Medicina integrativa e qualidade de vida em pacientes geriátricos – análise de questionário

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FACULDADE DE JAGUARIÚNA

CAMILLA CERATTI DE ALMEIDA

MEDICINA INTEGRATIVA E QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES GERIÁTRICOS – Análise de Questionário

Jaguariúna 2017


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CAMILLA CERATTI DE ALMEIDA

MEDICINA INTEGRATIVA E QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES GERIÁTRICOS – Análise de Questionário

Trabalho de conclusão de Curso de Pósgraduação Lato Senso em Acupuntura Veterinária, apresentado à Faculdade de Jaguariúna.

ORIENTADORA: Maria do Carmo Fernandes Vailati

Jaguariúna 2017


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AGRADECIMENTOS

A minha eterna gratidão a Deus por proteger e guiar meus passos nesta busca por novos conhecimentos. A minha família, meus pais Rivaldo e Eliana por serem meus alicerces e meu porto seguro, meu esposo Marcelo pela confiança, minha tia Elsa pelos conselhos e apoio em não desistir, a Tia Sil e Marcos, Mãe, Pai, Lena e Claudia pelos muitos finais de semana que cuidaram dos meus mais valiosos tesouros Tiago e Caetana, a minha irmã Sabrina pelo exemplo de otimismo, coragem e força. Aos grandes mestres do Instituto Bioethicus pela brilhante maneira de ensinar e viver a Medicina Tradicional Chinesa, em especial a Prof. Cecilia por me apresentar esta forma tão encantadora de tratar os animais, pelos pequenos detalhes que fazem a diferença, pela amizade e dedicação em ensinar. A Prof. Malu, Carol Haddad, Stelio, Jean e Maria do Carmo pelas ótimas aulas. As novas amizades, que além tornarem

o curso mais agradável e alegre, tem me

proporcionado intercâmbio de conhecimentos, em especial Aline, Monique, Nancy, Paula, Tamara e Viviane, colegas inseparáveis, e a Rubia, que além de colega tornou-se amiga. Aos colaboradores da Clínica Veterinária Amigo Fiel, que deram todo suporte durante minha ausência. Aos meus queridos pacientes e seus tutores pela confiança em mim depositada A Medicina Tradicional Chinesa por me proporcionar a sensação de “dever cumprido”, ajudando a dar qualidade de vida a pacientes que a medicina convencional levaria a eutanásia. A todos que fizeram parte desta jornada obrigada.


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DE ALMEIDA, CAMILLA C. Medicina Integrativa e Qualidade de Vida em Pacientes Geriátricos - Análise de Questionário. Jaguariúna, 2017. 31p. Trabalho de conclusão do Curso de Pós-Graduação Lato Senso em Acupuntura Veterinária – Faculdade de Jaguariúna, Jaguariúna, 2017. RESUMO O envelhecimento é um processo biológico complexo com alterações progressivas e muitas vezes irreversíveis, levando a desequilíbrio e morte. Cabe ao médico veterinário utilizar técnicas adequadas ao paciente geriatra, visando oferecer qualidade de vida a estes e reduzir os efeitos deletérios do processo. O presente trabalho avaliou através de questionário de qualidade de vida os efeitos da medicina complementar em cães e gatos idosos, demonstrando que o uso desta foi eficaz em oferecer bem estar e alívio da dor a pacientes veterinários. Palavras chave: acupuntura, geriatria, medicina complementar, ozonioterapia, questionário de qualidade de vida


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DE ALMEIDA, CAMILLA C. Integrative Medicine and Quality of Life in Geriatric Patients Questionnaire Analysis. Jaguariúna, 2017. 31p. Trabalho de conclusão do Curso de PósGraduação Lato Senso em Acupuntura Veterinária – Faculdade de Jaguariúna, Jaguariúna, 2017. ABSTRACT Aging is a complex biological process with progressive alterations and many times irreversible, leading to disequilibrium and death. It is up to veterinarians utilize adequate techniques in geriatric patients, aiming to offer quality of life to them and reduce the deleterious effects of the process. The present paper evaluated through quality of life questionnaire effects of complementary medicine in old dogs and cats, demonstrating the efficacy of using this technic in offering welfare and pain relieve to veterinary patients Key-words: acupuncture, geriatric, complementary medicine, ozonetherapy, quality of life questionnaire


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LISTA DE FIGURAS

Fig. 01: Modelo de Questionário de Qualidade de Vida..........................................................24 Fig. 02: A doença atrapalha a vida do animal..........................................................................25 Fig. 03: O animal sente dor......................................................................................................25 Fig. 04: O temperamento do animal mudou.............................................................................26 Fig. 05: O animal é capaz de urinar e defecar normalmente....................................................26 Fig. 06: Como esta o sono do animal.......................................................................................26


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LISTA DE QUADROS

Quadro1: Idade que os cães são considerados idosos de acordo com o porte físico..............11


