Edição 1088

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Diário da Cuesta

Acompanhe as edições anteriores em:

Pau-Brasil: árvore de 500 anos é encontrada na Bahia.

ALBERTO DINES E A “NOVA VISÃO DO PARAÍSO”

ALBERTO DINES representou o melhor do jornalismo brasileiro. Quer como jornalista competente à frente do “JORNAL DO BRASIL”, quer, ao depois, como maestro no “OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA”, que mudou a crí�ca posi�va dos trabalhos da imprensa...

ALBERTO DINES - com certeza� - deixa-nos um legado valioso sobre a liberdade de imprensa e a importância da abordagem de temas que realmente interessem ao Brasil e aos brasileiros Assim, o trabalho pioneiro de Alberto Dines, publicado nas revistas “Pau Brasil” e “Peabiru”: “POR UMA NOVA VISÃO DO PARAÍSO”, terá, nesta edição, colocada a sua importância e dimensão na imprensa brasileira.

Ainda bem que temos jornalistas conscientes e comprome�dos com a melhoria do meio ambiente, da informação obje�va e cidadã e com o envolvimento da sociedade organizada na defesa de um mundo melhor para a humanidade. Os nomes de Alberto Dines, Claudio Willer, Newton Rodrigues, Miguel Abellá, Ênio Squeff, João Pedro Costa, Washington Novaes e tantos outros representam um raio de esperança na boa orientação da sociedade brasileira para que par�cipe consciente de temas vitais para o nosso futuro. Muito boa a lembrança do trabalho pioneiro de Alberto Dines e das revistas “Pau Brasil” e “Peabiru”. Página 3

NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU ANO IV Nº 1088 SEXTA-FEIRA , 3 DE MAIO DE 2024
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A importância fundamental da liberdade na mídia tem marcado a atuação de líderes democratas através dos tempos. Benjamin Franklin, considerado um dos pais fundadores dos Estados Unidos foi um dos autores da Declaração da Independência. Também fundou a Universidade da Pensilvânia, tendo sido o primeiro embaixador dos Estados Unidos na França. A sua aproximação com a maçonaria americana colaborou para a construção da primeira biblioteca pública da Filadélfia

A sua famosa frase “Aqueles que abrem mão da liberdade essencial por um pouco de segurança temporária não merecem nem liberdade nem segurança”, repercu�u e influenciou movimentos democrá�cos no mundo todo e, no Brasil, passou a ter o lema de um jornal carioca, o “Tribuna da Imprensa”, inspirado em sua frase libertária: “Quem troca liberdade por um pouco de segurança, não merece liberdade e nem consegue segurança”.

Carlos Lacerda, ao fundar o jornal “Tribuna da Imprensa” �nha por obje�vo aglu�nar democratas na fase do processo polí�co de consolidação da democracia brasileira, em 1949. E essa bandeira democrá�ca mobilizou movimentos por todo o Brasil. E, em Botucatu, no interior de São Paulo, um grupo de estudantes elevou a frase/lema do jornal carioca para o seu jornal estudan�l: “Tribuna do Estudante”: “Quem troca a liberdade por um pouco de segurança, não merece liberdade e nem consegue segurança”.

Ao fundar a Tribuna foi cons�tuído um Conselho Consul�vo composto por Adauto Lúcio Cardoso, Alceu Amoroso Lima, Gustavo Corção, Heráclito Fontoura, Sobral Pinto e Luís Camilo de Oliveira Neto. Foi animador esse lançamento com tão expressivo conselho consul�vo. Após Lacerda, a “Tribuna da Imprensa” atuou sob a direção de Hélio Fernandes, aguerrido e conceituado jornalista.

E todos que militamos no jornalismo defendemos o Direito à Liberdade da Imprensa. Assim, reveste-se de importância o registro histórico do jornal estudan�l “A Tribuna do Estudante” que levava com destaque, acima de seu �tulo, a frase inspirada no ensinamento de Benjamin Franklin: “Quem troca a liberdade por um pouco de segurança, não merece liberdade e nem consegue segurança”.

A Direção.

EXPEDIENTE

Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emi�dos em ar�gos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por mo�vos de espaço e clareza, de resumir cartas, ar�gos e ensaios.

