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Virtualmente PONTOS DE INTERESSE ESPECIAIS: 

O significado do Natal, por Beatriz Santos e Cláudia Gouveia

Vida de estudante, por Filomena Costa

O telemóvel, por Rodrigo Ramos

A escrita precária, por Raúl Matos

NESTA EDIÇÃO: La Rochelle

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Pintura Southwold

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Humor

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Doce partilha

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O computador

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A eira

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Problemas divertidos

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N Ú M E R O

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A B R I L

Ao leitor Não temos que regar o deserto nem necessariamente transformar o mundo, temos apenas que guardar uma flor/escrever textos, nisso reside o nosso segredo. Só que este número 2 do jornal online ainda é mais pequeno que os anteriores, não foi por falta de insistirmos com os membros da comunidade educativa, insistimos, só que o feedback foi quase nulo. Agradecemos desde já aos professores que fizeram colaborar os seus alunos: Mónica Reis, Vera Gomes e Dalila Ornelas. Uma palavra de apreço à Élia Freitas pelo apoio informático. O leitor vai ler textos sobre o Natal, sobre a realidade regional, sobre meios de comunicação, sobre localidades de França e Inglaterra, em prosa, e alguns textos sobre a realidade lírica. Ainda sobre o humor e a matemática divertida. Para encher as 8 páginas do

jornal, permitiu-se que alguns colaboradores escrevessem mais do que um texto, por isso deixamos aqui também o nosso agradecimento a esses participantes: Raúl Matos e Luísa Sardinha. Não podemos obrigar as pessoas a participar, no entanto continuaremos a pedir textos a todos os membros da comunidade, pode ser que melhores dias possam advir para o jornal, quando cada vez mais cada um de nós começar a escrever a sua flor. Certos textos já não puderam sair neste número, porque o jornal, a determinada altura, apresentou-se estruturalmente ‘completo’, de modo que já não podiam ser inseridos sem alterar a referida estrutura; sairão no próximo número. Leonardo Fernandes

Cumplicidade Foste raio de luar Em noite escura Sol de Inverno Estranha loucura Foste vida em mim, Paixão, desejo, Sonho, sonhado, Abraço, terno Beijo. Foste gota de orvalho,

Pedaço de arco-íris, Violenta tempestade, Profunda cumplicidade. Foste tudo, foste nada… Esperança, desilusão, Anoitecer, alvorada, Sentimento, razão. Foste apenas tu, Fui apenas eu, Fomos apenas um só…

Flor de Lótus

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O significado do Natal

...não se esqueçam que o Natal não se resume a bonitas decorações e a presentes, pois a sua essência é o festejo do nascimento Daquele...

O Natal surge como aniversário do nascimento de Jesus Cristo, Filho de Deus, sendo atualmente uma das festas católicas mais importantes. Inicialmente a Igreja Católica não comemorava a Natal. Foi em meados do séc. IV d. C. que se começou a festejar o nascimento do Menino Jesus, tendo o papa Júlio I fixado a data no dia 25 de Dezembro, já que se desconhece a verdadeira data do Seu nascimento. Uma das explicações para a escolha do dia 25 de Dezembro como sendo o dia de Natal prende-se com o facto de esta data coincidir com a Saturnália dos romanos e com as festas germânicas e célticas do solstício de Inverno, sendo todas estas festividades pagãs, a Igreja viu aqui uma oportunidade de cristianizar a data, colocando em segundo plano a conotação pagã. Algumas zonas optaram por festejar o acontecimento em 6 de Janeiro, contudo, gradualmente esta data foi sendo associada à chegada dos Reis Magos e não ao nascimento de Jesus Cristo. O Natal é assim dedicado pelos cristãos a Cristo, que é o verdadeiro Sol da Justiça (Mateus 17,2; Apocalipse 1,16), e transformou-se numa

