Retrato de Goiás sem retoques políticos, por Batista Custódio

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GOIÂNIA, SEGUNDA-FEIRA, 1º DE OUTUBRO DE 2018

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“Os bobos ilustres empavonam-se e começam a arrastar as asas para bandos de abutres em sua volta, muito longe de sua origem nos quintais da irrelevância política” (Batista Custódio)

Editor-geral do

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O bajulador é um mestre que disfarça as aparências. Maquia-se ao gosto dos engodos. O vulgo vê-os como puxa-sacos. Isso é o apelido...”

sem retoques políticos DIVULGAÇÃO

Hugo Chávez, ex-presidente da Venezuela

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Nicolas Maduro, sucessor de Chávez DIVULGAÇÃO

Totó Caiado

sultados iguais aos das bulas que enumeram o disparate de efeitos colaterais do remédio com indicação específica para os doentes com uma patologia incurável. A enfermidade eleitoral do governador Zéliton é crônica e entrou na fase terminal da derrota, contagiou o Coninho e ficou transmissível em Posse. Todo eleitor já se vacinou de Ronaldo Caiado. Zéliton não pega em mais ninguém. Não ganha nem que a terra ronque. Pode ir se desinfetando do envaidecimento que o contaminou no Palácio das Esmeraldas. E o viciou em derrotas. Desça das passarelas do Marconi Perillo e volte para o desfile no anonimato eleitoral, em Posse. Antes que a despedida seja a vitória do traído na derrota do traidor.

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ransparece que os chefes de

Estado supõem que o tempo para em sua época no governo. A realidade fria é que eles ficam fora de época em seu tempo no poder. As quedas de governo são criadas pelos governantes na saga épica dos povos. Acontecem nos ciclos naturais das mudanças na evolução das civilizações. Nenhum líder escapa da pontualidade inexpugnável desse saudável determinismo histórico, das ladeias nas tribos aos impérios nas nações.

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Marconi Perillo, ex-governador de Goiás DIVULGAÇÃO

Pedro Ludovico

Em Goiás, a rotatividade dos apogeus para os perigeus pontuou quatro períodos que sinalizam a emancipação civilizatória do desenvolvimento emergido dos agrestes do atraso para as aberturas do crescimento na modernidade nos últimos 126 anos dessas terras belas e ricas nos sertões bravios. São quatro marcos divisórios das quadras expansionistas. A fase das tropas e boiadas fazendo rumos nos trilheiros. Os carros de boi levantando chãos nas poeiras e atolando nas estradas vagarosas. As candeias alumiando as casas e se apagando ao sopro dos ventos nos ranchos. As moças olhando os rapazes pelas frestas das janelas e os homens dançando nos bailes com revolver nas cinturas. O tempo anda devagar. Os cavaleiros falavam sozinhos nas viagens no isolado dos ermos. Onças comiam meninos panhando frutas nos cerrados. A etapa das ximbicas Ford, sem capota, conduzindo passeios das cidades para os povoados e dos calhambeques Ford, transportando mercadorias das cidades para as fazendas e, trazendo as colheitas dos fazendeiros para os comerciantes das comunidades nas vilas. Toda cidade tinha a chamada Rua de Baixo. As putas saíam bem vestidas, perfumadas, sorrindo, com os braços dados, passeando nas ruas. As mulheres casadas ficam à janela

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“Os governantes se deliciam ante ao alcovitismo molequeiro da política, comovem-se aos cafunés das prendas rendosas e endeusam-se aos incensos dos turíbulos” (Batista Custódio)

