Confissões

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Escola de Ensino Médio Manuel Sátiro

Confissões de Adolescentes

1° Edição Jaguaruana– Ce

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Sumário AGRADECIMENTOS...............................................................................................06 PREFÁCIO..................................................................................................................07 MINHA HISTÓRIA...............................................................................................08

MEMÓRIAS DE VOVÓ......................................................................................09 EU....................................................................................................................................13 UMA GAROTA CHAMADA JANAÍNA..................................................14 HISTÓRIA DA MINHA VIDA...................................................................15 QUEM SOU EU......................................................................................................16 ANJO ALLAN.......................................................................................................17

MINHA MÃE E EU...........................................................................................20 A HISTÓRIA DE MINHA FAMÍLIA...................................................23 ROCHA VERÍSSIMO E SUA VIDA......................................................24 UM POUCO SOBRE MINHA VIDA.......................................................25 A REALIDADE..................................................................................................26 MINHA VIDA........................................................................................................28 A GAROTA.............................................................................................................30 HISTÓRIA DE VIDA...................................................................................35

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MEU MAIOR SONHO...............................................................................36 O CÂNCER.......................................................................................................40 A MINHA HISTÓRIA...........................................................................42 O SONHO DE ALICE............................................................................43 TARCISO..........................................................................................................45 TIA ILDENE...............................................................................................46

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Prefácio Às vezes é preciso coragem para colocar no papel o que guardamos de mais íntimo no coração. Neste livro há desabafos, sonhos, ilusões, desilusões, acima de tudo guerreiros e guerreiras que vencem suas batalhas pessoais todos os dias e permanecem de pé. Produção textual dos alunos do 3° A, turma de 2015. Ana Claudia

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MINHA HISTÓRIA

Aos oito anos de idade foi a primeira vez que tive noção do que é sofrimento, meus pais, ou melhor minha mãe e meu padrasto passaram por turbulências no relacionamento, como era de costume não me alterei por pensar que seria só mais uma de suas discursões. Pena que eu estava enganada, lembro como se fosse hoje o resultado de tal discursão, a separação, e ao terceiro dia uma febre fazia meu padrasto tremer sem saber o motivo, minha mãe por gostar dele não pensou duas vezes em ajudá- lo. Desde este dia que eu ainda era uma criança passei a ver minha mãe por quinzena quando ela podia sair do hospital, meu padrasto havia adoecido de uma infecção na perna por uma picada de formiga, foram assim 7 meses, eu abandonada de um lado para o outro, um dos fatos dos quais mais me lembro que via era o osso da perna dele, aquilo me marcou. Mesmo com toda turbulência não abandonamos ele, as vezes até acho que isso veio para nos aproximar, mesmo distantes, pois ele foi curado e hoje estamos juntos, uma família abençoada.

ALYNE GRAZIELLY MOREIRA DO NASCIMENTO

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MEMÓRIAS DE VOVÓ“Prestem atenção, na história que irei vos contar, Pois fala da infância de minha vó, E sei que irão gostar”. ANITA ROBERTA nasceu no dia 03 de agosto de 1945 (hoje 70 anos), na cidade de Cajazeira, no Rio Grande do Norte, filha de Catarino Roberto e Maria Cristina. Anita era uma criança comum como qualquer outra, com um coração muito bom, e de uma família bastante humilde. Ela aproveitou muito pouco de sua infância, pois teve que começar a trabalhar novinha para ajudar seus pais. Em 1995 (aproximadamente) se mudaram para Jaguaruana no interior do Ceará, onde ainda tinha o nome de UNIÃO, pois haviam alguns parentes. Mas a situação para eles não era nada fácil, com as dificuldades daqueles tempos passados tais como a pobreza, a fome e principalmente o desemprego e a falta de educação. Com tudo isso ela não teve a oportunidade de frequentar regularmente a escola, pois seus pais não tinham condições financeiras muito boa e precisava de sua ajuda no trabalho agrícola. Anita tinha sete irmãos seis mulheres e um homem. Ela é a quarta filha mais velha entre seus irmãos. Com apenas sete anos de idade, saia para trabalhar todos os dias na roça, com seu pai e seus irmãos mais velhos, para levar comida para casa. Enquanto sua mãe cuidava da casa, de seus irmãos mais novos, e também ajudava financeiramente fazendo trabalhos domésticos.

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Afirma que a vida não fácil para com ela, mas que apesar das dificuldades enfrentadas foi feliz, se divertiu bastante da maneira que pôde. Com suas brincadeiras típicas em horas vagas, as traquinagens na qual aprontava com seu pai e em suas viagens. Tais como na vez que ela saiu de casa já planejada com sua mãe para se vestir-se de homem e enganar seu pai, e como planejado, logo mais tarde voltou para casa em trajes masculino, se fazendo passar por um vizinho novo, na qual seu pai Catarino Roberto não desconfiou de nada e só descobriu quando sua esposa Maria Cristina o perguntou: - Catarino, você não reconheceu esse moço a sua frente não?

Catarino respondeu: - Não Cristina. Mas por quê? Você o conhece? Cristina respondeu: - (Homi), isso não é vizinho nenhum não, é a sua filha Anita que acabou de te enganar. Com isso ela falou que foi um dos momentos mais divertidos de sua infância e dos tempos em que morava com seus pais.

Como também na vez que ela subiu em cima do pé de cajarana para pegar passarinho, na qual caiu e quebrou um braço.

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Também teve a vez que ela foi para casa de sua avó quando ainda morava em Cajazeiras, foi com sua irmã Nelda buscar leite para seus irmãos, mas no caminho da casa de sua avó Elizabeth havia uma onça que morava no meio da mata, de ida deu tudo certo, pois não a avistaram, mas quando vinham embora encontraram-se com a onça que estava tomando água na lagoa que havia na beira da estrada, rapidamente correram e subiram em cima do pé de jenipapo que havia ao lado da lagoa e ficou lá até entardecer, esperando que os vaqueiros passassem com o gado para acompanha- las até passar da onça. Afirma ela que quando não tinha o que fazer, morando ainda em Cajazeira, saia de seu lugar de pé, até Cacimba Funda, para casa de farinha a procura de beijú, relata que saia pela manhã e só chagava pela noite com sua irmã mais velha. Já morando em Jaguaruana, saía irmã mais velha e seu tio lá no tão de atravessar o rio nadando, casa toda molhada com as lenhas, para poder servir.

atrás de lenha com sua Carnaubal, e fazia quesna qual chegava na sua que precisavam levar sol

Quando ela tinha um dia vago, que finalmente conseguia ir à escola, não era muito proveitoso não, pois ela era muito travessa, quando não fugia da escola, as reclamações chegavam junto da mesma em casa, pois além de só ir riscar e rasgar seu caderno, se encrencava brigando com seus coleguinhas.

