Edição 1074

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Diário da Cuesta

NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

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A HISTÓRIA DE BOTUCATU DESENHADA

Comemoramos no dia 14 de Abril mais um aniversário de Botucatu: 169 Anos!

E vamos publicar e RESGATAR um trabalho histórico de ilustração do MARCO ANTONIO SPERNEGA feito para a revista PEABIRU e para o primeiro volume do livro “Memórias de Botucatu”.

Procuramos resgatar, até 1995, os PREFEITOS (que exerceram a Prefeitura por 2 vezes), os VEREADORES (que exerceram a presidência da Câmara Municipal por 2 ou mais vezes), os DEPUTADOS ESTADUAIS e os DEPUTADOS FEDERAIS, os BISPOS e os ARCEBISPOS DA ARQUIDIOCESE DE BOUCATU. Trabalho de “bico de pena” do SPERNEGA que juntamente com SEBASTIÃO PIRES MENDES e o mestre VINICIO ALOISE colaboraram e enriqueceram a HISTÓRIA DE BOTUCATU !

ANO IV Nº 1074 QUARTA-FEIRA , 17 DE ABRIL DE 2024
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O Poder Municipal

“A mãe-pátria é a nossa cidade, no sentido de que elas, as cidades, as vilas, as fazendas compõem o país. Quem ama o seu torrão natal é um grande patriota, que idolatra o seu berço para enaltecer a grandiosidade da nação...Antes de vivermos para nós mesmos é preciso que vivamos para a nossa Pátria e ela se chama BOTUCATU!”

AGOSTINHO MINICUCCI

“A solução está nas cidades onipresentes. Aqui é que terão início as mudanças necessárias. Ninguém vive na Nação e nem no Estado: é no Município que construiremos a grandeza do País.” (AMD)

Prefeitos, Vereadores e Presidentes da Câmara Municipal

A organização (autonomia) dos municípios, no Brasil, sempre seguiu o modêlo centralizador Desde a época colonial até os nossos dias. Se a Inglaterra, os Estados Unidos e a Suíça sempre tiveram especial respeito pela autonomia das comunas, não era o que ocorria no resto do mundo. Examinando-se a constituição municipal dos povos modernos vamos encontrar a maioria dos municípios debaixo de uma tutela significativa. As cidades, na Inglaterra (boroughs), sempre tiveram a regalia de auto-administrar-se, quer por força do costume, quer por conquista política. Atualmente, os burgos da Inglaterra constituem unidades independentes sob todos os aspectos.

Na Suíça não é o individualismo ou a propriedade que constitui o fundamento de sua liberdade, mas a comuna organizada Em 1971, a Comissão encarregada pelo Conselho Nacional Suíço de rever a Constituição Federal, deixou registrado em seu relatório: “a liberdade de nossas comunas é o berço e a escola de nossas liberdades políticas”.

Nos Estados Unidos, embora existam 3 sistemas de governo municipal ( mayor and council - comission - city-manager), conforme as particularidades de cada Estado Membro, a autonomia financeiro-administrativa municipal é uma realidade.

O Brasil como colônia portuguesa e as colônias espanholas da América receberam a influência centralizadora de Portugal e Espanha. No Brasil Colônia, o Alcaide ( nome de origem árabe) era nomeado pela Coroa, sendo que aos poucos passou a ser “eleito” pelos “homens bons” da terra. As nossas primitivas Câmaras Municipais (então chamadas de Senados da Câmara) tinham atribuições deliberativas, administrativas e judiciárias.

Após a Independência, a Constituição do Império previu que as Vilas tivessem a sua Câmara, tendo por competência o setor econômico e administrativo. Houve uma diminuição de atribuições, com a função judiciária ficando na esfera estadual.

A Câmara Municipal era composta por Vereadores eleitos, sendo que a sua Presidência cabia ao Vereador mais votado.

1ª Lei Orgânica Municipal do Brasil

A Lei Regulamentar de 1º de Outubro de 1828 é nossa primeira Lei Orgânica. Era federal e centralizadora. Dispunha, em pormenores, sobre o funcionamento da Câmara, eleição dos Vereadores, seguranças e normas administrativas para a comuna. Já destacamos a perda da função judiciária, ficando a autonomia municipal ainda mais limitada. O órgão executor e deliberativo era a própria Câmara Municipal, sem a existência de um órgão executivo autônomo. O próprio Presidente da Câmara, pelas suas atribuições naturais, assumia pouco a pouco posturas de um Agente Executivo do Município

Nessa época, a divisão dos poderes já era norma constitucional no Brasil. Nada mais justo do que o desejo que surgia de forma crescente para que tivéssemos, a nível municipal, aplicado o princípio da divisão dos poderes. A figura do Administrador Municipal, com funções executivas, passou a ser o objetivo a alcançar. Feijó, em 1826, o Marquês de Monte Alegre, em 1850, o Deputado Cândido Borges, em 1851, o Marquês de Olinda, em 1862, Paulino de Souza, em 1869 e, em 1882, o Senador Carrão propôs, na mesma linha reivindicatória dos supra citados, a criação do cargo de PREFEITO das Vilas a serem nomeados, por 4 anos, pela Assembléia Provincial. No período imperial era esse o padrão, sendo que a Província de São Paulo assumia a vanguarda dos acontecimentos.

O PREFEITO

Através da Lei nº 18, de 11 de abril de 1835, a Província (Estado) de São Paulo criava o cargo de Prefeito para os municípios, de livre nomeação do Presidente da Província. A autonomia municipal continuava tutelada. Dessa forma, o dia 11 de Abril pode ser considerado o Dia do Prefeito.

Ao contrário da Inglaterra, Estados Unidos e Suiça (que posteriormente exerceram influência em vários países como, por exemplo, o Canadá e a Bélgica), as colônias espanholas e o Brasil seguiam o modelo centralizador e restritivo da autonomia municipal para a gestão de suas cidades.

A tutela do Poder Central e a pouca autonomia administrativa foram a tônica dos poderes municipais no Brasil Colônia e no Brasil Imperial

1ª República (1889 - 1930)

O art. 68 da Constituição dos Estados Unidos do Brasil, assim rezava: “Os Estados organizar-se-ão de forma que fique assegurada a autonomia dos municípios em tudo quanto respeite ao seu peculiar interesse”.

A Constituição de 1891 representou um avanço, eis que deu competência estadual para a feitura da Lei Orgânica, quando no regime imperial a competência era do Poder Central que elaborou a Lei de 1º de Outubro de 1828 (1ª Lei Orgânica dos Municípios) que regia a matéria. Foi um avanço.

A Constituição de 1891 foi elaborada com maestria pelo Ministro Rui Barbosa que se inspirou na Constituição Americana, à época modêlo de democracia e das conquistas liberais. A nossa Constituição era liberal e procurou aumentar a autonomia municipal. De acordo com as normas municipais, o Poder Municipal era composto pela Câmara de Vereadores (Poder Legislativo) que elegia, anualmente, o seu Presidente e o Intendente (Poder Executivo), cujas funções equivaliam às do executivo municipal ( Prefeito) de nossos dias. O Intendente era escolhido entre os Vereadores pelo voto secreto e não era demissível Ad Nutum: ele mantinha o seu mandato, revestindo-se concretamente de poderes com representatividade efetiva.

