Insurreiçom nº 17

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Órgao de expressom do Capítulo Galiza do Movimento Continental Bolivariano | Nº 17 · verao de 2012

O bloco de classes oligárquico espanhol teima em empregar todas as oportunidades que se lhe brindam para aplicar políticas assimilacionistas contra os povos e naçons como a Galiza, oprimidos e explorados polo imperialismo espanhol. Os sucessos desportivos som umha magnífica coartada para promover o chauvinismo, reforçar a identidade espanhola e embrutecer às massas em base a efémeras e superificiais euforias. Nom é casual que PP acelere as agressons laborais e sociais -concretizadas em cortes em direitos e conquistas- em plena Eurotaça de futebol. Simultaneamente a entrada em vigor do copago de medicamentos, do incremento do preço da luz, gás e butano, do anúncio de mais despedimentos, aumento de impostos e privatizaçons, um setor das massas, completamente atrofiadas polo aparelho propagandístico do regime, ocupa ruas e praças festejando a vitória da equipa espanhola de futebol como se as políticas neoliberais nom lhe afectassem. Este fenómeno banal e alienante, organizado polos estrategas do imperialismo espanhol, tem atingido entre as geraçons mais jovens que

perfeitamente capitalismo e destacado eco se identificam

acriticamente com as cores da bandeira inimiga, desconhecendo as suas origens e significado. A “rojigualda” é a bandeira monárquica que o fascismo vencedor da guerra civil de 1936-39 impuxo como símbolo de um Estado totalitário construido sob o holacusto do povo trabalhador, das mulheres e da negaçom da Galiza. A operaçom cosmética que maquilhou na Transiçom o franquismo nesta raquítica democracia burguesa mantivo incólume idênticas cores na bandeira. Nós, galegas e galegos, orgulhosas de agirmos como povo livre e luitar pola plena independência nacional, temos bandeira própria. Estamos orgulhosas dela, e nom queremos renunciar a utilizá-la, nem a substituí-la polo símbolo da nossa dependência e atraso. O auto-ódio que nos inoculou secularmente o invasor e as elites colaboracionistas nom logrou, nem vai conseguir, que o imaculado distintivo azul, branco e vermelho guie o nosso povo e a nossa classe face a vitória. Porque queiram ou nom a nossa Pátria é Galiza e a nossa bandeira a galega. Galegas somos, galegas seremos, por espanhóis nunca passaremos!


Corpo de Yasser Arafat continha grandes quantidades de polônio no período que antecedeu a sua morte. Está é a conclusom do teste realizado por um laboratório suíço, a pedido da agência de notícias Al Jazeera, nos objetos pessoais utilizados polo líder palestino durante o período que estivo internado num hospital militar francês. “Eu podo confirmar que nós medimos umha inexplicável e elevada quantidade de polônio 210 nos pertences do Sr. Arafat que continham resíduos de fluídos biológicos”, afirmou François Bochud, responsável do laboratório. Análises conduzidas durante um período de três meses, entre março e junho deste ano, concluírom que a maioria do polônio encontrado –entre 60% e 80%, dependendo da amostra– nom tinha origem natural, ou seja, foi produzido artificialmente.

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O líder palestino faleceu em 2004, após 13 dias internado em Paris. Todo indica o que já se considerava umha sólida hipótese, os serviços secretos sionistas, –o Mossad– é responsável do assassinato do rais. Mais umha vítima do estado terrorista israelita.

Novamente a candidatura do centro-esquerda mexicano, encabeçada por Manuel López Obrador, denuncia maciça compra de votos para evitar vitória nas eleiçons presidenciais. As eleiçons nas que o candidato do PRI resultou oficialmente ganhador serám impugnadas por fraude generalizada.

Novamente o comandante Hugo Chávez Frias encabeça a candidatura do “Grande Polo Patriótico” às eleiçons presidenciais venezuelanas de 7 de outubro. O GPP está conformado por centenas de organizaçons sociais e populares e pola prática totalidade das forças políticas da esquerda: PSUV, PCV, Unidade Popular Venezuelana, Movimento Eleitoral do Povo e Movimento Tupamaro da Venezuela.