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Essas são poucas das histórias que Anita, “minha vovó”, tem para contar, um exemplo de guerreira, pois esses foram os melhores momentos de sua vida, seu sofrimento veio logo após. Mas como é sobre a sua infância que vim apresentar, é só isso que tenho para vos contar. Existe uma coisa que minha avó sempre fala que não quero deixar de apresentar: - Apesar de todas as dificuldades que tive de enfrentar em minha vida, na minha infância e em minha adolescência, ainda prefiro esses tempos passados ao invés desses de agora. Pois antigamente as coisas eram mais difíceis de conseguir, mas o mundo era um lugar melhor de se viver. Seguro, sem tantas maldades. Fui muito feliz na simplicidade e na humildade em que vivia, provei que ser feliz não é ter tudo nas mãos e sim lutar por aquilo que se quer, pois nem toda felicidade do mundo precisa de riqueza, mas sim de amor, paz, alegria de viver e principalmente a fé em DEUS. (palavras de minha vó Anita) Cada pessoa possui uma vida e cada vida apresenta uma história, e essa é de minha admirável avó.

ANA CAROLINE GONÇALVES SANTIAGO

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EU Meu nome é Ana Carla Monteiro de Sousa, tenho 16 anos e moro na zona rural de Jaguaruana. Nasci em Fortaleza-Ce, o nome dos meus pais são Regina e Neto, aos seis meses vim embora para Jaguaruana morar com meus pais e minha avó. Comecei a estudar na creche quando tinha 2 anos, onde conheci minha melhor amiga, Tamara Maia, estudei a vida toda com ela, ao chegar no 3º ano do Ensino Médio conheci ótimos amigos, a Carliane, a Carol e o mascote da nossa equipe, o Lucas. Eu sou uma pessoa extrovertida, mas também um pouco chata quando é preciso. Algumas das coisas que mais gosto de fazer é estudar e passear com meus amigos. Também sou uma pessoa que me preocupo muito com meus colegas, como eles estão e o que posso fazer para ajuda- los. Como a maioria de vocês, também pretendo cursar uma universidade e sabemos que para isso devemos nos esforçar para conseguir chegar onde queremos. Como todos, também passo por problemas, mas não me deixo abater busco sempre o melhor para mim e foco muito no meu estudo e na minha vida profissional futuramente. Traço metas, analiso fatos e situações detalhadamente para me tornar a pessoa de sucesso que pretendo ser, não desisto das coisas facilmente, procuro sempre estar melhorando meu potencial e minha capacidade.

ANA CARLA MONTEIRO DE SOUSA

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UMA GAROTA CHAMADA JANAÍNA Era uma vez uma garota chamada Janaína, ele era muito inteligente, esforçada e dedicada aos estudos, era o orgulho da sua sala de aula, mas assim como em toda as classes de qualquer escola existia também os que não se dedicavam muito como o Matheus, o garoto mais bagunceiro da sala, que não ligava para nada e nem aprendia nada. Janaína não gostava de Matheus e nem ele dela, todos os dias eles discutiam e seus colegas alertavam, essas brigas ainda vão terminar num namoro, e eles? Ignoravam os colegas, diziam que nunca poderia haver nada entre eles do que brigas e discussões.

Mas um dia sem entender bem o porquê Janaína viu as qualidades que haviam em Matheus, assim como seus defeitos juntos, ela descobriu que estava afim dela a muito tempo e um dia resolveu que iria criar coragem e se declarar sobre os sentimentos que tinha por ela. Foi assim que tudo terminou, ou, continuou, começaram a namorar, com o esforço dela ele também aprendeu a valorizar os estudos e tornou-se uma pessoa mais calma e responsável. Hoje este amor está com firme que já estão noivos e logo logo irão de casar.

BRUNA LORENA BESSA SILVA

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HISTÓRIA DA MINHA VIDA

A História não é tão minha, mas tem a ver com a minha família, meu pai casou- se muito jovem com minha mãe que também era bem jovem, logo no início do casamento ele entrou no mundo da bebida, todos os seus fins de semana eram para beber, deixando eu, minha mãe e meus irmãos em casa, mamãe sempre foi ciumenta, e toda vez que papai chegava em casa começa uma briga entre os dois, com raiva e sob efeito do álcool ele quebrava tudo o que via pela frente, e esta situação se repetiu por muitos anos. Um certo dia papai começou a se sentir mal e o levaram para o hospital, em meio a angústia chegou o laudo médico, ele tinha doença de chagas, encaminhado às pressas para Fortaleza, passou por uma cirurgia, onde colocaram um marca- passo em seu coração, não sei se para seu bem esta doença mudou nossas vidas, hoje ele já não bebe mais, leva uma vida tranquila, todo mês precisa viajar à Fortaleza para suas consultas e graças à Deus está tudo bem.

CARLA EDUARDA DA SILVA

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QUEM SOU EU Meu nome é Carliane, tenho 16 anos, moro guaruana. Na minha infância não tinha minha casa pois tinha poucas vizinhas, estudar foi quando fui fazendo novas distraia um pouco.

na zona rural de Jacom quem brincar em mas quando comecei a amizades, com isso me

Todos os fins de semana eu ia para casa de minha avó paterna, onde vivi os melhores momentos de minha infância, lá eu brincava, corria, chorava, sorria, brigava e mesmo assim era feliz e não sabia. Meus pais sempre me criaram com muito amor e carinho, e sempre sonhei que quando crescesse iria dar orgulho a eles, fui crescendo e enxergando a realidade e alguns sonhos foram mudando. Onde moro as coisas se tornaram mais difíceis, mas mesmo assim não desisti de começar o ensino médio, mas chegou um momento em minha vida que pensei em desistir de tudo. Tem momentos que fico me perguntando por que as coisas são tão difíceis, mais se não fossem difíceis não lutaríamos por nossos sonhos. Sempre agradeço a Deus por cada dia e sempre peço coragem, determinação para conseguir realizar os meus sonhos. E quando eu pensar em desistir, vou lembrar de tudo que meus pais fizeram e fazem por mim, portanto quero entrar em uma universidade, conseguir ser uma profissional de sucesso, ajudar minha família, comprar minha casa, meu carro, poder olhar para trás, agradecer por ter conseguido. Mas para isso preciso lutar bastante, estudar, e ter pessoas me ajudando a ir em frente, e o mais importante a minha força de vontade. CARLIANE OLIVEIRA PASCOAL

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ANJO ALLAN Toda pessoa tem um sonho, de ser advogado, de ser jogador de futebol, de ter a casa própria, mas o sonho de Aline parece o mais fácil de ser realizado, ser mãe. Deus é muito bom e realizou seu desejo, um certo dia ela sentiu um enjoo forte, mas não se importou muito achava que não era nada de mais, alguns dias depois o enjoou continuou e ela então se animou, pois tem certeza que está grávida, mas para tirar todas as dúvidas fez um exame, o resultado deu positivo e ela ficou muito feliz.

