Revista Milha Náutica - Ano 03 - Nº 01

Page 1

EXCLUSIVA ENTREVISTA COM O SUBMARINISTA E CAPITÃO-DEMAR-E-GUERRA CLAUDIO LISBOA

CONSTRUÇÃO NAVAL ARTESANAL PATRIMÔNIO CULTURAL E MEMÓRIA NO MUSEU NACIONAL DO MAR

milhanáutica A

R e v i s t a

I SEMANA NÁUTICA DA PARAÍBA

Nº01 • Ano 03 • Fevereiro 2014

A Paraíba na vitrine do turismo náutico do Brasil

LIGHT HOUSE

d o

P r o g r a m a

S a g r e s


ENTREVISTA

04 Claudio Lisboa

DIVERSOS

08 Watercraft

MUSEU NACIONAL DO MAR

10 Volta ao Mundo em Solitário em um pequeno barco a vela 13 Poesias sobre o Museu Nacional do Mar 14 Construção naval artesanal - patrimônio cultural e memória no Museu Nacional do Mar

MUNDO AQUÁTICO

20 Projeto Gombessa

CAPA

22 Semana Náutica da Paraíba 2013 28 Flashes da I Semana Náutica da Paraíba

BLOG VELEIRO HOJE!

40 Como tudo começou

PROGRAMA SAGRES 42 História do site Rumo Magnético

SEXTANTE

44 Longitude, uma longa descoberta

CRPNM / IFPB

46 IFPB integra Centro Internacional de Referência em Portos e Sustentabilidade

SEGURANÇA NO MAR

48 Coletes - As 5 principais desculpas de quem insiste em não usar colete salva-vidas e o porquê deve-se usá-lo 49 Álcool - Consumo de álcool e navegar não se misturam

OVERFISHING

50 Infográfico: Sobrepesca

CULTURA MARÍTIMA

54 Filmes & Livros: Capitão Philips & Sagres: A Revolução Estratégica

NAUTILUS 56 Fotografia

SABORES DO MAR

58 Salgariscos: Coxinha e Pastel de Mariscos 2 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm


EDITORIAL “Estamos a bordo, que Bons Ventos nos levem”. Essa é a frase que me vem a cabeça quando vejo essa edição da Revista Milha Náutica. Após um ano de sua última edição, a revista retorna cheia de novidades e agora, como a revista oficial do Programa Sagres do Centro de Referência em Pesca e Navegação Marítima - CRPNM / IFPB. Para auxiliar no cumprimento do objetivo do Programa Sagres de difundir as ciências náuticas, a Revista Milha Náutica teve que ir para o estaleiro. Lá ela pôde ser modernizada e ter o seu casco reforçado para suportar as pancadas das grandes ondas. Agora, com novas possibilidades, poderemos adentrar em “mares nunca dantes navegados”. Um dos principais resultados de sua passagem no estaleiro foi a adaptação das seções do site Rumo Magnético, também do Programa Sagres, para a versão de revista. Os melhores artigos ou fotos de cada seção serão selecionados para compor as edições da Milha Náutica. Em adição, tem-se a inauguração da seção ENTREVISTAS, que tem como primeiro entrevistado o Submarinista e Capitão-de-Mar-e-Guerra Claudio Lisboa. Essa edição marca também uma parceria com outra embarcação, maior, mais robusta e com grande experiência em mares turbulentos, conhecida como “Museu Nacional do Mar“. Fico orgulhoso e feliz quando vejo o material belíssimo que foi enviado pelo museu para ser publicado na Milha Náutica. Aproveito para agradecer ao meu amigo e velejador Rico Floriani que fez o meu contato com a Sra. Marina Bruschi, Analista em Gestão Cultural do Museu Nacional do Mar. Aproveito também para agradecer a Diretora do museu, Sra. Andrea de Oliveira, pelo belo artigo enviado. A capa da terceira edição da Revista Milha Náutica traz o evento que foi um marco para o setor náutico paraibano: a I Semana Náutica da Paraíba - SNPB. O evento ocorreu no período de 8 a 15 de dezembro de 2013, no litoral de João Pessoa, Cabedelo e Lucena e reuniu as diversas modalidades náuticas em uma única semana, de jet ski à pesca, passando por workshops e palestras. O grande velejador brasileiro Amyr Klink uma vez disse em um de seus livros: “Parti para a minha mais longa travessia e mesmo que ela só durasse esse único dia, eu havia escapado do maior perigo de uma viagem, da forma mais terrível de naufrágio: NÃO PARTIR”. Aqui estamos, a bordo da terceira edição da Revista Milha Náutica. ___________________________________________________________________

Editora Digital Light House, Programa Sagres / CRPNM / IFPB Editor Chefe / Diagramação Ticiano Alves, ticianosalves@gmail.com Revisora Textual - Externo Raphaella Belmont, raphabelmont@gmail.com Colaboraram nesta Edição Claudio Lisboa, Marina Bruschi, Rico Floriani, Elson Fernandes, Andrea Oliveira, Margareth Rocha, Olga Sueli Bezerra, Demisson Xavier Ferreira. Fotografias desta Edição Claudio Lisboa, Arquivo Museu Nacional do Mar, Ticiano Alves, Luciane Ville, Helvio Silva, APEC, Jacaré Náutica, Walter Bibe, Joscelo Maximino e Margareth Rocha.

Prof. M.Sc. Ticiano Alves Coordenador do Programa Programa Sagres / CRPNM / IFPB Editor-Chefe da Revista Milha Náutica

milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 3


ENTREVISTA SUBMARINISTA E CAPITÃO-DE-MAR-E-GUERRA

C L AU D I O L I S B OA Atualmente como Assessor da Coordenadoria-Geral do Programa de Desenvolvimento de Submarinos da Marinha do Brasil - PROSUB, o submarinista e Capitão-de-Mar-e-Guerra da Reserva Claudio Lisboa, ao longo de sua exemplar carreira esteve no comando do Monitor Parnaíba, do Navio de Socorro Submarino Felinto Perry, da Fotilha de Mato Grosso e da Capitania dos Portos de Santa Catarina, bem como exerceu funções variadas no âmbito da Força de Submarinos, e a de Gerente de Submarinos na Diretoria-Geral do Material da Marinha. Recebeu entre suas condecorações a Medalha Militar com Passador de Ouro (30 anos), a Medalha Mérito Marinheiro 4 Âncoras, Medalha Mérito Tamandaré, Ordem do Mérito Naval e a Comenda da Ordem do Mérito Imperador Dom Pedro II do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina. MILHA NÁUTICA - Em 1983, o senhor

série de localidades. No retorno ao Brasil,

rança por um período que, para mim,

estava a bordo do Veleiro Oceânico

passamos pela África (Lagos – Nigéria

pareceu uma eternidade, felizmente um

Cisne Branco (ex-Ondine) da Marinha

Tenerife - Ilhas Canárias). Ao chegar à

dos colegas que estavam abrigados no

do Brasil. O senhor relatou ao site Rumo

costa brasileira, passamos por Recife e

cockpit não viu mais o timoneiro e se

Magnético, na seção “Diário de Bordo”,

Salvador, terminando a viagem quando

levantou. Foi a minha sorte, ele me puxou

um incidente que lhe ocorreu quando

atracamos no Rio de Janeiro em novem-

de volta para o barco. Graças ao cumpri-

estava ao timão da embarcação. Poderia

bro daquele ano. Durante as pernadas,

mento de procedimento de segurança e

compartilhar essa experiência com os

eram conduzidos diversos adestramen-

a ação do meu amigo César Christianes

leitores da Milha Náutica?

tos, com destaque para a navegação

não virei estatística!

CLAUDIO LISBOA - Em primeiro lugar,

astronômica, sem contar as inúmeras

agradeço a deferência da Revista em me

fainas comuns em veleiros oceânicos.

MILHA NÁUTICA - Chegou a participar de

entrevistar e pela oportunidade de falar

Os Guardas-Marinhas eram divididos

alguma regata com o VOc Cisne Branco?

um pouco sobre a carreira de um Oficial

em departamentos, divisões e funções

Qual?

da Marinha do Brasil. A viagem foi uma

colaterais como em qualquer Navio

CLAUDIO LISBOA - Participamos da

experiência inesquecível que aconteceu

da Marinha. Eu era do Departamento

Antigua Sailing Week e de um circuito de

em 1984. Naquela época 14 Guardas-

de Convés e Encarregado do Grupo de

regatas em Palma de Mallorca - Espanha.

Marinhas recém-formados da Escola

Mergulho. Por conta desta última ativi-

Neste último evento, tanto o Rei Juan

Naval, em vez de realizar a “Viagem

dade, quando atracávamos, tinha pelo

Carlos e seu filho, Príncipe Felipe, cor-

de Ouro” no Navio-Escola, a faziam no

menos duas fainas: limpar o casco e

reram as regatas.

VOc “Cisne Branco”. Para mim, embarcar

carregar as ampolas de mergulho. O inci-

nesse Veleiro era um sonho, pois tanto

dente citado e publicado no site “Rumo

MILHA NÁUTICA - Como submarinista,

no Colégio Naval como na Escola Naval

Magnético” aconteceu após o “Cisne

como o senhor descreveria o dia a dia da

fui da Equipe de Vela e velejar estava no

Branco” suspender de Mônaco. Logo no

tripulação de um submarino?

meu sangue, portanto, era natural que eu

início da pernada fomos atingidos por

CLAUDIO LISBOA - Após servir um pouco

fosse voluntário para encarar este desa-

um mau tempo daqueles, mar bem agi-

mais de dois anos como Segundo-

fio. Suspendemos em março de 1984,

tado e ventos fortes. Após o pôr do sol, e

Tenente no Navio-Aeródromo “Minas

subimos a costa brasileira, passamos por

em situações críticas, vestíamos o colete

Gerais” fui voluntário para o Curso de

Antígua no Caribe, nos EUA atracamos

com cinto de segurança. Numa noite

Aperfeiçoamento de Submarinos para

em Fort Lauderdale e Boston, cruzamos o

estava timoneando o barco “talingado”

Oficiais. Desde os tempos de Colégio

Atlântico, estivemos em Horta nos Açores,

pelo cinto de segurança, navegando com

Naval tinha isto em mente. Concretizei

depois rumamos para a Europa, onde

velocidade alta e as ondas estavam bem

este anseio quando fui, no início de

atracamos em Lisboa, seguimos para

grandes. Quando, de repente, uma onda

1987, para o Centro de Instrução e

Cádiz - Espanha, e depois entramos no

varreu o convés e me levou junto. Fiquei

Adestramento “Almirante Áttila Monteiro

Mar Mediterrâneo, onde visitamos uma

pendurado pelo cabo do cinto de segu-

Aché”, nosso querido CIAMA, a escola

4 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm


de submarinistas, mergulhadores e mergulhadores de combate. O curso, com a duração de cerca de um ano, é bastante exigente e requer muita dedicação por parte dos oficiais-alunos. Possui duas etapas, uma em sala de aula e simuladores, em que são ensinados todos os sistemas e equipamentos do submarino, como manobrá-lo, e seu emprego operativo. A outra etapa é realizada embarcada em um submarino. Nesta fase, os oficiais em qualificação estudam na prática todo o submarino e concorrem a escala de serviço no mar como Oficiais de Águas (manobra do submarino), supervisionados por um oficial qualificado. É um período intenso que é coroado no exame final de qualificação no mar, ocasião

