Mecânica de Motos II | Formação para o Trabalho

Page 1


mec창nica de motos Volume 2

Samuel Torres Brasil Ivanildo Lopes Farias Fortaleza 2012


©2011 by Edições Demócrito Rocha

Fundação Demócrito Rocha Presidente: Luciana Dummar Editora: Regina Ribeiro Coordenação Editorial: Eloísa Maia Vidal Coordenação Geral do Projeto: Francisco Fábio Castelo Branco Editor de Design: Deglaucy Jorge Teixeira Projeto Gráfico: Arlene Holanda Capa: Welton Travassos Revisão: Wilson P. Silva Editoração Eletrônica: Welton Travassos Catalogação na fonte: Ana Kelly Pereira Ilustrações: Eli Barbosa e Leonardo Filho Fotos: Banco de Dados O POVO/Fábio Castelo

Instituto Centro de Ensino Tecnológico - CENTEC Diretor Presidente: Geórgia Andréa Aguiar Almeida Diretor Asministrativo Financeiro: Antônio Cláudio Câmara Montenegro Convênio institucional entre Fundação Demócrito Rocha e Instituto CENTEC Secretaria da Ciência e Tecnologia e Educação Superior do Ceará - Secitece

Brasil, Samuel Torres. B823m Mecânica de motos / Samuel Torres Brasil, Ivanildo Lopes Farias. – Fortaleza: Edições Demócrito Rocha; Instituto Centro de Ensino Tecnológico, 2008. v. 2, 72 p. : il. color. ISBN 978-85-7529-403-2

1. Mecânica de motos. I. Farias, Ivanildo Lopes. II. Título. CDD 531

Todos os direitos desta edição reservados a:

Av. Aguanambi, 282-A - Joaquim Távora - Cep 60.055-402 - Fortaleza-Ceará Tel.: (85) 3255.6270 - 3255.6148 - 3255.6256 - Fax (85) 3255.6160 edicoesdemocritorocha.com.br | edr@fdr.com.br | livrariaedr@fdr.com.br


Para aproveitar ao máximo o curso você precisa Durante as aulas • Prestar atenção ao que o instrutor explica e demonstra. • Pedir ao instrutor para explicar novamente, caso não tenha entendido alguma coisa. • Fazer todas as atividades para ver se você realmente aprendeu o que foi ensinado. • Prestar muita atenção às aulas práticas. São elas que preparam o profissional eficiente.

Em casa • Ler tudo com atenção. • Se achar uma palavra difícil, não se preocupar. Marcar a palavra e perguntar o

que significa ao instrutor ou pesquisar num dicionário. • Procurar associar o que está escrito com as figuras existentes no texto. • O instrutor está à sua disposição para tirar dúvidas, portanto pergunte à vontade. Esforce-se e aprenda.

Aprende-se a fazer, fazendo...



Sumário Introdução................................................................................... 07 Lição 1 Sistema de alimentação de ar.................................................... 09 Lição 2 Sistema de mistura ar/combustível............................................. 15 Lição 3 Sistema de escapamento........................................................... 35 Lição 4 Sistema elétrico.......................................................................... 38 Lição 5 Sistema de lubrificação............................................................... 43 Lição 6 Sistema de locomoção da roda traseira..................................... 47 Lição 7 Sistema de freio da roda traseira................................................ 56


Lição 8 Sistema de suspensão da roda traseira......................61 Referências..................................................................70 Lição 8


Introdução Este caderno é a continuação do volume um do Caderno Tecnológico em Mecânica de Motos. Essa publicação tem como objetivo principal a manutenção básica de uma moto na busca de soluções plausíveis para os sistemas de: mistura ar/combustível, escapamento, elétrico, lubrificação, locomoção, freio e suspensão da roda traseira. Depois de conquistar o mercado de automóveis, os motores com um sistema de biocombustível chegam às motocicletas. Nos anos 1980, até que tentaram a produção de motos a álcool, mas foram difíceis as vendas, pois se revelaram pouco econômicas e de pequena autonomia. Agora, que o carburador deu lugar à injeção eletrônica, a moto a álcool foi testada na última edição do Rali dos Sertões e teve desempenho acima das expectativas. Em busca de solução para reduzir a emissão de poluentes o álcool volta ao tanque das motos. Na crise do petróleo, em 1973, o Ministério das Minas e Energia lançou o álcool combustível. Durante mais de 10 anos o brasileiro acostumou-se a abastecer os automóveis com álcool, mas as motos não tiveram muito sucesso. Tecnicamente, o álcool é um combustível com ponto de detonação maior, que exige alta temperatura para detonar. Para facilitar esse trabalho de detonação, as soluções são o uso de uma vela mais “quente” e/ou aumentar a taxa de compressão, mas o efeito colateral é facilitar a pré-ignição ou autodetonação, popularmente conhecidas como “batida de pino”. Além disso, por essa característica de ser um combustível “frio”, quando a temperatura ambiente é abaixo de 10ºC, torna-se difícil dar partida no motor frio e os automóveis usavam um tanque suplementar para injetar gasolina só para ligar nos dias frios.

7


O sistema utilizado pelas motos flex foi batizado de “Multifuel” e apresentado em 2007 na 8ª Automec (Feira Internacional de Autopeças, Equipamentos e Serviços), realizada no Pavilhão de Exposições do Anhembi, na cidade de São Paulo. Foi inteiramente desenvolvido pela Delphi em seu Centro de Tecnologia, localizado na cidade paulista de Piracicaba. Os testes foram feitos em protótipos das marcas Yamaha, Honda e Sundown. A novidade, segundo a empresa, promete economia de até 30% por quilômetro rodado. Já a disponibilidade deste motor no mercado dependerá do interesse dos fabricantes de motocicletas. O preço final ainda não foi definido, mas de acordo com a Delphi, tende a ser superior ao das motos com propulsor convencional.

8


Lição 1 Sistema de alimentação de ar Filtro de ar É o elemento encarregado de purificar o ar que se misturará com o combustível no interior do tubo venturi para fazer funcionar o motor. Da pureza do ar depende a vida útil dos anéis e do interior do motor. Os filtros podem ser: Filtro de papel – são feitos de papel poroso e funcionam perfeitamente, pois neles há poros que permitem a passagem do ar e retêm o pó que é prejudicial ao motor. O papel é dobrado em forma de sanfona dentro da caixa do filtro para conseguir a máxima eficácia no menor espaço possível; têm grande vantagem sobre os demais, pois são descartáveis, isto é, quando sujam são substituídos por novos. Filtros de espuma – são feitos de espuma sintética cuja porosidade é controlada durante a fabricação. A poeira contida no ar fica na espuma previamente lubrificada, e o ar chega ao carburador límpido. Sua manutenção é simples, pois basta lavá-los com solvente apropriado e lubrificá-los novamente com óleo indicado pelo fabricante. Filtros de malha de arame – são feitos de arame entrelaçado e mostram pouca eficiência, eram usados nas motocicletas antigas.

Qual a função do filtro de ar?

Operação 08: Desmontagem / inspeção / montagem

do filtro de ar Esta operação consiste em avaliar o estado físico do filtro de ar e de seu alojamento, tendo como ações a limpeza dos mesmos ou substituição. PASSO 01 – Remova a tampa lateral direita e a tampa lateral direita inferior. PASSO 02 – Remova os parafusos e a tampa da carcaça do filtro de ar e verifique o estado do elemento do filtro. Substitua o elemento do filtro, caso esteja excessivamente sujo ou danificado. Remova e descarte o elemento do filtro do ar de acordo com a tabela de manutenção.

9


Parafusos

Tampa do filtro de ar

Filtro de ar

PASSO 03 – Verifique o estado da carcaça do filtro de ar; e limpe a carcaça de alojamento do filtro de ar, caso esteja sujo. PASSO 04 – Remova a carcaça, se a mesma apresenta danificações ou trincas.

Remoção da carcaça PASSO 05 – Remova a tampa lateral esquerda, o parafuso e o suporte da bateria. PASSO 06 – Desconecte primeiro o conector do cabo negativo e, em seguida, o conector do cabo positivo e remova a bateria. Terminal negativo

Suporte da bateria

10

Terminal positivo


PASSO 07 – Remova os parafusos de fixação do assento e deslize-o para trás, retirando-o.

Lingüeta

Assento

Descreva a remoção da carcaça.

Parafusos

Suporte

Remoção do assento

PASSO 08 – Desacople o conector 2P da unidade de combustível.

A gasolina é extremamente inflamável e explosiva sob certas condições. Portanto trabalhe numa área bem ventilada, mantenha o motor desligado, não fume e mantenha chamas ou faíscas afastadas da área de trabalho ou de onde a gasolina está armazenada. Limpe imediatamente a gasolina em caso de derramamento.

Conector 2P da unidade de combustível

PASSO 09 – Gire o registro de combustível para posição “OFF” e desconecte o tubo de combustível do registro. PASSO 10 – Remova o parafuso de fixação do tanque de OFF: Desligado. combustível e o espaçador.