Retrato de Goiás

Batista Custódio

ODO chefe de governo é circulado de corruptos. Eles vão se aproximando na doçura dos elogios e irão distanciando Suas Excelências dos amigos sinceros na opinião. Fazem-se serviçais aos governadores e servem-se da servidão do governo a eles. Tornam-se eminências pardas dos bastidores íntimos dos governadores e viram homem-forte do governo. Aparentemente amáveis, são mais perigosos que um escorpião furtivo na discrição da cama. Até as primeiras-damas se valem da sua aprovação prévia nos pedidos ao marido. Levam vantagem até nos prejuízos, ora com uma ternura de santo, ora com a finura de um espinho, roubam no governo e furtam do governador. Trancam segredos e guardam com eles as chaves que fazem do governador seu prisioneiro inlibertável no inconfessável. O bajulador é um mestre que disfarça as aparências. Maquia-se ao gosto dos engodos. O vulgo vê-os como puxa-sacos. Isso é o apelido. O nome no passaporte na alfândega das altezas é puxa-vaidades. O único jeito de flagrar sua identidade é vasculhá-los no semblante. São os homens com cara de mulher puta, ou de moça de convento, ou de garbo imperial. Governador não se dá bem com intelectual pensador e de caráter inquestionável no verdadeiro. Pessoas assim são éticas, não servem para as fofocas brindadas nas adegas inebriantes de poder nos celestes do envaidecimento vulgar. Ali é o seleto dos rabichos à leviandade. Os governantes se deliciam ante ao alcovitismo molequeiro da política, comovem-se aos cafunés das prendas rendosas e endeusam-se aos incensos dos turíbulos nos cultos às celebridades dos altares no poder terreno. Os bobos ilustres empavonam-se e começam a arrastar as asas para bandos de abutres em sua volta, muito longe de sua origem nos quintais da irrelevância política. Degustam caviar nas ceias das aristocracias e engasgam-se nos pratos-feitos do populismo. Ficam irreconhecíveis do que é no que está do que foi no que era. Comportam-se mais inadequados que um açougueiro ao retalhar, com bisturi, carne de vaca ou um médico fazer, com um facão, cirurgia plástica numa madame. A maestria política de alojar no Palácio das Esmeraldas o perdedor das eleições, Zéliton como governador, a comparação mais apropriada evoca a astúcia despótica do ditador Hugo Chávez de colocar o motorista particular, que dirigia seu carro, Nicolas Maduro, no Palácio de Miraflores, ao povo da Venezuela. Deu-se lá o que se dá aqui. Depois de 14 anos sem Chávez, os chavistas estão fugindo para os países vizinhos. Depois de quatro mandatos do Marconi, os marconistas do governo do Zé fogem para os partidos vizinhos da candidatura do Ronaldo Caiado. No evento da transitoriedade transitante do Zéliton, na Casa Verde, o governador faz treinos no seu mandato para perder nas próximas eleições na performance simbiótica no dantesco e no quixotesco, mais fantástico que fazer terra roncar. As pedaladas que os jornalistas-marqueteiros palacianos treinam-no para dar, nas ideias do receituário da ciência política, causam nos eleitores re-

GOIÂNIA, SEGUNDA-FEIRA, 1º DE OUTUBRO DE 2018

José Eliton, sucessor de Perillo DIVULGAÇÃO / FOTO OFICIAL

Iris Rezende

de cara feia, umas cuspiam nas calçadas, enfezadas. Os maridos proibiam-nas de cortas o cabelo, usar perfume, escovar os dentes e de aprender ler. A quadra dos aviões teco-teco posando nos malhadores de gado e nos campos de futebol. As linhas do Correio transmitindo notícias nos telegramas. A energia elétrica com a luz fraquinha nas lâmpadas. Os aviões Douglas DC-3 cruzando altos os céus de um sertão para outro entre as cidades que tinham aeroportos. Começaram a levar música nos lugares das vitrolas. Pinga era o uísque, o vinho e o champanhe das festas. Tinha fartura de jagunços nas fazendas. O ciclo que veio até o presente de hoje. Asfalto forrando as estradas nos vaivéns do progresso. A luz elétrica nas lâmpadas estrelando as noites. As universidades erradicando o analfabetismo. As chaminés das indústrias enchendo o ar de fumaças e as fábricas de empregos. A novidade de Goiânia inspirou a modernidade de Brasília. Goiás ficou perto do mundo. Foram quase 13 décadas de suor, lágrima e sangue escorridos nas chagas dos sacrifícios das gentes pioneiras e de bravos líderes que semearam nas pugnas dos sofrimentos sertanejos a frutificação das metrópoles aquém e além das fronteiras dos horizontes goianos.

WILDES BARBOSA;

Marconi Perillo

A história de Goiás é um legado que merece o respeito do contemporâneo ao que está na posteridade. Até aos poemas não feitos do ronco das máquinas ao som do canto das seriemas, das alparcatas de couro cru calejando as caminhadas nos rastros dos pioneiros que puseram os pés do menino na chegada do velho aos confins. Romperam as muralhas do desconhecido no perigo das matas e, queiram não queiram, os citadinos que boquejam julgamentos, é o saldo de quatro estadistas que o futuro fez o encontro do passado com o presente nos tempos deles. Os que veem os erros neles, mostrem, junto, uma pessoa que não houve erros nela. Só não faz erros, quem não faz nada. O que é o maior dos erros nessa vida. As pessoas predestinadas nascem sozinhas em seu destino no berço da família e costuma vir de cem em cem anos. Cumprem a sua missão na Terra e são suce-

