ALGARVE INFORMATIVO N.º3

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Algarve Informativo Newsletter N.ยบ 3

by Daniel Pina

GUSTAVO MARCOS O MENTOR DOS JOGOS DE QUELFES

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De «verdades de La Palisse» estamos nós fartos!

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Jornalista Danielpina@sapo.pt Algarveinformativo@sapo.pt

(…) já diversos responsáveis europeus admitiram que, se calhar, exigiram demasiada austeridade aos países em maiores dificuldades, entre eles Portugal. Mas bastou os nossos governantes aumentarem o salário mínimo nacional nuns míseros 20 euros e começarem a repor os cortes nos vencimentos da função pública e nas reformas, porque as eleições legislativas estão quase aí, para a troika mostrar sinais de descontentamento e preocupação, não vá Portugal deixar de pagar o dinheiro que lhes deve (…)

e Bruxelas veio esta semana mais um daqueles relatórios repletos de «Verdades de La Palisse» que mais uma vez demonstram que as altas instâncias europeias não se entendem e andam sempre a contradizerse umas às outras. Diz então um relatório técnico do Comité de Política Social da União Europeia que falta mais apoio social em Portugal, ou, em palavras mais pomposas, que é “preciso continuar a garantir que as reformas estruturais conduzem a uma cobertura adequada da assistência social, incluindo o rendimento mínimo”. Pelos vistos foram precisos não sei quantos meses para um grupo de especialistas pagos a peso de ouro constatarem algo que nós, portugueses simplórios, assistimos todos os dias à nossa volta. Basta sair à rua e ver a fome e doença espelhadas no rosto e corpo de milhares de homens e mulheres; ver idosos abandonados na solidão das suas casas, porque os filhos não têm dinheiro para pagar as próprias contas, quanto mais para colocar os pais num lar; ver as crianças levarem para casa os lanches que deviam comer nas cantinas das escolas, porque sabem que o jantar vai ser escasso; ver homens e mulheres perderem as casas para os bancos e terem que voltar a viver com os pais; ver as instituições sociais de solidariedade social, as misericórdias e outras entidades com as despensas vazias e sem meios para ajudar todos aqueles que lhes pedem socorro; e por aí adiante… A brilhante conclusão dos tais especialistas é justificada pelo crescente número de desempregados existente em Portugal - se bem que o governo teime em avançar com dados estatísticos para o contrariar - e que esta triste realidade é o resultado das medidas de austeridade aplicadas nos últimos anos sob a mão pesada da troika. Ora, isso nós, simples cidadãos, já sabemos há muito tempo e também já diversos responsáveis europeus admitiram que, se calhar, exigiram demasiada austeridade aos países em maiores dificuldades, entre eles Portugal. Mas bastou os nossos 2

governantes aumentarem o salário mínimo nacional nuns míseros 20 euros e começarem a repor os cortes nos vencimentos da função pública e nas reformas, porque as eleições legislativas estão quase aí, para a troika mostrar sinais de descontentamento e preocupação, não vá Portugal deixar de pagar o dinheiro que lhes deve. Mas o mesmo relatório que, por um lado, reconhece que uma boa parte dos desempregados não tem qualquer cobertura de apoio, por outro, elogia o desempenho português, nomeadamente em relação às mudanças operadas no campo da saúde e nas pensões de reforma. Ou seja, está preocupado que as pessoas não tenham apoio social, mas aprova a redução nas pensões dos velhotes e os cortes cegos e disparatados na Saúde. Aliás, o Ministro da Saúde chegou a manifestar esta semana a intenção de aumentar em mais 600 o número de utentes por cada médico de família e teve que voltar atrás devido à forte contestação dos sindicatos. Voltou atrás mas apenas no número de utentes, não na intenção de aplicar a medida. Quer dizer, nós já esperamos semanas ou meses por uma consulta no Serviço Nacional de Saúde, mas parece que a solução não é contratar mais médicos, mas sim sobrecarregar mais os existentes. E como se não bastassem tantas conclusões fantásticas, o relatório de Bruxelas avisa ainda que é preciso ter mais portugueses a trabalhar, e durante mais anos, caso contrário, o sistema de pensões pode ter os dias contados. Só que, a continuarem as medidas que fazem disparar o desemprego, ao invés do combater, que obrigam os jovens mais qualificados a partir para outras paragens mais risonhas, e que estão a cortar drasticamente os índices de natalidade, porque quase é preciso ser rico para cometer a ousadia de ter filhos, não vejo como isso seja possível. Mas, como eu não sou um desses especialistas pagos a peso de ouro, se calhar está a falhar-me qualquer coisa. A mim e a mais 99,9 por cento dos portugueses, digo eu…


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“Um país sem Artistas é um país de curtas vistas”

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Professor, Artista Plástico e Presidente da Casa da Cultura de Loulé Joao_espada@hotmail.com

(…) Estamos a ficar sem horizonte. Caminhamos a passos largos para a estagnação cultural, fruto de uma inexistente política cultural ativa, sem uma estratégia a longo prazo. Se existe, desconheço-a! Não é com remendos que isto lá vai, com injeções pontuais, desorganizadas de fundos financeiros aqui e ali (…)

o início deste ano vi na televisão mais uma das muitas manifestações que ao longo destes anos se tem feito, um pouco por todo o país. Mas esta, para mim, foi muito especial. Professores e alunos das Escolas de Ensino Artístico estiveram a dar literalmente música ao Ministro da Educação. Um movimento artístico improvisado de protesto condignamente simbólico arrancou logo pela manhã, ao som de um piano e da palavra dita, da palavra cantada. Em causa estão vários alunos sem aulas de ensino artístico e, consequentemente, vários professores sem vencimento. Tudo porque estas escolas vivem de fundos comunitários e do Estado que tardam em chegar, o que leva ao consequente atraso no pagamento de salários aos docentes. Muitos deles em situação precária, sem dinheiro para alimentar os filhos, pagar rendas de casas ou simplesmente sem verba que assegure os transportes casa/escola. No meio desta manifestação existe uma pequena estória de muitas outras que me deixou profundamente triste. Uma Diretora de uma Escola de ensino artístico hipotecou os próprios bens da escola para pagar salários aos professores. Pergunto. É este o caminho que se quer? No meio desta manifestação um cartaz ergue-se no alto das cabeças, e nele pode ler-se: “Um país sem Artistas é um país de curtas vistas”. Quando vi o dito cartaz, fiquei estático. Como é possível uma «simples frase» dizer tanto? É 4

precisamente isto que está em causa. Estamos a ficar sem horizonte. Caminhamos a passos largos para a estagnação cultural, fruto de uma inexistente política cultural ativa, sem uma estratégia a longo prazo. Se existe, desconheço-a! Não é com remendos que isto lá vai, com injeções pontuais, desorganizadas de fundos financeiros aqui e ali. Será assim tão difícil tratar bem do terreno, torná-lo bem fértil para, posteriormente, semear e ver crescer saudavelmente algo de bom? Iremos continuar a plantar em pequenos vasos, sem ligação e sem estratégia? Continuando a alimentar grandes eventos culturais, que tão depressa aparecem como desaparecem, deixando um vazio após a sua saída? E o trabalho a longo prazo, onde fica? O trabalho feito com os que estão diariamente no terreno a produzir (dentro das suas enormes limitações financeiras) as associações culturais, as escolas de ensino artístico, os centros de arte, etc… Esse trabalho em rede, com um projeto a longo prazo por que é que não é feito? Se a cultura é uma manifestação clara da identidade de um povo, expressada em vários domínios e se quem nos governa pouca importância lhe dá, então para onde caminhamos?