Os meses vão passando, a barriga crescendo, muita felicidade, pré- natal, bebê mexendo, cada dia só aumenta a alegria. O tempo não para, muita coisa acontecendo, natal, fim de ano, carnaval, páscoa e também a Copa do Mundo no Brasil, o bebê estava previsto para nascer em junho, no mês que começaria a tão esperada Copa. No dia 13 de junho a futura mamãe amanhece com algumas dores, mas acha normal, e passa a manhã cuidando da casa como de costume, a dor aumenta e ela sabe que chegou a hora do neném nascer. Ela ligou para a sua mãe vir busca- la para ir para Beberibe, sua cidade natal, mas como ela já está perto de dar à luz, vão direto para a cidade de Aracati, chegando lá, foi atendida e foi para a sala de cirurgia, pois ela não conseguia ter o bebê normal, a cesariana aconteceu e foi muito bemsucedida.

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Depois de alguns dias mãe e filho recebem alta e vão para casa, alguns dias depois ela retorna ao hospital, pois a cor da pele do recém-nascido está muito amarelada e a barriguinha uma pouco alta do que o normal. Depois de muitos exames uma triste descoberta, a criança tinha câncer no fígado, todos ficaram assustados e tristes, seria uma grande luta. Transferidos para Fortaleza para iniciar o tratamento da doença, começa de novo mais e mais exames, a quimioterapia, muito sofrimento em uma pequena vida, com muita fé em Deus e acreditando na capacidade dos médicos iam para as sessões, com muita tristeza, pois era cruel, medicamentos tão fortes para um bebê, todos se perguntavam porque um inocente nascera com uma doença tão terrível, mas assim é a vida. Para a mãe era uma tortura ver seu filho voltar da sala de terapia todo mole, todo sujo de sangue, como se estivesse morto, mas assim se passaram os dias, semanas e meses nesta luta, mas em um triste dia, o pior aconteceu, ele foi para a quimioterapia, mas dessa vez o Senhor teve misericórdia dele, e foi mais um anjo para o céu. Como de costume Aline e marido estavam na sala de espera quando os enfermeiros trazem seu filho, mole, sem forças e entrega para a sua mãe, mas tinha alguma coisa errada, ele estava mole demais, o bebê começa a olhar para a mãe como se quisesse falar algo, mas como só tinha 4 meses ainda não falava, ele a admirava como se tivesse se despedindo e começa a ficar roxo, ela se desespera e começa a chorar, manda seu marido chamar algum médico, mas não dá tempo, ele não resiste e morre, muito choro, desespero e revolta.

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Os familiares quando sabem da notícia ficam sem reação, prepara- se o velório, quando o corpo chega todos da família reunidos começam a chorar, a mãe não sai de perto do caixãozinho, inconformada por ver seu maior sonho se desfazendo. No dia seguinte a pior hora, a despedida, o último adeus, todos se abraçando, inconformados, principalmente os pais, todos se questionavam por que Deus tinha feito aquilo, mas tudo o que Deus faz tem um propósito.

FRANCISCA RAFAELLA DE LIMA SILVA

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MINHA MÃE E EU

Minha história começa assim, meu nome é Isaque, filho de Isa Maria e Francisco Alexandre dos Santos. Nasci em Jaguaruana, venho de uma família humilde, moro em Sítio Patos. Até aí tudo bem. Como todo mundo me vê com boas condições, pensam, ele tem tudo graças a Deus, tudo que eu quero eu consigo. Mas lá atrás eu passei muitas necessidades com minha mãe. Quando tinha 5 anos aconteceu da parte de minha mãe um erro o qual ninguém pode atirar pedras por que errou. Aí começa minha história e da minha mãe, ela se separou de meu pai e eu acompanhei minha mãe, então fomos morar em Fortaleza, foi uma separação conturbada. Eu fiquei muito triste pois quem quer ver seus pais separados, ela sofreu muito assim como ele. Isso é que não contei que eles foram casados e quando casaram minha mãe tinha apenas 15 anos e me teve muito nova, mas ela foi forte para ter que me criar sem meu pai, sei que ela cometeu um erro mas eu nunca a questionei por esse erro, ela foi guerreira, até ai tudo bem fomos morar em Fortaleza com meus avós que me ajudaram muito. Ela foi trabalhar em casa de família para não deixar faltar nada para mim e nunca deixou mesmo, ai vocês sabem como não é fácil ter que trabalhar e deixar seu filho nas casas mesmo sabendo que era de parentes, não é o mesmo que estar em sua casa quando ela vinha me ver eu não saia dos pés dela de saudade, já era duro para mim ter me separado do meu pai que também gostava muito e ter também que me afastar da minha mãe. Quando minha mãe vinha, ela trazia brinquedos para mim, mas não era o bastante, queria mesmo era ter ela perto de mim todo dia.

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Eu chorava muito quando eu acordava e não via ela, mas suportamos a saudade um do outro, então ela resolveu voltar para Jaguaruana e morar junto com uma prima que também tinha se separado do marido e tinha filhos que eram mais velhos que eu, resumindo ela veio morar com a prima e de novo trabalhar em casa de família e ainda pior tinha que me deixar em creches. Não foi fácil para mim todo dia ir deixar e buscar. Lembro que quando eu fiz 7 anos foi na creche era no mesmo dia das crianças tinha festinha para nós, lembro como se fosse hoje, eu era triste por que não tinha ganhado nada, quando do portão avistei minha mãe vindo trazendo para mim, não me importava o que ela vinha trazendo, mas só de ela está vindo me buscar. Ela chegou e me deu um presente e um abraço e me disse assim, está aqui seu presente Isaque, seu pai não está presente mais eu estou. Isso foi para mim uma das coisas mais marcantes da minha vida. Se hoje sou o que sou, devo a ela, dos dedos dos pés aos fios dos cabelos. Passamos por poucas e boas juntos, só eu e ela sabemos o que passamos, ninguém mais do que ela para dizer se estou certo ou errado. Resumindo depois de tudo isso, nós fomo morar Juazeiro, do Juazeiro fomos para Russas, para Santa Luzia, de Santa Luzia voltamos para o Sitio Patos. Meu pai perdoou ela com pouco tempo ela engravidou e teve minha irmã, hoje ela tem 16 anos e eu estou com 25 anos. Desde hoje que estou contando isso já se passaram 16 anos desses acontecimentos, hoje nós somos uma família unida, temos nossas brigas mas controláveis, nada que seja desagradável. E isso que aconteceu só serviu de exemplos para mim. Já morei em São Paulo por 4 anos, passei um pouco o que é estar na pele da minha mãe, mas não chega nem a metade do que ela já passou. É isso aí, estou firme e forte ainda vou passar por muitos obstáculos na vida, só está começando minha saga do que eu quero.