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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS Fig. – Figura MTC – Medicina Tradicional Chinesa MVTC – Medicina Veterinária Tradicional Chinesa QV – Qualidade de Vida ROS – Espécies Reativas de Oxigênio


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SUMÁRIO RESUMO ................................................................................................................................... 3 ABSTRACT ............................................................................................................................... 4 LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................ 5 LISTA DE QUADROS .............................................................................................................. 6 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ................................................................................ 7 1

INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 9

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JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 9

3

OBJETIVO ....................................................................................................................... 10

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 10 4.1

Processo de Envelhecimento ................................................................................... 10

4.1.1

Teoria dos Radicais Livres ................................................................................. 11

4.1.2

Principais afecções do cão idoso ........................................................................ 12

4.1.3

Essências Vitais .................................................................................................. 14

4.1.4

Envelhecimento segundo a MVTC: deficiência de Jing, Qi, Yang .................... 15

4.2

Acupuntura para o tratamento de cães idosos ...................................................... 16

4.3

Ozonioterapia e o envelhecimento .......................................................................... 17

4.4

Questionários de Qualidade de Vida ...................................................................... 18

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METODOLOGIA ............................................................................................................. 19

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RESULTADOS ................................................................................................................ 20

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DISCUSSÃO .................................................................................................................... 23

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CONCLUSÃO .................................................................................................................. 24

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 25


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INTRODUÇÃO

Com o aumento da população de cães idosos, evidenciamos uma maior consciência e conhecimento por parte dos responsáveis no que se refere aos cuidados adequados para com esses animais (MORAES, 2013). O avanço no desenvolvimento de vacinas, medicamento e alimentos próprios para eles, contribuiu para o aumento na expectativa de vida dos animais de companhia. Portanto, o número de pacientes senis na clínica de pequenos animais está cada vez maior. O conhecimento das principais alterações fisiológicas que os cães sofrem com a senilidade tornou-se um aspecto importante para um bom manejo e melhor abordagem desse paciente (MARTINS, 2012). A responsabilidade do médico veterinário com relação a esses pacientes é de retardar, ou no mínimo reduzir, a deterioração progressiva dos sistemas corporais e promover uma melhor qualidade de vida por semanas ou meses (HOSKINS, 2004), o que conduz o médico veterinário a uma busca constante por conhecimento, tornando-o assim cada vez mais ativo e sofisticado no monitoramento e manejo destes pacientes (MORAES, 2013). A acupuntura é uma técnica terapêutica milenar, que faz parte da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), um conjunto de conhecimentos teórico-empíricos que tem a sua origem em períodos do Império Chinês da antiguidade. Os primeiros relatos da acupuntura veterinária datam da Idade do Bronze, que ocorreu entre 2200 e 500 a.C., compreendendo três dinastias: Xia, Shang e Zhou (XIE & PREAST, 2012). Essa terapia consiste basicamente na estimulação de pontos cutâneos específicos, chamados acupontos, e tem como objetivo atingir efeito terapêutico e homeostático (SHOEN, 2006). A ozonioterapia é utilizada como uma modalidade terapêutica adjuvante em condições fisiopatológicas onde estão envolvidos processos inflamatórios graves e ativação imunológica. Alguns dos exemplos são cicatrização de feridas, degeneração macular, distúrbios isquêmicos e infecciosos (INAL et al., 2011).

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JUSTIFICATIVA

O avanço na medicina veterinária em diagnósticos, tratamentos e qualidade dos alimentos, e a maior interação homem-animal fez com que a expectativa de vida


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aumentasse. Atualmente a forte ligação emocional entre os cães idosos e seus tutores faz com que estes procurem por cuidados especiais de saúde e bem estar. A MVTC associada à ozonioterapia auxilia o restabelecimento da homeostasia do organismo, controla a dor, proporcionando qualidade de vida. O intuito deste trabalho é demonstrar se houve diferença na qualidade de vida de pacientes felinos e caninos tratados com estas terapias.

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OBJETIVO

Avaliar através de questionário a qualidade de vida de pacientes geriátricos (cães e gatos) tratados com acupuntura e ozonioterapia.

