Disfunção cognitiva em cães idosos: abordagem pela medicina ocidental e oriental chinesa

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FACULDADE DE JAGUARIÚNA

CRISTINA HELENA OLIVEIRA FIGUEIREDO

DISFUNÇÃO COGNITIVA EM CÃES IDOSOS: Abordagem pela medicina ocidental e oriental chinesa

Jaguariúna 2017


CRISTINA HELENA OLIVEIRA FIGUEIREDO

DISFUNÇÃO COGNITIVA EM CÃES IDOSOS: Abordagem pela medicina ocidental e oriental chinesa

Trabalho de conclusão de curso de Curso de Pós-graduação Lato Sensu em Acupuntura Veterinária, apresentado à Faculdade de Jaguariúna.

ORIENTADORA: DVM, MSc, PhD Nicole Ruas de Sousa

Jaguariúna 2017


AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter iluminado meu caminho por todo o percurso e à minha família que sempre me apoiou em todos os momentos de minha jornada. Agradeço à minha mãe Dulce que sempre esteve ao meu lado, dando força. Ao Adilson, que sempre me incentivou e encorajou. Às minhas irmãs Vera e Renata que torceram muito por mim e aos meus sobrinhos Fernando, Carlos e Luiz que foram privados de minha companhia. Agradeço às amigas Silvia Reiko Kawamoto e Leyla Maria da Silva Lacaz que sempre me incentivaram. Agradeço à minha “secretária do lar” Maria Gorete Oliveira Gomes e ao Alair que cuidaram dos meus “filhotes” nos finais de semana de curso. Um agradecimento especial à Professora Maria Luisa Buffo de Cápua pelo incentivo, ajuda e carinho com que me acolheu quando tive dificuldade. Agradeço muito ao Professor Jean Guilherme Fernandes Joaquim que me fez ver que eu sou capaz de atingir meus objetivos e que me amparou e deu oportunidade de, após vários anos, viajar e conhecer novas pessoas que até hoje estão em minha vida. Ao Professor Stelio Pacca Loureiro Luna que, durante esses dois anos, me fez ver que a vida deve ser vivida de uma forma leve e feliz e que devemos enfrentar os obstáculos como se fossemos bambu, de forma maleável. À Professora Carolina Haddad que com seu amor pelos animais e a forma contagiante de ensinar, me fez gostar ainda mais da acupuntura veterinária e, principalmente, da Dietoterapia Chinesa. Agradeço a todos os colegas de turma que, sempre com alegria, tornaram os finais de semana muito agradáveis. Por fim, agradeço à minha orientadora Nicole Ruas de Sousa que tornou este trabalho possível.


ii FIGUEIREDO, CRISTINA H. O. Disfunção Cognitiva em Cães Idosos: abordagem pela medicina ocidental e oriental chinesa. Jaguariúna, 2017. 20p. Trabalho de conclusão do Curso de Pós-Graduação Lato Senso em Acupuntura Veterinária – Faculdade de Jaguariúna, Jaguariúna, 2017.

RESUMO A síndrome da disfunção cognitiva canina é uma condição patológica neurodegenerativa caracterizada por alterações comportamentais progressivas em cães geriátricos. O diagnóstico, na maior parte dos casos, é firmado por exclusão de outras patologias após a realização de exames físico e complementares, além da pontuação do questionário comportamental. O tratamento convencional visa minimizar os sinais clínicos, retardar o progresso da doença com a utilização de fármacos, possibilitar uma melhoria da qualidade de vida do animal e uma melhoria da interação animal-proprietário. Na Medicina Tradicional Oriental, ao contrário do que preconiza a Medicina Ocidental, o Cérebro não é tratado diretamente. O tratamento visa restaurar o equilíbrio entre Yin e Yang, sangue (Xue) e Qi do Coração (Xin) e do Rim (Shen). Este trabalho visa traçar um paralelo entre a Medicina Ocidental e a Medicina Tradicional Oriental Chinesa no que tange ao diagnóstico e tratamento da Disfunção Cognitiva em cães idosos. Palavras chave: doença neurodegenerativa, cães idosos, acupuntura, fitoterapia, dietoterapia


iii FIGUEIREDO, CRISTINA H. O. Disfunção Cognitiva em Cães Idosos: abordagem pela medicina ocidental e oriental chinesa. Jaguariúna, 2017. 20p. Trabalho de conclusão do Curso de Pós-Graduação Lato Senso em Acupuntura Veterinária – Faculdade de Jaguariúna, Jaguariúna, 2017 ABSTRACT The canine cognitive dysfunction syndrome is a neurodegenerative pathological condition characterized by progressive behavioral changes in geriatric dogs. The diagnosis, in most cases, is based on the exclusion of other pathologies after physical and complementary exams, in addition to the behavioral questionnaire score. Conventional treatment aims to minimize clinical signs, slow disease progression with drug use, improve animal quality of life, and improve animal-owner interaction. In Eastern Traditional Medicine, contrary to Western medicine, the Brain is not treated directly. The treatment aims at restoring the balance between Yin and Yang, blood (Xue) and Heart Qi (Xin) and Kidney (Shen). This work aims to draw a parallel between Western Medicine and Traditional Chinese Medicine in the diagnosis and treatment of Cognitive Dysfunction in elderly dogs . Keywords: neurodegenerative disease, elderly dogs, acupuncture, herbal medicine, diet therapy


SUMÁRIO

RESUMO .............................................................................................................................................. II ABSTRACT ......................................................................................................................................... III 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 26 2. O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO ................................................................................... 27 3. A SÍNDROME DA DISFUNÇÃO COGNITIVA......................................................................... 28 4. DIAGNÓSTICO ............................................................................................................................. 29 5. TRATAMENTO ............................................................................................................................ 30 5.1 TERAPIA FARMACOLÓGICA ................................................................................................................. 30 5.2 TERAPIA COMPORTAMENTAL ............................................................................................................. 31 5.3 TERAPIA NUTRICIONAL ......................................................................................................................... 32

