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HUGO ALVES O mentor da Orquestra de Jazz do Algarve

JUST - Uma barbearia vintage Krav Maga cresce no Algarve ALGARVE INFORMATIVO #42 1


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SUMÁRIO 6 Mulder e Scully estão de regresso… E as rotundas também!

8- Barbearia Just

Opinião Daniel Pina

8 Uma barbearia à moda antiga… mas moderna Sociedade

14 Deixa Estar! Opinião Paulo Cunha

16 Bom mandato, Senhor Presidente ! Opinião José Graça

18 Cidade. Memórias. Tesouros. Viagens… Opinião Dália Paulo

20 Públicos da cultura: percepções e práticas Opinião Paulo Pires

22 Orquestra de Jazz do Algarve Cultura

30 Krav Maga cresce no Algarve Desporto

36 Atualidade

22- Orquestra de Jazz do Algarve

52 Sugestões

30 - Krav Maga ALGARVE INFORMATIVO #42

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OPINIÃO MULDER E SCULLY ESTÃO DE REGRESSO… E AS ROTUNDAS TAMBÉM! DANIEL PINA Diretor

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epois do regresso da saga Guerra das Estrelas, eis que janeiro ficou marcado por mais um renascer das cinzas, desta vez Fox Mulder e Dana Scully, os carismáticos agentes do FBI que, lá pelos anos 90, andavam de olhos postos nos céus à caça de OVNIS e de outros fenómenos paranormais. Depois da série da FOX ter terminado ao fim de nove temporadas, e ter dado origem a dois filmes de sucesso mediano no grande ecrã, os ilustres gurus da televisão norte-americana decidiram recuperar a dupla de investigadores de tudo o que é estranho e cheira a teorias de conspiração.

Resta esperar para ver como Mulder e Scully lidam com a pressão.

Confesso que sou um ávido consumidor de séries de televisão, mas a 10ª temporada dos Ficheiros Secretos fica para ver para daqui a uns meses, prefiro ver os episódios logo todos de rajada do que esperar pacientemente uma semana para dar seguimento à história. Por isso, ainda não me posso prenunciar sobre o enredo ou a qualidade da nova temporada, mas uma certeza há, o grau de exigência é muito maior do que quando os X-Files foram primeiro para o ar em 1993, e ainda maior do que quando, supostamente, chegaram ao fim, em 2002. É que a última década foi marcada por excelentes séries de ficção científica, do sobrenatural e paranormal, de conspirações governamentais e por aí afim.

Lembro-me de uma época em que a EN125 estava cheia de rotundas. Depois, algum especialista em segurança rodoviária ou ordenamento paisagístico decidiu que as rotundas eram perigosas, ou inestéticas, ou antiquadas, e toca a destruir rotundas, colocando em seu lugar semáforos, radares e controladores de velocidade. Gastou-se uma pipa de massa nas obras, foi um transtorno para os condutores, mas pronto, há que acatar as decisões que chegam lá de cima.

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De regresso estão, igualmente, as rotundas. É verdade, a EN 125 parece ter sido atacada, nas últimas semanas, por um vírus desenfreado de rotundas. Não sei se é a tão propagandeada requalificação da principal artéria do Algarve ou se apenas o retomar de modas antigas, mas o certo é que parece que estamos em pleno agosto, com tantas filas de trânsito geradas pelas obras. E mais uma vez se confirma o que os historiadores dizem insistentemente, que tudo funciona por ciclos.

Anos mais tarde chegaram à conclusão que, afinal, as rotundas faziam falta para impedir que os condutores pisassem com demasiada força no acelerador, que eram fundamentais em determinados pontos da 6


EN125 para facilitar a entrada e saída de viaturas de outras estradas ou de grandes superfícies comerciais. Gastou-se mais uma pipa de massa, foi outro transtorno para os condutores, mas lá se fizeram as obras. Até que alguém se lembrou de voltar atrás no pensamento e, com isso, lá se foram à vida algumas rotundas. No meio destas mudanças de estado de alma, e como se abateu a crise financeira, houve concelhos que se atrasaram a seguir estas modas e ficaram ali encravados a meio caminho, o que é bom porque, agora, até parece que estão mais adiantados do que os vizinhos nas novas obras de requalificação. E, como se adivinha, andam as pessoas todos os dias a rogar pragas a quem meteu na cabeça fazer tantas obras ao mesmo tempo, e a curtas distâncias umas das outras, na EN125.

fazem obras, é porque são incompetentes ou andam a gastar o dinheiro dos impostos em festas, jantares e fogos-de-artifício. Se fazem obras, é porque se aproximam eleições e andam à caça dos votos. Quando as eleições ainda vão longe, lá batem palmas mas, claro, afirmam logo que havia outras obras mais importantes para se fazer, ou seja, o dinheiro nunca é bem gasto. Pior do que isso, na maior parte das vezes, as pessoas nem se preocupam em saber se determinadas obras são da responsabilidade do poder local, via câmaras municipais e juntas de freguesia, ou do poder central, nesta caso das «Estradas de Portugal». Os coitados dos presidentes de câmara ou de junta é que levam sempre nas orelhas, e depois ainda se queixam os eleitores de serem sempre os mesmos a candidatarem-se aos cargos públicos.

Mas o português, como bom fadista que é, nunca está contente e queixa-se sempre de tudo. Se os presidentes de câmara não

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SOCIEDADE

UMA BARBEARIA À MODA ANTIGA… MAS MODERNA O vintage é, de facto, uma das palavras, ou conceitos, mais em voga no século XXI. De repente, o revivalismo está na ordem do dia, o retomar de velhas tradições, o recuperar de modas antigas, de estilos musicais, de tendências, até de rotinas básicas do dia-a-dia. Este fenómeno chega agora também às barbearias, que perderam o seu espaço no final do século transato para os salões de cabeleireiros unissexos mas estão a querer ressurgir, como verificamos numa visita à Barbearia JUST de Arménio Pereira, em plena rotunda da Guia, na Estrada Nacional 125. Texto e Fotografia Daniel Pina ALGARVE INFORMATIVO #42

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ascido e criado em Lisboa no último quarto do século passado, desde novo me habituei a ir cortar o cabelo ao barbeiro tradicional, àquele espaço com um, dois, três ou quatro senhores, normalmente de meia-idade, com as suas batinas verdes ou azuis, as cadeiras giratórias de ferro, a rádio a passar música antiga, o som das máquinas, o corte das navalhas, o pó de talco no final do corte, que era mais ou menos sempre igual. Naquele tempo parecia estranho um miúdo, depois rapaz, mais tarde homem de barba feita, ir a um salão de cabeleireira, esse estava reservado às senhoras que iam fazer as suas

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permanentes, tratar das unhas, pôr a conversa em dia com as comadres. Depois, apareceram os cabeleireiros unissexo, os homens começaram a querer penteados mais modernos e demorados de fazer. Eram as unhas para tratar, as sobrancelhas para aparar, as patilhas da moda para arranjar ao milímetro, e os barbeiros foram caindo em desuso, quase uma espécie em vias de extinção. Os senhores de meia-idade foram envelhecendo, os rapazes da nova geração já não queriam ser barbeiros, nem sequer cabeleireiros, mas sim hair styllers, verdadeiros estilistas de moda, não de

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roupa, mas de penteados. Mas, nalguma rua mais escondida e menos movimentada, ainda se conseguia encontrar um barbeiro ou outro, com os seus clientes fiéis a comentar os jogos de futebol do fim-de-semana enquanto cortavam o cabelo ou faziam a barba.

workshop numa das barbearias mais famosas da Europa dentro deste conceito”, indica, poucos minutos depois de ter aberto a porta do espaço, mesmo junto à rotunda da Guia, na Estrada Nacional 125.

Foi, por isso, uma agradável surpresa quando comecei a ver várias fotografias de malta nova a mostrar com orgulho os seus cortes de cabelo e barbas aparadas realizados na Barbearia Just, na Guia, e bastou um simples telefonema para combinar uma conversa com o proprietário do estabelecimento, Arménio Pereira, natural de Santana da Serra, concelho de Ourique, há 12 anos a residir no Algarve. Curiosamente, o alentejano de 31 anos rumou ao sul para trabalhar no ramo da segurança, mas tinha duas ou três dezenas de amigos que faziam questão de ir a sua casa para cortar o cabelo. “Como estava farto da noite, decidi abrir uma barbearia old school, vintage, à moda antiga. Tirei umas formações em Lisboa e vou agora à Holanda frequentar um

Inaugurado em novembro de 2015, toda a decoração é da responsabilidade de Arménio Pereira e a ideia foi desde logo fazer a ponte entre o moderno e o clássico, mas houve material mais difícil de arranjar do que outro, revela o empresário. “As cadeiras giratórias são o mais complicado de adquirir, porque não há muitas no mercado e as que se encontram são bastante caras. Também não há fornecedores no Algarve que vendam material para barbearias de homens, só para cabeleireiros e salões de estética, tive que mandar vir tudo de Espanha”, conta. Apesar dessas dificuldades iniciais, Arménio Pereira acredita que as barbearias

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da especialidade ou dos tais workshops que frequenta pontualmente. “Temos que estar sempre a par das tendências e das novas técnicas, mas os clientes é que mandam. Podemos dar a nossa opinião, mas eles é que decidem e os cortes dos anos 20 à década de 50 ainda não estão muito na onda no Algarve. A barba aparada e os bigodes arranjadinhos já são muito procurados, penteados à rockabilly nem por isso, ao contrário do que se vê em Lisboa, com aqueles visuais à Elvis Presley”, nota, confortavelmente encostado no sofá, enquanto não chegava a primeira marcação do dia.

vão regressar em força, principalmente porque muitos homens estão a aderir às barbas tratadas e aparadas e os salões de cabeleireiros não estão preparados para esta nova tendência. “Mesmo os unissexo especializaram-se nas mulheres e nos cortes normais e, a nível de navalhas e barba, ou não querem, ou não sabem como responder aos desejos dos clientes. Para além disso, não é tão rentável estar a perder tempo com uma barba em detrimento dos cortes de cabelo”, observa, negando que numa barbearia só se façam cortes à máquina para despachar o assunto em 10 minutos. “Tenho clientes com mais idade que só querem cortes clássicos à tesoura, mas os mais jovens procuram cortes mais arrojados ou com degradés. As cabeleireiras não evoluíram tanto nesse campo, porque é algo que obriga a bastante pesquisa”, sublinha o alentejano.

