Artigosadesegurana2017

Page 1

PREVENÇÃO DE RISCOS, DOENÇAS OCUPACIONAIS, ACIDENTES E LESÕES COM A RELAÇÃO DIRETA E SIMULTANEA DA LIDERANÇA

RUGELES, Diana Miranda de Farias Prieto - MS,c Mestranda Universidade Federal Fluminense Programa de Mestrado - Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa dianamfprieto@gmail.com CALDEIRA DOS SANTOS, Mauro Leonardo Salvador Doutorado em Filosofia da Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Catarina Prof. Associado IV da Universidade Federal Fluminense mem@vm.uff.br

RESUMO: Prevenção de riscos de acidentes, lesões e doenças ocorrem simultaneamente em OBJETIVO: Sistematizar a análise que surge no processo de identificação de falhas nas medidas diferentes áreas de liderança do controle da organização se relaciona eventos reais de baixa de controle de prevenção, incluindo os sistemas de gestão da Saúde Ocupacional Segurança do conseqüência, mas com elevado risco potencial, que incide sobre a eliminação de alta trabalho, que surgem a partir de acidentes, ferimentos, doenças, problemas de saúde e incidentes conseqüência, com elevado potencial de risco, especialmente aqueles que podem resultar em a na Indústria da Mineração. perda da vida. ÁreasRevisão de controle que são de exigidas liderança focoSCIRUS deste contexto, deve MÉTODOLOGIA: sistemática estudospela nasalta bases de dados e, SciELO. se concentrar em ações pró-ativas e comportamentos que podem ser exercidas pelo líder Foram incluídas análises realizadas pelos órgãos responsáveis que cuidam da saúde e segurança operação / extração, construção, serviços de engenharia e manutenção, reabilitação / do trabalhador, incluindo a OIT, OSHA. recuperação e, como parte do trabalho em equipe campo e, portanto, pode o risco CONCLUSÕES: diferenças metodológicas foram em identificadas em relação aoseliminar resultados da de acidente. investigação de acidentes e mortes. Porque eles usam metodologias muito primitivas ou ofício, e metodologias estruturadas levar a conclusões mais precisas e causas. Há, na ausência de investigações de causas, como eles são lidos a essência dos acontecimentos, faltando um monte de informações que podem ser interpretadas de omissão, a falta de conhecimento técnico e conhecimento da investigação de acidentes de dados específicos. Keywords: Gerenciamento de Risco, Segurança, Liderança, Acidentes, Saúde.


ABSTRACT Preventing risks of accidents, injuries and illnesses occur simultaneously in different areas of the Organization's control leadership relates actual events of low consequence but with high risk potential, one that focuses on the elimination of high consequence with high risk potential, specifically those that may result in the loss of life. Areas of control that are demanded by the high leadership focus of this context, should focus on proactive actions and behaviours that may be exercised by the leading operation/extraction, construction, engineering services and maintenance, rehabilitation/remediation and as part of team work in field and thus can eliminate the risk of accident.

OBJECTIVE: To systematize the analysis that emerges in the process of identifying failures in control measures for prevention, including the management systems of health and safety that arise from accidents, injuries, illnesses, health problems and incidents. Methods: Systematic review of studies in databases Scirus and SciELO. Included analyzes performed by the responsible agencies who care for the health and safety of workers, including the ILO, OSHA. CONCLUSIONS: methodological differences were identified in regard to research results of accidents and fatalities. Because they use very primitive or craft methodologies, and structured methodologies lead to more accurate conclusions and causes. There in the absence of specific data investigations of causes, as they are read the essence of events, missing a lot of information that can be interpreted in omission, lack of technical expertise and knowledge of accident investigation. Keywords: Managing of Risk, Safety, Leadership, Accidents, Health


INTRODUÇÃO Segundo a OIT todos os anos cerca de dois milhões de homens e mulheres perdem a vida em acidentes e doenças relacionadas com o seu trabalho. Além disso, 270 milhões de trabalhadores sofrem acidentes de trabalho e 160 milhões sofrem de doenças relacionadas com a ocupação.

aumento da exigência pelos clientes públicos e privados levaram as Organizações a implementar Sistemas de Gestão da Qualidade (SGQ) baseados nos modelos da série ISO-9000 estabelecidos pela International Organization for Standardization (ISO).