6. A MEDICINA TRADICIONAL ORIENTAL .............................................................................. 32 7. TRATAMENTO PELA MEDICINA TRADICIONAL ORIENTAL ........................................ 35 7.1 DIETOTERAPIA COM BASE NA MEDICINA TRADICIONAL ORIENTAL .................................... 36 7.2 FITOTERAPIA CHINESA .......................................................................................................................... 37

8. CONCLUSÃO ................................................................................................................................. 38 9. REFERÊNCIAS: ............................................................................................................................ 39


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1. INTRODUÇÃO

O cão acompanha o homem ao longo de sua história evolutiva, brindando-o com sua companhia, lealdade e segurança. Devido a esta estreita relação, hoje cão é considerado uma das espécies domésticas mais próximas do homem, desempenhando um papel relevante como membro ativo de um grande número de famílias e comunidades ao redor do mundo, gerando em seus proprietários um sentido de responsabilidade, promovendo o melhoramento dos cuidados nutricionais e sanitários, permitindo que o animal desfrute da velhice (GALLEGO et al, 2010). Devido a essa nova realidade, os cães idosos têm apresentado alterações comportamentais e déficits cognitivos, fazendo com que o declínio da função cognitiva e a compreensão do processo de envelhecimento passassem a ser mais estudados. Durante anos as diversas alterações físicas e comportamentais foram consideradas como aspectos intratáveis e irreversíveis do envelhecimento, esse fato ocasionava o não diagnóstico de enfermidades geriátricas como a síndrome da disfunção cognitiva (LANDSBERG et al, 2005). A

síndrome

da

disfunção

cognitiva

canina

é

uma

condição

patológica

neurodegenerativa caracterizada por alterações comportamentais progressivas em cães geriátricos (normalmente a partir dos oito anos), por um período prolongado de tempo (mais de 18 a 24 meses) e que não podem ser atribuídas a um comprometimento da sua condição médica, como infeção, tumor ou falência orgânica (LANDSBERG, ARAUJO, 2005, AZKONA, et al, 2009). Em cães, essa doença ocorre, geralmente, nos indivíduos com mais de sete anos de idade e sua prevalência aumenta de acordo com o avanço da idade, conforme estudos que mostram uma alta quantidade de cães doentes, chegando à prevalência de um terço dos cães com mais de onze anos de idade (VASCONCELLOS, et al, 2013). O diagnóstico, na maior parte dos casos, é firmado por exclusão de outras patologias após a realização de exames físico e complementares, além da pontuação do questionário comportamental (PANTOJA, 2010) Como a disfunção cognitiva canina é um processo degenerativo do sistema nervoso central, os sinais clínicos tendem a se agravar com o avançar da idade (AZKONA, 2009). Assim sendo, o diagnóstico precoce permite o início do tratamento rapidamente (LANDSBERG, 2005). Na Medicina Tradicional Oriental todas as doenças com características de deficiências progressivas como a disfunção cognitiva, as demências e doenças neurodegenerativas são consideradas a mesma doença (YING et al, 2013) e o tratamento visa restaurar o equilíbrio entre Yin e Yang, sangue (Xue) e Qi do Coração (Xin) e do Rim (Shen) (HUANG et al, 2007). Este trabalho tem como objetivo traçar um paralelo entre a Medicina Ocidental e a Medicina Tradicional Chinesa no que tange ao diagnóstico e tratamento da Disfunção Cognitiva em cães idosos.


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2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO Em decorrência dos avanços da medicina veterinária, nutrição e enriquecimento doméstico, houve um aumento na expectativa de vida dos cães, comparada há décadas atrás. Por esse motivo, o processo de envelhecimento do cérebro e as mudanças comportamentais que os animais idosos apresentam, denominados disfunção cognitiva, estão sendo mais estudados (PINEDA et al., 2014). Além disso, o processo de envelhecimento não é uma doença, mas um processo biológico natural complexo e inevitável em que ocorre uma redução progressiva da saúde física e alterações da consciência e reação mental do animal (OSELLA et al., 2007). Assim como nos seres humanos, o processo de envelhecimento em cães não afeta igualmente todas as capacidades cognitivas de uma só vez, pois partes diferentes do córtex são afetadas em momentos diversos. (LANDSBERG et al, 2005). Durante esse processo ocorrem várias alterações anatômicas no cérebro, entretanto, o papel de cada uma delas ainda é incerto. Com o aumento da idade há atrofia cerebrocortical e de gânglios basais, aumento no tamanho ventricular, estreitamento e retração dos giros, alargamento dos sulcos, espessamento leptomeníngeo nos hemisférios cerebrais (exceto no cerebelo), calcificação meníngea ocasional, desmielinização, aumento no tamanho e no número de células gliais e redução dos neurônios. Outras alterações neuronais em cães idosos incluem quantidades crescentes de lipofuscina, corpúsculos apoptóticos e degeneração neuroaxonal, havendo também aumento de acúmulo de grânulos de ubiquitina e acúmulo de placas difusas de beta-amiloide e infiltrados perivalculares (LANDESBERG & ARAUJO, 2005). A alteração mais significativa nos cães com disfunção cognitiva é a deposição de substância beta-amiloide, que pode levar à formação de placas (RUEHL; HART, 1998; HEIBLUM et al., 2006). Sabe-se que a agregação de beta-amiloide tem início com a clivagem da proteína precursora de amiloide pela enzima beta-secretase do peptídeo remanescente, podendo acumular-se primeiramente como monômeros, em seguida como oligômeros (forma mais tóxica) e em agregados extracelulares no neurópilo (chamados de placas) ou em vasos. Esta é a hipótese dominante para a causa da disfunção cognitiva (DUNSTAN, 2013). Quanto maior a formação de placas, maior a gravidade da síndrome (CUMMINGS et al., 1996; RUEHL; HART, 1998; HEAD, 2001; INGRAM; WILLIAMS, 2002; LANDSBERG et al., 2005). A substância beta-amiloide, além de se depositar formando placas, pode se depositar de forma difusa não somente nos vasos, mas em diversas áreas do tecido cerebral. (INGRAM, WILLIANS, 2002). É uma substância neurotóxica que pode ocasionar o comprometimento da função neuronal dos canais iônicos, dos potenciais sinápticos e do metabolismo neuronal, causando a degeneração sináptica, perda neuronal induzida por apoptose e esgotamento de neurotransmissores (CUMMINGS et al., 1996; RUEHL; HART, 1998; BORRÀS et al., 1999; LANDSBERG et al., 2005). Em cães idosos são ocasionalmente verificadas alterações vasculares e perivasculares, inclusive micro-hemorragias ou infartos em vasos, entretanto, a aterosclerose, a isquemia cerebral e a hemorragia cerebral são raras em cães. O que pode ocorrer em animais idosos é a arteriosclerose não