Cortar o cabelo e conviver A Barbearia JUST dá logo nas vistas pela seu letreiro em madeira antiga na fachada, pelo balcão à entrada, a pintura moderna, as cadeiras a lembrar outros tempos, a música ambiente, a máquina de café junto ao sofá a convidar a dois dedos de conversa enquanto se espera a nossa vez. Um amigo traz outro, dos 8 aos 80 anos, as opiniões de Arménio Pereira são bem aceites, as fotos ajudam a convencer os mais resistentes a mudarem de visual e o certo é que regressam. Cuidados que já não se limitam apenas ao cabelo, barba e bigode, mas também aos pormenores das sobrancelhas e das patilhas. “Os homens

E como cortar o cabelo em casa aos amigos é uma coisa e lidar com clientes num estabelecimento profissional é outra, Arménio Pereira não descura a vertente da formação, seja através da internet, de livros

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estão cada vez mais metro, já não apanhamos apenas com aqueles machos à moda antiga que gostam de fazer a barba à navalha e de cortar o cabelo à máquina. Uma barbearia deste género consegue lidar bem com as duas situações, mas conquistar clientes não é fácil porque as pessoas estão habituadas a ir sempre aos mesmos sítios”, indica. Para combater esse cenário, Arménio Pereira estudou bem a localização do estabelecimento e deu um cuidado especial à fachada e à decoração, mas a própria imagem do proprietário é importante, garante. E, de facto, temos pela frente um homem todo aprumado, de colete e gravata, o casaco do fato pendurado no bengaleiro, nada de batas antiquadas e estandardizadas. Aliás, quando chegámos à JUST, ainda ficamos na dúvida se se tratava do barbeiro ou de um cliente. “Depois, é promover bastante com eventos diferentes do normal. Tenho música ambiente para criar um espaço de convívio, o dia 6 de fevereiro vai ser especialmente dedicado às Harley Davidsons, em março vou ter cantos alentejanos e organizar um passeio a cavalo. As redes sociais são fundamentais para se mostrar imagens dos clientes sorridentes com os seus cortes e criei parcerias com algumas entidades”, frisa.

negócio, mas quero que isto se torne também um ponto de encontro de amigos. E acaba por ser boa publicidade quem passa na rua ver o espaço sempre cheio de movimento”, aponta o entrevistado. Um negócio que não é fácil, as margens não são grandes, o investimento inicial ainda é significativo, mas Arménio Pereira não se arrepende de ter dado este passo. “Certezas não há em nenhum ramo de atividade, mas não me posso queixar, está a ser uma aposta ganha. Os encargos são elevados mas estou a fazer aquilo que gosto, consigo ter uma rotina normal e mais tempo para a família. Claro que é preciso cortar muito cabelo para cobrir as despesas, mas o objetivo é, se tudo correr bem, abrir outra barbearia no Alentejo ou arranjar uma carrinha ambulante” .

Ao fim de três meses de atividade, esta receita de clássico/moderno tem dado bons resultados e, como Arménio Pereira é uma pessoa que gosta bastante de falar, depressa se geram ambientes descontraídos e onde alguns clientes aparecem simplesmente para beber um café e conversar depois do almoço ou ao final da tarde. “É outra vantagem das barbearias porque um homem sente-se mais confortável para falar de tudo e mais alguma coisa com outro homem. Num cabeleireiro, com mulheres a atenderem-nos, é mais difícil perder-se a inibição. Cortar o cabelo é o meu

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OPINIÃO DEIXA ESTAR! PAULO CUNHA

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egando na frase “Laissez faire, laissez aller, laissez passer” (deixai fazer, deixai ir, deixai passar), usada sobretudo por quem defende o liberalismo económico, é fácil extrapolar o seu primeiro sentido para o que hoje se passa nas escolhas que metade da população portuguesa faz para a sua vida. Não o fazendo na maioria - com tal intuito, a demissão que um em cada dois portugueses coloca nas escolhas cruciais para o seu destino acaba por ter o mesmo efeito, deixando a vida correr o curso idealizado por quem já a destinou. Começando em contexto familiar, transportado para o universo escolar e, mais tarde, devidamente cristalizado nas relações socioprofissionais e comportamentos cívicos, esta forma displicente, desprendida e amorfa como muitos dos seres com que privamos encaram a vida, faz-me pensar que tal atitude é terreno fértil para a manietação e absoluto controlo por parte de gente menos séria e escrupulosa. “Porque sim!”, logo seguida de “Deixa estar!...”, são frases-bordão impensadas que muitas vezes (demasiadas) ouvimos como resposta ao porquê de determinadas atitudes e, ao mesmo tempo, justificar a incompreensão, demissão, omissão e negação perante a assunção de uma posição perante assuntos e matérias nucleares e fundamentais para a vida de todos nós. Tendo tido a honra e o privilégio de privar com cidadãos portugueses que deram tanto de si e dos seus para que a democracia fosse hoje uma realidade, custa-me constatar que cerca de metade da população portuguesa não exerça um dos direitos mais nobres, importantes e consequentes consagrados na Constituição Portuguesa: o direito ao voto. Não sendo

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obrigatório, muitos deixaram de o encarar como um dever cívico enquanto decisores políticos, sociais e morais, motivando assim um progressivo alheamento e demissão em relação à causa pública. Escalpelizadas, esmiuçadas e debatidas por sociólogos, politólogos e comentadores, as razões são por de mais evidentes. Todos os que abdicam de escolher, passando ao seu congénere a “procuração” de decidir por si terão, por certo, uma razão para o fazer… Mas será que a ponderaram e maturaram suficientemente para que mais tarde não venham a ser confrontados com as consequências de tal decisão, quando derem conta que estão a criticar as escolhas dos outros? Aceito e concordo com a legitimidade da abstenção enquanto tomada de posição perante o progressivo descrédito que a política partidária tem vindo a merecer por parte dos cidadãos mais esclarecidos. É, sem qualquer margem para dúvida, uma atitude mais coerente do que votar no mal menor, pois “Mal por mal, o mal já está feito… e não é para repetir!”. Mas o que dizer de todos aqueles que, como eu, sentem que a história se constrói com a soma das “cruzinhas” que fazemos no boletim da história? Não será já altura de todos os que sabem a razão pela qual não votam, de fazer algo a título pessoal e/ou coletivo para que os verdadeiros independentes das “tricas, trocas e baldrocas” partidárias coloquem outra vez os portugueses a gostar de si? Sim! Gostar de nós passa por depositar a nossa confiança em quem a merece… e porque o futuro não se delega, construamo-lo com a participação de todos! .

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OPINIÃO BOM MANDATO, SENHOR PRESIDENTE! JOSÉ GRAÇA Membro do Secretariado Regional do PS-Algarve

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inscritos, sendo que o Presidente eleito obteve 76.560 votos (47,62%) vencendo em quase todas as freguesias dos dezasseis concelhos. Perdão, a nossa aldeia gaulesa fica em Vila do Bispo e chama-se Barão de São Miguel, onde dois votos fizeram a diferença. Poderá tratar-se de um caso de estudo da Ciência Política e, se fosse eu, seria uma missão prioritária do próximo Chefe da Casa Civil da Presidência! Fora de brincadeiras, tratemos deste assunto com a seriedade que merece. Cabe ao Governo aproveitar este período de acalmia eleitoral e, até às Autárquicas de 2017, promover uma atualização dos cadernos eleitorais, erradicar os eleitores fantasmas e redefinir a distribuição dos mandatos, que respeite a distribuição da população e garanta a representatividade territorial. A promoção da educação cívica nas escolas e da participação política dos cidadãos são fundamentais, mas não há Democracia que resista por muito tempo com níveis de abstenção inflacionados por listagens com 9.725.321 inscritos. Com os partidos alheados destas eleições, uns dispensados e outros divididos, a campanha correu morna ao sabor de alguns bitáites mais ou menos engraçaditos, com alguma demagogia e muito populismo sobre certos temas, demonstrando à saciedade um desconhecimento generalizado sobre o nossa história política recente, cada vez mais marcada pelo imediatismo das redes sociais e pela ausência de escrúpulos de muitos intervenientes no espaço público. Depois de prometer afeto e proximidade, esperamos que o novo Presidente possa dar um contributo sério para a higienização e simplificação da atividade política, fazendo esquecer divisões velhas de décadas e seja o primeiro a garantir a independência nacional, a unidade do Estado e o regular funcionamento das instituições democráticas, ou seja, que cumpra e faça cumprir a Constituição! .

o fim de trinta anos, o Algarve vai perder a sua representação no Palácio de Belém, calhandonos no último domingo um Presidente da República que, por vontade dos algarvios, teria que submeter-se a uma segunda volta eleitoral… Apesar da sua paixão pela terrinha da avó Joaquina, é certo que o Presidente eleito não morre de amores pelo denominado País real, preferindo claramente o contacto com o povo através da sua cátedra universitária, das sabatinas matinais na TSF com avaliações demolidoras ou das conversas em família no recato da TVI nos últimos anos, sempre sem contraditório e com muita intriga pelo meio. Recordamos estes pormenores, porque depois de secar o seu campo político, deixou os adversários a falar entre eles e atravessou o território beijocando velhinhas, servindo pastelinhos e penteando cabeleireiras. Foi a campanha que merecemos e será o Presidente que entendermos! Sim, esqueçam o comentador e o político que conheciam, chegado a Belém vai mostrar-nos como dominou as audiências televisivas na última década, adaptando-se camaleonicamente às necessidades do mercado e às expetativas do público eleitor. Adversário feroz da regionalização, poderá ser o primeiro defensor das medidas de simplificação administrativa e de descentralização política anunciadas esta semana por António Costa, que jurou-lhe lealdade institucional e amor (quase) eterno, pois sabe que o seu papel poderá ser determinante no atual contexto parlamentar… Foi a campanha que merecemos, com debates para prazer da maioria e desgosto de Cândido Ferreira e de Luís Montenegro, o primeiro porque queria mais e o segundo porque achou muito, alegando até que não tinham servido para esclarecer o eleitorado, preferindo talvez que não houvesse nenhum ou apenas entre este ou aquele dos dez candidatos. Estiveram bem a rádio e a televisão públicas que reuniram todos e proporcionaram verdadeiras sessões de esclarecimento, embora deixasse que a atualidade política se sobrepusesse às funções presidenciais e às propostas de cada qual. No caso do Algarve, mais uma vez venceu a abstenção, indo às urnas apenas 166.669 dos 371.330 eleitores

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NOTA – Poderá consultar os artigos anteriores sobre estas e outras matérias no meu blogue (www.terradosol.blogspot.com) ou na página www.facebook.com/josegraca1966.