11


Registro de Combustível Tanque de combustível

PASSO 11 – Remova o tanque. PASSO 12 – Remova o parafuso e o relé de partida. PASSO 13 – Solte o parafuso da braçadeira do tubo de conexão do filtro de ar. PASSO 14 – Remova os parafusos de fixação da carcaça do filtro de ar e, em seguida, remova a carcaça pelo lado direito.

Instalação da carcaça

PASSO 15 – Instale a carcaça do filtro de ar e os parafusos de fixação da carcaça. PASSO 16 – Conecte o tubo de conexão no carburador. PASSO 17 – Aperte o parafuso da braçadeira do tubo de conexão de forma que a folga das extremidades da braçadeira seja de 8,5 – 10mm.

Tubo de conexão

Braçadeira do tubo de conexão

Após instalar a bateria, cubra os terminais com graxa limpa.

12

PASSO 18 – Instale o parafuso e o relé de partida e o tanque na motocicleta e aperte o parafuso de fixação e conecte a tubulação no carburador. PASSO 19 – Instale a bateria no seu alojamento e conecte, primeiro, o cabo positivo e, em seguida, o negativo.


PASSO 20 – Instale o assento alinhado a lingüeta com o suporte do chassi e aperte firmemente os parafusos de fixação do assento juntamente com o espaçador. PASSO 21 – Instale o filtro de ar. PASSO 22 – Instale a tampa da carcaça do filtro de ar e os parafusos e aperte-os, não excessivamente. PASSO 23 – Instale as tampas laterais.

Por que se deve primeiro conectar o cabo positivo na bateria?

Filtro de ar MANUTENÇÃO PREVENTIVA PERÍODO ITEM Filtro de Ar

OPERAÇÕES

1.000 km

3.000 km

6.000 km

A cada...km

Limpar (obs.)

x

x

x

3.000 km

Trocar

Diagnose de defeitos Motor não dá partida n Excesso de combustível fluindo para o motor (filtro de ar obstruído – carburador afogado) n Entrada falsa de ar no coletor de admissão n Combustível contaminado/deteriorado n Não há fluxo de combustível para o carburador (filtro de tela de combustível obstruído – tubo de combustível obstruído – registro de combustível engripado – nível de bóia incorreto) Mistura pobre n Giclês de combustível obstruídos n Válvula da bóia defeituosa n Nível da bóia muito baixo n Linha de combustível obstruída n Entrada falsa de ar no coletor de admissão n Pistão de aceleração defeituoso

12.000 km

Sob condições de muita poeira, limpar o filtro mais freqüentemente.

Descreva a instalação da bateria.

Descreva a instalação da carcaça.

13


Por que o motor da moto não dá partida quando não há fluxo de ar?

Mistura rica n Válvula do afogador na posição ON n Válvula da bóia defeituosa n Nível da bóia muito alto n Giclês de ar obstruídos n Carburador afogado O motor morre, dificuldade na partida, marcha lenta irregular n Linha de combustível obstruída n Mau funcionamento da ignição n Mistura de combustível muito rica/pobre (ajuste do parafuso de mistura) n Combustível contaminado/deteriorado n Entrada falsa de ar no coletor de admissão n Marcha lenta incorreta n Nível incorreto da bóia

O que provoca a dificuldade na partida da moto?

Combustão retardada quando o freio-motor é utilizado n Mistura muito pobre no circuito de marcha lenta. Contra-explosões ou falha da ignição durante a aceleração n Mau funcionamento do sistema de ignição n Mistura de combustível muito pobre. Baixo desempenho (dirigibilidade) e consumo excessivo de combustível n Sistema de combustível obstruído n Mau funcionamento do sistema de ignição

Resumo da lição • Filtro de ar é encarregado da purificação do ar que se mistura com o combustível. • Operação de desmontagem, inspeção e montagem do filtro de ar. • Remoção e instalação da carcaça. • Manutenção preventiva e diagnose de defeitos.

14


Lição 2 Sistema de mistura ar/combustível Carburador É o componente encarregado de misturar o ar e o combustível na proporção exata e na quantidade certa para o motor funcionar eficientemente desde a marcha lenta até a alta rotação.

Constituição do carburador O carburador da motocicleta está constituído, principalmente, por: carcaça do carburador, cuba de nível constante, bóia controladora de nível, calibradores, parafusos de ajuste da rotação, parafuso de drenagem, parafuso da mistura, êmbolo controlador da aceleração, suporte do êmbolo controlador da aceleração (Ver figura abaixo). Fig. 23 Suporte de embolo controlador da aceleração Embolo controlador da aceleração Agulha

Carcaça de carburador

Qual a função do carburador? Parafuso de ajuste da rotação

Calibradores

Bóia controladora do nível

Cuba de nível constante Parafuso de drenagem

Parafuso da mistura

Carburador antigo

15


Fig. 24 Giclê de Marcha Lenta

Parafuso de Aceleração

Ciclê de Agulha

Agulha Pulverizador Giclê principal Válvula da bóia Giclê da bomba de aceleração Pino da bóia

Bóia

Pistão de aceleração

Parafuso de mistura

Carburador atual

Carcaça do Carburador – Forma o corpo principal do carburador, com alojamentos específicos para o êmbolo de aceleração, parafuso de ajuste da rotação, bóia controladora de nível, calibradores, borboleta do afogador. Em seu interior, encontram-se duas cavidades cilíndricas: uma na vertical, outra na horizontal. Na cavidade vertical, é alojado o êmbolo controlador do fluxo de ar e respectiva agulha de controle de combustível. Na cavidade horizontal, encontra-se a borboleta do afogador e um estreitamento central chamado difusor, cuja função é provocar o efeito venturi ou aumento da velocidade do ar aspirado pela diferença de pressão. A figura, a seguir, mostra uma carcaça de um carburador em corte, com destaque para o difusor (venturi).

16


Fig. 25

Venturi

Ar a alta velocidade

VENTURI

A

Pressão atmosférica

Combustível Grande queda de pressão

Pequena queda de pressão

Carburador em corte

Cubo de Nível Constante – É o reservatório de combustível no carburador. Tem forma de “copo”, e é fixada à carcaça do carburador por meio de parafusos. Entre a cuba e a carcaça, utiliza-se uma junta de borracha para evitar vazamentos entre as mesmas. Em sua estrutura, encontrase o parafuso de drenagem, destinado ao esvaziamento da cuba para eventuais reparos. Bóia Controladora de Nível – Sua função é manter um nível adequado de combustível na cuba, para a alimentação do motor. Está situada no interior da cuba, e montada em

17


uma válvula de estilete, cujo funcionamento se assemelha a uma caixa-d’água, ou seja à proporção em que for evacuado o líquido contido no reservatório, a bóia vai baixando, permitindo a entrada de mais líquido através da válvula até que se complete novamente o nível estipulado. Geralmente, a bóia do carburador é de plástico, resistente a ataques químicos dos combustíveis. Explique o funcionamento da bóia controladora de nível.

Calibradores – Também conhecidos por gicleur servem para limitar o fluxo de combustível que passa pelos canais alimentadores do carburador. O orifício de passagem dos calibradores tem diâmetro préestabelecido pelos fabricantes das motocicletas e não deve ser alterado em hipótese alguma. A figura seguinte ilustra três dos principais calibradores de um carburador, ou seja, calibrador do sistema principal, o calibrador do sistema de marcha lenta, a válvula de estilete da bóia e o sistema de bóia.

Calibrador principal Válvula de estilete

Suporte de calibrador principal

Calibrador de marcha lenta

Suporte da válvula

Suporte de agulha

Carburador e sistema de bóia

18


Combustível

Válvula da bóia Altura

Válvula da Bóia Mola

Fuel

Pino da Válvula

Braço da bóia

Bóia

Carburador e sistema de bóia

Fuel: combustível

Parafuso de Ajuste de Rotação – Regula a rotação do motor em regime de marcha lenta. Geralmente, é atarrachado na carcaça do carburador com uma mola que serve de trava do parafuso na posição desejada. Parafuso de Drenagem – Serve como bujão da cuba de nível constante e, quando retirado, permite o escoamento do combustível contido na mesma. Parafuso de Mistura – Controla a mistura ar/combustível que alimenta o motor em regime de marcha lenta. Êmbolo Controlador da Aceleração – É o principal elemento do carburador, pelo fato deste permitir que o motor diversifique sua rotação, desde a marcha lenta até o limite máximo de sua capacidade de giro. O êmbolo está situado na cavidade cilíndrica vertical da carcaça do carburador e, em sua extremidade superior é encaixado o cabo do acelerador. Na extremidade inferior, é montada uma agulha que controla o fluxo de combustível para alimentação do motor, em rotações variadas. Em um dos lados do êmbolo, existe uma fenda, onde se aloja o parafuso de ajuste da rotação na marcha lenta. Suporte do Êmbolo Controlador da Aceleração – É atarrachado na parte superior da cavidade cilíndrica vertical e, em seus lados, existem estrias que facilitam sua remoção e instalação. Na parte superior do suporte é fixado o conduite do cabo do acelerador e, na parte inferior, existe uma mola que mantém o êmbolo pressionado para baixo.