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4.1

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Processo de Envelhecimento

O envelhecimento é habitualmente definido como um processo biológico complexo que resulta na acumulação de diversas alterações deletérias que ocorrem em células e tecidos com o avanço da idade, que são responsáveis pelo aumento da vulnerabilidade a doenças e do risco de óbito (HARMAN, 2003; BOARI & ASTE, 2003). Enquanto o envelhecimento em si não é uma doença, é um processo que envolve uma perda progressiva e irreversível da capacidade de reserva funcional em sistemas dos órgãos principais do corpo, o que altera as respostas ao estresse e pode predispor à doença (CARPENTER, 2005). De modo geral as mudanças associadas com o envelhecimento incluem degeneração progressiva da função dos órgãos, hipóxia tecidual, alterações da membrana celular, diminuição dos sistemas enzimáticos, diminuição da capacidade imunológica e alterações de personalidade definidos (FORTNEY, 2004). Estas alterações são progressivas, irreversíveis e envolvem múltiplos órgãos e sistemas (DAVIES, 1996). A maioria dos organismos de vida mais elevados têm relativamente uma vida que consiste das seguintes etapas: concepção, crescimento, reprodução e morte. Apenas


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algumas espécies (incluindo os seres humanos e animais domésticos) passam por uma fase de senescência pós-produtiva, conhecido como “velhice”. Na natureza, a maioria dos animais têm predadores que impedem que o frágil e doente sobreviva (DAVIES, 1996). Embora o tempo exato de cada idade não possa ser determinado, todos concordam que raças menores vivem mais do que as raças gigantes e cada fase da vida teria uma diferença cronológica correspondente (FORTNEY, 2004). O Quadro 1 define a idade geriátrica dos cães de diferentes tamanhos.

Quadro1: Idade que os cães são considerados idosos de acordo com o porte físico.

Animal geriátrico Porte

Idade

Cães Pequenos (até 10Kg)

9 - 13 anos

Cães Médios (11Kg – 25Kg)

9 - 11 anos

Cães Grandes (26Kg – 45Kg)

7 - 10,5 anos

Cães Gigantes (mais de 45Kg)

6 - 9 anos

Fonte: Hoskins, 2004.

4.1.1 Teoria dos Radicais Livres

As células vivas presentes em uma atmosfera rica em oxigênio estão constantemente expostas aos possíveis danos causados por espécies reativas de oxigênio (ROS – “reactive oxygen species”), que podem ser originadas tanto exógena quanto endogenamente (BERRA et al., 2006). Uma vez produzidos, a maior parte dos radicais livres são removidos pelas defesas antioxidantes da célula que incluem enzimas e moléculas não enzimáticas. A manutenção do equilíbrio entre a produção de radicais livres e as defesas antioxidantes é uma condição essencial para o funcionamento normal do organismo (FERREIRA & ABREU, 2007). Apesar da existência desses agentes e mecanismos antioxidantes, quando a formação de ROS excede a capacidade antioxidante celular, pode haver a geração de uma


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condição conhecida como estresse oxidativo (BERRA et al., 2006). Essas moléculas são capazes de provocar lesões nas estruturas celulares, levando a perda de função, com conseqüente envelhecimento do organismo (CRUZAT et al., 2007). As lesões celulares associadas com o estresse oxidativo incluem a peroxidação de lipídeos, a oxidação de proteínas, a inativação enzimática, ativação excessiva de genes pró-inflamatórios, fator de necrose tumoral (TNF), interleucinas (IL), danos ao DNA e aumento do risco de câncer (GUTTERIDGE & HALLIWELL, 2010). O dano oxidativo no envelhecimento é particularmente alto em alvos moleculares específicos, como o DNA mitocondrial e a aconitase. Os efeitos deletérios do ROS no DNA mitocondrial associados à idade acumulam-se focalmente no cérebro e no músculo esquelético, contribuindo deste modo significativamente para o envelhecimento destes tecidos (SASTRE, 2003). A teoria do estresse oxidativo no envelhecimento prevê que uma redução do mesmo, quer reduzindo a carga de pró-oxidantes ou aumentando as defesas antioxidantes ou alguma combinação dos dois, deve aumentar a longevidade, controlando diretamente o processo de envelhecimento (SALMON, 2010).

4.1.2 Principais afecções do cão idoso

O envelhecimento é um processo heterogêneo que em última análise, leva à progressiva redução da capacidade e início gradual de morbidade. A velhice é manifestada com a mudança no padrão de comportamento a diferentes mudanças visíveis como, pelos grisalhos, pele seca, perda da elasticidade da pele, formação de calos, desgaste dentário, perda de dente, gengivite, coloração amarelada dos dentes, halitose, claudicação devido a artrite (PATI et al., 2015). O sistema urinário de cães geriátricos apresenta várias alterações morfofisiológicas como: redução do tamanho do rim, do número de néfrons, da taxa de filtração glomerular, da excreção tubular, da reabsorção tubular, do fluxo plasmático renal (DAVIES, 1996). Dentre as principais doenças observadas destacam-se a insuficiência renal crônica, incontinência renal, tumores de bexiga e problemas de próstata (KRAWIEC, 1989). Cães

idosos

podem

sofrer

com

uma

variedade

de

condições

musculoesqueléticas que afetam negativamente a sua capacidade de se exercitar. Doenças como artrite, displasia coxofemoral, osteocondrose são comuns em cães idosos. Algumas desordens espinhais também tendem a aumentar a prevalência com a idade, particularmente, espondilose deformante, neoplasias e radiculomielopatia (VAUGHAN, 1990). Osteoartrite é a causa mais