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OPINIÃO CIDADE. MEMÓRIAS. TESOUROS. VIAGENS… DÁLIA PAULO Diretora do Museu Municipal de Loulé

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m cofre (mágico, acrescento eu!) que viaja entre Loulé, Paris e Tóquio é o ponto de partida que Fernando Pinheiro nos fornece para refletirmos sobre a cidade, as suas transformações e como a queremos pensar, desenhar e que relações queremos criar, relações entre pessoas e com o espaço. Tarefa hercúlea! Cofre. Primeira pergunta: o que coloco no cofre? Ideias, pessoas, memórias, futuro? Será possível guardar o futuro? Para que quero o cofre? Para o abrir de tempos a tempos; para ir retirando os ingredientes com que desenho a cidade; para ter os “planos” de ação… ou simplesmente porque o cofre nos remete para a ideia de riqueza, que aqui se quer intelectual (massa critica), de pensamento estratégico, um pensamento que, hoje, se impõe que seja universal mas que atue localmente. Este cofre e estas três cidades – Loulé, Paris e Tóquio – fazem-me lembrar o alerta de Ítalo Calvino nas Cidades Invisíveis relativo a Fedora: “Em todas as épocas alguém, vendo Fedora tal como era, imaginara o modo de fazer dela a cidade ideal, mas enquanto construía o seu modelo em miniatura já Fedora não era a mesma de antes, e o que até ontem havia sido um seu possível futuro agora era apenas um brinquedo dentro de uma esfera de vidro.” Um alerta para todos os que fazem a cidade, como tarefa diária, urgente e atuante, sendo os trabalhos prospetivos importantes, disruptivos, desde que carreguem o tal “tesouro” que cria a(s) cidade(s) de hoje e de amanhã. Viagem de um cofre solitário. Quem é este viajante solitário? será o viajante solitário definido por Marc Augé no livro Não-lugares, Introdução a uma Antropologia da Sobremodernidade:“Não é surpreendente portanto que seja entre os «viajantes» solitários do século passado, não entre os viajantes

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profissionais ou os cientistas, mas os viajantes por humor, pretexto ou ocasião que estamos em condições de redescobrir a evocação profética de espaços onde nem a identidade, nem a relação, nem a história fazem verdadeiramente sentido, em que a solidão se experimenta como superação ou esvaziamento da individualidade, em que só o movimento das imagens deixa entrever por instantes àquele que as vê fugir e que as olha a hipótese de um passado e a possibilidade de um futuro.” Dir-me-ão que Loulé, Paris e Tóquio têm identidade, relação e história. É verdade. Mas não continuarão os espaços com estas três características a ter nos viajantes solitários um papel fundamental na (des)construção da pólis? Eu acredito que sim. Carregará, por oposição ao atrás descrito, este cofre a história dos lugares? Um cofre que servirá como memória dos lugares? Para construir um futuro alicerçado, para construir um futuro feliz? Isto levanos à questão da seleção do que se colocou no cofre, das escolhas e dos recortes e, ao mesmo tempo, quem selecionou esta(s) narrativa(s) para o cofre e não outras. As memórias, como sabemos, são construções sociais, de um determinado individuo e/ou sociedade, num determinado contexto e num lugar. Que tempo é o deste cofre? Volto a Augé, para quem a “relação com a história que assombra as nossas paisagens talvez esteja em vias de se estetizar e, simultaneamente, de se dessocializar e de se artificializar”; verdadeiro perigo na construção contemporânea dos lugares; lugares sem memória, logo lugares sem “tesouros”. Loulé, Paris e Tóquio têm algo em comum: um cofre. Um cofre, o viajante solitário, que permitirá criar tensões, criar metamorfoses e criar novas formas de ver e desenhar estas cidades… um “pequeno” ovni que reúne, distribui (para quem tiver a chave), aproxima e cria valor “o tesouro”, não será isto o que todos os gestores de cidade sonham? .

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OPINIÃO PÚBLICOS DA CULTURA: PERCEPÇÕES E PRÁTICAS PAULO PIRES Programador Cultural

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uando se pensa nos diversos perfis de público que participam em actividades culturais emergem com recorrência algumas tendências (mais expressivas ou minoritárias, conforme os casos) que traduzem expectativas, percepções e reacções particulares perante a criação artística e a oferta cultural em geral. Elencam-se algumas que também tocam na questão da formação/adesão de públicos: 1/ Um evento é considerado, a priori, bom/útil/valorizável por um indivíduo se encaixar no seu gosto pessoal – visão-hábito para a qual podem concorrer várias razões: uma certa incapacidade, “altivez”, preconceito de género/área (artísticos), falta de abertura e/ou de conhecimento para se reconhecer que uma proposta pode ter um dado nível de qualidade (relativa, quando enquadrada no seu universo, estilo e linguagem próprios) apesar de não ir ao encontro de um gosto estético, visão ideológica e nível de exigência específicos; 2/ Por comodismo, alheamento ou falta de curiosidade intrínseca (pensando-se aqui no plano psicossocial, ao nível da personalidade individual e não apenas da educação adquirida) e/ou por ineficácia dos promotores de eventos em envolver e mediar de uma forma atractiva, o facto de certo público não dar uma oportunidade a si mesmo de “arriscar”, de sair da sua caixa e de contactar com algo que ainda não conhece, “deixando-se ficar” e impossibilitando-o de adquirir uma maior abertura de horizonte e de potencial alargamento do gosto. Esta tendência agudiza-se mais em períodos de crise económica para este perfil de público, pois aí também influi a questão da sua menor disponibilidade financeira para a fruição de uma proposta cultural fora da sua esfera de gosto; 3/ Três visões interligadas: o público ter de descodificar e compreender, de uma forma mais ou menos imediata e fácil, a mensagem veiculada por uma criação para que possa gostar e valorizá-la; a estrutura formal da criação obedecer de alguma maneira a uma visão “clássica” e “arrumada”, bem definida; e o conteúdo, abordagem e desfecho da criação serem dominados, preferencialmente, por uma tonalidade

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agradável, positiva, luminosa, sem recurso a perspectivas e densidades mais obscuras, subterrâneas e instáveis, deixando sim o destinatário confortável, feliz, relaxado, “consolado” – “pois já bastam os problemas da vida”, como se ouve por vezes à saída de certos eventos, sobretudo ligados ao teatro e dança contemporânea. Estes “chips mentais” esquecem que a recepção cultural tem o seu tempo e ritmo próprios e variáveis (em função da complexidade da mensagem e das suas camadas de sentido/subtextos), que a linguagem contemporânea aposta, muitas vezes, em abordagens experimentais de maior ou menor espectro e ousadia que extravasam a tradicional linearidade e que, acima de tudo, uma das funções primordiais da arte é (mesmo que não só) provocar inquietação, incomodar (não gratuitamente), transmitir uma tantas vezes inesperada verdade que fica a fervilhar dentro de nós (que nem poderosa máquina de espreitar para o nosso interior), não compreender melhor, desconstruir e questionar o garantido, o expectável, o óbvio; 4/ A visível “estranheza” que a área da dança contemporânea ainda causa numa franja assinalável de mentes, devido a uma acentuada ausência de trabalho de formação de públicos (educação artística e mediação) relativamente às novas abordagens coreográficas e seus férteis diálogos interdisciplinares (com o teatro, música, performance, etc.), o qual os dote de códigos e chaves de leitura nesse campo. Daí que criar atractividade em torno deste universo seja, porventura, um dos grandes desafios actuais em termos de captação e envolvimento de públicos. Raimund Hoghe, dramaturgo de Pina Bausch entre 1980 e 1990, dizia que durante inúmeros anos escrevera com palavras, e que o corpo atrás delas era invisível, e que agora podia escrever com o corpo, pois não há diferenças. Porém, a ideia de “dançar primeiro e pensar depois”, feita de instinto e movimento (como diria Vera Mantero), ainda parece um corpo estranho para muitos. Mas o intemporal Pessoa sabia do que falava quando em 1929 criou o slogan publicitário (curiosamente censurado) “Primeiro estranha-se, depois entranha-se” para a introdução da Coca-Cola em Portugal, o que, porém, só aconteceria em 1974. Dancemos no mundo… . 20