Qual o principal elemento do carburador?

19


Funcionamento do carburador O carburador é um vaporizador aperfeiçoado. Sua principal função é transformar o combustível de sua forma líquida, numa mistura gasosa em proporção aproximada, de quinze partes do ar para uma de combustível (15:1). Isto só é possível graças à sucção formada pelo êmbolo do cilindro do motor, no tempo de admissão, que ao aspirar o ar atmosférico através do tubo cilíndrico horizontal do carburador, aspira também uma pequena quantidade de combustível pré-vaporizado. A figura ao lado nos dá uma idéia global do funcionamento Carburador do carburador, em função do motor no tempo de admissão. Para manter um controle variado de aceleração, o carburaMistura combustível aspirada dor é dotado de sistemas específicos que alimentam o motor Combustível com volumes de misturas adeEmbolo do motor quadas ao regime de trabalho em que se encontra momentaneamente esse motor e tais sisCarburadores em funcionamento com o motor. temas são: Sistema de Marcha Lenta – Como o próprio nome indica, esse sistema alimenta o motor quando o mesmo se encontra em baixa rotação, ou seja, quando o acelerador não é acionado pelo condutor. Nesse momento, a depressão existente por trás do êmbolo controlador da aceleração é muito pequena, e o motor aspira a mistura apenas pelo orifício que alimenta a marcha lenta. A quantidade de gases que passa pelo alimentador da marcha lenta ainda sofre um controle provocado pelo parafuso regulador da mistura, fazendo com que seja bem dosado o volume de gás que irá alimentar o motor nesse regime. A figura da página seguinte representa o sistema de marcha lenta de um carburador comumente usado em motocicleta.

20


Êmbolo controlador da aceleração

Ar

Abertura Aberura de deescape escape da da marcga marchalenta lenta

Regulagem da mistura da marcha lenta Combustível

Sistema de marchas lentas

Sistema Principal – Esse sistema alimenta o motor em qualquer regime de rotação a partir da marcha lenta. À proporção em que o acelerador é acionado pelo condutor da moto, vai aumentando o volume Agulha de aspiração do ar atmosférico pelo motor, isto porque o êmbolo controlador da aceleração começa a subir uma vez que o mesmo é ligado ao acelerador. Ar Um orifício calibrado e controlado por uma agulha permite que seja sugado, pelo mesmo, uma quantidade de mistura ar/combustível suficiente para alimentar o motor na rotação desenvolvida. A figura ao lado exemplifica um motor em sua aceleração máxima. Note que o êmbolo controlador da aceleração encontra-se na parte mais alta da cavidade cilíndrica vertical da carcaça do carburador, e a agulha libera totalmente a passagem da mistura, permitindo um fluxo máximo da mesma.

Cabo do acelerador

Êmbolo controlador da aceleração

Mistura de ar e combustível

Combustível

Sistema principal

Sistema de Aceleração Rápida – Esse sistema só foi introduzido a partir da modernização dos carburadores para motocicleta, por se sentir uma premente necessidade de uma melhor resposta à aceleração brusca no motor. Tratase de uma bomba impulsora que injeta uma quantidade adicional de combustível na cavidade cilíndrica onde a mistura é aspirada, compensando o empobrecimento da mesma, face ao volume brusco de ar que o motor aspi-

21


Ar

Motor

Tubo injetor

Cuba de nível constante

ra pó, ocasião da aceleração rápida. Esse sistema é comumente conhecido pela denominação “Sistema Ecco”. A figura ao lado ilustra um corte de um carburador com bomba de aceleração ECCO.

Sistema de Partida a Frio – Objetiva um enriquecimento Válvula de admissão da bomba Diafragma da bomba na mistura combustível para Sistema aceleração rápida (ECCO) facilitar o funcionamento inicial do motor, quando este está totalmente frio. Existem diversas formas de se provocar o enriquecimento da mistura. EntreExplique o tanto, a mais usada é o tipo afogador manual. funcionamento do Haste impulsora do diafragma da bomba

sistema de aceleração rápida?

Válvula de descarga da bomba

Consiste de uma tampa, tipo borboleta, instalada na entrada de ar atmosférico do carburador, e articulada mecanicamente por uma alavanca que quando acionada fará com que a borboleta do afogador obstrua parcialmente a entrada de ar do motor, fazendo com que este aspire maior quantidade de combustível dos orifícios alimentadores do carburador. A figura abaixo ilustra um detalhe da entrada de um carburador com sistema de partida a frio por afogador manual.

Borboleta do afogador

Alavanca de acionamento Corpo do carburador Eixo de articulação Ar atmosférico

Qual a função do sistema de partida a frio?

22

Válvula de controle de pressão

Sistema de partida a frio


Quando a borboleta do afogador não está acionada, se posiciona horizontalmente a passagem do ar atmosférico, não promovendo nenhum tipo de obstrução do mesmo, conforme mostra a figura ao lado.

Operação 09: Desmontagem / inspeBorboleta do afogador em ção / montagem do carburador posição de repouso (horizontal) É uma operação que o mecânico executa sempre que se fizer necessários uma ins- Afogador em posição de repouso peção ou reparo. Os sintomas que podem ocasionar a desmontagem do carburador: motor não obedece aos comandos de aceleração do carburador, motor “morre” em marcha lenta, excesso ou falta de gasolina no carburador, etc. Processo de desmontagem PASSO 01 – Remova a tampa lateral direita e a tampa lateral inferior. PASSO 02 – Posicione o registro de combustível em “OFF” (fechado) e solte o tubo de combustível do carburador.

A manutenção do carburador deve ser cuidadosa; após a desmontagem deve ser lavado com solvente adequado e seco com ar comprimido. A montagem deve ser feita com peças em perfeito estado para não prejudicarem o funcionamento do motor.

Registro de combustíveis

PASSO 03 – Remova a tampa do carburador e o pistão de aceleração do carburador.

23


Tampa do carburador

Carburador

Pistâo de aceleração

PASSO 04 – Remova o cabo do acelerador do pistão de aceleração, enquanto comprime a mola do pistão de aceleração. PASSO 05 – Remova a presilha da agulha e a agulha. Mola

Agulha

Agulha, pistão e mola

PASSO 06 – Inspecione o pistão de aceleração e a agulha quanto a riscos, desgastes ou danos.

Descreva a remoção do cabo do acelerador.

24

PASSO 07 – Solte o parafuso da braçadeira do tubo de conexão do filtro de ar e remova as porcas de fixação do carburador ao bloco do motor. PASSO 08 – Desconecte o tubo de respiro e o tubo de drenagem do carburador.


Parafuso da braçadeira do tubo de conexão

Porcas

Carburador

Carburador sem tampa

PASSO 09 – Remova o carburador e drene o combustível afrouxando o parafuso de drenagem da cuba. Escorra o combustível em um recipiente adequado.

Cuba da Bóia

Parafuso

Tubo de drenagem

PASSO 10 – Remova a cuba; após a retirada dos parafusos de fixação e retire o pino de articulação da bóia com um alicate e remova o conjunto bóia e válvula do corpo. PASSO 11 – Remova o giclê da bomba de aceleração, a Tome cuidado para não mola e a esfera de aço da cuba da bóia.

perder a esfera de aço e a

PASSO 12 – Verifique o funcionamento da válvula da bóia e mola. inspecione o assento da válvula da bóia quanto a riscos, obstrução ou danos.

25


Bóias

Pino da bóia

Giclê

Corpo do carburador

PASSO 13 – Inspecione a extremidade da válvula da bóia, na área de contato com assento da válvula, quanto a desgaste excessivo ou contaminação.

Válvula da bóia

Anote o número de voltas: antes de remover o parafuso de mistura, anote o número de voltas até que o parafuso fique ligeiramente assentado e, em seguida, remova o parafuso.

PASSO 14 – Substitua a válvula se sua extremidade estiver desgastada ou contaminada e caso o assento da válvula esteja danificado, substitua o corpo do carburador. PASSO 15 – Remova os seguintes componentes: (giclê principal – giclê de agulha – pulverizador – parafuso de mistura – mola – parafuso de aceleração). Giclê de marcha lenta

Giclê principal

Pulverizador

Quando se deve substituir a válvula da bóia? Parafuso de mistura

26

Parafuso de aceleração


PASSO 16 – Aplique ar comprimido em todas as passagens de ar e combustível no carburador. PASSO 17 – Inspecione todos os componentes quanto a desgaste ou danos e substitua-os, se necessário, e lave todas as peças com solvente apropriado. Processo de montagem PASSO 18 – Instale os seguintes componentes: (mola – parafuso de aceleração – giclê de marcha lenta – pulverizador – giclê de agulha – giclê principal).

Manuseie os giclês com cuidado, pois podem ser facilmente trincados ou riscados. O parafuso de mistura é pré-ajustado na fábrica e não necessita de nenhum ajuste, a menos que seja substituído. Ao instalar um novo parafuso de mistura, é necessário que o motor seja aquecido durante 10 minutos de funcionamento para se obter um ajuste perfeito.