Principais causas de morte no local de trabalho do mundo são o câncer (32 por cento de todas as mortes relacionadas com o trabalho), doenças do aparelho circulatório (23 por cento), lesões (19 por cento) e doenças transmissíveis (17 por cento). Uma das área relevantes nas éstatisticas se encontra a construção civil, e outra área siginficativa mais que precisa de tratamento analítico é a mineração que representa 1 por cento da força de trabalho global, mas é responsável por até cinco por cento dos acidentes de trabalho mortais (pelo menos 15.000 por ano, ou mais de 40 por dia).

Certificações em empresas com base na norma ISO-9001 e em normas de gestão da qualidade desenvolvidas especificamente para setores de produção apresentam diversos resultados positivos e uma série de vantagens competitivas obtidas com a implementação do SGQ em empresas, podendo-se afirmar que essa mudança, na forma de gestão, resultou em um significativo avanço para o setor.

Os empregadores devem realizar antes de cada tarefa de identificação e avaliação regular dos perigos e riscos à segurança, este aspecto é necessária a análise de risco da tarefa, autorização de trabalho, como também analisar os fatores ambientais perigosos em cada local de trabalho permanente ou temporária, gerada pelo uso de diferentes operações, ferramentas, máquinas equipamentos e substâncias. Avaliação de risco relaciona elementos básicos para análise, tais como: identificação de riscos, classificação de risco e caracterização dos riscos. A avaliação de risco requer uma análise do processo de fluxo de trabalho, através do desenvolvimento e implementação de prevenção, controle e controle de medidas de recuperação de falhas.

GESTÃO DA SAÚDE NO TRABALHO E A SEGURANÇA Nas últimas décadas, a crescente competição do mercado, bem como o

Não obstante, diversos acidentes e grandes desastres ocorridos no mundo, divulgados intensamente pela mídia, têm deixado claro para todos os tipos de organizações que não basta se diferenciar no mercado pela competitividade e lucro. Também é necessário evidenciar e demonstrar de forma inequívoca às partes interessadas uma atuação ética e responsável quanto às condições de segurança e saúde no ambiente de trabalho e quanto às suas inter-relações com o meio ambiente. As estadísticas apresentadas no que relaciona a falta de implementação de sistemas de gestão SGSST especificamente de saúde e segurança do trabalho se veem refletidas nos números apresentados pela acidentabilidade, são extremamente significativos, mesmo sem considerar o fato de que esses podem ser bem maiores em face de uma cultura de subnotificação existente, como a que vigora no Brasil. Nesse sentido, algumas características específicas das legislações contribuem para a subnotificação por não exigirem a notificação de diversos acidentes relacionados ao trabalho, como o que ocorre no Brasil em relação aos acidentes envolvendo trabalhadores informais e outros contratados de formas alternativas, como as que ocorrem na área rural entre cooperados e autônomos.


A redução dos acidentes de trabalho, inclusive nos países desenvolvidos, não é algo de fácil solução, pois apesar da melhoria de qualidade da legislação – que, em especial no Brasil, surgiu com a aprovação da portaria Nº 3214, de 08 de junho de 1978, que estabeleceu as Normas Regulamentadoras (NRs). Com a modernização tecnológica ocorrida nas últimas décadas – a prevenção de acidentes de trabalho ainda necessita de avanços significativos. Assim, pode-se considerar que há um grande espaço para a reavaliação e para a implementação de modificações significativas nos modelos de gestão da SST nas Empresas, os novos modelos de gestão não devem ter como objetivo apenas atender às exigências legais, mas, a partir delas, instituir uma cultura de prevenção de acidentes de trabalho que garanta a segurança e a integridade dos trabalhadores, podendo desencadear, como conseqüência, o aumento da produtividade e a melhoria da qualidade dos serviços.