Partidos da oligarquia terratenente paraguaia implementárom golpe de Estado express em 21 de junho, cessando a Fernando Lugo na Presidência da República. Em menos de 24 horas, a maioria do Senado e do Congresso afastou o mandatário transferindo o poder para Federico Franco, do Partido Liberal Radical Autêntico. O Vaticano foi o primeiro Estado em reconhecer o presidente golpista, seguido de Alemanha e dos Estados Unidos. A resposta popular de apoio a Lugo foi morna, pois umha boa parte das organizaçons camponesas estivérom permanentemente confrontadas à sua política conciliadora com a oligarquia e de incumprimento do programa que permitiu a sua eleiçom em 2008.

Umha nova manobra internacional do fascismo e do seu conotado promotor Uribe Vélez, dirigida desde Washington, e batizada com o pomposo nome de “Fundaçom Internacionalismo Democrático” (FEUDAIV), tem sido objeto de enérgicos rechaços. Este senhor de forca e cuitelo, forjado nas tocas do paramilitarismo colombiano e autor intelectual de inumeráveis massacres, pretende agora reunir aos paladins da desvergonha e o servilismo, para conspirar e atacar a Revoluçom Bolivariana da Venezuela e o seu comandante Hugo Chávez, e aos processos transformadores que tenhem lugar no Equador e a Bolívia. O Movimento Continental Bolivariano, fiel os seus princípios internacionalistas e anti-imperialistas, fai um apelo a todas as organizaçons revolucionárias e democráticas do Continente e do mundo a denunciar e confrontar com vigor esta manobra do império, a defender com açons contundentes a independência dos nossos povos e a autodeterminaçom das nossas naçons; pondo em evidência os verdadeiros propósitos desta organizaçom internacional do neofascismo, identificando e desvendando o caráter criminoso dos seus gestores locais e da sua principal cabeça internacional, símbolo do narcoparamilitarismo e o terrorismo de Estado: Álvaro Uribe Vélez. Fazemos uma apelo a concretizar com o esforço necessário e urgente a mais ampla e diversa confluência das FORÇAS ANTI-IMPERIALISTAS da nossa América e o mundo para derrotar tam perversa manobra. Neste cenário de ofensiva direta e pública contra os governos e processos da ALBA latino-caribenha, temos o dever de manifestar com factos a nossa solidariedade revolucionária. O apoio ao comandante Hugo Chávez, ao povo e ao governo da Venezuela, é umha tarefa histórica ineludível face as próximas eleiçons de 7 de outubro, a nova batalha de Carabobo. Contra o fascismo, o imperialismo e as suas oligarquias: A desembainhar a espada de combate dos povos da nossa América! Cara o Congresso anfictiónico dos povos, pola segunda e definitiva independência! Movimento Continental Bolivariano (MCB), Carlos Casanueva e Narciso Isa Conde Movimiento Caamañista MC, Narciso Isa Conde Partido Comunista de México, Pavel Blanco Partido Comunista Brasileiro, Iván Pinheiro Partido Nacionalista de Porto Rico, Francisco Torres Coordinadora Simón Bolívar, Juan Contreras, Venezuela Movimiento Voces Anti Imperialistas, Eduardo Sánchez, Venezuela Frente Popular de Libertaçom da Palestina, Isaac Khury, Venezuela Colectivo de Trabajo Alfredo Maneiro, Raúl Ramírez, Venezuela Primeira Linha, Carlos Morais, Galiza Movimiento Patriótico Manuel Rodríguez, Marcos Riquelme, Chile Liga de la Juventud Comunista de México, Omar Cota Annlisa Melandri, Itália Dax Toscano, Equador Ingrid Storgen , Argentina Miguel Ángel Sandoval, Guatemala Nestor Kohan , Argentina Jorge Beinstein, Argentina Amílcar Figueroa, Venezuela

Coincidindo com o XVIII Encontro do Foro de São Paulo, reunido há uns dias na capital da República Bolivariana da Venezuela, o Movimento Continental Bolivariano emitiu um Manifesto internacionalista que pode ser consultado no nosso web. Primeira Linha, representando à Galiza, assinou a Declaraçom Política “Derrotar a contraofensiva imperialista e avançar até a Revoluçom Continental” conjuntamente com os partidos comunistas do Brasil, Equador, México, Panamá, Paraguai e a Venezuela. Também a Frente Popular para a Libertaçom da Palestina, o Movimento Caamañista da República Dominicana, o Movimento pola Libertaçom do Curdistám e o Partido Nacionalista de Porto Rico adirem o documento.