Parafuso de aceleração

PASSO 19 – Instale o anel de vedação, a arruela, a mola e o parafuso de mistura. Retorne o parafuso para sua posição original, conforme anotado durante a remoção. Ajuste de marcha lenta PASSO 20 – Gire o parafuso de mistura no sentido horário até que fique ligeiramente assentado e, em seguida, volte-o de acordo com número de voltas indicado (abertura inicial: 2-3/4 voltas para fora). PASSO 21 – Instale a válvula da bóia e a bóia no corpo do carburador; e, em seguida, instale o pino da bóia através do corpo e da bóia.

O assento do parafuso de mistura poderá ser danificado caso o parafuso seja apertado excessivamente.

27


PASSO 22 – Com a válvula assentada e o braço da bóia tocando levemente a válvula, meça o nível da bóia com a ferramenta especial (nível da bóia: 14 mm / medidor de nível de bóia).

Medida do nível da bóia

Quando devemos substituir a bóia?

PASSO 23 – Caso o nível esteja fora das especificações, substitua o conjunto da bóia. PASSO 24 – Instale os novos anéis de vedação nas ranhuras da cuba da bóia.

Anéis de vedação

PASSO 25 – Instale e aperte os parafusos da cuba da bóia e o tubo de respiro e o tubo de drenagem do carburador. PASSO 26 – Instale um novo anel de vedação no carburador. PASSO 27 – Instale o carburador no tubo de conexão do filtro de ar e aperte firmemente as porcas.

28


PASSO 28 – Aperte o parafuso da braçadeira do tubo de conexão de forma que a folga das extremidades da braçadeira seja de 8,5 – 10 mm.

Braçadeira Braçadeira do tubo de conexão do filtro de ar

PASSO 29 – Instale a trava da agulha (posição padrão: 3ª ranhura a partir do topo). Explique a instalação da braçadeira do tubo de conexão.

Mola, pistão e agulha

PASSO 30 – Instale a agulha no pistão de aceleração e em seguida a presilha da agulha.

Detalhe da agulha

29


Após a instalação, abra completamente o registro de combustível e verifique se há vazamentos.

Se tiver ocorrido a substituição do parafuso de mistura, é necessário realizar o ajuste da marcha lenta.

O tacômetro irá indicar precisamente as variações de 50 rpm (rotação por minuto).

PASSO 31 – Conecte o cabo do acelerador no pistão de aceleração, enquanto comprime a mola do acelerador e instale o pistão de aceleração no corpo do carburador. Ajuste da marcha lenta – “parafuso de mistura novo” PASSO 32 – Gire o parafuso de mistura no sentido horário até que fique ligeiramente assentado e, em seguida, volte-o de acordo com número de voltas indicado (abertura inicial: 2-3/4 voltas para fora). PASSO 33 – Aqueça o motor durante 10 minutos para atingir a temperatura ideal para se obter um ajuste preciso. PASSO 34 – Desligue o motor e conecte o tacômetro de acordo com as instruções do fabricante (graduação: 50 rpm). PASSO 35 – Ligue o motor e ajuste a marcha lenta com o parafuso de aceleração (+/– 100 rpm). PASSO 36 – Gire o parafuso de mistura lentamente para dentro ou para fora a fim de obter a rotação máxima. PASSO 37 – Ajuste novamente a marcha lenta no valor especificado com o parafuso de aceleração e certifique-se de que o motor não desligue ou funcione de forma irregular.

Parafuso de aceleração

30


PASSO 38 – Repita as etapas 36 e 37 até que a rotação do motor aumente suavemente. PASSO 39 – Ajuste novamente a marcha lenta com parafuso de aceleração. Motos Flex As motos flex já poderão ser produzidas no Brasil a partir deste ano e utilizarão como combustível o álcool ou gasolina. As motos, de hoje, poluem até 20 vezes mais que um carro novo, porque não têm, entre outros mecanismos, injeção eletrônica e catalisador. E já são mais de 8 milhões circulando, principalmente nos grandes centros. As motos bicombustível, reduzem a emissão de gás carbônico (CO2), um dos principais causadores do aquecimento global. O sistema batizado de “Multifuel”, para motos, foi apresentado na 8ª Automec (Feira Internacional de Autopeças, Equipamentos e Serviços), realizada no Pavilhão de Exposições do Anhembi, na cidade de São Paulo, em 2007. Foi desenvolvido pela Delphi em seu Centro de Tecnologia, localizado na cidade paulista de Piracicaba. Os testes foram feitos em protótipos das marcas Yamaha, Honda e Sundown. O sistema Multifuel da Delphi para motocicletas de passeio, patenteado no Brasil e nos Estados Unidos, permite que as motocicletas possam operar com qualquer proporção de álcool e gasolina, assim como ocorre em mais de 90% dos novos carros vendidos no Brasil. A novidade, segundo a empresa, promete economia de até 30% por quilômetro rodado. Já a disponibilidade deste motor ao mercado dependerá do interesse das fabricantes de motocicletas. O preço final ainda não foi definido, mas de acordo com a Delphi, tende a ser superior ao das motos com carburador convencional. Para fazer a moto funcionar com álcool e gasolina, a taxa de compressão do motor tem de ser analisada e ajustada e foram necessárias algumas alterações no equipamento, como a adequação da taxa de compressão, uma nova

31


Quais as vantagem do uso das motos flex?

bomba de combustível desenvolvida especialmente para trabalhar com álcool, novos controles de ar e combustível inteligentes, que utilizam sensor de oxigênio para identificar a mistura, ECM (módulo eletrônico de controle da injeção) e bicos injetores com maior vazão. O sistema da injeção eletrônica de combustível, já era utilizado pelas motos de maior capacidade cúbica. O sistema desenvolvido pela Delphi vai desde a injeção eletrônica até o software de gerenciamento de motores, responsável por identificar qual combustível está sendo utilizado. A injeção eletrônica é um sistema que já diminui a emissão de poluentes e será obrigatório a partir de 2009, com a entrada da 3ª fase do PROMOT (Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares), que equivale às normas da EURO III, já em vigor na Europa. Com a utilização do álcool, esses índices de emissão podem ser ainda menores. O maior problema para as motos utilizarem sistemas flexíveis em combustível álcool ou gasolina era onde alojar o sistema de partida a frio, que consiste de um pequeno tanque para utilizar gasolina apenas ao ligar a moto em dias de temperaturas baixas. A solução da Delphi foi eliminar esse sistema de “cold start” (partida a frio). Para isso, foram criadas duas opções: em motos maiores, pode ser utilizado um sistema de aquecimento da mistura; já em motos menores existe apenas a necessidade de se colocar meio litro de gasolina no tanque em cidades em que as temperaturas atinjam menos de 10º C.

Diagnose de defeitos Motor não dá partida: n Excesso de combustível fluindo para o motor (filtro de ar obstruído – carburador afogado) n Entrada falsa de ar no coletor de admissão n Combustível contaminado/deteriorado n Não há fluxo de combustível para o carburador (filtro de

32


tela de combustível obstruído – tubo de combustível obstruído – registro de combustível engripado – nível de bóia incorreto). Mistura pobre: n Giclês de combustível obstruídos n Válvula da bóia defeituosa n Nível da bóia muito baixo n Linha de combustível obstruída n Entrada falsa de ar no coletor de admissão n Pistão de aceleração defeituoso Mistura rica: n Válvula do afogador na posição ON n Válvula da bóia defeituosa n Nível da bóia muito alto n Giclês de ar obstruídos n Carburador afogado MANUTENÇÃO PREVENTIVA ITEM Carburador

OPERAÇÕES

PERÍODO 1.000 km 3.000 km

Regular a Marcha Lenta

x

Limpar Funcionamento do afogador

Verificar e ajustar

x

x

O motor morre, dificuldade na partida, marcha lenta irregular n Linha de combustível obstruída n Mau funcionamento da ignição n Mistura de combustível muito rica/pobre (ajuste do parafuso de mistura) n Combustível contaminado/deteriorado n Entrada falsa de ar no coletor de admissão n Marcha lenta incorreta n Nível incorreto da bóia

6.000 km

A cada...km

x

3.000 km

x

6.000 km

x

3.000 km

Quais os intervalos de kilometragem para regular o funcionamento do afogador?

33


O que provoca a combustão retardada?

Combustão retardada quando o freio-motor é utilizado n Mistura muito pobre no circuito de marcha lenta Contra-explosões ou falha da ignição durante a aceleração n Mau funcionamento do sistema de ignição n Mistura de combustível muito pobre Baixo desempenho (dirigibilidade) e consumo excessivo de combustível n Sistema de combustível obstruído n Mau funcionamento do sistema de ignição

Resumo da lição • O carburador é responsável pela mistura ar e combustível na proporção exata. • Constituem o carburador: carcaça, cuba de nível constante. • A principal função do carburador é transformar o combustível de sua forma líquida, numa mistura gasosa em uma proporção adequada. • Montagem, inspeção e desmontagem do carburador. • As motos flex utilizarão injeção eletrônica. • Manutenção preventiva e diagnose de defeitos.