A inteligência de Rui Barbosa criara o “sistema parlamentar” a nível municipal. O sistema eleitoral era processado através do Voto Distrital, fazendo com que os Deputados representassem certa e determinada comunidade. Assim, as cidades podiam identificar claramente seus representates, acompanhando sua atuação política.

2ª República (1930 - 2000)

Com a Revolução de 1930 houve um expressivo recuo na autonomia municipal. O Decreto nº 19.398, de 11 de novembro de 1930, que instituiu o Governo Provisório, dispôs em seu art. 11 que o interventor federal nos Estados nomearia um “Prefeito” para cada município, tendo a seu encargo as funções administrativas ( Poder Executivo) e legislativas (Poder Legislativo). Era o modêlo centralizador, mais uma vez, a castrar a autonomia municipal e a impor-lhe a tutela política.

A Constituição de 1934 consagrou a eletividade do Prefeito e a autonomia municipal, com expressa divisão dos poderes. Mas o Brasil entrava no período ditatorial de Getúlio Vargas. A “Constituição” do Estado Novo (1937 - 1945) consagrou o modêlo centralizador e a nomeação do “Prefeito” pelo Interventor Estadual

Após a democratização de 1946 ( Constituinte Liberal) , até a Constituição de 1988, a autonomia municipal permaneceu dentro do modêlo centralizador adotado, com a divisão dos poderes (executivo e legislativo) mas com a autonomia municipal dependente financeiramente do Estado.

A Constituição de 1988.

A 5 de outubro de 1988 era promulgada a Constituição da República Federativa do Brasil. Fruto da mais democrática Constituinte que o Brasil já teve, a nova Constituição, no âmbito municipal, trouxe a competência municipal para que as leis orgânicas fossem elaboradas pelas Câmaras Municipais. Mais um

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avanço. Caiu, dessa forma, a norma que atribuía aos Estados a competência para a elaboração da Lei Orgânica dos Municípios

A autonomia municipal ganhou não apenas nesse aspecto, mas também no setor econômico-financeiro e na gestão dos serviços essenciais à comunidade. A municipalização da saúde e da educação já está em curso. A municipalização do setor de obras públicas e demais serviços essenciais é inevitável. Quem sabe a municipalização da Segurança Pública ( polícia) e da Justiça não seja sonho impossível.

Botucatu

Pela Lei Provincial nº 17, de 14 de abril de 1855, Botucatu era elevada à Vila. Só em 1858 (27 de setembro) há notícias de nossa primeira Câmara Municipal, composta dos seguintes Vereadores: José Paes Moreira, Francisco Bonifácio Ribeiro, José Joaquim Alves Machado, Antonio Manuel de Oliveira, João Francisco de Freitas e João Pereira da Silva. A Câmara Municipal era presidida sempre pelo Juiz, sendo que a primeira sessão de nossa 1ª Câmara Municipal foi presidida pelo Juiz Francisco de Paula Vieira

No período colonial, presidiram a Câmara, além do juiz Francisco de Paula Vieira, os Vereadores: João Maria Carriel, João Batista da Cunha Caldeira, José Bernardo Pacheco, Mateus Gomes Pinheiro Machado, João Ferreira Prestes, João Morato Conceição, João Francisco de Freitas, Joaquim Gonçalves da Fonseca e Francisco Cândido Furquim de Campos.

1ª República (1889 - 1930)

Com a Proclamação da República, houve a extinção das Câmaras Municipais e a criação do Conselho de Intendência. Exerceram a Intendência: Ver. João Ribeiro de Carvalho Braga, Rafael Ferraz de Sampaio, Manuel Gomes Pinheiro Machado, Floriano Simões, Napoleão de Carvalho Barros, João Morato da Conceição, Francisco Braz da Cunha, Caetano da Cunha Caldeira e Brasil Gomes Pinheiro Machado. Até 1930, também exerceram a intendência: Cel. Antonio Cardoso do Amaral, Cel. Amando do Amaral Barros, Cel. Raphael Augusto de Moura Campos, Major Nicolau Kuntz, Carlos Cesar e Octacílio Nogueira.

2ª República (1930 – 2000...)

A partir da Revolução de 1930, com a subida de Getúlio Vargas ao Poder, passando pelo Estado Novo (1937/45), os dirigentes municipais passaram a ser nomeados como Interventores, sendo certo que as Câmaras Municipais foram fechadas durante esse período ditatorial.

Os Interventores Municipais de Botucatu, nomeados pela Interventoria Estadual, no período de 1930 a 1945, foram os seguintes:

1- Antonio de Moura Campos de 07.11.1930 a 21.04.19312- Leonidas da Silva Cardoso de 21.04.1931 a 02.03.1933

3- Deodoro Pinheiro Machado de 02.03.1933 a 07.08.1933

4- Cap. João Cesar Correa de Mello de 07.08.1933 a 06.03.1934

5- Carlos Cesar de 06.03.1934 a 15.08.1935

6- Mirabeau Camargo Pacheco de 26.08.1935 a 27.11.1935

7- Elon Rodrigues Alves de 27.11.1935 a 23.05.1936

8- Antonio de Moura Campos de 23.05.1936 a 01.08.1937

9- Nestor Seabra de 21.08.1936 a 21.10.1936

10- Jurandy Trench (interino) de 02.08.1937 a 05.05.1938

11- Joaquim do Amaral Gurgel de 05.05.1938 a 06.10.1939

12- José de Carvalho Sobrinho de 06.10.1939 a

17.10.1940

13- Pedro Losi de 17.10.1940 a 14.08.1941

14- João Maria de Araújo de 20.08.1941 a 09.06.1946

15- Antonio Madureira de Camargo (Juiz que exerceu o cargo por poucos dias)

16- Mário Rodrigues Torres de 10.06.1946 a 31.12.1946

NOTA: Até o dia 21 de março de 1947 houve ausência de nomeação e o expediente da Prefeitura Municipal foi de responsabilidade dos funcionários.

17- Renato de Oliveira Barros de 21.03.1947 a 08.05.1947

18- Adolfo Pinheiro Machado de 08.05.1947 a 31.12.1947

Com o término da 2ª Guerra Mundial, da qual o Brasil participou, ficava cada vez mais difícil a manutenção do Regime Ditatorial de Getúlio Vargas. Com a deposição do Ditador, em outubro de 1945, o Brasil passou a adaptar-se às normas democráticas. Em Botucatu, o grande momento chegou em 1947, com as eleições municipais.