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lipídica, decorrente de fibrose das paredes vasculares, proliferação endotelial, hialinização, mineralização e deposição de beta-amiloide. A presença de angiopatia pode comprometer o fluxo sanguíneo e a utilização da glicose (LANDSBERG et al, 2005). O cérebro do cão idoso também pode estar sujeito a hipóxia em razão de débito cardíaco reduzido, anemia, hiperviscosidade sanguínea e hipercoagulabilidade plaquetária, além de afecções que levam à hipertensão como diabetes, hipertireoidismo, nefropatias e insuficiência respiratória. O esgotamento colinérgico e o aumento no tônus noradrenérgico também podem ocasionar um efeito vasoconstritor líquido, comprometendo o fluxo sanguíneo cerebral (LANDSBERG et al, 2005) Em decorrência desses processos ocorre um declínio da função orgânica, sensorial e mental ocasionadas pelas lesões anatômicas descritas e também devido ao aumento da produção de espécies reativas de oxigênio, da hipóxia tecidual, da alteração da membrana celular e da deterioração gradual imunológica (LANDSBERG et al, 2005). A substância beta-amiloide tende a acumular-se mais cedo e em maior quantidade no córtex pré-frontal, progredindo para as regiões temporal e piriforme. Sua deposição na região occipital é mais tardia e lenta sendo que, com o avanço da idade, a deposição se espalha das camadas corticais mais profundas para as mais superficiais (LANDSBERG, 2005). Como primeiros sinais destas alterações podem ocorrer redução de atividade física e acuidade sensorial e, com o passar do tempo podem surgir tremores límbicos, redução na orientação sensorial, alterações de atitude e personalidade, incontinência, redução da responsividade e da capacidade de realizar tarefas aprendidas. (LANDSBERG et al, 2005).

2.1 A SÍNDROME DA DISFUNÇÃO COGNITIVA O termo cognição refere-se aos processos mentais como memória, aprendizado, consciência, tomada de decisão e percepção, que não podem ser mensurados diretamente (RUEHL; HART, 1998; FRANK, 2002; HEIBLUM et al., 2006). É a cognição que, por meio dos sentidos, permite que o animal obtenha informações sobre o ambiente, a processe, retenha e decida sobre como agir (SHETTLEWORTH, 2001; FRANK, 2002). Ela se refere a associações complexas que permitem ao animal apresentar respostas a partir de abstrações baseadas em aprendizados anteriores, ou seja, uma nova resposta é apresentada sem ser resultado de um reforço direto (NEILSON et al., 2001). Os processos cognitivos possuem importante papel na escolha de parceiros, busca de alimentos e outros comportamentos (SHETTLEWORTH, 2001). Os comportamentos que envolvem orientação espacial, memória, aprendizado, treinamento higiênico, reconhecimento

e

reação

aos familiares são

manifestações externas de cognição (RUEHL; HART, 1998) que podem ser avaliadas objetivamente. A síndrome da disfunção cognitiva é uma desordem neurodegenerativa de cães idosos, caracterizada pelo declínio cognitivo progressivo durante um período prolongado de tempo (LANDSBERG & ARAÚJO 2005). Existem correlações entre doenças degenerativas relacionadas com envelhecimento como o que ocorre na doença de Alzheimer e na Síndrome da Disfunção Cognitiva em


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animais (CORY, 2013). Dificuldades como alterações na interação social e a capacidade reduzida para lidar com situações cotidianas são sentidas por humanos cujos cães que possuem esse acentuado declínio cognitivo (CORY, 2013). Clinicamente, a Síndrome da Disfunção Cognitiva pode resultar em alterações comportamentais diferentes tais como: desorientação, esquecimento do aprendizado anterior, alterações na maneira como o cão interage com as pessoas ou outros animais na casa, aparecimento de novos medos, aumento da ansiedade e outros sinais de deterioração da memória e capacidade de aprendizagem (LANDSBERG & ARAUJO, 2005; LANDSBERG et al, 2011). As alterações nas funções cognitivas em cães são classificadas em cinco categorias, utilizando-se o acrônimo DISCA: (1) desorientação; (2) interatividade com seres humanos e outros animais; (3) alterações no ciclo sono/vigília; (4) perda do treino anterior com relação aos comportamentos de defecar/urinar dentro de casa; (5) modificação na atividade (HORVITZ & NEILSON, 2008). Porém, alguns animais apresentam outras alterações, tais como: olhar fixamente para o espaço (como uma espécie de transe) sem interação com o meio durante esses momentos, aumento dos níveis de ansiedade, diminuição ou ausência de respostas a comandos, apetite e auto higiene alterados, percepção ou capacidade de resposta diminuída, entre outros (HECKLER, et al, 2011; LANDSBERG et al, 2011).

