Efeitos da acupuntura no tratamento de sequela de cinomose em cão

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FACULDADE DE JAGUARIÚNA

ANA LUISA TOSCANO VIEIRA PINTO

EFEITOS DA ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DE SEQUELA DE CINOMOSE EM CÃO

Relato de Dois Casos

Jaguariúna 2017


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ANA LUISA TOSCANO VIEIRA PINTO

EFEITOS DA ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DE SEQUELA DE CINOMOSE EM CÃO

Relato de Dois Casos

Monografia apresentada à Faculdade Jaguariúna, como parte integrante do Curso de Especialização “Lato Sensu” em Acupuntura Veterinária.

Orientadora: NATHALIA CELEITA RODRÍGUEZ

Jaguariúna 2017


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DEDICATÓRIA Primeiramente a Deus, pela dádiva da vida e todas as bênçãos recebidas; À minha mãe Maria de Lourdes, pelo amor e ensinamentos durante toda a minha trajetória, estando ao meu lado mesmo quando as escolhas não foram boas; À minha irmã Cecília, por todo seu amor e apoio nas horas certas e incertas de minha vida, pelo nosso riso fácil e pela alegria de compartilhar a vida com você; Às minhas irmãs Sophia e Cristina, por todo cuidado e amor desprendidos mesmo quando a distância física se faz presente; Ao meu filho Guilherme, por me mostrar o que é o amor que não cabe no peito e pela motivação diária; Aos animais, por nos ensinarem a sermos melhores a cada dia.


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AGRADECIMENTOS A todos os mestres do Instituto Bioethicus que contribuíram para minha formação em acupuntura veterinária, em especial aos professores Jean Joaquim, Maria Luisa de Cápua e Stelio Pacca Loureiro; À minha orientadora Nathalia Celeita Rodríguez, pela atenção, apoio e orientação neste trabalho; À Etelvina Porto, Dalila Nunes e Terezinha Carvalho, amigas que a acupuntura me trouxe e que levo para toda a vida. Obrigada pela contribuição neste trabalho; Ao cunhado Luiz Dantas, pelos conselhos e cuidado; À Kathia Macena, pelo incentivo e apoio; Aos amigos Pat Travassos e Evandro Araújo, por terem sido fundamentais ao retorno da minha profissão e vocação, além de todo carinho e motivação; À Fernanda Caju e Antonio Travassos, por abrirem suas portas e grande amizade.


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EPÍGRAFE

Que a tua vida seja um serviço prestado aos teus e à humanidade. Que o teu serviço seja uma forma de agradecer a vida que de graça recebeste e que, na gratuidade, deves manter. Que o teu serviço possa testemunhar daquilo que te faz crer. Que o teu serviço possa o bem aportar. Que o teu serviço seja a expressão do teu ser. Que o teu serviço aconteça onde de ti vier a se necessitar. Serve com tua maneira de ser. Serve com tua maneira de viver. Serve com tua forma de crer. Serve a quem mais de ti estiver a precisar. Padre Airton Freire


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RESUMO VIEIRA PINTO, Ana Luisa. EFEITOS DA ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DE SEQUELA DE CINOMOSE EM CÃO: Relato de Dois Casos, 34f. Trabalho de conclusão de curso em Acupuntura Veterinária, Faculdade de Jaguariúna, Jaguariúna, 2017.

A cinomose canina é uma doença viral multissistêmica, extremamente infectocontagiosa de ocorrência mundial, que pode acometer todas as famílias da ordem Carnivora, sendo o cão o principal reservatório. A cinomose canina representa um grande desafio para a medicina veterinária, devido aos altos índices de morbidade e mortalidade, assim como graves sequelas aos animais acometidos. A busca por novas alternativas que atenuem as sequelas geradas pelo vírus da cinomose, assim como a parcial ou total reabilitação desses pacientes, torna a acupuntura milenar uma ferramenta fundamental e extremamente atual. O objetivo deste trabalho foi descrever os efeitos da acupuntura em dois cães com sequelas neurológicas de cinomose, atendidos no Ambulatório de Acupuntura do Hospital Veterinário da Universidade Federal Rural de Pernambuco. No caso 1, o paciente voltou a controlar a micção e houve sensível diminuição da mioclonia. No caso 2, o paciente voltou a enxergar e houve remissão de todas as sequelas apresentadas. Em ambos os casos os pacientes voltaram a se alimentar sozinhos, caminhar e serem independentes em suas atividades diárias.