A 1º de janeiro de 1948, o Município Botucatuense volta ao Regime Constitucional, sendo solenemente empossado como primeiro Prefeito Municipal eleito pelo povo, o Sr. Renato de Oliveira Barros. A Sessão Solene de posse, presidida pelo Dr. Antonio Madureira de Camargo, Juiz de Direito, procede à eleição da mesa da Câmara Municipal. Em seguida, passa a Presidência da sessão ao Presidente Eleito, Antônio Delmanto (vereador com a maior votação) que, em seguida, empossa o Prefeito Eleito. (AMD)

É a seguinte a relação dos nomes que governaram Botucatu após a volta do município ao regime democrático: 1- Renato de Oliveira Barros Prefeito de 1948 a 1952. Presidentes da Câmara: Antônio Delmanto (1948), João Queiroz Reis (1949), Antônio Delmanto (1950) e Rafael Antunes Garcia (1951). Vereadores: Jaime de Almeida Pinto, Emílio Peduti, João Queiroz Reis, Amâncio da Rocha Camargo, Teodomiro Carmelo, Antônio Delmanto, José da Silva Coelho, Daniel da Silva, Alberto Monteiro, Raphael de Moura Campos, Guilherme Machado, Progresso Garcia, José Carlos Fortes, José Coruli, João Batista Domene, Amando de Barros Sobrinho, José Damião Pinheiro Machado, Francisco Ramires, Joaquim do Amaral Gurgel, Alberto Laurindo e Rafael Antunes Garcia. Alterações: Jaime de Almeida Pinto renunciou em 1950 por haver sido eleito Deputado Estadual, sendo substituído por Levi Pires de Campos; José Damião Pinheiro Machado substituído por Nestor de Oliveira, em1948, por falecimento; ainda em 1950, a renúncia de Amando de Barros Sobrinho e Guilherme Machado, sendo substituídos, respectivamente, por Francisco Martins Costa e Francisco Caricati.

2- Emílio Peduti Prefeito de 1952 a 1955

Presidentes da Câmara: Alberto Laurindo (1952), João Queiroz Reis (1953), Daniel da Silva (1954) e Pedro Losi (1955). Vereadores: Sebastião de Almeida Pinto, João Queiroz Reis, Rubens Rodrigues Torres, Amâncio da Rocha Camargo, Manuel Paes de Almeida, Antonio Ferrucio Mori, Teodomiro Carmelo, José Coruli, João Batista Domene, Renato de Oliveira Barros, Raimundo Penha Forte Cintra, Alberto Laurindo, Pedro Losi, José Pereira de Andrade, Progresso Garcia, Daniel Silva, Osmar Delmanto.

3- João Queiroz Reis Prefeito de 1956 a 1959

Presidentes da Câmara: Sebastião de Almeida

Pinto (1956), Alberto Laurindo (1957), Vasco Bassoi (1958) e Abílio Dorini (1959). Vereadores: Braz de Assis Nogueira, Sebastião de Almeida

Pinto, Dêmade Nelson Lunardi, Sylvio Besteti, Lydio de Souza Freitas, Moacyr Marques Villela, Pedro Losi, José Coruli, Plínio Paganini, Alberto Laurindo, João Batista Domene, Augusto Galvani, Vasco Bassoi, Manoel Sobrino, Antônio Delmanto, Laurindo Ezidoro Jaqueta, Abílio Dorini.

4- Emílio Peduti Prefeito de 1960 a 1963, quando faleceu.

5- Plínio Paganini Prefeito de 1963 (04/03) até final de 1963. Presidentes da Câmara: Vasco Bassoi (1960), Laurindo Ezidoro Jaqueta ( 1961), Progresso Garcia (1962) e Laurindo Ezidoro Jaqueta (1963). Vereadores: João Batista Domene, Alberto Laurindo, Octacílio Paganini, Ademar José Potiens, Jairo Luiz de Andrade, Nelson Spera, João Queiroz Reis, Pedro Losi, José Gualter Santos Pinto, Romeu Francisco Henriques, João Afonso Taborda, Antônio Delmanto, Antonio Tillio Júnior, Laurindo Ezidoro Jaqueta, Progresso Garcia, Vadih Jorge e Vasco Bassoi.

6- Joaquim Amaral Amando de Barros Prefeito de 1964 a 1968. Mandato prorrogado por 1 ano. Presidentes da Câmara: Octacílio Paganini ( 1964), Laurindo Ezidoro Jaqueta ( 1965), Octacílio Paganini (1966), Alberto Laurindo ( 1967) e Antônio Delmanto (1968). Vereadores: Vasco Bassoi, Rubens Rodrigues Torres, Romeu Francisco Henriques, Alonso Dias, Alberto Laurindo, Antonio Gabriel Marão, Pedro Losi, João Afonso Taborda, Enestor Rodrigues, João Batista Domene, Jairo Luis de Andrade, Octacílio Paganini, Flamínio Silveira Amaral, Antônio Delmanto, Arnaldo Leota de Mello, Laurindo Ezidoro Jaqueta e Pedro Gonçalves Guerra.

7- Luiz Aparecido da Silveira. Prefeito de 1969 a 1972. Presidentes da Câmara: Abílio Dorini (1969), Plínio Paganini (1970), Plínio Paganini (1971) e Oswaldo Minicucci (1972). Vereadores: Plínio Paganini, José Antonio Pinheiro Aranha, Jairo Luiz de Andrade, Jayme Contessote, João Batista Domene, Oswaldo Minicucci, Oswaldo Moreira Pagani, Abílio Dorini, João Carlos Moreira, Antonio Gabriel Marão, Progresso Garcia, José Luiz Amat, Plínio Ferraz Pinto, Jorge Thiago da Silva, Hernâni dos Reis.

8- Plínio Paganini. Prefeito de 1973 a 1976. Presidentes da Câmara: Abílio Dorini 1973/74) e João Carlos Moreira (1975/76). Vereadores: Antônio Delmanto, Octacílio Paganini, Mário Pascucci, Oswaldo Moreira Pagani, João

Carlos Moreira, Rabib Neder, João Batista Domene, Jayme Contessote, Alberto Laurindo, Álvaro Picado Gonçalves, Abílio Dorini, Jonas Alves de Araújo, José Baptista Geraldo, Antonio Gabriel Marão, Hernâni dos Reis.

9- Luiz Aparecido da Silveira Prefeito de 1977 a 1982. Mandato Prorrogado por 2 anos

Presidentes da Câmara: Mário Pascucci (1977/78), João Carlos Moreira (1979/80), Ageo Maurício de Oliveira (1981/82). Vereadores: Antonio Benedito Arias, Mário Pascucci, Armando Moraes Delmanto, Walter Paschoalick Catherino, Salim Rafael Abud, Oswaldo Moreira Pagani, João Carlos Moreira, Ageo Maurício de Oliveira, Elias Francisco Ferreira, Álvaro Picado Gonçalves, José Luiz Amat, Progresso Garcia, José Ramos, Hernâni dos Reis, Jorge Thiago da Silva.

Presidentes da Câmara: Fernando Aparecido Carmoni (1993/94) e Waldir Duarte Florêncio (1995/96). Vereadores: Arthur Sperandeo de Macedo, Ednei Lázaro da Costa Carreira, Edvaldo Atílio Borgatto, Fernando Aparecido Carmoni, Hélio Maschetti, Luiz Carlos Rubio, Manoel Patrício do Nascimento, Mauro Kioshi Kassama, Mauro Mailho, Nelson Nunes, Orlando de Almeida, Osni Bertotti Leme, Oswaldo Moreira Pagani.

13- Pedro Losi Neto Prefeito de 1997 a 2000 Presidentes da Câmara: Ednei Lázaro da Costa Carreira ( 1997/98) e Mauro Mailho ( 1999/2000)

Vereadores: Ademir Lopes Dionísio (Dimas) , Álvaro Picado Gonçalves, Benedito José Gamito, Ednei Lázaro da Costa Carreira, Edvaldo Atílio Borgatto, Eugênio Monteferrante Neto, Fernando Aparecido Carmoni, Jairo Luiz de Andrade, José Fernandes de Oliveira Júnior, José Francisco dos Santos (Dadá), Luiz Alberto Bueno, Luiz Carlos Bentivenha (Caio), Luiz Carlos Rubio, Mauro Mailho, Maria de Fátima Longo, Osni Bertoti Leme, Waldir Duarte Florêncio

14- Antonio Mário de Paula Ielo Prefeito de 2000 a 2004 Presidentes da Câmara: Antonio Luiz Caldas (2001), Newton Colenci Junior (2002), Joel Divino dos Santos (2003) e Ednei Lázaro da Costa Carreir (2004).