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comum de dor e disfunção em cães geriatras. Sinais clínicos de dor podem variar entre os animais e nem sempre são claros (BEALE, 2005). O período de maior ocorrência de neoplasias em cães fica em torno dos 6 aos 14 anos de vida. A razão para a ocorrência preponderante de neoplasias durante a maturidade e velhice não é conhecida. Pode ser que um longo período latente é necessário para o desenvolvimento do tumor, a maior exposição a estímulos cancerígenos, ou o envelhecimento do tecido que pode aumentar a suscetibilidade para o desenvolvimento de tumores (MEUTEN, 2002). As neoplasias são a principal doença diagnosticada em cães idosos, sendo relatada como uma das principais causas de óbito (FERNANDES et al., 2013). Tumores mamários se destacam como o principal diagnóstico (FREITAS et al., 2006). A obesidade é uma disfunção insidiosa em cães geriatras, acometendo 45% dos animais (FREITAS et al., 2006). Observa-se normalmente que cães idosos exercem menor atividade física o que resulta em um menor gasto energético (TAYLORet al., 1995). O aumento da ocorrência da obesidade deve-se principalmente a: redução da massa magra corporal, redução dos exercícios, alimentação excessiva e inadequada (DAVIES, 1996). Mudanças de comportamento são comuns com o avanço da idade e não possuem uma causa específica. Cerca de 53% dos cães idosos apresentam ansiedade de separação, agressividade com outros animais e pessoas, vocalização excessiva, fobias (LANDSBERG et al., 2003; FREITAS et al., 2006). Alguns cães desenvolvem sinais de disfunção cognitiva com o envelhecimento, enquanto outros mantêm a função cognitiva saudável. A disfunção cognitiva é uma doença neurodegenerativa, que causa alterações na percepção, na memória, na interação social, na capacidade de aprendizagem, na orientação espacial e ciclo do sono-vigília (SHUTT et al., 2013; LANDSBERGet al., 2003). O sistema cardiovascular sofre alterações fisiológicas intrínsecas durante o processo de envelhecimento natural. Em cães, estas mudanças incluem uma redução da resposta ao estímulo beta-adrenérgico, um aumento na rigidez do miocárdio e dos vasos sanguíneos, e prolongamento da duração do potencial de ação (SAUNDERS, 2012). O miocárdio torna-se mais rígido, prejudicando o enchimento diastólico, devido a hipertrofia e presença anormal de colágeno. Cerca de 90% dos cães idosos com doenças cardíacas apresentam insuficiência mitral. Outras doenças comuns são: a cardiomiopatia dilatada, fibrose miocárdica, hipertensão arterial e pulmonar (HAMLIN, 2005). O trato gastrointestinal de cães idosos dificilmente é afetado por qualquer doença clássica relacionada à idade. Em contraste com outros órgãos do corpo, ele continua a funcionar muito bem. Dentre as principais afecções observadas estão as neoplasias, ulceras,


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gastrites, esofagites, megaesôfago idiopático, distúrbios da motilidade gástrica, incluindo dilatação-vólvulo (NEIGER, 2004). As afecções que acometem a cavidade oral são comuns e destacam-se, cálculos dentários, hiperplasia gengival, periodontite, lesões ulcerativas, atrofia e retração da gengiva, esmalte desgastado (DAVIES, 1996). Normalmente o funcionamento do fígado não altera significativamente em cães como resultado da idade. Apesar disso, cães idosos então mais propensos a desenvolverem doenças hepáticas (HOSKINS, 2005). O sistema respiratório com o avanço da idade apresenta perda progressiva da elasticidade pulmonar que resulta em alterações nos volumes pulmonares, taxas de fluxo expiratório e nos valores de gás do sangue arterial. A complacência da parede torácica diminui gradualmente com a idade. Dentre as principais doenças estão à bronquite crônica, enfisema, susceptibilidade às infecções e hiperplasia nodular (TABOADA, 2004). As alterações hematológicas incluem um decréscimo nos perfis de hemoglobina, eritrócitos e volume globular. Isso pode ser devido a diminuição da produção da medula óssea, esplenomegalia e diminuição da produção óssea. Isto também pode ocorrer devido à deficiência de vitaminas como cobre e zinco em cães idosos. Alterações bioquímicas incluem diminuição da proteína total, albumina, cálcio e um aumento nos níveis de ureia (PATI et al., 2015).

4.1.3 Essências Vitais

A MTC considera a função do corpo e da mente como o resultado da interação de determinadas substâncias vitais. Essas substâncias manifestam-se em vários níveis de "substancialidade", de maneira que algumas delas são muito rarefeitas e outras totalmente imateriais. Todas elas constituem a visão chinesa antiga de corpo-mente. A base de tudo é o Qi; todas as outras substâncias vitais são manifestações do Qi em vários graus de materialidade. As substâncias Vitais são: Qi, Sangue (Xue), Essência (Jing), Fluidos Corpóreos (Jin Ye), Shen (MACIOCIA, 2007).