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CULTURA

ORQUESTRA DE JAZZ DO ALGARVE Um excelente cartão-de-visita da oferta cultural da região A Orquestra de Jazz do Algarve iniciou 2016 com dois concertos de Ano Novo em Lagoa e Lagos, naquela que promete ser uma agenda bastante preenchida de atuações um pouco por toda a região. Com residência no concelho de Lagoa e repertórios para todas as ocasiões e públicos, o grupo fundado e liderado pelo conceituado trompetista Hugo Alves é uma das principais referências do panorama cultural algarvio, numa altura em que, infelizmente, a diferença entre conjuntos profissionais e agrupamentos amadores nem sempre é percetível pelos portugueses e, pior do que isso, pelos organizadores de eventos e programadores culturais. Entrevista: Daniel Pina ALGARVE INFORMATIVO #42

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daí, vão crescendo nos ensaios e nas ações educativas que desenvolvemos regularmente, incluindo a EJMMA Escola de Jazz e Música moderna do Algarve, também sediada em Lagoa”, atesta o entrevistado.

epois dos concertos dos dias 23 e 30 de janeiro, respetivamente em Lagos e Lagoa, Hugo Alves prepara-se para mais um ano de grande atividade à frente da Orquestra de Jazz do Algarve, com a satisfação de 2015 ter sido um ano bastante positivo, mas com a forte convicção de que projetos desta natureza precisam de ser apoiados e acarinhados pelas instâncias superiores, nomeadamente pelas entidades que gerem a cultura nacional. No caso deste projeto em concreto, o trompetista e maestro garante que é viável muito graças à residência artística concedida pela Câmara Municipal de Lagoa, o que lhe permite ter uma raiz sólida para prosseguir os objetivos e estratégias definidos. “O Município de Lagoa apoia-nos com uma estrutura logística e financeira e isso permite que possamos trabalhar todos os dias para desenvolver os vários repertórios. Depois, temos apoios a nível central, nomeadamente do Ministério da Cultura”, indica, em início de conversa.

Uma partilha de experiências em ambiente real entre elementos que são profissionais na verdadeira aceção da palavra, ou seja, que vivem somente da música, e outros que têm uma qualidade irrepreensível mas não são músicos a tempo inteiro. A situação não causou, no entanto, entraves à criação de uma orquestra que nunca pretendeu ser sinfónica, tendo-se vocacionado, desde o arranque, para a vertente do jazz. “São estruturas completamente diferentes e sempre trabalhei na área do jazz, o que não quer dizer que, pontualmente, não seja convidado para ser solista em programas da área «clássica» como George Gershwin ou coisas semelhantes. No início do século XX houve alguns pontos em que a música dita clássica se cruzou ligeiramente com o jazz, mas são corridas distintas”, enfatiza Hugo Alves, que tem diversos discos gravados a solo e com outras bandas.

Recuando ao passado, Hugo Alves lembrase de uma época em que a hotelaria algarvia dava primazia a ter grupos musicais residentes, desde quartetos e quintetos a verdadeiras orquestras de cariz profissional, um cenário que, como se sabe, foi-se alterando drasticamente à medida que os anos foram avançando. Em 2004, o lacobrigense estava a produzir um festival de jazz na sua cidade natal, evento que englobava workshops de onde saíram, por assim dizer, a primeira fornada de elementos da Orquestra de Jazz do Algarve. “A Autarquia de Lagos achou a ideia bastante interessante e apoiou a fundação da orquestra. Ainda hoje, um dos nossos grandes pilares é a formação. Aceitamos praticamente qualquer músico que tenha condições mínimas de execução e, a partir

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Mais séria fica a conversa quando se aborda o tema dos apoios, com Hugo Alves a destacar prontamente a qualidade da equipa que dirige a Orquestra de Jazz do Algarve e do trabalho por ela realizado. Apesar disso, lamenta que nem todas as autarquias da região estejam ao lado deste projeto, quando apenas existem duas orquestras em Portugal que são apoiadas pelo poder central. “Nós somos uma delas, o que quer dizer alguma coisa. Para além disso, somos um excelente cartão-devisita para apresentar aos turistas que 24


programadores é que são essenciais, haver teatros ou auditórios tornou-se quase secundário”, dispara, preferindo nem se pronunciar sobre outra célebre frase, a de que «santos de casa não fazem milagres». “Estão-se a criar alguns programadores a partir do nada, às vezes não percebo qual é a experiência que os conduz a esses cargos. Repare que isto não é verdade em todos os sítios, mas em alguns é”.

nos visitam, normalmente ficam surpreendidos por encontrarem uma orquestra desta natureza no Algarve. Por vezes, em três ou quatro concertos que damos no mesmo mês, apresentamos três ou quatro repertórios diferentes e com solistas ou cantores convidados. Penso que as pessoas da cultura que estão nas câmaras municipais deviam olhar um bocadinho mais para aquilo que fazem os profissionais desta terra, porque deslocar estruturas destas de fora da região é sempre muito caro”, lamenta, sem esconder algum descontentamento.

E porque trabalhar em rede está na ordem do dia, Hugo Alves reconhece que

sempre foi difícil conciliar agendas entre concelhos vizinhos para não haver atropelos, mas defende que programar em conjunto é benéfico para todos, tanto para os organizadores de eventos como para os públicos. “Contudo, acho que, sobretudo, se devem respeitar os artistas. Gerir uma agenda é muito fácil, basta criar uma online a que todos os programadores tenham acesso, assim

Um tom crítico que se mantém quando falamos dos inúmeros equipamentos culturais existentes no Algarve, mas Hugo Alves é conhecido por não ter papas na língua. “Quem os dirige e gere é que decide o que lá se faz. Depois, temos a célebre frase do «não há dinheiro para nada» mas, para algumas coisas, parece que há sempre. A vontade e a qualidade dos 25

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não há abertura para os concretizar, mas isto acontece na música, na dança, no teatro, com todas as áreas da cultura. E quem programa tem que saber distinguir Cultura de Entretenimento. Toda a Cultura pode ser Entretenimento, mas nem todo o Entretenimento é Cultura e esta definição está completamente esquecida. Eu não posso produzir um concerto de uma banda de jazz, seja ela qual for, e esperar que tenha retorno financeiro mas, se deixarmos de oferecer esses produtos culturais, então as pessoas passam a ter acesso apenas ao entretenimento, aos produtos ditos mais populares”, alerta o fundador e líder da Orquestra de Jazz do Algarve.

toda a gente sabe o que cada um está a pensar fazer. Também acho muito bem adquirir espetáculos em rede para se realizarem tournées pela região, mas temos que ver o que o tempo nos vai trazer. Há que respeitar o trabalho das pessoas e isso tem a ver, obviamente, com os valores dos cachets praticados”, frisa.

Cultura vs Entretenimento Com a conversa a fluir em redor dos aspetos mais burocráticos e financeiros da cultura, Hugo Alves lembra que a Constituição prevê exatamente quais os

Ao fim de alguns minutos de conversa, constatamos que muito mais apoquenta um diretor de orquestra do que os aspetos meramente artísticos, aliás, Hugo Alves assegura que a componente musical é a mais fácil de gerir. “A direção musical de uma banda de jazz, em particular, é um mito, fazse nos ensaios, não no palco. Por isso é que estou a tocar e a «dirigir» a orquestra ao mesmo tempo, como sempre fizeram todos os maestros das orquestras de jazz, fosse o Duke Ellington ou o Count Basie. Às vezes estavam a tocar piano e passavam boa parte do concerto simplesmente a ouvir música”, conta o entrevistado, confirmando que a vertente da produção e programação e a gestão da máquina toda são, realmente, mais complicadas.

tipos de espetáculos que não são economicamente viáveis, isto é, qual o tipo de cultura que não é sustentável por si só, daí existirem os apoios estatais. No entanto, por incrível que pareça, há algo que falha quando se passa do contexto nacional para o local e muitas autarquias não conseguem tirar total partido das ajudas disponíveis para a cultura. “Nós próprios chegamos a propor concertos que estão a ser subsidiados pelo Ministério da Cultura e

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Ora, para que este modo de

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funcionamento resulte, depois, na prática, não convém que a formação da Orquestra oscile muito, mas esse problema nem se coloca porque não existem assim tantos músicos profissionais no Algarve. “Temos um corpo fixo de 18 elementos e uma lista de pessoas que estão interessadas em participar no projeto e que têm qualidade para isso, para substituir alguém que tenha que sair da orquestra por qualquer razão. A integração normalmente é bastante rápida, porque sempre se respirou um bom ambiente, toda a gente se dá bem e nunca houve aquela postura de funcionário e patrão”, destaca. Já terem tantos repertórios diferentes é uma necessidade para não cansarem em demasia os espetadores fiéis e para estarem adequados às diferentes alturas do ano. “No Verão, por exemplo, tocamos coisas mais fáceis de ouvir e que atingem mais pessoas. No Dia Internacional do Jazz também vamos ter um concerto especial que englobará repertório de George Gershwin”, adianta.

Ainda sobre os repertórios, e confiante de que os portugueses são todos inteligentes, Hugo Alves indica que não há concertos pensados para as grandes cidades e outros para localidades do interior. “Os músicos às vezes queixamse dos públicos, mas o problema, para mim, é que as pessoas não foram educadas, ao longo das suas vidas, para saberem o que estão a ouvir. Infelizmente, as políticas só pensam em formar públicos adultos, não se preocupam com as crianças”, afirma, sem rodeios. E, por causa também desta forma de se fazer política em Portugal, as diferenças são evidentes quando se observa a reação dos turistas estrangeiros às atuações da Orquestra de Jazz do Algarve. “O jazz nasceu nos Estados Unidos mas há uma grande simpatia na Europa por este estilo de música após a Segunda Guerra Mundial. Toda a gente já ouviu falar da Orquestra

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de Glenn Miller, mas não sabem que isso acontece porque foi ela a selecionada para tocar para as tropas norte-americanas durante a guerra, além do já enorme sucesso nos EUA. Fez uma verdadeira tournée pela Europa toda mas, em Portugal, recebemos a música de Glenn Miller um bocado por raspão”, explica o entrevistado.

mas devia haver uma distinção dos espaços onde funcionam as bandas profissionais e as amadoras. Os estrangeiros sabem o que estão a ouvir e não é bom para ninguém quando eles se vão embora a meio de um espetáculo porque a qualidade musical não é a que estavam à espera. Todavia, essa triagem é feita pelos programadores, é preciso ter cuidado”.