Vereadores: Vereadores: Ademir Lopes Dionísio, Antônio Carlos Trigo, Antônio Carlos Vaz de Almeida, Antônio Luiz Caldas Júnior, Cláudio Aparecido Alves da Silva, Domingos Chavari Neto, Ednei Lázaro da Costa Carreira, Geral¬do Vieira, Joel Divino dos Santos, José Carlos Lourencão, José Fernandes de Oliveira Júnior, Luiz Alberto Bueno, Luiz Carlos Bentivenha, Luiz Carlos Rubio, Mauro Mailho, Newton Colenci Júnior, Reinaldo Mendonça Moreira Suplente: José Francisco dos Santos

15- Antonio Mário de Paula Ielo. Prefeito de 2004 a 2008. Presidentes da Câmara: Luiz Carlos Rubio (2005/2006) e José Carlos lourenção (2007/2008).

Vereadores: Vereadores: Ademir Aparecido Florian, Antônio Carlos Trigo, Antônio Carlos Vaz de Almeida, Antônio Luís Caldas Júnior, Benedito José Gamito, José Carlos Lourencão, José Ferrucio Varoli Ária, Josey de Lara Carvalho, Luiz Aurélio Pagani, Luís Carlos Rubio, Reinaldo Mendonça Moreira.

16 - João Cury Neto - Prefeito de 2009 a 2012

Presidentes da Câmara: Reinaldo Mendonça Moreira (2009/2010) e André Rogério Barbosa (2010/2011). Vereadores: Abelardo Wanderlino da Costa Neto, Alexandre Guilherme Granado, André Rogério Barbosa, Antonio Carlos Trigo, Benedito José Gamito, Denílson Aurélio Diogo Tavares, José Eduardo Fuser Bittar, Luiz Aurélio Pagani, Luiz Francisco Fontes, Nilton Cesar Andrade, Reinaldo Mendonça Moreira. 17 - João Cury Neto - Prefeito de 2012 a 2016.

Presidente da Câmara: Ednei Lázaro da Costa Carreira (2012/2014) e André Rogério Barbosa (2014-2016).

Vereadores: André Rogério Barbosa, Antonio Carlos Trigo, Antonio Valmir Pereira dos Reis, Ednei Lázaro da Costa Carreira, Fernando Aparecido Carmoni, Izais Branco da Silva Colino, João Elias Pereira, Luiz Aurélio Pagani, Luiz Francisco Fontes, Reinaldo Mendonça Pereira, Roseli Antunes da Silva Ielo.

10- Antonio Jamil Cury. Prefeito de 1983 a 1988. Mandato de 6 anos. Presidentes da Câmara: Progresso Garcia (1983/84), Bahige Fadel ( 1985/86) e Progresso Garcia (1987/88). Vereadores: Ageo Maurício de Oliveira, Orlando de Almeida, Oswaldo Moreira Pagani, Jair Maschetti, Elias Francisco Ferreira, Antonio Carlos Cesário, Antonio Benedito Arias, Progresso Garcia, José Ramos, Jairo Luiz de Andrade, Eder Trezza, Maria Célia Canesin Anselmo, Bahige Fadel, José Rodrigues Serrão, Mara de Fátima Neves Pires Correa.

11- Joel Spadaro Prefeito de 1989 a 1992. Presidentes da Câmara: Jairo Luiz de Andrade ( 1989/90) e Waldir Duarte Florêncio (1991/92).

Vereadores: José Ferrucio Varoli Arias, Walter Lecioli, Pedro Losi Neto, Fernando Carmoni, Waldir Duarte Florêncio, Antonio Carlos Cesário, Benedito José Gamito, Ednei Lázaro da Costa Carreira, Hélio Maschetti, Jairo Jorge Gabriel, Jairo Luiz de Andrade, José Ramos, Junot de Lara Carvalho, Manuel Mauro da Silva (Bilá), Mário Pascucci, Sebastião de Figueiredo Torres, Valdemar Pereira de Pinho.

12- Antonio Jamil Cury. Prefeito de 1993 a 1996

18 - Mário Eduardo Pardini Affonseca – Prefeito de 2017 a 2020. Presidente da Câmara: Izaias Branco da Silva Colino de 2017 a 2018 e Ednei Lazaro da Costa Carreira de 2019 a 2020. Vereadores: Izaias Branco da Silva Colino, Abelardo Wanderlino da Costa Neto, Roseli Antunes da Silva Pelo, André Rogério Barbosa (Curumim), Alessandra Lucchesi de Oliveira de Oliveira, Ednei Lazaro da Costa Carreira, Márcio do Dadá, Carlos Trigo, Jamila Cury Dorini, Zé Fernandes, Antonio Carlos Vaz de Almeida (Cula), Laudo Gomes da Silva (Sargento Laudo), Paulo Renato.

19 - Mário Eduardo Pardini Affonseca – Prefeito de 2021 a 2024. Presidente da Câmara: Rodrigo Rodrigues (Palhinha) de 2021 a 2022 e Antonio Carlos Vaz de Almeida (Cula) de 2023 a 2024. Vereadores: Abelardo Wanderlino da Costa Neto, Alessandra Lucchesi de Oliveira,André Rogério Barbosa (Curumim), Antonio Carlos Vaz de Almeida (Cula), Cláudia Maria Gabriel, Elias Marcelo Sleiman, Erika Cristina Liao Tiago, José Pedroso Bitencourt, Laudo Gomes da Silva (Sargento Laudo), Luiz Aurélio Pagani, Rodrigo Rodrigues, Roseli Antunes da Silva Ielo, Silvio Santos. (AMD)

(Publicação (atualizada) do livro “Memórias de Botucatu”, de Armando Moraes Delmanto, de 1990, com ilustrações de Marco Antonio Spernega)

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Arquidiocese de Botucatu

No início do século, Botucatu já se constituía em importante polo irradiador de cultura e “boca do sertão”, entrada para a imensidão do interior... Na segunda metade do século retrasado, a imigração dos americanos do sul, derrotados na Guerra Civil Americana, propiciou a que Botucatu passasse a ser importante sede do Protestantismo, inclusive com escolas, as melhores, criadas para atenderem à exigente clientela que tinha vindo de outra cultura e de outra realidade.

Mesmo com a diminuição da presença física dos norte-americanos, no início de 1900, Botucatu continuava com a presença forte dos protestantes e sua influência na sociedade botucatuense Esse, acreditamos, o motivo principal da criação da Diocese de Botucatu, que teve no Monsenhor Paschoal Ferrari o seu grande batalhador, sabendo motivar os chefes políticos de então e, com diplomacia, até os protestantes quanto à importância da criação de uma Diocese.

