O CHICOTE DE DEUS

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Diário da Manhã

EDIÇÃO ESPECIAL

GOIÂNIA, QUARTA-FEIRA, 16 DE MAIO 2012

OPINIÃOPÚBLICA Editora: Sabrina Ritiely

opiniao@dm.com.br (62) 3267 1147

O CHICOTE DE DEUS ARTHUR DA PAZ

nio. Mas existem os ateus, a cabeça aberta às convicções no plano da ciência clássica e fechada às ideias nas dimensões da ciência quântica. Sabem ler fluentes de cultura literária e não sabem fazer a leitura correta dos episódios divinos que mudaram a posteridade no curso da história humana e materializaram o fantástico da queda no auge da apoteose do domínio absoluto de civilizações memoriáveis. Todos os que evoluem no conhecimento mudam-se no seu conceituado. Apenas os incréus em Deus costumam mudar só às vésperas da morte lá dentro deles saindo com a sua vida.

Batista Custódio Especial para OPINIÃOPÚBLICA

A Terra se retorce, nas hecatombes sísmicas, nas catástrofes econômicas, nas convulsões sociais e em tantos outros flagelos resultantes da calamidade ética, como o corpo que se machuca como única condição para escapar dos grilhões do progresso mercenário e devorador; portanto, mais que um clamor doutra desarrumação global do materialismo malfeitor em agonia, é a súplica de socorro da vida em desespero para ser salva do holocausto moral. A avalanche de cataclismos é presságio indicador do início da decadência das civilizações no apogeu de seu esplendor nos feitos que desonram o mérito do realizado nas virtudes. Abrese a cortina dos tempos e nada fica encoberto no palco dos povos. Faz-se a lavação das podridões de todas as formas do poder na transição das épocas. Aconteceu no Egito dos Faraós (3150 a.C. – 343 a.C.). Ocorreu na mitológica Grécia de Homero (1100 a.C. – 146 a.C.). Consumou-se no Império Romano dos Césares (27 a.C. – 395 d.C.). Repete-se avassaladora na civilização contemporânea. Inexorável, cumprese o determinismo da evolução na etapa das mudanças históricas reformadoras. Só há um jeito de não ver que entramos no epicentro de uma nova era. É não querer ver. A causa do desmantelamento da estabilidade mundial não é originária na sinuosidade dos mistérios. A surpreendência dos fenômenos extemporâneos é consequência natural da sequencial ruptura dos alicerces de sustentação do caráter humano. Os poderes terrenos foram sendo roídos secularmente pelo corporativismo das corrupções nas castas da elite e nas crostas da plebe. O colosso dos dominadores encalhou os governos avariados nos remendos paliativos do autoritarismo de líderes não estadistas. As nações estão naus à deriva no largo de oceanos encarpelados de mazelas nas mentalidades ausentes de consciência cívica. Os timoneiros contornam os esbarrões nos destroços das repúblicas em suas boias salva-vidas, quando não há mais ilhas do tesouro à vista no horizonte das piratarias políticas. Os condutores de povo ouvem o tropeção das doenças incuráveis pisando em sua saúde e não escutam o tropel das tragédias escoicear a sua vida. Não há covis tão danosos quanto a atitude enganosa dos que mancham o idealismo pátrio no sectarismo das ideologias políticas e a ação duvidosa dos que sujam a fé cristã no fanatismo das teologias religiosas.