3. DIAGNÓSTICO

O diagnóstico de disfunção cognitiva é feito por exclusão, e também tendo por base alterações nas funções cognitivas classificadas por meio de um questionário (anexo 1) utilizado para graduar os déficits de comportamento, aprendizado e atividades em geral. O questionário é entregue ao proprietário que deve graduar com notas de 0 a 3 cada item nele mencionado, todos relativos a atividades realizadas pelo animal, aprendizado, comportamento, etc. Quanto maior a nota, maior será déficit cognitivo apresentado pelo animal. O questionário pode ser utilizado para avaliação no início do tratamento e após determinado tempo para detectar melhora ou piora nos sinais clínicos apresentados (PINEDA et al., 2014; LANDSBERG E HEAD, 2008; LANDSBERG, 2005). Além do questionário, o sistema DISCA também pode ser útil no diagnóstico (VASCONCELLOS et al., 2013). Como os animais geriátricos apresentam um sistema imune mais debilitado e tem maior risco de desenvolver doenças neoplásicas e degenerativas, tais como doenças osteoarticulares e periodontais, bem como a função de determinados órgãos encontra-se mais deficitária, torna-se mais importante avaliar o animal como um todo e verificar a função de todos os sistemas orgânicos e seu efeito na saúde e comportamento (LANDSBERG & ARAUJO, 2005). É muito importante atentar que alterações comportamentais podem resultar de outras afecções frequentes em animais geriátricos (TILLEY & SMITH, 2008; BENNETT, 2012; LANDSBERG et al, 2013). Assim, devemos excluir alterações comportamentais primárias relacionadas com alguma mudança no ambiente, ansiedade de separação ou fobias diversas, problemas musculoesqueléticos que provoquem dor, tendo por consequência um aumento da agressividade ou irritabilidade, perda de apetite ou vocalização excessiva (LANDSBERG & ARAUJO, 2005). Alterações auditivas ou visuais, que podem


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resultar num aumento ou redução na resposta a certos estímulos, e doenças do trato urinário, que podem levar a micção inapropriada, devem também ser descartadas (LANDSBERG et al, 2005). Deve verificarse a presença de endocrinopatias, como o hipotiroidismo, em que o animal afetado pode demonstrar letargia ou até mesmo agressividade e o hiperadrenocorticismo, que pode ocasionar sinais clínicos como alteração dos ciclos sono/vigília e letargia (LANDSBERG et al, 2005). Também devem ser excluídas doenças do sistema nervoso central ou alguma doença que comprometa a perfusão cerebral, já que ambas podem provocar alterações comportamentais nos cães afetados (TILLEY & SMITH, 2008;). Havendo suspeita de disfunção cognitiva, o exame clínico deve incluir exame físico completo, exame neurológico (atentando, principalmente, à função de nervos cranianos e reflexo perineal, especialmente em cães com distúrbios de eliminação) e exames laboratoriais – hemograma completo e perfil bioquímico (função renal e hepática) (RUEHL; HART, 1998; FRANK, 2002; GOLINI, 2009). Também podem ser realizados urinálise e avaliação endócrina (função de tireoide e adrenal). Dependendo dos resultados obtidos, pode ser necessária a realização de outros exames como eletrocardiograma ou exames de imagem (radiografia, ultrassonografia, ressonância magnética ou tomografia) (RUEHL; HART, 1998). A ressonância magnética deve ser realizada para avaliar a existência de lesões intracranianas, atrofia cerebral e coleções de fluido cerebroespinhal na cisterna cerebelo-medular. É fundamental para descartar a ocorrência de afecções neurológicas que possam mimetizar a disfunção cognitiva canina, como afecções neoplásicas, inflamatórias ou infecciosas (GOLINI, 2009). Achados como atrofia cortical, não permitem diferenciar um envelhecimento normal de um patológico, então, para se concluir que o envelhecimento é patológico, deve-se repetir o exame periodicamente para observar o desenvolvimento da atrofia (HEAD, 2001)

4. TRATAMENTO

O tratamento convencional visa minimizar os sinais clínicos, retardar o progresso da doença com a utilização de fármacos (LANDSBERG E HEAD, 2008), possibilitar uma melhoria da qualidade de vida do animal e uma melhoria da interação animal-proprietário (VASCONCELLOS, 2013). Os principais objetivos do tratamento da disfunção cognitiva canina são: repor os níveis de neurotransmissores que se encontram diminuídos, ou facilitar seu metabolismo e reduzir ou reverter a progressão da doença (RUEHL; HART, 1998). Para atingir estes objetivos, é instituída uma terapia multimodal incluindo enriquecimento mental (por meio do enriquecimento ambiental), terapia farmacológica e suplementação nutricional (LANDSBERG et al, 2012).

4.1 TERAPIA FARMACOLÓGICA


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A selegilina foi o primeiro agente terapêutico aprovado para cães. É um inibidor irreversível e seletivo da enzima monoamina-oxidase B do cão, inibindo a produção de radicais livres e aumentando níveis da 2-feniletilamina, um neuromodulador que aumenta a concentração de dopamina e a função das catecolaminas no córtex e no hipocampo melhorando o impulso da transmissão cerebral. Também pode contribuir para diminuir a carga de radicais livres no cérebro ao aumentar enzimas como a catalase e a superoxidodesmutase. A dose preconizada é de 0,5 a 1 mg/kg, uma vez ao dia, pela manhã (LANDSBERG, 2005). A propentofilina (Vivitonin; Intervet UK Ltd, Walton, Milton Keynes, Bucks, Reino Unido) pode ser utilizada para aumentar o fluxo de sangue para o cérebro sem aumentar a demanda de glicose. Ela atua aumentando a oxigenação cerebral enquanto inibe a formação de microtrombos e melhora o comportamento social dos doentes, reduzindo a apatia e a letargia, A dose sugerida é de 3 mg/kg, três vezes ao dia (LANDSBERG et al, 2011; CORY, 2013). O adrafanil demonstrou aumento significativo na atividade locomotora. Ele atua estimulando o sistema noradrenérgico e pode auxiliar na normalização do ciclo sono vigília, bem como na manutenção do estado de alerta aumentando o nível de atividade durante o dia. A dose sugerida é de 20 mg/kg, uma vez ao dia (LANDSBERG, 2005; HEAD, 2008). Agentes ansiolíticos, como o diazepam e a fluoxetina podem ser usados para reduzir os efeitos da angústia e depressão, entretanto, o uso do diazepam deve ser limitado, uma vez que este fármaco tem potencial de deterioração cognitiva (LANDSBERG et al, 2011; CORY, 2013). Há estudos sobre o uso do estrógeno que tem um efeito anti-inflamatório e antioxidante, que poderia proporcionar aumento do fluxo sanguíneo cerebral (HECKLER, SVICERO, AMORIM, 2011).

