Nelson Rodrigues e a Formação da Sociedade Brasileira Pela Classe Média do Século XX

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Nelson Rodrigues e a Formação da Sociedade Brasileira Pela Classe Média do Século XX Daniel Bandeira


A construção do arquétipo brasileiro

Quem somos? Como se consolidou nossa cultura? Quem e quais fatores a influenciaram? “Clã rural: todos agrupavam-se em torno dos chefes territoriais”, Oliveira Viana “Homem cordial = cultura + estrutura social”, Sérgio Buarque de Hollanda “Nosso povo é uma mistura de raças, de casa-grande e senzala, de senhor e escravo, de família e Estado, de privado e público”, Gilberto Freyre


“Por que não temos mais um cronista como Nelson Rodrigues?”

“Com Vestido de Noiva, Nelson Rodrigues entrava para o clube dos pensadores brasileiros, pertencentes a uma geração – a dos anos 30 – que achava importante decifrar o país. [...] Nelson viu-se nesse time atacando em duas frentes por muito tempo desprezadas pelos estudiosos, pela distância que guardavam do mundo acadêmico: a crônica e o teatro.” Edward Pimenta


Nelson Rodrigues: personagem de sua vida e obra

“Em sua peças, por exemplo, encontramos as tias fofoqueiras, os maridos traídos, as viúvas insensíveis e mais uma série de personagens que saíram de sua vizinhança para o palco”


O arquétipo brasileiro na obra rodrigueana

“O que torna sua obra relevante para entender o país em seu tempo é que ele buscou o chamado ”Brasil profundo” no subúrbio carioca”


Conclusão

Em Nelson, nossa sociedade é acomodada, como a de Buarque, institucional, como a de Viana, e pornográfica, como a de Freyre. É, ainda, uma conturbação psicológica que mistura o urbano e os desvios encontrados na intimidade de cada pessoa. O brasileiro é, então, o paradoxo de seus instintos com sua moral, e essa repressão o denigre. Esse é o desenho que Nelson nos esboça: um arquétipo social. E é nesse contexto em que o incluímos na geração de pensadores de 30. Seus personagens, retratos da classe média carioca do século XX, nada mais são do que uma visão microscópica da sociedade brasileira como um todo. Parte-se, portanto, do indivíduo para o universal – assim como fizeram os pensadores da geração de 30.


Bibliografia

FERREIRA, Gabriela Nunes. A Formação Nacional em Buarque, Freyre e Vianna, Ed. Lua Nova, São Paulo, 1996. DIAS, Ângela Maria. Nelson Rodrigues e o Rio de Janeiro: memórias de um passional, Ed. Alea, volume 7, número 1, 2005. CASTRO, Ruy. O Anjo Pornográfico – A Vida de Nelson Rodrigues, Ed. Companhia das Letras, São Paulo, 1992. PIMENTA, Edward. Por que não temos mais um cronista como Nelson Rodrigues?, Editora Abril, BRAVO!, São Paulo, 2007. Como as experiências da guerra transformaram as artes?, http://www.klickeducacao.com.br/materia/21/display/ 0,5912,POR-21-100-916-,00.html


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