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Pais mimados

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Empresário

(…) Queixam-se de tudo em relação aos educadores dos filhos apenas porque eles não sabem e não conseguem ser pais. Esquecem os filhos pois eles próprios querem ser o centro do mundo. Não educam, não se esforçam, o filho assume o papel de brinquedo que se deve ter quando se é adulto, apenas isso, nada mais (…)

oje vivemos uma época de pais que vêm de uma geração que foi mimada, criada na ilusão de que eram o centro do mundo e de que tudo era obtido sem esforço, simples egoístas. Essa geração não teve culpa, pois foi fruto de um abrir de portas do fim da Ditadura. Tratados com todos os mimos por pais e avôs que queriam dar aos meninos tudo o que eles não tinham tido. Hoje, vivem altamente frustrados com a constatação que o mundo não é apenas para eles, estão perdidos nesta mudança de paradigma e de zona de conforto. Hoje, tudo é colocado em causa e eles não têm a mais pequena ideia para onde podem fugir, os seus pais estão velhos e os avôs já partiram há muito. Hoje, vivem deambulando por centros comerciais, mirando montras, tomando café, olhando quem passa, fumando um cigarro atrás do outro, procurando sempre no próximo o conforto perdido pela revolução do «Sub Prime». Contudo, este tema não é sobre pais, mas sim sobre os filhos destes pais mimados. Filhos que crescem sem um modelo ou uma orientação, crescem procurando referências, e quem as devia dar vive num mundo que já não existe. As referências perderam-se e criar novas não é fácil, em especial para quem cresceu pensando que o mundo era apenas seu. É esta geração de filhos que corre para a escola ou para a Direção Escolar a fazer queixa de uma professora que é mais exigente, não pela exigência da professora, mas pelos próprios não saberem lidar com a própria exigência. Queixam-se de tudo em relação aos educadores dos filhos apenas porque eles não sabem e não conseguem ser pais. Esquecem os filhos pois eles próprios querem ser o centro do mundo. Não educam, não se esforçam, o filho assume o papel de brinquedo que se deve ter quando se é adulto, apenas isso, nada mais. 6

Tenho muita dificuldade em entender como isto vai acabar. Não sei, não consigo prever, apenas sei que vivemos tempos estranhos. As condições estão criadas para que cada dia o nosso sistema escolar se afunde mais, pois em casa não se educa para que a escola possa ensinar. Vamos ver! A terra tem a capacidade de se auto regular, por isso, tenho esperança que tal aconteça. Até lá, vamos ver se a geração de pais mimados acaba. Nota da semana: A quantidade ridícula de candidatos a candidatos a Presidente da República. Grande vergonha, numa altura em que é necessário dignificar uma das profissões mais nobres do mundo, o «político», entra-se nesta feira de vaidades. Onde cada um se diz mais sério que o outro. Vergonha de ter portugueses assim, o verdadeiro chico esperto. Não entendo, não sei explicar o que se está a passar. Ou melhor, até sei. Com um presidente que foi tão mau nestes últimos oito anos, o cargo ficou ao nível do mais baixo, assim, qualquer um que cumpra os requisitos legais pondera candidatar-se. Figura da semana: Carlos Brito, o eterno lutador pela causa regional. Ouviu a defender a regionalização pela enésima vez e mais uma vez entendi que esta não aconteceu porque os políticos até hoje se estiveram cag.... para a mesma. * Enfant terrible («criança terrível») é um termo francês para designar uma criança que é muito inocente ao ponto de dizer coisas embaraçosas aos adultos, em especial aos pais. O termo foi criado por Thomas Jefferson para descrever Pierre Charles L'Enfant, arquiteto de Washington, um engenheiro militar francês hábil, idealista e muito obstinado.


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O Algarve é (sempre) notícia!

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(…) Efetivamente, há quem chateie o parceiro do lado, há quem fale sozinho, há quem assobie para o lado e até há quem queime calorias e gaste energias para, de tão cansado, chegar a casa e não ter ação para pensar no quer que seja. Pois… cá por estes lados tento comungar e partilhar ideias e pensamentos em forma da exorcização de alguns engulhos diários (…)

telemóvel tocou… No outro lado, depois de se apresentar, o interlocutor de imediato perguntou se me recordava da última vez que me tinha entrevistado. De apelido Pina e Daniel de seu nome próprio, logo dele me recordei pela sua amabilidade no trato e saber na função. Prontamente se encarregou de me explicar o seu novo sonho que, em forma de projeto informativo, começou há pouco tempo a dar os primeiros passos. Acompanhando numa rede social alguns dos meus «desabafos opinativos», desafiou-me a embarcar na sua «carruagem informativa» que, já em marcha, pretende chegar longe e a muitos destinos. Efetivamente, há quem chateie o parceiro do lado, há quem fale sozinho, há quem assobie para o lado e até há quem queime calorias e gaste energias para, de tão cansado, chegar a casa e não ter ação para pensar no quer que seja. Pois… cá por estes lados tento comungar e partilhar ideias e pensamentos em forma da exorcização de alguns engulhos diários. Ora, o que é um facto é que, de desabafos em desabafos e constatações em constatações, algumas ideias que expresso merecem a atenção e o reconhecimento de pessoas que, como eu, exercem no seu dia-a-dia uma forma de estar ativa e interventiva. Gente que faz acontecer… Gente que, tal como o Daniel, quer mostrar que o Algarve está vivo, recomenda-se, e isso é notícia! 8

Poder colaborar num projeto que se quer ganhador é sempre um desafio, pois obriga a atrair e a conquistar através do conteúdo da escrita, da imagem, da fotografia, da reportagem, da pesquisa, do grafismo, do lettering… enfim, duma multiplicidade de fatores que, com diminutos e parcos orçamentos, constitui um desafio constante. Mostrar e partilhar a opinião de quem vive nesta «ilha» criada pela existência de um Alentejo de permeio não é um dever, é um imperativo, pois só juntos nas ideias e nos ideais poderemos fazer valer as nossas reivindicações e anseios enquanto região diferente na identidade, mas igual nas características que nos tornam devedores de um tratamento igualitário face aos nossos pátrios concidadãos. Depois de folhear digitalmente e ler a segunda edição da newsletter do «Algarve Informativo» fiquei com a nítida sensação que este poderá vir a ser um projeto com «pernas para andar» nos vários formatos de edição possíveis. Assim seja, pois é na adversidade e contrariedade das muitas «crises» que se reconhece o espírito lutador, empreendedor e ganhador. Felizmente tenho constatado que muitos algarvios, ao contrário do que alguns pensam, não adormeceram à sombra da bananeira a maldizer a sua sorte. É com estes que o Algarve se faz no dia-a-dia. Portanto: que o vosso seja também o nosso êxito!


