Brasileiros fotografando mundo afora

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A REVISTA DIGITAL SOBRE BRASILEIROS QUE MORAM NOS

Edição especial sobre Fotografia

fotografados por André Bueno para a campanha „Eu Africanizo São Paulo“

QUATRO CANTOS DO MUNDO


Aqui estre nós …

Foto: Ana Maria Müller


Brasileiros fotografando mundo afora Minha mãe documentou a nossa infância nos fotografando de longe e de perto, sempre captando com delicadeza os momentos mais importantes nas nossas vidas. Essa foto ao lado é a minha preferida, porque traduz tudo isso em um retrato só. A fotografia então, me fascina já desde muito cedo e essa foi a minha razão de escolher esse tema para a nossa edição especial „Brasileiros fotografando mundo afora“. Nossos convidados Em busca de matérias interessantes para o especial "Brasileiros fotografando mundo afora", eu reencontrei meus amigos de infância e adolescência Cristiane Gaby Coimbra e Arlen Keuffer, cujos trabalhos não poderiam ser mais diferentes, mas igualmente me encantam e enriquecem essa edição. O acaso (ou não) me trouxe um postal com uma fotografia feita por Guma, que hoje ilustra a nossa capa com sua filha Maria. Guma fala em entrevista sobre o seu trabalho, o fascínio da capoeira e sobre seus planos para 2013. Guilherme Tetamati deu a volta ao mundo fotografando. Não foi fácil escolher somente algumas, entre as suas muitas e lindas fotos. Guilherme escreve no seu blog "Viajando com eles" e dá aqui dicas exclusivas sobre fofografar à noite. Lillian Brandão e Helder Ribeiro são juntos os “Nerds viajantes” e mantém nesse blog uma coluna muito interessante chamada "Revelando a foto", onde analisam e contam os truques que utilizam para fotografar. Claudia Saleh escreve no seu blog de sucesso "Aprendiz de Viajante" e foi à fascinante Jordânia. Ela captou nas suas fotos o espírito de Petra de forma tal, que é quase impossível não querer ir lá um dia. Nós entrevistamos a gerente geral da firma Lomografy da Alemanha, cuja filosofia é a fotografia analógica. Fernanda Prado fala também em entrevista sobre o seu projeto "Acorda, Amor", que ficou entre os quatro vencedores de um concurso de fotografia na Eslovênia, onde ela vive atualmente. É possível fazer fotos lindas com uma câmera compacta? Você já ouviu falar na Fotomarathon em Berlim? Sente saudades de folhear um álbum de „verdade“? Como uma criança de 9 anos „vê“ Londres? Tudo isso e muito mais você vai encontrar nesta edição. Eu gostaria de agradecer a todos que fizeram essa edição possível. Um Obrigado especial à Ana Lúcia Botelho Sampaio, por me ensinar sempre com muita paciência a escrever melhor e à Miriam Naef, por corrigir o meu português já enferrujado. Aqui entre nós: Um fotógrafo cujos retratos me fascinam é aquele que enxerga com o coração e costuma ver a beleza, onde outros nada vêem. O fotógrafo cujas fotografias me fazem sonhar, é uma pessoa que consegue refletir um pouco da sua alma nos retratos feitos. E todas as fotos aqui publicadas me encantaram de alguma forma. Beijos,


Como fotografar Ă no


oite ou com pouca luz

Santorini Junho/2012


Uma das maiores dificuldades de qualquer aspirante a fotógrafo é conseguir boas imagens noturnas ou com pouca iluminação. As fotos saem desfocadas, tremidas, muito claras ou escuras, além de não conseguirmos registrar aquele momento especial. Uma boa câmera, que permita alterar as configurações manualmente, além de um tripé, são essenciais para um bom resultado. Mesmo sem nunca ter feito cursos de fotografia, decidi comprar uma máquina fotográfica antes de iniciar minha viagem de volta ao mundo. Já havia viajado bastante, mas minhas fotos eram horríveis e sentia falta de guardar certos detalhes, congelar momentos que aconteceram nas viagens. Uma câmera digital simples, ou até mesmo um smartphone, são bastante práticos e úteis para diversas ocasiões. Porém, é exatamente em situações com pouca luz, que uma máquina mais potente faz a diferença para conseguirmos fotos incríveis.

Dicas para fotografias noturnas 1 – Câmera: para aqueles que pretendem tirar boas fotos e aprender na raça a utilizar o equipamento, o ideal é iniciar com uma DSLR. Com esse tipo de câmera, é possível tirar fotos utilizando as configurações automáticas ou manuais. 2 – Tripé: o principal segredo para conseguir boas fotos noturnas sem usar o flash, é estabilizar a câmera. Como existe pouca luz, é preciso deixar o obturador aberto por mais tempo e qualquer tremida na câmera, irá alterar a qualidade da imagem.

Foto tirada do avião partindo de Las Vegas, Setembro/2011


Ponte do Bósforo, famoso cartão postal da capital turca, ligando os lados europeu e asiático da maior cidade da Turquia. Junho/2012.

3 – Controle remoto ou timer: é a melhor maneira para garantir que a câmera ficará imóvel, pois até mesmo o simples fato de apertar o botão, pode balançar a máquina e borrar a imagem. 4 – Abertura: em fotografias noturnas, um efeito que fica bem legal é quando as luzes ficam parecendo estrelinhas. Para conseguir esse efeito, basta deixar uma pequena abertura, ou o símbolo “F” de sua câmera. Lembre-se que quanto maior for o número, menor a abertura. 5 – Longa exposição: isso significa que mais luz entrará no obturador e será possível conseguir boas fotos noturnas, utilizando apenas a luz ambiente. Existem casos que podemos deixar a obturador aberto por até 30 segundos ou mais, como por exemplo para conseguir uma linda foto do céu estrelado. 6 – ISO 100: normalmente utilizo o menor ISO possível para ter mais nitidez nas fotos.