34


Lição 3 Sistema de escapamento Tubo de escape e silencioso O sistema de escapamento encontrado nas motocicletas tem como objetivo direcionar os gases provenientes da combustão para o meio externo e reduzir os ruídos do processo de queima. Para isso, o mesmo é constituído por um tubo de escape e um componente denominado silencioso. Veja foto abaixo. Os gases descarregados pelo orifício de escape estão muito quentes e submetidos à pressão, eles se expandem rapidamente e produzem um ruído alto se forem descarregados diretamente para a atmosfera. Isto faz também diminuir o rendimento do escapamento, já que o gás se difunde através do orifício de escape. Para evitar os problemas, o gás de escape é aspirado do orifício de escape para dentro do silencioso para ser expandido e descarregado na atmosfera depois que a sua temperatura e a pressão tiverem baixado.

Qual a função do silencioso?

Sistema de escapamento

35


Operação 10: Desmontagem / inspeção / montagem

do sistema de escapamento Esta operação tem como objetivo averiguar possíveis danos ao sistema de escapamento, o que nos obriga a substituí-lo.

Processo de desmontagem PASSO 01 – Remova as porcas de união do tubo de escapamento e o parafuso e a porca de fixação do silencioso e em seguida remova o sistema.

Parafuso de fixação

Porcas de junção

PASSO 02 – Verifique a existência de danos no sistema de escapamento, tais como vazamento. Caso haja, substitua-o;

Descreva o processo de desmontagem do sistema de escapamento.

Processo de montagem Instale provisoriamente todos os fixadores do sistema de escapamento. Aperte primeiramente as porcas de união do escapamento e, em seguida, a porca e parafuso de articulação do braço oscilante. PASSO 03 – Instale uma nova junta no orifício de escapamento e, em seguida, o silencioso. Junta

Junta do silencioso

36


PASSO 04 – Instale, provisoriamente, o parafuso e a porca Se apertar primeiro a porca de articulação do de fixação.

braço oscilante, o tubo de

PASSO 05 – Instale e aperte as porcas de união do tubo de escapamento não ficará escapamento. corretamente assentado. PASSO 06 – Aperte o parafuso e a porca de fixação do silencioso. Junta

Porcas de união

Parafuso

Silencioso

Montagem do escapamento

Tubulação de escape

Qual o primeiro procedimento a ser realizado no processo de montagem do escapamento?

Resumo da lição • A função do escapamento é diminuir a temperatura dos gases e os ruídos; • Desmontagem, inspeção e montagem do sistema de escapamento.

37


Lição 4 Sistema elétrico

Qual a função da vela de ignição?

38

Vela de injeção A vela de ignição é um componente pertencente ao sistema elétrico que tem como finalidade transportar a centelha para o interior do cilindro provocando a combustão. As velas de ignição são submetidas às mais severas condições de trabalho, sendo um componente pertencente ao sistema elétrico que tem como função conduzir a alta voltagem elétrica para o interior da câmara de combustão, convertendo-a em faísca para inflamar a mistura ar/combustível. Apesar de sua aparência simples, é uma peça que requer para sua concepção a aplicação de tecnologia sofisticada, pois o seu perfeito desempenho está diretamente ligado ao rendimento do motor, aos níveis de consumo de combustível, a maior ou a menor carga de poluentes nos gases expelidos pelo escape. A vela de ignição é uma passagem de alta tensão em cerâmica isolada e a prova de gás. A distância da faísca entre o eletrodo central e o eletrodo de massa a ser condutora com o atingir da tensão de ignição, converte a energia restante da bobina de ignição em uma faísca que inflama a mistura na câmara de combustão. A intensidade da tensão de ignição depende da distância e da geometria do eletrodo, da pressão na câmara de combustão e da relação de ar-combustível no ponto de ignição. Para o funcionamento apropriado de um motor, necessita-se de três condições: n Mistura ar-combustível na proporção correta e homogeneizada. n Boa compressão. n Boa produção de faíscas. Mesmo fornecendo ao motor uma mistura correta de ar e combustível e tendo uma boa compressão, o motor não funciona se não houver uma boa produção de faíscas. Uma vela é um elemento muito importante na produção de faíscas.


As velas devem resistir: n A altas tensões de 20.000 a 30.000 V, provenientes do sistema de ignição. n A altas pressões de 50 kg/cm². n À corrosão química causada pelos gases de combustão. n A choques térmicos, pois suporta grandes variações de temperatura, que podem variar de 70oC (temperatura de mistura ar/combustível) até 2.000oC (temperatura de pico no momento da combustão). Uma vela deve dissipar o calor produzido pelos gases de combustão. O grau térmico é a medida da quantidade de calor dissipado. As velas podem ser do tipo quente e frio: n Tipo quente: é vela de ignição que trabalha quente, o suficiente para queimar depósitos de carvão, quando o veículo está em baixa velocidade. Possui um longo percurso de dissipação de calor, o que permite manter alta a temperatura na ponta do isolador. n Tipo fria: é vela de ignição que trabalha fria, porém o suficiente para evitar a carbonização, quando o veículo está em baixa velocidade. Possui um percurso mais curto, permitindo a rápida dissipação de calor. É adequada aos regimes de alta solicitação do motor. É essencial usar uma vela especificada e adequada às mais diversas condições de uso do motor. O que ocorre quando é instalada uma vela com grau térmico incorreto: n Aplicação de vela mais fria: a temperatura da vela se mantém muito fria e faz com que se acumulem sedimentos na ponta da ignição; estes sedimentos formam uma trajetória de fuga elétrica que resulta em perda de faíscas. n Aplicação de vela mais quente: a temperatura da vela se mantém elevada devido a dissipação de calor não ser adequada para esse motor. Nessa situação ocorre uma combustão anormal (pré-ignição); pode causar fusão dos eletrodos da vela, assim como também pode travar e/ou furar o pistão.

O que significa o grau térmico de uma vela?

39


A figura abaixo é representativa de uma vela de ignição.

1

2 1- Pino de ligação 2 - Isolador em cerâmica 3 - Carcaça 4 - Zona de contração térmica 5 - Elemento condutor 6 - Vedação 7 - Eletrodo central de ligação em níquel/cobre 8 - Eletrodo de massa

O que acontece quando instalamos uma vela de ignição com o grau térmico inadequado?

3 4 5 6

7 8

Vela de ignição

Operação 11: Desmontagem / inspeção / montagem

da vela de ignição Esta operação consiste em desmontar o elemento responsável pela centelha no processo de combustão. Para eventuais reparos ou substituição. PASSO 01 – Solte o supressor de ruído e remova a vela de ignição utilizando a chave de vela ou ferramenta equivalente.

40


Supressor de ruído

Vela de ignição instalada no motor

PASSO 02 – Inspecione os seguintes itens e substitua a vela se necessário (danos no isolador – desgaste dos eletrodos).

Isolador Eletrodo lateral Elétrodo central

Vela de ignição

PASSO 03 – Verifique a condição de queima na câmara de combustão através da coloração do corpo interno da vela: (marrom escuro a claro – boas condições de queima/ excessivamente clara – mau funcionamento do sistema de ignição ou mistura pobre/depósito de fuligem ou umidade – indicam mistura excessivamente rica). PASSO 04 – Caso a vela esteja em perfeito estado, limpe os eletrodos da vela com uma escova ou dispositivo de limpeza apropriado. PASSO 05 – Verifique a folga entre os eletrodos central e lateral utilizando um calibre de lâminas tipo arame. PASSO 06 – Se necessário, ajuste a folga dobrando cuidadosamente o eletrodo lateral (folga da vela de ignição: 0,8 a 0,9mm).

41


Caso a vela seja nova, devemos ajustar a folga de acordo com a especificação utilizando um calibre de lâminas tipo arame. Instale e aperte a nova vela com a mão. Em seguida, aperte-a cerca de ½ volta após a arruela de vedação se assentar.

PASSO 07 – Reinstale a vela de ignição no cabeçote e aperte-a com a mão. Em seguida, utilize a chave de vela para apertá-la no torque especificado (torque: 18N.m ou 1,8Kg.m). PASSO 08 – Instale o supressor de ruído.

Como deve ser ajustada a folga da vela de ignição?

Instalação do supressor de ruído

Vela com surpressor de ruído instalado

MANUTENÇÃO PREVENTIVA ITEM

OPERAÇÕES

Vela de Ignição

Limpar, ajustar ou trocar

1.000 km

3.000 km x

PERÍODO 6.000 km x

A cada...km 3.000 km

Resumo da lição • A vela de ignição tem a função de provocar a combustão. • Desmontagem, inspeção e montagem da vela de ignição.

42


Lição 5 Sistema de lubrificação De maneira geral, os óleos de motores são substâncias minerais, vegetais ou animais com características lubrificantes que agem em superfícies planas facilitando o deslizamento e reduzindo o atrito entre as mesmas. Além de reduzir o atrito, os óleos automotivos atuam também como dissipadores de calor, atuando assim, na refrigeração dos motores de combustão interna.