Atestando a afirmativa de que era grande a influência do protestantismo entre nós, basta que se destaque a vinda para Botucatu do Dr. Vital Brasil, trazido pela comunidade protestante local que tinha a sua escola, o seu dentista, o seu cemitério e, por quê não, o seu médico?

No ano de 1904, a 3 de julho, acontecia reunião da Comissão Pró-Instalação do Bispado, na residência do Monsenhor Ferrari. Os presentes : o Cel. Antônio Cardoso do Amaral ( o Nenê Cardoso, Intendente Municipal), o Cel. Raphael Augusto de Moura Campos, o Cel. Amando de Amaral Barros, João Batista de Souza Aranha, Antonio de Carvalho Braga, José Vitoriano Villas Boas e Domingos (Domingão) Gonçalves de Lima.

(do livro “Memórias de Botucatu”, 1995)

Monsenhor Paschoal Ferrari, indiscutivelmente, foi o grande paladino da criação de nossa Diocese. Na ocasião, Botucatu disputou com o município de Itu essa primazia. De se destacar que a família Cardoso de Almeida liderava politicamente São Paulo (José Cardoso de Almeida) e tinha estreitos laços de parentesco com o Monsenhor Ferrari, além do prestígio sempre discreto mas poderoso do Conde de Serra Negra

A criação de novas dioceses já se fazia necessária : a Diocese de São Paulo abrangia parte do sul de Minas Gerais, todo o Estado de São Paulo e quase todo o Estado do Paraná Após muita luta, sempre tendo à frente o Monsenhor Ferrari, em 1908, Sua Santidade o Papa Pio X, criava a Diocese de Botucatu, com território abrangendo 50% do Estado de São Paulo, limitando-se, ao norte, com o Rio Tietê, ao sul com o Paranapanema, a leste com o Oceano Atlântico e a oeste com o Rio Paraná.

Com a criação da Diocese, foi designado como seu 1º Bispo, D. Lúcio Antunes de Souza, sagrado em Roma, em 15/11/1908, tomando posse na Diocese em fevereiro (20) de 1909, sendo que o Monsenhor Paschoal Ferrari, governou a Diocese em seus primeiros dias.

Dom Lúcio, sem dúvida nenhuma, foi o grande consolidador de nossa Diocese. Sebastião de Almeida Pinto, em seu livro “No Velho Botucatu”, edição de 1955, exaltou a figura do bispo pioneiro : “O primeiro Bispo de Botucatu foi D. Lucio Antunes de Souza, mineiro de Lençóis do Rio Verde, que era secretário do Bispado de Diamantina. Grande figura do clero. O ilustre prelado foi sagrado em Roma, a 15 de novembro de 1908. No dia 20 de fevereiro de 1909, para tomar conta de sua Diocese, chegava a Botucatu o grande pastor. Recepção estrondosa. Uma verdadeira consagração. A cidade inteira estava na estação. Cinco mil pessoas entusiasticamente saudavam o prelado. Em nome da Diocese, foi ele saudado pelo MM Juiz de Direito da Comarca, o Dr. José de Campos Toledo. Depois, com enorme cortejo, sob o estrugir da `foguetaria, com as bandas tocando alegremente, Sua Excelência Reverendíssima, foi conduzido à residência episcopal. Esta era a modesta casinha existente onde hoje está a Casa das Meninas “Amando de Barros”. Começou o fecundo apostolado de D. Lúcio, o Bispo caboclo como era chamado, apesar de sua cultura notável. Pela sua simplicidade, pela sua modéstia e disposição para viajar pelos sertões, pelo amor que tinha aos trabalhos agrários, D. Lúcio era mesmo um Bispo caboclo Graças aos seus esforços, criaram-se novas paróquias e construiram-se muitas igrejas. Tivemos o Seminário e o Palácio Episcopal Trouxe o Colégio dos Anjos, que se transformou nesse magnífico e modelar educandário que é o Instituto Santa Marcelina Esta casa de ensino é um dos motivos de orgulho, aliás justo orgulho, dos botucatuenses. D. Lúcio executou um sem número de obras, desenvolvendo o progresso espiritual e intelectual da zona, atingindo índices que não podem ser expressos por cifras, porque não são construções materiais que se avaliam aos metros ou às toneladas. Justas são as palavras que um historiador a seu respeito escreveu : “Grande Bispo, Grande Homem ! Não são demasiadas as homenagens que a cidade lhe prestou dando seu nome a uma vila, a uma das principais avenidas da urbe e a um dos seus grupos escolares.

A morte de D.Lúcio foi uma grande perda para a religião e para o progresso da cidade A riquíssima Diocese, em pouco tempo, devido a uma administração ruinosa do seu sucessor, tornou-se quase que massa falida, em verdadeira liquidação... Com o falecimento de D. Lúcio Antunes de Souza, a 19/10/1023, passou a responder pela Diocese o Monsenhor Domingos Magaldi, até 02/02/1925, quando o nosso 2º Bispo Diocesano, Dom Carlos Duarte Costa tomou posse ante uma cidade receptiva e carente da liderança segura de um Pastor Festivamente recepcionado, Dom Carlos iniciou um dos períodos mais discutidos da Igreja Católica Brasileira. Personalidade forte, vindo do Rio de Janeiro, com inúmeros amigos na vida política, Dom Carlos não era o que poderíamos chamar um bom administrador. Muito mais político que prelado, Dom Carlos chegou a desagradar os poderosos chefes políticos de então Essa atividade política, aliada ao lamentável desempenho administrativo, chegando à beira do desastre, além de fatos que “Interna corporis” tinham a sua gravidade, levaram a Santa Sé a exonerar Dom Carlos, designando-o Bispo de Maura, a 21/10/1937.

Como ponto positivo de sua gestão, ficou o início da construção de nossa atual Catedral, nos idos de 1927

O Bispo de Maura viria a ser o fundador da IGREJA CATÓLICA BRASILEIRA, motivo de muita celeuma à época. Excomungado, o controverso D. Carlos não deve ter encontrado o seu caminho

Em seu livro, “Memórias da Diocese de Lorena”, 1988, às fls. 67/68, Dom José Melhado

Campos escrevia : “...O que, porém, está fora de dúvida é que o infeliz fundador da Igreja Brasileira, já há alguns anos, não se governava a si mesmo, mas era governado pelos bispos que sagrou, pelos padres que ordenou e, sobretudo, por uma mulher que os jornais chamam, com razão, “sua governanta”, a qual vigiava, constantemente, sobre ele. Essa “governanta” não permitia a aproximação de quem quer que fosse. Temia , certamente, que o desventurado bispo manifestasse a alguém seu desejo de voltar ao seio materno da Igreja, que ele abandonou. E será que o não desejou realmente? Somos de opinião que sim, e com fundamentos. Como isso nos dá pena! Pobre Bispo! Que morte verdadeiramente dolorosa a sua!

Muitos foram os que, caridosamente, procuravam entrar em contato com o ex-bispo de Maura. Tudo em vão. Uma barreira intransponível o vedava. Nós mesmo o tentamos várias vezes. Sempre, porém, aquela mulher a se pôr entre ele e nós. Conseguimos, de uma feita, o máximo de uma rápida conversa pessoal pelo telefone. Foi quando nos preparavamos para celebrar nossas bodas de prata da ordenação sacerdotal que ele nos conferiu. De repente a ligação telefônica caiu...