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Nunca devemos julgar as pessoas por um erro que tenha cometido, quem somos nós para julgar alguém, só quem pode julgar é Deus, Ele quem deve julgar a gente e hoje tenho meu trabalho, não dependo de ninguém, só de Deus e da minha mãe, claro, pois em ela não seria nada com nada.

FRANCISCO ISAQUE DOS SANTOS

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A HISTÓRIA DA MINHA FAMÍLIA

A minha história e da minha família é cheia de sofrimentos, passávamos necessidade, para termos o que comer papai saia para pescar, minha mãe e meus irmãos ficavam em casa trabalhando trançando redes, ao chegar em casa com alguns peixes que tinha conseguido pegar promovia uma festa, ficavam todos alegres porque tínhamos aquelas piabas para comer e as vezes trocava com algum vizinho por outro alimento que tivéssemos necessitando. Muitas vezes dormíamos com fome, porque a bodega não vendia mais fiado, além de pescar para nos alimentar com aqueles peixes, ele ainda tinha que pescar para conseguir alguma troca com os vizinhos. Eu nasci em 1995, as coisas pareciam melhores, mas ainda assim as dificuldades nos acompanhavam, para manter os filhos na escola era difícil, pois tinha que comprar material escolar para todos, a merenda só se a escola oferecesse, mas apesar disto continuamos nossa vida, papai conseguiu um emprego melhor, passou a trabalhar numa máquina cortando palha, estávamos até bem , quando meu pai adoeceu de diabetes, e teve que parar de trabalhar, meu irmão mais velho teve que ficar no papai no trabalho para termos como sobreviver, mas essa doença maldita levou meu pai, ele faleceu aos 54 anos deixando tristeza e saudades em nossos corações.

FRANCIVAN DOS SANTOS LIMA

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ROCHA VERÍSSIMO E SUA VIDA

Rocha Veríssimo nasceu de uma família humilde, em uma cidade pequena junto com mais seis irmãos, ele, aos quatro anos de vida já trabalhava na roça com seu pai para dar alimento aos seus irmãos mais novos e assim ele foi vivendo, crescendo, até que ele teve que mudar de família, seus pais não tinham como criá-lo, eles o entregaram para os padrinhos de batismo, pensavam que estariam lhe dando um chance melhor, mas ai foi que seu sofrimento aumentou, passou a acordar quatro horas da manhã para trabalhar e muitas vezes se estendia até sete horas da noite, ao chegar em casa, cansado com fome, não encontrava nada para comer, as vezes quando sobrava um pouco de qualhada era esse seu alimento, pois seus padrinhos olhavam apenas para seus próprios filhos e o deixavam de lado e assim foi até que ele se tornasse maior de idade. Ao chegar a maioridade, encontrou uma moça e começou um namoro, e ainda aos dezoito anos casou-se com ela Maria Veríssimo, juntos passaram por muitas dificuldades, viveram muito dias em casa de aluguel ou emprestada, sempre trabalharam e com muito esforço, cinco anos depois de casados conquistaram sua primeira casa, para muitos era humilde casa feita de barro, de taipa, mas para eles era o seu lar. Hoje este casal vive bem tiveram dois filhos que estudam e tem a oportunidade de crescer e ajudar ainda mais seus pais, que ainda tem muitas histórias para contar.

GEORMANO DOS SANTOS VERISSIMO

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UM POUCO SOBRE MINHA VIDA

Olá, meu nome é Isabele, tenho 17 anos e moro na comunidade Sítio Jurema, moro com meus pais e posso dizer que sou muito feliz. Aos meus 15 anos de idade, quando cursava o 1°ano do Ensino Médio, tive o privilégio de ser mãe, daí passei a ver a vida de um modo novo, diferente, por que ser mãe não é apenas ter um filho, mas sim você passa a ter mais responsabilidade, não só com o bebê que acabou de chegar, mas também com o que você faz. Hoje estou cursando o 3°ano do Ensino Médio e pretendo concluí- lo, pois se Deus quiser eu pretendo conseguir um bom emprego, onde eu possa comprar as minhas coisas sem precisar que a minha mãe me dê, não quero depender dela o resto da vida. Quero que Deus me dê muita saúde para minha mãe, para que ela sempre fique comigo, pois não me vejo sem ela, meu filho tem 1 ano e 7 meses e estou esperando outro bebê, não sei como vai ser, seja o que Deus quiser. E eu posso dizer que foi um acontecimento marcante ser mãe de um menino lindo e maravilhoso, lógico que é muito difícil cuidar de uma criança, mas com a ajuda da minha mãe fica mais fácil, é isso que aconteceu comigo.

ISABELE INES DE OLIVEIRA

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A REALIDADE

Uma garota jovem que sonhava com um futuro melhor para sua vida, que era simples, humilde e de família pobre, foi crescendo e vivendo sua vida na roça, preferiu buscar uma vida melhor para si, deixando de lado a vida simples, cheia de sofrimentos e angústias que tinha. Seguiu seu caminho em frente, cresceu e aprendeu algumas coisas da vida, sendo elas boas, outras ruins, mas nunca desistiu, nem baixou sua cabeça para as dificuldades. Logo que ficou maior de idade, sua tia a levou para morar na cidade de Fortaleza, onde viveu por uns dez anos, logo começou a trabalhar, e foi ali no seu primeiro emprego que ela foi crescendo e mudando de vida. Mas ela sempre queria crescer mais e mais, não parou de estudar e foi mais além em seus propósitos, ela esteve a um passo de si formar, mas foi obrigada a largar tudo por não ter condições financeiras o suficiente para seguir este caminho.

Entrou em um relacionamento onde dele nasceu uma filha, por não ter meios para cria- la, foi forçada a deixa- la para adoção, não foi nada fácil para ela encarar essa situação, mas era a única solução no momento.

