Edição 1045

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Diário da Cuesta

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EU VOU PRA BOTUCATU

O saudoso

Príncipe dos Poetas Brasileiros, PAULO BOMFIM, fez a POESIA DE BOTUCATU!

É registro histórico e caminho para o futuro!”!

Na foto, na capital paulista, visita histórica à Biblioteca Municipal "Poeta Paulo Bomfim"

ANO IV Nº 1045 QUINTA-FEIRA , 14 DE MARÇO DE 2024
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

A R T I G O

Os referenciais maiores da “alma paulista”...

A poesia de PAULO BOMFIM a homenagear a cidade de Botucatu – EU VOU PRA BOTUCATU ! -, tornou-se a oração de amor à cidade dos BONS ARES E DAS BOAS ESCOLAS!

Verdadeiramente é um privilégio: o saudoso Príncipe dos Poetas Brasileiros homenageando Botucatu, em 2001, com a poesia EU VOU PRA BOTUCATU e escrevendo a carta de 1993, na qual o poeta exalta a nossa cidade.

Nasceu na Capital, em 1926 e faleceu em 2019, tendo recebido inúmeros prêmios, com destaque para o Prêmio Juca Mulato, em 1981. PAULO BOMFIM pertenceu à Academia Paulista de Letras e produziu extensa obra: Transfiguração (1951), Relógio do Sol (1952), Cantiga do Desencontro e Poemas do Silêncio (1954), Armorial (1954), Quinze anos de Poesia e Poema da Descoberta (1958), Sonetos (1959), Colecionador de Minutos e Ramo de Rumos (1961), Antologia Poética (1962), Sonetos da Vida e da Morte (1963), Tempo Reverso (1964), Canções (1966), Poemas Escolhidos (1973), Praia de Sonetos (1981), Sonetos do Caminho (1983), Súdito da Noite (1992), 50 Anos de Poesia (1999), Sonetos e Aquele Menino (2000), O Caminheiro (1991), Tecido de Lembranças (2004), Rituais (2005), Janeiros de Meu São Paulo (2006) e Cancioneiro (2007).

Particularmente, trago boas lembranças de Paulo Bomfim. Ainda calouro da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco tive a oportunidade de conhece-lo... Através de meu padrinho no jornalismo – o saudoso jornalista Arruda Camargo -, participei no final dos anos 60 de reunião na casa do poeta, quando fui por ele apresentado à “verdadeira instituição cultural” que era Aureliano Leite e para a “lenda viva”, o “Tribuno da Revolução Constitucionalista”, Ibrahim Nobre... Imaginem o que isso significou para um jovem estudante “botucudo” que chegava à capital cheio de sonhos e encontrava, de uma só vez, “os referenciais maiores da alma paulista...”

Em suas palavras, o seu retrato:

“Procuro renascer todos os dias. Não concordo em morrer vivo. Sou um rebelde de paletó e gravata, um grão que teima em não virar massa, um pássaro que persiste no canto dentro da gaiola dos horários. Gosto de morar em pessoas, de falar dialetos de ternura e de dar asas a tudo o que me cerca. Creio na alquimia de certos encontros e que a eternidade é uma questão de garra e de graça...”

Assim foi o poeta... (AMD)

DIRETOR:

Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

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ESTATUA PRODUZIDA POR LUÍS MORRONE EXPOSTA O PARQUE DO IBIRAPUERA

O PRÍNCIPE DOS POETAS BRASILEIROS, PAULO BOMFIM, FEZ A POESIA “EU VOU PRA BOTUCATU”

EU VOU PRA BOTUCATU À PROCURA DE BONS ARES, EM BUSCA DAQUELAS NOITES

ONDE O SONO VAI CHEGANDO COM SABOR DE SERENATA.

EU VOU PRA BOTUCATU

PARA REVER A SAUDADE DE ALCEU MAYNARD DE ARAÚJO E IBIAPABA MARTINS.

E OUVIR ZALINA ROLIM CONVERSAR NA TARDE CALMA COM SEU GATINHO “CETIM”.

EU VOU PRA BOTUCATU

PEDIR BÊNÇÃO A D. ZIONI, LEMBRAR ALCIDES FERRARI, ABRAÇAR A PEDRO CHAVES, JOGAR TÊNIS COM AGNELO, CAMINHAR COM PAGANINI E OUVIR OS CASOS CABOCLOS DE UM PROFESSOR DE GINÁSTICA CHAMADO CORNÉLIO PIRES.