Artigo de opiniom da autoria de Maurício Castro e publicado no Diário Liberdade

Assistindo ao jogo de ontem entre Portugal e Espanha, nas meias-finais do Euro 2012, foi curioso dar umha vista de olhos aos apelidos ou sobrenomes dos jogadores de ambas equipas. Se bem me lembro, Pereira, Veloso, Costa, Viana, Oliveira, Varela... jogárom contra Casillas, Iniesta, Busquets, Arbeloa, Negredo, Fábregas... Os primeiros, apelidos (sobrenomes) clara e inequivocamente galegos, ou galegoportugueses se preferirmos. Os segundos, castelhanos, cataláns, bascos... nomes de família tam respeitáveis como afastados dos nossos. É lamentável o espetáculo que umha parte significativa do nosso povo, do povo galego, está a dar polas ruas das nossas cidades, vilas e aldeias, coreando "Yo soy espanhol", pintando-se com o 'rojo y gualda' do fascismo e identificando-se com umha nacionalidade que, por princípio, exclui o nosso ser nacional. É lamentável e fai pensar no poderoso que pode chegar a ser o aparelho de poder ideológico de um Estado e o necessário que para a Galiza seria poder construir um que fosse alternativo a toda essa ideologia opressiva que nos nega, esse Estado que na atualidade padecemos. A Galiza é radicalmente negada inclusive no plano simbólico. O atual escudo constitucional espanhol, que inclui as barras catalás e aragonesas, as cadeias navarras, os castelos castelhanos e os leons leoneses... exclui qualquer referência ao mais antigo dos reinos peninsulares: o da Galiza. A nossa história foi completamente apagada dos seus livros de história, os livros que os galegos e galegas temos que estudar até hoje. Também no plano musical, até hoje tem sido o sofrido povo andaluz que viu como utilizavam, desnaturalizando-a, a sua música popular para construir esse código nacionalizador chamado "cançom espanhola". No caso da Galiza, o desprezo pesa inclusive mais que a manipulaçom.

Desprezam-nos tam claramente que convertem o nosso nome nacional, 'galego', em apelativo insultante quando querem indicar que alguns ilustres renegados, como o atual presidente do governo espanhol, apesar dos seus esforços, mostram algum traço de caráter identificável, no código espanhol, como "gallego", o que é pouco tolerável para eles. O mesmo poderíamos dizer até da nossa forma de falar a língua deles. Os atores e atrizes galegas devem seguir estritas pautas de dicçom para banir qualquer rasto da fonética, da curva tonal, do vocalismo identificador das falas galegas, se quigerem ter algum sucesso em Madrid e no mercado espanhol. É isso ou ficarem reduzidos a personagens marcados com o sinal de "galegos", antes para mal do que para bem. Conseguírom há séculos cooptar a classe dirigente galega, daí a força atual da direita cavernícola espanhola entre a burguesia galega. Descabeçárom as nossas possibilidades de desenvolvimento endógeno e vendêrom-nos a incorporaçom forçada do nosso país ao seu projeto nacional, num processo de espólio nacional inacabado. Ainda hoje, quando alguns ousamos discutir a nossa suposta nacionalidade espanhola, respondem-nos que som eles que nos dam de comer e que, sem Espanha, morreríamos de fame. Que galego ou galega consciente nom tem ouvido esse "argumento" por parte dos defensores do statu quo atual dependente do nosso país? Se bem a extorsom secular só tem vindo a incrementar-se nas últimas décadas, o forte aparelho de propaganda representado nestes dias polo culto a "La Roja" (nome de invençom recente, como invençom recente é a própria Espanha) tem demonstrado nestes anos umha grande efetividade na incorporaçom do resistente povo galego à normalidade plana do sistema mesetário. Conseguírom dar

