Correio de Venezuela 855

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TERÇA-FEIRA 26 DE JANEIRO DE 2021 CORREIO DA VENEZUELA /# 855

PORTUGAL | 11

Marcelo traça 2024 como meta temporal para a reconstrução do país “E temos de partir quanto antes para poder atingir a meta a tempo de não deixar esmorecer a esperança” O Presidente da República reeleito, Marcelo Rebelo de Sousa, traçou no domingo o 50.º aniversário do 25 de Abril, em 2024, como meta temporal para a reconstrução do país, apontando como prioridade urgente o combate à covid-19. No seu discurso de vitória, no átrio da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que os portugueses “querem, ao fim e ao cabo, sair deste quase ano de vida congelada, adiada, dilacerada, para um horizonte de esperança, de projeto e de sonho”. “Dentro de três anos estaremos no meio século do 25 de Abril, e é inconcebível que se não possa dizer então que somos, não só muito mais livres, mas também muito mais desenvolvidos, muito mais iguais, muito mais justos, muito mais solidários do que éramos no início da caminhada, e tanto como nos prometemos nesse início”, defendeu. Perante a comunicação social, numa noite eleitoral sem convidados nem apoiantes, acrescentou: “E temos de partir quanto antes para poder atingir a meta a tempo de não deixar esmorecer a esperança. Até porque a maior homenagem que podemos prestar aos mortos que lembrei no começo destas palavras é cuidar dos vivos e com eles recriar Portugal”.

Nesta intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa “o mais urgente do urgente chama-se agora combate à pandemia”, mas elencou um conjunto de objetivos a prazo para o país: “Uma recuperação do emprego, rendimentos, crescimento, investimento, exportações e mercado interno, uma perspetiva de futuro efetivo para micro, pequenas e médias empresas”. “Uma presidência portuguesa da União Europeia fortalecendo o papel de Portugal na Europa e no mundo, a começar no universo da lusofonia. Fundos europeus bem geridos em transparência e eficácia, uma reconstrução que vá para além da mera recuperação, na qualificação, no clima e ambiente, na energia, no digital, mas também na

demais economia, na justiça, na luta contra a corrupção, na reforma do Estado, na defesa e na segurança”, acrescentou. De imediato, frisou que há que “fazer tudo” para “travar e depois inverter” a propagação da covid-19 em Portugal, que está “a pressionar em termos dramáticos” as estruturas de saúde. “É essa, e é bom que fique claro isso nesta noite, continua a ser essa a minha primeira missão, para estas semanas e para os próximos meses, em solidariedade institucional total com a Assembleia da República e o Governo e tentando envolver o maior número de partidos e parceiros económicos e sociais numa desejável conjugação coletiva”, prometeu.

Viagens de residentes caem 84,8% para fora e 18,5% em Portugal As viagens turísticas de residentes em Portugal diminuíram 84,8% com destino ao estrangeiro e 18,5% em território nacional, no terceiro trimestre de 2020, em termos homólogos, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE). Segundo as estatísticas da Procura Turística dos Residentes, no período em análise, “as viagens em território nacional concentraram

97,5% das deslocações (6,2 milhões), revelando um decréscimo de 18,5%”, enquanto “as viagens com destino ao estrangeiro diminuíram 84,8%, totalizando 161,9 mil, correspondendo a 2,5% no total (0,6% no segundo trimestre de 2020)”, divulgou o INE. Nos meses de julho, agosto e setembro do ano passado, os residentes em Portugal realizaram 6,4 mil-

hões de viagens, o que correspondeu a um decréscimo de 26,7%, depois de terem diminuído 64,9% no trimestre anterior. Assim, no período em análise, 32,8% da população residente realizou pelo menos uma deslocação turística, o que representa uma descida de 9,5 pontos percentuais. “O impacto da pandemia de covid-19 continuou a fazer-se sentir

Governo põe a hipótese de transferir doentes para outros países A ministra da saúde afirmou ontem que o governo está a “acionar todos os mecanismos” à sua disposição a nível internacional, face à situação da pandemia, com objetivo de garantir a melhor assistência aos doentes de covid-19. “O Governo português está a acionar todos os mecanismos de que dispõe, designadamente no quadro internacional, para garantir que presta a melhor assistência aos utentes”, afirmou Marta Temido, num programa de informação da RTP sobre a pandemia. Questionada pela jornalista Fátima Campos Ferreira sobre se o governo está a “equacionar pedir ajuda internacional, ajuda europeia, enviar doentes” para outros países, a ministra considerou que Portugal, geograficamente, tem uma “situação distinta” de outros países do centro da Europa, onde, “mesmo em situação normal, aspetos como a circulação transfronteiriça de

no número de viagens realizadas, no entanto com menos expressão que nos meses anteriores”, observou o INE, referindo que, no terceiro trimestre de 2020, os decréscimos registados foram de 30,8%, 23,5% e 27,9%, respetivamente (-89,2%, -60,5% e -43,2%, pela mesma ordem, nos meses de abril, maio e junho). O “lazer, recreio ou férias” continuou a ser a principal motivação para viajar (4,4 milhões de viagens, -22,5%), tendo a sua representatividade aumentado 3,8 pontos percentuais (70% do total, face a 66,2% no mesmo trimestre do ano anterior). Já as visitas a familiares ou

doentes já acontece como uma realidade simples”. “Estamos num extremo de uma península e, portanto, com maiores constrangimentos geográficos, mas de qualquer forma, há mecanismos e há formas de obter auxílio e de enquadrar formas de colaboração e, naturalmente, que as estamos a equacionar”, admitiu Marta Temido, ao considerar que é preciso ter a “consciência de que a situação europeia é toda ela preocupante”. Na mesma entrevista, a ministra da Saúde referiu também que, no âmbito do Serviço Nacional de Saúde, existem cerca de 5.600 pessoas internadas por covid-19 e mais de 760 em unidades de cuidados intensivos, uma realidade “imaginável” no contexto dos “planos de catástrofe do hospitais” públicos. “Nós temos camas disponíveis, o que muito dificilmente conseguimos ainda gerir são os recursos humanos”, admitiu.

amigos foi o motivo apresentado para 1,6 milhões de viagens (24,4% do total, -2,2 pontos percentuais), registando um decréscimo de 32,6%. As 171,6 mil viagens por motivos “profissionais ou de negócios” têm uma queda de 50,7% e representando 2,7% do total das viagens realizadas. De acordo com os dados do INE, no terceiro trimestre de 2020, o recurso à internet para a marcação de viagens registou um ligeiro reforço na sua expressão, tendo sido utilizada no processo de organização de 24,7% das deslocações, em 60,5% das viagens para o estrangeiro e 23,8% das viagens domésticas.


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