VOc Cisne Branco

em que o oficial-aluno deve demonstrar

nos participam de exercícios avançados

na prática a condução proficiente de

com a Esquadra e de operações especiais

diversas manobras com o submarino, em

como o lançamento de mergulhadores de

especial as fainas de emergência. Tive a

combate.

oportunidade de servir nos Submarinos “Riachuelo” e “Tupi”. Foram momentos

MILHA NÁUTICA - Quais são as principais

incríveis e sempre tive a sensação de

dificuldades encontradas para a execução

pertencer a uma elite, uma vez que os

de sua navegação submarina? E no que

nossos submarinos são tripulados por

ela difere da navegação de superfície?

militares extremamente profissionais e

CLAUDIO LISBOA - Um submarino por

conhecedores de suas “máquinas”. O dia a

navegar normalmente submerso não pos-

dia de um submarino no mar é repleto de

sui muitas oportunidades para receber

exercícios internos táticos e de controle

posições GPS ou realizar observações

de avarias, a fim de manter o meio em

visuais. Cabe ressaltar que a principal

níveis elevados de adestramento. Além

característica de um submarino é a ocul-

dos treinamentos internos, os submari-

tação, assim sendo, um bom Comandante

Navio de Socorro Submarino Felinto Perry

de submarino evita ao máximo transitar na cota periscópica e expor mastros, o que é necessário para atualizar a posição GPS e obter marcações de pontos conspícuos. Neste contexto, além do emprego do Sistema de Navegação Inercial, é necessária a aplicação de técnicas especiais de navegação estimada. Em resumo, são utilizadas informações de diversas fontes para compilar um quadro preciso de navegação, sob a máxima de evitar a todo custo a contra detecção do submarino. MILHA NÁUTICA - Durante 01 ano, o

senhor esteve no Comando do Navio de Socorro Submarino Felinto Perry. Quais são os principais equipamentos utilizados por essa embarcação? CLAUDIO LISBOA - O NSS “Felinto Perry” basicamente é um navio para operações de mergulho. Sua missão precípua é resgatar a tripulação de um submarino em caso de sinistro. Para tal possui um Sistema de Mergulho Saturado composto, grosso modo, por um conjunto de câmaras hiperbáricas e um Sino de Mergulho. Para resgatar os membros da tripulação do submarino sinistrado é empregado o Sino de Resgate de Submarino. Outro importante equipamento do navio é o Veículo Submarino de Operação Remota. Em linhas gerais, o NSS se posiciona em cima do submarino sinistrado por meio milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 5


ENTREVISTA nova dimensão ao “Caverna Mestra da Armada”. Praticamente 10 anos depois voltei ao pantanal mato-grossense, desta vez para ser o Comandante da Flotilha de Mato Grosso, uma força distrital com renomada tradição na Marinha. A Flotilha executa uma série de atividades como Operações Ribeirinhas, Operações Combinadas, Patrulha Fluvial, Operações SAR e Assistência Cívico-Social (ACISO). Ressalto as ACISO, uma vez ter sido uma enorme satisfação poder participar de ações visando contribuir para o bem-estar das populações ribeirinhas da região. Neste contexto, destaco a incorporação à Armada do Navio de Assistência Hospitalar “Tenente Maximiano” ocorrida no início de 2009, fato que elevou con-

Sino de Resgate Acoplado

sideravelmente a capacidade da Marinha

do Sistema de Posicionamento Dinâmico,

CLAUDIO LISBOA - Já tinha servido em

baixa o Sino de Mergulho para que

Ladário-MS, sede do Comando do 6º

um mergulhador realize algumas ações

Distrito Naval, quando comandei o

prévias e necessárias para a operação

Monitor “Parnaíba” entre 1998 e 1999.

do Sino de Resgate. O Sino de Resgate é

Nessa ocasião, o M “Parnaíba” foi sub-

baixado e acopla na escotilha de salva-

metido a um substancial Período de

mento do submarino e, após a abertura

Modernização, em que o navio foi prati-

das respectivas escotilhas, é possível o

camente reconstruído. Dentre as prin-

embarque de até seis tripulantes por vez

cipais alterações, destaco a substitui-

no sino para retornarem à superfície. São

ção da planta da propulsão a vapor

realizados tantos acoplamentos quanto

por dois motores diesel, novos grupos

forem necessários.

de motores-geradores, novo arranjo de armamento e instalação de um con-

MILHA NÁUTICA - Quais foram as prin-

cipais missões executadas durante esse período? CLAUDIO LISBOA - Destaco a realização do exercício SARSUB 2004, em que, pela primeira vez na nossa Marinha, foi realizado o acoplamento do Sino de Resgate em um submarino e o regate de um tripulante. MILHA NÁUTICA - Entre Janeiro de 2008

e Janeiro de 2009, o senhor esteve no Comando da Flotilha de Mato Grosso. Como é estar no comando de uma força distrital composta por 09 embarcações? Quais são as principais dificuldades encontradas para a execução das missões numa região tão rica em rios como a do Pantanal?

6 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm

vés de voo. Estas modificações deram

em prestar apoio médico e odontológico aos ribeirinhos. Outra realização digna de nota foi a realização de duas Operações Multinacionais - intituladas ACRUX III e ACRUX IV - a primeira conduzida nas proximidades de Nueva Palmira - Uruguai e a segunda nos arredores de Porto Murtinho - MS. Estas operações contaram com a participação, além da Marinha do Brasil, das Marinhas da Argentina, Bolívia, Paraguai e Bolívia. Nestas comissões exerci o comando do Grupo-Tarefa Fluvial e, no Brasil, fui o comandante da ForçaTarefa multinacional. Foram experiências

Sino de Resgate com tripulante


significativas em que pude constatar o

segurança da navegação do transporte

que tive de inúmeros órgãos públicos,

profissionalismo das marinhas amigas

marítimo na região. Destaco que nesse

entidades civis e pessoas. As parcerias

participantes e, principalmente, o eleva-

período foram intensificados proces-

com o Exército Brasileiro, Polícia Federal,

do nível de adestramento dos marinhei-

sos visando aumentar os parâmetros

Secretaria de Segurança Pública, Corpo

ros, fuzileiros navais e aviadores navais

operacionais dos portos catarinenses,

de Bombeiros, Polícia Militar, Prefeituras,

da Marinha do Brasil. Não posso deixar

elevando a competitividade dos mesmos.

IBAMA e ICMBio. Algumas entidades civis

de sentir orgulho por ter visto os meios

Para tanto foi fundamental o excelente

foram marcantes em seus apoios como

da Flotilha exercendo efetiva presença

relacionamento com as Autoridades

as Sociedades de Amigos da Marinha

na nossa fronteira oeste, navegando nos

Portuárias, Serviços de Praticagem e ou-

na região e a Associação Náutica

rios Paraguai, Cuiabá e até no rio Paraná.

tros membros da comunidade marítima.

Catarinense para o Brasil. Foi uma grata

Navegar em rios exige extrema aten-

É inegável que Santa Catarina é um re-

satisfação constatar a participação de

ção, pois a qualquer momento podemos

levante polo náutico e de pesca no País.

diversos atores no incremento da men-

ser surpreendidos com um encalhe. O

Este fato exige uma efetiva atuação da

talidade de segurança da navegação.

conhecimento prático da região é fun-

CPSC e de suas Delegacias subordinadas.

Tenho forte convicção que o engajamen-

damental, principalmente dos impac-

Além da fiscalização, procurei promover

to da comunidade náutica é fundamental

tos decorrentes do regime de cheias

a conscientização da comunidade náu-

para a redução dos números de acidentes

dos rios. Durante o período noturno as

tica em prol da segurança da navegação,

envolvendo embarcações. No início de

dificuldades se agravam e, muitas das

por considerar que cada pessoa que

2013 deixei a CPSC e o Serviço Ativo

vezes, até o radar engana ao apresentar

conduz uma embarcação e até mesmo

da Marinha, um momento difícil. Por

um contorno falso do rio.

os passageiros precisam se conscientizar

último, reconheço que tenho uma imensa

que a segurança está nas mãos deles

gratidão com os homens e mulheres de

MILHA NÁUTICA - Quando foi Capitão

mesmos.

valor com que tive a oportunidade de

dos Portos de Santa Catarina entre

Em especial, concentrei esforços em res-

servir.

janeiro de 2011 e janeiro de 2013, quais

saltar a importância do uso efetivo de

foram os principais desafios? E quais as

coletes salva-vidas. Basta uma simples

principais conquistas?

pesquisa para se constatar que muitas

CLAUDIO LISBOA - Em 2010, estava reali-

das fatalidades ocorridas em embarca-

zando o Curso de Política e Estratégia

ções poderiam ter sido evitadas pelo

Marítimas na Escola de Guerra Naval

simples uso de um colete salva-vidas,

quando, no meio do ano, fui intenciona-

um equipamento de segurança cujos

do para assumir o cargo de Capitão dos

modelos mais simples não custam muito.

Portos de Santa Catarina (CPSC). Foi um

Seria injusto não citar o grande apoio

misto de alegria e excitação, pois nunca tinha servido em uma Organização Militar do Sistema de Segurança do Tráfego Aquaviário. Logo percebi que

n

Fonte das Imagens: Imagens gentimente cedidas por Claudio Lisboa para a entrevista na Revista Milha Náutica.

Desembarque da Capitania dos Portos de Santa Catarina e do Serviço Ativo da Marinha do Brasil

seria um grande desafio ser Capimar. Em janeiro de 2011 tomei posse na CPSC, em plena Operação Verão! Apesar de ter feito um curso específico, atuar como Agente da Autoridade Marítima seria um mundo novo e realmente foi. A jurisdição da CPSC é dividida entre as Delegacias da Capitania dos Portos em São Francisco do Sul, Itajaí e Laguna. Estamos falando dos pujantes Complexo Portuário de Itajaí, Porto de São Francisco do Sul, Porto de Itapoá e o Porto de Imbituba. Isto significa que os Agentes da Autoridade Marítima em Santa Catarina possuem grandes responsabilidades para assegurar a

milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 7


WAT E R C R A F T DIVERSOS

SISTEMA DA ROLLS-ROYCE QUE INTEGRA HÉLICE E LEME A Rolls-Royce fechou um contrato para fornecer um inovador sistema que integra uma hélice ao leme Imagem: navalunivali.wordpress.com

chamado “Promas Lite”. O mesmo foi desenvolvido para melhorar a eficiência da hélice do navio de cruzeiro Richard. De acordo com a Rolls-Royce, esse sistema irá aumentar a eficiência do Richard em 11 e 14 por cento. A Rolls-Royce observou que a economia de combustível com o uso do sistema Promas Lite é de 5 a 15 por cento, dependendo do tipo de operação e o desempenho da hélice existente.O sistema de propulsão é adequado para uma ampla gama de tipos de navios e outras ordens futuras incluem navios de pesca e navios de carga.

JAPÃO LANÇOU MAIOR NAVIO MILITAR DESDE A II GUERRA O Japão exibiu, no dia 06 de agosto de 2013, pela primeira vez ao público seu futuro porta-helicópteros, o maior navio militar da marinha japonesa desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Imagens: www.greenpacks.org

Foto: www.mundo-nipo.com

NEREUS Utilizando uma pipa semelhante a do kite surf, essa embarcação de desing arrojado, atinge velocidades relativamente altas, dentro e sob a água, elevando a adrenalina de qualquer navegante. Controlar o Nereus é tão fácil como andar de bicicleta, dizem os seus desenvolvedores. Tudo que você tem a fazer é virar o guidão que está ligado a pipa. Para mergulhar, só empurrar para baixo.

