As tendências da arte apos 1960

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AS TENDÊNCIAS DA ARTE APÓS 1960


A ARTE NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX Neste período surgem atitudes e processos artísticos novos. Os movimentos sucedem-se a um ritmo vertiginoso e por vezes cruzam-se . Há uma grande recorrência ao corpo enquanto sujeito operativo e objecto de intervenção. Surgem movimentos artísticos como : - Body Art; - Happening; - Performance


 Enquanto na Action Painting e no gestualismo a pintura é

reduzida ao acto de pintar, na Body Art o artista recorre ao corpo como suporte e referência da sua intervenção.  Na Body Art pode-se chegar a extremos nesta abordagem ao

corpo : cortando-se autoflagelando-se expondo-se directamente à dor . 

Ex: Marina Abramovic


Outra variante da arte na segunda metade do século XX, consiste na utilização das novas tecnologias de comunicação que confere à IMAGEM -- realidade virtual -- um enorme poder junto do público. A arte como produtora de imagens tem que competir com esses outros meios de comunicação -- a fotografia, o cinema, a TV, o vídeo, e os meios informáticos interactivos -- utilizando-os em projectos artísticos como: - Arte Cinética; - Optical Art; - Arte Conceptual; - Arte Vídeo; - Arte Computorizada. Estas novas propostas artísticas associam por vezes as diferentes artes ( fotografia, vídeo, pintura).


A 3ª variante artística da segunda metade do século XX, consiste na produção de objectos artísticos, utilizando objectos de uso comum descontextualizados, ou objectos construídos com materiais naturais ou artificiais.

Nela se inserem as propostas artísticas da: - POP ART; - MINIMAL ART, - ARTE CONCEPTUAL, - INSTALAÇÃO, - LAND ART e ARTE POVERA.


POP ART Movimento artístico que se desenvolve nos anos 60 e 70, primeiro nos E.U.A., depois em Inglaterra e no resto de Europa Surge como reacção à inexistência de figuração do abstraccionismo e do informalismo Inspira-se no imaginário da sociedade de consumo e da cultura popular urbana: BD, publicidade, imagens do cinema, da TV, etc.

Inicialmente, tinha uma posição de crítica à sociedade de consumo mas depois acaba por se identificar com ela, abolindo mesmo toda a distinção entre o bom e o mau gosto .


 Foi influenciada pelas propostas dadaístas e surrealistas de

Robert Motherwell; pelos ready-made de Duchamp e pelas colagens de Kurt Schitters.  Utilizou recursos técnicos mecânicos ou semi-mecânicos como

a fotografia e a serigrafia.  Usou uma linguagem figurativa recorrendo a símbolos, figuras

ou objectos da cidade e do seu quotidiano.  Representantes: Inglaterra : Richard Hamilton e Allen Jones;  EUA: Robert Rauschen berg, Jasper Jones , Jim Dine , Andy

Warhol e Roy Lechtenstein.


ANDY WARHOL ( imagens BD, objectos de consumo, retratos de personagens conhecidas (‌).


ANDY WARHOL


ROBERT RAUCHENBERG – “ Combine paintings” / vertente neodadaísta


JASPER JONES- tomou como principal tema de referĂŞncia a bandeira americana


JIM DINE- combinaçþes de objectos reais , como gravatas, cortadores de relva , electrodomÊsticos, colados sobre fundos pintados.


ROY LEICHENSTEIN- usou personagens retiradas de filmes do Walt Disney, de BD, pintadas com cores puras e brilhantes.


ROY LAUCHENSTEIN



RICHARD HAMILTON- Caracterizou a Pop Art como “ popular, efémera, desperdiçável , satírica, sexy, atraente, fascinante e … um grande negócio.” O que é que faz exactamente os lugares de hoje tão diferentes, tão atractivos?


Richard Hamilton


HIPER-REALISMO

Surgiu nos E.U.A. o final dos anos 60 e prolongou-se pela década de 70. Teve poucas repercussões na Europa onde o interesse pela nova figuração se traduziu em inúmeras experiências individuais de características diferentes entre si. Propôs na pintura uma visão fotográfica de aproximação à realidade. Usou as técnicas da fotografia como fonte de informação e de registo dessa realidade. Expressão artística fria e impessoal em que se não encontram as emoções ou acções do artista.