Guilherme Tetamanti, é um paulista de 31 anos com muitas histórias pra contar. Em 2011 vendeu seus negócios para realizar o sonho de fazer uma viagem volta ao mundo e praticar fotografia, uma das suas paixões. Escreve para o seu blog Viajando com Eles, onde fala sobre suas viagens, sempre fornecendo dicas e informações, visando incentivar viajantes a encarar suas aventuras como meio de adquirir cultura e melhorar sua qualidade de vida, sempre buscando alternativas para as melhores viagens com os menores custos. www.viajandocomeles.com.br


Vamos faze Texto: Cristiane Gaby


er um rolĂŠ? Coimbra | Fotos: Cristiane Gaby Coimbra, Ernersto Coimbra & Regis Capibaribe


A fotografia sempre fez parte da minha vida; tudo era registrado. Desde muito pequena já tinha uma câmera própria e aquele feeling para os clicks. Casada com um aficcionado por fotografia, com os passar do tempo a busca por qualidade e melhores equipamentos foi uma consequência, o que nos motivou a procurar um curso que atendesse rapidamente a necessidade de ter habilidade e algum conhecimento de máquinas e lentes. Assim, descobrimos um Curso de Fotografia para amadores em Fortaleza-Ce, ministrado por ImagemTudo (Regis Capibaribe e Cláudio Barreto) que ensina o passo-a-passo para se fazer boas fotos em máquina profissional e semi-profissional. O diferencial do curso é que depois de uma semana você já está apto para fazer ótimas fotografias e a melhor parte: poder dividir seus conhecimentos e aproveitar os toques do “veteranos” nos rolés fotográficos. Advindo da gíria nacional, os Rolés (passeio, dar uma volta) são excursões às praias, centros históricos e pontos turísticos do Estado do Ceará e outros locais interessantes, organizadas pelos professores do curso, objetivando colocar em prática o conhecimento adquirido em sala de aula. Os resultados dos Rolés Fotográficos são compartilhados nas redes sociais pelos alunos do curso. Sempre há muitas imagens para admirar!




Isso é quase um ditado por lá. Não fique ansioso por uma câmera mega, com o tempo você vai saber qual equipamento irá atendê-lo. : não corte os pés, nem as cabeças das pessoas fotografadas. que você deseja capturar. Preencha sua foto com esses elementos, eliminando todos os desnecessários .

Basicamente, basta dividir a tela em nove quadrados de tamanho mais ou menos similar. Tente dispor o objeto da foto neste plano de acordo com suas linhas e intersecções. Isto lhe dará uma perspectiva mais interessante do que se o objeto estivesse localizado bem no meio do enquadramento.

Só utilize esse recurso em último caso. Eleve o ISO quando necessário, em ambientes com pouca luz. Quase sempre teremos os melhores resultados se a fonte de luz estiver posicionada atrás de você (fotógrafo). para utilizar sua câmera no modo manual. cada um dita seu próprio estilo.

Cristiane e Ernesto Coimbra moram com a família em Fortaleza e são apaixonados por fotografia.


?


Esta é uma das perguntas centrais que fotógrafos iniciantes se fazem. Hoje em dia escolher a câmera certa é uma verdadeira ciência. É certo que uma câmera compacta é limitada em suas funções e oferece pouquíssima flexibilidade para o fotógrafo. Mas respondendo a pergunta acima: sim, é possível se fazer fotos bonitas e criativas com uma câmera compacta. Na minha opinião o componente principal de uma boa foto é o fotógrafo e não a câmera. Quando o tema é fotografia, sempre me perguntam qual equipamento eu utilizo. A minha resposta é simples: eu fotografo com uma câmera compacta. Desde sempre. Explico. Eu viajo muito e não posso carregar peso. Meu companheiro de aventuras viaja muito e não quer carregar peso. Assim fotografamos o mundo com uma câmera compacta e fizemos disso um esporte. O nosso hobby é tirar o máximo das possibilidades da câmera (sem dúvida alguma com suas muitas limitações) e criar fotos únicas e lindas. Algumas características das câmeras compactas: ● pequena, leve e de fácil manuseio; ● preço acessível; ● funcionam com o sistema "point-and-shot" ou seja, possuem vários comandos automáticos; ● dependendo da câmera, elas também oferecem diversos comandos manuais; ● o manuseio desse tipo de câmera não exige conhecimento técnico; ● cuidado: muitas câmeras compactas utilizam lentes baratas, tornando praticamente impossível que uma foto fique bonita ● elas possuem um sistema fechado, não possibilitando expansões como por exemplo, a variação de lentes. Por ano as grandes firmas lançam mais de noventa modelos diferentes de câmeras no mercado. Antes de comprar, informe-se nos sites especializados que descrevem detalhadamente todas as vantagens e desvantagens dos vários tipos de equipamento, como: www.tecmundo.com.br, www.fotografeumaideia.com.br, www.cameraversuscamera.com.br, entre outros. O mais importante em uma boa fotografia, é a mensagem que ela passa e não o equipamento com que ela foi feita. À seguir algumas fotos feitas com uma câmera compacta de bolso, para inspirar todos vocês que não podem ou não querem manusear uma câmera grande e complicada ou simplesmente não têm condições financeiras para comprar uma câmera profissional. Não deixe de fotografar por isso! Começe com uma câmera compacta. Desejo ótimas clicadas para você!


Fotos: Claudia & Ralf Bรถmmels


Fotografando mundo afora com uma c창mera compacta













Arlen

Keuffer Arlen Keuffer nasceu em 1972 no Rio de Janeiro e vive com a família em Belém, no norte do Brasil. Apesar de ter se formado em advocacia, ele seguiu a carreira de fotógrafo, representando hoje a 3ª geração de uma família de fotógrafos que iniciou com seu avô, o alemão Bernhard Keuffer. Arlen inaugurou seu estúdio em 1998 e especializou-se em fotografias de pessoas: debutantes, crianças, grávidas, casais e famílias são alguns de seus clientes preferenciais. Arlen Keuffer destaca-se por criar imagens estilizadas com requinte, charme e sofisticação e seu estilo vai desde o tradicional clássico até o moderno contemporâneo. Na entrevista à seguir Arlen fala sobre o seu trabalho, sobre fotografia digital e sobre seus planos para 2013.