Uma semente deixada no velho continente nos anos 40 e que cresceu imenso, pelo que não é de estranhar a profusão de excelentes orquestras de jazz na Europa e, por isso, muitos turistas que visitam o Algarve estão bastante habituados a ouvir este género musical. “O ano passado, quando tocamos na Praia do Carvoeiro, provavelmente metade das pessoas eram estrangeiros e tivemos uma grande dificuldade em sair do local, porque vinham todos falar connosco para nos dar os parabéns”, conta o experiente trompetista. “Fui músico filarmónico durante muitos anos, tenho imenso respeito pelo trabalho amador,

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Polémicas à parte, a Orquestra de Jazz do Algarve vai ter um ano de 2016 superpreenchido e Hugo Alves volta a enaltecer o apoio concedido pela autarquia de Lagoa. “Mas este projeto tem igualmente uma ampla vertente educativa, temos uma escola em funcionamento desde 2006, produzimos bastantes eventos, nomeadamente festivais de jazz, e temos muita experiência em trazer músicos de fora. Vamos continuar a trabalhar, nos moldes em que pudermos e nos deixarem”, finaliza . 28


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DESPORTO

KRAV MAGA CRESCE NO ALGARVE Depois de estar cingido durante muitos anos às fronteiras de Israel, onde era ministrado às forças especiais de defesa, o Krav Maga tem vindo a ganhar inúmeros adeptos espalhados pelos quatro cantos do mundo e o Algarve não é exceção. Isso mesmo constatamos num treino na freguesia do Montenegro da Krav Maga Academy orientado pelo instrutor António Silva, da Associação Amanhecer Selvagem que explicou as principais diferenças entre este sistema de defesa pessoal e as tradicionais artes marciais que ficaram famosas graças aos filmes de Bruce Lee, Jovens Heróis de Shaolin, Chuck Norris ou Van Damme. Entrevista: Daniel Pina

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O

Selvagem, com escolas no Montenegro, Quarteira, Loulé, Albufeira e Lagos. “O Krav Maga chegou à região há cerca de oito anos mas, em 2013, fizemos a transição para esta escola, porque nos oferece melhor qualidade e um maior acompanhamento”, conta António Silva, que fez o seu trajeto inicial no Karaté, onde é cinturão negro. “Comecei do zero no Krav Maga mas o meu percurso noutras artes marciais facilitou a minha adaptação a este sistema de defesa pessoal”, explica o primeiro cinto negro da KMA em terras lusitanas.

Krav Maga é um sistema de combate corpo a corpo que assenta em técnicas de luta, torções, defesa contra armas, bastões, facas, agarramentos e golpes. Criado por Imi Lichtenfeld para ajudar na defesa do quarteirão judeu durante o período de ativismo anti-semita em Bratislava, na antiga Checoslováquia dos anos 40, migrou para Israel com o seu fundador e depressa foi adotado para treinar as Forças Especiais de Defesa daquele país. Fiel aos princípios de defesa que estiveram na sua génese, foi depois potencializado para ser utilizado em situações de sobrevivência, com o objetivo de neutralizar ameaças, através de manobras de defesa, ataques simultâneos e agressão.

Sempre com um olhar atento ao treino que prosseguia, António Silva explica de imediato que o Krav Maga não é uma arte marcial e talvez ai resida grande parte da justificação para a enorme adesão que se tem verificado nos últimos anos. “Nas artes marciais dedicamos a vida a algo que queremos fazer bem e de forma perfeita, com movimentos que sejam bonitos. Num sistema de defesa pessoal não se procura a perfeição, mas sim movimentos eficazes para repelir uma agressão o mais rapidamente possível”, distingue o instrutor. “No Krav Maga pretende-se que o praticante, sob stress, em condições adversas, seja capaz de repetir os movimentos que aqui treina”, acrescenta.

O sucesso do sistema levou a que fosse utilizado por agências de segurança de todo o mundo, mas não demorou muito a que chegasse à sociedade civil, aos cidadãos comuns que pretendem aprender técnicas de defesa pessoal, e a KMA – Krav Maga Academy está representada no Algarve há dois anos através da Associação Amanhecer

Tal não significa que as artes marciais estejam a perder o seu espaço nos tempos modernos, antes pelo contrário, mas António Silva sublinha que só uma reduzida percentagem das pessoas é que consegue dominar algumas dessas técnicas e combinações de movimentos. “A maior parte dos praticantes tem dificuldade em atingir os patamares mais elevados e mesmo esses não vão conseguir utilizar, com facilidade, aqueles conhecimentos para se

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defenderem em situações reais. O Krav Maga prepara os seus alunos para lidar com o stress, com o aumentar da pulsação do coração, com a forma como o corpo reage à injeção repentina de adrenalina. E um aluno, ao fim de três meses, seis meses, um ano, sente que consegue fazer muitas coisas. Nas artes marciais, um aluno, ao fim de um ano, sabe bastante pouco, se calhar só começa a sua real caminhada após uma década de prática”, refere.

que funcione como «gatilho» para a nossa resposta. Se tentarmos bofetear uma criança, ela tenta defender-se com a mão de forma instintiva, é o nosso espírito de sobrevivência. Ora, se esses movimentos já se encontram na nossa matriz à nascença, procuramos que os praticantes lhes deem um seguimento natural com o treino, neste caso, defender com uma mão e dar logo um soco com a outra”, exemplifica. Uma explicação bastante simplista para a essência destes sistemas, pelo que não é de admirar a profusão de tantos estilos de defesa pessoal. Em que se distingue, então, o Krav Maga, questionamos. “Todos somos iguais num aspeto primordial: todos temos as mãos e as pernas para nos defendermos, seja numa arte marcial, num desporto de combate ou num sistema de defesa pessoal. O Krav Maga utiliza, porém, os tais movimentos instintivos como gatilhos da primeira reação e as

Outra diferença óbvia é que muitas artes marciais dão um especial ênfase às questões espirituais, à interligação do «eu» com o universo, enquanto o Krav Maga se preocupa essencialmente com cenários concretos em que as pessoas estão em dificuldades no seu quotidiano. “Temos que perceber como o corpo e o psicológico reagem a casos de choque emocional, a episódios de agressão para os quais não estamos preparados. Nas técnicas de Krav Maga deve existir um movimento inicial 33

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técnicas são construídos em seu redor. Depois, criou um sistema pedagógico mediante o qual se treinam os movimentos nas aulas, num ambienta controlado, de forma calma, passo a passo, antes de transpô-los para ambientes de stress. Finalmente, diferencia perfeitamente o que são técnicas a ensinar a civis, a seguranças e polícias e a militares”, frisa António Silva.

absolutamente necessária para se protegerem. Uma preocupação que é evidente na KMA quando tipifica três públicos-alvo, assegura o entrevistado. “Primeiro, ensinamos o Krav Maga civil, ou seja, a pessoa aprende unicamente a defender-se, a repelir uma agressão e a fugir. Quando já conhecemos melhor o aluno e o seu enquadramento social, talvez se possa transmitir algumas técnicas que lhe permitam manietar um agressor. Ao fim de muitos anos de prática, quando o aluno já ganhou a confiança da escola, podemos ensinar-lhe ainda um pouco mais. Não damos logo de mão-beijada ao aluno uma arma que ele depois pode utilizar sem rigor”, garante.

Defender sem movimentos acrobáticos Com a linha entre vítima e agressor a ser, por vezes, bastante ténue, António Silva acredita que a generalidade dos instrutores de defesa pessoal tem a preocupação de transmitir essa noção aos seus alunos e que percebam que têm uma arma nas mãos que deve ser utilizada com rigor e quando for

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Sendo a segurança um requisito obrigatório deste sistema, percebe-se que indivíduos com atitudes de campeão não são bem-vindos, aliás, olhando para a sala

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sua necessidade de se sentir seguro, porque vivemos numa sociedade com mais perigos e onde a nossa integridade fica mais facilmente em risco. Depois, ficam pela qualidade do nosso trabalho, por verem que têm à sua volta pessoas exatamente iguais a eles e por verem que, ao fim de muito pouco tempo, conseguem fazer coisas que são úteis para se defenderem. Constatam que não estão a ensaiar técnicas feitas em laboratório, coreografadas entre um atacante e uma vítima”, sustenta o entrevistado.

observamos homens e mulheres perfeitamente normais. “São pessoas com preocupação em aprender a defenderemse e a utilizarem os seus conhecimentos em prol de uma sociedade mais segura para os nossos entes queridos”, atesta, confirmando que não é necessário ter um corpo escultural e estar no topo da sua forma física para treinar Krav Maga. “O meu aluno mais velho tem 73 anos, o mais novo apenas quatro. Uns estão muito bem fisicamente, outros o oposto, mas o Krav Maga é para todos. Aliás, podemos ter que nos defendermos num momento em que não estamos em boa forma física, até podemos estar doentes. As competências de defesa pessoal devem servir para todas as pessoas, de todas as idades e profissões”. Neste sentido, António Silva entende que não é preciso um rotativo em voo para uma pessoa se defender quando basta pisar um pé ou aplicar um pontapé na tíbia do agressor. “Os movimentos que ensinamos são fáceis de aplicar, a grande questão é se estamos preparados para os utilizar, se temos a motivação e discernimento corretos para o fazer”, sublinha.