8 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm


RECORDE MUNDIAL DE VELOCIDADE EM UM BARCO A VELA 51 nós equivale a 92 km por hora! Foi esta velocidade incrível que os

Foto: www.sail-world.com

franceses do L’Hidroptère conseguiram.

HOMENAGEM AO CAPITÃO-DE-MAR-E-GUERRA GERALDO LUIZ MIRANDA DE BARROS No dia 30 de setembro de 2013 faleceu o Capitão-de-Mar-

Mundial sediada em Malmoe (Suécia), sendo membro diretor

e-Guerra Geraldo Luiz Miranda de Barros, autor de clássicos

no biênio 1983/85.

como “Navegar é fácil“ e “Navegando com a eletrônica“. Em sua homenagem dedicamos esse espaço para conhecer um

Graduado também em Administração de empresas e Pós-

pouco mais sobre a sua carreira que foi marcada pela sua dedi-

Graduado em Ciências Navais e Estratégia, recebeu em 1981

cação em produzir para os brasileiros uma riqueza enorme

o cobiçado e raramente outorgado prêmio Alte Jaceguay do

que são suas grandiosas obras.

Clube Naval por sua tese “Tráfego Marítimo Vital do Brasil em Situações de Guerra”.

Biografia

Reunindo qualidades e experiência ao longo de seus vários

O Capitão de Mar-e-Guerra (RRm) Geraldo Luiz Miranda de

anos de dedicação à Marinha e ao Brasil, o Capitão de Mar-

Barros se formou como Guarda Marinha em 1957 e após mais

e-Guerra (RRm) Geraldo Luiz Miranda de Barros se dedicou

de 30 anos de atividades no Serviço Naval passou para a

com entusiasmo e persistência à formação de uma cultura

reserva em 1987.

marinheira em nosso povo. Com seu grande envolvimento e expertisse em navegação sua proposta de mostrar os se-

Ao longo de sua carreira exerceu diversas funções, a maio-

gredos de uma vida segura no mar vem com a publicação de

ria delas ligada à navegação. No período de 1983 a 1985

livros especializados e altamente recomendados.

foi o representante do Brasil na Organização Marítima Internacional, com sede em Londres, sendo eleito por seus

Desde 1977 suas obras divulgam de forma extremamente

membros Vice-presidente do Comitê de Segurança Marítima.

didática os segredos da navegação, sendo rica fonte de

Nessa função, participou ativamente das revisões das con-

estudo e aprendizado, quase que obrigatória, das categorias

venções SOLAS, MARPOL e STCW, instrumentos internacio-

amadoras, de pesca e de diversas categorias profissionais de

nais de suma importância para a segurança no mar.

marítimos.

Foi também membro fundador da Universidade Marinha

n Texto extraído do site do autor milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 9


VOLTA AO MUNDO EM SOLITÁRIO EM UM PEQUENO BARCO A VELA MUSEU NACIONAL DO MAR

A

mato-grossense Izabel Cristina Duarte Pimentel,

Segunda etapa: Rio de Janeiro, Oceano Atlântico, Passagem

analista de sistemas (UFF), caminha para sagrar-se a

pelo Cabo da Boa Esperança, Oceano Índico, Oceano Pacífico

primeira brasileira e latina americana a dar a volta

com parada na Ilha da Páscoa, passagem pelo Cabo Horn,

ao mundo em solitário pilotando um pequeno barco

reingresso no Oceano Atlântico com parada na Província da

a vela. Partiu e fechará o circuito na cidade de Sète, França, Mar

Terra do Fogo (capital Ushuaia, Argentina), São Francisco do

Mediterrâneo. Os oceanos Atlântico, Índico e Pacifico fazem parte

Sul (Museu Nacional do Mar) e fechando o percurso, passagem

de seu roteiro, mantendo-se abaixo do Trópico de Capricórnio e

pela praia de Copacabana, parada no Iate Clube do Rio de

fronteira com o Círculo Pólo Antártico. A sua experiência como

Janeiro, Urca, e Paraty.

velejadora de caiaque, - velejando por grande parte a costa do

Terceira etapa: Partida de Paraty, travessia do oceano Atlântico

Brasil, todo o litoral de Portugal e parte da Espanha, - lhe deram

e chegada em Sète, França. Entrada no rol dos navegadores

o know-how para este audacioso empreendimento. Capotagem,

que deram a volta ao mundo em solitário

tombamentos, temperaturas baixíssimas, tempestades, ondas de até 60 metros de altura, calmarias, pequenos acidentes que lhe

A Izabel completará o percurso ao regressar ao ponto de par-

valeram corte na mão e luxação no tórax, nunca a desencora-

tida, quando se consagrará a primeira mulher brasileira e latina

jaram. O desespero acontecia só num momento, mas logo dava

americana a realizar a volta ao mundo em solitário, pilotando

a volta por cima, muitas vezes valendo-se de meios de fortuna

um pequeno barco a vela. O título só é validado para quem inicia

para manter o barco navegando. A coragem, equilíbrio emocional

e termina a travessia na região setentrional do planeta.

e muita técnica a mantém firme no comando do barco. PRIMEIRA ETAPA Sua bandeira verde, amarela e azul está sempre tremulando no Partida de Sète, França (28 de agosto de 2012)

mastro a dizer-lhe: “- Bel, vamos em frente. O Brasil nos espera!”

Izabel iniciou a sua viagem de Volta ao Mundo em Solitário

José Geraldo Pimentel

partindo de Sète, França, Mar Mediterrâneo, dia 28 de agosto de 2012.

Característica do barco DON Barco: Veleiro DON

Desembarque no Rio de Janeiro (15 de novembro de 2012)

Romanée, 34 pés, construído em alumínio. Construtor:

Como estava previsto a Izabel desembarcou no Iate Clube do

Arquiteto Philippe Harlé.

Rio de Janeiro, bairro da Urca, quinta-feira, dia 15 de novem-

Gata Ellen

bro de 2012. Era cerca de 22hs. Estava animada, trajando

Izabel leva no barco a gata Ellen que ganhou de amigos em

um vestido vermelho e sapatos de cor creme, salto alto. Foi

Salvador.

uma parada para ser recepcionada pelos familiares. No dia seguinte, sexta-feira, dia 16, por volta das 16:30 hs, seguiu via-

Roteiro da viagem Primeira etapa: Sète, Arquipélago das Canárias, Arquipélago Fernando de Noronha, Salvador e Rio de Janeiro.

10 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm

gem para Paraty. No final da tarde de sábado desembarcava na Marina Porto Imperial.


milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 11


SEGUNDA ETAPA

cruzeta que dá sustentação ao mastro) obrigando-a a aportar na Ilha de Páscoa para reparos.

Largada da segunda etapa: Brasil - Brasil (28/12/2012) - Entre a Ilha de Páscoa e o Cabo Horn, sofreu dois tombamentos. Sexta-feira, 28/12/2012, 10:25 hs.

(O mastro chegou a tocar no leito do oceano).

Passagem pela praia de Copacabana. À frente do Copacabana

- Uma semana depois da passagem pelo través das Ilhas

Palace, Izabel inicia oficialmente a Volta ao Mundo sem escala,

Malvinas, Izabel enfrentou tempestades com ondas de cerca de

em navegação solo.

60 metros de altura. (5 de fevereiro de 2014).

“- Lá pelos meus 20 anos, um dia, em plena praia de Copacabana,

“Nunca tinha visto ondas tão grandes. Não imagina a montanha

fiz uma promessa. Mas fiz a uma pessoa: Joshua Slocum. (O pri-

que a onda formava e arrebentava igual na praia. Terrível. O Don

meiro homem a velejar em solitário ao redor do mundo).

firme... Depois muitos barcos de pesca... Não dormi.”

- Eu, Izabel Pimentel, darei a volta ao mundo! - No decurso dessa travessia a Izabel sofreu corte na mão, Tinha lido seu livro ‘Sozinho ao redor do Mundo’ e me apaixonado

luxação no tórax, frio e muitas noites mal dormidas; inclusive,

por sua aventura.

conduzindo o barco sentada ao lado do leme, debaixo de chuva e muito frio, quando cruzava o Estreito de Beagle em direção

Em 1994 fiz minha primeira viagem ao Sul do pais, onde conheci

ao Ushuaia. A estadia na Ilha de Páscoa não foi das mais felizes.

a cidade de São Francisco do Sul e o Museu do Mar. Fiquei encan-

Bem recebida na chegada e depois, nem tanto. Em Ushuaia foi só

tada com o museu.

carinho e atenções.

Um ano depois juntamos um grupo de amigos e fizemos uma

Momento memoráveis na viagem

expedição que saia de Paraty, entrava na Barra de Cananéia, seguia pelo Canal do Varadouro até Guaraqueçaba, cidade onde

- Descendo o Oceano Atlântico em direção ao Brasil.

Joshue Slocum construiu sua canoa ‘Liberdade’ e partiu para os

Passagem pela Linha do Equador - 24 de outubro de 2012.

Estados Unidos. Faziam 100 anos da partida para a sua Volta ao

12:10 hs (horário local). 00º 000’N; 030º 09’ W.

Mundo; e era por isso que estávamos ali.

- Meridiano de Greenwich. Nessa viagem fazia alguns trechos com minha canoa ‘Manhã’.

Izabel passou pelo Meridiano de Greenwich no dia 20 de janeiro

Depois de Paranaguá a expedição seguiu para o Museu do Mar

de 2013, às 07:39:09 hs.

onde minha canoa ficou. Doação que fiz por amor a arte naval

“Bom dia. Passei primeiro meridiano, Greenwich. Posição 36.52

brasileira.”

S 00.000.”

Previsão de percurso da segunda etapa Rio de Janeiro - Rio de

- A passagem pelo Cabo Horn que parecia ser o terror da viagem,

Janeiro (20.000 milhas)

foi o momento em que o oceano saldou a passagem da Izabel calmo e cerimonioso. “Ele me deixou passar.”

Nessa segunda etapa Izabel navegou do Rio de Janeiro até o Cabo Horn aproximadamente 18.000 milhas náuticas. Para sua

- O barco, como a Izabel, ganha o título de “Cabo Hornier”,pela

chegada/retorno ao Rio restam-lhe cerca de 2.300 milhas. Com

passagem em solitário pelo temido Cabo Horn. Façanha, por sinal,

isso totalizará, nesse trecho, - Rio de Janeiro-Rio de Janeiro,- algo

realizada pela primeira vez por uma brasileira.

n

em torno de 20.000 milhas. (Cálculo efetuado por Marcos Lobo). Situações enfrentadas pela Izabel desde que deixou Sète, França.

___________________________________________________________________ Press release preparado pelo Sr. JG Pimentel, pai da velejadora.

- Na primeira etapa: uma longa calmaria à frente do Marrocos,

Repassado à Revista Milha Náutica pelo Museu Nacional do Mar.

África, e a perda de seu gato francês, Feijão, atropelado numa estrada no Arquipélago das Canárias. - Em pleno Oceano Pacífico, o barco sofreu uma capotagem (dar um giro brusco de 180 graus), com avarias graves (quebra da

12 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm

Fonte das imagens: Site oficial da Velejadora. < www.jgpimentel.com.br >


POESIAS SOBRE O MUSEU NACIONAL DO MAR MUSEU NACIONAL DO MAR Poesias feitas coletivamente pelos alunos nas aulas de Literatura com a professora Viviane Mirandola da Escola Municipal Izidoro Curvello, São Francisco do Sul / SC.