continuidade ao nom menos efetivo trabalho realizado polo franquismo. É verdade que, ainda hoje, o sentimento nacional espanhol nom se vive nas ruas galegas com a intensidade que se aprecia em qualquer cidade ou 'pueblo' da Espanha profunda. É verdade que subsiste um contraditório sentimento nacional galego e até um minoritário independentismo. Porém, as distáncias reduzem-se ao ritmo que a nossa língua é liquidada, a memória histórica esquecida e a integraçom do nosso nacionalismo no seu regime jurídicopolítico um facto palpável. Em condiçons normais, a Galiza olharia mais para o sul e teria relaçons de irmandade plena com Portugal. Torceria por Varela, Veloso e Pereira, mais que por Busquets, Casillas e Iniesta. Nom andaria tanto galego exaltado a insultar os negros da equipa contrária e a presumir de umha seleçom que, por nom ter, nom tem um só galego nas suas fileiras. De facto, Portugal sempre foi, e continua a ser, um bom espelho em que observarmos o nosso próprio estado de descomposiçom ou regeneraçom coletiva como povo. Os preconceitos contra Portugal, alter ego da Galiza histórica e autêntica, som só umha manifestaçom do bem estudado e conhecido auto-ódio que se manifesta em povos colonizados como o galego. De resto, e voltando para o Euro 2012, em condiçons de normalidade hoje inexistentes, a Galiza teria as suas próprias seleçons. Teria os seus próprios Varelas, Velosos e Pereiras, e nom se importaria com a cor da pele de nengum deles. Nem sequer com a forma do apelido. Teríamos um Estado próprio, democrático, socialista, republicano; e seríamos acredito que ainda seremos- galegas e galegos com legítimo orgulho da própria condiçom, e nom como os que nestes dias andam por aí fora pintados do insultante 'rojigualda', que nom passam de espanhóis por imitaçom ou macacos de repetiçom.


O resultado eleitoral é negativo para o p o v o, o q u a l s o f r e u m u i t o e m consequência da crise económica e das medidas que se seguírom: o memorando, o acordo de empréstimo, as leis de aplicaçom... O povo enfrentará problemas e desenvolvimentos graves e qualquer governo que seja formado nom cumprirá as suas expetativas –o oposto será verdadeiro. A nossa avaliaçom referente ao caráter negativo do resultado eleitoral baseia-se nos seguintes elementos: Primeiro: no aumento da ND, a qual é um bem conhecido partido anti-povo e antitrabalhador que nom mudou. O pior nom está ultrapassado, como afirmou o sr. Samaras. O pior está no caminho. E o governo que será formado, aparentemente com a ND no seu núcleo, nom resolverá qualquer dos problemas do povo. Ao contrário, ele complicará os problemas. Segundo: no aumento do SYRIZA nas segundas eleiçons em relaçom ao aumento significativo que tivo nas eleiçons de maio. Desta vez o SYRIZA recebeu um grande número de votos e umha elevada percentagem, mas depois de ter diluído em grande medida as suas palavras de ordem referentes ao memorando, ao acordo de empréstimo, às leis de aplicaçom com a sua posiçom clara que a sua política como governo seria dentro da estrutura da "UE como caminho único". Ele deu muitas garantias à classe dominante e às potências estrangeiras de que a Grécia permanecerá no euro a todo custo. Nesse sentido, acreditamos que o seu apoio é um elemento negativo dado o facto de que mudou as suas posiçons sem considerar se acreditávamos em que implementaria as posiçons que apoiou nas eleiçons de 6 de maio. Terceiro elemento negativo: as perdas inquestionavelmente grandes do KKE que serám do maior significado para a prontidom do povo para intervir à luz da intensificaçom dos problemas devidos à crise na Grécia e, acima de todo, devido ao aprofundamento da crise na Eurozona. A

nossa posiçom em 7 de maio, de que para o KKE estas seriam as eleiçons mais difíceis e mais complexas dos últimos 40 anos, fôrom confirmadas. Sabíamos os imensos obstáculos que o partido enfrentaria, os quais fôrom muito maiores em comparaçom com aqueles que atravessámos até as eleiçons de 6 de maio, nomeadamente os dilemas do novo sistema bipolar, ND e SYRIZA. Ambos estiveram a combater à sua própria maneira polo resultado eleitoral, um através de intimidaçons e o outro através de ilusons. Naturalmente, o resultado deve ser avaliado por todo o partido, KNE (organizaçom da juventude comunista), polos amigos e apoiantes do partido, como o partido fai em toda eleiçom, a fim de chegar a conclusons mais abrangentes e substanciais. Quarto elemento negativo: os votos e a percentagem do "Aurora Dourada" apesar do facto de que após 6 de maio ter havido muita evidência a respeito da sua natureza fascista e banditesca. O KKE preferiu contar ao povo a verdade quanto ao caráter da crise e dos possíveis resultados, os quais estám ligados aos desenvolvimentos negativos na Eurozona, quanto ao caráter da Uniom Europeia, quando à necessidade do cancelamento unilateral da dívida, a necessidade do desligamento da UE e da luita polo poder da classe trabalhadora. Dixemos estas cousas mui conscientemente. A participaçom do KKE num governo para administrar a crise numha fase tam crucial, quando o que é necessário é umha linha de ruptura e contra-ataque, levaria mais cedo ou mais tarde a umha grande derrota para o movimento, pois a possível participaçom do KKE num governo inconfiável com duas faces, umha para assuntos internos e outra para as relaçons externas, poderia ser utilizada como um álibi para a acomodaçom do povo e o alinhamento da linha política do governo com os interesses dos monopólios. Saudamos os membros do partido e da KNE, os amigos e apoiantes do partido que travárom esta dura batalha, e todos aqueles que resistírom à pressom e