das festividades centrais da Igreja, equiparada desde cedo à Páscoa. Apesar de ser uma festa cristã, o Natal, com o passar do tempo, converteuse numa festa familiar com tradições pagãs, em parte germânicas e em parte romanas. Sob influência franciscana, espalhou-se, a partir de 1233, o costume de, em toda a cristandade, se construírem presépios, já que estes reconstituíam a cena do nascimento de Jesus. A árvore de Natal surge no séc. XVI, sendo enfeitada com luzes, símbolo de Cristo, Luz do Mundo. Uma outra tradição de Natal é a troca de presentes, que são dados pelo Pai Natal ou pelo Menino Jesus, dependendo da tradição de cada país. Apesar de todas estas tradições serem importantes (o Natal já não pareceria o Natal se não as cumpríssemos) a verdade é que não nos podemos esquecer que o verdadeiro significado de Natal prende-se com o nascimento de Cristo, que veio ao mundo com um único propósito: o de justificar os nossos pecados através da sua própria morte. Nesses tempos, sempre que alguém pecava e desejava obter o perdão divino, oferecia um cordeiro em

forma de sacrifício. Então, Deus enviou Jesus Cristo que, como cordeiro sem pecados, veio ao mundo para limpar os pecados de toda a Humanidade através da sua morte, para que um dia possamos alcançar a vida eterna, por intermédio Dele, Cristo, Filho de Deus. Assim, não se esqueçam que o Natal não se resume a bonitas decorações e a presentes, pois a sua essência é o festejo do nascimento Daquele que deu a Sua vida por nós, Jesus Cristo.

Beatriz Almada Santos, Cláudia Sofia Martins Gouveia

La Rochelle Num maravilhoso país como a França, La Rochelle é uma cidade encantadora e bastante atrativa, situada no sul do país. No lado esquerdo, um navio enorme com dois mastros altíssimos espreita e contempla o mar juntamente com os pescadores. Na promenade, uma bandeira verde como a erva dança ao som do vento enquanto a população aprecia a vista fantástica do mar em redor, acalman-

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do a mente com o som das ondas e cheiro a maresia. O mar reflete o céu, o farol, os barcos e até mesmo as escamas reluzentes dos peixes que habitam nele. A maré assemelha-se ao arco-íris tais são as suas cores tão vivas e variadas. O céu parece pintado por aguarelas tal é o seu esplendor. As nuvens parecem algo-

dão branco com diferentes tonalidades, pois as suas cores são tão irreais, como se tivessem saído de uma tela. La Rochelle é uma excelente cidade para passar umas férias relaxantes, pacíficas e inesquecíveis em comunhão com a natureza. Laura Margarida Vasconcelos Nunes, 7º B


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Uma tarde em La Rochelle Em França, a cidade de La Rochelle chama a atenção de muitos turistas não só pelo seu encanto como também pelos seus dias serenos. As gaivotas esfomeadas, no grande céu azul, permanecem voando e emitindo o seu habitual som à espera de apanhar um peixe para satisfazer a sua fome. Contudo, voam de um lado para outro, de um lado para outro e sem sucesso. Num plano mais afastado, conseguimos ver um farol alto e elegante como os manequins das lojas, todo ele coberto por pedra e com pequenas janelas no topo.

Um grande castelo, antiga casa de reis e rainhas, contempla o mar calmo. Uma muralha comprida separa o oceano dessa magnífica cidade. O porto de La Rochelle acolhe os marinheiros que se aventuram no mar. Predomina o cheiro a peixe pescado pelos marinheiros nas suas grandes e ásperas redes. Observamos alguns pescadores a chegar ao porto nos seus grandes meios de transporte aos quais chamamos barcos. Muitos deles recolhem as redes depois de um dia no mar, prontos para comer o peixe que pescaram durante este espaço de tempo.