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Há vida para além das consolas!

Mara Beldroegas, Mário Rodrigo Cunha e Catarina Cunha constituem o núcleo duro do Grupo de Jogos de Tabuleiro de São Brás de Alportel

A 11 de abril assinalou-se, um pouco por todo o mundo, o «International TableTop Day», iniciativa que, em 2014, dinamizou mais de três mil eventos em cerca de 80 países dos sete continentes. Como não poderia deixar de ser, o Grupo de Jogos de Tabuleiro de São Brás de Alportel aproveitou a data para convidar miúdos e graúdos para descobrirem um pouco mais sobre este fascinante mundo que, apesar de já contar com alguns séculos de existência, quase desapareceu com o fenómeno dos videojogos. Ao fim de uma tarde bastante animada, o encontro superou todas as expectativas, os recordes de participação foram batidos e provou-se mais uma vez que, apesar do fascínio que as consolas exercem sobre os mais novos, os jogos de tabuleiros estão vivos e recomendam-se. Texto e Fotografia: Daniel Pina

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u sou do tempo do ZX Spectrum 48K, ou seja, tinha que esperar alguns minutos a ouvir uma cassete a fazer uma guincharia desgraçada no gravador até poder começar a jogar na velhinha televisão da sala de jantar, isto se as pilhas não fraquejassem e o carregamento não desse erro, para desespero dum jovem gaiato. Depois, era desfrutar das «maravilhas» do Chuckie Egg, Target Renegade, Commando, Jackal ou Emily Hughes Soccer, uns a preto e branco, outros a cores esbatidas, com muitos pixéis à mistura. Se passasse de nível, lá punha a cassete outra vez a andar e voltava a rezar para não dar erro. Recuando à minha meninice, confesso que se aguentava bem este martírio se estivesse a jogar com outros amigos mas, em casa, sozinho, muitas vezes preferia entreter-me com o Monopólio, Risco, Damas, Dominó ou com um baralho de cartas. Depois, lá apareceu o ZX Spectrum 128, o Commodore 64 e o Commodore Amiga, a Mega Drive, a Sega Saturn e, admito, os jogos de

tabuleiro ficaram esquecidos na estante da despensa. Os anos passaram, voltei-me para os jogos de PC e ainda sucumbi à tentação da Playstation 2 e da Xbox. As obrigações profissionais ditaram depois o abandono de todo o tipo de jogos, que retomei mais recentemente com a gigantesca oferta disponível para os smartphones. E, lamento dizer, os

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poucos jogos de tabuleiro que tinha enquanto miúdo, não me acompanharam na viagem de Lisboa para o Algarve. Uma experiência pessoal que, ou muito engano, deve ser semelhante à de largos milhares de portugueses. O certo é que os jogos de tabuleiros já andam por cá há mais tempo do que se possa pensar e basta dizer que,


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Mário Cunha: (…)Todos os anos surgem novos títulos porque o mercado está em franco crescimento, à volta de 40 por cento nos Estados Unidos, e há convenções organizadas a nível mundial com o único intuito de apresentar novos jogos e de premiar os melhores do ano anterior (…)

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casos dos mediáticos «Dungeons & Dragons» e «World of Warcraft». E o resultado é que, de um momento para o outro, os grupos, uns informais, outros inseridos em associações culturais e recreativas, começaram a crescer em Portugal, organizando diversos encontros semanais ou mensais. Da mesma forma, como o mercado é dinâmico, surgiram empresas especialmente dedicadas à edição e comercialização de jogos de tabuleiros, uns importados do estrangeiro, outros criados mesmo em Portugal. Diga-se em abono da verdade que este renascimento não é por acaso, já que, para além de proporcionarem uma experiência social que não se encontra noutros atividades lúdicas, os jogos de tabuleiros oferecem temas e modos de jogo tão diferentes que toda a gente encontra algum que vai de encontro aos seus gostos pessoais. É o que acontece com o «Catan», no qual somos colonos a explorar recursos naturais numa ilha, em «Dungeons & Dragons», onde lutamos contra monstros numa montanha dominada por um dragão, ou «Caravelas», onde nos transformamos em navegadores dos tempos dos Descobrimentos. E estes jogos são em Alcoutim, foi descoberta uma igualmente uma ferramenta importante coleção que remonta à presença na construção de laços familiares, no islâmica no Algarve. Contudo, o desenvolvimento intelectual de jovens e fenómeno das consolas e os jogos de adultos, na capacidade de definir topo dos computadores pessoais de estratégias e para transmitir última geração têm levado a uma queda importantes lições de vida. de interesse da parte dos mais novos, Foi isso mesmo que constatamos, no como aconteceu comigo próprio. Não dia 11 de abril, na Biblioteca Municipal admira, por isso, que deixassem de de São Brás de Alportel, um género de ocupar um lugar de destaque nas salas base de operações do Grupo de Jogos de estar e fossem remetidos para caixas de Tabuleiros de São Brás de Alportel, de «velharias» nos sótãos. que nasceu em Fevereiro de 2014, Mas se há coisa que a História nos diz depois de um punhado de sãoé que tudo acontece em ciclos e os brasenses ter frequentado durante jogos de consola, PC’s ou telemóveis, alguns meses os encontros organizados normalmente jogados a solo, não pela Secção de Jogos de Tabuleiros da substituem o convívio e a dinâmica de Associação Recreativa e Cultural de grupo dos jogos de tabuleiros, sejam os Músicos de Faro. “Os encontros mais tradicionais como as damas, reúnem participantes de várias idades xadrez, bridge, Monopólio, Jogo da e que chegam a trazer os seus próprios Glória ou Risco, ou os mais modernos, jogos de casa para aumentar o leque 12


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de opções durante o convívio”, explica Mário Rodrigo Cunha, um advogado são-brasense de 29 anos que, como tantos outros nascidos na década de 80, cresceu com os jogos de tabuleiros. “Há perto de dois anos, eu e a minha companheira pensámos em replicar em São Brás os encontros a que íamos em Faro, porque nesta terra sempre sofremos muito com a ideia de que, se quiséssemos fazer alguma coisa, tínhamos que nos deslocar à capital de distrito. Sabíamos que somos uma vila com características diferentes de Faro, que íamos ter outros níveis de adesão e outro género de participantes, mas decidimos avançar”.

eventos e cativar mais interessados em participar. “Já contamos com pessoas de Loulé, Faro e outras cidades vizinhas e apenas colocamos a restrição da idade mínima ser os 14 anos, para evitar que alguns pais tivessem a tentação de vir «depositar» os filhos como se fosse um ATL. Claro que, se os pais vierem jogar também, não há qualquer problema em trazer crianças mais novas”, esclarece Mário Cunha, à medida que a sala se ia compondo depressa. Não sendo um estudioso na matéria, o responsável do grupo de São Brás não consegue identificar, com rigor, quando se deu a separação entre jogos de tabuleiro tradicionais e modernos, mas é fácil, mesmo para os leigos, perceber as diferenças existentes entre os dois géneros, a nível de design, da jogabilidade e das temáticas. “Vão Ultrapassadas as questões mais desde a fantasia à simulação política e logísticas, nomeadamente encontrar militar, à construção de reinos e um local que abrisse as portas a estes cidades, é um mundo vastíssimo. encontros, o primeiro realizou-se há Mesmo os Trading Cards Games, como cerca de um ano e já vão numa dezena, o «Magic The Gathering», estão muito aproveitando ao máximo a facilidade presentes nestes encontros. Todos os das redes sociais para divulgar os anos surgem novos títulos porque o 13