E consoante a idade e o perfil do praticante existem então turmas de crianças, de civis e de agentes de forças de segurança ou militares. “A base é igual para todos, depois há complementos para cada turma”, refere, adiantando que está na calha a entrada de mais polos em funcionamento no decorrer de 2016, tanto no Algarve como em Lisboa, assim como a certificação dos alunos mais avançados para se tornarem, eles próprios, instrutores .

O problema é que vivemos numa sociedade onde impera o mediatismo e a competitividade entre indivíduos, onde as pessoas gostam de exibir o que têm e o que sabem fazer, portanto, como é que se consegue motivar alguém para dominar técnicas que até pode nunca vir a aplicar na sua vida. “O que traz um aluno até nós é a

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ATUALIDADE ALBUFEIRA PREPARA ÉPOCA BALNEAR PARA DECORRER DE MAIO A OUTUBRO

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lbufeira voltou a apostar numa época balnear alargada, que este ano irá decorrer de 15 de maio a 15 de outubro. A decisão foi tomada no dia 22 de janeiro, na reunião que juntou os concessionários de praia do concelho, o presidente do Município, Carlos Silva e Sousa, a vereadora responsável pelo Ambiente, Ana Vidigal, representantes da Agência Portuguesa do Ambiente - Região Hidrográfica do Algarve, Élia Cabrita e Isabel Pires, da Autoridade Marítima, Tenente Pires Fernandes (adjunto do capitão do Porto de Portimão) e da GNR, Major Marco Henriques (comandante da GNR de Albufeira). Carlos Silva e Sousa congratulou-se por, mais uma vez, todos os intervenientes (concessionários e entidades com responsabilidade na gestão das praias) terem concordado com o alargamento do período de funcionamento da época balnear – o que em Albufeira já acontece desde 2009 – com a vantagem de garantir a segurança dos veraneantes e assegurar a qualidade da água balnear durante muito mais tempo. “A época passada correu muito bem, graças ao empenho e cooperação de todas as entidades aqui presentes. Uma vez mais fomos líderes a nível ambiental: somos o concelho do País com o maior número de Bandeiras Azuis e praias com Qualidade de Ouro e temos vindo a aumentar o número de zonas balneares com o galardão Praia Acessível e Praia Saudável; o que nos enche de orgulho, mas ao mesmo tempo dá-nos uma enorme responsabilidade”, referiu o autarca.

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Carlos Silva e Sousa disse estar consciente do que a situação representa, quer em termos individuais quer coletivos, sobretudo porque acredita que a qualidade ambiental do Concelho tem fortes implicações no desenvolvimento turístico e económico da região, “projetando o nome de Albufeira de forma muito positiva, o que contribuiu para a criação de mais riqueza, emprego e investimento”. O presidente terminou a sua intervenção afirmando estar muito satisfeito com os resultados alcançados, mas diz que o objetivo passa por fazer sempre mais e melhor, tendo reafirmado a sua disponibilidade para colaborar com todas as entidades para que Albufeira continue a ser líder a nível ambiental e a merecer a preferência de residentes e dos milhares de visitantes que todos os anos elegem o concelho como destino de férias . 36


AUTARQUIA DE ALCOUTIM ATRIBUI CARTÃO SOCIAL A 70 FAMÍLIAS CARENCIADAS

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exclusão social, a Câmara Municipal de Alcoutim deliberou, em reunião do executivo de 27 de janeiro, atribuir o Cartão Social do Município a sete dezenas de agregados familiares, que assim beneficiarão, ao longo do ano de 2016, de um conjunto de regalia em vigor.

o âmbito de uma política social centrada na melhoria das condições de vida da população, em especial dos agregados familiares que se encontram em situação de maior vulnerabilidade social, e na criação de instrumentos que possam diminuir carências e ajudar a inverter dinâmicas de

De acordo com o previsto no regulamento do cartão social em vigor, a atribuição do mesmo confere aos respetivos titulares o direito a serem apoiados pelo Município de Alcoutim na aquisição de bens e serviços em que este seja fornecedor, designadamente através da redução em 50 por cento do pagamento das taxas, tarifas, preços e licenças, devidas pelo utente. Confere ainda o direito a usufruírem da aplicação do tarifário social nos serviços de abastecimento de água, saneamento de água residuais e gestão de resíduos urbanos. O apoio está aberto a todos os residentes no concelho há pelo menos um ano que estejam recenseados numa das freguesias e que comprovadamente possuam um rendimento abaixo de uma capitação anualmente fixada para o efeito. O cartão é válido por um ano, renovável por igual período a requerimento do interessado. As candidaturas decorrem no Gabinete de Ação Social, Saúde e Educação da Câmara Municipal, durante os meses de novembro e dezembro .

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ATUALIDADE NOVO PROTOCOLO GARANTE MAIS SAÚDE PARA TODOS EM CASTRO MARIM e apoio médico, a trabalhar mais persistentemente nos problemas que constrangem a população idosa, nomeadamente as demências, a incontinência urinária e a dor. No âmbito de uma vida mais saudável e ativa, entre outras ações, a Santa Casa da Misericórdia colora também no programa de cessação tabágica do município, que já devolveu a 180 munícipes uma vida sem tabaco. A Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim existe há 524 anos, com o objetivo de minimizar o sofrimento da população mais desprotegida e carenciada e este apoio vem fomentar e consolidar o importante contributo que, ao longo dos anos, tem sido o pilar dos mais desprotegidos. “Mais qualidade de vida e dignidade para os mais desfavorecidos. Dotar todos os cidadãos para um papel ativo na construção da nossa comunidade, é uma das maiores responsabilidades das autarquias e isso passa, sem dúvida, pela prestação de cuidados de saúde a todos de igual forma”, assegurou o presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, Francisco Amaral .

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gualar a acessibilidade dos cidadãos com maior vulnerabilidade socioeconómica à prestação de cuidados de saúde é uma das maiores preocupações da Câmara Municipal de Castro Marim no atual contexto socioeconómico. Neste âmbito, nasceu um protocolo de colaboração entre a autarquia e a Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim, que visa o desenvolvimento de iniciativas e atividades conjuntas na área da promoção da saúde. Com um apoio que ronda os 30 mil euros anuais, a Santa Casa da Misericórdia compromete-se a proporcionar à população carenciada cuidados de saúde, mediante a realização de rastreios, ações de sensibilização

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ATUALIDADE LAGOS PROMOVEU «ROTAS E PATRIMÓNIO» Escravatura», apresentado pela arqueóloga da autarquia Elena Móran, e para o projeto ARTUR-Arte Urbana em Lagos, apresentado por Nuno Pereira, presidente do LAC – Laboratório de Atividades Criativas. Foi igualmente apresentado o brasão da nova Freguesia de São Gonçalo de Lagos, pelo historiador da Câmara, José António Martins. Falando de cultura e turismo como parceiros inseparáveis, fatores estratégicos de desenvolvimento da economia local, e “a dinâmica que a autarquia, em conjunto com outras entidades, colocam na dinamização da cultura e proteção do património”, a vereadora aproveitou esta ocasião para dar a conhecer alguns dados referentes aos visitantes recebidos nos equipamentos culturais do município em 2015, referindo que o Museu Municipal recebeu cerca de 50 mil visitantes, o Armazém do Espingardeiro e a Fortaleza Ponta da Bandeira 20 mil e 550 e os Antigos Paços do Concelho e as Salas de Exposições do Centro Cultural receberam mais de 12 mil e 300 visitantes. Nos espetáculos do Centro Cultural estiveram cerca de 11 mil e 500 espetadores.

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s Comemorações da Elevação de Lagos a Cidade, que decorrem entre 23 e 30 de janeiro, tiveram o seu ponto alto no dia 27, ocasião em que teve lugar a Ação de Promoção e Dinamização Turística, que pretendeu promover e destacar todo o potencial cultural, patrimonial e turístico do Município de Lagos. A vereadora Maria Fernanda Afonso, presente em nome do executivo municipal, deu as boas vindas a todos os participantes nesta ação, reforçando o «papel fundamental» que todos tinham na promoção da cidade. Recorde-se que esta iniciativa foi destinada a guias-intérpretes, operadores turísticos, unidades hoteleiras, empresas de animação turística e outras com atuação na área do município, tendo igualmente contado com a presença de dezenas de formandos desta área.

Depois das apresentações no Centro Cultural, houve lugar a uma visita orientada à estação arqueológica do Monte Molião e uma experiência ao nível do Turismo de Aventura, com uma visita ao WaKeSalinas. A par destas iniciativas, o programa contempla outras atividades como a inauguração de exposições e concertos e termina no dia 30 de janeiro, com uma Sessão Pública de Apresentação dos Trabalhos de Conservação e Restauro que têm estado a ser desenvolvidos na Igreja de Santo António, um dos ex-libris do Município .

Na sessão que decorreu no Centro Cultural de Lagos foram dados a conhecer projetos inovadores e de grande impacto culturalturístico para o município e região, com destaque para o Guia «Lagos na Rota da

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ATUALIDADE MUSEU MUNICIPAL DE LOULÉ QUER ENTRAR PARA A REDE PORTUGUESA DE MUSEUS qualificação deste Museu, assim como para a criação de sinergias nacionais e internacionais. Por outro lado, permitirá a candidatura a fundos nacionais e comunitários destinados exclusivamente a museus credenciados na Rede Portuguesa de Museus, mas também receber o apoio técnico qualificado da tutela do património, assim como qualificar a equipa técnica do museu, através da realização de ações de formação especializada. A Rede Portuguesa de Museus é um sistema organizado de museus, baseado na adesão voluntária, configurado de forma progressiva e que visa a descentralização, a mediação, a qualificação e a cooperação entre museus. É composta pelos 142 museus que atualmente a integram. A riqueza do seu universo reside na diversidade de tutelas, de coleções, de espaços e instalações, de atividades educativas e culturais, de modelos de relação com as comunidades e de sistemas de gestão. É um instrumento essencial na execução da política museológica nacional e na qualificação dos museus portugueses. Tem como objetivos a valorização e a qualificação da realidade museológica nacional, a cooperação institucional e a articulação entre museus, a descentralização de recursos, o planeamento e a racionalização dos investimentos públicos, decorrentes da aplicação de fundos comunitários, em museus, a difusão da informação relativa aos museus, a promoção do rigor e do profissionalismo das práticas museológicas e das técnicas museográficas, o fomento da articulação entre museus e a valorização formativa dos seus profissionais .