Palavras chave: morbilivírus, medicina tradicional chinesa, reabilitação.


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RESUMEN VIEIRA PINTO, Ana Luisa. EFECTOS DE LA ACUPUNTURA EN EL TRATAMIENTO DE SEQUELAS POR MOQUILLO CANINO: Relato de dos casos, 34p. Trabajo de conclusión de curso en Acupuntura Veterinaria, Facultad de Jaguariúna, Jaguariúna, 2017.

El moquillo canino, es una enfermedad infectocontagiosa de origen viral, multisistémica y de ocurrencia mundial que afecta a todas las familias del orden Carnivora, siendo el perro el principal reservorio. El moquillo canino representa un gran desafío para la medicina veterinaria debido a las altas tasas de morbilidad y mortalidad, y al difícil control de las secuelas. La acupuntura, una técnica terapéutica milenar, se presenta como una alternativa promisoria en la rehabilitación parcial o total de pacientes con secuelas dejadas por el virus del moquillo canino. El objetivo de este estudio fue describir el efecto de la acupuntura en dos pacientes caninos con secuelas de moquillo. Los pacientes fueron atendidos en el consultorio de acupuntura del Hospital Veterinario de la Universidad Federal Rural de Pernambuco, donde se presentaron con signos neurológicos asociados al virus del moquillo canino. El diagnóstico de los pacientes fue confirmado mediante exámenes laboratoriales. Después de la acupuntura, uno de los pacientes volvió a tener control de la micción con disminución significativa de los mioclonos. Por otro lado, el segundo paciente recuperó la visión y tuvo remisión completa de las secuelas registradas antes del inicio de la terapia. Es importante resaltar que en ambos casos, después de la acupuntura, los pacientes recuperaron la independencia para ejecutar actividades diarias como alimentarse y caminar. Palabras clave: morbilivírus, medicina tradicional china, rehabilitación.


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LISTA DE FIGURAS Figura 1: Transmissão do vírus da cinomose com evolução sistêmica e neurológica...13 Figura 2: Yin-Yang........................................................................................................14 Figura 3: Os Cinco Elementos.......................................................................................15 Figura 4: Meridiano da Vesícula Biliar..........................................................................17 Figura 5: Meridiano do Intestino Grosso.......................................................................18 Figura 6: Meridiano do Estômago..................................................................................19 Figura 7: Meridiano da Bexiga.......................................................................................20 Figura 8: Meridiano do Rim...........................................................................................21 Figura 9: Meridiano do Fígado.......................................................................................22


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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AP

acupuntura

B

meridiano da Bexiga

BID

duas vezes ao dia

C

meridiano do Coração

F

meridiano do Fígado

ID

meridiano do Intestino Delgado

IG

meridiano do Intestino Grosso

MTC

Medicina Tradicional Chinesa

VB

meridiano da Vesícula Biliar

R

meridiano do Rim

P

meridiano do Pulmão

VG

meridiano do Vaso Governador

Pc

meridiano do Pericárdio

RT-PCR

reação em cadeia da polimerase, precedida de transcrição reversa

SNC

sistema nervoso central

SRD

sem raça definida

TA

meridiano do Triplo Aquecedor


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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 11 2. CINOMOSE CANINA .............................................................................................. 11 3. ACUPUNTURA NA CINOMOSE ........................................................................... 14 4. RELATO DE CASOS ................................................................................................ 22 5. DISCUSSÃO .............................................................................................................. 24 6. CONCLUSÃO ............................................................................................................ 26 APÊNDICES .................................................................................................................. 27 REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 30


