráveis), as lojas da Zona Norte venderam menos 3,5%, as da Zona Sul menos 2,7% e as do Centro menos 1,4%. No Ramo Duro (bens duráveis), as lojas do Centro, da Zona Sul e da Zona Norte venderam menos 7,5%, 5,3% e 2,7%, respectivamente. De acordo com Aldo Gonçalves, presidente do CDLRio, normalmente fevereiro é um mês fraco em termos de vendas. “É um mês curto (teve apenas 24 dias úteis de vendas) e tem as férias, quando muita gente viaja. Além disso, nos dois primeiros meses do ano são pagos diversos impostos e taxas, como IPVA, IPTU e matrícula escolar. E o resultado negativo refletiu, mais uma vez, a crise econômica do estado do Rio de Janeiro”, explicou.

Termômetro de Vendas VENDAS ACUMULADAS COMPARADAS COM AS DO MESMO PERÍODO DO ANO ANTERIOR


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PESQUISAS


PESQUISAS

SCPC Inadimplência no comércio carioca cresceu 0,8% em fevereiro A inadimplência no comércio lojista da Cidade do Rio de Janeiro aumentou 0,8% em fevereiro, em relação ao mesmo mês de 2018, de acordo com os registros do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) do CDLRio. As dívidas quitadas (item que mostra o número de consumidores que colocaram suas dívidas em dia) aumentaram 1,5% e as consultas, indicando o movimento do comércio, diminuiram 3,2%, também em relação a fevereiro de 2018. Em relação

ao mês anterior (janeiro), a inadimplência e as dívidas quitadas aumentaram, respectivamente, 0,9% e 0,5%, e as consultas diminuíram 0,7%. No acumulado dos dois primeiros meses do ano (janeiro/fevereiro) em relação ao mesmo período do ano anterior, a inadimplência cresceu 0,7% e as consultas e as dívidas quitadas recuaram, respectivamente, 2,8% e 1,3%.

CONSULTAS

REALIZADAS EM NOSSO BANCO DE DADOS, ACUMULADAS EM COMPARAÇÃO AO MESMO PERÍODO DO ANO ANTERIOR

NOVAS INCLUSÕES - INADIMPLÊNCIA

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REGISTROS INCLUÍDOS EM NOSSO BANCO DE DADOS, ACUMULADOS EM COMPARAÇÃO AO MESMO PERÍODO DO ANO ANTERIOR

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CANCELAMENTOS - DÍVIDAS QUITADAS

REGISTROS CANCELADOS EM NOSSO BANCO DE DADOS, ACUMULADOS EM COMPARAÇÃO AO MESMO PERÍODO DO ANO ANTERIOR


FAÇA PARTE DESTAS PESQUISAS!

Movimento de Cheque Segundo o Lig Cheque, registro de cadastro da entidade, em fevereiro, em relação ao mesmo mês de 2018, a inadimplência aumentou 1% e as consultas e as dívidas quitadas diminuíram, respectivamente, 6,3% e 3,1%. Em relação ao mês anterior (janeiro) a consulta, a inadimplência e as

dívidas quitadas caíram, respectivamente, 1%, 3,7% e 0,5%. No acumulado dos dois primeiros meses do ano (janeiro/fevereiro) em relação ao mesmo período do ano passado, a inadimplência cresceu 1%, e as consultas e as dívidas quitadas recuaram, respectivamente, 5,7% e 3%.

Caso sua empresa se interesse em participar de nossas pesquisas, contate o Centro de Estudos do CDLRio:

PESQUISAS

Cheques

(21) 2506-1234 estudos@cdlrio.com.br

PESQUISA E ANÁLISE Acompanhe o comportamento do comércio do Rio de Janeiro:

www.cdlrio.com.br

CONSULTAS

AO CADASTRO DE CHEQUES, ACUMULADAS EM COMPARAÇÃO AO MESMO PERÍODO DO ANO ANTERIOR

NOVAS INCLUSÕES - INADIMPLÊNCIA

CANCELAMENTOS - DÍVIDAS QUITADAS

REGISTROS CANCELADOS NO CADASTRO DE CHEQUES, ACUMULADOS EM COMPARAÇÃO AO MESMO PERÍODO DO ANO ANTERIOR

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REGISTROS INCLUÍDOS NO CADASTRO DE CHEQUES, ACUMULADOS EM COMPARAÇÃO AO MESMO PERÍODO DO ANO ANTERIOR