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Embora hoje não saber nada sobre sua filha lhe cause muita dor, ela sabe que sua atitude deu um futuro melhor aquela criança. Sua vida não é das melhores, mas tem conforto em saber que tudo o que possui é fruto de seu suor, lutou muito para vencer as dificuldades da vida mesmo tendo sofrido perdas que não voltam mais. JARBAS MATHEUS DA SILVA

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MINHA VIDA

Com oito anos fui abandonado pela minha mãe, eu e meus quatro irmãos, fomos morar com meu pai, só que ele só vivia bebendo e por conta disso não podia ter uma boa vida. Alguns ficaram com minha avó em Fortaleza, só que minha avó morreu, ai ficamos desprezados, ainda jovem tentei construir minha família e multiplicou o sofrimento, na qual passamos a usar o que não devia, roubar, fui perseguido e preso três vezes armado com um trinta e oito (revolver), quanto mais perdia, mais eu comprava, ainda hoje com vinte e três anos ainda respondo a processo, tive um filho e o que mais dói e ter esse filho desprezado igual eu fui, por a mãe ser usuária até os dias de hoje, somos separados porém o filho sofre junto com ela o desprezo e não dá para eu criar, ele está nessa vida a quatro anos. Meus irmãos um morreu enforcado, outro bêbado o carro bateu e ele morreu no hospital por não resistir aos ferimentos, minha única irmã teve uma febre alta e deu convulsão quatro vezes seguidas e não resistiu, deixando três filhos. O outro foi acidentado e resistiu, só ficou doente mental, fiquei três meses no IJF ele ficou em coma, meu pai desprezado também morreu por cachaça, morreu bêbado, mais aí que pedi muita força a Deus para continuar nessa vida. Na vida que vivi por não entender nada fiz cinco tatuagens e hoje me arrependo amargamente.

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O conselho que eu dou é que não faça por que depois vem o arrependimento e já é tarde. Furei orelha, usei peercing no nariz, os dedos todos cheio de anéis, o pescoço tinha uns três cordões, de Deus eu não me lembrava. Nunca pensei que Deus pudesse operar na minha vida, mas foi na cadeia que conheci outro jovem que falava de Deus para mim. Pedimos a misericórdia Dele e fomos soltos. Meu amigo saiu primeiro que eu e foi procurar uma igreja e se converteu, já eu depois que saí, ficava tentado ficar por longe, mais ele ficava me chamando, até que um dia eu fui e fiquei muito feliz por sentir a presença de Deus naquele lugar e foi aqui no CCB que me sinto feliz até os dias de hoje.

Minha vida foi assim e a sua como foi?

JEOVA BESERRA DOS SANTOS

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A GAROTA Havia uma menina que tinha 6 anos, a partir dessa idade já via que a vida não era fácil. Certo dia seus pais se separaram, pois, sua mãe sofria muito com o que seu pai fazia, mas mesmo com a separação deles, ela ia visitar seu pai pois ele estava doente, mas só ia visitar por que sua mãe a obrigava. Com muita dificuldade sua mãe dava duro para sustentar ela e seus irmãos. Dois anos se passaram e a dificuldade só aumentava, sua irmã mais velha ficou doente, com pressa a mãe mandou a garota e seu outro irmão mais novo para casa de uma tia, pois sua irmã havia piorado e precisava ir com urgência para um hospital em Fortaleza onde lá ela foi internada, lá descobriu um problema nos rins. Meses se passaram e sua irmã continuava internada pois o caso dela era muito grave, ela passou por várias sessões de pulsoterapia, significa a administração de altas doses de medicamentos por curtos períodos de tempo, meses se passaram e sua irmã recebeu alta mas ainda ia continuar fazendo as sessões, o tempo foi passando, depois não sentia mais nada. Sua mãe continuava sozinha, sustentando três filhos. Certo dia a garota recebeu uma noticia que seu pai havia falecido e forçada ela e sua irmã mais velha foram ao enterro. A garota lembrando de tudo que o pais fez, não derramava uma lágrima, pois o amor que sentia tinha se transformado em ódio.

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Quatro anos se passaram e a garota veio a passar por mais dificuldades, pois sua avó materna estava doente e sua mãe pediu para a garota ir morar com a avó, então a garota resolveu a ir. Cada dia que passava sua avó piorava, internada várias vezes onde muitas noites dormia no hospital com sua avó. Ela melhorou e recebeu alta, quando chegou em casa piorou e foi para Fortaleza, ela foi internada, mas infelizmente faleceu, e o sofrimento da garota só aumentava, pois ela era muito apegada a avó e sofreu muito com a partida. O tempo passava e as lembranças ficavam, todos os sofrimentos e as batalhas que ela enfrentou. Depois que sua avó morreu, ela continuou morando na casa com seu avô pois ele sentia muita falta dela, falta daquela mulher que viveu casado muitos anos. Foi ela e sua irmã morar com seu avô, depois sua mãe veio morar com eles. Dois anos depois a garota já tinha 16 anos e sua irmã 18 anos e seu irmão mais novo 10 anos. No mês de maio sua irmã vivia triste, isolada, querendo ficar só e escrevendo em um caderno que servia como diário, lá tinha a data de aniversário dos amigos e familiares. Pois ela era muito querida por todos que a rodeavam, mas sempre tinha algo que deixava ela triste, infelizmente vinham as lembranças dos tempos que ela estava internada.

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Certa noite sua irmã mais velha começou a tossir e chorar reclamando de dor nas costas e a garota sem saber o que fazer, preocupada não dormiu, logo de manhã cedo viu um monte de sangue debaixo da rede dela, pois a sua irmã tinha tossido muito e cuspia sangue, imediatamente levaram ela para o hospital da cidade, foi internada, sua mãe ficou com ela, continuava cuspindo sangue, piorava cada vez mais, fraca sem forças e desmaiou, a mãe chamou o médico e depois que ela quase morreu, resolveram mandar para a capital, Fortaleza, a mãe não deixou levar, pois sua irmã já estava morrendo, ela estava sangrando pelo nariz e pela boca, mesmo assim botaram na ambulância e lá sua irmã morreu, no atestado de óbito tinha dado hemorragia pulmonar. Dia 23 de maio de 2008, sua irmã faleceu e a dor da garota só aumentava, a perda da irmã doeu muito, chorava, gritava pelo seu nome pedindo para voltar, a dor foi maior que a perda da sua avó, entrou em depressão pois se sentia sozinha, a irmã sempre estava com ela, dois anos se passaram, a garota ficou de maior e por descuido engravidou. Mais uma vez a vida não é fácil para ela, não por ter engravidado, mas sim, pelo pai da criança que ela esperava lhe abandonou na hora que ela precisou. Os meses iam passando a sua barriga crescendo e a garota ficando muito inchada, preocupada ela foi para o posto de saúde mais próximo, chegando lá, inchada até o ponto de não conseguir mais andar, o médico encaminhou ela para o hospital da cidade, lá foi encaminhada às pressas para um hospital em Fortaleza, quando chegou no hospital foi internada.