EU VOU PRA BOTUCATU

À PROCURA DE MIM MESMO, DAS LEMBRANÇAS QUE CARREGO EM BAGAGENS ANDARILHAS, DESSA ROSA DE TERNURA

QUE TROUXE EM MINHA LAPELA.

E UM DIA QUANDO A SAUDADE ENCILHAR O MEU CAVALO, EU TELEFONO AO MARINS, PEÇO AO HERNÂNI DONATO O MAPA DO PEABIRU, E GALGAREI ESSAS SERRAS REPETINDO NAS QUEBRADAS: - EU VOU PRA BOTUCATU!

Diário da Cuesta 3
"Receba as rosas que te dou"

Como diz uma canção, "receba as rosas que te dou".

Hoje me lembrei de duas ocasiões que ganhei rosas.

A primeira foi do meu primeiro namorado, que é amigo de toda vida.

Não foi uma rosa roubada de algum jardim, nem uma rosa natural e vermelha.

Era uma rosa cor de rosa, e era para ser eterna. Era de plástico e ficou muito tempo guardada, naquela caixa das memórias, que nós , mocinhas românticas, tínhamos guardadas no baú, junto com o enxoval que as mães , juntavam as nossas peças, compradas dos mascates, roupas de cama, toalhas de mesa, finamente bordadas, vindas da Ilha da Madeira, acondicionadas com saches perfumados, e um saquinho de bolinhas de naftalina.

Essa rosa ficou eternizada na minha memória, claro!

A outra, dessa vez um lindo botão de rosa vermelho natural, cuidadosamente acondicionado em uma redoma de vidro, com todo cuidado para mantê-la viva, veio-me pelos Correios, lá do Rio Grande do Sul, carinhosamente, enviada, pelo primeiro namorado virtual.

Um gaúcho de Poá, piloto da Varig, o Fernando, um homem muito bonito, moreno, alto, que mandava e-mails de LAX (Los Angeles), Frankfurt, Roma.

E lá do Vaticano, Fernando enviou-me um lindo terço, cujas contas eram pequeninas rosas, feitas de pétalas de rosas maceradas pelas freiras , em sua cruz, traz um pouquinho da terra das catacumbas, onde estão enterrados os mártires.

Foi bento pelo Papa João Paulo II, naquelas audiências que os Papas dão aos fiéis visitantes.

Ao suste-lo em minhas mãos, sinto que ainda exalam o perfume das rosas.

Minha mãe, Yolanda, tinha uma linda concha de madrepérola, com um fecho dourado, onde guardava cuidadosamente sobre um chumaço de algodão , pétalas de rosas vermelhas.

Tinham uma linda estória, pois tinham se materializado numa sessão espírita e eram um verdadeiro milagre.

Quem assistiu a "A Bela e a Fera" e não se emocionou ?

Acho uma das mais lindas estórias, com uma belíssima música.

A Bela chega ao castelo da fera, passando por um jardim das mais belas rosas, mas cercado por um emaranhado de espinhos pontiagudos.

No decorrer da estória os espinhos vão desaparecendo, o ar tenebroso do castelo abandonado some e a luz vai se espalhando, com a magia do amor.

A cena das pétalas da rosa na redoma, representando a vida da fera, caindo uma a uma, enquanto se humaniza através do amor, minuto a minuto sua vida se esvai como as areias caindo pela ampulheta.

Até que ao defender a Bela numa luta, a fera ferida de morte, finalmente se transforma no príncipe, o ser perfeito que estava adormecido.

Representou com toda sua magnitude: a luta do ser humano em busca da sua ascensão.

Diário da Cuesta 4

A ERA DO AÇO NAS MOEDAS BRASILEIRAS

OCruzeiro substituiu o Mil Réis, padrão monetário implantado pelos portugueses. Após tratativas e alguns ensaios, entrou em circulação pelo decreto 4.791 de 5 de outubro de 1942, iniciando o Padrão Cruzeiro com as moedas de bronze alumínio e níquel rosa de 1942 a 1956. De 1956 a 1965 circularam as leves moedas de alumínio e uma única moeda de cuproníquel de 50 cruzeiros em 1965.

Em 13 de novembro de 1965, através do decreto-lei nº1, inicia-se uma nova reforma monetária, estava nascendo assim o “Cruzeiro novo”, utilizando a sigla “NCr$”, em pleno Regime Militar. De certa forma essa série de moedas inovou a cunhagem no Brasil, introduzindo pela primeira vez o aço inoxidável como metal na produção dos discos, trazendo assim esse metal para o meio circulante brasileiro e que passou a ser adotado até a atualidade, pela durabilidade, segurança e aceitação, sendo utilizado por diversos outros planos econômicos nas moedas circulantes.