Você se formou em advocacia, mas acabou seguindo a carreira de fotógrafo. Qual foi o momento ou acontecimento que fez você mudar de ideia e seguir esse caminho? Nos primeiros anos do curso de direito percebi que aquilo não era a minha praia, mas decidi que precisava terminar o que havia começado. Durante o curso e depois dele, trabalhava em um negócio de computadores da família, mas sempre sonhei em um dia viver da fotografia. O negócio de computadores foi ficando ruim, até fechar e então me ví "forçado"a viver da fotografia. Resumindo, recebi um empurrãozinho de Deus (só entendi isso muito tempo depois) para que pudesse realizar meu sonho.

Você tem o um estúdio próprio há 14 anos e vivenciou as muitas mudanças na área fotográfica. Hoje a fotografia digital oferece inúmeras possibilidades e trabalhar com a edição computadorizada de fotos é inevitável. Terminada a sessão fotográfica, é você mesmo quem faz os ajustes nas fotos e quanto tempo em media você precisa para que uma foto fique perfeita aos seus olhos? No início era somente eu quem editava as fotos. Hoje conto com uma assistente de edição que faz os ajustes genéricos. Mas a aplicação dos efeitos, cortes, ajustes de cor são feitas por mim. Nós trabalhamos com o programa (imbatível) Photoshop. Levamos cerca de uma à duas horas de edição para cada hora de estúdio, dependendo do tipo de produção.


Antes de fazer um shooting você segue um roteiro ou você prefere fotografar espontaneamente? Sim, tenho um roteiro básico, mas nada que me impeça de improvisar.

Quantas pessoas trabalham com você? Meu pai, que é responsável pela parte contábil do estúdio, minha mãe que faz a parte de relações públicas, uma auxiliar de vendas, uma assistente de edição de imagens. Contamos também com os serviços de duas maquiadoras e auxiliares freelancer durante a sessão de fotos. Além disso, temos um responsável por serviços gerais e molduraria, já que fazemos na nossa pequena oficina as molduras e entregamos os quadros já montados.

Quais os três fotógrafos que você mais admira e porque? Paulo Reichert - fotógrafo gaúcho aposentado, mas que foi muito importante no início da minha carreira, pois era um dos poucos na época voltados à formar novos fotógrafos. Hoje seus filhos Joel e Isa dão continuidade ao seu trabalho. Klaus Mitteldorf - Pela irreverência do seu trabalho. Miguel Chikaoka - pela forma ousada com que revela as belezas e o cotidiano da nossa região e pela sua dedicação em formar novos fotógrafos

Como você define beleza? Pergunta difícil…, mas há um pintor italiano chamado Carlotti que definiu beleza da seguinte forma: "o somatório de todas as partes a trabalharem em conjunto de tal forma que nada necessite ser acrescentado, retirado ou alterado". Ainda não é um conceito completo, acho que beleza é algo que se percebe através da vivência, contemplação, o impacto que causa em quem observa. Enfim, beleza è difícil traduzir em palavras .

Em Belém, onde você trabalha, a concorrência entre os fotógrafos de estúdio é grande. Qual o diferencial das suas fotos? Como você definiria o seu estilo? Procuramos a excelência em cada etapa do funcionamento do estúdio, desde o atendimento, edição, maquiagem até o pós produção. Resgatamos também a tradição de se fotografar em família e durante a gravidez, que estava um pouco esquecida em nossa cidade. Meu estilo é levar alegria e um momento inesquecível para aqueles que buscaram meu olhar para registrar momentos marcantes de suas vidas.




Quais são os seus planos para 2013? Fotos outdoor é algo que estou fazendo de uns meses pra cá.Tenho planos de fazer temporadas no interior do Pará e quem sabe Macapá. Mas são planos ainda em fase de estudo.

Quais são as suas dicas para quem quer começar a carreira de fotógrafo? Que cursos fazer? Onde? Primeiro, ainda sou do tipo que acredita que deve se amar o que faz. Daí o resto, como dedicação, aprimoramento constante, auto crítica e outros, se torna uma conseqüência. Quantos aos cursos, hoje você tem tudo o que precisa no youtube. É isso mesmo, em todas as áreas da fotografia você tem cursos e mais cursos na internet, excelentes vídeos nos ensinando o que precisamos saber em qualquer área da fotografia.

www.arlenkeuffer.com.br facebook: arlen keuffer

Entrevista: Claudia Bömmels | Fotos: Arlen Keuffer


Suse Krüger / Suger Photography

Fotomarathon em Berlim Uma ótima oportunidade para você conhecer essa cidade fantástica! Uma maratona de fotos - Fotomarathon - é um concurso de fotografia sob condições extremas. Dentro de 12 horas, os participantes devem implementar uma série de 24 temas fotográficos. Uma cidade - 24 fotos - 24 tópicos. É obrigatório seguir as regras básicas da competição: os temas a serem fotografados serão divulgados somente durante a maratona e esses devem ser fotografados exatamente na ordem estipulada. Mas o que caracteriza e destaca esse evento é que todos são bem-vindos: fotógrafos amadores e profissionais, com câmeras compactas, semi-profissionais ou profissionais. Mais importante que o equipamento, é a imaginação, a criatividade e a capacidade de achar rapidamente os motivos requisitados e fotografa-los de maneira interessante. Quem conseguir até o fim da maratona fotografar uma série coerente de fotos, desenvolver boas idéias de acordo com os temas artísticos e criativos divulgados pela comissão organizadora, terá ótimas chances de ficar entre os dez primeiros colocados. Os dez vencedores serão escolhidos por um júri independente e especializado e ganharão prêmios atrativos. Cerca de quatro semanas após o concurso, todas as séries serão paralelamente expostas em forma de tiras de filme, sem cortes. Assim, cada uma das séries poderá ser vista como um todo e podem ser mais facilmente comparadas. O evento Fotomarathona acontece em muitas outras cidades mundo afora, como em Buenos Aires, Sidney e Cairo. Uma lista completa dos lugares você encontra aqui: www.fotomarathon.de/de/was-ist-fotomarathon/fotomarathon-weltweit Todas as informações de como participar estão disponíveis em alemão e inglês: www.fotomarathon.de www.fotomarathon.de/en


he t e v a S ! e t da 13 0 2 i n u J 15.