3.4.4 Qi

Qi é a força ou energia que controla a harmonia em qualquer corpo vivo, cientificamente, podemos correlacioná-lo a energia das mitocôndrias, respiração celular, e ao ATP. É a substância mais básica e fundamental da constituição do universo. É a força vital ou energia de vida que ativa e mantém o processo de vida. Essa energia se manifesta


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simultaneamente sobre o nível físico e espiritual. É um estado constante de fluxo em estados variáveis de agregação (MACIOCIA, 2007; HE & NE, 2001; SCHOEN, 2006). Qi é a fonte de todo movimento no corpo e está em todas as partes do corpo durante todo tempo. Flui nos órgãos, músculos e articulações do corpo em quatro movimentos primários: ascendente, descendente, de entrada e de saída, sempre estimulando e impulsionando as funções orgânicas (HE & NE, 2001; LIU & LIU, 2009). Essa energia é derivada do nosso ambiente por meio de processos, como nutrição e respiração; é convertida numa forma absorvível por certos órgãos, armazenada no corpo e distribuída ao sistema pelos outros órgãos (SCHOEN, 2006). É, portanto, a combinação das funções do pulmão, do baço, do estômago e dos rins que forma a energia do corpo (HE & NE, 2001). O Qi apresenta vários tipos e formas, e de acordo com a parte principal que a constitui, com o local que é distribuída e quanto às suas diferenças funcionais, ela adquire diferentes denominações (HE & NE, 2001; MACIOCIA, 2007).

4.1.4 Envelhecimento segundo a MVTC: deficiência de Jing, Qi, Yang

O processo de envelhecimento segundo a MTC é resultado de um decréscimo da Essência do Rim por toda nossa vida (MACIOCIA, 2007). A depleção total de Jing causa a morte natural (XIE & PREAST, 2012). A maioria dos sintomas e sinais associados com o envelhecimento é decorrente da Deficiência do Jing do Rim, que podem estar correlacionadas a alterações gênicas, apoptose acelerada e ainda diminuição de células tronco. A audição diminui porque o Jing do Rim não pode alcançar os ouvidos, os ossos tornam-se debilitados por causa do Jing do Rim que falha ao nutrir os ossos e a medula óssea (MACIOCIA, 2007), causando a debilidade óssea, debilidade dos joelhos e membros. Outros sinais associados à deficiência de Jing incluem: memória debilitada, perda dos dentes, queda ou embranquecimento de cabelos, lombalgia (MACIOCIA, 2007), perda da vitalidade, adormecimento dos sentidos, falta de desejo sexual e inabilidade de se regenerar, falta de sono, perda de fluidos e doenças crônicas (XIE & PREAST, 2012). Segundo Xie & Preast (2012) a deficiência de Qi do Coração também é associada a idade avançada. A deficiência de Qi do Coração resulta em Deficiência de Yang do Coração, em relação direta a cardiopatias, em especial dilatações cardíacas relacionadas a hipertensão, e neste tocante podemos correlacionar a hipertensão ao rim, que causa “agressão ao elemento fogo”. Os principais sinais clínicos observados são: falta de ar e palpitação,


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sudorese

espontânea,

piora

dos

sinais

com

movimento,

pulso

fraco

ou

irregularmente/regularmente intermitente, língua pálida ou violácea. Xie & Preast (2011) propõe que o envelhecimento e a senilidade são geralmente causados por deficiência de Qi, sangue e Yang. Os principais sinais clínicos observados são: depressão, fraqueza generalizada, memória fraca, fraqueza de membros pélvicos, falta de ar, procura pelo calor, língua pálida ou púrpura pálida, pulso fraco. Sinais Deficiência de Qi do Rim incluem, artrite (síndrome Bi), fraqueza ou dor lombar ou em membros pélvicos, incontinência urinária ou fecal, surdez, infertilidade.