VOZ DOS TEMPOS O estigma dos castigos épicos está notório no enigma dos sintomas desse tantão de acontecimentos estranhos que deslustram a imponência triunfal

MUNDO CAÍDO

Montagem com Deus, de Miguel Ângelo, da obra A Criação do Sol, da Lua e dos Planetas

de honrarias aduladas antes. Estamos a pleno ciclo reformulador dos destinos da humanidade. As atuais transformações não sobem do chão. Elas descem do Céu. Até agora não é o princípio de novos tempos. Ainda é o fim de velhos tempos. Nem será a destruição do Planeta. Será a redenção. Mas, não, dos indignos. Mas, sim, dos honrados. Haverá a condenação dos maus que não se redimirem e a absolvição dos bons que não se perverterem. Os injustos que persistirem no mal podem se preparar para sofrer terrivelmente nos próximos 50 anos. Os justos que permanecerem no bem devem se organizar para receber as bênçãos da bonança nas épocas vindouras. Os que reconhecem na Profecia de Dom Bosco as Palavras da Salvação, de que habitará no Brasil Central a grande civilização que dominará a Terra no terceiro milênio, percebem que o presidente Floriano se inspirou no vaticínio do santo salesiano ao instituir em 1892 a

Missão Cruls para demarcar em Goiás o local da nova capital do Brasil; e compreendem também que o presidente Juscelino Kubitschek guiou-se na predição do sacerdote italiano do catolicismo ao construir Brasília em 1960. JK não apenas realizou mais obras que todos os outros presidentes juntos ou foi maior como estadista mais democrático. Fez mais. Fez a epopeia do encontro do velho Brasil com o novo Brasil no Brasil esquecido nos cerrados da visão de Dom Bosco. E fez-se maior. Está na História como o presidente da República que implantou a política desenvolvimentista geradora do enriquecimento nacional e morreu pobre. Parafraseando um dito mais repetido à boca cheia pelo governo passado: “Nunca antes se viu um país como esse.” E completo: nem depois, Lula. Pode-se dizer que, ao edificar Brasília, JK lançou a pedra fundamental da predestinada e grande civilização que irá governar a Terra a partir desse milê-

Continua

A corrupção desabou-se e irá caindo até o último pedaço dos corruptos, dos corruptores e dos corrompidos assistindo a aproximação do seu extermínio, atrelados aos estrebuchos dos reinados do poder na Terra inteira. É-lhes chegada a undécima hora do cutelo das provações na cobrança irrecorrível dos que barganharam os custos da difícil retidão espiritual ao preço fácil das tentações pessoais. E não lhes adianta urdirem artifícios escapatórios, porque estão insoltáveis em si mesmos nas algemas que os aprisionam à consciência, onde perderam a confiança de Deus ao perderem o medo de pecar. As gorduras das falcatruas vão derretê-los de vergonha, um a um, todos eles, até de andarem nas ruas; pois cada qual deles estará receoso de sair em público e ser apontado como safado pelas pessoas. E não é sem razão, a cautela dos políticos inidôneos ante a indignação dos eleitores tapeados. Acendeu-se a luz das mudanças na zona de perigo na vida pública. Fermenta-se na ebulição dos ânimos da sociedade o clima propício à eclosão de uma rebelião popular. Por enquanto, o melado ainda está fervendo nas tachas do poder, com muita borra no meio da espuma por cima, e é de toda prudência que os líderes negocistas, demagogos e oportunistas não esperem até ser apurado o açúcar separado do merdoso. O certo é que se foram as quadras de doçuras nas cozinhas dos poderes públicos. Ou quebrem de vez as panelas da comilança oficial, ou fomentarão a alta na produção dos laranjais e das granjas. As buchas serão valiosas ao consumo nos protestos dos embuchados de revolta na população e se tornarão multidões na rebelião dos insurretos que se propagará tão alastrada e incontida, ao ponto de, a qualquer momento, provocar uma revolução até na ortografia da palavra ovação para ovoção como sinônimo mais adequado para materializar o sentido justo das aclamações nos comícios eleitorais, nas festas de inauguração de obras e nas solenidades oficiais da entrega do diploma aos agraciados com títulos de cidadania. São as congratulações que merecem os políticos eleitos que estão chocando corrupção às ninhadas nos mandatos, ou encargados nos poleiros governamentais. Muitos dos honoráveis podem começar a cantar a música de Maysa: “O meu mundo caiu”. Antes que comecem a ouvir o sucesso de Michel Teló:“Ai,se eu te pego”.

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