Esta paisagem parece saída de uma revista, pois é magnificente. Maria Madalena S. Gouveia, 7ºB

Eu quero só que este Natal seja o melhor

Querido Pai Natal

de sempre com a minha família e os

Eu quero só que este Natal seja o melhor de sempre com a minha família e os meus amigos. Também gostava de ter roupa para usar na escola para poder dizer que estou bonita, também gostava de ter-te por perto. Gostava de ter boas notas e passar para o 6º Ano. E de sempre ter boas amigas como tenho agora. Sei que é pedir muito mas gostava de ter isto tudo. Adeus, Pai Natal, até ao dia de Natal.

O que eu queria era ir a Londres, ter um portátil e que a minha família fosse sempre feliz e com dinheiro para que a sua vida melhorasse. Gostava também de ter um rádio, roupa nova, maquilhagem, boas notas e de não ter inimigos ou inimigas. Tu és muito bondoso, dás presentes a toda a gente e adoras toda a gente, é por isso que te adoramos. Feliz Natal!

Beatriz Almada Santos, 5º G

Cláudia Gouveia, 5º G

Pintura Southwold de S. Spencer O Reino Unido é um país maravilhoso com uma das praias mais atrativas e mais frequentadas pelos visitantes curiosos. Lá, o mar é frio como uma lagoa da Escandinávia e a reia é semelhante ao âmbar. Em frente a um vestiário de pedra encontra-se um estendal com uma toalha húmida e um fato de banho.

No centro do areal, um pano de lona é usado para separar os banhistas que procuram sombra, daqueles que desejam um clima com mais sol e calor.

nalidade coral, onde se encontra um praieiro deitado a contemplar as ondas do mar, sente-se o cheiro do protetor solar e o odor a maresia.

A areia é dourada e macia, idêntica a pepitas de ouro, os seus grãos parecem de açúcar. Todavia o areal também se assemelha a um campo de flores secas. Perto do mar, existem nove espreguiçadeiras confortáveis com uma to-

Southwold é uma praia fantástica e paradisíaca, na qual eu adoraria passar umas férias inesquecíveis. Laura Margarida Vasconcelos Nunes, 7º B

meus amigos.

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A escrita precária

proibido, só a

Na época do poder totalitário, portanto nos anos sessenta, a pobreza obrigava-nos a certa criatividade a nível escolar e não só. Quando fazíamos exame ou certos exercícios escritos e provas éramos obrigados a escrever com tinta. Alguns alunos bafejados pela sorte tinham várias canetas, denominadas por permanentes. No entanto, os que não tinham representavam um número muito superior. Então os colegas que as tinham eram generosos, ficavam em seu poder com a melhor e as restantes emprestavam-nas aos colegas que chegassem mais cedo à escola. Eu quando podia também chegava cedo, quando isso não era possível, então era um dos penalizados ficando assim muito triste! Os que não tinham a caneta tão desejada eram obrigados a escrever com as penas classificadas de quinze tostões, estas de qualidade ínfima. Prática obrigatória era o uso do mata-borrão, para absorver a tinta que podia cair em excesso em qualquer momento no trabalho que estava a ser realizado. Em frente ao aluno existia um tinteiro de louça, de cor branca que continha a tinta onde molhávamos a pena. Fazer um trabalho digno era quase impossível, pelas condições já referidas. Escrever com esferográfica era proibido, só a professora podia usá-la, nomeadamente para corrigir os nossos trabalhos. Quero realçar, em casa quando não tínhamos nada com que escrever em papel, em caso de certos trabalhos, eu e o meu irmão preparávamos um pauzinho de urze com certo diâmetro de ponta aguçada, este por ser mais forte e menos absorvente, então era molhado no tinteiro que tínhamos em nosso poder e assim fazíamos os nossos trabalhos escritos. Sem dúvida, apenas usávamos o lápis de xisto e a pedra com o mesmo nome no nosso dia-a-dia para quase tudo! Quero concluir dizendo: terminei a minha quarta classe e nunca tive a tal caneta permanente tão desejada! Quem tiver a oportunidade de ler este tema, agradeço que não ponha em causa estas referências por serem verídicas. Nos dias de hoje todos estes factos são meras histórias passadas e ainda bem que assim é!

professora podia

Raúl Gonçalves de Matos

Escrever com esferográfica era

usá-la, nomeadamente para corrigir os nossos trabalhos.