O museu do Mar

Explorando o Museu do Mar

A magia do Museu do Mar

Em uma manhã ensolarada

No museu do Mar encontramos

Em um belo dia ensolarado fomos passear

Colocamos o pé na estrada

Muitas coisas antigas

Coisas novas fomos encontrar

Fomos ao museu do Mar

Aprendemos muito sobre o mar

Ao ver os barcos imaginamo-nos flutuando no mar

Lá subimos escadas

Vivemos uma manhã divertida

Por todo museu parecia haver encanto no ar

Ficamos com as pernas cansadas

Desse jeito é muito bom estudar

Todas as salas fomos explorar

Fomos a sala escura, foi uma loucura

Vimos bonecos de isopor

Por uma sala escura fomos caminhar

Em outra sala encontramos

Meu Deus que terror...

Muitos mistérios fomos desvendar

Algumas esculturas

Da fonte dos desejos sentimos o frescor

Outros museus queremos visitar.

Esse passeio foi uma beleza pura

Mas quando o passeio acabou

E agora quais serão nossas futuras

Ficamos com calor.

2° e 3° anos

4° ano

5° ano

Passamos por uma sala escura,

aventuras?

milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 13


Coleção Alves Câmara

14 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm


CONSTRUÇÃO NAVAL ARTESANAL PATRIMÔNIO CULTURAL E MEMÓRIA NO MUSEU NACIONAL DO MAR MUSEU NACIONAL DO MAR

U

ma versão admissível é que a primeira experiência do

deu a Portugal destaque mundial no ramo da construção naval.

homem com a navegação tenha sido a utilização de

Como afirmou Camões no canto III dos Lusíadas (p.87), o mar foi

um tronco que, devido a flutuação, tenha permitido a

de certa forma um começo, uma inspiração que colocou Portugal

travessia de curtas distâncias. Depois ao amarrar dois

em lugar de vantagem naqueles tempos:

troncos ou mais, foi possível formar uma plataforma flutuante. E então ao escavar um tronco foi o salto tecnológico que pos-

Eis aqui, quase cume da cabeça

sibilitou formas mais apuradas de navegação.

De Europa toda o reino lusitano Onde a terra se acaba e o mar começa

Em linhas gerais, a história da construção naval liga-se primei-

E onde Febo repousa no oceano.

ramente ao campo da necessidade. Portugal esteve em evidência por conta do poderio naval como Segundo (Santos, 2006, p.29), “[...] a principal forma de relação

descreve (Almeida, 2008, p. 22). “os Lusitanos conheciam, como

entre o homem e a natureza, ou melhor, entre o homem e o

ninguém, a aerodinâmica das velas [...], e em razão disso, no

meio, é dada pela técnica. As técnicas são um conjunto de meios

decorrer do século XV ao século XVI, a caravela, a nau da Índia e

instrumentais e sociais, com os quais o homem realiza sua vida,

o Galeão foram os três modelos náuticos que dominaram a cons-

produz e, ao mesmo tempo, cria espaço”.

trução naval europeia, todos construídos pelos portugueses”.

A técnica, muitas vezes, pode ser confundida com arte, já que

Logo após 1530 a coroa portuguesa inicia no Brasil o processo

a palavra arte vem do latim ars e corresponde ao termo grego

de colonização com a intenção de proteger o novo território.

techne, técnica, significando como afirma (Chauí, 1999. P.317) “o

Com o passar do tempo foram chegando mestres de construção

que é ordenado ou toda espécie de atividade humana submetida

naval, carpinteiros, artesãos que iniciaram os primeiros esta-

a regras [...]. Em sentido estrito, instrumento, ofício, ciência”.

leiros encontrando aqui abundância de matéria prima.

Percebe-se neste sentido que a evolução naval está condiciona-

No decorrer da caminhada, técnicas foram apreendidas e apri-

da a busca por soluções para questões do cotidiano que envol-

moradas. Hoje a diversidade dos barcos tradicionais do Brasil

viam transporte, comércio e defesa ou ataque de territórios.

não é vista em nenhum outro país do mundo. Uma grande variedade presente nas diferentes regiões do território, com

Para uma análise mais apurada da historiografia da construção

expressividade plástica e funcionalidade ligadas aos mais

naval no Brasil deve-se considerar os ensinamentos dos dife-

extraordinários contextos do patrimônio cultural brasileiro. É

rentes povos indígenas na navegação fluvial e a colonização

preciso considerar também iniciativas de preservação no Brasil,

portuguesa com toda a experiência adquirida com a escola

de conhecimentos específicos da tradição naval portuguesa

de Sagres que foi fundada no século XV, onde o infante Dom

firmada no convívio com outros povos no contexto das Grandes

Henrique (1394 – 1460) reuniu os melhores pilotos, astrônomos,

navegações e mesmo a configuração do povo brasileiro formado

cartógrafos e construtores navais da época, o que possibilitou

por culturas como indígena, africana e europeia. Existe assim

conhecimentos essenciais para a navegação transcontinental e

um conjunto de fatores que contribuíram para que aqui te-

milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 15


nhamos um contexto único,entre eles, as condições aquáticas ou

o Patrimônio Material que trata do patrimônio naval brasileiro

condições socio-geográficas do Brasil, além dos muitos saberes

(2009) onde pode-se perceber os contextos locais onde as prin-

e técnicas antigas utilizadas nas barrancas dos rios e beiras de

cipais embarcações tradicionais estão inseridas nas diferentes

praias. Muitas gerações se sucederam nas atividades de navega-

regiões do Brasil, outro é o projeto Barcos do Brasil lançado em

ção de carpintaria naval, da pesca e do transporte. Temos alguns

2008 que tem como objetivo central a preservação e valorização

núcleos onde podemos encontrar embarcações tradicionais e

do patrimônio naval por meio de ações de identificação, pro-

mestres carpinteiros que ainda repassam seus conhecimentos,

teção e conservação de embarcações, estas ações projetadas de

mas como contribuir para preservar tal patrimônio ligado tanto

forma articulada em uma rede cooperativa intergovernamental,

ao material como ao imaterial?

envolvem diversos ministérios considerando as manifestações correlatas que incorporam os saberes e fazeres como pesca,

No sentido mais claro a primeira providência é de mapear e

culinária, festejos e artesanato, tendo como intenção ainda

contextualizar a tipologia das embarcações tradicionais, unido

possibilitar a melhoria da qualidade de vida dos usuários como

aos atos de catalogar, conhecer e registrar as especificidades

pescadores, construtores e auxiliares.

das embarcações para expandir a base de conhecimento, o que já vem acontecendo.

Outro projeto interessante é o Liceu de Artes e Modelismo naval do Museu Nacional do Mar – embarcações brasileiras que teve

Em projetos propostos pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio

sua 1ª edição no ano de 2006 e hoje está em sua 4ª edição e

Histórico e Artístico Nacional como o das Edições Técnicas Sobre

atua também na pesquisa e salvaguarda do patrimônio naval

16 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm


Visão Externa do prédio do museu

brasileiro, onde este patrimônio é percebido como importantís-

Petrobrás, IPHAN e FCC (Fundação catarinense de Cultura).

simo no processo de educação e agregação de valores identitários contribuindo também para a geração de trabalho e renda

A iniciativa do projeto Liceu de Artes e Modelismo naval foi uma

por meio dos ensinamentos da área do modelismo naval, onde

construção participativa e tem como proponente a Associação

as embarcações presentes no acervo do Museu Nacional do Mar

dos Amigos do Museu Nacional do Mar que faz parte do con-

– EB, são reproduzidas.

selho gestor que define as ações que envolvem o museu.

O repasse do conhecimento se dá com base nos estudos dos

O próprio Museu Nacional do Mar pode ser compreendido como

barcos tradicionais de cada região do país, partindo do ponto

um território para a salvaguarda do patrimônio naval brasileiro.

de vista tipológico por meio da divisão de três tipos principais

Criado no ano de 1992, com o objetivo de reunir em seu acervo

de embarcações que são: as canoas, as jangadas e os barcos

embarcações que representem a diversidade do patrimônio

encavernados, onde o modelista artesão aprendiz possa confec-

em questão, está instalado nos antigos armazéns da extinta

cionar modelos regionais aprimorando assim a produção de

Empresa de Navegação Cia Hoepcke onde é possível ainda visu-

artesanato e do próprio modelismo naval, lhe permitindo um

alizar os antigos trilhos para vagonetes que ligavam os amplos

ganho, uma renda financeira mais apurada, além de contribuir

galpões aos trapiches onde atracavam os navios.

para a continuidade de técnicas tradicionais de construção naval presentes no território nacional. O desenvolvimento do projeto

A construção está ainda hoje em sintonia com o mar na beira da

só é possível devido ao comprometimento de parceiros como a

bela Baia Babitonga na cidade de São Francisco do Sul. No pas-

milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 17


sado os armazéns guardavam erva-mate, sacos de sal e outros

mada por mais de mil e quinhentos volumes de temática naval

produtos, além de presenciar a circulação de inúmeros traba-

incluindo obras raras, fotografias, desenhos e cartas náuticas.

lhadores, passageiros e comerciantes interessados no transporte marítimo.

O acervo integral do Museu nacional do Mar é protegido por Lei Federal devido a sua importância e significado no contexto da

O prédio foi restaurado e hoje serve de porto seguro para canoas

preservação da memória do patrimônio naval brasileiro e das

de um pau só, canoas bordadas do litoral catarinense, canoas

culturas ribeirinhas e litorâneas.

do baixo São Francisco, canoas de tolda ou Sergipana, a canoa Biondina do Rio Grande do Sul e ainda; as baleeiras de casco

A memória é um direito de todos, pois, nos possibilita pistas para

liso ou trincado pintadas de cores vivas, que são do ponto de

compreendermos nossas raízes e percebermos o mapa onde

vista da carpintaria, verdadeiras obras-primas. Traineiras, botes,

estamos alicerçados como indivíduos, como brasileiros.

jangadas de cinco paus, jangadas de tábuas, saveiros que são os descendentes dos caravelões da costa e o cúter do Maranhão.

É no sentido da salvaguarda e da preservação que o Museu Nacional do Mar vem projetando suas ações, contribuindo desta

Na sala dedicada ao navegador Amyr Klink, o famoso navegador

forma para a difusão de conhecimento e para a preservação da

brasileiro, temos a canoa que ele ganhou quando criança. Seu

memória e o entendimento de quem somos.

n

barco IAT, atualmente não está em exposição pois foi levado para restauro.

__________________________________________________________________ Autora: M.Sc. Andrea de Oliveira

No museu pode-se ainda conhecer a coleção Alves Câmara do

Diretora do Museu Nacional do Mar – Embarcações Brasileiras

século XXI que é a reprodução da coleção original que se encontra no espaço cultural da Marinha com sede no Rio de Janeiro. A coleção original leva o nome do então ministro da marinha

Referências

que em comemoração ao centenário da abertura dos portos, solicitou aos diversos estados brasileiros a doação de modelos

de suas embarcações típicas. Na época, vários estados aderiram

Almeida, Rodrigo de (2008). Diário de Bordo: a história da indústria naval brasileira. São Paulo: Zingara.

ao projeto, formando o início da coleção.

Em 2005 surgiu a ideia, estimulada pelo navegador Amyr Klink

Chaui, Marilena (1999). Convite à Filosofia. 12ª Ed. São Paulo: Ática.

de reproduzi-la em escala (1:25) e foi desta forma que nasceu a Coleção Alves Câmara do sec. XXI que já possui 88 modelos

Couto, Ronaldo Graça (1985). Embarcações típicas do Brasil. Ed. Index.

de embarcações tradicionais de todo o Brasil, agregando outros

Gehlen, Joel (2004). Museu Nacional do Mar – embarcações brasileiras. Ed. Letra Dágua: Joinville.

modelos tradicionais além dos da coleção real.