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oi entregue esta quarta-feira, 27 de janeiro, na Direção-Geral do Património Cultural, o dossier de candidatura com vista à credenciação na Rede Portuguesa de Museus do Museu Municipal de Loulé. Um dos objetivos definidos como estratégico pelo atual executivo camarário foi a integração do Museu Municipal de Loulé nesta Rede e, nesse sentido, desenvolveu durante dois anos um trabalho de qualificação e renovação deste espaço museológico, destacando-se as seguintes ações: renovação da exposição síntese do núcleo sede com novos textos de enquadramento; colocação dos textos da exposição síntese do núcleo sede em inglês; nova bilheteira; início da informatização e inventariação da coleção; reorganização da reserva; elaboração dos documentos obrigatórios para a credenciação; reforço dos recursos humanos com técnico de conservação e restauro. Com a integração nesta Rede pretende a Autarquia louletana contribuir para a

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ATUALIDADE VILA DO BISPO ESTEVE PRESENTE NA BOOT DE DÜSSELDORF de cooperação com um conjunto de empresas sedeadas em Sagres e dedicadas às atividades marítimo-turísticas. Principal objetivo: definir estratégias de valorização e representação da região em certames de divulgação internacional e criação de alternativas aos tradicionais fluxos da sazonalidade turística. A primeira ação deste plano estratégico teve lugar na Alemanha, na maior feira internacional dedicada à náutica – a BOOT Düsseldorf. Assim, até 31 de janeiro, o Município de Vila do Bispo e as empresas marítimo-turísticas de Sagres DiversCape, CapeCruiser, SeaXplorer, MarIlimitado e PuraVida encontraram-se a promover as potencialidades do Concelho de Vila do Bispo, particularmente os recursos turísticos do mar de Sagres: os passeios de barco para observação de cetáceos, de outras espécies marinhas e das incríveis paisagens de Sagres e do Cabo de São Vicente, o Birdwatching no mar, o mergulho nas paisagens submersas para observação da riquíssima biodiversidade de Sagres, das suas grutas e dos seus históricos naufrágios, os desportos náuticos como o surf, o bodyboard, o windsurf e o stand up paddle, os passeios pedestres e as grandes rotas Vicentina e Algarviana, as paisagens e monumentos naturais e culturais, geológicos, arqueológicos e históricos, a gastronomia, a cultura da terra .

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presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo, Adelino Soares, marcou presença na BOOT Düsseldorf, na Alemanha, para mostrar o município e as suas potencialidades, ou seja, para divulgar os principais atrativos turísticos de Vila do Bispo. Ao longo de uma longa História, até à atualidade, Sagres sempre se impôs como uma das mais importantes «esquinas» do Mundo Ocidental: um incontornável cruzamento de itinerários marítimos, a «proa» dos Descobrimentos, o grande cabo onde termina o Mediterrâneo e começa o Atlântico, a ponta mais sudoeste da Europa onde a terra se funde com o mar e com o céu. Nesta perspetiva, e reafirmando a eminente vocação marítima do seu território, a Câmara Municipal de Vila do Bispo criou uma plataforma

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ATUALIDADE TORNEIO DE SUB-16 DA UEFA REALIZA-SE EM VRSA VRSA de quadros dirigentes da UEFA para a área dos eventos e competições. O torneio quadrangular junta, este ano, as seleções de Portugal, Alemanha, Holanda, França e Escócia. É organizado pela UEFA e pela Federação Holandesa de Futebol e conta com o apoio da Federação Portuguesa de Futebol, da Câmara Municipal de VRSA e da VRSA SGU. O torneio de masculinos decorre entre os dias 4 e 8 de fevereiro, enquanto o de femininos tem lugar entre 11 e 15 de fevereiro. Estima-se que cada equipa participante no Torneio de Desenvolvimento da UEFA de seleções sub-16 traga até ao Complexo Desportivo de VRSA cerca de 35 elementos (jogadores, equipa técnica e staff) que, durante a fase de jogos, ficarão alojados nas unidades hoteleiras do concelho. A escolha de Vila Real de Santo António para esta competição é sinal do reconhecimento da qualidade e do trabalho de promoção do Complexo Desportivo de VRSA, estrutura que tem atraído provas de interesse mediático como a «Algarve Cup» ou da Taça dos Clubes Campeões Europeus de Atletismo.

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Complexo Desportivo de Vila Real de Santo António recebe, entre os dias 4 e 15 de fevereiro, a IV edição do Torneio de Desenvolvimento da UEFA de seleções sub-16, competição que traz anualmente ao Algarve dezenas de «olheiros» de vários emblemas de todo o mundo. Para muitos dos jogadores participantes a prova representa um passaporte para os grandes clubes europeus e pode abrir portas a uma carreira internacional na alta competição, facto que tem elevado cada vez mais o nível desportivo das partidas.

Recorde-se que o Complexo Desportivo de Vila Real de Santo António foi recentemente integrado pela Fundação do Desporto na rede nacional de Centros de Alto Rendimento Desportivo, estando vocacionado para as modalidades de atletismo, judo, futebol, triatlo e natação. Com esta distinção, o Complexo Desportivo amplia ainda mais a sua notoriedade nacional e internacional e constitui uma instituição de excelência que agrega as valências de treino, investigação, medicina, psicologia, fisioterapia e nutrição .

Neste momento, encontram-se já confirmados pedidos de acreditação de «scouts» (prospeção ou, na gíria, olheiros) de emblemas nacionais como o Benfica, Porto e Sporting, mas também internacionais como são os casos do Manchester City, Manchester United, Chelsea, Liverpool, Barcelona, Real Madrid, Paris SaintGermain, AC Milan, Juventus, Arsenal e Valência. Está igualmente prevista a visita a

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ATUALIDADE PROTOCOLO NOVA SERRA FOI ASSINADO EM SILVES concretamente nos concelhos de Silves e Monchique; assim como ações de colaboração para a concretização do projeto de instalação de um Centro Interpretativo do linceibérico na encosta norte do Castelo de Silves; a construção, a gestão e a visitação do público a um cercado naturalizado demonstrativo, com exemplares de lince-ibérico em cativeiro; a formação profissional de guias/animadores de Natureza; o processo de ordenamento e defesa dos espaços florestais da região; e a criação de uma marca que identifique o conjunto de atividades deste projeto e o local onde decorre são os grandes objetivos do Nova Serra. Na prática e para efeitos da realização das tarefas e atividades atinentes à execução do Protocolo, o Município de Silves, a Natura XXI (Grupo Pestana), a Águas do Algarve, o Município de Monchique e a Agência de Desenvolvimento do Barlavento, constituirão um consórcio, no âmbito do qual cada uma das entidades assumirá a responsabilidade de promoção e dinamização de diversas ações. O ICNF apoiará institucionalmente a atividade decorrente desta parceria.

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eve lugar, no dia 29 de janeiro, na Quinta Pedagógica de Silves, a assinatura de um protocolo de colaboração no âmbito do projeto Nova Serra, que tem como intervenientes os Municípios de Silves e de Monchique, ICNF, Águas do Algarve, Agência de Desenvolvimento do Barlavento e Natura XXI (Grupo Pestana), com vista à promoção do turismo da natureza e da educação ambiental enquanto instrumentos da política de conservação da biodiversidade em áreas classificadas. Promover a adaptação e utilização da Mata Nacional da Herdade da Parra e de propriedades da Natura XXI (Grupo Pestana), que com ela confinam, para a promoção do Turismo de Natureza no Algarve, mais

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A partir da constituição do consórcio, este projeto – de organização inovadora - será implementado num prazo de cinco anos, e 48


Estes produtos serão desenvolvidos nas serras de Silves e Monchique, num território que inclui uma zona classificada da Rede Natura 2000 (SIC e ZPE de Monchique) e a albufeira de Odelouca, numa área de cerca de 50 km², com ofertas de animação complementar, entre as quais se inclui um cercado naturalizado de visitação do lince-ibérico, conforme referido anteriormente, para além de uma destilaria de medronho em funcionamento, uma melaria e uma olaria, que serão, também, pontos de venda de produtos agroalimentares e artesanais. Será ainda criada uma zona de receção na Quinta Pedagógica da Serra de Silves, para apoio às atividades de visitação e distribuição da oferta existente de produtos locais (alimentares e artesanais) .

traduzir-se-á no desenvolvimento e comercialização de produtos de turismo de natureza (observação de fauna e flora, passeios pedestres), em pacotes que incluem alojamento em unidades pré-existentes, contribuindo para a atração de visitantes nos principais mercados emissores e, consequentemente, para o aumento substancial da procura, por parte de visitantes que não pertencem a segmentos muito especializados em atividades de turismo de natureza - sem prejuízo da qualidade na interação com o meio e informação transmitida que constituirá a oferta - em épocas complementares ao «sol e mar», atenuando a sazonalidade.

LAGOA CIDADE DO VINHO 2016 ESTEVE NA FITUR

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o início do ano em que Lagoa é a «Cidade do Vinho 2016», o Município de Lagoa participou na FITUR – Feira Internacional de Turismo de em Madrid, entre os dias 20 e 24 de janeiro. Considerado o maior certame do país vizinho, a 36ª edição contou com a presença de 165 países e cerca de 232 mil visitantes.

promoção do destino Lagoa a nível internacional. Durante os cinco dias do certame, Lagoa apresentou a nova brochura promocional, sob a chancela da nova marca, com o objetivo de dar a conhecer a sua realidade e o seu potencial, não só em termos do principal produto que é o «sol e mar», mas também o golfe, o turismo de natureza, a sua fantástica gastronomia, os eventos e a oferta em termos de espaços para a realização de grandes eventos desportivos e culturais, afirmando-se como destino turístico de excelência, com uma oferta diversificada, para todo o ano. Os milhares de visitantes que passaram pelo stand de Lagoa tiveram também a oportunidade de provar os vinhos da região, de alta qualidade e detentores de prémios nacionais e internacionais .