Recordações de outrora Sendo eu ainda criança, vivendo com a minha avó paterna, ela um dia contoume a seguinte história. Dizia ela assim: Certo dia, ao passar num caminho, consegui um feijão cuja qualidade desconhecia. Juntei-o e plantei-o num lugar privilegiado. Mais tarde, colhi os seus frutos. A intenção era a multiplicação dos mesmos, em

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virtude da sua qualidade rara. O meu objetivo foi alcançado. Com a originalidade e a eficácia do trabalho realizado, a minha avó conseguiu colher vários alqueires por ano com a multiplicação de uma única semente, pesando cada alqueire doze quilos. Admiro o trabalho da minha avó, a sua iniciativa e congratulo-a pela belíssima colheita.

Parabéns avó! Raúl Gonçalves de Matos


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Humor Diz um médico para outro: - Esse doente deve ser operado imediatamente. - Que é que ele tem? - Dinheiro. Eles estavam a operar um paciente. Quando, de súbito, entra um médico na sala de cirurgia e grita: - Parem tudo! Parem o transplante. Há uma rejeição! - Uma rejeição? - Do rim, doutor? – pergunta um dos médicos. - Não! Do cheque!... O cheque não tem cobertura!

liberal entra num bar, completamente nua. Pára frente ao balcão e diz ao empregado: - Dê-me uma cerveja bem gelada, por favor! O homem fica a olhar para ela sem se mexer. - O que é que se passa? Nunca viu uma mulher nua? - Muitas vezes! - E então, está a olhar para onde? - Quero ver de onde é que vai tirar o dinheiro para pagar a cerveja! In Almanaque de Santo António, 2012

Uma jovem rebelde e muito

O computador Hoje em dia o computador é usado no mundo inteiro por várias pessoas. N a minha opinião, o mundo não seria o mesmo sem o computador, pois este é utilizado tanto a nível profissional como a nível pessoal. Do meu ponto de vista, sem o computador as pessoas não teriam tanta informação e não podiam comunicar tão rapidamente entre si. Através deste, podemos comunicar para qualquer parte do mundo em poucos segundos, o que traz vantagens para a sociedade. No entanto, o computador também traz desvantagens, como problemas de sedentarismo, perigo nas redes sociais, uma das causas da obesidade, sobretudo entre os jovens. O uso deste a nível laboral também é a causa de muitas doenças para quem o utiliza. A meu ver, o computador, como muitas outras coisas, tem vantagens e desvantagens! Cabe a cada um saber utilizá-lo. Rodrigo Jardim, 6ºD

Doce partilha Doce partilha… de sentimentos De alegrias, mágoas e sofrimentos. Partilha de histórias De belos momentos De afetos e vivências De memórias e de experiencias. Partilha de sonhos De realidades distintas De Amizade, de cumplicidade De lealdade, frontalidade. Partilha de amor, paixão

Desejo, terno beijo Abraço envolvente Partilha do teu ser Em cada amanhecer Na suavidade dos lençóis. Simbiose dos dois. Doce partilha, profundo laço Sentida no teu regaço. Luísa Sardinha

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O telemóvel Infelizmente, hoje em dia, as pessoas comunicam com o telemóvel e dão menos importância às cartas e aos bilhetes-postais. Antigamente as pessoas limitavam-se a escrever cartas para familiares que estavam longe ou que estavam noutros países. Antigamente a palavra telemóvel não existia mas as pessoas não se importavam porque havia as cartas e podiam enviá-las para onde quisessem. Agora toda a gente tem telemóvel e é só pegar nele e telefonar para quem quisermos e podemos comunicar e podemos comunicar mais depressa do que com a carta. Mas o telemóvel não é só para fazer chamadas, também podemos jogar jogos, mandar mensagens para os amigos, ir ao facebook, também temos acesso à internet, dá para tirar fotos e para fazer muito mais coisas. O telemóvel também dá para ser transportado de um lado para outro na algibeira ou na bolsa. E é por estas razões que o telemóvel é um meio de comunicação importante. Rodrigo Ramos 6ºC