Mário Cunha: (…)Como há bastantes jogos diferentes, é fácil atrair faixas etárias e grupos sociais distintos. Uma coisa comum é que a grande maioria destes jogos é para se jogar com outras pessoas, e presentes na mesma sala, não apenas em termos virtuais através do computador. O «Lobisomens da aldeia velha» vai desde os oito aos 18 jogadores, outros é para dois a quatro ou cinco elementos (…)


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Mário Cunha: (…)Quem organiza um encontro deste tipo não tem em mente dizer que os jogos de computador são maus ou prejudiciais. Não queremos arranjar guerras de concorrência, mas sim dizer que há outra atividade lúdica para descobrir e experimentar. O reflexo disso é que algumas editoras acabam por nos enviar jogos novos para fazermos demonstrações (…)

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mercado está em franco crescimento, à volta de 40 por cento nos Estados Unidos, e há convenções organizadas a nível mundial com o único intuito de apresentar novos jogos e de premiar os melhores do ano anterior”, destaca Mário Cunha, embora verifique que, à semelhança do que sucede no cinema, na música e noutras indústrias artísticas, a determinada altura já se torna complicado inventar jogos de tabuleiro novos. Ora, um rápido olhar pela sala permite-nos ver participantes de todas as idades, desde adolescentes a trintões e quarentões, homens e mulheres, pelo que não há um perfil específico de adepto desta atividade lúdica. “Como há bastantes jogos diferentes, é fácil atrair faixas etárias e grupos sociais distintos. Uma coisa comum é que a grande maioria destes jogos é para se jogar com outras pessoas, e presentes na mesma sala, não apenas em termos virtuais através do computador. O «Lobisomens da aldeia velha» vai desde os oito aos 18 jogadores, outros é para dois a quatro ou cinco elementos”, frisa Mário Cunha. O problema é, às vezes, conseguir 14

adquirir-se os jogos, confessa, ainda mais quando se vive fora das grandes cidades. “Em Lisboa, Porto e Faro há lojas especializadas, mas mesmo elas não possuem um grande número de jogos, porque isso obriga a um investimento que depois podem não conseguir reaver no curto prazo. A vantagem, atualmente, é a internet, sendo fácil importar jogos dentro do espaço europeu”. Seja como for, este renascimento dos jogos de tabuleiro nos últimos anos não significa que não continuem a sofrer com a concorrência das consolas e, agora, das aplicações móveis, mas Mário Cunha prefere não fazer comparações ou falar em competição. “Há editoras que começaram a aproveitar a dinâmica das consolas e dos jogos de computador e das plataformas móveis para lançar os jogos de tabuleiro para esses meios mais modernos. Aliás, se olharmos para os jogos de tabuleiro onde o objetivo é construir reinos, cidades ou civilizações, é fácil depois encontrar semelhanças com títulos como «Age of Empires» ou «Civilization» e outros do género. Curiosamente, também se está


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a assistir ao fenómeno inverno, ou seja, sucessos dos computadores que aparecem no formato de jogos de tabuleiro. O mercado é dinâmico, está em constante transformação e um segmento puxa pelo outro”, reconhece o advogado. “Quem organiza um encontro deste tipo não tem em mente dizer que os jogos de computador são maus ou prejudiciais. Não queremos arranjar guerras de concorrência, mas sim dizer que há outra atividade lúdica para descobrir e experimentar. O reflexo disso é que algumas editoras acabam por nos enviar jogos novos para fazermos demonstrações”. E mesmo a propósito, a ouvir a conversa estava Nelson Silva, 37 anos, desenhador gráfico natural de São Brás de Alportel que vinha ao encontro apresentar um jogo da sua autoria, o «ECO», um jogo de cartas com o tema da reciclagem. “A ideia surgiu de vários outros que conheço e senti que podia fazer algo diferente e que agregasse diversas mecânicas de jogo. Não é uma tarefa fácil, exige trabalho e dedicação e depois vir a estes encontros para ver o que as outras pessoas acham, que alterações são necessárias para se melhorar”, descreve, sorridente. Um sorriso que

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não esmorece quando conta que, até à data, ainda nenhuma empresa se mostrou interessada em comercializar o «ECO», por se tratar somente de um hobby. “Utilizo materiais com que lido diariamente na minha profissão, portanto, não é difícil fazer pequenas tiragens, rapidamente se imprime meia dúzia de cartas. A motivação não é ganhar dinheiro, advém do meu gosto pelos jogos de tabuleiro e por fazer coisas novas e diferentes. O que vejo é cada

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Nélson Silva veio apresentar o seu «ECO»

vez mais feiras e encontros, todos os meses são lançados novos jogos e a procura está a aumentar. A interação das pessoas olhos nos olhos não pode ser substituída por um computador, telemóvel ou tablet, é algo que nunca vai desaparecer”, finaliza Nelson Silva antes de ir apresentar o «ECO» aos presentes.


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Crianças algarvias respiram o espírito do Olimpismo Durante uma semana, cerca de 1500 alunos do 1.º ciclo de vários concelhos do Algarve vão competir nalguns dos principais recintos desportivas da região, integrando uma festa de grande atividade desportiva e cultural e onde a filosofia do Olimpismo é a grande protagonista. O evento envolve um vasto número de entidades, desde os Municípios de Loulé, Faro, Olhão, São Brás de Alportel e Tavira, às associações de andebol, atletismo, basquetebol, esgrima e natação, ao Instituto Português do Desporto e Juventude, à Academia Olímpica e ao Comité Paralímpico de Portugal, mas o grande mentor do projeto é Gustavo Marcos, com quem o «Algarve Informativo» esteve à conversa antes do pontapé de saída dos VI Jogos de Quelfes. Entrevista: Daniel Pina