Representantes: -

Andrey Flack ;

-

Chuck Close;

-

Grant Wood


HiperRealismo


GRANT WOOD



CHUCK CLOSE



Nova Figuração ou Novo Realismo Europeu- Os artistas também usaram a máquina fotográfica. Lucien Freud- Tratamento realista da figura humana com grande carga psicológica. Retratou principalmente elementos da família e amigos.


LUCIEN FREUD


LUCIEN FREUD



FRANCIS BACON- Tema figura humana representada de modo fragmentado , distorcido em relação ao original. A sua técnica é expressionista, construída a a partir de material fotográfico.


FRANCIS BACON



PULA REGO- REALISMO SURREAL




OP ART (OPTICAL ART) Movimento artístico que se desenvolveu nos anos 60 e 70, na Europa e E.U.A. Explora determinados fenómenos ópticos de modo a que uma obra que na realidade está estática pareça ter movimento – vibrar, pulsar, cintilar. Insere-se no movimento da ARTE CINÉTICA que desenvolveu experiências com o movimento real dos objectos artísticos -- mobiles, mecanismos, jogos de luz.


Op Art



VICTOR VASARELY- As suas obras privilegiam os valores visuais sobre os expressivos, produzindo ilusões ópticas que sugerem movimento. São obras abstractas, produzidas frequentemente a preto e branco constituídas por complexos jogos geométricos cujo objectivo é confundir o observador, provocando-lhe sensações dinâmicas.


ARTE CINÉTICA

Refere-se à obra de Alexander Calder, um escultor americano que conferiu mobilidade às suas esculturas, suspendendo do tecto elementos metálicos unidos uns aos outros por arames.

Os mobiles, como lhes chamou Duchamp, eram estruturas de peças bidimensionais, inspiradas na pintura abstracta de Mondrian, que integrava o movimento como factor primordial de manifestação estética da obra.

O movimento podia resultar da interacção com o visitante da exposição, ou da simples deslocação do ar.


ART CINÉTICA


CALDER


INSTALAÇÃO- Define-se como um processo de realização plástica constituido por cenários e ambientes que usam objectos e detritos do quotidiano. Integram por vezes as novas tecnologias- fotografia, vídeo, computador.


MINIMAL ART Desenvolve-se a partir de finais da década de 60 nos E.U.A.

É uma reacção ao subjectivismo emocional do expressionismo abstracto Defende apenas o recurso às formas geométricas mais elementares. Na pintura recusa qualquer forma de ilusionismo. É a escultura que mais se desenvolve usando materiais e processos de reprodução seriada de fabricação industrial


Minimal Art



ARTE

CONCEPTUAL

Designação de diversas formas de arte cuja característica comum é a afirmação de que a verdadeira obra de arte não é o objecto físico produzido pelo artista, mas sim a ideia ou o conceito que o precede. Levada ao extremo, chega mesmo a não realizar qualquer objecto artístico. Esta noção era já defendida por Duchamp (DADAÍSMO), mas só se veio a desenvolver a partir de meados dos anos 60.

São utilizados diversos meios de comunicação para apresentarem as ideias ou conceitos ao público: textos, fotografias, mapas, diagramas, registos de som e de vídeo, etc.


Arte Conceptual

-Victor Burgin, Office at night




BODY

ART

Experiência artística que se desenvolveu nos Anos 70 , nos E.U.A. E na Europa, tendo como base a arte conceptual e também a perfomance -- desempenho de actores não profissionais seguindo um roteiro ou coreografia idealizados pelo artista O que a caracteriza é o uso do corpo humano como meio de expressão artística (por vezes o corpo do próprio artista) Muitas das obras são registadas e divulgadas por meio de fotografias ou vídeos