4.2 TERAPIA COMPORTAMENTAL

A estimulação mental, aliada ao enriquecimento contínuo na forma de treinamento e jogos, é componente essencial para a manutenção da qualidade de vida dos animais idosos (LANDSBERG et al, 2012). Por outro lado, a inconsistência na gestão ambiental do animal idoso pode causar estresse e ter impacto negativo no bem-estar e saúde mental do cão (LANDSBERG et al, 2012). O enriquecimento ambiental com exercícios físicos e mentais, usando novos brinquedos e odores, tem um efeito sinérgico ao tratamento da doença com qualquer medicação ou suplementação, uma vez que os animais que receberam esse tipo de estímulo obtiveram resultados superiores nos testes cognitivos. Esse tipo de interação lúdica promove melhora da qualidade de vida do animal (HECKLER; SVICERO; AMORIM, 2011). Os proprietários de animais idosos com ou sem síndrome da disfunção cognitiva devem adotar algumas medidas que influenciam a qualidade de vida e a longevidade dos seus cães, como: buscar uma rotina diária regular e previsível para diminuir a ansiedade, pois estes animais tem menor capacidade de adaptação a mudanças; a instalação de rampas de acesso ou degraus acolchoados para garantir o acesso do animal aos locais onde ele já estava acostumado, diminuindo as possibilidades de


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estresse na rotina. Devem ser evitadas mudanças bruscas e, caso sejam necessárias, dever ser realizadas de maneira gradativa e tranquila (LANDSBERG, 2005; LANDSBERG et al, 2011). A estimulação mental por meio de “retreinamento” de comandos, ensinando novamente os comandos desaprendidos é de suma importância para que o animal volte a realizar atividades de sua rotina. O ensinamento deve ser lento e sem punições. Além disso, a estimulação física por meio de passeios, em ritmo lento e respeitando as limitações físicas do cão, deve ser realizada (VASCONCELLOS, et al, 2013).

4.3 TERAPIA NUTRICIONAL

Em decorrência do avanço no cuidado da saúde do cão idoso, a indústria de rações desenvolveu rações suplementadas com antioxidantes e ácidos graxos, pois demonstraram melhorar o desempenho cognitivo (LANDSBERG E HEAD, 2008). O uso de antioxidantes suplementares na dieta destes animais é preconizado e visa melhorar as defesas antioxidantes endógenas e diminuir os efeitos dos radicais livres. Seu uso pode retardar o declínio cognitivo e melhorar os sinais comportamentais associados à doença, já que o cérebro é particularmente sensível aos efeitos dos radicais livres. Como o cérebro apresenta alta taxa de metabolismo oxidativo, alto conteúdo lipídico e uma capacidade de regeneração limitada, são observados danos oxidativos generalizados, alta produção de radicais livres e redução nos níveis de vitamina E em cães com demência (LANDSBERG et al., 2005). Antioxidantes como a vitamina C são indicados para retardar o declínio cognitivo, pois reduzem a lesão por radicais livres, melhorando assim os sinais comportamentais (DAVIS E HEAD, 2014; LANDSBERG E HEAD, 2008). A vitamina E protege as membranas celulares do dano oxidativo e o ácido lipóico é um cofator mitocondrial e antioxidante que pode retardar o progresso dos sinais comportamentais (LANDSBERG & HEAD, 2008). A adição do ácido DL-alfa-lipóico e L-carnitina aumentam a função mitocondrial, e a adição de ômega 3 auxilia a promover a integridade da membrana celular (DAVES E HEAD, 2014; LANDSBERG E HEAD, 2008; LANDSBERG E HEAD, 2005).

5. A MEDICINA TRADICIONAL ORIENTAL

Apesar de relativamente nova para o mundo ocidental, a Medicina Tradicional Oriental é o sistema médico utilizado por milhares de anos na China para tratar humanos e animais (XIE & PREAST, 2012; DING et al 2006). A acupuntura faz parte desse sistema e é o método mais antigo a ser utilizado. Consiste na perfuração da pele com agulhas finas em locais predeterminados, denominados acupontos (ZENG et al, 2013). A Medicina Tradicional Oriental inclui técnicas de massagem (Tui-Na), exercícios respiratórios (Chi-Gung), orientação nutricional (Shu-Shieh) e a farmacopeia chinesa (medicamentos de


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origem animal, vegetal e mineral) (SCOGNAMILLO-SZABO & BECHARA, 2010) e tem como objetivo a busca do equilíbrio, tanto no que tange às funções orgânicas como no que se refere à relação do corpo com o meio externo. Portanto, preconiza que a saúde depende das funções psiconeuroendócrinas, sob influência do código genético, e de fatores extrínsecos como nutrição, hábitos de vida, clima e qualidade do ambiente (SCOGNAMILLO-SZABO & BECHARA, 2010, XIE & PREAST, 2012). Estudos demonstram semelhanças na neurodegeneração que ocorre em humanos com a doença de Alzheimer e aquela que ocorre em cães com disfunção cognitiva (PINEDA et al., 2014). Como a doença de Alzheimer é uma enfermidade da era moderna, não há menção direta a seu respeito na literatura clássica da medicina chinesa. Entretanto, há menções às demências de forma geral, sendo aquelas que possuem características de deficiências progressivas relacionadas à idade (YING et al, 2013). Enquanto na medicina ocidental, o encéfalo é o órgão alvo afetado pelas demências, na medicina oriental as demências possuem como pilares as substâncias fundamentais (Qi e Xue) e os ZangFu, órgãos e vísceras, Rim, Fígado, Coração e Baço. Desarmonias nesses pilares afetam o encéfalo (HO, SO, CHANG, 2011). A Medula é produzida pela Essência do Rim e tem a função de abastecer o Cérebro. Por esse motivo, o Cérebro está funcionalmente relacionado ao Rim. Na Medicina Tradicional Oriental a Medula é a matriz comum da medula óssea, coluna espinhal e Cérebro (MACIOCIA, 2014). O Cérebro é denominado “Mar da Medula” ou “Casa da Mente e do Espírito” e é o responsável pelo controle da memória, do espírito, da consciência e do pensamento. Sua insuficiência causará tonturas, diminuição na acuidade visual, discurso lento e sonolência (XIE E PREAST, 2012). A essência do Rim, é um tipo de energia estocada no Rim que circula em todo o organismo. Ela é formada pela Essência pré-Celestial (herdada dos pais) que é parcialmente abastecida pela Essência pós-celestial (obtida dos alimentos) e possui um papel importante nas funções de crescimento, reprodução, desenvolvimento e envelhecimento (MACIOCIA, 2014). O Cérebro também depende do Xue (sangue) que é governado pelo Coração. Portanto, o Cérebro está funcionalmente relacionado ao Rim e ao Coração, de modo que muitas afecções do Cérebro estão a eles associadas (XIE E PREAST, 2012). Dessa forma, estando a Essência (Jing) e o sangue em equilíbrio, em quantidade suficiente, o Cérebro será saudável. Caso contrário, sua vitalidade será afetada e a memória falhará (MACIOCIA, 2014). As causas das desordens cognitivas são: má nutrição do cérebro devido à reduzida formação de medula pela Essência, decorrente de insuficiência do Rim; má nutrição da medula do cérebro devido à disfunção dos Zang-Fu e deficiência de Qi e Sangue; e oclusão dos orifícios devido à estagnação e obstrução por mucosidades (WEIMIM E HAIYAN, 2008). A debilidade de memória, que é um dos sinais clínicos da disfunção cognitiva, é também um dos sinais associados ao envelhecimento, decorrente da deficiência da Essência do Rim (Shen) (MACIOCIA, 2014). Outros sinais clínicos da síndrome da disfunção cognitiva, a agitação noturna e insônia, ocorrem quando o Yin do Rim está debilitado, ocasionando a deficiência do Yin do Coração (Xin), gerando Fogo-Vazio no Coração (Xin) (MACIOCIA, 2014). De acordo com os Cinco Elementos, o