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ARTIGO

ALDO GOLÇALVES

REAVALIANDO CONCEITOS E RECICLANDO IDEIAS

Presidente do CDLRio, SindilojasRio e diretor da CNC Publicado no jornal Monitor Mercantil no 28/2/2019.

No grande mural de notícias das bancas de jornal, as primeiras páginas dos periódicos mostram quase que diariamente a preocupante crise política e econômica que estamos atravessando em nosso Estado do Rio, ainda fruto das desastradas administrações dos últimos anos.

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Essa maldita influência, que continua a prejudicar todos os serviços públicos essenciais à qualidade de vida – Saúde, Educação, Transportes, Segurança Pública e outros – também feriu gravemente o setor produtivo, que sofreu – e vem sofrendo – perdas enormes, levando à retração nos investimentos, ao encerramento de inúmeros negócios, ceifando milhares de postos de trabalho.

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O comércio, um dos setores que mais emprega e que sempre resistiu a crises e transformou-se num porto seguro no acolhimento de grande parte da mão de obra, desta vez não está resistindo e também está diminuindo a sua força de trabalho. As razões para isso são muitas, sendo que a que mais contribui é o impacto da crise econômica na

renda de todas as classes sociais, representado pela queda da intenção de compra das famílias no estado do Rio, quadro aferido por vários institutos de pesquisa, embora alguns estados da federação já venham experimentando crescimento. Por exemplo, a tradicional pesquisa Termômetro de Vendas, realizada há mais de 40 anos pelo Centro de Estudos do Clube de Diretores Lojistas (CDLRio) mostrou que as vendas do comércio lojista do Rio de Janeiro registraram queda de 2,8% em 2018, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Também recentemente, o mesmo Centro de Estudos, com a realização do cruzamento de várias pesquisas, aferiu que a queda das vendas e da atividade econômica, com alta do desemprego, a crescente violência, o aumento desregrado da camelotagem e a crise no Rio de Janeiro, foram os principais responsáveis pelo fechamento de mais de 10 mil estabelecimentos comerciais na capital entre janeiro/dezembro de 2018, um aumento de 15% em comparação com o mesmo período de 2017. Em todo

o estado do Rio de Janeiro, também de janeiro a dezembro, foram extintas 25.920, um aumento de 23% em comparação com o mesmo período de 2017. Embora ainda seja difícil o cenário para o nosso setor, sabemos que só com muito trabalho e criatividade vamos poder superar as dificuldades. Não podemos e nem devemos cruzar os braços e apenas lamentar. Temos que agir e buscar alternativas para aproveitar as oportunidades, que também sempre surgem em situações de crise como a que estamos atravessando. Mas a verdade é que todos os sintomas expostos afetam profundamente o comportamento do consumidor, influenciando a sua disposição para a compra. Temos que virar esse jogo. Por isso mesmo no Rio de Janeiro será preciso um grande esforço concentrado, pautado pelo diálogo entre as diferentes esferas do poder público e a iniciativa privada, por meio de suas entidades representativas para reverter a atual conjuntura, criando condições para que o estado volte a atrair recursos e a gerar emprego e renda.


TRA BA LHO CRIA TIVI DADE Nesse sentido, o setor do comércio de bens e serviços desempenha um papel vital e, por isso mesmo, precisa ser ouvido e atendido em suas necessidades e reivindicações. Depois de muita luta para aprovar a nova legislação trabalhista, no fim de 2017, com avanços positivos já inequívocos, seguimos batalhando pelas reformas tributária e da previdência, além de combater o comércio ilegal, que tanto prejudica o comércio formal. O CDLRio e o SindilojasRio – que juntos representam mais de 22 mil lojistas de todos os portes – têm trabalhado incansavelmente pelos interesses e demandas do comércio do Rio de Janeiro assim como de sua população. Afinal, como costumamos dizer, “o que é bom para o comércio, é bom para a sociedade; assim como o inverso: o que é bom para a sociedade é bom para o comércio”.