A Coleção do séc. XXI, também foi tombada em 2010 e contou

Santos, Milton (2006). A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: EDUSP. PATRIMÔNIO Cultural Naval Brasileiro – comissão de

com a colaboração, para sua formação, dos modelistas – Carlos

arqueoligia, história e etnografia naval – Ministério da

Heitor Chaves, Luiz Lauro Pereira Junior (Laurinho) e Conny

Cultura, SPHAN / Pró-memória, 1990, Brasília.

Baumgart, este, o modelista de barcos e de passarinhos. Tal

coleção, por seu apuro técnico só é comparável, no mundo, à

Naval Brasileiro – IPHAN, orga. Maria Regina Weissheimer,

coleção do Almirante Pâris, que está sob a tutela do museu da Marinha em Paris. A Coleção Alves Câmara do séc. XXI constitui-se num dos princi-

Edições Técnicas sobre o Patrimônio Material - Patrimônio 2009. Brasília.

Barcos do Brasil – organização do IPHAN, 2011.

Camões, Luís Vaz de (2009). Os Lusíadas. Lello editores: Porto.

pais elementos do acervo do Museu Nacional do Mar que é composto ainda por 91 embarcações em tamanho natural e cerca de 150 miniaturas que estão expostas na sala do modelismo, e ainda o acervo bibliográfico da Biblioteca Kelvin Duarte, for-

18 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm

Fonte das Imagens: Imagens gentimente cedidas do Arquivo Museu Nacional do Mar.


Sala das Jangadas

Sala Modelismo e Artesanato

Rancho do Pescador

milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 19


PROJETO GOMBESSA MUNDO AQUÁTICO

E

m 05 de abril de 2013, o mergulhador e naturalista Laurent Ballesta, acompanhado por uma equipe de mergulhadores de profundidade, pesquisadores do Instituto Sul-Africano de Biodiversidade Aquática (SAIAB) e seis cientistas do Muséum National d’Histoire Naturelle

(MNHN - Museu Nacional de História Natural, em Paris) e do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS - Centro Nacional de Pesquisa Científica) da França, partiu para a África do Sul por 40 dias de mergulhos para encontrar um animal mítico: o celacanto. Conhecido nessa área como “gombessa”, este pacífico gigante de 2m de comprimento, considerado extinto a 70 milhões anos e redescoberto vivo em 1938, é considerado a maior descoberta zoológica do século XX: - tem características representantes da transição de peixes para os primeiros vertebrados terrestres com quatro patas; - ele é, com suas barbatanas lobe-like e pulmão primitivo, a vida e relíquia inesperada do mar cerca de 370 milhões de anos atrás. Os celacantos desencadearam debates acalorados durante quase um século entre criacionistas e cientistas. Este é provavelmente o animal selvagem que foi o mais deliberado no mundo, ainda não sabemos quase nada sobre o seu comportamento. Como uma espécie ameaçada de extinção que vive a mais de 100 metros de profundidade, muito poucas observações diretas foram feitas até agora. A Expedição Gombessa é o resultado de dois anos de planejamento: científico, logístico e de pessoal. Uma vez em contato com o celacanto vivo, a expedição vai fazer novas observações e experiências científicas. Para interagir com esta lenda viva, Laurent Ballesta e sua equipe de mergulhadores irão explorar as cavernas Jesser Canyon todos os dias. A uma profundidade de 120m, a cada minuto no fundo é reembolsado por longas horas de descompressão antes de os mergulhadores poderem subir à superfície.

n _______________________________________________

Tradução e Comentários: Professor M.Sc. Ticiano Alves Coordenador do Programa Sagres Fonte: SAIAB. < www.saiab.ac.za >. Acessado: 20 de Novembro de 2013.

20 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm


milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 21

FOTO: http://lrpresse.com


S. N Á

U T I C A PB 22 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm

20 13


“A I Semana Náutica da Paraíba, lançada no dia 21 de novembro e realizada entre os dias 08 de 15 de dezembro de 2013 foi um marco para o Setor Náutico da Paraíba.”

Entre os dias 8 e 15 de dezembro de 2013 o litoral da Paraíba foi

O dia 14 de dezembro de 2013 fora marcado por muitas

palco de uma série de atividades náuticas. O evento que reuniu

atividades. Logo pela manhã, na sede do ICMBio, começou o

todas estas atividades no mesmo período foi intitulada de I

I Encontro Nordestino de Pesca Esportiva, organizado pela

Semana Náutica da Paraíba - I SNPB.

Associação de Pesca Embarcada de Cabedelo - APEC. Foi um momento especial de palestras e debates, que tiveram como

Nascida das reuniões do Comitê Náutico da Paraíba, a I SNPB teve

objetivo a melhoria da pesca esportiva no estado da Paraíba.

como objetivo promover o desenvolvimento do setor náutico do

Por volta das 10h aconteceu, na Praia de Intermares (Cabedelo /

Estado por meio da apresentação de suas potencialidades em um

PB) a Regata de Kitesurf, organizada pelo Professor e Campeão

evento que reuniu atividades esportivas, acadêmicas e culturais.

de Kitesurf Bodete. No final da manhã teve o início as Regatas de Hob Cat 14 e Hob Cat 16, laser e prancha, partindo do Iate

A abertura do evento aconteceu no dia 08 de dezembro na

Clube da Paraíba (Praia do Bessa, João Pessoa / PB) com chegada

Sport Marina, onde fora organizado um café da manhã e um

no Centro Náutico da Paraíba (Praia do Jacaré, Cabedelo / PB),

passeio náutico (lancha e jet ski). Na mesma manhã, na Praia

onde os competidores tiveram uma ótima recepção. Por volta

de Intermares (Cabedelo / PB), acontecia o Torneio de Pesca de

das 14h, fora liberado, no Porto de Cabedelo / PB, a visitação

Arremesso em Intermares, organizado pelas Associação de Pesca

ao Navio-Patrulha Oceânico Araguari da Marinha do Brasil. No

Amadora da Paraíba e Loja ACAMPESCA.

final da tarde, por volta das 17h, aconteceu na Praia do Jacaré (Cabedelo / PB), a Inauguração do Pelotão de Polícia Embarcada,

No dia seguinte, aconteceu na Jacaré Marina um Curso Básico

com a presença do Governo do Estado Ricardo Coutinho e outras

de Manutenção de Motores de Popa, ministrado por Marcelo

autoridades. Logo após, todos puderam apreciar o belíssimo por

Dorck (Yamaha do Brasil) e Maurício Dias (Yamaha do Brasil).

do sol ao som do Bolero de Ravel, tocado pelo músico Jurandy

Ainda pela manhã do dia 09 de dezembro teve início a I Semana

do Sax.

de Ciências do Mar - I SECIMAR, que organizado pelo Centro de Referência em Pesca e Navegação Marítima - CRPNM / IFPB,

O último dia da I SNPB, fora marcado por ótimos momentos. Às

promoveu durante três dias: palestras, mesas-redondas e work-

08h partia da Praia do Jacaré para o Rio do IBAMA os competi-

shops. Durante a I SECIMAR ocorreram: 07 workshops de áreas

dores do Torneio de Pesca Embarcada (Tarpon Day), atividade

que vão desde a navegação eletrônica com o uso dos tablets às

integrante do I Encontro Nordestino de Pesca Esportiva. Duas

diversas possibilidades de beneficiamento do marisco; 05 pa-

horas depois começava na Praia de Ponta de Matos (Cabedelo

lestras com temas ligados à segurança da navegação amadora,

/ PB) a Travessia do Dia do Marinheiro, evento organizado pela

Lei de Modernização dos Portos, importância da preservação

Capitania dos Portos da Paraíba - CPPB e parceiros. Por volta das

do Patrimônio Histórico Subaquático, importância dos artefatos

10h30min tinha início a segunda etapa da regata de Kitesurf.

matemáticos na navegação marítima e conhecendo o Projeto

Logo no início da tarde começava o segundo dia de visitação

Pescando Sonhos; 03 mesas-redondas (Projeto Extremo Oriental

ao Navio-Patrulha Oceânico Araguari da Marinha do Brasil. Às

das Américas, Pesca Sustentável e Construção de Píeres na

16h, aconteceu na Praia do Jacaré, o encerramento e entrega das

Paraíba); Exposição Náutica com diversos itens náuticos e das

premiações aos campeões das regatas. n

pescas artesanal e industrial; e diversas ações de cidadania do

______________________________________

Projeto Pescando Sonhos, tendo como ênfase exames médi-

Professor Professor M.Sc. Ticiano Alves

cos, retiradas de documentação, balcões de informações (INSS,

Coordenador do Programa Sagres

banco, Previdência...) e apresentações culturais. milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 23


2

1

5

3

6

7

4

8

24 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm


9

10

12

11

13

1) Lançamento da I Semana Náutica da Paraíba aconteceu no auditório da PBTUR no dia 21 de novembro de 2013. Compuseram a mesa o Secretário Renato Feliciano; a presidente da PBTur, Ruth Avelino; o secretário executivo de Indústria e Comércio e também presidente do Comitê Náutico da Paraíba, Marcos Procópio; a secretária de Turismo de Cabedelo, Vera Simões; o diretor de Desenvolvimento Institucional da Secretaria de Turismo de João Pessoa, Luciano Lapa; o representante da Associação das Marinas, Mateus Ribeiro; e o representante do Centro de Referência em Pesca e Navegação Marítima do IFPB, Ticiano Alves. 2) Abertura da I Semana Náutica da Paraíba na Sport Marina (08/Dez/13). 3) Passeio Náutico (08/Dez/13). 4) Empresário José Odilon no Passeio Náutico. 5) Torneio de Pesca de Arremesso na Praia de Intermares organizado pela ACAMPESCA (08/Dez/13). 6) Abertura da I SECIMAR. Na foto: Reitor do IFPB, Professor João Batista; Comandante da Capitania dos Portos da Paraíba, Capitão Wagner Abrantes; e Presidente da Comissão Organizadora da I SECIMAR, Professor Ticiano Alves (09/Dez/13). 7) Mesa-Redonda na I SECIMAR: Projeto Extremo Oriental das Américas contou com a presença do Analista Ambiental da Floresta Nacional (ICMBio) e Coordenador do Projeto Extremo Oriental das Américas, Orione Álvares; Secretário de Meio Ambiente de Cabedelo e Coordenador Político do Projeto Extremo Oriental das Américas, Walber Farias Marques; e o Professor Doutor Braulio do Departamento de Sistemática e Ecologia da UFPB (09/Dez/13). 8) Curso de Manutenção de Motores de Pesca na Jacaré Marina com palestrantes da Yamaha (09/Dez/13). 9) Workshop de Práticas de Marinas da I SECIMAR (10/Dez/13), realizado na Sport Marina. 10) Apresentação Cultural do Grupo Chorinho do CAPS AD Cabedelo na I SECIMAR foi uma das ações do Projeto Pescando Sonhos (11/Dez/13). 11) Workshop: Astronomia e Navegação - Observando os astros na I SECIMAR foi ministrado pelo milha Professor Ribeiro (10/dez/13). 12) náuticaAlexandre • www.ifpb.edu.br/crpnm • 25 Apresentação Cultural do Coral do Programa Mulheres Mil do IFPB na I SECIMAR (11/Dez/13). 13) Exposição Náutica na I SECIMAR. Créditos das Fotos: Ticiano Alves (2, 3, 5, 7, 9, 10, 11, 12, 13 e foto de fundo); Claudio Natividade (6); Jacaré Marina (4, 8); Governo da Paraíba (1); Sport Marina (9).