O termo “Segurança” deve ser entendido como sendo: “o estado de estar livre de riscos inaceitáveis de danos”, definição convergente com as definições de Brauer (1994) e com as normas BSI-OHSAS-18001 e BS8800. O termo “Saúde” será baseado na definição mais abrangente, que é a da Organização Mundial da Saúde (OMS): “estado de bem estar físico, mental e social, e não meramente a ausência de doenças ou enfermidades”. Nesse sentido, os Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (SGSSTs) nos empreendimentos e na classificação do riscos, tema desta pesquisa, ganham importância, pois constituem ferramentas gerenciais que auxiliam as organizações na reavaliação dos seus modelos de gestão da SST e na criação de novos modelos condizentes com o atual paradigma, e que apresentam características sistêmicas, trazendo a melhoria contínua do nível de desempenho

em SST por meio da redução dos impactos negativos do trabalho sobre os funcionários. Por parte das organizações em implementarem SGSSTs, ao mesmo tempo em que as agências regulamentadoras de diferentes países vêm buscando alternativas, essa tendência contribuiu para o surgimento de demandas por modelos reconhecidos de SGSST.

OBJETIVOS É relevante que “Os Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho devem ser vistos como ferramentas gerenciais que contribuam para a melhoria no desempenho das empresas em relação às questões de SST, o que é uma necessidade fundamental para a organização, trabalhadores e para a sociedade. Este artigo tem como objetivo geral conceituar os SGSSTs, apresentar e discutir seus principais elementos, bem como, apresentar resultados que podem ser obtidos com a implementação em empresas segundo seu grau de risco, contribuindo com informações relevantes que auxiliem às organizações na concepção e implementação de seus SGSST. São considerados neste trabalho discussões dos conceitos relacionados à SST necessários para a implementação dos SGSST. CUSTOS Assim, deve-se ter claro que qualquer acidente que ocorre, resultando ou não em lesões aos trabalhadores, gera um prejuízo econômico significativo, pois todos os custos diretos e indiretos resultantes são creditados no custo de produção, revertendo em ônus para a empresa e consequentemente para todas as partes interessadas.

Os custos dos acidentes só


existem quando a SST é tratada de forma inadequada, ou seja, há uma relação de causa e efeito direta que permite nomeá-los como custos da não-segurança. A abrangência dos custos da não-segurança deve ser amplamente conhecida pelos empresários, de modo que esses visualizem o volume de recursos que é desperdiçado cada vez que ocorre um acidente, servindo como um forte argumento para estimular investimentos que reduzam ou eliminem a sua ocorrência. Para avaliar a abrangência desses custos, deve-se notar que sempre que ocorre algum acidente, por mais simples que seja, dá-se início à geração de uma série de despesas diretas e indiretas, que em geral, não são claramente percebidas e avaliadas pelas organizações. ANÁLISE POR TIPO DE FATALIDADE Na análise de Acidentes devem se diferenciar pelo tipo e classe, neste sentido existem diferentes tipos de acidentes, ou seja, acidentes de área elétrica, explosivos, espaço confinado, equipamentos moveis, bloqueio e sinalização, trabalho em altura, proteção de equipamentos.

Figura 1 – Fatalidades 1910 ate 2000 (MSHA)

