DeepArt nº14

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ENTREVISTA

DA: Como tem sido o feedback das pessoas que cá têm exposto e do público? JA: A aceitação tem sido bastante boa porque este projeto, em um ano e meio faz já com que as pessoas saibam o que vão encontrar no meu espaço. As pessoas sentem uma linha de escolha, de escolha, que é já coesa. Chego, por exemplo, a receber telefonemas do Brasil, a perguntar o que tenho de momento na galeria porque veem a Portugal e querem ver. DA: Brevemente vai realizar uma exposição sua na galeria, mais “oficial” que as suas anteriores... JA: Às vezes é melhor ir mais devagar. Na realidade, até acho que tudo aconteceu bastante depressa, em apenas um ano e meio. Uma coisa que tem acontecido e que adoro é conhecer pessoas de imensos sítios do mundo e manter o contacto com elas. Elas sentem-se muito bem dentro da WORK.INK. A obra, o design, os ambientes, a arquitetura... as pessoas sentem-se muito bem neste espaço. E isso foi feito pela minha irmã (Paula Arez) que me conhece muito bem. Quem conhece a minha casa diz que a galeria é um pouco a extensão dela.

041 Pride

DA: Como vê neste momento, a Arte em Portugal? JA: Sinto-a forte, destemida e confiante. E são vários os nomes que poderia referir para sublinhar estas palavras. Sempre tive muito contacto com Arte, por educação dos meus pais, muito ligados às Artes enquanto grandes apreciadores e conhecedores. Desde miúda que frequento museus, visito exposições e galerias de Arte. E tenho agora tido contacto com muitos artistas portugueses, com uma nova geração de que gosto muito. Claro que estou mais ligada à componente mais urbana e o figurativo já não me atrai tanto, mas reconheço e sei que há coisas muito boas. Não temos que ficar com medo dos grandes mitos. Claro que o contemporâneo não existiria se não houvesse o passado, mas eu “vivo” muito a minha geração. Tudo o que fui vivendo e conhecendo trouxe-me até aqui, e fico muito contente quando vejo os nossos “novos” Artistas expôr no estrangeiro e não apenas os nomes “do costume”. Eu própria estou a tratar disso e vou conseguir! Vou ter uma exposição no início do ano no Porto, uma cidade onde quero muito expor, e estou a tratar de estar em Paris e em Londres. Isto não são coisas que se consigam de um dia para o outro mas vou conseguir!!!

DA: Relativamente à sua pintura, pode dizer-se que a mesma tem como referência a nível visual, a questão urbana? JA: Há sempre essa referência, principalmente em termos de comunicação no meu trabalho, por exemplo nas frases, apesar de ser diretora de arte. Há muitos anos que se trabalha em dupla (diretor de arte e copy, ou redator). Há muitos anos os copies é que eram considerados os grandes criativos e o diretor de arte só “fazia bonecos”, o que é perfeitamente errado. É preciso é trabalhar, porque a ideia pode vir de mim, ou seja de quem for, mas não há nada como vender um bom produto e espero que o meu produto seja bom neste caso. Apesar de gostar muito de escrever, desta vez não o vou fazer. Fiz um desafio ao jornalista Pedro Rolo Duarte, que vi apenas uma vez numa inauguração na galeria. Li um texto dele e perguntei-lhe o que ele achava de eu pintar um texto dele e adorei a resposta ”Seria uma honra”! Fiquei logo radiante. Só nos vamos conhecer pessoalmente quando inaugurar a exposição e desta vez as palavras não são minhas, mas sim dele. Imagem cedida pela Artista.


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