Foto Marathon 2013 Berlin www.fotomarathon.de www.facebook.com/fotomarathon



Entrevista e Tradução: Claudia Bömmels

Lomografia: o jeito desacelerado de fotografar… Andando e me perdendo por Berlim, eu me deparei com uma vitrine cheia de câmeras coloridas, estilosas e diferentes, em uma rua nobre da cidade. Eu nunca imaginei que na era digital, as câmeras Lomo ainda fossem tao queridas! A loja chama-se Lomography e tem filiais no mundo todo. Lomografia é a fotografia feita com uma câmera (analógica) Lomo, com alta sensibilidade, que proporciona cores vibrantes e saturadas, sem uso de flash. A ideia central da lomografia é nao se prender à técnicas, ser espontâneo e simplesmente clicar. Hoje, a comunidade de lomógrafos, cuja paixão é o filme analógico criativo e experimental, é incontável, ganhando novos membros, curiosos e entusiastas, todos os dias mundo afora. Na entrevista a seguir, com a gerente geral da Lomography Germany, Melanie Tönnies nos fala sobre a fascinação dessa técnica, sobre a firma Lomography e sobre os produtos coloridos e diferentes que me chamaram tanto à atenção.

Melanie Tönnies, fale um pouco sobre a firma Lomography. Lomography é uma empresa global com sede em Viena na Áustria. Na Europa existem lojas e galerias Lomography em várias cidade e cada país possui uma equipe responsável, diretamente no local. Na Alemanha, a nossa equipe está localizada na Friedrichstrasse, em Berlim, onde você também pode encontrar uma grande loja e galeria Lomography. Há também uma loja em Colônia


e uma em Munique. Nas três lojas, todas as câmeras Lomography e acessórios são vendidos, oficinas são oferecidas e festas são regularmente organizadas.

Qual é a fascinação da Lomografia para você? Você nunca sabe o que acontece no momento em que se está fazendo uma foto. A minha câmera viu a mesma coisa que meu olho? Como o filme reage se eu expor algo duas vezes? Tem muito a ver com a alegria de experimentar e com o efeito surpresa, que só a fotografia analógica pode proporcionar. Às vezes, acontece de alguém revelar os seus filmes depois de um ano, para então se surpreender com as fotos e redescobrir os motivos fotografados. Através dessa técnica a fotografia desacelerou e eu acho que esse é exatamente o fascínio da lomografia para muitos.


Quando surgiu a Lomography em Berlim? Durante anos, nós vendemos nossos produtos em nossa própria loja online, bem como através de lojas de varejo. Como a nossa comunidade cresce a cada dia, gosta de experimentar a câmera diretamente e se reúne para fotografar, foi um passo lógico criar as nossas próprias lojas. Sempre esteve claro que Berlim seria a primeira cidade alemã a escolhermos para abrir a primeira loja, pois Berlim é sinônimo de criatividade. Então desde 2009, a Lomography oferece oficinas semanais e tem todas as câmeras e acessórios à venda na filial de Berlim. Existem outras lojas em Paris, Madrid, Nova York, Amsterdã e também no Brasil. A lista completa das filiais mundo afora encontra-se aqui: www.lomography.de/more/stores

Existe uma grande variedade de câmeras. Qual é a mais usada e qual você recomendaria à um iniciante? Muito populares são a Diana F +, Diana Mini, a Câmara Fisheye Compact, a La Sardina e na Lomo LC-A +, que são os nossos clássicos. Como todas as nossas câmeras são muito fáceis de usar, você tem, como novato, uma grande seleção. Melhor começar com uma câmera como a La Sardina, ou olho de peixe. Nossas oficinas ajudam a responder dúvidas e deixar o fotógrafo mais confiante com o uso da câmara. No nosso site encontram-se muitas dicas, truques e muito apoio. Existem também muitos tutoriais e vídeos de amostra sobre as diferentes câmeras.

Quantas pessoas, aproximadamente, fotografam mundo afora com Lomocâmeras e quão grande é a comunidade? Mundialmente temos aproximadamente mais de 1 milhão de lomógrafos. No nosso site www.lomography.de, milhares de imagens são carregadas diariamente e cerca de 60 novos artigos sobre a fotografia analógica são publicados por semana. O nosso site agora está disponível em muitas outras línguas, além do inglês e alemão; como por exemplo, em holandês, espanhol, português, italiano, turco, russo e francês.

As 10 regras de ouro da Lomografia: 01 . Leve a sua Lomo onde quer que você vá. 02 . Use-a à qualquer hora do dia ou da noite. 03 . A Lomografia não interfere na sua vida, torna-se parte dela. 04 . Tente fotografar de todas as maneiras. 05 . Aproxime-se dos objetos que movem o seu desejo lomográfico o mais perto possível. 06 . Não pense, lomografe. 07 . Seja rápido. 08 . Você não precisa saber o que foi capturado no filme. 09 . Nem depois. 10 . Não leve à sério regra alguma.

www.lomography.de www.lomography.com.br/



"Meu marido é fotógrafo por isto o Pedro, nosso filho, tem uma ligação muito especial com a fotografia. Na nossa viagem para Londres, deixamos ele com uma lomo com uma lente de olho de peixe para descobrir o olhar dele da cidade. Foi muito bacana ver uma criança que nasceu em uma geração onde as fotos são digitais e instantâneas fotografando sem ter ideia do resultado final." Patricia Papp coisasdemae.wordpress.com




A morada

Entrevista com o fot贸grafo de Tabo茫

G


a de

達o da Serra

Guma


Quando e como você começou a fotografar? Não me lembro bem, mas o primeiro contato foi por volta de 1996 em uma aula de fotografia no curso de arquitetura que comecei e não terminei. Mas comecei a fotografar de fato quando fui aprender capoeira angolana, no ano de 2001. Fiquei tão encantado com a capoeira, que precisava registrar tudo e mostrar aos outros como eu via a capoeira. Meu Mestre de capoeira, o Perna (hoje trabalha em Bremen na Alemanha), foi uma das pessoas que me aconselhou à seguir esse caminho.