votárom no KKE. Declaramos que o KKE permanecerá de pé apesar da reduçom das suas cadeiras no Parlamento, continuará a sua atividade intensa no movimento e apoiará e fortalecerá todo ponto de partida para a luita e a esperança. É certo que o povo no decorrer dos acontecimentos recordará questons que colocamos em ambas as batalhas eleitorais, previsons, advertências respeitantes aos desenvolvimentos na Eurozona, respeitantes à possibilidade do envolvimento da Grécia numha guerra, especialmente após as eleiçons nos EUA. E também acreditamos que mesmo aquelas pessoas que nom votárom no partido, embora apreciassem as suas posiçons e seu papel, entenderám as consequências diante da possibilidade de uma coligaçom governamental anti-memorando. Asseguramos que agiremos de acordo com todo o que dissemos ao povo antes das eleiçons. Estaremos na linha da frente em toda luita, apoiaremos toda iniciativa militante quanto a problemas agudos que estejam em progresso e preparemos o povo, na medida em que dependa de nós, de modo a que possa tratar dos novos tormentos que estám no caminho. Esperamos que este recuo da orientaçom radical, o qual foi particularmente marcado na segunda batalha eleitoral, nom perdurará muito, porque aqui nom pode haver o "esperar e ver", pois os desenvolvimentos negativos desdobramse extremamente rápidos. O KKE considera que as bases para o contra-ataque do povo devem ser os lugares de trabalho, os setores e os bairros. Acima de todo que é mais importante o reagrupamento do movimento trabalhista, da aliança social, da aliança sócio-política que luitará polos problemas imediatos e prementes, e também reunirá forças para o derrube radical que é necessário. Atenas, 17 de junho de 2012, Gabinete de Imprensa do CC do KKE


Miguel Urbano

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (FARC) comemorárom 48 anos no dia 27 de maio. O acontecimento foi festejado nas selvas e montanhas do país polos milhares de combatentes que se batem por umha Colômbia independente, democrática e progresista. Nom há precedente na história da América Latina para umha saga revolucionária comparável. Fundada há quase meio século, a guerrilha das FARC luita contra o mais poderoso exército do Sul do Hemisfério (300.000 homens), armado e financiado polo imperialismo estadounidense. Cedendo a pressons de Washington, as FARC fôrom colocadas pola ONU e pola Uniom Europeia na lista das organizaçons terroristas e os membros do seu Estado-maior Central tenhem a cabeça a prémio por milhons de dólares. Umha campanha de ámbito mundial, montada polo Pentágono e a CIA, colou às FARC o rótulo infamante de «narcoguerrilha». Sucessivos governos anunciarom ao longo dos anos em Bogotá o seu fim iminente. Mas nom há calúnia nem discurso dos presidentes e generais da oligarquia que poda esconder o óbvio: as FARC-EP, que se assumem como uma guerrilhapartido marxista-leninista, prosseguem a luita em múltiplas Frentes rumo à conquista distante do poder, e todos os meses os comunicados do Secretariado do seu Estado-maior Central tornam públicas açons de combate em que som infligidas pesadas baixas ao exército. O atual presidente colombiano, Juan Manuel Santos, usando outro discurso, prossegue, no fundamental, a política neofascista de Álvaro Uribe. A sua estratégia de «Segurança Nacional» dá continuidade a umha política de repressom e terror; o Plano «Prosperidade para Todos» é um slogan de humor negro forjado para aumentar a desigualdade social em benefício da classe dominante. A adesom da Colômbia ao Tratado de Livre Comércio com os EUA contribuiu para reforçar a situaçom de semi-colónia do país. Oito novas bases militares dos EUA fôrom instaladas no país, que é, depois de Israel, o aliado que recebe de Washington a mais volumosa «ajuda» financeira. Nom surpreende que os grandes media norte americanos definam hoje a Colômbia como umha «democracia modelo», atraente para os investidores, e identifiquem nela um exemplo para a América Latina.