Mas ele morreu sem se reconciliar com a Igreja. Morreu ex-comungado pela Igreja-Mãe, morreu impenitente (ao menos no foro externo). Que lição! Que advertência, também para nós, os Bispos!” “No período de 21/10/1937 a 29/06/1938, respondeu pela Diocese, como Administrador Apostólico, Dom José Carlos de Aguirre, Bispo de Sorocaba

(Ilustração de Marco Antonio Spernega para o livro “Memórias de Botucatu, 1995)

Diário da Cuesta

Como nosso 3º Bispo, a agradável surpresa: Frei Luiz Maria de Sant’Anna, orador sacro de renome nacional e já presente em nossa cidade em dois acontecimentos de grande importância: no dia 11 de fevereiro de 1911, deu-se a benção da pedra fundamental da futura igreja de Nossa Senhora de Lourdes, com a presença de Monsenhor Ferrari, Dom Lúcio e do benemérito Dr. Cardoso de Almeida e tendo como Orador Oficial , exatamente, o Frei Luiz Maria de Sant’Anna; e, no dia 08/09/1918, na inauguração oficial dessa grande obra religiosa, novamente as presenças do Monsenhor Paschoal Ferrari e do Dr. Cardoso de Almeida, mais a presença de Frei Modesto e, novamente, a presença predestinada de Frei Luiz Maria de Sat’Anna Fica o registro histórico que procuramos ilustrar com fotos das duas solenidades

dos santos a ensinamentos ministrados por mestres insígnes de outras gerações, D, Frei Luiz Maria de Sant’Anna fizera a sua carreira no Brasil. Desde os verdes anos demonstrara ter nascido para perlustrar as veredas da religião católica. Conseguindo os seus propósitos virtuosos e vencendo as lutas e os anos, sagrou-se Bispo. Na terra uberabense iniciou essa luminosa trajetória. Dali veio para Botucatu, e aqui, dando novos rumos às coisas da Diocese tem realizado obra grandiosa... Orador de grandes recursos, tem eletrizado, do púlpito, multidão de ouvintes, com as suas orações cheias de encanto, de vida, de ensinamentos que abrem aos nossos corações as veredas do bem que devemos seguir, em busca de lenitivos divinos.”

Inegavelmente, Dom Frei Luiz Maria recuperou as finanças da Diocese e, o principal, recuperou a paz necessária à comunidade católica de Botucatu Além dos dotes de cultura, Dom Luiz era boníssimo, tendo sabido integrar-se ao povo de Botucatu. Essa convivência que começara muito antes de ter assumido a nossa Diocese imperou até maio de 1946, quando veio a falecer em nossa cidade. Por dois anos, de 05/05/1946 a 15/08/1948, respondeu pelo governo diocesano o Monsenhor José Melhado Campos, prelado querido e integrado a Botucatu.

A 29/06/1938, tem início o bispado de Dom Luiz Maria de Sat’Anna, indo até 05/05/1946, quando veio a falecer em nossa cidade.

Dom Luiz Maria de Sat’Anna era conhecido e considerado uma das maiores culturas da Igreja Católica em todos os tempos, orador sacro de projeção nacional, conseguiu granjear para si o carinho e a dedicação da população botucatuense. A seu respeito, o “Botucatu-Ilustrado”, de 1942, destacava: “Há quatro anos a nossa terra tem como um dos maiores elementos, dentro de sua sociedade e do seu mundo católico, a figura respeitável e boníssima de D. Frei Maria de Sant’Anna, Bispo da Diocese botucatuense. Conhecemos esse ilustrado antistite na tradicional e culta cidade do Triângulo Mineiro: Uberaba. Ali, onde S.Excia. Rvma. era tão querido e venerado pelos uberabenses que viam em tão eminente Pastor de Almas um dos maiores vultos da Igreja Católica do Brasil. Brasileiro de coração e alma, ungido

O nosso 4º Bispo e que viria a ser o nosso 1º Arcebispo, vindo da Bahia, foi Dom Henrique Golland Trindade, OFM, o grande obreiro das obras sociais. Exerceu o Bispado de 15/08/1948 a 18/08/1958, e exerceu o Arcebispado de 18/08/1958 a 18/04/1968, quando renunciou por motivo de idade, de acordo com os preceitos canônicos.

Dom Henrique, que viera da Diocese de Bonfim, onde realizara esplêndida obra social, dedicou-se de corpo e alma a atividade social em nossa cidade. Fundou a Ordem religiosa “Servas do Senhor” e idealizou, construiu e consolidou a “Vila dos Meninos da Sagrada Família”, abrigo de menores carentes dotados de todas as condições de modelar estabelecimento. Durante seu governo diocesano, já em seu final, ocorreu o começo da movimentação dos padres “rebeldes” que, depois de sua renúncia, e antes da posse do novo Arcebispo, fizeram o que se chamou à época, a “greve dos padres”, contrários que eram à posse do novo Arcebispo Foi a 1ª Greve de Padres da história católica brasileira! Os acontecimentos, de suma gravidade e, exatamente por isso, requerem mais um período de tempo para a devida sedimentação histórica, fazendo com que a sua interpretação tenha a necessária imparcialidade.

Do período da renúncia de Dom Henrique, em 18/04/1968, até a posse do novo Arcebispo, dois administradores responderam pela Diocese: Monsenhor Francisco Claudino do Nascimento, de 21/04/1968 a 20/06/1968; e Dom Romeu Alberti, Bispo Diocesano de Apucarana, de 20/06/1968 a 12/04/1969.

Dom Vicente Marchetti Zioni foi nomeado em 12/04/1968 e tomou posse, vindo de Bauru onde era Bispo, somente em 12/04/1969 Dedicou-se a restaurar a paz na Arquidiocese, reabriu o Seminário São José e permaneceu entre nós, como o seu antecessor, por 20 anos

Atendendo à renúncia de Dom Zioni, por idade, de acordo com os preceitos canônicos, a Santa Sé atendeu ao pedido feito, designando-o para responder pela Arquidiocese como Administrador Apostólico, até a posse de nosso 3º Arcebispo: Dom Antonio Maria Mucciolo, em 09/09/1989, vindo do município de Barretos, onde exercia o Bispado.

A posse de Dom Mucciolo foi festiva como a de seus antecessores Antigo aluno do Seminário São José, de nossa cidade, constituiu-se em fato inédito, eis que é a primeira vez que um ex-aluno volta para ocupar o sólio da Igreja local. Mais tarde, cursando o Seminário Ipiranga, Dom Mucciolo foi aluno de Dom Zioni, nos estudos superiores. Atuou como sacerdote em Sorocaba, atuando com Dom Melhado que, à época, era Bispo Diocesano de Sorocaba De tradicional formação romana, o que é para nós, seus novos súditos, a certeza da continuidade de paz, da vivência tranquila, da grande vigilância dos princípios que regem a Igreja de Cristo dentro da ortodoxia secular.

Dom Antonio Maria Mucciolo tem o perfil da Igreja moderna Em 1993, em uma iniciativa ousada, criou o INBRAC - Instituto Brasileiro de Comunicação Cristã e com o apoio oficial da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), criou a REDEVIDA de Televisão, contando também com o apoio do Governo Federal e do empresariado nacional.

Mais uma vez, agora no limiar de um novo século, Botucatu assume a liderança do movimento católico brasileiro. Agora de forma positiva.

