Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 11

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Horizonte dren of the Gheto”, Israel Zangwill, de quem se tornou muito amigo. Sua vida e personalidade serviram de inspiração para um dos personagens da obra, o poeta Melchitsedek Pinchas, a quem Zangwill descreve da seguinte forma: “O poeta era magro, um homenzinho com longos cabelos negros. Sua face era muito bem esculpida. Seus olhos tinham um brilho astuto. Sempre tinha um maço de papéis em uma das mãos, e um cigarro apagado, na outra”. Era o retrato vivo de Imber. Enquanto viveu em Eretz Israel, Imber costumava visitar a cavalo os assentamentos judaicos, Em 1892, o irrequieto Imber entretendo os jovens pioneiros, os chalutzim, emigrou para os Estados Unidos, com suas poesias. Na foto: pioneiros em Israel. país onde continuou a escrever. Graças à sua personalidade singular e humor irônico, facilmente a Alexandria e a conquista, pelos se tornava conhecido onde quer que mesmos, de Eretz Israel, Sir Laurence e aportasse. Muitas de suas excentricisua esposa, Alice, decidiram ir para a dades estão registradas na obra de então Palestina, levando Imber em sua Rebecca Kohut intitulada As I Know companhia. Them (Da Forma Como os Conheço). Enquanto viveu em Eretz Israel, Im- No livro, a escritora conta que Imber ber costumava visitar a cavalo os as- presenteou o texto original do poema sentamentos judaicos, entretendo os jo- “Tikvatenu” ao seu filho, Dr. Alexanvens pioneiros, os chalutzim, com suas dre Kohut, que, mais tarde, doou-o à poesias. Cada vez que lhes declamava biblioteca da Universidade de Yale. uma de suas criações, onde quer que Em 1902, seus irmãos, que ainda estivesse, era sempre ovacionado – em viviam em Zloczov, publicaram outra especial quando recitava “Tikvatenu”. coletânea de seus poemas, com o títuEm 1882, durante uma de suas visitas lo “Barkai HeHadash” (“A Nova Estrea Rishon LeZion, Samuel Cohen, um la da Manhã”). Infelizmente, grande dos membros da comunidade, adaptou parte das cópias da obra perderam-se uma melodia ao poema. Nascia o can- em um incêndio. Em 1905, após o poto da esperança, Hatikva. grom de Kishinev, foi publicado mais O poeta morou em Eretz Israel até um volume de seus poemas, obra que 1888 e, nos seis anos de sua perma- o autor dedicou ao imperador do Janência, escreveu poesias e artigos em pão – país que então estava em guerhebraico para jornais e revistas. Em ra com a Rússia. Cinco anos antes, Im1886 lançou a coletânea “Barkai” ber escrevera um pequeno livro, onde (“Estrela da Manhã”), em hebraico, na previa a guerra russo-japonesa e a qual está incluído Hatikva, dedicando- conseqüente vitória do Japão. O forte a a Sir Oliphant. Após a morte do anti-semitismo dos czares russos fizera amigo, Imber deixou Eretz Israel e de- dele defensor fervoroso do Império do cidiu conhecer o mundo... Sol Nascente. Tempos depois, Imber foi para LonEm 1909, a boemia lhe cobrou seu dres, onde conheceu o autor de “Chil- preço. Doente, foi internado em um

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Notícias de Israel, novembro de 2007

hospital nova-iorquino, em total pobreza. Mas, mesmo à beira da morte, pediu que cantassem o Hatikva e, ao ouvi-lo, levantou-se da cama para cantar. Conta-se que certa vez, ao ser expulso de um encontro do Movimento Sionista por estar provocando tumulto, teria bradado: “Podem expulsar-me; mas que cantem a minha música!”. Imber faleceu em 8 de outubro de 1909. Em seu enterro, milhares de judeus acompanharam-no cantando Hatikva. Quarenta e quatro anos após sua morte, o Estado de Israel atendeu o pedido do poeta e seus restos mortais foram levados para Jerusalém. O nome de Imber, no entanto, jamais foi tão conhecido quanto o poema, que se tornaria um dos principais sinônimos do Estado de Israel. Talvez ele tenha sido excêntrico, boêmio, um bon-vivant; mas foi, sem sombra de dúvida, um sionista apaixonado. Seu nome viverá entre os grandes de Sião e de Israel. Sua canção levou esperança a milhões de pessoas e continua a inspirar o povo de Israel, até hoje. (extraído de www.morasha.com.br)

: : Enquanto no fundo do coração Palpitar uma alma judaica, E em direção ao Oriente O olhar voltar-se a Sião, Nossa esperança ainda não estará perdida, Esperança de dois mil anos: De ser um povo livre em nossa terra, A terra de Sião e Jerusalém : : Versão do hino em português. Bibliografia: – “The Man Behind Hatikvah”, publicado no livro The Jewish People Almanac, compilado por David C. Gross. – Artigo de Joseph Lowin, “Whose Hatikvah is it Anyway?” , National Center for the Hebrew Language, http://www.ivrit.org/html/literary/whose–hatikva.htm. – http://www.jewishvirtuallibrary.org.


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