4.2

Acupuntura para o tratamento de cães idosos

Segundo Maciocia (2007), referência mundial em acupuntura, que utiliza protocolos de acupuntura variados para pacientes humanos geriátricos, tais acupontos podem desta forma ser extrapolados e usados em animais idosos, pois os princípios que norteiam a acupuntura são similares na medicina humana e veterinária. O princípio do tratamento da deficiência do Jing, em humanos idosos, é a nutrição da Essência e tonificar o Rim. Os acupuntos utilizados são: R-3, tonifica o Yin do Rim e a Essência; R-6, tonifica o Yin do Rim; Ren-4, tonifica a Essência; B-23, tonifica o Rim; Du-4, tonifica o aspecto Yang da Essência; VB-39, tonifica a Medula Óssea; Du-20, estimula a Medula a preencher o Cérebro; Du-14, estimula a Medula a alcançar o Cérebro; B-15, tonifica o Coração (Xin) para abrigar a Mente, tonificando o cérebro; B-11, nutre os ossos. Xie & Preast (2012) sugerem para o tratamento da deficiência de Jing, nutrir o Jing do Rim, tonificar o Qi de Baço-Pâncreas, tonificar o Jing Pré-natal e Pós-natal, tonificar o Qi e Yin do Rim, utilizando os pontos de acupuntura: R-7, R-10, ShenShu, BP-6. Os acupuntos R-3, B-23, B-26, tonificam o Jing pré-natal; BP-3, E-36, B-21, B-20, tonificam o Jing pós-natal; VC-4, VC-6, são pontos tônicos do Qi; B-22 e B-39, tonificam a passagem de água para regular a micção (XIE & PREAST, 2012). Segundo Xie & Preast (2011) o envelhecimento é decorrente da deficiência de Qi, sangue e Yang. O princípio do tratamento é tonificar o Qi, sangue e Yang através dos acupuntos E-36, IG-10, B-21 e Qi-hai-shu que tonificam o Qi; VG-4, Bai-Hui e VC-8 para aquecer o Yang e tonificar o Qi; VC-4, VC-6, VC-17 e P-7 tonificam o Qi; C-7, B-17, BP-6, BP-10 e Pc-6 fortalecem o coração e nutrem o sangue; BL-17 e B-10 tonificam o sangue.


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Para o tratamento da deficiência do Qi do Coração sugere-se tonificar o Qi do Coração e acalmar a mente. Incluem os pontos: VC-14 VC-6, VC-17, PC-6, E-36. Como a deficiência de Qi do Coração resulta em uma Deficiência de Yang do Coração, tonificar o Yang do Coração também é necessário. Utilizam-se os pontos: Bai-Hui, VG-4, VG-14, VG-20, VC4, VC-14 (XIE & PREAST, 2012).

4.3

Ozonioterapia e o envelhecimento

O ozônio medicinal é obtido a partir do oxigênio puro medicinal, para evitar a presença de subprodutos tóxicos de outros gases. A conversão é feita por geradores de ozônio, no momento próximo do uso, devido à labilidade do gás (OLIVEIRA & LAGES, 2012). A oxidação é a capacidade que tem uma substância, numa reação química, de doar um elétron para outra substância. Exemplos de substâncias oxidantes são: a vitamina C, o peróxido de hidrogênio ou água oxigenada, o permanganato de potássio, e o ozônio. As terapias oxidativas ou bio-oxidativas utilizam a propriedade das substâncias de oxidarem outras produzindo algum tipo de benefício terapêutico. A ozonioterapia é uma das terapias oxidativas existentes (OLIVEIRA & LAGES, 2012). As doses terapêuticas de mistura de O2/O3 ativam enzimas responsáveis pela proteção do corpo de processos ligados à superprodução de superóxidos. O ozônio estimula o fluxo transmembranar de oxigênio, induz enzimas como a superóxido dismutase, catalase ou peroxidases, e torna a utilização de oxigênio na cadeia respiratória mitocondrial mais eficaz (INAL et al., 2011). As dimutases de superóxidos são a primeira linha de sistemas de defesa de enzimas antioxidantes contra ROS. As catalases são enzimas que degradam ROS, principalmente H2O2 em água (INAL et al., 2011). Pequenas doses de ozônio bem calibradas contra a potente capacidade antioxidante do sangue podem desencadear vários mecanismos bioquímicos úteis e reativar o sistema antioxidante (RE et al., 2010). A repetição da administração de ozônio cria resistência contra o estresse oxidativo através da indução do sistema antioxidante (INAL et al., 2011). As vias onde o ozônio pode ser aplicado incluem: as vias tópicas, subcutânea, intramuscular, intra-articular, que deflagram efeitos regionais; e as vias retais, venosas e intracavitárias - peritoneal e espaço pleural, predominantemente sistêmicas (BOCCI et al., 2011; OLIVEIRA & LAGES, 2012).


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Quanto à aplicação clínica, a auto-hemoterapia ozonizada é especificamente adequada para tratar doenças vasculares (AVC, doença arterial periférica e doença cardíaca crônica) associadas a alguma degeneração da idade. Pode ser como uma terapia de suporte útil em doenças infecciosas crônicas, como diabetes e câncer, mas não é curativo. Por outro lado, as infecções cutâneas e ulcerativas são excelentemente tratadas com aplicação tópica de óleos ozonizados e água ozonizada (BOCCI et al., 2011). O envelhecimento relaciona-se com o estresse oxidativo, e o ozonio tem sido uma ferramenta utilizada nesses tratamentos, com bons resultados (SAGAI & BOCCI, 2011).