Embora ainda seja difícil o cenário para o nosso setor, sabemos que só com muito trabalho e criatividade vamos poder superar as dificuldades. Não podemos e nem devemos cruzar os braços e apenas lamentar. Temos que agir e buscar alternativas para aproveitar as oportunidades, que também sempre surgem em situações de crise como a que estamos atravessando.

ARTIGO

ALTER NATIVA


SERVIÇOS PARA O LOJISTA

Importante para empresas e trabalhadores O Benefício Social Familiar (BSF) é um inovador modelo de atendimento social e apoio, cujo objetivo é a reestruturação da família na ocorrência de falecimento ou incapacitação total e permanente do trabalhador, dando suporte também no momento do nascimento de filhos. Nos momentos mais importantes, o trabalhador poderá contar com recursos financeiros, alimentares e de apoio social!

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De acordo com a cláusula vigésima segunda da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), celebrada entre o SindilojasRio e o Sindicato dos Empregados no Comércio do Rio de Janeiro - SECRJ, todos os comerciários terão serviço assistencial em caso de: nascimento de filho, acidente, enfermidade, incapacitação permanente para o trabalho ou falecimento, por meio do BSF.

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Para efetiva viabilidade financeira deste benefício, as empresas recolherão, compulsoriamente, a título de contribuição social, até o dia 10 (dez) de cada mês, o valor previsto na CCT por meio de boleto disponibilizado no site www.beneficiosocial.com.br O custeio do Benefício Social Familiar é de responsabilidade integral das empresas, ficando vedado qualquer desconto no salário do trabalhador, de acordo com o parágrafo primeiro da CCT. Após o primeiro recolhimento em cumprimento à cláusula do Benefício Social Familiar, os cartões são enviados à empresa, que tem a responsabilidade de distribuí-los para que os seus trabalhadores tenham ciência de que estão amparados pelo Benefício Social Familiar em casos de: nasci-

mento de filho, falecimento, e incapacitação total e permanente do trabalhador (conforme previsto na CCT). A empresa também pode solicitá-los, quando for necessário, pelo site, na área das empresas, em "Solicitação de Cartões de Identificação". Preenchendo os dados e clicando em “confirmar pedido”, receberá a confirmação do envio dos cartões por e-mail. A solicitação de cartões é gratuita. O nascimento, óbito ou evento que possa provocar a incapacitação permanente para o trabalho, por perda ou redução de sua aptidão física, deverá ser comunicado formalmente à gestora, no prazo máximo e improrrogável de 90 (noventa) dias da ocorrência, pelo site www.beneficiosocial.com.br Os valores das coberturas, parcelas, requisitos, beneficiários, penalidades e a forma de prestação do serviço assistencial estão previstos no Manual de Orientação e Regras, registrado em cartório, disponível no site do BSF. Sempre que for necessário à comprovação do cumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho e nas homologações trabalhistas, deverá ser apresentado o certificado de regularidade desta cláusula, à disposição no site www.beneficiosocial.com.br, sem prejuízo da assistência na rescisão. No Departamento Jurídico do SindilojasRio, as empresas lojistas podem esclarecer dúvidas sobre o Benefício Social Familiar e conhecer melhor suas vantagens. È só procurar a Dra. Adma Brumana, pelo telefone 2217-5063.