Operação 12: Inspeção e troca do óleo do bloco ou

conjunto motor Esta operação tem o objetivo de verificar o nível do óleo automotivo, assim como realizar a sua substituição após ultrapassar a sua vida útil. Inspeção PASSO 01 – Apóie a motocicleta em seu cavalete central sobre uma superfície plana e remova a tampa de abastecimento de óleo/vareta medidora e limpe a vareta. PASSO 02 – Reinstale a tampa de abastecimento, mas não a rosqueie e remova novamente a tampa de abastecimento e verifique o nível de óleo. PASSO 03 – Se o nível estiver abaixo da marca inferior da vareta, abasteça o motor com o óleo recomendado pelo fabricante.

Tampa de abastecimento de óleo

PASSO 04 – Reinstale a tampa de abastecimento.

Qual a função do óleo de motor?

Vareta medidora

Instalação da vareta

43


Substituição do óleo do motor/tela do filtro de óleo

Se for necessário manter o motor em funcionamento durante os serviços de manutenção e reparo, certifique-se de que a área esteja bem ventilada. Nunca mantenha o motor em funcionamento em áreas fechadas. Os gases de escapamento contêm monóxido de carbono que é venenoso e pode causar perda de consciência ou até a morte.

Drene o óleo enquanto o motor estiver quente e a motocicleta estiver apoiada em seu cavalete lateral.

Tenha cuidado quando for realizar a troca da óleo, pois ele usado pode causar câncer de pele caso fique em contato com a epiderme por períodos prolongados. Embora isto seja improvável, a menos que o óleo seja manuseado diariamente, recomendamos lavar completamente as mãos com água e sabão imediatamente após o manuseio. PASSO 01 – Aqueça o motor e remova a tampa de abastecimento. PASSO 02 – Introduza um recipiente abaixo da tampa da tela do filtro de óleo e remova a tampa da tela do filtro de óleo (bujão), e a mola. PASSO 03 – Acione o pedal de partida várias vezes a fim de drenar completamente o óleo e limpe a tela do filtro de óleo. PASSO 04 – Certifique-se de que a tela e o anel de vedação estejam em boas condições. PASSO 05 – Instale a tela com a borracha da vedação virada para a carcaça do motor e a mola. PASSO 06 – Utilize uma chave fixa ou um soquete de 24 mm para evitar que as bordas do bujão de tela fiquem arredondadas e aperte o bujão no torque especificado (15 N.m ou 1 Kg.m)

A tela de filtro de óleo e a mola poderão cair quando a tampa da tela for removida. Bujão de drenagem do óleo

PASSO 07 – Abasteça o motor com o óleo recomendado pelo fabricante e instale a tampa de abastecimento. PASSO 08 – Acione o motor e deixe-o em marcha lenta de 2 a 3 minutos. Em seguida, desligue-o.

44


PASSO 09 – Com a motocicleta na posição vertical sobre uma superfície plana, certifique-se de que o nível de óleo atinja a marca superior e não haja vazamentos.

Vareta medidora

MANUTENÇÃO PREVENTIVA PERÍODO ITEM

OPERAÇÕES

1.000 km

3.000 km

6.000 km

A cada...km

Óleo do motor

Verificar

x

x

x

1.500 km

Filtro de tela de óleo

Limpar

x

x

x

1.500 km

OBS.: Verifique diariamente o nível de óleo e complete se necessário

Diagnose de defeitos

Baixo nível de óleo n Consumo anormal de óleo ou vazamento externo n Anéis do pistão desgastados ou instalados incorretamente n Guia da válvula ou retentor desgastados

Descreva a substituição do óleo do motor.

Contaminação de óleo n Vazamento externo n Anéis do pistão desgastados ou instalados incorretamente n Guia da válvula ou retentor desgastados n Tela do filtro obstruída Baixa pressão de óleo n Bomba de óleo desgastada ou danificada n Troca de óleo não efetuada nos intervalos recomendados

45


Resumo da lição • Os óleos de motores agem em superfícies planas facilitando o deslizamento e reduzindo o atrito entre as peças do motor e são também dissipadores de calor em motores de combustão interna. • Inspeção e troca do óleo do motor. • Manutenção preventiva do motor. • Diagnose e defeito com relação ao baixo nível, a contaminação e baixa pressão no óleo do motor.

46


Lição 6 Sistema de locomoção da roda traseira n Engrenagem

motora da bomba de óleo quebrada

Roda traseira

Nas motocicletas, os cubos das rodas traseiras além dos rolamentos, vedadores e dos raios das rodas, são fixados também, a coroa dentada da transmissão do torque do motor à roda. Em alguns casos, esse torque é transmitido através de um sistema denominado eixo motor que se assemelha aos diferenciais utilizados nos automóveis e que também se alojam no cubo da roda traseira. A figura abaixo ilustra um tipo comum de cubo de roda traseira, com seus componentes.

Roda traseira com cubo

Para suportar maior peso e regimes forçados de trabalho, o cubo da roda traseira, normalmente, é mais reforçado do que o dianteiro.

47


Operação 13: retirada da roda traseira Esta operação é realizada quando é necessário substituí-la ou quando se executam reparos no cubo da roda traseira, no sistema da suspensão traseira, freios, substituição da coroa, e etc. A roda traseira é parte integrante da suspensão traseira da motocicleta. PASSO 01 – Apóie a motocicleta em seu cavalete central e remova a porca de ajuste do freio traseiro e retire a vareta do freio e a mola.

Quais são os componentes da roda traseira?

PASSO 02 – Remova e descarte a cupilha do limitador do braço do freio traseiro e remova a porca-parafuso do limitador do braço do freio traseiro, a arruela e o coxim. Fixo

Cupilha

Porca de ajuste

PASSO 03 – Solte a contraporca e a porca de ajuste da corrente de transmissão. PASSO 04 – Remova a porca do eixo, o eixo, ajustadores da corrente de transmissão e o espaçador lateral direito. PASSO 05 – Remova a corrente de transmissão da coroa, em seguida remova a roda traseira.

Operação 14: Instalar a roda traseira Após o processo de substituição de elementos danificados efetua-se a instalação da roda traseira, para que o sistema volte a funcionar adequadamente. PASSO 01 – Posicione a roda traseira entre o braço oscilante. Em seguida, instale a corrente de transmissão na coroa; PASSO 02 – Instale a roda traseira no braço oscilante (não esqueça o espaçador), insira o eixo (passe uma leve cama-

48


da de graxa no eixo) e o ajustador esquerdo da corrente de transmissão pelo lado esquerdo do cubo da roda. PASSO 03 – Instale o espaçador lateral direito, o ajustador direito da corrente de transmissão e a porca do eixo (não aperte definitivamente a porca do eixo).

Coroa de transmissão

Ajustador da corrente

PASSO 04 – Instale o limitador do braço do freio traseiro, parafuso do limitador do braço do freio traseiro, arruela e a porca. PASSO 05 – Aperte o parafuso do limitador do braço do freio e a porca no torque especificado (torque: 22 N.m ou 2,2 Kg.m). PASSO 06 – Insira uma nova cupilha na extremidade do parafuso do limitador do braço do freio pela parte de cima e dobre sua extremidade firmemente sobre o parafuso. PASSO 07 – Instale a mola da vareta do freio, a vareta do freio e a porca de ajuste. PASSO 08 – Coloque a transmissão em ponto morto e ajuste a folga da corrente de transmissão (folga da corrente: 10-20 mm). PASSO 09 – Gire ambas as porcas de ajuste até que a folga correta da corrente seja obtida (10-20 mm).

Explique a instalação da roda traseira.

PASSO 10 – Certifique-se de que as extremidades dianteiras dos dois ajustadores estejam alinhadas com as mesmas linhas de referência do braço oscilante.

49


Linhas de referenciais

Uma folga excessiva da corrente de transmissão pode danificar o chassi.

PASSO 11 – Aperte a porca do eixo no torque especificado (torque: 88 N.m ou 8,8 Kg.m).

Porca de ajuste

Certifique-se de que o recorte da porca de ajuste esteja assentado no pino do braço do freio.

Braço do freio

50


PASSO 12 – Verifique a folga livre do pedal do freio traseiro girando a porca de ajuste (folga livre: 20-30 mm).

Operação 15: Desmontagem / inspeção / montagem do cubo da roda traseira Desmontar cubo da roda traseira é uma operação que o mecânico de motocicletas efetua, periodicamente, para reparação ou substituição de seus componentes. Verifique se o rolamento está prendendo a roda traseira. Tente mover a roda lateralmente.

Verificação do rolamento

PASSO 01 – Retire a roda traseira (operação 11).

Pedal de freio

Qual o objetivo de desmontar o cubo da roda traseira?

PASSO 02 – Inspecione o eixo da roda traseira colocando-o sobre blocos em V e meça o empenamento com um relógio comparador (limite de uso: 0,20mm). O empenamento real é a metade da leitura total do relógio comparador.