1

2

3

4

5

26 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm


7

6

10

9

11

8

12

1) Abertura do I Encontro Nordestino de Pesca Esportiva no ICMBio (14/Dez/13). 2) Presidente da APEC Luiz Humberto Guedes no Barco de Apoio do “Tarpon Day” (15/Dez/13). 3) Partipante do Tarpon Day mostrando o fruto de sua pescaria (15/Dez/13). 4) Matheus Ribeiro, Presidente da Associação Náutica da Paraíba e Bodete, Professor e Campeão de Kitesurf (14/Dez/13). 5) Regatas de Kitesurf na Praia de Intermares (15/Dez/13). 6) Chegada das Regatas: Hobie Cat 14 e 16, Laser (14/Dez/13). 7) Início da prova da Travessia do Dia do Marinheiro. 7) Chegada da Travessia do Dia do Marinheiro. 8) Participantes da Travessia do Dia do Marinheiro, organizado pela Capitania dos Portos da Paraíba (15/Dez/13). 9) Inauguração do Pelotão de Polícia Embarcada (14/Dez/13). 10) Visitação ao Navio-Patrulha Oceânico Araguari da Marinha do Brasil (15/Dez/13). 11) Presidente do Comitê Náutico da Paraíba Marcos Procópio entregando os trofeus das regatas (15/Dez/13). 12) Trofeus das Regatas da I Semana Náutica da Paraíba (15/Dez/13).

milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 27 Créditos das Fotos: Ticiano Alves (1, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12 e foto de fundo); APEC (2 ,3); Iate Clube da Paraíba (6).


FLASHES

I SEMANA NÁUTICA DA PARAÍBA CAPA

28 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm


praia de intermares - cabedelo / pb, localização da regata de kitesurf foto: ticiano alves

milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 29


Equipe organizadora e participantes das Regatas: Hobie Cat 14 e 16, laser e prancha

foto: ticiano alves

30 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm


milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 31


32 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm


Equipe organizadora e ganhadores da Travessia do Dia do Marinheiro foto: ticiano alves

milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 33


Visitação ao Navio-Patrulha Oceânico Araguari da Marinha do Brasil foto: ticiano alves

34 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm


milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 35


36 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm


Participantes do I Encontro Nordestino da Pesca Esportiva (Tarpon Day) foto:

APEC

milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 37


Equipe organizadora e autoridades na Abertura da I Semana Náutica da Paraíba foto:

Helvio Silva

38 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm


milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 39


BLOG VELEIRO HOJE! VELA

COMO TUDO COMEÇOU

Q

uando o destino nos trouxe para morar perto do

nos oferece paisagens deslumbrantes de mata atlântica e

mar, muitas perguntas surgiram. Mesmo saben-

manguezais preservados, fauna e flora para apreciarmos sem

do que sempre gostamos, em especial de São

moderação e de forma sustentável e saudável... Foi então que

Francisco do Sul, das ondas, dos seus mistérios, da

conhecemos o mundo da vela! Muitas leituras, muitos conta-

vida deslumbrante que o mar abriga sem fazer alarde, uma per-

tos, muitas histórias de pessoas que tiveram o mesmo sonho...

gunta sempre ecoava na nossa mente: o que estamos fazendo

Foram mais de dois anos lendo, estudando e... Sonhando...

aqui? Não sabíamos o que fazer com tanto horizonte... Era tão cômodo antes, num apartamento lindinho, num dos melhores

Sonho realizado!

bairros de Curitiba, a rotina era tranquila, extremamente certa, nenhum acontecimento diferente a não ser um trânsito conges-

O Hoje! é um veleiro Cruiser 23.

tionado no mesmo caminho de sempre, um atraso, uma liquidação perdida em algum shopping... Porém muita calmaria para

E dividiremos aqui nossas experiências de velejadas e queremos

quem gosta de ondas!

aprender e aprender muito sempre.

n

O que nos trouxe até aqui foi um sonho de mais de 10 anos - A Pousada: Um lugar que, além de ser o nosso lar, pudesse acon-

________________________________________

chegar pessoas, recebê-las com carinho, conhecer e observar,

Autor: Rico Floriani

aprender, crescer... Tem sido maravilhoso nesses últimos 5 anos

Velejador e Tripulante do Rumo Magnético

receber as pessoas, conhecer suas histórias de vida, culturas diferentes, e poder servir a quem está aproveitando dias de descanso, lazer e convívio familiar. É uma alegria! Há 5 anos viemos para perto do mar, tentar outros ares, mais afáveis, mais modernos e que livrassem a mente, esvoaçando para bem longe recordações meras. Ah, esses bons ventos... E o mar olha para nós e nós, para ele... Pensamos: Temos, também, que aproveitar esse horizonte que está nos convidando para conhecê-lo; o mar pode ser um caminho. A começar pelas belezas naturais da Baia Babitonga, com suas 24 ilhas, que

40 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm

FOTO: Luciane Ville


FOTO: Luciane Ville

milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 41


HISTÓRIA DO SITE RUMO MAGNÉTICO PROGRAMA SAGRES

c

riado no dia 31 de outubro de 2011, o site Rumo Magnético surgiu primeiramente como um blog, que visava oferecer ajuda extraclasse aos alunos do curso

de Navegação Eletrônica do Centro de Referência em Pesca e Navegação Marítima – CRPNM / IFPB, na época, ministrado pelo Professor Ticiano Alves. Permaneceu na plataforma de Blog durante um ano, tendo seguidores assíduos e que buscavam constantemente novos conhecimentos em ciências náuticas. Durante essa fase foram mais de 50 mil acessos divididos nas suas 102 postagens e mais de 3.500 visualizações dos vídeos publicados no Canal do YouTube. Ainda neste primeiro ano, fora criada a FanPage do site, com o objetivo de divulgar suas atua-

da prática da navegação marítima. Tripulantes de navegação

lizações em uma grande rede social.

costeira são aqueles que enfrentaram expedições mais curtas,

Na semana em que completou seu primeiro ano de existência, o

composta por 02 professores do CRPNM / IFPB, 01 Capitão-de-

Rumo Magnético foi convertido em um site, o que trouxe mais dinâmica e mais possibilidades de desenvolvimento e organiza-

porém, com valorosas contribuições. Atualmente, a Tripulação é Mar-e-Guerra, 01 professora de língua portuguesa, 01 velejador, 01 Capitão-amador , 01 contramestre da Marinha Mercante e 01

ção do conteúdo.

especialista em nautimodelismo. Cada membro da tripulação

No mês seguinte, o site foi incorporado como um projeto fixo

grandes contribuições interinstitucionais vem do Capitão-de-

do Programa Sagres, que por sua vez está ligado a Pró-reitora de Extensão do IFPB e pertence ao CRPNM. O Programa Sagres tem por objetivo promover o desenvolvimento da prática e do ensino da navegação marítima através da inovação tecnológica, das cooperações interinstitucionais e internacionais, da produção e difusão de material didático e da educação profissional. Desse momento em diante o site deixou de ser apenas um difusor unilateral de conhecimentos náuticos e passou a visar à democratização do ensino da navegação marítima através da disponibilização de cursos virtuais (chamados, Conexão Sagres), da coleção de artigos e bibliografias e da interação entre professores, pesquisadores

tem sua função, ou já a exerceu em algum momento. Uma das Mar-e-Guerra Claudio Lisboa, comandante da seção “Segurança no Mar”, sendo autor de diversos artigos e recomendando vídeos e bibliografias que visem diminuir o número de acidentes a bordo de embarcações mercantes e amadoras. A contribuição interna ao site fica por conta de seu fundador, o Professor Ticiano Alves do CRPNM, que é autor de vários artigos, editor-chefe do site e Coordenador do Programa Sagres. O Professor Paulo Galvão, também do CRPNM, contribuiu com a autoria de dois artigos dentro da temática “Portos”. A revisão textual e a temática “Cultura do Mar”, estão sob a responsabilidade da Professora Raphaella Belmont, coautora de dois Dicionários da Eneida de Virgílio. O

e profissionais do mar, do Brasil e de outros países.

Sr. Carlos Sérgio Silva, trouxe ao Rumo Magnético uma temática

Em seu segundo ano de existência, foi possível organizar

“Nautimodelismo”. O velejador Rico Floriani, enriqueceu o site

uma equipe multidisciplinar e interinstitucional, chamada de Tripulação. No site, os tripulantes são classificados de duas maneiras: tripulantes de longo-curso e tripulantes de navegação costeira. Os tripulantes de longo-curso são aqueles que enfrentam as longas expedições rumo à democratização do ensino e

42 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm

até então não trabalhada, com belíssimos artigos sobre o tema com suas valorosas postagens sobre a vela no “Blog Veleiro Hoje!”. Já o Capitão-amador e Velejador Elson Fernandes, acrescentou a temática da navegação astronômica, através da Seção “Sextante - navegando pelas estrelas“. E o Contramestre (CTR) Bruno Bindi, com sua prática a bordo de embarcações mercantes trouxe a


“Marinharia“ para o Rumo Magnético.

por temática, além de vídeos produzidos especialmente para os cursos on-line. O Rumo Magnético só faz upload de vídeos própri-

Um dos grandes destaques do ano de 2013 ficou para a criação

os, os demais vídeos são compartilhados através do sistema de

de 02 cursos on-line na Plataforma UDEMY. Os cursos Especial

listas de reprodução criado pelo Google. Os vídeos das listas são

de Conversão de Rumos e Preparatório de Arrais-Amador, até a

oriundos diretamente do canal oficial de seus respectivos produ-

presente data, contam com mais de 500 alunos em menos de 8

tores e/ou detentores de seus direitos. São 12 vídeos próprios e 17

meses, provenientes de todo o Brasil e também de outros países,

Playlits com 75 vídeos de terceiros.

principalmente, Portugal. Atualmente, as publicações do Rumo Magnético estão divididas em 19 temas, sendo eles: conceitos

O site conta com uma sessão de Bibliografias Recomendadas, com

básicos de navegação; publicações náuticas; legislação; segurança

25 publicações em diversos idiomas dentro das ciências náuticas.

no mar; navegação eletrônica; história da navegação; glossários;

Em virtude da importância do termo segurança para a navegação,

aplicativos náuticos; navegação costeira e estimada; navegação

fora criada uma sessão especial, com 21 publicações em diversas

astronômica; RIPEAM; embarcações; nautimodelismo; cultura do

línguas e prontas para leitura on-line, intitulada “Segurança no

mar; portos; Marinha do Brasil; carta e cartografia; linguagem e

Mar”.

tradições do mar. Na página inicial do site o passageiro poderá obter informações Alguns temas se tornaram tão importantes que foi necessário

sobre a previsão do tempo (previsão numérica do tempo, meteoro

a criação de seções especiais, que promovessem o aprofunda-

marinha, cartas sinóticas e avisos de mau tempo) e as alturas de

mento das temáticas. Atualmente o Rumo Magnético conta com

marés, diretamente do Serviço Meteorológico Marinho, além de

10 seções especiais, sendo elas: “Literatura do mar”, que traz

poder acessar os links recomendados pelo Rumo Magnético.

dicas de livros não técnicos; “Segurança no Mar”, criada para promover ações preventivas que visem a redução de acidentes

No dia 31 de outubro de 2013 o site Rumo Magnético completou

a bordo de embarcações mercantes e amadoras; “Bons Ventos“,

o seu segundo ano de existência, dando continuidade às ações

tem a missão de trazer a previsão do tempo para todo Brasil

do Programa Sagres / CRPNM / IFPB e lutando para cumprir com

em tempo real apresentando-a através de vídeos, gráficos e

o seu árduo objetivo de promover a democratização do ensino da

relatórios; “Blog Veleiro Hoje!”, apresenta o dia-a-dia da vela, os

navegação marítima, tornando-a ao alcance de todos.

cuidados com a embarcação e dicas de manutenção e passeios; “Overfishing”, promove um espaço de debate sobre alternativas

Tripulação atual de longo curso

que visem a proteção do meio ambiente marinho; “Sextante“, objetiva difundir os conhecimentos da navegação astronômica;

Ticiano Alves - Fundador e Editor-chefe do site Rumo

“Marinharia“, apresentação do conjunto das técnicas utilizadas

Magnético. Coordenador do Programa Sagres. Professor

na construção, operação e manutenção de embarcações; e, as

efetivo do Centro de Referência em Pesca e Navegação

demais serão apresentadas logo a seguir.