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1. INTRODUÇÃO

CINOMOSE canina é uma doença infecciosa causada por um Morbilivirus, da família Paramyxoviridae, que acomete carnívoros terrestres e aquáticos, sendo a espécie canina doméstica a mais susceptível (CARVALHO, 2012). É uma doença que apresenta uma alta morbidade e prevalência caracterizada principalmente por um estado de imunossupressão transitória grave, o que conduz à apresentação de sequelas neurológicas severas (MARTELLA et al., 2008), motivo pelo qual é comumente recomendada a eutanásia pela falta de tratamentos convencionais eficazes no progresso da doença. SEGUNDO a Medicina Tradicional Chinesa (MTC), a cinomose ocorre quando há um desequilíbrio entre o Qi do corpo e o fator patogênico exterior (MACIOCIA, 1996), representando uma síndrome de Vento e Calor de natureza Yang. A acupuntura com agulha simples é uma das diferentes técnicas existentes na MTC para a estimulação dos acupontos, com o objetivo de restabelecer o equilíbrio funcional e a homeostasia no tratamento de diversas doenças, sendo uma alternativa terapêutica em casos de sequelas neurológicas causadas pela cinomose. ESTE estudo teve como objetivo descrever os efeitos da acupuntura no tratamento de sequelas neurológicas causada pelo vírus da cinomose em dois cães, demonstrando a efetividade da técnica de agulha seca na melhora dos sintomas e na qualidade de vida dos pacientes acometidos pela doença, permitindo uma reabilitação parcial ou total.

2. CINOMOSE CANINA

A cinomose canina é uma enfermidade causada por vírus, de ocorrência e distribuição mundial, altamente contagiosa, com altos níveis de incidência e letalidade. O vírus da cinomose canina pertence ao gênero Morbilivirus, família Paramoxiviridae e acomete os indivíduos da ordem Carnivora, sendo os mais acometidos os animais da família Canidae (CARVALHO et al., 2012; MARTINEZ-GUTIERREZ & RUIZ-SAENZ, 2016; KAPIL & YEARY, 2011).

O vírus da cinomose acomete cães e outros


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carnívoros de forma multissistêmica, infectando células epiteliais, mesenquimais, neuroendócrinas e hematopoiéticas de vários órgãos e tecidos (CARVALHO et al., 2012). As manifestações clínicas apresentadas acometem o sistema respiratório, acompanhada por alterações gastroentéricas e imunossupressão, causada pela destruição prematura de linfócitos e leucoencefalite desmielinizantes. As lesões desmielinizantes no Sistema Nervoso Central (SNC) são bastante graves, sendo a desmielinização primária o dano na própria mielina e a desmielinização secundária decorrente de lesão axonal que promove posteriormente degeneração na mielina (CARVALHO et al., 2012). Após a penetração no organismo suscetível, o vírus entra em contato com o epitélio do trato respiratório superior e apresenta a seguinte evolução: - Em 24 horas ocorre replicação viral nos macrófagos e disseminação pela via linfática local para tonsilas e linfonodos brônquicos (VANDEVELDE e ZURBRIGGEN, 1995; VANDEVELVE e ZURBRIGGEN, 2005; GREENE, 2006); - 2 a 4 dias pós infecção- aumento de partículas virais nas tonsilas, linfonodos retrofaríngeos e bronquiais. São encontradas pequenas quantidades de células mononucleares infectadas em outros órgãos linfoides (CORRÊA e CORRÊA, 1992; TIPOLD et al,1992; GREENE, 2006); -4 a 6 dias- replicação viral no sistema linfoide, medula óssea, baço, timo, placas de Payer, linfonodos mesentéricos, células estomacais, células de Kupffer e células monocleares ao redor dos vasos pulmonares e bronquiais (CORRÊA e CORRÊA,1992; TIPOLD et al,1992; GREENE, 2006); -8 a 10 dias- disseminação do vírus no epitélio e nos tecidos do sistema SNC, por via hematógena ou pelo líquor (JONES et al, 2000; VANDEVELVE e ZURBRIGGEN, 2005; GREENE, 2006); -9 a 14 dias- em cães com níveis intermediários de resposta imunomediadas por células e com títulos de anticorpos que aparecem tardiamente, ocorre disseminação do vírus para os tecidos epiteliais (CORRÊA e CORRÊA,1992; GREENE, 2006);