O que é para você o fascínio da fotografia? Pra mim a fotografia foi a forma que eu encontrei de me expressar, mostrar para os outros o que eu estava pensando. Eu era um adolescente muito tímido e a fotografia foi pra mim como uma ferramenta que me ajudou a me comunicar melhor. Acho que pra mim o fascínio da fotografia veio disso, de vencer essa barreira, me comunicar melhor e conseguir ver o brilho nos olhos das outras pessoas, quando vinham falar comigo sobre alguma foto que eu tinha feito, quanto aquela imagem as tocavam de alguma forma. Acho que esse encanto nasceu desses primeiros retornos que tive.

Qual o equipamento que você usa para fotografar e com qual o programa de ediçao de imagens você trabalha? Uso hoje a Canon 50D, com as objetivas 16-35mm e 70-300mm e um flash 580EX. Uso o photoshop da Adobe, porém, não faço em minhas imagens nenhum tratamento complexo, apenas ajustes de contraste, levels, burning, dodging, cortes, etc.

Você trabalha em equipe ou sozinho? Trabalho sozinho.

Quais são os três fotógrafos cujo trabalho você mais admira? Pode ser 4? Gosto muito dos brasileiros Luiz Braga, Evandro Teixeira, Cláudio Edinger e do norte americano Steve McCurry.

Quando surgiu a ideia de fazer o livro Morada? A ideia do livro Morada é antiga. Sempre quis retratar minha "quebrada", meu pedaço, com respeito e dignidade. Sem esse olhar estereotipado ora pelo viés da pobreza e miséria, ora pelo olhar da violência e marginalidade, que a gente cansa de ver na "grande mídia". Então, em uma aula de fotografia de arquitetura, onde a professora pediu pra cada um escolher um lugar para fotografar, eu escolhi fotografar as casas na periferia e daí surgiu a ideia do Morada. Depois disso foi tudo acontecendo de maneira natural, as pessoas da comunidade começaram a me chamar pra fotografar dentro das casas e esse ensaio foi meu trabalho de conclusão de curso da graduação de bacharelado em fotografia.




Com esse material pronto, chamei meu parceiro e amigo Allan da Rosa, idealizador de um selo independente que publica livros de pessoas da periferia (edições Toró) e juntos, ele com os escritos e eu com as imagens fizemos o Morada.

Onde pode-se adquirir o seu livro ? O livro está esgotado, foram impressos apenas 600 exemplares, existem planos para uma nova publicação, mas por enquanto, quem quiser pode conferir um pouquinho dele no site da Toró ou vendo as imagens no meu flicker.

O livro foi lançado em 2007. Quais o seus planos para 2013? Meu desejo é publicar um outro trabalho chamado "Território Gira". Ensaio que já faço há vários anos sobre as manifestações culturais afro-brasileiras em São Paulo e conseguir uma nova edição do Morada.

Um dos seus motivos mais fotografados é a sua filha Maria. Alguma dica para quem quer fotografar crianças no dia a dia? Nossa, Maria é a menina dos meus olhos, sou apaixonado por ela. Apesar da paternidade, no meu caso, não ser uma coisa tão tranquila, pois sou pai solteiro e tenho toda responsabilidade sozinho, quero que ela saiba quando crescer que mesmo tendo que dividir e me desdobrar para ser pai, fotógrafo, fazer capoeira, namorar, sair, trabalhar... enfim, viver, fiz tudo isso amando muito e aprendendo muito com ela. Fotografar criança é um exercício de paciência: É necessário principalmente respeitar o tempo da criança. Mas no meu caso, no meu dia a dia, antes de querer fotografar, eu prefiro viver aquele momento com minha filha e se couber uma fotografia ali, aí sim eu faço.

Você estudou fotografia no Senac. Qual curso de fotografia que você indicaria para quem quer iniciar e se especializar na área? Eu indico o curso de graduação do Senac e também os cursos livres da escola Fullframe.

Mais alguma dica para quem está começando a carreira de fotógrafo? Preciso dessas dicas também rsrs. www.edicoestoro.net www.flickr.com/photos/gumafotografias/sets/







Leonardo ou "Guma", nasceu e cresceu no Pirajussara, Taboão da Serra - SP. Aos 18 anos de idade teve seu primeiro contato com a fotografia na faculdade de arquitetura e começou a fotografar por hobby. Sempre procurando uma forma de se expressar, foi na fotografia que encontrou o que procurava depois de tantos pulos e outras tantas rasteiras. Em 2003, com intuito de aprender mais sobre fotografia, iniciou o curso superior para Bacharel em Fotografia da Faculdade Senac de Comunicações e Artes, onde se formou no final do ano de 2006.

Em 2001, Guma começou à aprender capoeira angolana e à fotografar as rodas de capoeira que o fascinaram desde o início. Hoje ele é integrante ativo do grupo de Capoeira Angola Irmãos Guerreiros e mantém uma exposição de fotografias angoleiras com retratos da comunidade mendingando nas rodas, nas feiras, nas praças e nos escadões da Zona Sul.

Em 2007 publicou pela Edições Toró o livro "MORADA" com o poeta e parceiro Allan da Rosa, onde discute a questão da habitação nas beiradas da cidade. Trabalhou como Orientador Social no Jardim Ângela, atendendo adolescentes que entraram em conflito com a lei, como arte-educador realizou oficinas de fotografia pinhole, construção de fanzines, livretos e audiovisuais na Fundação Casa, na ONG Ação Educativa, no SESC Consolação. Ganhou o Premio Nacional Funarte de Artes Visuais 2009 com o projeto “O Verbo da Agulha na Terra da Luz” onde realizou uma série de atividades (oficinas, debate-papo, projeções, exposições e lançamento de livreto) no Cariri – CE. Atualmente ministra oficinas de fotografia pinhole nas beiradas da cidade de São Paulo, trabalha como fotojornalista freelancer para sites e revistas e é também fotógrafo de espetáculos de dança e teatro. Expôs seus ensaios “Morada” e “Território Giras” em Viena na Áustria e em Bremen e Jena na Alemanha (Nov/2009 a Fev-2010). Expôs os ensaios “Morada” e “Saraus” em Buenos Aires, Argentina (Ago/2011).