Marítima - CRPNM / IFPB. •

Claudio Lisboa - Capitão-de-Mar-e-Guerra. Comandante

O site também permite a interação dos passageiros (assim são

da Seção “Segurança no Mar”. Gerente da FanPage do

chamados os leitores, alunos e seguidores do site) no que diz res-

Rumo Magnético.

peito às sugestões de novos temas, cursos e bibliografias. Outro

meio de interação fica a cargo do “WaterCraft Blog” e do “Diário de

temática da Cultura do Mar. Gerente da FanPage do Rumo

Bordo”. No Watercraft são publicadas novidades, eventos, inovações e curiosidades do mundo náutico. Já o “Diário de Bordo” é

Magnético. Revisora de Texto do Site Rumo Magnético. •

um espaço onde o passageiro poderá escrever sobre experiências vividas ou presenciadas ao longo de navegações. Em virtude do

Raphaella Belmont Alves - Responsável pelos artigos na

Rico Floriani - Velejador. Comandante do Blog Veleiro Hoje! Gerente da FanPage do Rumo Magnético.

Elson Fernandes - Capitão-Amador e Velejador.

mês de aniversário, foi criado um espaço novo e também intera-

Comandante da Seção “Sextante - Navegando pelas

tivo, chamado de “Nautilus”, que permite aos passageiros o envio

estrelas“. Gerente da FanPage do Rumo Magnético.

de fotos para publicação no site, desde que as mesmas sejam de

Bruno Bindi - Contramestre na Marinha Mercante (CTR).

autoria própria e possuam como pano de fundo o mar, rios ou

Comandante da Seção “Marinharia.” Gerente da FanPage

lagos.

do Rumo Magnético. n ______________________________________

O Rumo Magnético possui um Canal de Vídeos no YouTube onde

Professor Professor M.Sc. Ticiano Alves

existem diversas Listas de Reproduções com vídeos selecionados

Coordenador do Programa Sagres

milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 43


SEXTANTE

NAVEGANDO PELAS ESTRELAS NAVEGAÇÃO ASTRONÔMICA

LONGITUDE, UMA LONGA DESCOBERTA

N

ossos patrícios navegantes portugueses foram

foi possível em 1761 pelo inglês John Harrison. No entanto, os

mesmo os grandes desenvolvedores da Navegação

cronômetros só se tornaram disponíveis a muitos navegantes no

Astronômica. A escola de Sagres, fundada pelo

final do século XVIII, devido ao alto custo.

Infante Dom Henrique no início do século XV, foi

o marco inicial de todo esse movimento, em que os navegantes

O primeiro método usado para determinação da longitude foi o

se propuseram a navegar em mares longínquos, bem distante de

método de distâncias lunares, que requeria cálculos complexos

qualquer ponto em terra.

e não apresentava muita precisão. Porém, foi utilizado por muito tempo, porque bastava um relógio mecânico confiável mesmo

No início, todos os estudos se voltaram para a determinação da

por curto período de tempo.

n

latitude, através do movimento aparente do Sol (teoria geocêntrica). Então, surgiram as primeiras tábuas de declinação do Sol,

________________________________________________

o que permitia calcular a latitude pela passagem meridiana. A

Autor: Capitão Mucuripe (Elson Fernandes)

determinação da longitude foi por muitos anos atribuída através

Velejador e Tripulante do Rumo Magnético

da navegação estimada, quando o navegante sai de um ponto conhecido e, em função dos rumos e distâncias navegadas ele calcula sua longitude aproximada, no entanto, esse processo vai se tornando cada vez mais impreciso em função dos desvios

Nessa época em que a longitude era ainda um mistério a ser desvendado, os navegantes utilizavam muitas vezes a navegação por paralelo, onde ao saber as coordenadas do ponto de destino, navegava-se até o paralelo da latitude desse ponto, e seguia-se no rumo de 90º ou 270º até atingir o local de destino. Para se obter então a precisão da longitude, era necessário estabelecer um meridiano de referência, e a partir daí, conseguir um cálculo preciso de tempo envolvendo o instante da observação de um astro com referência a esse meridiano. Daí a necessidade de um cronômetro com um bom nível de precisão, o que só

44 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm

FOTO: joaquimnery.files.wordpress.com

causados pelas correntes marítimas e outros fatores.


FOTO: sentir-o-patrimonio.blogspot.com.br

PAINEL DE AZULEJOS RETRATANDO INFANTE D. HENRIQUE - IGREJA DO CORPO SANTO, EM MASSARELOS / PORTUGAL

milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 45


IFPB INTEGRA CENTRO INTERNACIONAL DE REFERÊNCIA EM PORTOS E SUSTENTABILIDADE CRPNM / IFPB

O Instituto Federal de Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB)

“O

Centro

Internacional

de

Referência

em

Portos

e

é uma das 17 instituições de ensino e pesquisa do país que

Sustentabilidade consiste no primeiro projeto de referência

integram o Centro Internacional de Referência em Portos e

internacional no Brasil com a temática sustentabilidade dos

Sustentabilidade (CIRPS), criado na última quinta-feira, 5 de

portos e suas correlações com a sociedade e o meio ambiente”,

dezembro de 2013, no Palácio Itamaraty, em Brasília, durante

ressaltou a professora Ariana. Ela destacou que das 17 institui-

o Seminário Portos e Sustentabilidade. A participação do IFPB

ções que compõem a Rede de Universidades, apenas duas são

se deu através das ações do Centro de Referência em Pesca e

Institutos Federais.

Navegação Marítima (CRPNM), no Porto de Cabedelo, durante os

A proposta do Centro Internacional é produzir e disseminar

anos de 2012 e 2013.

conhecimentos científicos e tecnológicos sobre programas, projetos e pesquisas, próprias ou em cooperação com outras

A professora Ariana Silva Guimarães foi quem representou o

entidades interessadas, dentro da temática portuária, desen-

IFPB/CRPNM no evento promovido pela Secretaria dos Portos

volvendo alianças estratégicas de âmbito nacional e global,

da Presidência da República, o Fórum Brasileiro de Mudanças

além de contribuir para a formação de recursos humanos para a

Climáticas e o Instituto Virtual Internacional de Mudanças

comunidade portuária e para a sociedade.

Globais (IVIG/Coppe/UFRJ). Foi ao lado do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da

De acordo com a diretora do CRPNM do IFPB, professora

Universidade Federal do Rio de Janeiro que o IFPB desenvolveu

Margareth Rocha, a Rede de Universidades desenvolve um

o projeto no Porto de Cabedelo.

papel fundamental na execução das atividades do Centro Internacional, “pois consiste numa rede de cooperação com

Tratava-se do Programa de Conformidade do Gerenciamento

capacidade técnica e infra-estrutura física instalada em pratica-

de Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos, coordenado pelas

mente todo o litoral brasileiro”. n

professoras Ariana Guimarães e Cristine Pimentel. O convênio entre a UFRJ e o IFPB foi feito por meio de contrato celebrado

______________________________________________________

entre a Fundação Coordenação de Projetos, Pesquisas e Estudos

Ascom do IFPB com dados do CRPNM/IFPB

Tecnológicos (Coppetec) e a Fundação de Educação Tecnológica e Cultural da Paraíba (Funetec/PB) no ano de 2012.

46 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm


FOTO: polonaval.com.br milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 47


COLETES

AS 5 PRINCIPAIS DESCULPAS DE QUEM INSISTE EM NÃO USAR COLETE SALVA-VIDAS E O PORQUÊ DEVE-SE USÁ-LO

SEGURANÇA NO MAR

1 2

“Eu tenho coletes salva-vidas armazenados no barco” Ter coletes a bordo não é o suficiente. Os acidentes ocor-

rem muito rápido, assim, dificilmente haverá tempo para apanhar os coletes guardados e vesti-los.

“Sei nadar muito bem” Mesmo um nadador capaz necessita vestir coletes salva-

vidas. Durante uma emergência, as roupas tornam-se pesadas por estarem molhadas. Além disso, uma pessoa desacordada não vai

Imagem referente a Campanha de Verão 2012 organizada pelo site Rumo Magnético.

3 4 5

FOTO: newenglandboating.com

nadar!

“Está muito quente e estar vestindo colete não é legal” Os volumosos coletes salva-vidas à moda antiga podem

ser substituídos por coletes homologados mais confortáveis existentes no mercado.

“O colete salva-vidas atrapalha” Existem tipos de colete salva-vidas homologados para

várias atividades aquáticas. Há até mesmo coletes para animais de

________________________________________________________

estimação!

Adaptação do Capitão-de-Mar-e-Guerra Claudio Lisboa Comandante da Seção de “Segurança no Mar” do Rumo Magnético

“Nada vai acontecer comigo” Encare a realidade, acidentes acontecem. A prática de

atividades náuticas é divertida, segura e agradável, mas quando o mote “USE” não é observado, as consequências podem ser fatais. n

48 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm

Fonte: US Safe Boating Campaign **Foto de capa: www.rumomagnetico.com


LOOCLÁ

Consumo de álcool e navegar não se misturam SEGURANÇA NO MAR

A

mistura de álcool com a condução de embarcações é muito mais perigosa do que presumimos. Em primeiro lugar, o álcool afeta negativamente as capa-

cidades sensoriais e diminui o tempo de reação das pessoas. Em decorrência, as habilidades inerentes à condução de uma embarcação são degradadas pelo consumo de álcool, por exemplo: •

Percepção de profundidade - Diminuindo as capacidades de avistar outras embarcações e objetos, e de discernimento quan-

Visão periférica e noturna;

Equilíbrio e coordenação motora;

Compreensão e concentração; e

Aumento da fadiga. FOTO: dbw.parks.ca.gov

to ao movimento relativo, vital para evitar colisões;

A perda da coordenação e capacidade de julgamento pode conduzir à incapacidade de reagir de forma adequada a uma situação perigosa numa embarcação. Os reflexos e tempo de reação em momentos críticos são retardados, bem como a capacidade de nadar, flutuar e de sobreviver em águas frias se deterioram consideravelmente. Os efeitos do álcool são exacerbados pela exposição ao sol, presença de vento, jogo da embarcação, vibração, ruído dos motores e borrifos de água. “NÃO MULTIPLIQUE OS RISCOS”. Jamais conduza uma embarcação sob o efeito de álcool. Se estiver numa embarcação e o condutor estiver consumindo álcool, desembarque, pois o acidente pode ocorrer a qualquer momento. Consumir álcool e conduzir embarcações é uma atitude de extremo risco. Um acidente envolvendo um condutor alcoolizado certamente será objeto de ação penal. n ________________________________________________________ Enviado pelo Capitão-de-Mar-e-Guerra Claudio Lisboa Comandante da Seção de “Segurança no Mar” do Rumo Magnético Fonte: Capitania dos Portos. Santa Catarina

milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 49


INFOGRÁFICO

SOBREPESCA OVERFISHING

A

sobrepesca é uma prática não-sustentável da pesca,

cientistas prevêem que, se as tendências atuais continuarem,

que resulta em uma degradação geral ao ecos-

alimentos provenientes da pesca poderão entrar em colapso

sistema. A pesca excessiva ocorre quando os peixes

completo no mundo em 2050. Outras declarações feitas por

e outras espécies marinhas são capturados mais

Pavan Sukhdev do Programa Ambiental da ONU fala com pesar

rápido do que eles podem se reproduzir. Isso não só destrói o

sobre o resultado surpreendente da continuação das práticas da

ecossistema marinho, ele também põe em risco a segurança ali-

sobrepesca: “Estamos em uma situação em que daqui a 40 anos,

mentar de mais de um bilhão de pessoas. De acordo com a FAO,

efetivamente, não haverá peixe.”