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Nesse hospital não podia ficar acompanhante, e ela ficou sozinha. Naquele momento passou toda a vida dela, os sofrimentos e as perdas, internada fez vários exames e diagnosticou que ela tinha um problema nos rins que tinha parado de funcionar, logo que recebeu essa notícia lembrou da sua irmã que também teve o mesmo problema. Então os médicos resolveram fazer logo seu parto Cesário, lhe encaminharam para outro leito onde lhe deram a péssima notícia, que seu quadro estava evoluindo rápido demais que havia o risco da criança não sobreviver. As pressas lhe encaminharam para a sala de cirurgia onde lhe falaram que iam tentar salvar a vida de uma só. A garota falou, salve minha filha, pois não faz mais sentido viver. O médico chorou na hora do parto Cesário, a criança sobreviveu. As enfermeiras pegaram a criança para a garota ver, mas quando viram tiraram a criança as pressas da sala, pois ela estava com coágulo no pulmão e teve que ser entubada. A garota logo que viu a criança teve uma parada cardíaca, os médicos fizeram de tudo para salvar a vida da garota e com muito esforço ela tornou a vida, foi encaminhada para outra sala onde ficou em observação, como ela vinha melhorando passou para outra sala. Com o passar dos dias continuava internada e os médicos perceberam que ela estava cada vez ficando mais inchada e fizeram uma bateria de exames e descobriram que a doença dela tinha piorado, que tinha que tomar bolsa de sangue.

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Os médicos resolveram chamar sua mãe para ficar com ela. Quando terminou de tomar a bolsa de sangue , teve uma parada respiratória, a mãe falava com ela, mas ela não respondia. Chamaram os médicos e resolveram mandar para a UTI, a mãe teve que ir embora, pois não podia ficar lá, estava na UTI e não tinha previsão de sair. Chegando na UTI, a garota entrou em coma, passou quinze dias quando acordou ela estava ligada a um monte de aparelhos pois ela não conseguia respirar sem os aparelhos, com os dias o caso dela foi melhorando, o médico deu alta da UTI e logo chamaram sua mãe, quando chegou, ela já estava na sala de recuperação, os médicos falaram que ela teve uma hemorragia pulmonar. A filha da garota já tinha recebido alta e tinha que tirá- la às pressas do hospital, então a mãe da garota foi embora com sua filha (neta), e garota mais uma vez ficou sozinha. Passou quarenta e cinco dias internada para descobrir o motivo de todo esse problema, enfim descobriram que que a piora era por causa de um nódulo na tireóide, lhe deram alta, foi para casa, sua doença estava controlada. Em 2011, chamaram- lhe com urgência para ser internada, os nódulos que estavam causando o problema haviam sido diagnosticados no exame “maligno”. Foi chamada com urgência para sala de cirurgia, para retirar os nódulos, depois da cirurgia ela recebeu alta e foi embora para casa. Hoje ela enfrenta tudo o que a mãe enfrentou, cuida da filha dela sozinha sem ajuda do pai e até hoje luta para vencer a doença.

JOAO PEDRO SILVA GOMES

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HISTÓRIA DE VIDA A história de vida que vou contar não é de mim, e sim de um grande amigo que morreu em um grave acidente de moto. Um rapaz jovem, alegre, cheio de vida pela frente, em um domingo como sempre ele fazia, pegou sua moto e foi curtir como era de costume, neste dia ele já saiu de casa alcoolizado, mesmo seu pai e sua mãe pedindo muito ele saiu assim mesmo, foi para uma festa, chegando lá encontrou seus amigos de festas, tudo como sempre fazia. Mas infelizmente a volta para casa não aconteceu como esperado, ele vinha em alta velocidade e na entrada na cidade perdeu o controle da moto na curva e bateu na imagem de Nossa Senhora que fica na entrada de Jaguaruana, havia um rapaz que vinha com ele de carona, foi arremessado para longe, mas mesmo assim sofreu apenas escoriações leves e recebeu alta médica, meu amigo bateu com a cabeça na imagem e sofreu traumatismo craniano, foi transferido para Fortaleza, onde teve morte cerebral, e dois dias depois veio a falecer. Fica a lição para todos: se beber não dirija, pois pode ser a ultima vez.

JORGE BRUNO RIBEIRO

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MEU MAIOR SONHO Ser jogador de futebol é o sonho da maioria dos jovens brasileiros, comigo não foi diferente, desde cedo demonstrava o amor pelo esporte, junto com o incentivo do meu irmão mais velho esse amor só aumentava, minha rotina sempre tinha espaço para uma partida de futebol ou no mínimo ficar pela casa correndo com a bola. Mas como em qualquer outra profissão, nada é fácil, e esse sonho começou a ser interrompido, quando, muito cedo, ainda criança eu tive uma convulsão, meus pais se desesperaram quando me viram desmaiado. A situação financeira dos meus pais não era das melhores, sendo assim meu pai só tinha uma bicicleta para me levar para o hospital. Diz o ditado popular que toda criança é vigiada de perto por Deus, verdade ou não, a partir daí tudo começou a dar certo, Deus me deu uma nova chance de viver, o hospital era muito longe para ir de bicicleta e o desespero do meu pai junto com a desconfiança de que poderia ser um “quebrante” posto em mim, eles me levaram a um rezador para me curar com sua reza. Deu certo, seu Zacarias como era chamado, me curou do quebrante que ele mesmo confirmou ser, meus pais já tranquilos me levaram para casa e assim minha vida seguiu, o tempo foi passando, coisas mudando, mas a minha paixão pelo futebol firme e forte dia após dia. Na faixa dos 11 para os 12 anos eu comecei a participar de um projeto de futebol no meu interior, mas infelizmente minha vida não girava em torno apenas de jogo, desde cedo eu também ajudava meu pai na roça com a vacaria.