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s Jogos de Quelfes são o maior e mais emblemático evento de promoção do Olimpismo em Portugal e também o único, no nosso país, a merecer a chancela da Academia Olímpica Internacional e do Centro Internacional para a Trégua Olímpica, instituições que, no seio do Movimento Olímpico, se dedicam à promoção do Olimpismo enquanto filosofia de vida e da paz. A sexta edição do evento decorre, entre 11 e 19 de abril, e aproveitámos um dos últimos momentos de acalmia para conhecer o grande mentor desta iniciativa em Portugal, Gustavo Marcos, olhanense de 31 anos e membro do Conselho Diretivo da Academia Olímpica de Portugal. “Os Jogos de Quelfes surgiram, em 2008, enquanto movimento dedicado à promoção da filosofia do Olimpismo, vocacionado para o 1.º ciclo do Ensino Básico e em articulação com as instituições olímpicas nacionais e internacionais. O objetivo é encarar o Olimpismo enquanto filosofia de vida transversal e objetivando o desenvolvimento do ser humano em todos os quadrantes da sua existência, seja física ou intelectual, na aquisição de competências pessoais e sociais”, explica o advogado de profissão. Já os Jogos de Quelfes enquanto evento desportivo propriamente dito começaram em 2010 com seis escolas do concelho de Olhão e, de ano para ano, têm congregado mais estabelecimentos de ensino de outros concelhos, assumindo-se como um festival desportivo e cultural de índole olímpica, uma verdadeira festa onde todos se encontram. Face às diversas entidades envolvidas, o grande trabalho de Gustavo Marcos é de coordenação e articulação para que tudo corra na perfeição, daí não ser de admirar que, mal termina uma edição, se comece logo a pensar na seguinte. “As atividades disputam-se numa manhã ou numa tarde e, se abarcarmos mais concelhos, o quadro competitivo terá que ser alargado, mas o evento também terá que enriquecer em

termos de propostas culturais”, refere, uma tarefa ainda mais complicada de gerir porque a duração do evento está cingida a uma semana, por decorrer durante o período letivo. “É por isso que o quadro de modalidades tem que ser pré-determinado, pois a nossa intenção não é ter campeonatos exaustivos para se apurar os melhores. É claro que é importante que os jovens saibam o tempo em que realizaram uma corrida ou uma prova de natação, mas numa perspetiva de superação pessoal. É certo que, se não competirmos, a nossa vida torna-se, muitas vezes, supérflua e desinteressante, contudo, nos Jogos de Quelfes, defendemos que a competição seja individual, consigo 17

Gustavo Marcos: (…) É certo que, se não competirmos, a nossa vida torna-se, muitas vezes, supérflua e desinteressante, contudo, nos Jogos de Quelfes, defendemos que a competição seja individual, consigo próprio. A vitória comparativa é sempre subjetiva e efémera (…)


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Gustavo Marcos: (…) Para que houvesse um resultado, em termos sociais, de alteração de comportamentos, era necessária uma ação concertada que envolvesse todos, inclusive o próprio Governo. Neste momento, acaba por pertencer às escolas a tarefa de desenvolver todo este trabalho (…)

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orçamento específico, uma vez que cada autarquia suporta os custos inerentes às atividades que se realizam nos seus concelhos. “Olhão acolhe, por exemplo, a Cerimónia de Abertura e, como tal, custeia toda a logística; Tavira recebe o Andebol; Loulé é o centro da Natação e do Basquetebol; e por aí adiante. Os Jogos de Quelfes funcionam um pouco como a história da sopa de pedra. Começamos sem nada mas se um colocar um naco de carne, outro puser uma couve, outro uma batata, não é tão oneroso como se fosse apenas uma cidade ou um concelho a acolher todas as modalidades”. Ora, se não há um orçamento para o evento, também não há benefícios financeiros para quem está intimamente envolvida com a sua organização, garante Gustavo Marcos, que dedica muitas horas e dias da sua vida apenas pela entrega a uma causa que considera essencial. “Na última sessão da Academia Olímpica de Portugal, um atleta paralímpico disse que o Olimpismo acontecia quando se conseguia fazer algo que, à partida, se pensava ser impossível. É exatamente isso, uma vontade, uma paixão, da pessoa melhorar todos os quadrantes da sua vida de acordo com os valores olímpicos. Claro que vivemos numa sociedade muito mediatizada, mais preocupada com valores mais materialistas, com a obtenção do êxito seja de que forma for”. próprio. A vitória comparativa é Neste contexto, o olhanense não se sempre subjetiva e efémera”, esclarece espanta que, quando se fala em o entrevistado. Olimpismo, se imagine logo os Jogos Com esta filosofia em mente, a opção Olímpicos, atletas de alta competição, de vocacionar os Jogos de Quelfes para estrelas do desporto com ordenados de os alunos do 1.º ciclo faz todo o sentido milhares ou milhões de euros, para para Gustavo Marcos, por ser uma pena sua. “O Olimpismo tem uma idade fulcral para o desenvolvimento de preocupação específica com as qualquer ser humano. “É ali que dificuldades de cada ser humano, com adquirimos as nossas principais as suas limitações, e pretende referências, que aprendemos a ler e alimentar a vontade de as superar e, escrever, a somar e a subtrair. Por ao mesmo tempo, passar a mensagem outro lado, no 1.º ciclo não existe à comunidade de que devemos todos Desporto Escolar e tentamos criar uma unir-nos nessa postura. Temos que abordagem que não a competitiva contribuir, dentro do possível, para a clássica”, sublinha, adiantando promoção do próximo, compreender igualmente que o evento não possui um aquilo que é diferente e ajudar à sua 18


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integração num todo harmonioso, tal como foi defendido por Pierre Coubertin, o pai do Olimpismo moderno e o fundador do Movimento Olímpico, em Paris, em 1894”.

Após uma breve pausa para café, Gustavo Marcos admite que o Olimpismo tem uma carga filosófica muito pesada e sobre a qual já se escreveram inúmeras obras e, como é óbvio, não é isso que se pretende transmitir aos mais novos durante os Jogos de Quelfes. “Optamos por pequenos estímulos. Nas modalidades coletivas como o futebol, basquetebol e andebol, as equipas, antes de começarem as partidas, alinham-se frente a frente e os capitães leem um texto elogioso aos adversários, valorizando e agradecendo o facto de eles estarem ali a ajudarem-nos a jogar melhor. Em todas as provas desportivas há também a recolha das tampinhas de plástico das garrafas de água, para se destinarem a um objetivo humanitário. Nas provas individuais, o propósito dos alunos é superarem as suas marcas pessoais, as que trazem das escolas, e não terminarem em primeiro, segundo ou terceiro lugar na sua série. E, junto às arenas desportivas, há várias lonas com valores fundamentais como «Humildade», «Amizade» ou «Respeito» e, mesmo que não saibam ainda o que isso é, depois perguntam aos pais e professores o seu significado”. Pequenas sementes que são plantadas durante uma semana mas que convém, como tudo na vida, depois ir regando, alimentando, um trabalho hercúleo, confessa o mentor dos Jogos de Quelfes, já que outros estímulos disseminados pelos grandes meios de comunicação social vão, muitas vezes, em sentido contrário. “Para que houvesse um resultado, em termos sociais, de alteração de comportamentos, era necessária uma

ação concertada que envolvesse todos, inclusive o próprio Governo. Neste momento, acaba por pertencer às escolas a tarefa de desenvolver todo este trabalho”, observa Gustavo Marcos, aproveitando a oportunidade para contar que, em termos nacionais, é o Agrupamento de Escolas João da Rosa, em Olhão, quem está mais avançado nesta matéria. Aliás, sem querer puxar a brasa à sua sardinha, lembra que este agrupamento possui as duas melhores escolas públicas do Algarve no que toca a resultados académicos: a de Marim e a da Cavalinha. “O Agrupamento João da Rosa tem mesmo docentes afetos ao ensino do Olimpismo, com componente prática e teórica, ou seja, é a implementação de um modelo desportivo que não assenta na captação dos talentos para, posteriormente, se tornarem atletas profissionais, mas sim numa perspetiva do desporto enquanto dinamizador do tal espírito e vontade, para depois o passar às outras áreas de desenvolvimento humano”, analisa. Olhar o desporto não como um fenómeno compartimentado e um fim a atingir, mas sim como um meio, é o melhor caminho a seguir na opinião de Gustavo Marcos, no qual não se pense apenas no sucesso que esses jovens possam vir a atingir nas 19