Eixo Bloco em V para medidas do empenamento

51


PASSO 03 – Verifique os dentes da coroa de transmissão quanto a desgastes e danos, e substitua-a, caso necessário. Desgaste

Danos

Normal

Dentes da coroa

Remoção da coroa PASSO 04 – Remova o espaçador lateral e o anel elástico, arruela e a coroa de transmissão. PASSO 05 – Retire o retentor de pó e a coroa. Caso seja necessário substituir a coroa de transmissão, inspecione a corrente e o pinhão de transmissão.

Retentor de Pó

Anel elástico/ arruela

Espaçador lateral

Nunca instale uma coroa nova num pinhão/corrente desgastados e vice-versa. Tanto a coroa como a pinhão/corrente devem estar em boas condições. Caso contrário, as peças se desgastarão prematuramente.

Coroa de transmissão

PASSO 06 – Gire a pista interna de cada rolamento com o dedo. Os rolamentos devem girar suavemente e sem ruído. Retire o espelho de freio.

52


Rolamento da roda Espelho do freio

PASSO 07 – Verifique também se a pista externa de cada rolamento se encaixa firmemente no cubo. PASSO 08 – Substitua os rolamentos se suas pistas não girarem livre e silenciosamente, e se houver folga ao encaixar o rolamento no cubo. Remoção dos rolamentos PASSO 09 – Instale a cabeça do extrator de rolamento. PASSO 10 – Instale o eixo do extrator de rolamentos pelo lado oposto e retire o rolamento esquerdo do cubo da roda. PASSO 11 – Remova o espaçador e retire os dois rolamentos direitos (cabeça do extrator de rolamentos – 15 mm eixo extrator de rolamentos).

Substitua os rolamentos da roda em pares.

Local para colocar o eixo extrador

53


PASSO 12 – Inspecione as borrachas amortecedoras quanto a desgaste ou fadiga.

Processo de montagem Qual a finalidade de aplicar graxa nas cavidades dos novos rolamentos?

PASSO 13 – Aplique graxa nas cavidades dos novos rolamentos. PASSO 14 – Instale o novo rolamento interno direito com seu lado blindado virado para dentro. Em seguida, instale o novo rolamento externo direito com seu lado blindado para fora, utilizando um instalador. PASSO 15 – Instale o novo rolamento esquerdo com seu lado selado virado para fora com instalador (instalador – acessório 42x47 mm – guia 15 mm). PASSO 16 – Instale a coroa de transmissão no cubo da roda; Retentor de Pó

Nunca instale um rolamento usado. Uma vez removido. O rolamento deverá ser substituído por um novo.

Anel elástico/ arruela

Instalação do rolamento

PASSO 17 – Instale o anel elástico, a arruela, o retentor de pó e o espaçador lateral esquerdo. PASSO 18 – Instale o espelho de freio.

Espelho de freio

54


PASSO 19 – Instale a roda traseira (operação 12).

Instalação da roda traseira MANUTENÇÃO PREVENTIVA Período ITEM

OPERAÇÕES

Cubo da roda traseira

Verificar, ajustar e lubrificar

1.000 km

3.000 km

6.000 km

A cada ... Km

x

x

3.000 km

Diagnose de defeitos Roda oscilando n Aro empenado n Rolamentos da roda traseira desgastados n Raios empenados ou soltos n Pneu defeituoso n

Roda difícil de girar n Rolamentos da roda defeituosos

O que pode provocar uma roda oscilante?

Resumo da lição • Para suportar maior peso e regimes forçados de trabalho, o cubo da roda traseira é mais reforçado que o dianteiro. • Desmontagem, inspeção e montagem do cubo da roda traseira. • Manutenção preventiva e diagnose de defeitos da roda traseira.

55


Lição 7 Sistema de freio da roda traseira n

Engrenagem do velocímetro defeituosa

Mecanismo do freio da roda traseira O mecanismo do freio da roda traseira da motocicleta, tem as mesmas características do freio da roda dianteira (a tambor), exceto o sistema de acionamento. Em geral, o acionamento do freio da roda traseira ocorre mediante ação de um pedal ligado ao braço de acionamento das sapatas por uma vareta. A exceção é para algumas motocicletas de grande porte, que utilizam um sistema de freio a disco na roda traseira acionado por um mecanismo hidráulico ligado ao pedal de freio. O mecanismo do freio da roda traseira é constituído pelos seguintes elementos, mostrados na figura abaixo. Qual a diferença entre o mecanismo de acionamento do freio das rodas dianteira e traseira?

Sistema de freio traseiro

56


Use mordentes de metal macio.

Sistema de freio traseiro

Operação 16: Desmontagem / inspeção / montagem do freio traseiro Esta operação consiste em desmontar o mecanismo do conjunto de freio traseiro para eventuais reparos ou inspeção de rotina. PASSO 01 – Verifique se a seta na placa indicadora está Braço de freio alinhada com a marca no conjunto de freio (ou espelho de freio), quando o pedal do freio é acionado. Caso estejam alinhadas, devemos realizar a inspeção das sapatas e o tambor. PASSO 02 – Retire a roda traseira (operação 11). PASSO 03 – Desencaixe o espelho do freio do tambor de freio.

Cubo da roda traseira

PASSO 04 – Prenda o conjunto de freio em uma morsa.

Sapatas contaminadas com óleo ou com outra substância devem ser descartadas. Sapatas com guarnições abaixo do limite de uso devem ser descartadas. Sempre substitua as sapatas de freio em pares. Se as sapatas forem reutilizadas, marque-as de forma que possam ser montadas em suas posições originais. Substitua o tambor se o valor encontrado estiver acima do valor especificado. Tambor com rachaduras deve ser descartado.

Explique como verificamos a necessidade de inspeção das sapatas e o tambor de freio.

PASSO 05 – Desmonte as sapatas do conjunto de freio traseiro.

57


Caso o tambor apresente cristalização na superfície, realize o processo de lixamento do mesmo utilizando lixa não muito agressiva. Após o lixamento, realize a limpeza do mesmo com álcool. Caso as sapatas apresentem cristalização em sua superfície de frenagem, realize o processo de lixamento do mesmo utilizando lixa não muito agressiva. Após o lixamento, realize a limpeza dos mesmos com um pano.

Sapatas

PASSO 06 – Limpe todos os elementos do conjunto do freio com solvente especial. PASSO 07 – Inspecione o mecanismo de acionamento do freio traseiro quanto a desgastes ou deformação. PASSO 08 – Inspecione o espelho de freio traseiro quanto a rachaduras e desgaste no olhal do eixo excêntrico. Passe graxa no pino de ancoragem e no came. PASSO 09 – Meça a espessura das guarnições das sapatas e compare-as com as especificações do fabricante (limite de uso: 2,0mm). PASSO 10 – Meça o diâmetro interno do tambor do freio traseiro (limite de uso: 131,0mm).

Ao realizar o processo de lixamento tanto do tambor quanto das sapatas, devese utilizar máscara de proteção contra os resíduos do pó proveniente do lixamento, que é altamente prejudicial à saúde.

Diâmetro interno do cubo

58


PASSO 11 – Verifique a vareta do braço de freio traseiro e o pedal do freio quanto a conexões frouxas, folgas excessivas ou outros danos. Substitua ou repare, se necessário. PASSO 12 – Instale a roda traseira (operação 12).

Roda traseira com a coroa

MANUTENÇÃO PREVENTIVA ITEM

OPERAÇÕES

Tambor de Freio Freio traseiro Sapatas do freio

1.000 km

Limpar

3.000 km

PERÍODO 6.000 km

A cada...km

x

x

3.000 km

Verificar e ajustar

x

x

x

3.000 km

Verificar o desgaste

x

x

x

3.000 km

Ajustar

x

x

x

3.000 km

Interruptor da luz do freio

Diagnose de defeitos

Puxa para um lado ou não anda em linha reta n Eixo traseiro empenado n Alinhamento do eixo/ajuste da corrente diferente em ambos os lados Roda traseira oscilando n Aro empenado n Rolamentos da roda traseira desgastados n Pneu defeituoso n Raios soltos ou empenados n Porca do eixo apertada incorretamente

O que provoca o oscilamento da roda traseira?

59


n n

Buchas de articulação do braço oscilante defeituosas Chassi ou braço oscilante empenados

Baixo desempenho do freio (a tambor) n Ajuste incorreto do freio n Lonas de freio desgastadas n Lonas de freio contaminadas n Tambor do freio desgastado n Came do freio desgastado n Serrilhas do braço de freio acopladas incorretamente

Resumo da lição • O mecanismo de freio da roda traseira tem as mesmas características da roda dianteira. • O acionamento do freio da roda traseira é feito com um pedal ligado ao braço de acionamento das sapatas por uma vareta. • Desmontagem, inspeção e montagem do freio da roda traseira. • Manutenção preventiva. • Diagnose de defeitos do freio da roda traseira.