Body Art- MARINA ABRAMOVIC


Sites no Youtube  http://www.youtube.com/watch?v=h9-

HVwEbdCo  http://www.youtube.com/watch?v=vDg_KWJ

h1g8&feature=related



Instalação


BODY ART - Performance Günter BRUS, Autodecoração 1, 1964


BODY ART -- performance Yves KLEIN, Antropometrias da Época Azul, 1960


BODY ART – Helena Almeida, Ouve-me, 1979 16 fotografias


HAPPENING (acontecimento) As primeiras experiências surgem nos finais dos Anos 50, inicialmente nos E.U.A. São acontecimentos ou espectáculos provocados, partindo de um plano elaborado pelo artista, mas totalmente abertos à improvisação e intervenção dos espectadores Os happenings combinam elementos de teatro com artes visuais e desenvolvem-se quase sempre em espaços públicos que não são os dos museus e galerias

Reagindo a qualquer recuperação da arte pelo mercado, é por definição uma arte efémera, intransportável no espaço e não reproduzível no tempo


PERFORMANCE- JOSEPH BEUYS


HAPPENING – ALLAN

KAPROV


HAPPENING -- Wolf VOSTELL, Fen贸menos, 1965 (D茅collage-Happening num cemit茅rio de autom贸veis, Berlim)



LAND

ART

Surge nos finais dos Anos 60, nos E.U.A. e na Europa. Por um lado, é uma consequência da insatisfação perante a monotonia das formas simples do Minimalismo e, por outro, é expressão do desencanto perante o desenvolvimento tecnológico da cultura e da arte dos museus Caracteriza-se por uma intervenção na paisagem, contribuindo para uma consciencialização ecológica e, por vezes, redescobre rituais das culturas arcaicas As obras são, muitas vezes, de natureza efémera, outras obedecem a um projecto que só se pode ir cumprindo e realizando ao longo do tempo


Land Art





INSTALAÇÃO Novo meio artístico que se desenvolveu a partir dos anos 70. São obras elaboradas a partir de objectos comuns, de fragmentos de materiais naturais ou fabricados, construindo ambientes em salas de museus, exposições, ou mesmo ao ar livre Muitos movimentos e experiências artísticas têm recorrido à instalação.


Instalação-

CHRISTO E JEANNE CLAUDE





ARTE DE TIPO CONCEPTUAL – instalação de CHRISTO e JEANNECLAUDE, A Pont Neuf embrulhada, 1975-85


ARTE DE TIPO CONCEPTUAL – instalação de CHRISTO, Over the River, 1999 Projecto para o rio Arkansas-Colorado. Data provável de conclusão 2010


ARTE DE TIPO CONCEPTUAL – instalação de C. PARMIGGIANI, Sinédoque, 1988


ARTE

POVERA Movimento

que

se

Inicia

em

Itália

em

1970

Busca o contacto directo com a vida quotidiana nos seus aspectos mais comuns Utiliza para a realização “desprovidos de valor” artístico quer

das suas naturais

obras quer

materiais artificiais

Arte sem artifícios, simultaneamente desconcertante e provocatória, recusa a ideia tradicional de coleccionismo de obras de arte e de comercialização das mesmas.


ARTE POBRE -- Mario MERZ, Che Fare?, 1968 (assadeira de metal, cera e letras em nĂŠon)


ARTE POBRE – Mario MERZ, A Casa do Jardineiro, 1983/84 (tubos de metal, rede de arame, óleo e acrílico sobre tela, cera, metal, mexilhões e pinhas


ARTE

VÍDEO

Surge quando a tecnologia do vídeo se desenvolveu e foi possível recorrer à montagem electrónica de imagens em sequências complexas acompanhadas, frequentemente, de um fundo musical. A arte vídeo inspira-se no cinema, na TV e na música, mas é um género artístico específico com regras próprias.

Por outro lado, sofreu as influências das experiências dos happenings e das performances.




ARTE VÍDEO – Nam June Paik, Instalação Vídeo, 1993


ARTE

COMPUTORIZADA

O desenvolvimento da tecnologia dos computadores nas últimas décadas do Século 20 permitiu a criação de um mundo virtual, isto é, um mundo perceptível mas inexistente.

No domínio artístico o computador veio trazer enormes possibilidades no tratamento da imagem virtual criando espaços a três dimensões, produzindo efeitos especiais, retocando imagens da realidade, permitindo uma interacção entre a realidade e o virtual.



Vegetação computorizada


Arte Computorizada de uma molĂŠcula


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