O Plano monetário foi instituído pelo Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, o primeiro presidente do regime militar instalado pelo golpe de 1964.

Em 16 de fevereiro de 1966, o Conselho Monetário Nacional – CMN, aprovou as características para as novas moedas. Todos os valores teriam o anverso da efígie da República e do lado esquerdo, próximo a borda, a inscrição “República dos Estados Unidos do Brasil”, e sob esta, 22 estrelas em paralelo, representando os Estados brasileiros, com uma estrela maior em destaque que simbolizaria o Distrito Federal, da mesma forma que era utilizado na moeda de 50 cruzeiros do antigo padrão.

Na nova série, as moedas de 1 centavo, 2 e 5 centavos o reverso não tinha representação ilustrativa, constando somente o valor monetário e a era, sendo cunhadas em aço inoxidável, mantendo essa característica em todo o tempo em que foram cunhadas de 1967 a 1975, tendo o seu bordo liso. Nos outros valores de 10, 20, 50 centavos e 1 cruzeiro, além do dístico com o valor e era, foi acrescentado ilustrações representando a economia do Brasil, sendo a Siderúrgica, representada por altos fornos, na moeda de 10 centavos, a Indústria Petrolífera, com a torre de petróleo na de 20 centavos, na de 50 centavos, a Indústria Naval e a por último a Agricultura, através de um ramo de café na moeda de 1 cruzeiro.

As moedas de 10 e 20 centavos foram cunhadas em cuproníquel, somente nos anos de 1967 e 1970, tendo a borda serrilhada, posteriormente foi substituído também pelo aço inox, com a borda lisa. Já as moedas de 50 centavos e 1 cruzeiro teriam sua composição ainda a ser definida nesse primeiro momento e passaram por algumas transições. Os 50 centavos foram cunhados em 1967 em níquel, em 1970 e 1975 em cuproníquel com a borda serrilhada e de 1975 a 1979 em aço inox, com borda lisa, A moeda de 1 cruzeiro só foi lançada em 1970, em níquel e passou a ser cunhada em cuproníquel nos anos seguintes.

Primeiro ensaio apresentado para o padrão Cruzeiro Novo, o reverso que era o mesmo da moeda da 50 Cruzeiros do Padrão anterior teve que ser adaptado suprimindo a legenda e “República dos Estados Unidos do Brasil” foi alterado em vista de mudanças na Constituição do Brasil promulgada em janeiro de 1967, passando para somente “BRASIL” e as estrelas representando os estados também foram descartadas, mantendo a estrela em destaque superior com alteração da posição. Abaixo foi incluída a “rosa dos ventos”. Coleção Rafael Augusto de Mattos Ferreira.

Nova Constituição fez mudar a legenda das moedas

Algo inusitado fez com que o Conselho Monetário Nacional se reunisse para realizar uma mudança no projeto, onde seria incluída a legenda nas moedas: “República dos Estados Unidos do Brasil”, tendo as estrelas simbolizando os 22 estados e uma maior representando o Distrito Federal. Tal mudança foi necessária pois em 21 de janeiro de 1967, o Congresso Nacional decretou e promulgou a nova Constituição do Brasil, onde seria oportuno substituir essa inscrição somente pela palavra BRASIL, suprimindo assim todo o restante. Outra alteração com o objetivo de balanceamento do desenho inicialmente aprovado e sugerido pela Casa da Moeda, foi a substituição das estrelas dos estados e a do destaque, pela inclusão de uma estrela maior representativa da nova capital, na parte superior e uma ”rosa dos ventos”, abaixo da efígie, alusiva ao papel desempenhado pela moeda na integração nacional.

Uma série criada e que se manteve no Regime Militar

A ditadura militar, sob o comando de governos militares, foi instaurada com o golpe militar que derrubou o governo do então presidente João Goulart. Esse período se iniciou em 1 de abril de 1964 se prolongando até 15 de março de 1985, quando José Sarney assumiu a presidência, dando inicio a Nova República, nesse período vários militares assumiram a presidência:

1964-1967 – Humberto de Alencar Castelo Branco

1967-1969- Artur da Costa e Silva

1969-1974 - Emílio Garrastazu Médici *

1974-1979 - Ernesto Geisel

(Médici curiosamente figurou na moeda comemorativa do sesquicentenário ao lado de Dom Pedro I, seguindo o padrão das moedas do centenário da independência de 1922, quando o Presidente Epítácio Pessoa figurou ao lado de dom Pedro I).

Diário da Cuesta 5
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