...antes do telemóvel existiu o telefone, as pessoas, quando

Hoje em dia, o uso do telemóvel é muito elevado, desde os jovens até aos idosos. Antigamente não havia telemóvel, antes do telemóvel existiu o telefone, as pessoas, quando queriam comunicar com alguém, tinham que ficar em casa e também quando estavam à espera de um telefonema. As pessoas viram que havia necessidade de inventar um telefone que pudéssemos levar connosco para a rua, para onde quer que fôssemos. Foi aí que inventaram o telemóvel, chama-se assim porque é ‘tele’ que significa longe e móvel que é de mover, de movimento, e assim podiam levar o telemóvel com eles. O telemóvel foi evoluindo e é cada vez mais utilizado. Na minha opinião, o telemóvel é muito útil. Sou uma de várias pessoas viciadas no telemóvel. Com ele podemos mandar mensagens para a família e amigos, falar po chamada com pessoas que estejam longe, jogar, tirar fotografias, entre outras coisas. Ah! E agora também de consegue aderir às redes sociais pelo telemóvel, como o facebook e o twiter, entre outras. Eu não viveria sem telemóvel! E tu, conseguirias passar sem ele? Ana Maria Dias Vivo, 6ºC

queriam comunicar com alguém, tinham que ficar em casa e também quando estavam à espera de um telefonem.

A compra do litro de vinho Muito cedo, ainda na minha tenra idade, a minha avó paterna mandava-me de vez em quando comprar um litro de vinho. O transporte era feito numa garrafa oval, com uma asa. Objeto muito interessante! Descia à casa do “Manuel Aguiar”. Quando lá chagava, algumas vezes era atendido pelas suas filhas. Quando isso

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sucedia, vendiam-me o vinho, que custava cinco escudos. Davam-me de beber um copo do mesmo e pediam-me para que não divulgasse nada. Assim, ficariam com o dinheiro e não o entregavam ao pai. Como era evidente, com aquela pequena quantia, podiam comprar alguns objetos escolares, que tanta falta faziam na época.

Esta compra também era realizada pelo meu irmão José, algumas vezes. Recordações de outrora que guardo na minha memória. Interessantíssimas! Raúl Gonçalves de Matos


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A eira Em tempos, o tigo era transportado para um sítio onde seria debulhado. Este chamava-se “A Eira”. Nesta operação eram utilizadas duas máquinas e um pequeno grupo de homens que as manipulavam. Na debulhadeira trabalhavam dois homens. Um que introduzia o trigo numa pequena plataforma cortando o amarro com um canivete, que por sua vez era introduzido e atraído por uma força centrífuga, onde a espiga era triturada no seu interior. Depois a mesma os separava em dois. Por um lado saía o trigo e pelo outro, a

palha. De vez em quando, um deles aproximava-se à frente da máquina, para retirar a palha que se acumulava, à sua saída, com uma estaca de pau, esta era desviada para a sua direita, o trigo ficava no local. Também era retirado de quando em vez, para dar espaço a outro que continuaria a cair. Após este processo, o trigo era introduzido numa outra máquina denominada por “ventoinha”, para separar o trigo da saruga. Esta continha um sistema de ventilação recíproca, que por sua vez fazia voar a saruga para o exterior, sendo esta muito leve, o trigo, por

ser mais pesado caía logo nos filtros metálicos, e com a sua vibração saia para fora. Ficando no chão, sobre um grande pano branco. Depois era introduzido em sacos e transportado para casa do produtor. A palha era usada para encher colchões, travesseiros e não só. Também servia para a alimentação do gado bovino, juntando-se-lhe outro tipo de alimento. Esta era uma tarefa divertida! Raul Gonçalves de Matos

