Jornal Olhares em Foco

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Mate r i a l p r o d uz id o p e lo s p r o fe s so r e s d o cur so I m p r e ns a Jo ve m

Olhares em Foco

Volume 1, edição 1 Julho de 2016

Direitos humanos é destaque da Revista Olhares em Foco

NESTA EDIÇÃO:

ONG Amicão lança Projeto

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O inimigo mora em casa

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Denúncia sobre trabalho infantil

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Menino é morto em sala de aula por ser “diferente”

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Grupo Coletivo Pereatividade se apresenta para alunos da rede

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Expediente Participaram desta edição da revista os professores do curso de Imprensa Jovem Produção Jornalística, realizado em julho, na DRE Ipiranga. A iniciativa foi promovida pelo Núcleo de Educomunicação da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.

Olá, após um semestre tumultuado no mundo da política, retornamos a nossa revista semestral, nesta edição dedicando um olhar à questão dos Direitos Humanos, tendo em vista que em dezembro, Brasília será palco do 1º Congresso Internacional dos Direitos Humanos. Tema de suma importância nos dias de hoje, haja vista o fato recente na Rússia em que a intolerância homofóbica fez mais uma vítima, só que agora uma criança e em plena sala de aula com a presença (ausente) de sua professora, sem contar que a violência doméstica contra as mulheres continua em níveis alarmantes (olhe a matéria e constate nos gráficos). Mas, mediante tantos horrores, trazemos também um vislumbrar mais positivo, basta ver a iniciativa da ONG Amicão que criou o Projeto Melhor Amigo e em Parceria com Prefeitura de São Paulo está pondo em prática uma ação solidária para o morador

Foto: Divulgação - PNUD/Brasil

Por Marco Aurélio (Da Redação)

de rua e seu melhor amigo. É triste, mas temos que voltar a mostrar e se indignar com a exploração do trabalho infantil, e não estamos falando do campo ou de algo distante, mas basta lançar um olhar para os faróis e cruzamentos da nossa São Paulo, e iremos constatar que esta prática já tão denunciada continua a todo vapor comprometendo não só a infância, mas também o aproveitamento escolar de nossas crianças. Voltemos a falar de poesia, arte e alegria e porque não de cidadania, é o que o Grupo Coletivo Pereatividade propõe em suas apresentações, além de ministrar palestras nas Escolas da Rede Pública

leva também poesia e entretenimento em forma de saraus, vale a pena dar uma olhada na matéria. Em dezembro comemoram-se os 68 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, embora estejamos comemorando é bom lembrar que muito ainda precisa ser feito, e é esta proposta que vai nortear as discussões do 1º Congresso Internacional dos Direitos Humanos, com presença confirmada de notáveis personagens da nossa história como os líderes Mahatma Gandhi e Nelson Mandela, temos ainda o ex Beatles John Lennon que promete cantar Imagine, é vir ver para crer.


Centros de acolhida da capital também receberão animais de estimação Por Ana Lucia/Ellen Morais/Katia Boaventura/Telma Tani

devido as baixas temperaturantir que animais de estimação ras a prefeitura buscou parsejam acolhidos junto a seus docerias para resolver este pronos nos abrigos da capital paulista. blema. A prefeitura em parceira com a “O albergue não aceita aniONG Amicão autorizará a entrada mal. Eu não vou deixar meu dos bichanos junto com moradoamigo fiel, que cuida de mim res de rua, o que até então não de noite, entendeu, acho que era permitido. A iniciativa que é injusto né? É um animal, um existe no abrigo Dom Bosco escompanheiro, ele protege, ele late”, explica Rodrigo tenderá aos 79 abrigos da cidade. Silva de Assis. A ONG AmiPesquisa realizada pelo instituto cão está promovendo a camPró- Viver panha de doarevelou que ções de cober- Rodrigo Silva, morador de rua e seu cão Bob no moradores de “O albergue não aceita animal. Eu tores, jornais, centro de acolhida rua que tem bacias, medicanão vou deixar meu amigo fiel, que animais de mentos e anticuida de mim de noite, entendeu, estimação não pulgas. A coordeadentram nos acho que é injusto né? É um animal, nadora Verônica Para doações e informações entrar abrigos com um companheiro, ele protege, ele late” Tani afirma que ao em contato: Facebook/Amicao receio de acolher estes aniabandonar mais estão garanseus animais. tindo dignidade e respeito também A partir destes dados e com a aos moradores de rua. morte de alguns moradores de rua

Foto: site Clube da Mancha

O Projeto Melhor Amigo vai ga-

1º Congresso Internacional sobre Direitos Humanos será realizado no Brasil

Fonte: brunosteinbachsilva.bl

Por Sandra, Beatriz, Sandra Regina, Marco Aurélio

Em comemoração aos 68 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 11 a 13 de dezembro deste ano, acontecerá o primeiro Congresso Internacional

