Edição 1062

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Diário da Cuesta

NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

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Fundador de São Paulo, Apóstolo do Brasil

Enviado ao “Novo Mundo” a mando do criador da Companhia de Jesus, Inácio de Loyola, Anchieta chegou aos 19 anos, em 13 de junho de 1553. Em 1554, recebeu de seu superior a missão de subir a Serra do Mar para fundar um Colégio no Planalto de Piratininga. A Atuação do Mestre Anchieta foi tão positiva que famílias de indígenas e portugueses deixavam suas terras e se mudavam para o entorno do Colégio. Aos poucos o casario foi se transformando em aldeamento, este em vila e esta em cidade... Essa megalópole deve sua origem à ação educadora do Apóstolo Anchieta. O

nome de ANCHIETA é
Município de Anchieta /ES Grupo Escoteiro - Botucatu/SP TV CULTURA/SP
emblemático e representativo!
FOI DECLARADO SANTO PELO PAPA FRANCISCO EM 03/04/2014
ANO IV Nº 1062 QUARTA-FEIRA , 03 DE ABRIL DE 2024

(IN)FELICIDADE

Bahige Fadel

Um dia desses, um amigo me disse que estava muito infeliz. Perguntei-lhe o motivo de tamanha infelicidade. E ele me respondeu: - Alguns probleminhas que eu tenho que resolver. O olhar que dirigi a ele deve tê-lo assustado. Caramba! Ser infeliz só porque tem uns probleminhas a resolver? Como pode? Se tenho uma dor de dente, fico infeliz. Se tenho dificuldades para o pagamento de uma dívida, fico infeliz. Se estou sentindo determinada dor, fico infeliz. Se num jogo de futebol, torci o tornozelo, fico infeliz. Se meu filho tirou uma nota baixa na escola, fico infeliz. Se meu filho está com pequena doença, fico infeliz. É assim? Quer dizer que, salvo raríssimas exceções, todo mundo é infeliz. Não há felicidade no mundo, então. Não conheço nenhuma pessoa que não tenha nenhum probleminha para resolver. É preciso não confundir tristeza ou preocupação com infelicidade.

Amigo, sua felicidade é uma escolha. Não deve depender dos pequenos problemas que tem que resolver. Mesmo

porque, se ficar infeliz, seu problema não se resolverá. Sua infelicidade será mais um problema em sua cabeça e corpo. Não é assim que a gente trata a nossa felicidade. Ela é um bem impagável e, por isso, não pode estar condicionada a um probleminha qualquer. O problema, você luta para resolver. A felicidade, você tem ou não tem. Se você estiver infeliz, com certeza, terá muito mais dificuldade de resolver seus problemas. É simples. As pessoas felizes acumulam mais condições de resolver seus problemas. As pessoas que condicionam sua felicidade à não existência de problemas, sempre terão problemas e sempre serão infelizes.

Certa ocasião, uma pessoa me perguntou:

- Como a gente pode ser feliz, com um péssimo governo que temos? Com a violência que existe? Com a corrupção andando livre pelos altos escalões? Com as drogas tirando a vidas de seres humanos e enriquecendo seres desumanos? Como a gente pode ser feliz assim?

E eu lhe disse: Não condicionando sua felicidade a esses fatores. Veja o que você pode fazer de prático para acabar com esses problemas ou, pelo menos, reduzir a sua influência no mundo, sem abrir mão de sua felicidade. E se descobrir que pode fazer muito pouco, faça esse muito pouco, sem deixar de ser feliz. É que sua felicidade pode melhorar o mundo. Pode deixar felizes outras pessoas. Pode ajudar outras pessoas a se tornarem felizes. É que quem deseja a felicidade dos outros não pode apresentar-se infeliz a elas.

E se, com tudo isso, assim mesmo, você optar pela infelicidade, o que será das pessoas que o amam? Infelizes. O que será de seus amigos? Infelizes. O que será de seus companheiros de trabalho? Infelizes. O que será de você? Um problema a ser solucionado.

Quer saber? Ainda encontro felicidade com a presença da minha mulher. Com a certeza de que sou importante para a minha família. Com os amigos que tenho. Com as minhas caminhadas matutinas. Com o fato de poder fazer um bolo de maracujá, que os outros adoram. Com o fato de ter netos. Com a certeza de que os problemas que tenho não se solucionarão com a minha infelicidade. Então, aqueles que teimam valorizar demais os motivos para serem infelizes, não contem comigo. Vou continuar lutando pela minha felicidade e a dos outros.

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Armando Moraes Delmanto
Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

Anchieta: o Apóstolo do Brasil !

No dia 22 de junho de 1980, o Papa João Paulo II beatificou o padre José de Anchieta e foi declarado santo em 3 de abril de 2014 pelo Papa Francisco

O processo de beatificação do padre, também chamado de apóstolo do Brasil, durou quase 400 anos e teria começado em 1597, após relatos de milagres em São Paulo.