SERVIÇOS PARA O LOJISTA

Cadastro Positivo é na Boa Vista SCPC! Depois disso, faltará apenas que o presidente da República sancione a Lei, pois o projeto é incentivado pelo próprio governo, e em seguida o publique no Diário Oficial para que a lei passe a valer no Brasil. A Boa Vista SCPC, como uma das gestoras autorizadas a fazer o gerenciamento dessas informações positivas, é especialista no assunto e detém uma série de estudos que podem auxiliá-lo(a) a compreender melhor os impactos do Cadastro Positivo para os consumidores, as empresas e para a sociedade como um todo. Com essa mudança, todos os consumidores (pessoas físicas e jurídicas) passarão a fazer parte desse banco de dados com informações de pagamento. Os consumidores e empresas serão incluídos automaticamente no Cadastro Positivo e suas informa-

ções de pagamento passarão a ser consideradas no cálculo do score de crédito. Isso significa que as informações positivas serão disponibilizadas em nossas soluções para ajudar a sua empresa a tomar as melhores decisões para sua operação. A avaliação positiva trará novos negócios, aumentos significativos de oportunidades e ampliação de receita, tornando sua operação maior e muito mais rentável.

Você e sua empresa estão preparados para essa grande mudança? Conte com o Cadastro Positivo da Boa Vista SCPC! Converse com o seu gerente de conta ou acesse nossos canais de atendimento para entender como sua empresa poderá aproveitar melhor as oportunidades que virão. Bons negócios!

https://www.boavistaservicos.com.br/cadastro-positivo/

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Temos uma ótima notícia! Passamos por mais uma etapa no processo de aprovação da nova Lei Complementar do Cadastro Positivo (54/19): No último dia 13 de março, o projeto foi aprovado no Senado!

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HISTÓRIA DO COMÉRCIO

GRANADO

Uma história de sucesso e longevidade

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Em 1870, ou seja, há 149 anos, o português José Antônio Coxito Granado fundou na cidade do Rio de Janeiro, a Botica de Barros Franco, que daria origem à empresa Granado Pharmácias.

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No início, a farmácia manipulava produtos com extratos vegetais de plantas, ervas e flores brasileiras, cultivadas no sítio do seu fundador, em Teresópolis (RJ). Além desses medicamentos, Coxito importava produtos da Europa e adaptava suas fórmulas para os padrões e necessidades dos brasileiros, em especial dos moradores do Rio. A qualidade e a eficácia dos produtos logo tornaram a Granado uma das fornecedoras oficiais da Corte. Dessa aproximação nasceu a amizade com Dom Pedro II que, em 1880, conferiu à empresa o título de Farmácia Oficial da Família Imperial Brasileira. Em 1903, João Bernardo Granado, irmão de Coxito, criou o Polvilho Antisséptico, um dos primei-

ros produtos e o mais famoso da Granado Pharmácias. Sua fórmula foi aprovada por Oswaldo Cruz e, até hoje, permanece inalterada. Os sabonetes de glicerina com base vegetal e glicerina 100% natural também são, ainda hoje, produtos líderes da empresa. Em 1912, a Granado instalou a sua primeira fábrica na Rua do Senado, onde ficou até 2000. Anos antes, inaugurou a fábrica em Belém do Pará, onde passou a fabricar sabonetes em barra. Mais tarde, em Japeri, no interior fluminense, instalou sua nova fábrica. Além de manipular medicamentos, Coxito se aventurou no segmento de publicações. De 1887 a 1940, ele editou o almanaque anual “Pharol da Medicina”, no qual médicos e farmacêuticos informavam e explicavam as qualidades dos novos produtos da Granado Pharmácias.


HISTÓRIA DO COMÉRCIO Fachada da Granado Pharmácias, em 1888, homenageava a família imperial brasileira. Foto de Marc Ferrez, Rio de Janeiro

Em 2004, a Granado adquiriu a marca Phebo, fundada em 1930 e do mesmo ramo. Com a aquisição, a Granado passou a ter, além da fábrica no Rio de Janeiro, a de Belém do Pará, que além de dar continuidade aos produtos da marca Phebo, passou a produzir os sabonetes Granado. Tradicionalmente, a linha Phebo está associada a sabonetes e perfumes, enquanto a marca Granado é associada a produtos terapêuticos. Em outubro de 2016, a Granado fechou a venda de uma participação de 35% para a espanhola Puig, dona de grifes como Carolina Herrera e Jean Paul Gaultier. O controle da empresa continua nas mãos de Christopher Freeman, que comprou a empresa em 1994 pela quantia de U$ 8 milhões de dólares.