diversas modalidades, no seu futuro. “Temos que perguntar o que é que o desporto pode fazer pela melhoria da sociedade em que vivemos, todavia, sabemos que os professores estão sobrecarregados de trabalho e que o Governo pretende que eles sejam burocratas e não pedagogos. Ser professor é, para mim, a profissão mais importante do mundo porque, para sermos qualquer coisa na vida, temos que passar pelos bancos da escola, temos que ser instruídos”, justifica, consciente de que os próprios pais também estão condicionados no desempenho deste papel de formador. “E os governos subsidiam os Comités Olímpicos de acordo com os atletas que têm nos Jogos Olímpicos e não pelo seu papel educativo. Seja como for, e apesar de todas as dificuldades, o objetivo é que os Jogos de Quelfes continuem vivos e à luz do espírito do olimpismo e fazer sempre um bocadinho melhor, mesmo com as nossas limitações. Era isso mesmo que dizia Pierre Coubertin: «a vontade é uma coisa extraordinária: sem ela nada se faz e por ela tudo se consegue», e nós vamos seguir em frente, independentemente dos parcos recursos financeiros ou dos outros obstáculos que nos apareçam pela frente no caminho”.


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Lagos acolheu conferência sobre Migrações

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agos foi o município escolhido para acolher, no final do mês de março, a Conferência «O Diálogo Norte-Sul sobre Migrações», promovida em cooperação com a Divisão de Apoio a Projetos Parlamentares da Assembleia Parlamentar, o Centro Norte-Sul do Conselho da Europa e a Assembleia da República de Portugal. A Conferência, que decorreu no Hotel Vila Galé Lagos, contou com a presença de representantes de várias entidades europeias e internacionais ligadas a esta temática, e dos deputados da

Assembleia da República pelo círculo do Algarve, Miguel Freitas e Artur Rego. Para a mesa de abertura foram convidados Júlio Miranda Calha, Vice-Presidente da Assembleia da República de Portugal, João Faria, Chefe do Setor Político da Representação da Comissão Europeia em Portugal, Maria Joaquina Matos, Presidente da Câmara Municipal de Lagos, Jean-

a descida do número de nascimentos, é hoje o maior problema que o país enfrenta”, referiu a edil lacobrigense. “Estes são grandes problemas e desafios para todos, sobretudo para os governantes, para os políticos eleitos pelos povos europeus, que terão que encontrar caminhos, dentro dos altos valores da Europa das Luzes, a Europa dos Cidadãos, para continuarmos como grande espaço de acolhimento, de diálogo e encontro de povos, de consensos, em resumo, Marie Heydt, Presidente do Centro de paz, no mundo tão Norte-Sul do Conselho da Europa e perigosamente instável como António Braga, Presidente da estamos a viver”, sublinhou ainda Subcomissão de Cooperação com Maria Joaquina Matos. os Países de Origem e de Trânsito Durante estes dois dias foram Não Europeus. “Em Portugal, e abordados durante a conferência também aqui no Algarve, este é temas como «Migrações e um tema que a realidade nos desenvolvimento», «Migrações impõe, sobretudo a emigração, Norte-Sul: que desafios?», que se voltou de novo a sentir com «Integração de migrantes na muita força nos últimos anos e Europa» e «Diáspora: ponte entre o que, com a redução da imigração e Norte e o Sul». 20


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Lagoa Wine Show foi um sucesso

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rganizado pela Câmara Municipal de Lagoa e pela Rota dos Vinhos do Algarve, o primeiro «Lagoa Wine Show» encheu, de 2 a 4 de abril, o Centro de Congressos do Arade de pessoas com vontade de participar neste evento cultural inserido no «Ano do Vinho e da Vinha». Acompanhando o executivo municipal, presidido por Francisco Martins, muito público e jornalistas nacionais e estrangeiros manifestaram o seu interesse e curiosidade em relação aos 125 produtores de vinho, entre os quais 22 da região do Algarve, e assistiram aos espetáculos de Áurea, Ana Moura, Pedro Abrunhosa e a DJ Poppy, artistas que deram cartas e empolgaram os visitantes, dando cor e luz à festa. A inauguração oficial do «Lagoa Wine Show» iniciou-se com uma demonstração equestre, pelo Real Picadeiro. Francisco Martins fez as honras da casa com um discurso virado para a esperança em dias melhores e realizações mais arrojadas, tendo apresentado parte da Comissão do Vinho e da Vinha, que fez nascer este evento. Seguiu-se uma visita exclusiva para convidados e profissionais e

os colóquios de apresentação da Rota dos Vinhos do Algarve e «Reconhecimento, Degustação e Harmonização de Vinhos», com as «provas cegas» de cerca de 200 vinhos em prova, desde espumantes a brancos, rosés, tintos e fortificados. “O vinho faz parte da nossa identidade, faz parte dos lagoenses e tudo aquilo que nós, Câmara, possamos fazer

para promover o nosso concelho, temos que o fazer e, obviamente, da melhor maneira possível, sem nos preocuparmos apenas em vender o produto sol e praia”, explicou o Presidente da Câmara de Lagoa. “Temos de mostrar e dar a conhecer a nossa identidade lá para fora e cá para dentro, vender tudo aquilo que tenha a ver connosco e, neste caso, com a qualidade dos vinhos de Lagoa”, acrescentou o edil, confirmando ainda que Lagoa se vai candidatar a «Capital do Vinho» em 2016. 22


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Lagoa tem 600 mil euros para revitalizar Construção Civil

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onsciente das repercussões económicas e sociais que a crise que se continua a sentir teve no ramo da construção civil, o Município de Lagoa vai levar a cabo um programa de revitalização deste setor, o qual tem como objeto a recuperação e reabilitação de espaços públicos municipais com recurso aos operadores privados sedeados no Município de Lagoa. Neste contexto, e salvaguardando o quadro normativo vigente, designadamente as regras referentes à contratação pública, as medidas aprovadas contemplam duas etapas: num primeiro momento a conceção do projeto feito por arquitetos locais e, num segundo momento, a execução da obra efetuada por empreiteiros com sede no concelho de Lagoa. Os projetos objeto deste programa de revitalização situam-se em Lagoa, Parchal, Calvário e Porches, prevendo-se que os valores em causa atinjam os 600 mil euros, tendo como condicionantes não ultrapassar os 150 mil euros por obra e a impossibilidade do mesmo empreiteiro executar mais do que uma.