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Coração pertence ao Fogo e o Rim pertence à Água. Se não houver um sistema de resfriamento, ou seja, se a Água estiver deficiente, o Fogo do Coração se torna excessivo e se transforma em Calor patogênico (XIE E PREAST, 2012). A debilidade mental está relacionada com a deficiência do Baço-Pâncreas e Estômago, e com a disfunção do Fígado em promover o fluxo livre do Qi. A insuficiência de Baço-Pâncreas e Estômago fazem com que o Cérebro não seja corretamente nutrido em razão da insuficiente formação de Qi e Sangue. Estando as funções de transformação e transporte deficientes, formam-se mucosidades que, ao subirem à extremidade cefálica, obstruem os orifícios, originando debilidade mental e diminuição ou perda da memória (WEIMIM & HAIYAN, 2008). Um guia de diagnóstico em medicina chinesa classificou as demências em seis padrões: síndrome de deficiência de medula óssea; síndrome de deficiência de Yin do Rim e do Fígado; Síndrome de deficiência de Yang do Rim e do Baço; Síndrome de estagnação de Qi e estase de Xue; Síndrome de Fleuma túrbida obstruindo os meridianos e orifícios da Mente; Síndrome de Fogo no Coração e no Fígado (FU, 1991 apud HO, SO, CHANG, 2011). Mais recentemente, foi elaborada nova classificação composta de cinco padrões, cada um deles dividido em sinais principais e sub-síndromes, com análise quantitativa em leve, moderado e grave. Tem-se, então, os seguintes padrões: Síndrome de diminuição encefálica com deficiência de Rim; Síndrome de deficiência de Yin do Fígado e Coração; Síndrome de Fleuma obstruindo os orifícios da Mente; e Síndrome de estagnação de Qi e estase de Xue (LIU e ZHANG, 2009 apud SONG e WANG, 2010). Posteriormente, com a diferenciação entre demência vascular e as demais demências, a demência vascular passou a ser classificada de acordo com sete padrões: Síndrome de deficiência da Essência do Rim; Síndrome de Fleuma túrbida obstruindo os orifícios da Mente; Síndrome da estase de Xue obstruindo os vasos sanguíneos; Síndrome Yang do cérebro por invasão de fogo do Fígado; Síndrome de acúmulo de Calor e toxina; Síndrome de deficiência de Qi e Xue; Síndrome de constipação e toxinas no Intestino (LIU e ZHANG, 2009 apud SONG e WANG, 2010). LIN et al. (2012) explicam brevemente a importância da deficiência de Qi, estase de Xue e Fleuma túrbida na patogênese das demências:

-

Deficiência de Qi: o Qi é uma substância vital que mantêm o fluxo de energia do

corpo e, consequentemente, suas atividades fisiológicas. Esta energia é mantida pelo Rim, Coração e Baço, especialmente pelo Rim. A energia do Rim produz a Medula, a que incluiu medula cerebral, medula espinhal e medula óssea. A medula cerebral nutre o cérebro e suas funções. Se a Essência do Rim estiver insuficiente, a produção de medula cerebral estará comprometida, produzindo vários sintomas, como dor de cabeça, delírio e comprometimento cognitivo.

-

Estase de Xue: o sangue é bombeado pelo coração e flui pelos vasos. Se a circulação

sanguínea for estagnada ou diminuída por fatores como o Frio, emoções, envelhecimento, doenças crônicas e cansaço, ocorrerá a retenção do sangue nos vasos e órgãos a ponto de promover estase. A


35

hipoperfusão crônica do cérebro ou derrame focal compromete as funções cognitivas e podem gerar estados demenciais.

-

Fleuma túrbida: com o envelhecimento ocorre uma diminuição na função dos órgãos como

um todo. O balanço entre imunidade e fatores patogênicos externos fica comprometido, gerando consumo de fluídos orgânicos (Jin Ye) e Fogo endógeno. Tais desiquilíbrios prejudicam o processo de digestão (fonte importante do Qi pós-celestial– Gu Qi) e promove acúmulo de toxinas chamadas de Fleuma túrbida. O excesso de Fleuma afeta as capacidades mentais, resultando em demência. Durante a progressão da doença, os padrões de desarmonia podem variar (HO, SO, CHANG, 2011), entretanto, os padrões de deficiência de Qi, Xue e Essência do Rim são verificados na maioria dos casos, sendo que Coração e Rim são os órgãos mais afetados por estes padrões (WANG, LIU, CHEN, 2008, apud HO, SO CHANG, 2011). Além disso, padrões de estase de Xue e Fleuma obstruindo a mente são frequentemente observados em casos moderados e graves (YANG et al 2000, apud HO, SO, CHANG, 2011). A obstrução dos canais do cérebro pela Fleuma pode comprometer a memória, cognição e sabedoria. Uma vez obstruído pela Fleuma, o mar da Medula se torna túrbido, comprometendo o fluxo de Qi tanto em ascendência como em descendência, ocasionando a estase de Xue. Consequentemente, o cérebro perde sua nutrição, o espírito original é bloqueado fazendo com que o intelecto e a memória sejam prejudicados. Surge, então, a demência (LIU et al, 2014).