Almejando crescimento no mercado internacional, a Granado tem seus produtos vendidos na loja de departamentos Le Bon Marché, em Paris, França; na Casa Pau-Brasil, em Lisboa, Portugal; e na loja Isetan, em Tóquio, Japão. Em 2017, a Granado inaugurou a sua primeira loja própria, internacional, em Paris, na 21, Rue Bonaparte, 6ème. A rua concentra lojas de luxo e galerias de arte. Paralelamente à inauguração da loja, a empresa lançou uma loja online, com entrega em todos os países europeus. Ao longo dos seus quase 150 anos, a Granado modernizou-se, acompanhando as tendências mundiais do setor de perfumaria e cosméticos, sem jamais perder suas características originais. Segundo dados da Wikipédia, o valor de mercado da Granado Pharmácias, em 2016, era de R$ 1,5 bilhão, com faturamento anual de R$ 400 milhões de reais.

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A primeira filial da Granado foi inaugurada em 1917, na Praça Saens Peña, na Tijuca, no Rio. Foram também inauguradas filiais no Leblon, no Rio, e nos Jardins, em São Paulo.

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CURIOSIDADES

CURIOSIDADES A história da camisa social

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A camisa é um item essencial do guarda-roupa masculino. Em relação aos dias de hoje, a camisa era diferente no passado.

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Na Idade Média, era usada como pijama ou roupa de baixo. Apenas de cor branca, era feita de algodão e não tinha punhos ou colarinhos. Nessa época, a função da camisa social era, basicamente, higiênica, servindo para proteger os tecidos mais nobres das vestimentas usadas por cima. Era utilizada também em trabalhos pesados na construção, em pinturas e esculturas, entre outras atividades. Com o tempo, as camisas ganharam punhos e colarinhos, tornando-as mais visíveis e populares perante o público masculino. Não se sabe ao certo quando as camisas sociais ganharam o destaque que possuem hoje. Porém é certo afirmar que esse avanço começou no século 19, quando a história da camisa social assumiu protagonismo. Já no início do século 20, era usada em público por homens de todas as classes sociais.

A CAMISA DE HOJE A popularidade da camisa social masculina aumentou significativamente após a Primeira Guerra Mundial. Nessa época, começaram a fazer sucesso nos armários masculinos as camisas sociais mais parecidas com as que estamos habituados a ver nos dias de hoje. Ou seja: peças com botões, punhos e colarinhos. Era mais frequente o uso da camisa social branca, ainda hoje considerada uma peça clássica. Com o sucesso, outros novos materiais começaram a ser agregados às camisas, como os clipes de cristal, suportes em PVC, borboletas, barbatanas, material para o cós, forros de bolsos, viés, entretelas e outros. A partir de então, a indústria têxtil, incentivada pela cultura – principalmente cinematográfica – também passou a investir em camisas diferentes, com novas cores, tecidos e modelagens. Apesar das constantes mudanças na moda, há clássicos que nunca perdem o espaço. A camisa social é uma das peças que adquiriu esse status. Hoje, já há inúmeras maneiras de usá-la. São muitas opções de cortes, tecidos, cores, estampas e tamanhos para todos os gostos e bolsos.


SAÚDE E BEM-ESTAR Fonte: José Marcos Girardi, cardiologista; Organização Mundial de Saúde e Sociedade Brasileira de Hipertensão