Basta se inscrever na lista de emails do Ducs Amsterdam: www.ducsamsterdam.net/quer-ganhar-dois-ebooks-gratuitos-do-ducs-amsterdam


Nerds Viajantes Lillian Brandão, a Nerd, nasceu em Belo Horizonte e mora na cidade até hoje. Ela é Bacharel e Mestre em Ciência da Computação pela UFMG e trabalha como Analista de Sistemas. Nas horas vagas ela ainda trabalha com fotografia. Gosta muito de viajar, fotografar, ouvir música e pesquisar novas tecnologias. Helder Ribeiro, o Nerd, nasceu em Morada Nova de Minas e mudou para Belo Horizonte para estudar e trabalhar. Ele é bacharel em Ciência da Computação e trabalha como Analista de Sistemas. Gosta muito de fotografar, principalmente paisagens. Nas horas vagas ele busca aprender mais sobre tecnologia e fotografia. Não vive sem uma planilha e um mapa para preparar a próxima viagem!

O Revelando a Foto é uma série semanal (toda quinta-feira) do blog Nerds Viajantes, que tem como objetivo compartilhar dicas de fotografia e mostrar uma foto de viagem como exemplo prático. A fotografia de silhueta é um estilo bem interessante e que gostamos muito de fotografar. Há quem pense que seja muito difícil, mas vamos mostrar que não há nada de complicado. Esse tipo de foto é muito comum em momentos do amanhecer e do entardecer, mas ela pode ser feita em qualquer momento do dia, desde que haja iluminações diferentes entre o objeto fotografado e o plano de fundo. Antes de fotografar em modo manual, devemos sempre realizar a medição de luz do motivo a ser fotografado para escolher valores adequados para a abertura e a velocidade do disparador. Isto é, escolher valores que façam com que o valor do fotômetro seja igual a zero. O fotômetro é aquela régua que aparece no visor da câmera. Para a fotografia de silhueta é necessário primeiramente identificar um cenário com fundo iluminado e escolher ou posicionar o motivo a ser feita a silhueta no plano menos iluminado. Em seguida, você realiza a medição de luz, considerando o ambiente mais iluminado. Após a medição, a câmera já estará configurada para fazer a foto, bastando fazer o foco no motivo fotografado e pronto! Se você fizer a medição da câmera considerando o ambiente menos iluminado e fizer a foto, você terá uma foto estourada. Isto é, o espaço mais iluminado ficaria completamente branco e você perderia todos os detalhes. O legal da foto silhueta é escolher motivos que tenham contornos interessantes, por exemplo montanhas, construções diferentes. Se o motivo da foto de silhueta for uma pessoa, recomendamos posicionar o modelo de perfil para destacar os contornos do rosto.


Essa foto é de um pôr do sol no Grand Teton, um dos parques nacionais dos Estados Unidos. Escolhemos um ponto fotogênico para assistir o pôr do sol. Neste dia em especial o céu estava iluminado com cores bem diferentes. Resolvemos fazer uma foto silhueta para registrar esse belo momento. Fizemos o enquadramento posicionando o Mount Moran (a montanha) no centro da foto de forma que produzisse um reflexo simétrico. Escolhemos o valor de ISO mais baixo para não introduzir ruído a foto. Ao fazer a medição na parte iluminada, percebemo que seria necessário um tempo maior de exposição, no caso, 90 segundos. Não conseguiríamos ficar segurando a câmera por todo esse tempo sem tremer. Por isso, precisamos utilizar um tripé. Tudo configurado, fizemos o clique! Configurações: ● ● ● ● ● ●

Data: 30/08/2012 Horário: 18:15 Distância focal: 40 mm Exposição: 90s Abertura: f/8 ISO: 100

Site: www.nerdsviajantes.com Facebook:www.facebook.com/nerdsviajantes Twitter: @NerdsViajantes Instagram: @NerdsViajantes




Acorda, Amor! Uma foto por dia, sempre antes do café da manhã.

O "Acorda Amor" surgiu em agosto de 2008. Na entrevista a seguir, Fernanda Prado, uma fotógrafa brasileira que mora atualmente na Eslovênia, fala sobre o projeto que marcou suas manhãs durante mais de dois anos, sobre o tema que mais a encantou e dá algumas dicas para quem quem está iniciando na área fotográfica. Entrevista: Claudia Bömmels | Fotos: Fernanda Prado

Fernanda, como e quando surgiu a ideia de fazer o projeto "Acorda, Amor"? Numa segunda-feira de agosto de 2008, o despertador tocou às 6h da manhã me chamando para fotografar. Eu havia passado o final de semana todo pensando numa maneira de ter a imagem mais presente no dia-a-dia. Sentia falta de fotografar com mais freqüência e ficava sempre esperando ter um tema “brilhante” para começar qualquer ensaio. No fundo, eu sabia que se eu me esforçasse para acordar um pouquinho mais cedo todos os dias eu poderia “encaixar” o ato fotográfico na minha rotina e tê-lo como um exercício para aprimorar o olhar. Foi aí que nasceu o “Acorda, amor”. No começo, era apenas um clique e pronto! Dali tinha que sair “a” imagem! Mas, cinco dias depois, percebi que era injusto colocar tanto peso na fotografia. Por que sair uma grande imagem de apenas um clique? Que presunção é essa? Ou melhor: por que esperar uma grande imagem desse ato fotográfico se o que importa é olhar e olhar e olhar? A imagem é o resultado de tanto olhar. Assim, “Acorda, amor” é apenas um exercício que acontece todas as manhãs antes do café – ou até quando o despertador quiser tocar...