O presidente Obama voltou, aliás, na Cimeira de Cartagena de Índias a elogiar «a política de pacificaçom» e de «abertura ao diálogo» de Juan Manuel Santos. Sabe que mente. Na repressom desencadeada contra participantes na Marcha Patriótica pola Paz –100.000 pessoas vindas de todo o país ficou transparente a política de violência do regime. A desindustrializaçom avança, a miséria alastra, as máfias do narcotráfico atuam impunes, em alianças subterráneas com o paramilitarismo e altas patentes das Forças Armadas. Como era de esperar, a imagem que os porta-vozes do Governo português transmitem da Colômbia é a da «democracia modelo», a grande aliada dos EUA na América Latina. Em meados de junho, o primeiro-ministro visitará Bogotá acompanhado de uma comitiva de empresários, esperançados em grandes negócios. Passos Coelho e Juan Manuel Santos vam certamente entenderse maravilhosamente. Falam a mesma linguagem, tenhem o mesmo desprezo pelo povo. Som frutos da mesma árvore. A Colômbia que respeito e admiro é outra, incompatível com a da oligarquia financeira e dos terratenentes, financiada e colonizada polo imperialismo. A minha Colômbia é a sonhada por Bolívar, aquela cujos filhos se bateram em Boyacá e Ayacucho pola liberdade e pola independência, a Colômbia que aprendi a conhecer e amar no convívio dos guerrilheiros das FARC-EP, num acampamento de Raúl Reyes, algures nas selvas do Caquetá. Já escrevi e repito que foi para mim um privilégio ter conhecido revolucionários com a têmpera dos comandantes Manuel Marulanda, Raúl Reyes (assassinado no Equador em operaçom pirata, com a cumplicidade do Pentágono, da CIA e da Mossad), Alfonso Cano, Jorge Briceño (assassinados em bombardeamentos criminosos), Simon Trinidad (sequestrado em Quito e extraditado para os EUA). No 48º aniversário das FARC-EP, comunistas como eles inspiram-me comovida admiraçom. Encarnam bem a coragem, a esperança, a tenacidade e o espírito de luita dos povos da América Latina, oprimidos e humilhados polo imperialismo estado-unidense, hoje o grande inimigo da humanidade.


Reproduzimos a comunicaçom que Primeira Linha fixo chegar às e aos promotores da “Marcha Patriótica” que 23 de abril ocupárom a Praça de Bolivar em Bogotá. Toda informaçom sobre esta marcha assim como o da constituiçom do “Consejo Patriótico” pode ser consultada no web: www.marchapatriotica.org.

Mais da terceira parte de sindicalistas assassinados no mundo durante o ano 2011 eram colombianos. Eis a principal e demolidora conclusom do informe apresentado pola Confederaçom Sindical Internacional em Bruxelas. O informe reporta um total de 29 execuçons de sindicalistas por parte da oligarquia colombiana, seguida pola Guatemala, onde fôrom registados 10 casos. O informe da CSI incide na denúncia do Programa de Naçons para o Desenvolvimento que em um estudo intitulado “Reconhecer o passado, construir o futuro” denunciou os mais de 2.800 assassinatos de dirigentes e filiados de sindicatos na Colômbia entre os anos 1984 e 2011, ademais de 216 desapariçons ainda sem resolver. Com Uribe ou com Santos à frente do governo, a Colômbia continua a ser o lugar mais perigoso do planeta para participar nas organizaçons obreiras e populares. Quer através das organizaçons paramilitares ou do próprio exército e polícias colombiana, a oligarquia continua emprenhada em destruir o movimento popular.