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dos Direitos Humanos na cidade de Brasília, DF. Este evento continuará as discussões em torno dos direitos de igualdade e liberdade que já vêm acontecendo em vários grupos de movimen-

O L H AR E S E M F O C O

tos sociais. Além de pesquisadores, estudiosos e líderes sociais, também confirmaram presença, personalidades como Malala Yousafzai (ganhadora do prêmio Nobel da Paz de 2015); expresidente da África do Sul, Nelson Mandela; Mahatma Gandghi (líder espiritual da Índia) e o exBeatle John Lennon. Diante das condições atuais que a humanidade vem enfrentando em todas as facetas sociais, torna-se importante refletir e buscar soluções efetivas para respeitar as diferenças e garantir o pleno exercício dos direitos humanos. As inscrições e maiores informações poderão ser adquiridas pelo site do evento: www.congressointernacional.org/ inscricao.


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Trabalho infantil em São Paulo afeta aprendizagem de alunos Por Alane Júlia Dantas dos Santos, Glaucia Silva Bierwagen e Luciana Napolitano Alegrette Juliano Foto: Divulgação - Portal G1

vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”. O desafio da SME é propor ações que coíbam a evasão escolar atra-

Foto: Tiago Queiroz

Professores, educadores e gestores discutem sobre a exploração do trabalho infantil sofrida por alunos da rede pública da cidade de São Paulo. O encontro promovido pela Secretaria Municipal de Educação (SME), nesta última terça -feira, 12/07, apresentou relatos alarmantes sobre o rendimento escolar e a aprendizagem destas crianças. A maior cidade do País ainda não conseguiu erradicar o problema que prejudica o desempenho escolar e tem impacto no desenvolvi-

mento socioeconômico. Segundo dados do estudo sobre o trabalho infantil em São Paulo elaborado pela consultoria Tendências, a pedido da SME, o trabalho infantil prejudica o desempenho escolar e reduz em 17,2% o índice de aprovação. As informações obtidas na pesquisa confirmaram os fatos relatados pelos profissionais da área que citam o trabalho doméstico como um dos motivos para a evasão escolar. A maioria destas crianças cuida dos afazeres da casa e de irmãos mais novos e são impedidas de frequentar a escola pela própria família. O artigo 227 da Constituição Federal define: "É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à

Trabalho infantil nas ruas de São Paulo

vés de um trabalho conjunto com as famílias, Conselho Tutelar, profissionais envolvidos e a comunidade em geral.

Perifatividade leva discussão sobre direitos humanos nas escolas

Foto: EMEF Gonzaguinha

Por Amanda de Oliveira Pires, Cristiana Cândido da Silva, Nanci Alves dos Santos Galhego, Sandra Regina da Mata e Sueli Figueiredo Costa

Lançamento do livro

O coletivo Perifatividade lançou o livro/documentário perifatividade nas Escolas a Poética dos Direitos

Humanos na EMEF Gonzaguinha no dia 18 de maio. A organização do evento foi realizada pela professora Fernanda Abreu com a participação da diretora Joceli Pereira Lopes e sua equipe docente. Eles divulgaram o livro no sarau para os alunos do EJA (Educação Jovens Adultos) com palestra e música enfatizando a conquista dos direitos pela população marginalizada. Os direitos humanos são inerentes a todas as pessoas, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qual-

quer outra condição. O livro perifatividade nas Escolas a Poética dos Direitos Humanos retrata os direitos civis, políticos, econômicos, culturais e também as questões de gênero, raça, sexualidade e cultura com igualdade enquanto direito através da poesia. Reconhecendo, Respeitando e Promovendo as Diferenças. A poética dos direitos humanos deve priorizar ações significativas no processo do ensino aprendizagem, mas para isso são necessários espaços para a conscientização do tema. As vivências individuais dos alunos foram valorizadas proporcionando atividade com produção artística, musicalização com apresentação de rappers, combate contra o racismo e o lançamento do livro perifatividade nas escolas.


Homofobia e Cultura da Intolerância Por Alina Sato, Michele Garcia, Patrícia Regis, Paula Aroca e Renan Macedo