6. TRATAMENTO PELA MEDICINA TRADICIONAL ORIENTAL Na Medicina Tradicional Oriental, ao contrário do que preconiza a Medicina Ocidental, o Cérebro não é tratado diretamente. O tratamento visa restaurar o equilíbrio entre Yin e Yang, sangue (Xue) e Qi do Coração (Xin) e do Rim (Shen). Os sinais clínicos da disfunção cognitiva, assim como das doenças neurodegenerativas, são considerados deficiência de Qi do sangue (Xue) e declínio da essência (Jing), como por exemplo, a insônia que resulta da deficiência de Xue do Coração (HUANG et al, 2007). Há poucos estudos acerca do uso da acupuntura no tratamento da síndrome da disfunção cognitiva, entretanto, em estudo realizado em ratos foram observados efeitos neuroprotetores e neuromoduladores, aliviando sinais clínicos da disfunção cognitiva, com a melhora da memória espacial, a manutenção do equilíbrio oxidante-antioxidante e a regulação de proliferação celular e redução de células apoptóticas no hipocampo. Foram utilizados os pontos: VC17, VC12, VC6, E36, BP10 e as agulhas pistonadas por 30 segundos em cada ponto, uma vez ao dia, por 21 dias (WANG, 2009). Estudo realizado também em ratos por meio da utilização do método de acupuntura chamado de Yi Qi Tiao Xue Fu Ben Pei Yan (Suplementar força vital, regular o sangue, suporte da raiz e promover a fonte) desenvolvido por Jing-Xian Han com base em sua experiência em tratamentos de demência em humanos comprovou que a acupuntura pode melhorar a atividade cognitiva, aumentar a


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atividade da enzima superóxido dismutase, reduzindo o dano oxidativo cerebral, melhorando significativamente sua função. A acupuntura também pode recuperar o circuito de nervos, melhorando a memória e aprendizado, através da otimização do conjunto entre as sinapses e induzindo a nova formação de sinapses. Observou-se também que a acupuntura tem efeito positivo sobre alguns genes relacionados ao envelhecimento do cérebro (DING, 2006). Nesse estudo realizado com agulhas secas foram utilizados os pontos VC17, VC12, VC6, E36, BP10, diariamente, durante quinze dias consecutivos, com descanso no oitavo dia. Os pontos foram agulhados por 30 segundos sendo que apenas no ponto BP10 foi utilizada a técnica de pistonagem pelo mesmo tempo e, em seguida, as agulhas foram retiradas (DING, 2006). A laserpuntura no ponto C7 uma vez ao dia, por 10 minutos, durante 14 dias, teve efeito positivo sobre a modulação do estresse oxidativo e função colinérgica no hipocampo, responsável pela memória espacial (SUTALANGKA, 2013). A eletroacupuntura também tem mostrado efeitos positivos no tratamento de afecções mentais. Os acupontos VG 20 e E36 são os principais pontos para melhorar a disfunção cognitiva induzida pela demência, reduzir o enfarte induzido pela hipoperfusão cerebral crônica, e também para a melhora na neurogênese. A eletroacupuntura nos pontos VG20 e An-Mian pode melhorar a proliferação de células no hipocampo (HWANG, 2009). Além dos pontos citados nos estudos acima mencionados, tratamento da disfunção cognitiva deve consistir em tonificar Xue do Coração, acalmar a mente, nutrir a essência, nutrir Yin do Rim e do Coração, harmonizar o Fígado e tonificar Baço-Pâncreas. Para tanto, segundo Maciocia, os pontos indicados são: - C7 tonifica Xue e Yin do Coração e acalma a Mente - VC14 e VC15 tonificam Xue e pacificam a mente - VC4, B17 e B20 tonificam o Xue. - B17 é o ponto de influência do Sangue. Aumenta a produção de sangue - B20 é o ponto que tonifica o Qi do Baço-Pâncreas. Aumenta a produção de sangue - BP6 tonifica Yin, Sangue e acalma a mente - F3, F13, VB34, TA6 e PC6 harmonizam o fígado - VC12, E36, BP6 tonificam o Qi do Baço-Pâncreas - BP3 é o ponto fonte do Baço-Pâncreas. Tonifica o Qi do Baço-Pâncreas - VC1 e VC4 tonificam o Rim e a essência - R3 tonifica o Rim, - R6 e R10 tonificam Yin do Rim

6.1

DIETOTERAPIA

COM

BASE

NA

MEDICINA

TRADICIONAL

ORIENTAL

A Dietoterapia Chinesa leva em consideração a energia que o alimento gera no processo de digestão, não a energia metabólica, mas a energia sutil da cor, sabor e local de origem,


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modificando o processo digestivo. O alimento é considerado como um todo melhorando o rendimento e o aproveitamento da energia sutil gerada (LOBO JUNIOR, 2015). Os alimentos são escolhidos pela Teoria dos Cinco Movimentos, considerando-se personalidade e afecção do animal. O tratamento de suporte ao paciente com sinais de disfunção cognitiva consiste em tonificar o Qi do Rim, fortalecendo a essência (Jing) que produz a medula (WEIMIN & HAIYAN, 2008). Então, como sugestão de alimentos, o arroz integral que favorece as funções dos rins, tonifica a mente (Shen), o cérebro e a medula, sendo muito utilizado no suporte às doenças degenerativas. O alho-poró que também beneficia cérebro, medula e o Yin dos Rins e, além disso, apresenta a função de remover calor interno e agitação. O cará que tonifica Qi, sangue e o Yin e o Yang dos Rins, além de fortalecer a essência (Jing). Os cogumelos que apresentam natureza Yin, porém nutrem tanto Yin como Yang de todos os sistemas, especialmente dos Rins. O gergelim preto é um excelente tônico para pacientes idosos e que apresentem sinais de síndrome de disfunção cognitiva, pois nutre cérebro, medula e Rim, além de nutrir ossos, tendões e sangue (BATTASTINI, 2016).