Em Janeiro de 2011 você fez a última foto do projeto que marcou as suas manhãs por mais de dois anos. O que você sentiu depois do último clique? A primeira foto foi exatamente às 07h18 do dia 18.08.2008. Foi aí que o „Acorda, Amor“ começou. Até que abrir os olhos de manhã e pensar em fotografia tornou-se quase um vício, uma mania que não consegui viver sem por mais de dois anos. Não imaginava que o projeto fosse durar tanto. No início, nem era um projeto, na verdade. Era "apenas" fotografar. A última foto do "Acorda, amor" eu fiz no dia 01.01.2011. 10h16. sábado em Ilha Bela, São Paulo. É preciso saber parar. Deixar o tempo ir e com ele as fotografias. Mesmo assim senti recaídas (risos). Tanto, que depois que me propus a parar o projeto, em janeiro de 2011, acabei retomando-o, esporadicamente, durante o ano de 2011. O sentimento foi assim: “abrir os olhos de manhã e de repente se deparar com uma luz que me fez lembrar fotos do "Acorda amor" e falar: Nossa, isso é acorda, amor! Deixa eu pegar a câmera.” Então, na verdade, não parei totalmente. Atualmente as minhas fotografias estão expostas no Cankarjev Dom em Ljubljana aqui na Eslovênia. E são fotos de 2011!


O projeto apresentou fotos suas e de outros fotógrafos convidados. Qual foi o critério para fazer parte do "Acorda, amor"? O „Acorda, Amor“ aconteceu de Agosto de 2008 até 01 de janeiro de 2011. Todos os dias eu postava a melhor foto no Flickr (isso também virava um trabalho de edição). No final de 2009 surgiu a ideia de a cada semana convidar um fotografo diferente para fazer um dia da semana de „Acorda, Amor“. Cada semana o convidado era responsável por um dia diferente (numa semana o dia de convidado era segunda, na semana seguinte terça, na outra quarta e assim por diante). O critério foi chamar os fotógrafos que faziam parte do meu ciclo de alguma maneira e que eu apreciasse o trabalho. Em 2009, iniciei a seção "Acorda, amor convida". A cada semana, um fotógrafo era convidado para fazer suas primeiras imagens do dia. Sempre antes do café da manhã. Participaram mais de 50 fotógrafos, do Brasil e de alguns outros cantinhos pelo mundo como Irlanda, Buenos Aires, Lituânia, Eslovênia, Rússia e Bélgica.

Como você define o seu estilo de fotografar? Poxa, não sei definir meu estilo. Acho que não tenho estilo nenhum. Precisa ter?

Qual foi o tema até hoje que mais te encantou e por quê? Minha avó Madalena. Tenho um projeto sobre ela que se chama Álbum Perdido onde retrato suas memórias e memórias da minha infância passada com ela em Minas Gerais. Fotografei minha avó até os últimos momentos antes de eu me mudar para a Eslovênia. Infelizmente ela faleceu quando eu já estava aqui.

Alguns fotógrafos acreditam que a foto os encontra e não o contrário. O que você acha? Acho isso uma balela. Tem que ir atrás do tema, tem que pensar, estudar. Suar a camisa, o cérebro e o olho. A fotografia não cai do céu assim do nada. Nós é que vamos atrás, buscando. A relação do fotógrafo tem que ser menos passiva em relação a fotografia.

Na sua opinião não há necessidade de esperar um tema brilhante para começar a fotografar. O que você diria à alguém que está iniciando como fotógrafo? Alguém que está iniciando como fotógrafo: olhe muito ao redor, a forma como a luz ilumina os objetos, veja muitos livros de fotografia, estude, vá à exposições de fotógrafos, converse com fotógrafos, troque experiências e fotografe, fotografe, fotografe.

Fernanda Prado nasceu em 1980 em São Paulo, Brasil, onde se graduou em Jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo e concluiu pós-graduação em Fotografia no Senac. Fernanda mora na Eslovênia desde 2011, trabalha como freelancer com curadoria, edição de fotografia, desenvolvimento de projetos e é fotógrafa na Eslovênia. Trabalha com a Galerija Photon de Liubliana e em 2012 foi responsável por criar e organizar a primeira leitura de portfólios do Festival de Fotografia de Ljubljana, o Photonic Moments. Durante o festival ela fez uma apresentação sobre fotografia contemporânea brasileira. O projeto „Acorda, Amor“ é um dos quatro vencedores do concurso Fotografija leta 2013 na Eslovênia e estará em exposição a partir do dia 5 de fevereiro no Cankarjev Dom em Ljubljana. www.fernandaprado.com www.flickr.com/photos/fernandaprado/



Petra AtravĂŠs das lentes de Claudia Saleh


Claudia Beatriz Saleh trocou as praias do Rio de Janeiro pela vizinhança da Casa Branca em Washington. Apaixonada por viagens e fotografia, Claudia é responsável pelo design e matérias do blog Aprendiz de viajante, além de cuidar de todo planejamento das viagens da família. Quando não está escrevendo sobre viagens ou fotografando, a "nerd confessa" dá consultoria, treinamento e escreve sobre tecnologia, gerenciamento de conteúdo e mídias sociais. Não se esqueça de seguí-la no twitter @aprendizviajant


Foto: Claudia Saleh


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Então talvez o Projeto 11 Por Mês, do Zé (José Luiz Zorzan Júnior) do site Melhor Ângulo, seja exatamente o „empurrãozinho“ que estava faltando para você voltar a fazer álbuns de papel. O projeto tem como objetivo, incentivar as pessoas a resgatar o hábito de revelar suas fotos. Zé Zorzan tem 19 anos, é mineiro e trabalha como web designer, sempre mantendo e praticando sua paixão pela fotografia nas horas vagas. No blog Melhor Ângulo, Zé escreve sobre fotografia, arte, cultura e tudo o que o inspira. melhorangulo.com