A verdadeira eira antiga Há algumas décadas, na zona da Camacha havia um certo número de espaços reservados às eiras da época. Estes locais eram considerados públicos. Usados pela população em geral, sempre que os necessitasse. Estes espaços eram preparados de uma forma muito peculiar. A sua base era de terra batida, no entanto sólida! Posteriormente era transporta-

do certa quantidade de bosta de gado bovino, onde lhe inseriam água para que a pudessem amassar e ligar bem. Este produto era deitado no chão e estendido com vassouras. Depois de seca repetiam o procedimento, assim aumentando a espessura daquela capa. Caso considerassem insuficiente, então triplicavam a dose. Esta não podia partir-se. Terminado este processo, a área

estava apta para ser utilizada, na debulha do trigo. Outro aspeto interessante era os objetos denominados por monogal, usados para a debulha deste. Estes eram constituídos por dois pedaços de pau, um mais comprido e outro mais curto. O mais comprido ficaria entre mãos, o mais curto serviria para malhar no trigo. Estavam interligados, através de uns pedaços de cabedal. O problema consistia no momento de juntar o trigo. Não podiam juntar trigo com excrementos de animal. Portanto, era necessário muita precaução. Aqui é onde devemos fazer um diagnóstico e avaliar as necessidades e a cultura do povo madeirense. Raúl Gonçalves de Matos

Vida de estudante - Estudar é uma chatice! – dizemme alguns com olhos tristes. Revoltados, desmotivados, Espezinhados pela aridez das palavras insípidas, Que se ficam a boiar à tona da conversa… Cheios de pressa lá vão… Palavras vazias, feias, E incapazes de mergulhar e tocar a essência da alegria Daqueles que teimam em não

estudar. São ecos do berço Essas palavras mal-ditas Impregnadas nas mochilas Que carregam o peso das bolas de neve do sofrimento: Folhas soltas com rabiscos desconexos Juntam-se a outras perdidas no fundo da mala, Onde a negativa impera! E a palavra desespera!...

- Estudar para quê? – pergunta-me outro com ar duvidoso. Saberás, um dia. E dir-me-ás com profunda melancolia: - Ser adulto é uma chatice! (Por vezes, convenhamos!) Ai se eu soubesse… Teria amado as palavras, Teria desbravado o mundo das letras, dos números… E, hoje, eu seria uma Pessoa… maior, Porque a Palavra ter-me-ia engrandecido!!!... Filomena Costa


Envia os teus textos, sugestões e críticas para o email do jornal: virtualmente11@sapo.pt Cria um logótipo para o jornal da escola e envia-o para o email do jornal. O jornal sai no final de cada período letivo, ou devia sair, envia os teus trabalhos com 30 dias de antecedência.

Provérbios portugueses Sol de abril, quem no vir, abra a mão e deixe-o ir. É próprio do mês de abril as águas serem às mil. Abril ora cora ora ri. In Almanaque de Santo António, 2012

Problemas divertidos 1. Se uma camisa molhada demora 45 minutos a secar na corda do estendal, quanto tempo demoram 3 camisas a secar? 2. Tira 2 maças de 3 maças. Com quantas ficas? 3. Uma árvore tem meia dúzia de pássaros. Um caçador deu um tiro e acertou num pássaro. Quantos pássaros ficaram na árvore? 4. Uma cave tem 20 pipas, os ladrões foram lá e levaram 10 pipas. Quantas pipas ficaram? 5. Uma casa tem 4 cantos. Cada canto tem 4 gatos. Quantos gatos vê cada gato? Soluções: 1. 45 minutos. 2. Ficas apenas com as duas que tiraste. 3. Nenhum, os outros fugiram. 4. Ficaram 30 pipas. 5. Vê 15 gatos. In Choque Mate, outubro/dezembro 2003


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