NÓS-Unidade Popular apoia a valente decisom soberana do governo argentino de nacionalizar a petroleira YPF A esquerda independentista galega manifesta o seu incondicional apoio ao executivo argentino no seu atual litígio com a ex-metrópole espanhola, empenhada em manter a qualquer custo os interesses das suas multinacionais energéticas no continente americano. A medida nacionalizadora e a declaraçom da política energética e de abastecimento energético como “de interesse público” é umha medida progressiva e soberana que só pode merecer o respeito dos governos e dos povos. No caso da Galiza, carecendo de um governo soberano que poda representar-nos, deve

Camaradas: Saudamos a grande mobilizaçom popular promovida polo conjunto de organizaçons englobadas na “Marcha Patriótica” que hoje percorre as ruas de Bogotá e que neste fim de semana se constitui no movimento político e social “Consejo Patriótico”. A Colômbia necessita urgentemente umha saída ao conflito social, político e armado que confronta a oligarquia próimperialista contra os povos trabalhadores e todos os setores populares excluídos e explorados. A paz com justiça social é a única alternativa possível. A mobilizaçom e a permanente luita política e social permitem avançar para a segunda e definitiva independência, seguindo o caminho traçado por Bolívar. Ocupar novos espaços como fazedes hoje, desafiando o regime narco-para-terrorista de Uribe e Santos é um ato heroico em que nos sentimos refletidas as revolucionárias e revolucionários galegos. A unidade dos povos da América e do resto do mundo contra a barbárie capitalista deve ser ativada num grande Congresso Anfictiónico dos Povos oprimidos e explorados. Da Galiza rebelde e combativa, enviamos umha forte saudaçom revolucionária, anti-imperialista e internacionalista, e desejamos grandes êxitos nas vossas luitas, que também som as nossas. Comité Central de Primeira Linha 23 de abril de 2012

ser o movimento popular progressista e revolucionário o que manifeste o pleno apoio à recuperaçom de YPF por parte do governo argentino presidido por Cristina Fernández. Ao mesmo tempo, NÓS-Unidade Popular quer denunciar a campanha de insultos, difamaçons e ameaças protagonizadas na última semana por membros do governo reacionário espanhol, com o apoio do principal partido da oposiçom e dos principais meios de comunicaçom ao serviço da oligarquia espanhola. No seu bem conhecido estilo neocolonial de prepotente império em decadência, o Estado espanhol mostra-se como simples servidor do grande capital, em lugar de assumir e retificar os péssimos resultados

que para os povos submetidos polo imperialismo espanhol tivo a privatizaçom sistemática de grandes empresas públicas nas décadas de 80 e 90, incluída a própria Repsol, que em 1997 passou a maos privadas e iniciou umha política de saque permanente dos recursos naturais da América Latina. Defender a posiçom argentina no atual conflito com o Reino de Espanha é defender o direito de todos os povos à soberania plena sobre os seus recursos naturais e energéticos, assim como à tomada de decisons políticas soberanas frente aos poderes económicos, tanto estrangeiros e como das respetivas burguesias nacionais. Sabemos bem na Galiza o que significa carecer do poder político para decidir sobre todos os assuntos importantes que afetam a maioria social. A imposiçom do domínio estrangeiro do grande capital espanhol é o mais duro entrave para o nosso desenvolvimento como povo em todas as esferas da vida social, económica, cultural e lingüística. Hoje, nom podemos deixar de ser solidários e solidárias com o povo argentino na sua afirmaçom soberana frente ao poder das multinacionais e dos governos lacaios às mesmas. Galiza, 16 de abril de 2012 Direçom Nacional de NÓS-Unidade Popular


Sábado dia 21 de abril, um dia antes da comemoraçom dos 142 anos desde o nascimento de Vladímir Ilich Lenine, decorrêrom na capital da Galiza as XVI Jornadas Independentistas Galegas organizadas por Primeira Linha desde 1997. O Centro Social do Pichel acolheu, mais umha vez, esta nova ediçom do evento anual concebido como espaço para a formaçom e o debate aberto e fraterno da esquerda revolucionária e independentista galega. Apresentadas polo secretário-geral de Primeira Linha, Carlos Morais, nesta ocasiom, como em ediçons anteriores, contou com a participaçom de destacadas figuras intelectuais e militantes da esquerda revolucionária mundial para, junto ao numeroso público formado por militantes, amigos e amigas do partido comunista, debater sobre o cenário mundial das luitas e as perspetivas da superaçom do atual modo de produçom capitalista.