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Diário da Cuesta 3

“Por uma nova visão do Paraíso”

A preocupação com a ecologia, hoje, tem destaque e apoios no mundo todo Mas, nem sempre foi assim... O mundo passou a “pensar” a ecologia com seriedade e preocupação em meados dos anos 60. Os EUA e a Europa foram os primeiros a sentirem a “explosão da ecologia”, preocupação que só chegou até nós em meados dos anos 70. Nessa época eram pouquíssimas as associações (ONGs) que tratavam desse grande problema para a humanidade. Hoje, a proliferação de en�dades e associações que “cuidam” do assunto é gigantesca, forçando a que haja uma pesquisa relativa à confiabilidade das ONGs e ao engajamento concreto de seus dirigentes

Em seu emblemá�co ar�go “Por uma nova visão do Paraíso” (revista Pau Brasil, julho/agosto de 1984 e revista cultural Peabiru, janeiro/fevereiro de 1999), Alberto Dines nos trazia a sua preocupação com o tema, resgatando a peça fundamental de qualquer “brasiliana”, escrita por Sérgio Buarque de Hollanda, em 1931: “Visão do Paraíso” (Editora José Olympio,1932).

Na obra, destaca Dines, o historiador procura o cenário do Novo Mundo que seria ocupado pelos europeus, especialmente pelos espanhóis e pelos portugueses, sendo certa a diferença da visão que eles �nham do “paraíso”, com o pragmatismo dos espanhóis e com o caráter imagina�vo dos portugueses, traços par�culares

seus mecanismos. Resgatá-la, passou a ser um dos primeiros compromissos deste novo ser humano, alquebrado e iluminado, machucado e per�naz.”

E diz mais: “Ecologia, que há 20 anos era apenas a ciência que estudava o relacionamento entre os seres vivos e seu meio ou ambiente, transformou-se em cruzada. Saiu das universidades, centros de pesquisas para ganhar foros de religião, mís�ca, culto, ideologia.

da formação espiritual desses dois povos E isso seria marcante na atuação de ambos no con�nente americano. Dines diz que “a recuperação do meio ambiente é uma das missões cruciais na pauta deste (novo) renascimento.

A natureza é a própria representação do Paraíso, seja no seu visual - bucólico ou agreste – seja na simplicidade dos

Na fulminante trajetória do progresso, cujo apogeu resume-se ao curto período de três mil anos, a cada avanço tecnológico ou cien�fico corresponde sempre um gesto de defesa. Do alfabeto à TV – para mencionar apenas o processo de comunicação – cada passo adiante foi recebido com dúvidas e ressen�mentos. Era o medo do aprendizado, medo do desconhecido, insegurança Não se discu�a o progresso, mas suas conveniências.” Hoje, o mundo todo vive essa preocupação concreta com a preservação do meio ambiente. E o avanço tecnológico ou cien�fico - que hoje pode ser do alfabeto à revolução da informação pela internet – consolida cada vez mais parcelas conscientes dos mais variados povos compromissados com a ecologia e com o resgate do “Paraíso” que idealizamos para as gerações vindouras (AMD)

Comentários: 1 -Ainda bem que temos jornalistas conscientes e comprome�dos com a melhoria do meio ambiente, da informação obje�va e cidadã e com o envolvimento da sociedade organizada na defesa de um mundo melhor para a humanidade. Os nomes de Alberto Dines, Claudio Willer, Newton Rodrigues, Miguel Abellá,

Ênio Squeff, João Pedro Costa, Washington Novaes e tantos outros representam um raio de esperança na boa orientação da sociedade brasileira para que par�cipe consciente de temas vitais para o nosso futuro. Muito boa a lembrança do trabalho pioneiro de Alberto Dines e das revistas “Pau Brasil” e “Peabiru”. Valeu! (haroldo-leao@hotmail.com) 2 - Atenção!!! Existe uma organização denominada “CHRISTIAN CHURCH WORLD COUNCIL” sediada na SUIÇA. Essa organização tem 6 en�dades em sua direção: “Comitê Interna�onal de la Defense de l´Amazon”; “Inter-American Indian Ins�tute”; “The Interna�onal Ethnical Survival”; “The Interna�onal Cultural Survival”; “Workgroup for Indigenous Affairs” e “The Berna-Geneve Ethnical Ins�tute”. Está estranhando? Pois tem mais! No seu estatuto, o item I, diz o seguinte: “É nosso dever garan�r a preservação do território da Amazônia e de seus habitantes aborígines, para o seu desfrute pelas grandes civilizações européias, cujas áreas naturais estejam reduzidas a um limite crí�co”. Que os polí�cos brasileiros, mas principalmente, que a sociedade organizada fique atenta para essas ONGs “fajutas” cheias de gringos que estão vendendo, esse é o termo exato, vendendo o Brasil para os estrangeiros. (pinto. rodolfo28@yahoo.com.br)

Dia do pau-brasil: símbolo da exploração e da resistência da natureza

“Terra Brasilis” (1519). Mapa por Pedro Reinel e Lopo Homem, Atlas Miller, Biblioteca Nacional de Paris – Exploração do pau-brasil

Cobiçada desde o primeiro momento em que os portugueses desembarcaram no País, em 1500, essa árvore de madeira nobre que é um símbolo nacional começou a ser explorada em larga escala a par�r de 1503. Depois de ser considerada ex�nta na natureza, foi redescoberta em 1928, em Pernambuco.