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Meu dia era dividido assim, pela manhã, ajudava meu pai na roça, a tarde ia para a escola e a noite, a melhor hora do dia, o futebol, lá esquecia tudo, as dificuldades, os problemas, era só felicidade. O tempo foi passando e o projeto liderado pelo nosso treinador foi levado a sério, pessoas foram traçando nossos caminhos e modificando nossas vidas, inclusive a minha. Um rapaz chamado Flávio começou a nos ajudar com material de treino, lanches bolas, enfim, um certo dia ele trouxe de Fortaleza para o meu interior, o São José, distrito de Jaguaruana, o treinador do Sumov Atlético Clube é um clube de futsal da cidade de Fortaleza, professor Neto para que fizesse uma avaliação de nossos atletas. A avaliação foi feita e graças a Deus me destaquei sendo assim convidado a fazer um teste em Fortaleza no Sumov, tudo foi conversado e eu fui fazer o tão esperado teste, foi uma semana muito produtiva, arrancando elogios e respeito dos atletas, pais e todos que estavam lá. Então fui convidado por Neto para fazer parte do projeto que tinha união e parceria do Sumov com o colégio Darwin para assim unir esporte e educação, sem pensar duas vezes aceitei o convite e meus pais concordaram. Foram quatro anos de muita glória, de 2011à 2014, campeonatos, títulos, viagens, respeito e admiração, até chegar a um cargo muito importante, ser considerado o melhor goleiro juvenil do Ceará com apenas 15 anos. O tempo continuou passando e por cima de vitórias e derrotas eu cheguei ao meu ano, meu auge.

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Em 2014 eu chegava a minha 2° Final Cearense Sub-17, sendo a primeira uma frustração para mim com a perda do título, mas Deus me deu uma nova oportunidade, novamente à frente da equipe dos bombeiros, mas como falei no início, nada é fácil. Logo no primeiro jogo da final em Aracati, contra a equipe da casa, eu me machuquei no começo do jogo, mas continuei em quadra, agravando minha contusão e me colocando como dúvida para o segundo jogo, final da partida foi 4 a 4, sendo um dos destaques mesmo machucado. Sabendo do meu estado, o Coronel Cleiton dono da equipe me levou a um fisioterapeuta, foi aí que veio a má notícia, que eu não tinha condições de jogar a curto prazo devido à gravidade da lesão não havia como me recuperar em pouco tempo, a não ser com uma infiltração na coxa esquerda, que é o método mais comum utilizado em atletas, aplicar uma injeção com algum tipo de medicamento que alivie a dor diretamente na região inflamada ou atingida por uma pancada, essa seria a única maneira de poder continuar no jogo. Horas antes da final, fui levado ao fisioterapeuta Nogueira para fazer a infiltração, foram três injeções para que eu pudesse suportar a dor na hora do jogo, e assim fui ao combate, na hora também recebi do Coronel Cleiton que eu seria o capitão do time, pois o Léo filho do Coronel havia sido suspenso e ele era o capitão titular.

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O jogo começou, e eu esquecendo a dor e começando a brilhar dentro de quadra, segurando junto com o restante do grupo a forte equipe do Aracati. Meu nome foi gritado dentro do ginásio dos bombeiros, o jogo acabou, a vitória veio e junto um desfecho de uma história de dificuldades de um garoto da roça que veio conquistar seu sonho na capital, ser um campeão.

LUCAS MELQUIADES DE QUEIROZ LOUREIRO

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O CÂNCER No começo do ano de 2014, Elício Eduardo dos Santos Almeida, 13 anos, começou a sentir febre, todo dia, manhã, tarde, noite e madrugada, quando chegava no hospital, os médicos falavam que não era nada demais, que essas febres eram normais, fizeram até consulta particular e todos diziam a mesma coisa, que essas febres eram normais, só que ele foi perdendo peso, já estava bem magrinho, chegava a dar dó dele, quando Edna, a mãe dele marcou uma consulta com um psicólogo, que viu que ele tinha um nódulo no pescoço e encaminhou ele para o Hospital Albert Sabin, passaram muitos exames, no mês de agosto ele foi mostrar , mas o médico falou que só poderia olhar os exames em outubro, demoraria muito tempo, a mãe desesperada soube por uma amiga Fátima que havia um médico que consultava particular por 300 reais, assim, ela conseguiu o dinheiro e levou o filho no dia 03 de setembro, onde foi internado chegando a permanecer um mês e 11 dias no hospital, até que fizeram um exame de biópsia e foi detectado então o câncer, ele ainda estava bem magrinho quando foi transferido para o Hospital Peter Pan, chegando lá os médicos disseram que ele poderia vir a obtido de tão fraco, essa foi a pior notícia que recebemos, e minha mãe lá sozinha com ele, passaram 2 semanas de vitaminas para que ele ganhasse peso e se fortalecer para resistir ao tratamento de quimioterapia, chegou o dia de iniciar o tratamento, foram no total 12 sessões, logo na primeira ele sofreu uma convulsão e teve que para continuar no seguinte ficando mais um dia internado.

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Não podia comer qualquer coisa por causa das bactérias que nesse momento poderiam ser fatais, continuou em Fortaleza, conseguiu aumentar de peso, seu cabelo não caiu, ao contrário cresceu mais, ficou bem forte, os médicos ficaram admirados com a recuperação dele, cada dia melhorando mais, pode finalmente vir em casa depois de quase dois meses distantes, foi só alegria para todos nós, 15 dias depois ele teve que voltar as sessões de quimioterapia, era difícil pois ele não podia passar por uma cirurgia para retirar os tumores que começavam do pescoço até a virilha, terminado esse primeiro tratamento ele foi submetido a um outro procedimento a radioterapia, um modo ainda mais forte de combater a doença, pois este queima a pele para ter certeza que não apareceria mais tumores, foram 17 sessões no mês de maio de 2015,onde ele passou um mês e 11 dias, em julho ele vai voltar ao hospital para confirmar que está tudo bem, que conseguiu vencer, passar por todas estas dificuldades, graças à Deus ele está forte, bem de saúde e ficar bom logo.

MARIA EDUARDA DOS SANTOS CARNEIRO

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A MINHA HISTÓRIA A minha história de vida começa pela minha mãe que me pôs no mundo, sempre fui muito mimada por meus pais por ser filha única, mas um dia isso acabou quando eles se separaram, minha mãe sempre se esforçou ao máximo para que nunca nos faltasse nada. Tivemos que ir morar com a minha avó, ele nos acolheu com maior carinho, agora era apenas eu para minha mãe e ela por mim. Passaram- se meses e os meus tios resolveram nos ajudar a construir uma casa para nós, minha relação com meu pai não foi uma das melhores, discutíamos muito, ele tornou- se ignorante comigo, mas mesmo assim eu sabia que os conselhos que ele me dava eram para o meu bem, pois sei que apesar da separação ele me ama. Hoje mora só eu e a minha mãe, temos algumas dificuldades como todos tem, mas ela nunca me deixou faltar nada, já não sou mais tão mimada como antes, a vida não é feita só de mimos, ajudo minha mãe todos os dias e graças a Deus temos uma vida feliz e completa. Tenho tudo o que uma garota da minha idade deseja ter, uma mãe guerreira e maravilhosa, um namorado dos meus sonhos que me faz muito feliz e assim, com todos os nossos problemas, somos uma família feliz.

