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Alimentação

20/12/2013

BASTA DE DEMISSÃO EM MASSA NA SEARA!

A JBS já era a maior produtora de carne bovina do mundo e, após a compra da Seara, passou também a dominar o mercado de aves. Com Já são cer- esta aquisição a empresa se ca de 100 relocaliza entre os monopólios demitidos, de alimentação, e, também, se número que torna a segunda maior emprepode chegar sa brasileira em faturamento, a 200, con- ultrapassando a Vale e ficantabilizando do atrás apenas da Petrobrás! cerca de um Mesmo assim, a empresa terço dos sofre diversas condenações funcionários e processos trabalhistas a nída fábrica. vel nacional por atacar seus trabalhadores, efetuar demissões em massa, desrespeitar direitos, atacar pequenos produtores rurais e por aí afora. Após a compra da Seara, a JBS iniciou, visando aumentar seus lucros, sua “restruturação”. Depois de ter demitido cerca de 20% dos trabalhadores das unidades de Cajamar e de Perus, agora chegou a vez da unidade Osasco. Os operários estão vivendo aqui momentos de tensão. Já são cerca de 100 demitidos, número que pode chegar a 200, contabilizando cerca de um terço dos funcionários da fábrica. Houve o fechamento do 2º turno da Unidade II, acompanhado de deslocamento e mudança de turno de alguns

trabalhadores; havendo também o risco de fechamento da embalagem, onde trabalham cerca de 20, em sua maioria mulheres. Sabemos que alguns queriam ser demitidos desde a época da Marfrig. Mas sabemos também que esses trabalhadores foram empurrados a optar pela demissão devido as péssimas condições de trabalho e o baixo salário. E, devemos lembrar, apesar de tantos lucros, a empresa quer dar “aumento salarial” abaixo da inflação. Mas, devemos pensar também naqueles que não queriam perder seus empregos, e ainda, naqueles que irão ficar com a sobrecarga de trabalho, trabalhando por 3 pelo mesmo salário miserável. Essas de- O grupo JBS teve missões em massa um lucro de 24 são ilegais. O grupo bilhões de reais JBS teve um lucro de (receita líquida) nos últimos 3 24 bilhões de reais (receita líquida) nos meses de 2013, e últimos 3 meses de o ano ainda nem 2013, e o ano ainda acabou. nem acabou. Uma demissão nessa proporção é condenada até mesmo na lei dos ricos, que só permite demissão em massa em casos que a empresa está em situação de crise e não sem acordo com o sindicato.

Junior Friboi, uma dos donos da JBS, é filiado ao PMDB e é pré-candidato à governador do estado de Goiás.

a empresa sofre diversas condenações e processos trabalhistas a nível nacional por atacar seus trabalhadores, efetuar demissões em massa, desrespeitar direitos, atacar pequenos produtores rurais


O SINDICATO TEM QUE CUMPRIR SUA OBRIGAÇÃO: ORGANIZAR A DEFESA DE NOSSOS EMPREGOS! Uma coisa fundamental a se pensar é o pa- nós, os chamados delegados sindicais, que repel do sindicato. Onde ele estava quando a em- presentem nossa opinião na hora de tomar depresa demitiu essas dezenas de trabalhadores? cisões de nosso interesse. Assim, esse verdaPor que ainda não se pronunciou? Por que não deiros burocratas vivem da contribuição sindical há sequer uma nota em seu site? e fazem acordo com os patrões pelas nossas Os sindicatos servem para a nossa organi- costas. É claro que a atual diretoria do sindicato zação, para que lutemos pelos nossos direitos sabe o que se passa por aqui. Quando se omite e para nos protejermos do assédio e sede de é porque na verdade tomou o lado dos patrões. lucro das patronais. É uma ferramenta histórica Por causa deste papel que a atual diretoria e essencial na organização dos trabalhadores. vem cumprindo, muitos trabalhadores não queNuma situação como a que rem nem ouvir falar do sindicaO sindicato deve chamar estamos passando a interto. Têm razão. Mas temos que venção do sindicato é fun- uma assembleia para que entender que, independente damental para que a JBS, nós possamos discutir e de quem está dirigindo o Sincampeã em lucros, não faça decidir sobre as demissões dicato, ele é um instrumento o que quiser conosco. Mas de organização da nossa luta. também o sindicato deve ser formado por tra- Não podemos abrir mão disso! É nosso direito! balhadores reais; estar no cotidiano, impedindo Então, para que consigamos mudar essa realique os vazamentos de amônia continuem, que dade, é essencial exigirmos que o sindicato veos acidentes de trabalho sejam devidamente nha à porta da fábrica, se posicione frente aos registrados, mas também para que fomente a últimos acontecimentos e organize nossa resisdiscussão política. tência. O sindicato deve chamar uma assemQuem está há mais tempo na unidade sabe bleia para que nós possamos discutir e decidir que o sindicato nunca dá as caras. Muitos dos sobre as demissões, o salário, etc. Ele também diretores sindicais que aí estão sequer conhe- deve organizar eleições de delegados sindicais cem a realidade do chão de fábrica, estão há em cada unidade onde estamos. Essas são meanos afastados, não são mais trabalhadores. didas iniciais para lutarmos contra os ataques Não vêm à fábrica, não fazem assembleias, jus- desse grande monopólio e para transformarmos tamente para que nós não possamos decidir. o sindicato numa ferramenta que realmente lute Também não temos trabalhadores votados por pelos nosso direitos. A contribuição sindical ou imposto sindical está previsto na constituição brasileira. Este imposto foi criado em 1937, junto com o Estado Novo - a ditadura de Getúlio Vargas. Todo trabalhador, seja ele sindicalizado ou não, é obrigado a pagá-lo anualmente. Mas por que uma ditadura criou um imposto que financia os sindicatos e por que ele existe até hoje? O Estado capitalista tem interesse que os sindicatos sejam independentes… dos trabalhadores. O sindicato da alimentação é um ótimo exemplo: não aparece na fábrica porque recebe dinheiro de um imposto arrecadado pelo governo, não precisa dos trabalhadores para existir. Esta “contribuição” torna os sindicatos atrelados aos governos, que por sua vez são controlados pelos patrões. Tem aparência de benefício, mas não passa de uma forma de comprar os representantes dos operários. Fim do imposto sindical! Que os sindicatos sejam construídos pelos próprios trabalhadores!

Entre em contato com o sindicato. Exija seu comprometimento. É nosso direito! Tel.: (11) 3682-9501 http://www.alimentacaosp.org.br


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