26 DE ABRIL - DIA NACIONAL DE PREVENÇÃO E COMBATE À HIPERTENSÃO

Muito comum, a hipertensão acomete uma em cada quatro pessoas adultas. Assim, estima-se que atinja em torno de, no mínimo, 25% da população brasileira adulta, chegando a mais de 50% após os 60 anos, e está presente em 5% das crianças e adolescentes no Brasil. É responsável por 40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos casos de insuficiência renal terminal. As graves conseqüências da pressão alta podem ser evitadas, desde que os hipertensos conheçam sua condição e mantenham-se em tratamento com o adequado controle da pressão. Ter hipertensão é ter a pressão arterial, sistematicamente, igual ou

maior que 14 por 9. A pressão se eleva por vários motivos, mas principalmente porque os vasos nos quais o sangue circula se contraem. A pressão alta ataca os vasos, coração, rins e cérebro. Os vasos são recobertos internamente por uma camada muito fina e delicada, que é machucada quando o sangue está circulando com pressão elevada. Com isso, os vasos se tornam endurecidos e estreitados podendo, com o passar dos anos, entupir ou romper. Quando o entupimento de um vaso acontece no coração, causa a angina que pode ocasionar um infarto. No cérebro, o entupimento ou rompimento de um vaso, leva ao "derrame cerebral" ou AVC. Nos rins podem ocorrer alterações na filtração até a paralisação dos órgãos. Todas essas situações são muito graves e podem ser evitadas com o tratamento adequado, bem conduzido por médicos.

Previna-se contra a pressão alta e viva bem! • Meça a pressão pelo menos uma vez por ano. • Pratique atividades físicas todos os dias. • Mantenha o peso ideal, evite a obesidade. • Adote alimentação saudável: pouco sal, sem frituras e mais frutas, verduras e legumes. • Reduza o consumo de álcool. Se possível, não beba. • Abandone o cigarro. • Nunca pare o tratamento, é para a vida toda. • Siga as orientações do seu médico ou profissional da saúde. • Evite o estresse. Tenha tempo para a família, os amigos e o lazer. • Ame e seja amado. Fonte: Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH)

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A Hipertensão, popularmente chamada de pressão alta, é uma doença "democrática". Ataca homens e mulheres, brancos e negros, ricos e pobres, idosos e crianças, gordos e magros, pessoas calmas e nervosas.

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LEGISLAÇÃO E TRIBUTOS

Obrigações dos Lojistas Abril e Maio de 2019 1/4 2/5

3/4 6/5

Revista O Lojista | Março e Abril de 2019

5/4 6/5

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DCT - Logo após a admissão de funcionário não cadastrado no PIS, preencher o DCT, apresentando-o à CEF para efetuar o cadastramento. ISS - Recolhimento do imposto: o prestador deverá gerar no sistema o documento de arrecadação relativo às NFS-e emitidas. Obs.: os prestadores de serviços devem recolher o ISS no terceiro dia útil de cada mês, conforme Decreto nº 44.030 de 7/12/17. ICMS - Pagamento do imposto pelos contribuintes relacionados ao anexo único do Decreto nº 31.235/2002, referente à apuração do mês anterior.

5/4 7/5

FGTS - Efetuar o depósito correspondente ao mês anterior.

5/4 7/5

CAGED - Cadastro de Empregados. Remeter via internet por meio do programa ACI, informando admissões, desligamentos e transferências de funcionários ocorridos no mês anterior.

10/4 10/5

IR/FONTE - Referente a fatos geradores ocorridos no mês anterior.

10/4 10/5

ICMS - Empresas varejistas e atacadistas devem efetuar o recolhimento do tributo apurado relativamente ao mês anterior.

15/4 15/5

PIS, COFINS, CSLL - Referente a fatos geradores ocorridos na 2ª quinzena do mês de Março/Abril 2019 (Retenção de contribuições – pagamentos de PJ a PJ de direito privado (Cofins, PIS/Pasep, CSLL).