“uma em cada cinco pessoas no planeta depende de peixes como a principal fonte de proteína.”

A sobrepesca levou o atum do Pacífico para um chocante 96,4 por cento contra os níveis não pescados. A pesca industrial já

Exploração dos Estoques de Peixes

reduziu o número de peixes grandes do oceano para apenas 10 por cento da sua população pré-industrial, e um adicional de 3/4

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura

dos estoques de peixes do mundo estão sendo colhidos mais

estima que mais da metade dos recursos haliêuticos (aqueles que

rapidamente do que eles podem se reproduzir.

provêm da pesca) do mundo estão totalmente explorados: 52 por cento são plenamente explorados, enquanto 20 por cento estão

Como posso ajudar?

moderadamente explorados, e 17 por cento são sobre-explorados. Os 7 por cento destaca unidades populacionais de peixes que

Segundo o site Save Our Seas, ​​ “prevenir a sobrepesca é bastante

estão totalmente esgotadas, mas uma esperança de um por cento

simples: em primeiro lugar, os limites sobre o número de peixes

está se recuperando do esgotamento.

capturados devem ser estabelecidos para a pesca individuais cientificamente determinado, e esses limites devem ser aplicados;

Figuras duvidosas (Fauna acompanhante)

em segundo lugar, os métodos de pesca responsáveis pela ​​ maior parte das capturas acessórias ou devem ser modificados para

A introdução de novos barcos-fábrica levou a um crescimento de

torná-los menos prejudiciais, ou torná-los ilegais; e em terceiro

7 por cento das capturas por ano durante as décadas de 1950 e

lugar, as peças-chave do ecossistema, tais como locais de desova

1960. Navios de pesca modernos pegam quantidades enormes de

vulneráveis e ​​ recifes de coral, devem ser totalmente protegidos.”

peixes indesejados e de outras espécies marinhas. Cerca de 8 a 25

n

por cento da captura total global é descartada e lançada ao mar,

_______________________________________________

e 27 milhões de toneladas de peixe são jogados fora a cada ano, o

Adaptação: Professor M.Sc. Ticiano Alves

equivalente a 600 Titanics totalmente preenchidos. 90 por cento de todos os grandes peixes predadores (incluindo atum, tubarão, peixe-espada, bacalhau e alabote) sumiram. Os

50 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm

Coordenador do Programa Sagres Fonte: DitanceLearning.com (2013)


FOTO: Ariel Scheffer

FOTO: unorthodoxillustrations.com

“Estamos em uma situação em que daqui a 40 anos, efetivamente, não haverá peixe.” Pavan Sukhdev

milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 51


52 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm


milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 53


54 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm


FILMES & LIVROS

CULTURA MARÍTIMA

CAPITÃO PHILLIPS Título Original: Captain Phillips ANO: 2013

os procedimentos possíveis para dispersar os inimigos, eles con-

GÊNERO: Biografia, Drama

seguem subir à bordo, ameaçando a vida de todos. Quando pensa

DURAÇÃO: 134 minutos

ter conseguido negociar com os piratas, o comandante é levado

DIREÇÃO: Paul Greengrass

como refém em um pequeno bote. Começa uma longa e tensa

ROTEIRO: Billy Ray, Richard Phillips

negociação entre os sequestradores e os serviços especiais ameri-

ATORES: Tom Hanks, Catherine Keener, Barkhad Abdi.

canos, para tentar salvar o capitão antes que seja tarde.

PRÊMIOS: 04 indicações ao Globo de Ouro (2014) e 06 indicações ao Oscars 2014 SINOPSE: Richard Phillips (Tom Hanks) é um comandante naval experiente, que aceita trabalhar com uma nova equipe na missão de entregar mercadorias e alimentos para o povo somaliano. Logo no início do trajeto, ele recebe a mensagem de que piratas têm atuado com frequência nos mares por onde devem passar. A situação não demora a se concretizar, quando dois barcos chegam perto do cargueiro, com oito somalianos armados, exigindo todo o dinheiro a bordo. Uma estratégia inicial faz com que os agressores recuem, apenas para retornar no dia seguinte. Embora Phillips utilize todos

SAGRES: A REVOLUÇÃO ESTRATÉGICA

AUTOR: LUIZ FERNANDO DA SILVA PINTO

Editora: Senac Edição: 2012

“Sedimentado em quase quatro décadas de

o cercavam tomam vida nestra obra na qual a

prática na arte do planejamento estratégico,

ação estatégica, os seus fundamentos e as dis-

o professor Luiz Fernando da Silva Pinto nos

cussões táticas são examinados sob a lupa de

brinda com uma provocante tese sobre o

um especialista.Trata-se não só da investigação

desenvolvimento da grande aventura que foi

da história, mas do estudo de um projeto que

a Escola de Sagres. A análise clara, lúcida e

alavancou Portugal e todo o Ocidente numa

profunda de acontecimentos de mais de 500

incursão que até hoje não teve fim. A leitura do

anos passados permite ao leitor ver como deve

livro é recomendada a todos que querem ousar

ter sido conduzida uma das mais importantes

e investigar novas ideias.”

iniciativas estratégicas empreendidas após o

Carlos Ivan Símonsen Leal

ano 1000. O infante d. Henrique e todos que

Presidente da Fundação Getúlio Vargas

milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 55


NAUTILUS FOTOGRAFIA

1

2

3

4

Fotografias: Fotógrafo Helvio Silva (1, 4 e 5); Marinheiro de Convés Walter Bibe (2 e 3) ; Marinheiro Auxiliar de Convés Joscelo Maximino (6 e 7); Professor Ticiano Alves (8 e 9).

56 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm


5

6

7

8

9 milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 57


SALGARISCOS SABORES DO MAR Os “SALGARISCOS” são produtos de valor agregado a base de mariscos. Esse nome peculiar foi criado a partir de uma necessidade observada em utilizar o marisco de uma forma diversificada de consumo. A partir de então, foi elaborado um projeto de extensão do PROBEXT, ligado a Pró-reitora de Extensão do IFPB, que resultou numa cartilha. Os produtos contidos na cartilha foram elaborados com a participação dos alunos do curso de “Salgariscos” realizado no CRPNM / IFPB.

COXINHA DE MARISCO MASSA Material

1 pimentão pequeno picado 1⁄2 maço de coentros 1 pimenta de cheiro

1 Kg de farinha de trigo sem fermento

3 dentes de alho amassados

1⁄2 Kg de farinha de rosca

1 colher de chá de pimenta do reino

2 latas de milho verde

2 colheres de sopa de extrato de tomate 1 colher de chá de

3 medidas da lata de milho verde de água 1 tablete de tempero

colorau

pronto

Sal a gosto

1 colher de sopa de óleo 1 colher de chá de sal

Modo de Preparo

Modo de Preparo

Limpe bem o marisco. Em seguida adicione o sal, depois misture

Coloque o óleo, o tablete de tempero pronto e o sal para der-

todas as verduras e os temperos secos em fogo brando e deixe

reter no fogo. Separadamente bata no liquidificador as 3 latas

cozinhar por 20 minutos.

de milho verde com as 3 medidas de água e peneire dentro da mistura anterior. Deixe ferver e acrescente a farinha de trigo até

MODELAGEM DAS COXINHAS

engrossar. Deixe esfriar para depois fazer as coxinhas.

Pegue a massa coloque em uma bancada untada com margarina e vá modelando porções em forma de coxinhas, adicionando o

RECHEIO Ingredientes 1 Kg de marisco

recheio de marisco frio. Em seguida passar na farinha de rosca para fritar.

1 tomate picado

FRITURA

1 cebola picada

Ferva o óleo e frite as coxinhas.

58 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm


PASTEL DE MARISCO MASSA Material 1 kg de farinha de trigo 1/2 xícara de óleo 1/2 xícara de leite morno 1 colher (sopa) de vinagre 1/2 copo de pinga 1 colher de (sopa) de sal 2 colheres de (sopa) de açúcar Água morna até dar o ponto Recheio a gosto

Modo de Preparo Misture todos os ingredientes, amasse bem até ficar uma massa consistente e deixe descansar por 15 minutos. Em seguida, estire a massa com um cilindro (rolo) até ficar fina. Modelar os pastéis, colocando o recheio e apertar na ponta com um garfo ou modelador para pastéis. Em seguida frite em óleo bem quente.

RECHEIO Ingredientes 1 Kg de marisco 1 tomate picado 1 cebola picada 1 pimentão pequeno picado ½ maço de coentro 1 pimenta de cheiro 3 dentes de alho amassados 1 colher de chá de pimenta do reino 2 colheres de sopa de extrato de tomate 1 colher de chá de colorau Sal a gosto 1 lata de creme de leite

Modo de Preparo Limpe bem o marisco, coloque o sal, depois misture todas as verduras e os temperos secos de 15 a 20 minutos em fogo brando. Desligue o fogo, deixe baixar a fervura, adicione o creme de leite e engrosse com farinha de trigo.

n

_________________________________________________ PROFESSORA D.SC. MARGARETH ROCHA DIRETORA DO CRPNM / IFPB OLGA SUELI BEZERRA COORDENADORA DE ACOMPANHAMENTO DAS ATIVIDADES DE EXTENSÃO DA PROEXT DEMISON XAVIER FERREIRA BOLSISTA DO PROBEXT - CRPNM / IFPB

milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 59


CONHEÇA-NOS VENHA SER UM PROFISSIONAL DO MAR

Qualificar homens e mulheres para o trabalho no mar, através da aplicação do conhecimento teórico e do aperfeiçoamento dos saberes, é um desafio constante do CRPNM. Para isso oferecemos cursos nas mais diversas áreas. E ao trabalhar nossas ações de forma dinâmica e inovadora, o CRPNM dá às famílias que do mar tiram o seu sustento a oportunidade de se inserirem no mundo do trabalho.

CLIQUE E ACESSE:

www.youtube.com/crpnmifpb www.facebook.com/ifpb.crpnm

FOTO: Ticiano Alves

Vi s i t e w w w. i f p b. e d u . b r / c r p n m


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.