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Instrumentos financeiros de apoio ao turismo foram apresentados em Albufeira

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Auditório Municipal de Albufeira acolheu, no dia 7 de abril, a segunda sessão informativa sobre os instrumentos financeiros de apoio a projetos na área do turismo, que o Turismo de Portugal, em parceria com as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) e as Entidades Regionais de Turismo, está a promover numa espécie de road show em vários pontos do país. A iniciativa, que se integra no âmbito do Portugal 2020, tem por objetivo informar os agentes do setor sobre os vários mecanismos de apoio financeiro a que podem aceder com vista ao desenvolvimento, revitalização e qualificação da atividade turística. «O Financiamento da Atividade Turística no Portugal 2020» foi o título escolhido para a sessão, onde foram apresentados os vários instrumentos financeiros disponibilizados às empresas, com especial enfoque para o «Sistema de Incentivos no domínio da Competitividade e Internacionalização das PME», para

O presidente do Turismo de Portugal, João Cotrim

além do «Fundo Revitalizar Sul», as «Novas Linhas de Financiamento no âmbito do Sistema Nacional de Garantia Mútuo» e a «Linha de Apoio à Qualificação da Oferta». Na sua intervenção, o presidente da Câmara Municipal de Albufeira referiu que o Algarve é o principal destino turístico nacional, com Albufeira a liderar no número de dormidas (43 por cento em relação ao total de dormidas na região).

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“As estatísticas confirmam que 2014 foi um ano excelente para o turismo algarvio, que continua, ainda assim, com enorme potencial de crescimento, mas também com grandes debilidades – desemprego, sazonalidade, competição de outros destinos – para as quais as soluções tardam em surgir. O Algarve tem uma dimensão nacional que deve ser convertida em termos de investimento por parte do governo, para que se possam encontrar soluções que conduzam ao melhoramento do nível de vida de quem aqui vive e trabalha. Temos que nos concentrar no potencial que ainda temos para gerar mais riqueza, é imprescindível que nos centremos na ação e que saibamos aproveitar ao máximo o novo Quadro Financeiro, que é um grande desafio para a região”, defendeu Carlos Silva e Sousa. David Santos, presidente da CCDRA e gestor do CRESC Algarve 2020 informou que o programa


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disponibiliza 319 milhões de euros destinados, essencialmente, à inovação e empreendedorismo, eficiência energética, qualificação das empresas, criação de emprego e desenvolvimento da região. “O Portugal 2020 é uma oportunidade única para as empresas recuperarem a sua competitividade”, afirmou. Desidério Silva, presidente do Turismo do Algarve, voltou a frisar que o Algarve é a principal região turística do país, mas que, apesar dos bons resultados alcançados em 2014, se continua a debater com várias fragilidades “Alcançámos três milhões de dormidas em agosto, mas temos apenas 300 mil dormidas durante o mês de fevereiro, ou seja, a sazonalidade continua a ser um problema grave, para além de muitas outras

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preocupações, das quais destaco o pagamento das portagens na Via do Infante”. O presidente da RTA aproveitou a presença do presidente do Turismo de Portugal, João Cotrim, para reiterar a necessidade do Estado investir na região de acordo com o retorno em termos do PIB. “Representamos 40 por cento do turismo nacional, no entanto, o investimento na promoção da marca não ultrapassa os 23 por cento. Isto não faz sentido, o estado tem que aumentar os valores de investimento destinados à região”. Por seu lado, João Cotrim chamou a atenção dos empresários para a necessidade de tomarem consciência de que o Sistema de Financiamento para o Turismo vai para além dos Fundos Comunitários. “A diferença entre

um bom e um mau projeto está na componente soft do Plano de Negócios, na solidificação da sua componente estratégica”, salientou. O presidente do Turismo de Portugal referiu ainda que o «Portugal 2020» tem um nível de exigência superior ao QREN (enfoque nos resultados, prazos mais rígidos, candidaturas bem elaboradas, alinhamento entre os objetivos dos projetos e as estratégias definidas a nível nacional e regional). “É imperativo que os agentes do setor colaborem uns com os outros, que partilhem conhecimento, o que contribui, não só para o reforço da chamada massa crítica, mas também pelas vantagens decorrentes de trabalhar em rede, nomeadamente no que respeita ao melhoramento de resultados”.

Castro Marim homenageou ex-fumadores no Dia Mundial da Saúde

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a data em que se celebra o Dia Mundial da Saúde, 7 de abril, a Câmara Municipal de Castro Marim promoveu um almoço-convívio entre os recentes ex-fumadores, na sequência da campanha antitabágica que promove este ano. “Estamos aqui para homenagear aqueles que tomaram a decisão inteligente de deixar de fumar”, enalteceu o presidente Francisco Amaral perante os 15 exfumadores que aceitaram o repto da autarquia em abraçar uma vida sem tabaco. Depois do almoço, brindado com momentos de música tradicional portuguesa, foram entregues diplomas aos presentes, um gesto que pretende sobretudo assinalar e valorizar a decisão de deixar de fumar, tentando conservar permanente a motivação de todos os envolvidos no processo da desabituação tabágica, o doente, a família e o ciclo de amigos. Por uma vida mais saudável, numa luta contra um dos principais responsáveis pelo aparecimento do cancro, a Câmara Municipal de Castro Marim desenvolveu já várias ações, com

destaque para a campanha «Fumar fica-te a matar» e algumas palestras e conferências sobre os malefícios do tabagismo. “Existem na vida decisões determinantes. Pode ser casar, pode ser ter um filho e é, com certeza, deixar de fumar. É verdade que todos morremos um dia, mas quem deixa de fumar tem a possibilidade de viver mais tempo, com muito mais qualidade de vida e ainda com maior aforro económico”, concluiu o médico e autarca. 25


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Poço Madruga renasceu em S.

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Brás de Alportel

Poço Madruga, no sítio de Parises, foi um dos lugares recentemente requalificados no âmbito do Projeto «Memórias da Terra – da Fonte Velha ao Poço Novo», tendo a cerimónia de inauguração da obra de reabilitação e valorização ambiental tido lugar no dia 7 de abril. São Brás de Alportel continua assim a renovar estes bonitos

sopé de um vale frondoso, no sítio de Parises, em plena zona serrana do concelho, apenas a 18 quilómetros de São Brás. Neste vale frondoso, este poço era em tempos idos a única forma de abastecimento de água da população local residente. O caminho de acesso está pavimentado com lajes de xisto, sinal da importância que era atribuída à estrutura e guarda a memória da antiga ligação à vila de São Brás, recentemente valorizada com a criação de uma ligação pedestre da Via Algarviana. A intervenção desenvolvida ao abrigo do projeto de valorização do património «Memórias da Terra» lugares com história, para manter procurou recuperar o conjunto viva a identidade cultural do poço/fonte, os pavimentos território. circundantes e os muros de pedra, e Escondidos no coração da Serra do incluiu a plantação de espécies Caldeirão há recantos que guardam arbóreas no local. Durante as obras de requalificação foi ainda integrada segredos, escritos em tempos a marcação no início do trajeto de imemoriais, valiosos tesouros, legados pelo passado, e que importa acesso ao poço e remodelado o caminho de pedra, para melhorar as defender e dar a conhecer. O Poço condições de acesso e a usabilidade Madruga é um destes lugares, uma do espaço. pequena fonte de água férrea, no