A participação na FITUR insere-se numa estratégia delineada para 2016, em que Espanha se assume como um mercado estratégico incontornável, quer pela proximidade, quer pela adesão ao conceito «todo o ano». À semelhança do ano passado, Lagoa apresentou-se com um stand próprio de 40 metros quadrados, onde também estiveram algumas unidades hoteleiras do concelho que se quiseram associar a esta estratégia de 49

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ATUALIDADE ALCOUTIM DEDICA FIM-DE-SEMANA AO DESPORTO MOTORIZADO

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os dias 27 e 28 de fevereiro, o concelho de Alcoutim vai ser palco de dois eventos desportivos de Todo o Terreno, a prova de resistência «4 Horas TT Pereiro – Alcoutim» e o «Desafio Cross Country Alcoutim», ambos organizados em conjunto pela Inter-vivos Associação de Jovens do Nordeste Algarvio e pelo Grupo Desportivo de Alcoutim, em colaboração com a Câmara Municipal de Alcoutim, a União de Freguesias de Alcoutim Pereiro, Junta de freguesia de Martim Longo, Junta de Freguesia de Giões e Junta de Freguesia de Vaqueiros.

Este ano, a organização criou mais um evento, o Desafio Cross Country Alcoutim, que consiste em realizar um percurso com cerca de 160 quilómetros, dividido em duas voltas de 80 quilómetros, com o auxílio de um road book. No final do primeiro percurso está prevista uma neutralização de 30 minutos onde é possível assistir e abastecer. Será uma alternativa aos passeios todo o terreno, uma oportunidade de treino de navegação para os habituais pilotos de Cross Country, onde os participantes percorrem caminhos secundários, corta fogos e outros de muito pouca utilização diária. A utilização deste tipo de percurso obriga a velocidades baixas e a uma navegação exigente .

O II Encontro 4 Horas de Resistência Pereiro / Alcoutim é, a semelhança do ano passado, uma prova de resistência de quatro horas para moto, realizada num circuito de aproximadamente seis quilómetros em redor da barragem do Pereiro, que conta receber a presença das maiores figuras nacionais da modalidade. Hélder Rodrigues, Ruben Faria, Paulo Gonçalves, António Maio, Luís Teixeira e tantos outros proporcionarão momentos de grande beleza competitiva ao público presente, num percurso de grande espetacularidade, com visibilidade quase total a partir de um só ponto. A prova pode ser composta por equipas de um ou dois pilotos e uma ou duas motos, existindo apenas duas classes: Classe 1 – 1 Piloto uma Moto e Classe 2 – 2 Pilotos e 1 ou 2 Motos.

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BUBBA BROTHERS AO VIVO EM FEVEREIRO

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liseu Correia e Justino Santos, ou BUBBA BROTHERS, estão de regresso com mais duas atuações ao vivo em fevereiro, nos dias 5 e 8, no Caffé-Bar Origens, no Montenegro, Faro, e no Restaurante Sushi Yama, em Almancil, respetivamente. Uma dupla de «dj’s» que surgiu, meio a brincar, meio a sério, por constatarem a dificuldade que era ouvir música da sua geração nos habituais espaços de animação noturna da região. O rock dos anos 80 e não só, ícones como The Doors, Led Zeppelin, Deep Purple, Dire Straits, Eric Clapton, Bob Marley e outros, responsáveis por temas que perduram no tempo, não daquela que se consome e joga fora. Êxitos de outras eras mas que, pelos vistos, continuam a ter bastantes seguidores e as atuações têm-se repetido todos os meses e em diversos pontos do Algarve, com a dupla a dar nas vistas pela forma como interagem com o público e como encadeiam as canções, tudo ao vivo, sem recorrerem às novas tecnologias dos mp3, fazem questão de explicar. “Música de qualidade agrada a todas as idades, é um fenómeno transversal, e somos mesmo um espetáculo ao vivo, não levamos nada pré-definido. São atuações ao sabor do momento, correndo os riscos normais de não se usarem playbacks ou listas de mp3, mas tudo isso contribui para o ambiente, para serem festas únicas”, adiantam, em jeito de teaser .

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CHEF AUGUSTO LIMA Consultor/Formador

CATAPLANA DE CAMARÃO E ERVAS FRESCAS INGREDIENTES (PARA 4 PESSOAS) 600 gr. Camarão, tamanho 30/40 (30 a 40 unidades por quilo) 1 Cebola grande 1 Pimento vermelho 1 Pimento verde 1 Malagueta 4 Alhos (dentes) 1 Louro (folha) 1 Limão (sumo) 1 dl Azeite ½ dl Vinho branco Q.b. Coentro fresco Q.b. Sal grosso 100% marinho Rui Semião

COMO FAZER Descascar o camarão, não retirando a cabeça e o rabo. Destripar. Na Cataplana, alourar no azeite, o alho. Introduzir o camarão, alourar por ½ minuto e adicionar os restantes ingredientes sólidos. Tapar e ferver por dois minutos em fogo alto. Refrescar com o vinho branco e acrescentar o coentro. Tapar e ferver por mais ½ minuto. Aromatizar com o sumo de limão, já com o lume apagado. Tapar e «rodar» a cataplana, de modo que se misturem sabores. Servir.

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SUGESTÕES CATAPLANA DE ENTRECOSTO E POLVO INGREDIENTES PARA O POLVO (4 PESSOAS) 600 gr. Polvo 2 Cebolas grandes 2 Alho (dentes) 1 Louro (folha)

INGREDIENTES PARA O ENTRECOSTO DE PORCO (4 PESSOAS) 600 gr. Entrecosto porco carnudo 2 Alho (dentes) Q.b. Colorau Q.b. Vinho branco Q.b. Tomilho

INGREDIENTES PARA A CATAPLANA (4 PESSOAS) 6 Batatas novas pequenas 1 Pimento vermelho 1 Cebola grande 1 Alho (dente) Q.b. Caldo da cozedura do polvo Q.b. Azeite Q.b. Vinho branco Q.b. Coentro Q.b. Sal grosso 100 % marinho

COMO FAZER De véspera, marinar o entrecosto, cortado em pedaços, com colorau, alho esmagado com casca e vinho branco. Cozer o polvo, bem lavado e sem água, com 1 cebola, 1 dente de alho esmagado com casca e 1 folha de louro, por cerca de ¾ de hora. Inicie esta ação no máximo, destapado, para logo tapar e colocar no mínimo quando se iniciar a fervura. Reservar o caldo. No dia, cozer a batata com pele. Na cataplana, alourar a batata, cortada em dois e reservar. Corar o entrecosto na banha, com os alhos. Retirar metade da gordura, acrescentar a marinada e deixar cozinhar até amaciar. Acrescentar a cebola e cozinhar por um minuto. Adicionar intercalados o entrecosto, a batata, a cebola e o polvo, cortado em pedaços. Adicionar a quantidade necessária do caldo do polvo, os coentros e levar a ferver, tapada, por cerca de 5 minutos.

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SUGESTÕES CATAPLANA DE PÊRAS, AÇAFRÃO E ESPECIARIAS INGREDIENTES (4 PESSOAS) 4 Pêras rocha 2 Cebolas roxas ½ Pimento vermelho 1 Laranja (sumo e «zeste») 1 Limão (sumo e »zeste«) 120 gr. Mel ½ dl. Vinho branco 1 Canela pau 2 Cravinho 1 Estrela de anis 1 Louro (folha) Q.b. Açafrão Q.b. Coentro

COMO FAZER Preparar a “zest”, retirando as cascas dos citrinos (apenas a parte vidrada) e cortando em juliana fina. Obter sumo dos mesmos. Cortar as pêras em metades, longitudinalmente (pela parte mais comprida). Na Cataplana, colocar o mel, louro e especiarias e deixar ferver. Juntar a cebola, em ½ lua e pimento, cortado em tiras finas. Ferver por um minuto. Acrescentar as pêras, o vinho, os sumos, o “zest”, o açafrão e o coentro. Tapar e levar a ferver por cerca de três a quatro minutos.

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FICHA TÉCNICA DIRETOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina (danielpina@sapo.pt) CPJ 5852 SEDE DA REDAÇÃO: Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P 8135-157 Almancil Telefone: 919 266 930 Email: algarveinformativo@sapo.pt Site: www.algarveinformativo.blogspot.pt PROPRIETÁRIO: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Contribuinte N.º 211192279 Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782 PERIODICIDADE: Semanal FOTO DE CAPA: Bruno Mora

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que afirma que quaisquer leis limitadoras da liberdade de expressão terão sempre a firme oposição desta revista e dos seus profissionais. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista feita por jornalistas profissionais e não um simples recetáculo de notas de imprensa e informações oficiais, optando preferencialmente por entrevistas e reportagens da sua própria responsabilidade, mesmo que, para tal, incorra em custos acrescidos de produção dos seus conteúdos. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelo princípio da objetividade e da independência no que diz respeito aos seus conteúdos noticiosos em todos os suportes. As suas notícias narram, relacionam e analisam os factos, para cujo apuramento serão ouvidas as diversas partes envolvidas. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista tolerante e aberta a todas as opiniões, embora se reserve o direito de não publicar opiniões que considere ofensivas. A opinião publicada será sempre assinada por quem a produz, sejam jornalistas da Algarve Informativo ou colunistas externos.

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