NOVA REALIDADE DA IGREJA CATÓLICA NO BRASIL

Desde a segunda metade dos anos 60, a Igreja Católica vinha sentindo o seu distanciamento com o povo brasileiro Muito presa a formalismos, encastelada em seus templos suntuosos, NÃO fazia a indispensável interação com a população católica E os Anos 60 foram os anos da mudanças no mundo todo... A GREVE DOS PADRES (1968), ainda na transição da administração de Dom Henrique Golland Trindade, era declaradamente contra a posse do novo arcebispo, Dom Vicente Marchetti Zioni, considerado conservador. Como consequência da GREVE DOS PADRES – a 1ª do Brasil e do Mundo! -, após sua posse Dom Zioni manteve uma postura reservada e distante, embora tenha se dedicado à reabertura do Seminário São José e incentivado os Cursilhos de Cristandade.

E a “estagnação e distanciamento” da Igreja Católica coincidiu com o crescimento das chamadas Igrejas Evangélicas, das mais variadas origens, que vem sistematicamente fazendo um trabalho de convencimento da população quanto aos seus ensinamentos, com uma linguagem moderna e direta, envolvente, levando ao crescimento considerável de seus fiéis.

É preciso repensar a atuação da Igreja Católica E nesse novo contexto, tivemos a presença de Dom Aloysio José Leal Penna, vindo de Bauru, assumiu a Arquiocese de Botucatu no dia 07/06/2000, permanecendo até 19/11/2008, quando renunciou por ter completado 75 anos. Com muitas atribuições externas ligadas à Igreja, Dom Aloysio exerceu seu arcebispado atuando mais a nível estadual e nacional da Igreja. Durante sua administração, tentou-se a instalação de uma unidade da PUC/SÃO PAULO, funcionando no prédio do Seminário São José, com cursos de pós-graduação, infelizmente não prosperou essa iniciativa.

O atual Arcebispo, Dom Maurício Grotto de Camargo, foi nomeado em 19/11/2008, assumindo em 15/02/2009. Tem feito um trabalho efetivo de interação com as comunidades da Arquidiocese de Botucatu e traz a esperança de toda a comunidade católica da arquidiocese.

6
(do livro “Memórias de Botucatu, 1995)

da Cuesta

Os Deputados de Botucatu e suas grandes conquistas!

“Tudo o que Botucatu possui está ligado à atuação desses ilustres botucatuenses. Os fracassos e as derrotas pegaram Botucatu órfã, sem o seu representante, sem o seu Deputado...” (AMD)

Na matéria “NOSSOS DEPUTADOS”, temos o registro histórico completo sobre a nossa representação parlamentar e a sua importância, com a colocação de temas importantes como o VOTO DISTRITAL e a lembrança dos suplentes que chegaram a exercer o cargo de deputado e dos deputados botucatuenses que foram eleitos por outras cidades e, portanto, representaram essas cidades e regiões

Havia uma lacuna em nossa história política. Não havia registro à respeito de nossos representantes - os DEPUTADOS - nestes anos todos de pleno exercício da cidadania pelos botucatuenses participantes

Além da minuciosa pesquisa, analisando livros históricos e arquivos de jornais, pudemos levantar o quadro político de Botucatu durante todo o período republicano.

Para efeito didático, separamos o período republicano em dois: o da 1 a República (desde a Proclamação da República, a 15 de novembro de 1989, até a Revolução de 1930, com o rompimento da estrutura política existente) e o da 2a República (com início em 1930 com a subida ao Poder do gaúcho Getúlio Vargas, Chefe Supremo da Revolução, passando pela Revolução Constitucionalista de 1932, a Constituinte de 1934, o período ditatorial de 1937/45 até os nossos dias, englobando o período militar de 1964/85).

Nesse período de mais de 100 Anos de República, Botucatu contou com apenas 5 DEPUTADOS ESTADUAIS ELEITOS: O Cel. ANTÔNIO CARDOSO DO AMARAL, o Cel. AMANDO DE AMARAL BARROS. o Dr. DANTE DELMANTO e os Drs. JAYME DE ALMEIDA PINTO e MILTON FLÁVIO LAUTENSCHLAGER. Na 1a República, chegou a exercer o mandato de deputado Estadual o Dr. Antônio do Amaral César e, na 2ª República, também chegou a exercer o mandato de parlamentar o Dr. Vasco Bassoi.

Nessa pesquisa de como era o Poder Político de Botucatu (o que propiciou a que chegássemos a tantas conquistas) registramos que a nível federal tivemos 3 DEPUTADOS FEDERAIS ELEITOS: O Dr. JOSÉ CARDOSO DE ALMEIDA, na 1a República, e o Dr ANTÔNIO CARLOS DE ABREU SODRÉ e BRAZ DE ASSIS NOGUEIRA, na 2a República, aos quais também faremos referência. Nesse período chegou a assumir uma cadeira de Deputado Federal, na 2a República, o Dr. Antônio de Andrade.

(ilustrações

1a REPÚBLICA - 1889 a 1930

CEL. ANTÔNIO CARDOSO DO AMARAL

Irmão do Dr. José Cardoso de Almeida, eram botucatuenses de nascimento, filhos do Cel. Antônio Joaquim Cardoso de Almeida, nascido em Portugal, mas que chegou a exercer a vereança em nossa cidade.

Como irmão do botucatuense que mais destaque obteve a nível estadual e federal, o Cel. Antônio Cardoso do Amaral dedicou-se mais à nossa cidade, à política municipal, enquanto o irmão atuava politicamente no plano estadual e federal. O Cel. Antônio Cardoso do Amaral foi Presidente da Câmara Municipal, Prefeito Municipal e deputado Estadual. Foi Chefe Político do 5Q Distrito (antiga divisão política à qual Botucatu pertencia e liderava) e teve grande atuação na fundação da Misericórdia Botucatuense e na criação da ESCOLA NORMAL, sendo que a fundação e instalação da Companhia de Força e Luz de Botucatu (base da futura CPFL) foi a sua grande conquista.

CEL AMANDO DE BARROS

Político dos mais ilustres, sendo piracicabano de nascimento revelou-se botucatuense de coração. O Cel. Amando de Barros atuou em nosso Legislativo, foi Prefeito Municipal, Deputado Estadual e Chefe Político do 5S Distrito. Com atuação destacada a nível estadual, exerceu efetiva liderança política em nossa cidade e região onde gozava de expressivo prestígio.

Prematuramente falecido deixou, em testamento, numerário para a construção de um orfanato (atual Casa das Meninas “Amando de Barros”) além de inúmeras conquistas para a nossa cidade sendo que a instalação da ESCOLA NORMAL teve nele um de seus mais valorosos defensores.