A taxa de mortalidade em mineração por 200.000 horas de funcionários diminuiu de

cerca de 0.620 mortes em 1970 para cerca de 0,0381 mortes em 1980. Continuo diminuindo para cerca de 0,0261 em 1990, e depois voltou a cair para cerca de 0,0218 mortes em 2000. A OIT considera que em relação aos trabalhos de mineração e segurança do trabalho: a atividade mineradora sempre foi considerada perigosa, compreendendo riscos graves e expondo os trabalhadores, aos perigos de acidentes graves e até de morte. A falta de condições sanitárias e atenção médica adequadas, os ferimentos e os problemas de saúde decorrentes do trabalho deixam sequelas permanentes; em todas as minas do mundo. Em 2011, as taxas de mortalidade e lesões foram os mais baixos já registrados. A taxa de acidentes fatais para a mineração como um todo foi de 0,0114 por 200.000 horas trabalhadas, e a taxa de toda a lesão foi de 2,73 por 200.000 horas trabalhadas. Nesta análise podemos encontrar dados abaixo dos 0,0234 e 2,81, respectivamente, em 2010. No setor de mineração de metais, a taxa de acidentes fatais foi de 0,0084 por 200.000 horas trabalhadas, ea taxa de toda a lesão foi de 2,28 por 200.000 horas trabalhadas, abaixo dos 0,0129 e 2,37, respectivamente, em 2010. No setor de mineração de carvão, a taxa de acidentes fatais foi de 0,0156 por 200.000 horas trabalhadas, ea taxa de toda a lesão foi de 3,38 por 200.000 horas trabalhadas, abaixo dos 0,0384 e 3,43, respectivamente, em 2010.


Figura 2 – Análise de Atividades Criticas Empresas de Mineração Na aplicação metodológica para análise de acidentes se faz necessário ter estabelecer diretrizes e critérios gerais para que acidentes e quase-acidentes, sejam eles pessoais ou materiais, possam ser identificados, comunicados, analisados, classificados e registrados de forma a proporcionar ações de bloqueio para evitar a recorrência e propiciar o aprendizado organizacional.

Figura 3 – Exemplo de classificação da Severidade x Metodologia de Análise de Causas

Riscos de Engenharia tiveram crescimento no Brasil de 68%.

um

Neste aspecto está implementando se nas organizações a ISO 31000:2009 – que trata sobre a Gestão de Riscos - Princípios e Diretrizes. METODOLOGIA Se realizó uma revisão sistemática de relatorios e informes relacionados a investigação de acidentes em mineração. A búsqueda bibliográfi ca se efetuó na base de dados electrónica SCIRUS e SciELO com as seguintes palavras chaves Managing of Risk, Safety, Leadership, Accidents, mining se complementou na listagem de referencias dos artigos primários relevantes e artigos de revisão. Foram utilizadas fontes de Informação para ese artifo tais como: relatorios de fatalidade, MSHA Administração de Mina de Saúde e Segurança (MSHA relatórios de mortalidade), Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional (NIOSH).

Objetivos no Gerenciamento de Riscos

REFERENCIAS Reason, J. (1997). Managing the Risks of Organizational Accidents. Brookfield, Ashgate Publishing Company. International Labour Organization. (2003). Safety in Numbers: pointers for a global safety culture at work. Geneva. ISO 31000 Princípios da Gestão de Riscos A quantidade de acidentes nas organizações é cada vez maior no no mundo. Dados da SUSEP Superintendencia de seguros privados, nos mostram que no período de 2003 até 2009 o Sinistro Direto Anual em

Kerry Johnson, New Thinking in Leading for High Reliability Healthcare Performance Improvement, HPI, 2012. MSHA (2002), US Mine Safety and Health Administration, “Table 03. Average number of employees at coal mines in the United States, by primary activity, 1978 – 2001


Sustainability report 2011, company VALE Mining and Metals. American Conference of Government Hygienists <http://www.acgih.org>. Health and Safety Executive, Inspectorate <Http://www.hse.gov.uk>.

Mines UK.

McPherson’s Subsurface Ventilation and Environmental Engineering http://www.multimedia.vt.edu/mcpherson/t eaching> Mine rescue Manual, http://www.labour .gov.sk.ca/safety/mine rescue manual. Mine Safety Health Administration USA <http:// msha.gov.

MINERALS COUNCIL OF AUSTRALIA. Sustainable Development Program for The Mining Industry. ISBN 0 642 72599 3. MORRO VELHO História, fatos e feitos . Nova Lima. 1995. Copyright Mineração Morro Velho. Impresso no Brasil 1996. MSHA 1. Error Factors for Enforcing a 160 μ g/m3 Total Carbon (EC+OC) Personal Exposure Limit.2008.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.