Bombeiros de S. Brás de Alportel recebem Veículo Urbano de Combate a Incêndios

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m véspera de domingo de Páscoa, dia 4 de abril, a autarquia são-brasense ofereceu à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de São Brás de Alportel um novo Veículo Urbano de Combate a Incêndios, composto por múltiplas valências que visam melhorar o auxílio prestado à população. A cerimónia de entrega oficial da viatura decorreu no exterior do Mercado Municipal e contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal, Vítor Guerreiro, o Vice-Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Rodeia Machado, o representante da Comunidade Intermunicipal 26


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do Algarve, António Eusébio, o Presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros, Acácio Martins, o Comandante do Corpo de Bombeiros, Vítor Martins e ainda o Prior Cunha Duarte, que procedeu à bênção do veículo. A aquisição desta nova viatura resultou de uma candidatura de Reequipamento Estratégico de Proteção Civil do Algarve, promovida pela Comunidade Intermunicipal do Algarve, em colaboração com a Câmara Municipal e Associação dos Bombeiros Voluntários de São Brás de Alportel. Adquirido no âmbito do PO ALGARVE 21, com uma comparticipação financeira de 85 por cento e restante montante financiado pela autarquia sãobrasense, este equipamento, composto de cabina e superestrutura com tanque de agente extintor (com mínimo de 2000L), bomba de serviços de incêndio, carretel, equipamento de extinção, equipamento de sapador, equipamento de salvamento e comunicações, destina-se prioritariamente à intervenção em espaços urbanos, tecnológicos ou industriais, podendo intervir em operações de desencarceramento, de acordo com normas europeias.

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A doação deste novo veículo, no valor de 238.546,20 euros, ao Corpo de Bombeiros Voluntários de São Brás de Alportel representa um dos maiores investimentos da autarquia na qualidade dos serviços de proteção civil prestado à população. Vítor Guerreiro, Presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel encerrou o período de intervenções sublinhando o empenho da autarquia em todo o processo, um esforço compensado com “este meio imprescindível à população, que será certamente uma mais-valia em caso de incêndio ou encarceramento”.

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“Esta é uma ferramenta de trabalho que pode fazer a diferença entre a vida e a morte, e é pela vida que trabalhámos de forma persistente até alcançarmos mais esta conquista em prol do bem-estar da comunidade”, frisou. Seguiu-se uma breve apresentação dos meios que compõem o veículo, bem como um exercício de desencarceramento, executado pela equipa de desencarceramento dos Bombeiros Voluntários de São Brás de Alportel.


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Alunos de Loulé com férias da Páscoa muito preenchidas

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Câmara Municipal de Loulé, através da sua Divisão de Educação, promoveu, pelo segundo ano consecutivo, a atividade de tempos livres «Férias para Todos», de 23 a 27 de março, durante o período de interrupção letiva da Páscoa. Destinada aos alunos do 1.º ciclo das escolas do Concelho, a ação contou com a participação de cerca de 450 crianças e as atividades passaram pela utilização dos equipamentos desportivos e culturais municipais, com a colaboração de várias entidades do Concelho que, juntamente com várias Divisões da Câmara Municipal de Loulé como a Cultura, Desporto, Ambiente, Bibliotecas e Transportes, para além da Associação de Pais do Agrupamento de Escolas D. Dinis, em Quarteira, e do ATL da Casa da Criança, em Alte, contribuíram para o enriquecimento do leque de atividades que foram proporcionadas aos participantes. Desde visitas à GNR, aos Bombeiros Municipais, passando pelo primeiro contacto com algumas modalidades desportivas como o karaté, o hipismo, o golfe, ou o judo através, da presença de técnicos dos clubes nas escolas, os participantes participaram também em atividades de meditação, yoga do riso, ateliers

de música, poesia/cantigas e zumba, entre muitas outras, realizadas durante esta semana nas diversas escolas de concentração das crianças no Concelho, nomeadamente em Almancil, Alte, Boliqueime, Loulé e Quarteira. Num período do ano em que a ocupação dos tempos livres das crianças constitui uma preocupação para as suas famílias, estes alunos tiveram oportunidade de participar numa série de projetos de inegável importância pedagógica e social que visaram proporcionar-lhes novas experiências e fomentar o espírito de

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equipa, contribuindo para o seu desenvolvimento pessoal. Depois de mais este enorme sucesso, a Divisão de Educação da Autarquia irá continuar a desenvolver o projeto «Férias para Todos» e já está a preparar a próxima iniciativa que irá decorrer de 15 de junho a 31 de julho deste ano.


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Bombeiros de Vila do Bispo têm nova viatura ligeira de transporte de passageiros com mobilidade reduzida

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presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo, Adelino Soares, procedeu à entrega, no dia 9 de abril, de uma viatura ligeira de transporte de passageiros com mobilidade reduzida à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila do Bispo, que se fez representar pelo seu presidente, Carlos Costa. A compra deste veículo representa um investimento superior a 36.769,82 euros, montante este que será comparticipado em 75 por cento por fundos comunitários, garantindo o Município os restantes 25 por cento. A aquisição desta viatura por parte da autarquia insere-se no âmbito de uma candidatura efetuada ao duas entidades assinaram, no passado dia 19 de PRODER, à medida 3.2.2 – Serviços Básicos para a março, um protocolo onde se definem os termos e População Rural, para a «Aquisição de Viaturas». condições que regulam a relação de colaboração. Recorde-se que, tendo em vista utilização desta viatura de transporte de passageiros com mobilidade reduzida por parte dos Bombeiros Voluntários, as

Luís Gomes participou em seminário sobre cooperação com os países de Leste caminhos a traçar no futuro da cooperação com os países de Leste. A participação do autarca integra-se no seu trabalho desenvolvido enquanto membro da Comissão de Cidadania, Governação e Assuntos Institucionais e Externos (Civex) do Comité das Regiões da União Europeia. Do painel de oradores fazem parte personalidades como o Cônsul Geral da República da Polónia, o presidente da União das Comunidades da Arménia ou o embaixador da Moldávia na Polónia. A escolha de Elbląg para o seminário não foi ocasional, uma vez que esta é uma das maiores cidades da região e está localizada a apenas 90 quilómetros da fronteira UE-Rússia. A proximidade de Kaliningrado e a situação geopolítica complexa na presidente da Câmara Municipal de Vila Europa indicam que as relações com a Rússia são de Real de Santo António, Luís Gomes, particular interesse para a região. Entretanto, em participou no seminário internacional «A maio vai decorrer a quarta Cimeira da Parceria dimensão regional da cooperação europeia com os Oriental, em Riga, mais uma ocasião para rever países vizinhos do Leste». A sessão, que tem lugar em formalmente a implementação da Declaração de Elbląg, Polónia, dedica um importante espaço de Vilnius, que sublinhou o papel da democracia local, debate à questão das relações entre a União das autoridades locais e regionais e dos acordos de Europeia e a Rússia, colocando em análise os associação celebrados até ao momento.

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