José de Anchieta, nasceu em uma família rica nas Ilhas Canárias, Espanha, em 19 de março de 1534. Aos 14 anos, foi admitido como noviço no colégio jesuíta na Universidade de Coimbra, em Portugal. Cinco anos mais tarde, aos 19 anos, foi convidado a vir para o Brasil como missionário. Era o ano de 1553

Primeiro, aportou em Salvador junto com a armada do segundo governador-geral do Brasil, Dom Duarte da Costa. Ficou por lá menos de três meses e partiu para São Vicente, a primeira vila fundada pelos portugueses, hoje o atual estado de São Paulo. Lá, teve o primeiro contato com os índios.

Junto com o jesuíta português Manoel da Nóbrega, abriram um pequeno colégio e celebraram a primeira missa. Se embrenharam no sertão para aprender a língua tupi e, assim, poder catequizar os índios. As vezes ensinava os índios em latim.

negociador entre tamoios, tupinambás e portugueses.

Nessa época, escreveu o Poema em Louvor à Virgem Maria, com mais de cinco mil versos. Foi nomeado sacerdote aos 32 anos. Em 1567, foi nomeado supervisor dos jesuítas no Brasil.

Lutou contra os franceses depois de ajudar na fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.

Da pequena Vila de São Vicente, expandiram o trabalho missionário por todo o litoral, dos atuais estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Falando tupi-guarani, Anchieta ganhou a confiança das várias tribos de índios que viviam pela costa e foi importante

Para os índios, José de Anchieta foi médico, sacerdote e educador. O fundador de cidades e missionário foi ainda gramático, teatrólogo e historiador. Sem prejudicar o apostolado, escreveu textos em quatro línguas: português, castelhano, latim e tupi, tanto em verso quanto em prosa.

Para o seu processo de beatificação, contou com o depoimento de várias senhoras de São Paulo. Uma delas, Ana Ribeiro, relatou dois milagres. Um com seu filho e o outro com um índio, que foram curados após a intercessão do missionário. Segundo o Vaticano, houve a confirmação de apenas um milagre antes da beatificação do padre José Anchieta.

José Anchieta morreu aos 63 anos, em 09 de Junho de 1597, em Reritiba, atual Anchieta, no Espírito Santo. Os índios levaram seu corpo numa viagem de 80 quilômetros até Vitória, onde foi sepultado.

O beato José Anchieta foi canonizado (ou seja declarado santo) pelo Papa Francisco em 3 de abril de 2014, que dispensou a confirmação de um segundo milagre. Foi um dos processos mais longos da história. Segundo o teólogo Luiz Osvaldo Leite, a demora na santificação de Anchieta pode ser atribuída à perseguição sofrida pelos jesuítas no século XVIII.

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"Primeiro amor"

Quando fui para o jardim de infânlá no Grupo Rafael de Moura Campos estava alegre, mas ao mesmo tempo com medo.

Era aquele medo de começar coisas novas que a gente tem.

Quase nem pude dormir de pensar como seria, como seriam meus coleguinhas e como seria a minha professora..

Fui para a escola junto com a minha irmã que já estava estudando lá e acompanhando as nossas vizinhas da rua Quintino Bocaiuva, D. Carola e D. Aurora.

D. Carola era muita alegre, D. Aurora era um anjo de pessoa, mas muito séria.

Cheguei até a minha classe junto com os coleguinhas, o coração era um tremendo baticundum dentro do peito.

Naquele tempo se formava uma fila e íamos dessa forma para as classes, e todos muito quietinhos.

Olhei aquela classe de alto a baixo, as carteiras e para cada coleguinha.

Nossa professora era D. Nazaré que eu já tinha conhecido das missas dos domingos na Igreja de São Benedito

Era uma mulher muito simpática, usava os cabelos cacheados divididos por uma risca lateral e atrás das orelhas, invariavelmente uma blusa clara e a saia justa envelope.

Dona Nazaré tinha um filho da minha idade e que frequentava a nossa sala.

A primeira vez que vi acredito que foi numa das nossas idas às missas dominicais, e confesso que não reparei muito nele.

Frequentando as aulas é que pude ver mais de perto. Era um menininho muito lindo, e acho que tinha os olhos de sua mãe. Foi meu primeiro amor.

Aquele da infância com toda pureza e inocência, evitava até olhar ou falar muito com ele, com medo que percebesse.

E na minha cabecinha achava que ele só tinha olhos para a Ana Maria, uma linda menininha loura de grandes olhos verdes que usava os cabelinhos presos a duas fitas sobre a cabeça, que em mim ficariam ridículas, mas nela era um encanto.

Fazíamos trabalhinhos manuais, bordadinhos em ponto atrás.

Lembrei de um que fiz e era um coelhinho.

E como chegou a Páscoa, lembrei que esses trabalhinhos depois de prontos eram lavados, engomados e expostos perto da sala do Diretor.

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Maria De Lourdes Camilo Souza
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