18/4 20/5

18/4 20/5

25/4 24/5

25/4 24/5

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30/4 31/5 30/4 31/5

SUPER SIMPLES / SIMPLES NACIONAL - Pagamento do DAS referente ao período de apuração do mês anterior (Março/ Abril 2019). INSS - Recolher a contribuição previdenciária referente ao mês anterior*. (Prorrogado o prazo para o dia 20 pela Medida Provisória nº 447 publicada no D.O.U em 17/11/08) COFINS - Recolher 3% sobre a receita do mês anterior, exceto as empresas tributadas no lucro real*. (Prorrogado o prazo para o dia 25 pela Medida Provisória nº 447 publicada no D.O.U em 17/11/08) COFINS - Recolher 7,6% para empresas tributadas no lucro real*. (Prorrogado o prazo para o dia 25 pela Medida Provisória nº 447 publicada no D.O.U em 17/11/08) PIS - Recolher 0,65% sobre as operações do mês anterior*. (Prorrogado o prazo para o dia 25 pela Medida Provisória nº 447 publicada no D.O.U em 17/11/08) PIS, COFINS, CSLL - Referente a fatos geradores ocorridos na 1ª quinzena do mês de Abril/Maio 2019 (Retenção de contribuições – pagamentos de PJ a PJ de direito privado (Cofins, PIS/Pasep, CSLL). IR/PJ - Empresas devem efetuar o recolhimento do tributo incidente sobre o período de apuração do mês anterior. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL - Empresas tributadas com base no lucro real, presumido ou arbitrado, devem efetuar o recolhimento do tributo incidente sobre o período de apuração do mês anterior.


E na revista O Lojista, a advogada Luciana Mendonça, do Departamento Jurídico do SindilojasRio, responde as perguntas mais frequentes.

O LOJISTA RESPONDE

As empresas lojistas associadas ao SindilojasRio podem pedir orientações e tirar dúvidas nas áreas trabalhista, cível e tributária também por telefone. O atendimento é feito pelo Departamento Jurídico do SindilojasRio, de 2ª a 6ª feira, das 9h às 17h. A consulta jurídica por telefone está disponível também, gratuitamente, para empresas lojistas não associadas ao SindilojasRio. O telefone é o (21) 2217-5062.

O LOJISTA RESPONDE Sim. Ocorrendo o acidente de trabalho, independentemente de afastamento ou não, é obrigatória a emissão da CAT por parte do empregador, sob pena de multa pelo Ministério do Trabalho, que será cobrada, nos termos do art. 336 do Decreto 3.048/99, na forma do art. 286 do mesmo diploma legal, dependendo da gravidade apurada pelo órgão fiscalizador. Portanto, havendo acidente de trabalho sem o preenchimento da CAT pela empresa, podem formalizá-lo o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública (inclusive o próprio perito do INSS quando houver a realização da perícia).

O empregado que trabalhar no feriado do Dia do Trabalho, 1º de maio, terá direito a duas folgas?

Sim. Conforme cláusula décima terceira da Convenção Coletiva para trabalho nos feriados, em relação ao feriado de 1º de maio, além da folga remunerada em até 30 dias a contar do feriado trabalhado, fica assegurado ao empregado, outra folga, a ser gozada, preferencialmente, no dia do aniversário do empregado e, não sendo possível a concessão no mencionado dia, esta deverá ser gozada em até 90 dias a contar do feriado efetivamente trabalhado.

O empregador pode pedir exame para comprovar gravidez no ato da admissão ou durante o contrato de trabalho?

Não. De acordo com o art. 373-A da CLT, é vedado ao empregador "exigir atestado ou exame, de qualquer natureza, para comprovação de esterilidade ou gravidez, na admissão ou permanência no emprego".

Pode ser concedido aviso prévio ao empregado que se encontra em gozo de férias?

Não. A Instrução Normativa SRT nº 15/2010, que estabelece procedimentos para assistência e homologação na rescisão do contrato de trabalho, preceitua em seu art. 19 que é inválida a comunicação de aviso prévio na fluência de garantia de emprego e de férias. Assim, estando o empregado em gozo de férias, o empregador não poderá lhe conceder o aviso prévio.

Os intervalos de descanso são computados na jornada de trabalho?

Não. De acordo com o § 2º do art. 71 da CLT, os períodos de descanso, sejam eles de 1 hora ou 15 minutos, não são computados na duração do trabalho.

Com relação ao vale-transporte, quando o empregado muda de endereço, deve comunicar ao empregador?