60


Lição 8 Sistema de suspensão da roda traseira Mecanismo da suspensão da roda traseira Tal qual a suspensão dianteira, a suspensão traseira das motocicletas vêm sofrendo modificações ao longo do tempo. Originalmente, as primeiras motocicletas não eram dotadas de suspensão. Com o surgimento das primeiras suspensões dianteiras, os fabricantes de motocicletas procuravam amenizar os efeitos das irregularidades do solo na roda Mola do selim traseira utilizando pneus mais largos e molas no selim, conforme a figura ao lado. Esta solução perdurou até meados de 1945, quando a fábrica “Triumph” lançou um tipo suspensão, baseado no uso de um conjunto de pequenos dispositivos de amortecimento por pistão e mola, instalada entre a roda traseira e a seção rígida do chassi. Esse sistema permitia um pequeno curso Antigo sistema de suspensão traseira vertical da roda traseira, absorvendo parte das oscilações provocadas pelas irregularidades do terreno. Do funcionamento da suspensão por pistão, surgiu a Qual a semelhança suspensão de balancim, que, aperfeiçoada, passou a ser entre a suspensão usada universalmente pela maioria dos fabricantes de modianteira e a traseira? tocicleta. A figura a seguir ilustra um tipo comum de suspensão por balancim.

Amortecedor hidráulico com mola helicoidal

Balacim Balancim

Suspensão por balancim

61


Este tipo de suspensão se caracteriza pela colocação de um garfo articulado (balancim) na parte inferior do chassi, bem atrás da zona de transmissão, e um amortecedor hidráulico de dupla ação com mola helicoidal revestindo a sua parte superior, sustentando verticalmente a parte superior traseira do chassi da motocicleta. Amortecedor traseiro Em geral, o amortecimento das oscilações da mola traseira é feito, também, com amortecedor hidráulico. Porém, ao contrário dos amortecedores dianteiros, normalmente os amortecedores traseiros não são desmontáveis e devem ser substituídos quando apresentarem falhas mecânicas ou vazamentos. Algumas motocicletas de grande porte são equipadas com um tipo de amortecedor dotado de dispositivos que permitem regular a altura da moto e a compressão da mola helicoidal, tornando-a mais macia em estradas acidentadas, ou mais estável em estradas asfaltadas. Na figura seguinte, ilustramos um amortecedor traseiro e seus respectivos componentes.

Qual a diferença entre os amortecedores dianteiro e traseiro?

Arruela

Espaçador do cubo Porca

Amortecedor completo

Braços oscilantes da suspensão traseira Pedal de apoio da garupa

Amortecedor traseiro

62


Operação 17: Desmontagem / inspeção / montagem

da suspensão traseira É uma operação que consiste em desmontar sistematicamente todos os elementos que compõem a suspensão traseira. Inspecione a ação do amortecedor traseiro comprimindo a extremidade traseira diversas vezes. Inspecione todo o conjunto quanto a sinais de vazamentos, danos ou fixadores frouxos. Inspecione as buchas do braço oscilante quanto a desgaste segurando a roda traseira e tentando movê-la lateralmente. PASSO 01 – Apóie a motocicleta em seu cavalete central e remova a roda traseira (operação 11). PASSO 02 – Remova as porcas de união do tubo de esca- Suspensa traseira pamento e remova o parafuso e a porca de fixação do silencioso e o sistema de escapamento. PASSO 03 – Remova as quatro porcas, as arruelas e os Explique como é feita a inspeção das buchas do braço oscilante.

Amortecedor traseiro

63


Capa da corrente

Amortecedor

Porcas e arruelas

amortecedores.

Não desmonte os amortecedores.

PASSO 04 – Inspecione visualmente o amortecedor quanto a danos. Verifique se a haste do amortecedor está empenada ou danificada. Se a unidade do amortecedor está deformada ou com vazamentos, se as buchas de conexão superior e inferior e espaçadores estão desgastados ou danificados. PASSO 05 – Verifique se os amortecedores funcionam sua-vemente. PASSO 06 – Remova o parafuso, a porca e a capa da corrente de transmissão. PASSO 07 – Remova a porca de articulação do braço oscilante (garfo de suspensão traseira), o parafuso de fixação do pedal de apoio direito do passageiro e o suporte do peda.

Verificar o funcionamento do amortecedor

PASSO 08 – Remova o parafuso de fixação do suporte do pedal de apoio esquerdo do passageiro.

Suporte do pedal de apoio do passageiro

64


PASSO 09 – Retire o parafuso de articulação do braço oscilante e o suporte do pedal de apoio esquerdo do passageiro e remova o braço oscilante.

Parafuso de articulação

PASSO 10 – Inspecione o deslizador da corrente de transmissão quanto a danos ou desgaste. PASSO 11 – Substitua o deslizador caso esteja danificado ou desgastado. PASSO 12 – Remova os dois parafusos e retire o deslizador da corrente de transmissão. PASSO 13 – Inspecione o braço oscilante quanto a trincas ou danos. PASSO 14 – Inspecione o espaçador quanto a desgastes ou danos. PASSO 15 – Aplique graxa nas superfícies dos espaçadores e instale-os nas articulações do braço oscilante. PASSO 16 – Instale as capas dos retentores de pó e a guia da corrente de transmissão.

Qual a finalidade de aplicar graxa nas superfícies dos espaçadores?

Retentor de pó da corrente

65


Processo de montagem PASSO 17 – Instale a lingüeta do deslizador da corrente de transmissão no orifício do braço oscilante.

Corrente de transmissão

PASSO 18 – Instale e aperte os parafusos no torque especificado (torque: 6 N.m ou 0,6 Kg.m). PASSO 19 – Instale o braço oscilante no chassi. PASSO 20 – Instale o suporte do pedal de apoio esquerdo do passageiro e o parafuso de articulação do braço oscilante no chassi. PASSO 21 – Instale e aperte o parafuso de fixação do pedal de apoio esquerdo do passageiro.

Montagem da suspensão traseira

PASSO 22 – Instale o suporte do pedal de apoio direito do passageiro e aperte o parafuso de fixação e aperte a porca de articulação no torque especificado (torque: 88 N.m ou 8,8 Kg.m).

66


Suporte do pedal de apoio do passageiro

PASSO 23 – Instale os amortecedores e as arruelas. Em seguida, aperte as porcas de fixação no torque especificado (torque: 34 N.m ou 3,4 Kg.m). Instale a capa da corrente.

Amortecedor traseiro

PASSO 24 – Instale uma nova junta no orifício de escapamento. PASSO 25 – Instale o silencioso e provisoriamente o parafuso e a porca de fixação. PASSO 26 – Instale e aperte as porcas de união do tubo de escapamento.

67


Junta

Porcas de união

Parafuso

Silencioso Tubulação de escape

Instale provisoriamente todos os fixadores do sistema de escapamento. Aperte primeiramente as porcas de união do escapamento e, em seguida, a porca e parafuso de articulação do braço oscilante. Se apertar primeiro a porca de articulação do braço oscilante, o tubo de escapamento não ficará corretamente assentado.

PASSO 27 – Aperte o parafuso e a porca de fixação do silencioso.

Instalação do parafuso de fixação do silencioso

MANUTENÇÃO PREVENTIVA PERÍODO ITEM Suspensão Traseira

68

OPERAÇÕES Verificar

1.000 km

3.000 km

6.000 km

A cada...km

x

6.000 km


Diagnose de defeitos Suspensão muito macia n Mola da suspensão fraca n Vazamento de óleo no amortecedor n Pressão do pneu insuficiente Suspensão muito dura n Haste do amortecedor empenada n Buchas de articulação do braço oscilante danificadas n Articulação do braço oscilante empenada n Pressão do pneu muito alta

O que provoca uma suspensão muito macia?

Resumo da lição • Mecanismo da suspensão da roda traseira. • Mecanismo da amortecedor traseiro. • Desmontagem, inspeção e montagem da suspensão traseira. • Manutenção preventiva. • Diagnose de defeitos da suspensão traseira.

69


Referências Manual de Serviços HONDA, CG 125 TITAN KS. ES. KSE. CG 125 CARGO, produção 2002. Apostila Mecânico de Manutenção de Motocicletas, 2005, SENAI CFP WDS. SENAI, SMO Mecânico de motocicletas, Rio de Janeiro, Departamento Nacional, 1984. http://www.moto.com.br/acontece/conteudo/5905.html Acesso 01/06/2008: http://www2.uol.com.br/interpressmotor/noticias/item16907.shl Acesso 30/06/2008: http://www.webmotors.com.br/wmpublicador/Reportagens_Conteudo. vxlpub?hnid=37533 Acesso 18/07/2008: http://www.seuauto.com/?tag=moto-flex Acesso 30/06/2008: Wilson; Hugo. O Grande Livro das Motos, Editora, Livros e Livros 1997. Bambirra, Paulo; Livro - Manual Completo Da Moto, editora: Fittipaldi, 1987 São Paulo, SP Mosher, S. Lynn e George Lear; Manual completo da moto: mecânica e manutenção, editora: Hemus, 2004

Agradecimentos • • • • •

70

Paulista das Motos Avila Motos Serviços Clínica das Motos Multi Motopeças Ltda Ceará Motos



Este livro foi composto na fonte Switzerland, corpo 11/13 O miolo foi impresso em papel pólen soft 80g/m2, e a capa em cartão supremo 250g/m2. Impresso pela gráfica Marcograf e editado pelas Edições Demócrito Rocha em Outubro de 2008.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.