4.4

Questionários de Qualidade de Vida

A qualidade de vida (QV) em seres humanos refere-se à forma como o indivíduo sente sobre como sua vida está indo. De forma simplificada, a qualidade de vida pode ser considerada como o gozo geral da vida. Está estreitamente relacionada a uma série de outros conceitos, como, sensação íntima de conforto, bem-estar ou felicidade no desempenho de funções físicas, intelectuais e psíquicas dentro da realidade da sua família, do seu trabalho e dos valores da comunidade à qual pertence (NOBRE, 1995; MCMILLAN, 2000). O conceito de qualidade de vida é complexo, subjetivo e várias definições na literatura médica e médica veterinária são encontradas. Contudo, para a maioria dos autores, os fatores que compõem a definição de qualidade de vida têm como base o conceito de saúde: saúde é o completo bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de enfermidade (MCMILLAN, 2003). Para Wemelsfelder (2007) a noção de qualidade de vida em animais, sugere que o bem-estar dos animais abrange mais do que a ausência de sofrimento, diz respeito à qualidade de toda a relação do animal com o seu ambiente, em como ele vive sua vida. Os questionários de qualidade de vida permitem identificar os aspectos mais influenciados por determinada condição de saúde e avaliar a efetividade da estratégia de intervenção utilizada no tratamento dos pacientes. Eles devem ter boa capacidade de identificar a presença da doença, como, também, refletir as mudanças evolutivas decorrentes do tratamento, quer pelo seu efeito benéfico, quer pelo seu efeito colateral (NOBRE, 1995). Os instrumentos genéricos de avaliação da qualidade de vida se aplicam às mais diferentes condições de saúde e refletem os diversos aspectos da vida das pessoas. Esta


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diversidade de aspectos organiza-se em conjuntos, chamados de dimensões ou domínios, que são medidas de forma individualizada e ponderada. Os instrumentos específicos são especialmente dirigidos aos aspectos da qualidade de vida relevantes aos pacientes que se pretende estudar ou às suas condições particulares (NOBRE, 1995). O método usual de coleta de informação sobre QV nas pessoas é através de questionários de auto-avaliação dos pacientes. Medir a QV a partir da perspectiva do indivíduo é um problema quando o indivíduo é incapaz de fornecer informações sobre suas experiências subjetivas, como os animais. Desenvolveram-se instrumentos para adquirir informações sobre QV de fontes alternativas estreitamente associadas, no caso os proprietários, chamado Proxy (MCMILLAN, 2000). Estes questionários consistem geralmente de perguntas para o proprietário dos animais, que estão aptos para perceber as mudanças no comportamento e atitudes (CAVALCANTE, 2014).

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METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada através de questionário de qualidade de vida aplicado a tutores de pacientes geriatras, tanto caninos quanto felinos, que iniciaram tratamento de acupuntura veterinária na Clínica Amigo Fiel, entre as datas de abril a dezembro de 2016. Os tutores foram convidados a participar e orientados quanto à pesquisa, assinando termo de consentimento livre e esclarecido. Os critérios de seleção escolhidos foram: caninos e felinos com idade acima de 8 anos, de qualquer raça ou sexo, realizando tratamento com acupuntura veterinária. Os animais sofriam de afecções variadas (desde pacientes cardíacos, renais, hepatopatas, com doença do disco intervertebral, espondilose anquilosante, neoplasias, etc.), sendo um grupo heterogêneo (diferentes sexo, raça, espécie), a dor foi o principal queixa dos tutores, que procuraram tratamento através de terapias complementares. O modelo de questionário de qualidade de vida utilizado foi baseado e traduzido a partir de questionário validado para língua inglesa (Figura 01) (YAZBEK & FANTONI, 2005).


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Fig. 01: Modelo de Questionário de Qualidade de Vida

Fonte: Yazbek & Fantoni, 2005.

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RESULTADOS

Foram abordados 18 tutores com animais que se enquadravam aos prérequisitos da pesquisa. Tais questionários foram entregues aos tutores antes de iniciar o tratamento com acupuntura, e algumas sessões após o início do tratamento. Obtendo no primeiro momento 12 respostas completas, e seis tutores não aderiram a pesquisa. Porém devido a desistência do tratamento por parte de três tutores, e três óbitos de pacientes durante a pesquisa, obteve-se 6 respostas completas na segunda leva de questionários. Para analises dos resultados utilizou-se estatística descritiva. Os protocolos de tratamento utilizados nestes pacientes foram: acupuntura com agulha seca e ozonioterapia em 100% dos animais tratados, moxabustão em 90%, laser em 10%, eletroacupuntura em 50% e hemopuntura em 40%,de acordo ao quadro clínico do paciente, a avaliação e a diagnóstico por parte do médico veterinário. A ozonioterapia na


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concentração de 20µg de 5 a 10mL/kg por via intra retal, e 8a 10µgde 2 a 5mL (em cada acuponto) por via paravertebral. Os resultados obtidos através do questionário estão demonstrados abaixo em alguns gráficos comparativos entre o antes e depois do tratamento.