Sim. Conforme Decreto nº 95.247, de 17 de novembro de 1987, para o exercício do direito de receber o vale-transporte, o empregado informará ao empregador, por escrito: I - seu endereço residencial; II - os serviços e meios de transporte mais adequados ao seu deslocamento residência-trabalho e vice-versa. As informações acima deverão ser atualizadas anualmente ou sempre que ocorrer alteração das circunstâncias mencionadas nos itens I e II, sob pena de suspensão do benefício até o cumprimento dessa exigência.

A empresa é obrigada a conceder adiantamento salarial aos empregados?

Inexiste dispositivo legal que obrigue a empresa a conceder adiantamento salarial ao empregado. Porém, a empresa deve verificar se existe tal previsão na convenção coletiva, acordo coletivo da respectiva categoria ou no regimento interno.

Revista O Lojista | Março e Abril de 2019

Existe obrigatoriedade de o empregador emitir a CAT mesmo não gerando afastamento do empregado?

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OPINIÃO

desperdício e altos custos oriundos do trabalho que precisa ser refeito. Conflitos, brigas e disputas internas entre funcionários são consequências muito comuns e constantes nos empreendimentos que desconsideram a importância do diálogo. Na atualidade, o maior desafio para os empreededores é incentivar o saudável exercício do diálogo aberto e franco, sem rodeios ou intolerâncias, favorecendo assim a convivência das diferenças. A diversidade de pensamento contribui para o enriquecimento da criatividade da empresa na busca de soluções e inovações. Isso depende apenas de uma estratégia de diálogo, que envolva a participação de todos no desenvolvimento de competências comportamentais.

Podemos enumerar algumas das competências ligadas à comunicação, dos empreendedores de sucesso: • Desenvolvem estilo próprio e assertivo de convencimento dos seus interlocutores.

GUSTAVO GOMES DE MATOS

Jornalista, professor, consultor e autor dos livros: “Comunicação Empresarial sem Complicação” (Editora Manole), “A Cultura do Diálogo” (Editora Campus/Elsevier) e “Comunicação Aberta” (Editora Manole). Trabalha no Instituto Gênesis de Empreendedorismo e inovação da PUC-Rio.

Revista O Lojista | Março e Abril de 2019

Comunicação Empreendedora

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Não basta saber. É preciso saber fazer e querer fazer acontecer de verdade. Na comunicação empreendedora, o emissor assume o papel de protagonista e agente de transformação. Ele sabe falar e calar; sabe ouvir os interlocutores e a si mesmo, e, o mais importante, sabe dar e receber retorno na comunicação.

• Dominam os princípios e as técnicas da comunicação como instrumento estratégico para iniciativas inovadoras. • Buscam conhecer os conceitos da comunicação humana para consolidar a prosperidade dos seus negócios. • Aplicam a comunicação como um mecanismo, em permanente desenvolvimento, através do qual existem e se desenvolvem as relações humanas e profissionais. • Buscam corrigir as falhas habituais na comunicação, que acarretam improdutividade e erros no trabalho. • Desenvolvem o hábito do diálogo e o da abertura para a comunicação, como fonte de resolução de conflitos e problemas nas esferas empresarial, profissional e pessoal.

Acabamos de descrever a competência comportamental do líder comunicador-empreendedor.

• Buscam planejar e executar projetos de comunicação voltados para os públicos interno e externo (stakeholders).

A improdutividade, a perda de clientes, o defeito de equipamentos, os acidentes de trabalho e o não cumprimento de prazos e metas são algumas das consequências geradas pela falta de diálogo e comunicação nos empreendimentos. É comum em um ambiente fechado à conversação, a distorção das informações, o que ocasiona grandes índices de

Uma coisa é certa: o sucesso do empreendedor e dos empreendimentos dependem, necessariamente, da compreensão e aplicação da Cultura do Diálogo, tendo como base fundamental o relacionamento humano. Esse é o principal segredo para o sucesso na prospecção de novos negócios e para a prosperidade das iniciativas empreendedoras.


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Revista O Lojista | Marรงo e Abril de 2019



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