Fonte: Geledés

Fonte: Forbes

Quem nunca assistiu Prison Break talvez não conheça as façanhas que o personagem de Wentworth Miller (Michael Scofield) realiza na trama americana que rapidamente conquistou milhões de fãs e que ganhará uma quinta temporada em 2017, uma espécie de versão estendida. Na série, Michael, um engenheiro civil, elabora um plano meticuloso para livrar seu irmão do corredor da morte, uma condenação injusta e mentirosa. No decorrer das temporadas descobre-se que tudo fazia parte de um grande plano que pode ser comparado com as velhas teorias de conspiração à moda Hollywoodiana. O que ninguém esperava (além do anúncio de uma nova temporada que causou grande surpresa e expectativa nos fãs) é que o ator Wentworth Miller causasse um grande alvoroço na vida real. Em 2013, em um ato político e de afirmação, Wentworth recusou o convite de honra para participar do Festival Internacional de Cinema de São Petersburgo, na Rússia. A explicação logo viria: "Obrigado pelo convite. Como alguém que gostou de visitar a Rússia no passado e que pode reivindicar um certo grau de ascendência russa, eu ficaria feliz em dizer 'sim'. Porém, como gay, tenho que rejeitar", escre-

veu o ator em resposta à diretora EUA as relações homossexuais são do festival, Maria Averbakh. castigadas. E acrescentou: "Estou profunda- O caso mais recente ocorrido na mente preocupado com a atual Rússia de intolerância homofóbica, atitude e tratamento do governo que ganhou repercussão mundial foi russo aos homens e mulheres de Sergei, 17 anos, estudante da esgays", e que não quis comparecer a cola Politécnica em Moscou. um festival em um país onde "direitos básicos para viver e amar Segundo informações de colegas, abertamente estão sendo negados Sergei foi amarrado e tentaram esfregar seu rosto na privada, o carregaa pessoas como eu". ram para sala de aula e as humilhaVladimir Putin, presidente da Rús- ções continuaram, o jovem perdeu o sia, assinou no dia 30 de junho 2013 uma lei que proíbe qualquer ato de "propaganda homossexual" em presença de menores, prevendo uma multa para os infratores que pode chegar até 1 milhão de rublos (cerca de RS 70 mil). A nova lei, definida como "discriminatória" pelas associações de defesa dos direitos humanos, é mais rígida contra os estrangeiros infratores, prevendo além de uma multa de 100 mil rublos (cerca de R$ 7 mil) a equilíbrio e bateu o pescoço na mesa detenção de até 15 dias ou a exda professora, que assistiu a cena pulsão do território russo. sem reação, esse episódio que acarEm sua defesa, o presidente russo, retou na morte do jovem não foi um Vladimir fato isolado. Putin afirO mais interessante é mou em que o caso não chamou entrevista atenção no país, já que a “"Ele sofria frequentes degradações, em 2014 maioria das pessoas, sepois era considerado diferente dos que na gundo informações, não Rússia, ao demais (homossexual).” tolera relações homoafecontrário tivas. Considerando tamde outros bém que o governo de países, Vladimir Putin considera não são crime qualquer tipo de propaganda proibidas as relações homossexuais e "ninguém é perseguido" por relacionada aos homossexuais. essa prática, mas disse que a pro- Um episódio de intolerância, que paganda entre culminou na morte de um garoto, os menores de promovido por adolescentes em um idade é proibi- ambiente escolar nos mostra que a temática da homofobia não é furtuita, da. as discussões de gênero, de diversiO presidente dade e de respeito são necessárias, russo disse, bem como a promoção e garantia inclusive, que dos direitos humanos para que todos em certos possamos conviver e construir relaestados dos ções em uma cultura de paz.

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VOLUME 1, EDIÇÃO 1

O inimigo mora em casa

wagnerfrancesco.jusbrasil.com.br

Por Andrea Rezende Gomes, Flávia Aparecida Coelho Alves e Teresa Cristina da Costa Lobo

Mulheres vivem em situação de violência e sofrem agressões semanal ou diariamente

A violência contra as mulheres constitui uma das principais preocupações, pois hoje o Brasil ocupa o sétimo lugar no ranking mundial dos países com mais crimes praticados contra as mulheres. O local onde ocorre o maior número de violência contra as mulheres é a residência da vitima. Essa agressão começa com os pais, e é substituída pela do cônjuge e/ ou do namorado. De acordo com o site

www.compromissoeatitude.org.br, a violência psicológica é também uma grave violação dos direitos humanos das mulheres, que produz reflexos diretos na sua saúde mental e física. Considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a forma mais presente de agressão intrafamiliar à mulher, sua naturalização é apontada ainda como estímulo a uma espiral de violências. Pode preceder, inclusive, a mais extrema violência, o

feminicídio, conforme apontam esses especialistas. Aprovada por unanimidade pelo Congresso Nacional e assinada em 7 de agosto de 2006 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Lei nº 11.340/2006 – popularmente conhecida como Lei Maria da Penha – tornou-se o principal instrumento legal para coibir e punir a violência doméstica praticada contra mulheres no Brasil. Em 2012, foi considerada pela Organização das Nações Unidas (ONU), a terceira melhor lei do mundo no combate à violência doméstica, perdendo apenas para Espanha e Chile. A Lei Maria da Penha não coibiu o aumento da violência contra a mulher, os números atuais indicam a necessidade de constante monitoramento das politicas atuais para efetiva mudança no quadro de violação dos direitos das mulheres.


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