Economistas marxistas Desenvolvidas em sessons de manhá e tarde, as Jornadas começárom com as intervençons de duas importantes figuras da economia de matriz marxista na Europa e na América Latina. Miren Etxezarreta, economista de origem basca com anos de trajetória profissional na Catalunha e integrante do Grupo de Economia Crítica Taifa, fijo umha exposiçom didática sobre a génese e compreensom da atual crise na Europa e no Estado espanhol, alertando sobre as mentiras e manipulaçons propagandísticas do sistema. Apelou à necessária formaçom da militáncia anticapitalista para enfrentar essas mentiras, denunciar a e combater a ofensiva contra os direitos laborais e sociais conquistados com tanto sacrifício e luita das geraçons que nos precedêrom. Jorge Beinstein, economista marxista argentino com umha longa trajetória

militante na esquerda revolucionária daquele país, membro da Presidência Coletiva do MCB, trouxo à Galiza umha saudaçom solidária latino-americana seguida de umha clara explicaçom sobre o caráter mundial da crise, contra as teorias que tentam restringi-la a determinadas regions como a Uniom Europeia ou mesmo os Estados Unidos. A atual crise, que melhor deves ser considerada como “decadência do c a p i t a l i s m o s e n i l ”, r e f l e t e o esmorecimento do sistema, que contodo só poderá vir a ser derrubado mediante a insurgência revolucionária comunista. Na exposiçom do camarada Benstein nom faltou a explicaçom do caso Repsol-YPF como exemplo dessa crise e das novas relaçons que se derivam da excecionalidade do atual processo degenerativo das relaçons internacionais no contexto da crise sistémica.

Sessom de tarde Já na sessom da tarde, tomárom a palavra dous militantes revolucionários e internacionalistas, um europeu e outro latino-americano, que abordárom a atual crise global com umha perspetiva mais política, complementando assim as exposiçons económicas da manhá. Miguel Urbano Rodrigues, veterano militante comunista português, conhecedor como poucos do cenário internacional de luitas imperialistas e anti-imperialistas dos povos, apelou aos princípios revolucionários como guia fundamental no trabalho político dos povos oprimidos. Contestou teorias reformistas gradualistas e falsas esperanças na tomada do poder por vias exclusivamente eleitorais; expressou o seu reconhecimento polo trabalho que no caso europeu vem realizando o Partido Comunista da Grécia (KKE), que afirma a inevitabilidade da tomada violenta do poder polo povo como única via para a derrota do capitalismo.

O discurso de Miguel Urbano incluiu umha referência nom menos clara à necessária irmandade galego-portuguesa e à Galiza como berço da língua e mesmo da nacionalidade de Portugal, forjada historicamente no combate permanente ao imperialismo castelhano-espanhol, criticando qualquer ilusom iberista como umha nova armadilha para o submetimento do povo português a Espanha. As palavras de Miguel Urbano fôrom ovacionadas polo público presente na sala principal do Centro Social do Pichel. A seguir, foi a vez de Carlos Casanueva, militante do Partido Comunista Chileno e secretário-geral do Movimento Continental Bolivariano, organizaçom internacional em que a esquerda independentista galega participa como capítulo nacional da Galiza junto a contingentes revolucionários de todo o mundo. Casanueva explicou a génese e o trabalho político realizado até hoje polo MCB e a importáncia do fortalecimento de laços de irmandade internacionalista entre as organizaçons revolucionárias dos diferentes povos frente ao imperialismo e na perspetiva da derrota definitiva e global do capitalismo, apelando a todas as formas de luita a que historicamente tem recorrido a classe operária para enfrentar os seus inimigos de classe. Expujo a situaçom atual das luitas anti-imperialistas no continente americano, onde estám em jogo umha parte importante das esperanças atuais das e dos oprimidos de todo o mundo na sua própria emancipaçom. Já na parte final da tarde, umha mesa redonda moderada por Carlos Morais e com participaçom da Miren Etxezarreta e Jorge Benstein, Miguel Urbano e Carlos Casanueva serviu para o debate direto, com participaçom também do público.


Edita: Capítulo Galiza do Movimento Continental Bolivariano Tiragem: 1.000 exemplares Encerramento de ediçom: 15 de julho de 2012 Blogue: www.ccb-galiza.org Co-e: info@ccb-galiza.org


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