Projeto 11 Por Mês Por uma memória melhor documentada Imagine a cena: Alguns parentes chegam, ou amigos, ou a(o) namorada(o), e em algum momento da conversa um deles sugere que o outro pegue os álbuns antigos da família para relembrar as festas de aniversário, as viagens à praia, as gestações… todos ali em volta do sofá folheando as fotos protegidas por películas de plástico transparente. De repente, uma das crianças mais novas da família chega do quarto entediada com a programação ruim na TV e ao vê-la, a mesma pessoa que sugeriu o álbum, agora tem a ideia de ver as fotos da criança quando ela era recém-nascida, coisa de 4 anos atrás: “Vamos lá no computador que o Sebastião Roberto pode parar o trabalho da escola um pouquinho pra gente ver.” “Pelo amor de Deus, passa isso mais devagar, Tião!” Perceberam a diferença? Com certeza isso já aconteceu com você ou perto de você, né? Não que eu seja contra a fotografia digital, muito longe disso. Mas eu sinto falta de como era mais interessante tirar uma hora de um domingo para sentar no sofá depois de um banho, pegar a caixa de sapato cheia de álbuns de „1900 e guaraná de rolha“ e olhar com calma, uma por uma, apreciando. No computador, você senta na mesma cadeira que leu e-mails estressantes e que passou horas procrastinando no Facebook, nem um pouco sagrado, para um momento que deveria ser relaxante e perceptivo. Foi pensando nisso que eu decidi começar o projetocampanha 11 Por Mês, que se resume basicamente em imprimir 11 fotos, em cada um dos 12 meses a partir de 2013, ou seja, para a vida toda! O resultado será um punhado com 132 fotos representando o ano todo, o que é uma quantidade mais que suficiente, não acham? Sem regras, sem necessidade de planejar e clicar fotos especialmente para o projeto. Apenas fotografe durante o mês. Quando ele estiver em seus últimos dias, sente no computador, selecione as 11 mais legais e leve para imprimir! Não precisam ser fotos dignas de „Flickr“, basta serem registros: dos amigos na festa aos felinos no „Instagram“. O projeto tinha uma intenção mais pessoal no início, mas decidi tentar cultivar a ideia e ver se mais pessoas topam encher as caixas de sapato comigo. Para isso, convidei alguns blogueiros e vocês leitores para escreverem sobre o projeto e tentarem comigo! Basta postar todo fim do mês, falando sobre as fotos escolhidas e mostrando-as bonitinhas e impressas para os leitores. Quer participar? Mais informações você encontra aqui: http://melhorangulo.com/11-por-mes/ É isso, não espero um grande sucesso, mas não quis privar todo esse pensamento comigo, juntemse a mim nesse propósito! Espalhem essa ideia! Por uma memória melhor documentada. Texto & Foto: José Luiz Zorzan Júnior



Clique de Castelgrande de Bellinzona, Suíça Patrimônio Unesco.



Fotografando com um telefone celular Os telefones celulares tornaram-se os novos canivetes suiços, sendo hoje mutifuncionais: jogar, fotografar, filmar, escrever mensagens, ouvir música, achar o caminho, assitir a vídeos e telefonar são algumas das funções básicas de um telefone portátil nos dias de hoje. As câmeras nos smartphones estão cada vez mais sofisticadas. Muitos especialistas profetizam o fim das câmeras digitais compactas nos próximos anos. Segundo eles, as compactas serão substituídas por smartphones com câmeras cada vez mais sofisticadas. Nós pedimos para os nossos leitores mandarem as suas melhores fotos feitas com um celular. Agradecemos à todos pela participação e pelas lindas imagens.

Foto feita com iphone 4: Daniela Correa


Oliver & Cintia Moner贸 | 23 de janeiro 2013

Foto: Karla Sobrinho | Feita com Samsung Mobile em Marab谩


Sarah Illert | Marabรก


Foto: Dicas do Mundo | Coluna de Marco AurĂŠlio na Piazza Colonna no centro de Roma


Foto:: Ralf BĂśmmels | MĂźnchen


Foto: Elysandra Ravani | Marabรก

Foto: Amarildo Coelho

Foto: Lincoln Tavares


Lincoln Tavares praticando SlackLines

Foto feita com um Nokia: Mรกrcia Quirino Cartaxo


Foto com Samsung Galaxy: Ralf BĂśmmels | Berlim

Foto: Lorena Bärschneider | Bremerhaven


Foto com iPhone: Karin Lanz| Berlim

Foto: LaĂ­s Botelho | Manaus


Foto: Lorena Bärschneider | Balsa de atravessar o Weser entre Nordenham e Bremerhaven

Foto: Karla Sobrinho |Tirada na ponte de Araguatins-To divisa com o ParĂĄ


Foto: Nerds Viajantes | Grand Teton, parque nacional dos Estados Unidos


A revista online Brasileiros mundo afora, de Claudia Bömmels, é uma publicação gratutita e digital, em formato PDF e está sob a Licença „Creative Commons Atribuição-Não Comercial-Sem Derivados 3.0 que estabelece o regulamento à seguir: Você tem a liberdade de compartilhar, copiar, distribuir e transmitir a obra, sob as seguintes condições: Atribuição — Você deve creditar a obra da forma especificada pelo autor ou licenciante (mas não de maneira que sugira que estes concedem qualquer aval a você ou ao seu uso da obra). Uso não comercial — Você não pode usar esta obra para fins comerciais. Vedada a criação de obras derivadas — Você não pode alterar, transformar ou criar em cima desta obra. Ficando claro que: Renúncia — Qualquer das condições acima pode ser renunciada se você obtiver permissão do titular dos direitos autorais. Domínio Público — Onde a obra ou qualquer de seus elementos estiver em domínio público sob o direito aplicável, esta condição não é, de maneira alguma, afetada pela licença. Outros Direitos — Os seguintes direitos não são, de maneira alguma, afetados pela licença: ● Limitações e exceções aos direitos autorais ou quaisquer usos livres aplicáveis; ● Os direitos morais do autor; ● Direitos que outras pessoas podem ter sobre a obra ou sobre a utilização da obra, tais como direitos de imagem ou privacidade. Aviso — Para qualquer reutilização ou distribuição, você deve deixar claro a terceiros os termos da licença a que se encontra submetida esta obra. A melhor maneira de fazer isso é com um link para esta página: www.brasileiros-mundo-afora.com.


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