O bajulador é um mestre que disfarça as aparências. Maquia-se ao gosto dos engodos. É mais que puxa-saco. É puxa-vaidades”

Ronaldo Caiado

didas, sequencialmente, uma após a outra, como se a posteridade levasse aquele para trazer esse. A supressão deles por eles não existe. Nenhum deles derruba o do governo. Todos caem cronometrados pelo fim de seu mandato marcado para exercer o poder, como se viessem, em todos, os genes criadores do seu sucessor. Antônio Ramos Caiado, o Totó, foi eleito deputado federal em 1897, e mais tarde, em 1904, e depois, junho de 1908, fora nomeado secretário do Interior, Justiça e Segurança Pública de Goiás e configurou-se a principal figura política e centro de decisões no Estado, vergado à duras lutas no ciclo das balas, o dinheiro contado nos recursos, as dificuldades permanentes e favorecidas no descampado das distâncias. Eleito senador, em 1921, foi deposto pela revolução de 1930, levado preso para o Rio de Janeiro, escreveu poemas da prisão para a esposa e cartas para os caiadista e, dentre eles, tinham a esperança de um ser o seu sucessor. Pedro Ludovico chegou preso, foi libertado e assumiu o Palácio Conde dos Arcos, em 23 de novembro de 1930. O Caiadismo contestou e a sua reação criou o ludoviquismo. Pedro anunciou a construção de Goiânia para mudar a capital da cidade de Goiás, e o caiadismo e o ludoviquismo mantiveram-se inflamados até a deposição do filho de Pedro, Mauro Borges Teixeira, pela ditadura militar, em 26 de novembro de 1964. O moço Iris Rezende Machado despontou-se como um fenômeno político exaltado nacionalmente em sua fulgurância carismática. Era o candidato natural e imbatível no voto popular na eleição para governador de Goiás. Impediram-no, cassando-o como prefeito de Goiânia e a suspensão de seus direitos políticos, por 10 anos. Iris foi eleito esmagadoramente e foi empossado, em 15 de março de 1983, no Palácio das Esmeraldas, vestiu Goiânia de mudanças revolucionárias na construção de obras encantadoras, chamou o povo para construir suas casas nos mutirões das vilas, cobriu o interior goiano de realizações, o Brasil o tomou para realizar três supersafras no Ministério da Agricultura e cresceu até o irismo que criou o marconismo na eleição do moço da camisa azul, e Marconi Perillo Júnior tomou posse em 1º de janeiro de 1999, fez obras físicas na extensão das terras e obras sociais nas dimensões do coração no povo. Fomentou a construção do Centro Cultural Oscar Niemeyer. Ampliou a Saúde na instalação do Crer e na modernização e criação do Hugo. Possibilitou condição de estudar para milhares de jovens nas bolsas populares. Enriqueceu a economia com a implantação de pólos industriais. E, atualmente, o marconismo criou nos eleitores a onda do caiadismo na candidatura do Ronaldo Caiado, com data marcada para nascer no dia 7 de outubro de 2018. Antônio Ramos Caiado entregou Goiás mais evoluído do que recebeu o estado. Pedro Ludovico transmitiu Goiás mais modernizado do que entrou o Estado. Iris Rezende engrandeceu Goiás mais do que o estado que lhe fora passado. Marconi Perillo trouxe Goiás para o futuro mais universalizado do que buscou o estado ali no presente. Ronaldo Caiado é ele e não é mais nenhum outro dentro da sua cabeça. É incontestável a história de sua independência de opinião nas ideias políticas. Ronaldo sabe que começou seu desígnio épico para libertar Goiás das oligarquias da corrupção, da comercialização política entre os parentes, e da politização de empresários na comercialização da política. Ronaldo Caiado é o líder incondicional na firmeza do verdadeiro no caráter. Não se molda às tentações do escuso. Nem se agacha ao peso das provações massacrantes. Não trai. Não mente. Não rouba. Não tem medo de morrer na luta da honra e não tem coragem de viver na desonra. Tem vocação mudancista e aptidão desenvolvimentista. E é uma criança no coração, um moço na cabeça, um velho honesto na história de vida do homem que irá governar Goiás como um parente do povo.

BATISTA CUSTÓDIO


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