Fig. 02: A doença atrapalha a vida do animal.

Antes do Tratamento

Depois do Tratamento 75%

66%

44% 25%

0%

0%

Não

0%

Um pouco

Muito

0% Muitíssimo

Fig. 03: O animal sente dor.

Antes do Tratamento

Depois do Tratamento 83%

59% 41% 17% 0% Sempre

0% Frequentemente

0% Raramente

0% Nunca


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Fig. 04: O temperamento do animal mudou.

Antes do Tratamento

Depois do Tratamento 84%

42%

33%

25%

16% 0%

Totalmente alterado

0%

0%

Alguns episódios Mudou pouco

Normal

Fig. 05: O animal é capaz de urinar e defecar normalmente.

Antes do Tratamento

Depois do Tratamento 100%

67% 25% 8%

0%

Nunca mais conseguiu

0%

0%

0%

Raramente consegue

As vezes consegue

Consegue normalmente

Fig. 06: Como está o sono do animal.

Antes do Tratamento

Depois do Tratamento 84%

41% 25% 17%

17% 0%

Muito ruim

16% 0%

Ruim

Bom

Normal


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Avaliando os questionários respondidos antes de iniciar o tratamento e algumas sessões após o início deste obteve-se uma variação de respostas, que foram agrupadas e analisadas através de estatística descritiva, gerando uma percentagem que demonstrou os tipos de comportamentos e freqüência destes. É escassa ou quase inexistente literatura especifica sobre o assunto, por isso optou-se discutir somente os resultados obtidos na pesquisa. Com relação a variável dor, antes do tratamento 59% dos animais sentiam freqüentemente, 41% sempre; já quando comparado após o tratamento 83% dos animais sentiam raramente, e 17% relataram nunca mais terem quadros dolorosos. Analisando o quanto a doença afetava a vida do animal, antes do tratamento 75% respondeu “muitíssimo” e 25% muito; e depois do tratamento, 66% dos tutores responderam “um pouco” e 44% responderam “não”. Falando sobre temperamento, houve maior variedade de respostas, sendo 42% “pouca mudança”, 33% “alguns episódios” e 25% “totalmente alterado”; após o tratamento 16% “mudaram pouco”, mas 84% responderam que os animais voltaram ao “normal” segundo os proprietários. Quanto à capacidade do paciente de urinar e defecar normalmente, no primeiro questionário 8% assinalaram “nunca mais conseguiu”, 25% “as vezes consegue” e 67% “consegue normalmente”; posteriormente ao tratamento a mudança de comportamento foi benéfica em todos os pacientes, sendo que 100% respondeu “normalmente”. Em relação ao sono, no primeiro momento as respostas foram 41% “bom”, 25% “normal”, 17% “ruim” e 17% “muito ruim”; após o tratamento 84% passou a ser “normal” e 16% “bom”.

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DISCUSSÃO

O envelhecimento leva a alterações em todo organismo animal, e um componente observado em todos os animais tratados foi à presença de dor, principal fator limitante a qualidade de vida. Com este trabalho pudemos avaliar que a medicina integrativa acupuntura, ozonioterapia, eletroacupuntura, laser, moxabustão; teve um forte impacto no controle da dor, e o beneficio pode se traduzir pela diminuição dos custos com medicamentos, diminuição dos danos fisiológicos ao rim, já que medicamentos tradicionais afetam a perfusão renal, e também proprietário otimiza seu tempo, não precisando administrar tais medicamentos


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(FORTNEY, 2004). Sabe-se que a eletroacupuntura geralmente aumenta a analgesia conferida pela acupuntura, uma das terapias que foram utilizadas nos tratamentos (GAYNOR & MUIR, 2009). A acupuntura tem uma ação neuro-imuno-endócrina, sendo efetiva na ativação e estímulo do sistema imunológico do paciente, além de reequilibrar todo o funcionamento fisiológico do organismo animal. Desta forma pacientes geriatras são auxiliados positivamente com o uso da acupuntura (XIE & PREAST, 2012). Apesar de eficazes e seguras, as terapias não farmacológicas são pouco utilizadas pelos indivíduos com dor crônica. Sabe-se que a terapêutica farmacológica é a mais eficaz e em algumas situações indispensável para o controle da dor, entretanto já está comprovado que a associação de terapêuticas não farmacológicas diminui a necessidade de medicamentos, o que em idosos pode minimizar o risco de efeitos colaterais (DELLAROZA et al., 2008).

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CONCLUSÃO

O Questionário de Qualidade de Vida foi eficiente em demonstrar uma melhora no impacto da qualidade de vida em pacientes geriátricos com o uso da medicina complementar.


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