DR. DANTE DELMANTO

O mais jovem de todos, tendo chegado a deputado estadual com 28 anos de idade e com a maior votação do Estado. Foi o único Deputado Estadual CONSTITUINTE que tivemos (CONSTITUINTE de 1934, após a Revolução de 1932). Deputado até 1937, representou a nossa cidade em uma época de ouro, pois tínhamos também um Deputado Federal, o Dr. Antônio Carlos de Abreu Sodré, e no Governo do Estado, o Dr. Cantídio de Moura Campos como Secretátio da Educação e Saúde. Dante Delmanto dedicou-se também à advocacia criminal elevando, a nível nacional, o prestígio de nossa cidade. Foram duas as conquistas de Dante Delmanto dentre tantas outras: a criação da ESCOLA PROFISSIONAL (depois Escola Técnica Industrial “Dr. Armando de Salles Oliveira”, hoje “Domingos Minicucci”) que era conquista almejada por todas as cidades do interior, e a FAZENDA LAGEADO, famosa por sua extensão de terras e sua plantação de café (chegando a ter mais de 1milhão de pés), a fazenda que era de particulares, passou por sérias dificuldades na crise de 1929, tendo o Deputado conseguido, em 1934, com que o Departamento Nacional do Café (depois Instituto Brasileiro do Café - IBC) a expropriasse e a transformasse em FAZENDA EXPERIMENTAL DO CAFÉ, posteriormente integrada à UNESP. Nesse trabalho, Dante Delmanto contou com a ajuda importante de seu colega e então MINISTRO DA JUSTIÇA, VICENTE RAO Amigo pessoal do ex-Governador Carvalho Pinto, teve atuação certa na conquista de nossas Faculdades de Medicina, Med. Veterinária, Biologia e Agronomia (FCMBB).

DR.JAYME DE ALMEIDA PINTO

Político de projeção em nossa cidade, advogado conceituado, teve participação ativa a nível estadual. Mesmo antes de formado, o Dr. Jayme Pinto atuou na política local, elegendo-se Vereador em 1936, pela pri-

meira vez. Eleito Deputado Estadual, conseguiu expressiva atuação na Assembléia Legislativa o que levou o seu partido (PSD) a indicá-lo, em composição política, para o secretariado do Governo de Jânio Quadros Exerceu o cargo de Secretário da Agricultura. Colega de Carvalho Pinto, ajudou na conquista de nossas faculdades (FCMBB - Medicina, Med. Veterinária, Biologia e Agronomia).

DR. MILTON FLÁVIO LAUTENSCHLAGER

Foi estudante de nossa Faculdade de Medicina em seus primórdios (FCMBB), participando com seus colegas da luta pela viabilização e consolidação da faculdade que encontrou, na “Operação Andarilho”, seu ponto de maior participação e sucesso. Com a consolidação dos cursos universitários em Botucatu, já médico e docente, Milton Flávio fez rápida carreira universitária nos anos 70, chegando à Direção do Hospital de Clínicas. Na prefeitura municipal (1993/96), assumiu a Coordenadoria de Saúde do Município e foi escolhido pelo situacionismo político (PSDB) para representar a cidade na Assembléia Legislativa. Eleito Deputado Estadual, assumiu a liderança partidária  na Assembléia. A criação da FATEC (complementando a ESCOLA INDUSTRIAL) foi concretizada com sua efetiva participação. A nível federal, os nossos representantes ajudaram Botucatu a garantir as suas conquistas e ampliá-las Vejamos.

1a REPÚBLICA - 1889 a 1930

DR. CARDOSO DE ALMEIDA

O botucatuense que mais destaque obteve. Ocupou praticamente TODAS as Secretarias do Governo

Estadual, especialmente as da Justiça e da Fazenda Foi Presidente do Banco do Brasil. Criou a Força Pública (hoje Polícia Militar). Criou a Caixa Econômica

Estadual. E tantas outras conquistas. Dele, dizem, não foi Governador (Presidente da Província) porque não quis. Em 1930 , era o todo poderoso da república e liderava a maioria do Governo de Washington Luiz na Câmara dos Deputados, quando eclodiu a Revolução de 1930. A construção do Fórum, a criação da ESCOLA NORMAL e a construção do Santuário de Nossa Senhora de Lourdes são algumas das conquistas (das mais expressivas além de trazer para Botucatu as sedes das repartições federais) desse grande botucatuense.

2a REPÚBLICA - 1930 a 1989

DR. ANTÔNIO CARLOS DE ABREU SODRÉ

Exercendo o cargo de Promotor Público na Comarca de Botucatu, o Dr. Antônio Carlos de Abreu Sodré teve destacada atuação política no final da 1a República e na implantação da 2a República, até a Ditadura Getulista. Líder estadual do Partido Democrático e do Partido Constitucionalista, gozou de grande prestígio político em toda a região de Botucatu. As mais expressivas conquistas de nossa cidade, no período em que exerceu o seu mandato, contaram com certeza, com sua atuação decisiva. Exerceu também o cargo de Vereador Municipal.

BRAZ DE ASSIS NOGUEIRA

Empresário rural de efetiva participação, liderou os agricultores e pecuaristas de nossa cidade, chegando a representá-los em nossa  Câmara Municipal. Filho de  tradicional família, Braz Nogueira conseguiu excelente relacionamento na esfera federal, tendo cursado a Escola Superior de Guerra. Conseguiu, como  Deputado, a transferência da Fazenda Experimental do Lageado (hoje  Presidente Medici) do  Governo Federal para o Governo Estadual, mediante troca pela  Ilha Anchíeta (1972), integrando-a à UNESP.

Toda esta matéria tem por objetivo alertar a nossa população, especialmente a nossa população jovem, quanto à importância de termos a nossa representação, de termos o nosso Deputado.

7 Diário
4
Diário
da Cuesta
de Marco Antonio Spernega
para
o livro “Memórias de Botucatu, 1990) 2014 - 2022

“Botucatu - 169 anos”

Eu não nasci em Botucatu, sou de Avaré. Vim com a família morar nesta cidade com dois anos, porque meus pais foram transferidos para trabalhar aqui.

E depois fui ficando... Esta semana temos comemoração especial: o aniversário da cidade.

Teve uma época que eu frequentava muito a casa do Professor Diniz.

Ele dava aulas de pintura e estudava profundamente a Alquimia.

Um dia eu ia para a pintura e uma outra noite da semana tínhamos um grupo para os estudos alquimicos.

Ele dizia que não era por acaso que tínhamos nascido ou vindo morar em Botucatu.

Tinha a ver com nossa missão de vida, com a localização da cidade e todas as suas peculiaridades.

Relembramos os escritos do Frei Fidelis, as Três Pedras, os cultos ancestrais ali realizados.

Tive várias oportunidades durante minha vida para mudar para outras cidades, como Lençóis Paulista por transferência de trabalho, mais tarde para Tupã, cidade onde mora meu sobrinho mais velho e que queria me levar morar lá perto dele e sua família.

Rechacei a oportunidade da transferência para trabalhar em Lençóis Paulista, porque não queria abandonar meus pais idosos e que me necessitavam bastante.

A minha resolução também tinha forte apelo financeiro, pois a proposta não era nem um pouco atrativa nesse quesito.

Mais tarde quando meu sobrinho me propôs a mudança para Tupã, não aceitei porque já entendia ter ligação profunda de amor com esta cidade.

O amor continua firme e forte e penso mesmo que minhas cinzas serão espalhadas nestas terras, num lugar onde se plante uma árvore que dê sombra, dê frutos e flores e quando alguém por ali passar, sinta uma energia carinhosa de acolhimento, paz, alegria como a que sinto quando ando pelas ruas desta cidade.

Que Cristo renascido na Páscoa que acabamos de celebrar, continue abençoando nossa cidade e seu povo.

Diário da Cuesta 8
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