6.2 FITOTERAPIA CHINESA Na Medicina Tradicional Oriental a fitoterapia é parte integrante do tratamento e uma das ervas mais utilizadas é a Yi Gan San que atua nos meridianos do Baço, Fígado, Coração e Pericárdio, tendo como ações tonificar o Qi e promover seu livre fluxo, tonificar o Xue e dissipar a Umidade/Fleuma patológica. Também tonifica Baço e Coração, melhorando a qualidade de vida de pacientes geriátricos (SANTOS-JUNIOR, 2016). As ervas podem ser utilizadas de acordo com os padrões acima mencionados: - Bu Yin Tang: utilizada para tratar síndrome de deficiência de Yin do Rim, acompanhada de perda da Essência Vital e exacerbação de Pseudofogo. Tonifica Medula. Indicada para a síndrome de deficiência de medula óssea (CHENG, 2008); - Zuo Gui Wan : utilizada para tratar síndrome de deficiência de Sangue e Essência Vital de Rim e Fígado, sem sinais de exacerbação de Pseudocalor. Indicada para síndrome de deficiência de Yin do Rim e do Fígado (CHENG, 2008); - Liu Wei di Huang Wan (pílula dos seis ingredientes com Rehmania): utilizada para tratar deficiência de Yin do Rim e do Fígado acompanhada de ascensão de Pseudofogo. Indicada para síndrome de deficiência de Yin do Rim e do Fígado (CHENG, 2008); - Ji Sheng Shen Qi Wan: utilizada para tratar síndrome de deficiência de Yang do Baço e do Rim. Indicada para síndrome de deficiência de Yang do Rim e do Baço (CHENG, 2008); - An Jong San: utilizada para tratar retenção de Frio em Baço, Estômago e Intestinos, associada à estagnação de Qi e de Sangue. Revigora o Baço e o Estômago, elimina o bloqueio de Qi e Sangue e normaliza as funções gastrointestinais. Indicada para síndrome de estagnação de Qi e estase de Xue (CHENG, 2008); - Wen Dan Tang: utilizada para tratar síndrome de desarmonia entre Vesícula Biliar e Estômago, acompanhada de Mucosidade-Calor (com predomínio da Mucosidade). Dissolve Fleuma,


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tranquiliza a Mente. Indicada para síndrome de Fleuma túrbida obstruindo os meridianos e orifícios da Mente (CHENG, 2008); - Tian Wang Bu Xin Dan: utilizada para tratar síndrome de deficiência de Qi e Sangue do Coração acompanhada de desgaste mental. Indicada para síndrome de Fogo no Coração (CHENG, 2008).

7. CONSIDERAÇÕES GERAIS

Apesar de não ter cura, a síndrome da disfunção cognitiva pode ser tratada pela Medicina Tradicional Oriental com bons resultados. De acordo com a literatura exposta neste trabalho, a acupuntura mostrou-se eficaz tendo sido observados efeitos neuroprotetores e neuromoduladores, aliviando sintomas da disfunção cognitiva, com a melhora da memória espacial, a manutenção do equilíbrio oxidante-antioxidante e a regulação de proliferação celular e redução de células apoptóticas no hipocampo. A acupuntura pode melhorar a atividade cognitiva, aumentar a atividade da enzima superóxido dismutase, reduzindo o dano oxidativo cerebral, melhorando significativamente sua função. Também pode recuperar o circuito de nervos, melhorando a memória e aprendizado, através da otimização do conjunto entre as sinapses e induzindo a nova formação de sinapses. Observou-se também que a acupuntura tem efeito positivo sobre alguns genes relacionados ao envelhecimento do cérebro. A acupuntura melhora os sinais clínicos decorrentes da síndrome da disfunção cognitiva e, aliada à utilização de fórmulas magistrais chinesas e uma alimentação adequada também diminuindo os danos ocasionados no organismo por outras drogas, permitindo uma melhora na qualidade de vida do animal.


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ANEXO Anexo 1: Formulário de avaliação da disfunção cognitiva. Nome do Proprietário: Animal: Espécie: Idade: Notas: 0-nenhum; 1-brando; 2-moderado; 3-grave A: Confusão, inconsciência e orientação espacial Fica perdido em locais familiares Direciona-se para o lado errado da porta Fica parado; não consegue andar ou transpor obstáculos Diminuição da resposta aos estímulos B: Relações e comportamento social Diminuição do interesse por afeto ou contato Redução no comportamento de boas-vindas Alterações ou problemas com hierarquia social Necessidade de contato constante; dependência emocional C: Atividade – aumentada ou repetitiva Abocanha objetos Perambula; anda compulsivamente Lambe os proprietários ou objetos da casa Vocaliza D: Atividade – diminuída / apatia Diminuição da resposta aos estímulos Redução na higiene Apetite E: Ansiedade – irritabilidade aumentada Inquietação ou agitação Ansiedade de estar separado do dono Aumento da irritabilidade F: Ciclos de sono-vigília – inversão do padrão dia/noite Sono agitado; andar durante a noite Aumento de sono durante o dia G: Aprendizado e memória – eliminação de dejetos Eliminação de dejetos dentro de casa, lugares aleatórios Diminuição ou perda do comportamento de sinalização Sai de casa, mas urina e defeca em casa quando retorna Eliminação de dejetos na casinha ou cama Incontinência H: Aprendizado e memória – tarefas e comandos Capacidade prejudicada para o trabalho Diminuição do reconhecimento de pessoas ou animais da família Diminuição da resposta a comandos e tarefas conhecidas Redução na capacidade de realizar tarefas Incapacidade de aprender ou lentidão em aprender novas tarefas Fonte: LANDSBERG, 2008

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