Ao longo do tempo, também foram encontrados, e man�dos até o momento, exemplares que resis�ram à devastação ou passaram por manejo no Rio de Janeiro e na Bahia. Hoje é celebrado o dia desse exemplo de resistência da natureza que acabou ba�zando a nação: o pau-brasil.

A cor avermelhada de sua madeira chamou a atenção na época do descobrimento, pois era considerada perfeita para �ngimen-

to de tecidos e também para a confecção de arcos de violinos, além de esculturas, mesas e imagens de santos.

Podendo a�ngir 30 metros de altura e 1,5 metro de tronco, coberta por flores amarelas de outubro a novembro, a árvore possui um interior de forte coloração vermelha, num tom que se assemelha a brasas de fogo, daí o nome dado na língua portuguesa. Sua madeira é muito pesada, lisa e dura e, por isso, muito cobiçada para a construção naval e marcenaria de luxo. Ainda hoje, com planos de manejo, o pau-brasil con�nua sendo usado na confecção de arcos de violino e exportado em pequenas quan�dades, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente.

Presente na lista oficial da flora brasileira ameaçada de extinção, desde 1992, o pau-brasil (Caesalpinia echinata Lam) também é conhecido por ibirapitanga, pau-vermelho, pau-de-pernambuco, arabutã, ibirapitã, muirapiranga, orabutã, pau-rosado e pau-de-�nta.

O nome cien�fico Caesalpinia é uma homenagem ao médico e botânico italiano Andrea Cesalpino, que viveu no século 16. Echinata significa “cheio de espinhos” em la�m, e Lam é a abreviatura de Lamarck que, em 1789, descreveu a espécie pela primeira vez.

Paisagismo

Originário da Mata Atlân�ca, o pau-brasil ocorria do Ceará ao Rio de Janeiro. Ele floresce entre setembro e outubro e fru�fica de novembro a janeiro. Em 1961 foi declarada árvore símbolo nacional Em 1972, árvore nacional.

Atualmente, ela está restrita a poucas manchas naturais em Pernambuco, árvores esparsas na Bahia e raras áreas comerciais plantadas, além de exemplares usados em paisagismo.

“Na floresta, essa árvore tem um crescimento muito lento. Algumas mudas por aqui podem ter 50, 60 anos e ainda estão esperando a entrada da energia solar para conseguir subir e se desenvolver”, conta o especialista Fábio André Faraco, chefe do Parque Nacional do Pau-Brasil, na Bahia. “Árvore centenária de pau-brasil, podemos dizer que hoje é possível encontrar apenas uma em um milhão”, acrescenta ele, lembrando da exploração predatória desse recurso natural ao longo da história do País.

A madeira do pau-brasil

é muito pesada, lisa e dura

(Foto: Devanir Gino/TG)

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(REVISTA PEABIRU, Nº 14, DE MARÇO/ABRIL DE 1999)

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(REVISTA PEABIRU, Nº 14, DE MARÇO/ABRIL DE 1999)

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EsporteDestaque em

Ferroviária e Botucatuense promovem amistosos comemorativos

Partidas fazem parte das comemorações de aniversário da Gigante da Baixada

O final de semana será de celebrações na Associação Atlé�ca Ferroviária. Afinal, o clube está comemorando 85 anos de história.

E, entre os eventos programados para esses dias no clube, está prevista a realização de dois amistosos contra a Associação Atlé�ca Botucatuense.

Os jogos terão início a par�r das 08h00, sendo que no primeiro confronto se enfrentam os associados dos dois clubes na categoria 50+ e a par�r das 10h00, a categoria 35+.

O palco desse clássico botucatuense será o tradicional

campo da Gigante da Baixada, o estádio “Dr. Acrísio Paes Cruz”.

Par�das que trazem à tona o tom saudosista, da época em que Botucatu possuía no cenário estadual dois clubes nos campeonatos profissionais, sendo que tanto AAF quanto AAB chegaram à disputa da segunda divisão do Campeonato Paulista.

A era de ouro do futebol botucatuense, vivida entre as décadas de 1950 e 1960 será um mo�vo e tanto para os amantes do esporte acompanhar a esses confrontos amistosos.

Já para aqueles que não puderam acompanhar a rivalidade dos tempos da “Era Profissional”, fica a oportunidade de ver os selecionados da Gigante e da Veterana em campo.

Vinícius Alves
Diário da Cuesta
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