Anais ciis 2013 vol 2

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jogado no chão é recolhido por varrição das ruas e uma vez contaminado por outros materiais, termina por ser destinado ao aterro sanitário. O mesmo estudo mostrou que uma reivindicação recorrente dos organizadores da festividade junto a Prefeitura, e que não vem sendo atendida, é a colocação de recipiente coletores em quantidade suficiente. Já era do conhecimento do grupo gestor que a cooperativa de reciclagem localizada no distrito (Cooperativa de Reciclagem Barão Geraldo – CooperBarão 4) estava circunstancialmente desativada há meses por falta de local adequado para a triagem dos materiais, sendo que alguns de seus membros estavam sem trabalho. A definição da meta para o Projeto passou por discussões sobre a capacidade operacional do grupo gestor, o tempo (apenas 15 dias) e os recursos disponíveis. Foram definidas como metas principais a redução a zero do material recolhido por varrição, contando com a participação da CooperBarão na coleta e destinação dos recicláveis, como forma de apoiá-la expondo à sociedade sua situação e gerando renda no curto prazo. Como indicadores foram eleitos: 1) quantidade de plástico, papelão e latas de alumínio recolhidas e encaminhadas para reciclagem, 2) quantidade de material recolhido por varrição, e 3) melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores da CooperBarão. Para os voluntários do grupo gestor do Projeto, seus esforços iam além de evitar que os resíduos fossem parar no aterro, trabalhavam com o propósito de que o Projeto fosse um indutor da transformação:  da consciência socioambiental e da participação cidadã dos frequentadores do evento;  da realidade do lixo espalhado no chão durante o evento e que a seguir precisa ser catado por um trabalhador marginalizado, ou ser varrido no dia seguinte;  da realidade subserviente do indivíduo “catador de latinhas”;  da realidade da CooperBarão, momentaneamente sem local para trabalhar. O planejamento do Evento passou pelo levantamento dos stakeholders e seu envolvimento, descritos a seguir: Vendedores ambulantes de bebidas – acompanham o desfile dos blocos, descartam sacos de gelo, filmes plásticos e papelão de embalagens das bebidas, deixando um rastro de material jogado ao chão; Vendedores de alimentos – são mais organizados, estão sujeitos a fiscalização, e mantêm 4 A CooperBarão é uma das 14 cooperativas de reciclagem existentes em Campinas. Fundada em 2002 com o objetivo de através do reaproveitamento do material advindo da coleta seletiva municipal, propiciar trabalho digno para pessoas de baixa renda moradoras do Distrito de Barão Geraldo. Sua realidade não foge das congêneres a nível nacional, carecendo de apoio institucional para a aquisição de equipamentos e profissionalização da gestão. A Prefeitura pagava o aluguel do barracão que foi requisitado pelo proprietário. Há 18 meses encontra-se sem local para trabalhar. Desde janeiro, 2013, contam com apoio de uma Comissão de Moradores locais que negocia com o poder público e empresas uma solução definitiva.


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