MARIANA LIMA BESSA

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O SONHO DE ALICE

Saindo de casa aos 17 anos para fazer faculdade, Alice é uma garota cheia de vida que deseja se formar em enfermagem, ela vai morar na casa de sua tia, onde fica lá por um ano, após o termino deste período ela passou mais um ano na casa de outra tia, e lá conheceu um cara chamado Paulo, que parecia uma pessoa legal, gentil, bondoso e amável, ela se apaixonou, começaram a namorar, ele foi conquistando sua família e cada dia mais ela amava ele, até que tomaram a decisão de se casar, eles casaram, mas em pouco tempo de convivência, ele foi mudando suas atitudes, ficou agressivo, bruto, insensível, ele a machucava tanto fisicamente como mentalmente, mas ela escondia tudo isso de sua família. Ela começou a faltar na faculdade por causa dele, sua família começou a perceber que algo estava errado, até que descobriram que ele batia nela, que a maltratava e estava lhe traindo, ao passar algum tempo seus pais conversaram com ele pedindo que se separassem, pois era melhor aos dois, no começo ela não quis, mas depois se separaram.

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Com o término do casamento ,ela entrou em depressão, vivia chorando e não tinha ânimo de estudar, seus pais estavam a cada dia mais preocupados, até que tomaram a decisão de levá- la em um psicólogo, algum tempo depois ela melhorou, voltou a faculdade e hoje em dia, depois de muito ralar para conseguir trabalhar como enfermeira no resgate, onde se esforça muito e trabalha no que ama.

TAMARA MONTEIRO PORTO MAIA

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TARCISO Hoje estou aqui para contar a história de vida do meu pai Tarciso Francisco da Silva, um homem que mesmo nascendo na pobreza sempre trouxe consigo um lindo sorriso no rosto. O que eu mais admiro no meu pai é o seu otimismo, mesmo tendo que enfrentar algum problema ele sempre está alegre, sorrindo e nos animando com sua alegria. Atualmente ele se encontra operado da visão e tendo que usar diariamente um óculos escuro, além de colocar um colírio que arde bastante, mas ainda assim ele faz como sempre fez, não se deixa abater e não deixa de ser feliz. TARCISO FRANCISCO DA SILVA FILHO

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TIA ILDENTE

Ano passado, minha tia por parte de mãe, chamada Ildente Oliveira na época com cinquenta e seis anos, observando suas mamas, percebeu algo errado em um dos seus seios, especificamente no seio direito, ao vê- lo ficou preocupada e resolveu procurar um especialista. O ginecologista na época disse que se tratava apenas de uma consequência da displasia mamária. Mesmo acostumada a fazer mamografia anualmente e nunca ter sido detectado nada, ela não se conformou com o que o médico disse. Ficou ainda mais preocupada quando mais sintomas começaram a aparecer, o bico do seio começou murchar e expelir um líquido escuro deixando-a muito aflita. Tia Ildente decidiu procurar outro médico por conta própria que a recomendou procurar um mastologista. Tia Ildente fez uma biópsia, ao analisar o resultado da biópsia o mastologista recomendou a retirada de parte de sua mama afetada e foi detectado câncer. A minha tia ao receber o resultado ficou desesperada, não sabia o que fazer, afinal uma doença assim não se cura tão facilmente. Ao tentar acalmá-la o médico falou que fariam o possível para curá-la. A princípio minha tia resolveu não contar nada a sua família, mas logo o médico que além disso era seu amigo, aconselhou a falar para seus filhos e o resto da família. Foi muito difícil nós familiares aceitarmos essa notícia. Mas minha tia não deixava ninguém ficar triste.

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O tempo foi passando e ela começou a fazer o tratamento. Após um mês do diagnóstico, tia Ildente fez a cirurgia para a retirada de sua mama direita, em seguida a radioterapia começou, um mês inteiro tomando medicações fortes. Depois vieram as quimioterapias, que ia deixando-a debilitada, aos poucos seus cabelos foram caindo e deixando- a mais triste. O tempo foi passando e nada dela ficar boa. Então ela decidiu procurar o médico novamente, sendo feito uma bateria de exames, dado uns dias o resultado dos exames saiu e infelizmente o resultado não foi dos melhores. O médico falou para ela que o resultado dos seus exames tinha dado negativo e seu câncer teria ganhado mais força e que infelizmente ela não teria chance de se recuperar e sua via estava por um triz. A notícia deixou-a muito abalada, com isso começou um tratamento muito pesado que a deixava muito debilitada. Sua vida se resumia em quartos de hospitais. Ao fim desse ano infelizmente ela não conseguiu vencer a batalha e acabou morrendo.

VITÓRIA TAMIRES OLIVEIRA SILVA

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CRÉDITOS: TURMA 3°a 2015 DA ESCOLA MANUEL SÁTIRO ALYNE GRAZIELLY MOREIRA DO NASCIMENTO ANA CAROLINE GONÇALVES SANTIAGO ANA CARLA MONTEIRO DE SOUSA

BRUNA LORENA BESSA SILVA CARLA EDUARDA DA SILVA CARLIANE OLIVEIRA PASCOAL FRANCISCA RAFAELLA DE LIMA SILVA FRANCISCO ISAQUE DOS SANTOS FRANCIVAN DOS SANTOS LIMA GEORMANO DOS SANTOS VERISSIMO

ISABELE INES DE OLIVEIRA JARBAS MATHEUS DA SILVA JEOVA BESERRA DOS SANTOS JOAO PEDRO SILVA GOMES JORGE BRUNO RIBEIRO LUCAS MELQUIADES DE QUEIROZ LOUREIRO MARIA EDUARDA DOS SANTOS CARNEIRO MARIANA LIMA BESSA TAMARA MONTEIRO PORTO MAIA TARCISO FRANCISCO DA SILVA FILHO VITÓRIA TAMIRES OLIVEIRA SILVA

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PROFESSORES: ANA CLAUDIA SABOIA SOARES FRANCISCO DAS CHAGAS DE OLIVEIRA

IMAGENS DA INTERNET

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ESTE LIVRO ESTÁ REPLETO DE HISTÓRIAS DE VIDAS CARREGADAS DE EMOÇÕES E SENTIMENTOS, ÀS VEZES DE TRISTEZAS, MAS TAMBÉM DE ALEGRIAS E ESPERANÇAS REFLETINDO UM POUCO DO COTIDIANO DE TODOS NÓS. EXPRESSAR O QUE SENTIMOS NOS PERMITE GANHAR ASAS DE LIBERDADE.

FRANCISCO DAS CHAGAS

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