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- 20 a 30 dias- febre, perda de peso, anorexia, vômitos, diarreias, dispneia, distúrbios neurológicos e óbito (KOUTINAS et al., 2002; SHERDING, 2008). Figura 1: Transmissão do vírus da cinomose com evolução sistêmica e neurológica.

Fonte: MORO et al, 2004.

Não existe terapia específica, o tratamento é de suporte, sendo muitas vezes necessário o uso de antibióticos para combater as infecções bacterianas secundárias que comumente são observadas nos animais imunossuprimidos (CARVALHO et al., 2012). Sintomas como febre, corrimentos oculonasais mucopurulentos, sinais respiratórios (rinite,

tosse

e

pneumonia),

diarreia,

hiperceratose

naso-digital,

linfopenia,

coriorretinite, são altamente sugestivos de cinomose, principalmente em cães jovens sem vacinação ou adultos com vacinação inadequada (ETTINGER, 2005; TUDURY, 1997), porém, a clínica da cinomose apresenta muitas variações que podem dificultar o diagnóstico da doença. Dentro os exames laboratoriais, a técnica RT-PCR de urina pode ser utilizada com segurança para o diagnóstico ante mortem em qualquer fase clínica da doença (GEBARA et al., 2004). A prevenção é o tratamento mais eficaz no combate ao vírus da cinomose, com vacinação das cadelas gestantes, garantia de colostro de qualidade e em quantidade


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suficiente pelos filhotes, vacinação a partir da 6-8 semanas de idade, com intervalo de 21 dias até as 14-16 semanas (HOSKINS, 2008). O reforço vacinal deve ser anual (CRAWFORD & SELLON, 2010; GREENE & VANDEVELDE, 2012). O isolamento dos animais doentes e convalescentes, além da sistemática desinfecção do ambiente é imprescindível para o controle da disseminação viral (CRAWFORD & SELLON, 2010; GREENE & VANDEVELDE, 2012).

3. ACUPUNTURA NA CINOMOSE

Seis fatores climáticos Vento, Frio, Calor, Umidade, Secura e Fogo são causas exteriores de doenças e estão muito relacionados ao tempo e às estações. A doença ocorre quando há um desequilíbrio entre o Qi do corpo e o fator patogênico exterior (MACIOCIA,1996). De acordo com a MTC, a cinomose é uma síndrome de Vento e Calor, Interna e de Natureza Yang (COLE, 1996). O órgão Yin relacionado ao fator climático Vento é o Fígado que é o órgão Yin do Elemento Madeira, sendo a Vesícula Biliar a víscera Yang, a raiva sua emoção, a abertura nos olhos, tendões os tecidos e a estação a primavera (MACIOCIA,1996). Figura 2: Yin-Yang

Fonte: ITIO- Instituto de Terapia Integrada e Oriental

Existem três padrões distintos de Vento do Fígado, de acordo com MACIOCIA (1996): Calor extremo gerando Vento, Deficiência de Yin do Fígado com aumento do Yang do Fígado gerando Vento e Deficiência de Sangue do Fígado gerando Vento.


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As doenças de Calor são causadas por Vento-Calor na fase inicial e provocam febre, penetram pelo nariz e pela boca, sendo a transformação de Vento-Calor em Calor Interior muito rápida, prejudicando de forma muito significativa o Yin. Quando o Vento-Calor atravessa o Qi Defensivo Exterior, torna-se Interior e transforma-se em Calor, podendo atingir o Qi, Qi Nutritivo e mais gravemente, o Sangue (MACIOCIA,1996). Figura 3: Os Cinco Elementos

Fonte: ITIO- Instituto de Terapia Integrada e Oriental

Segundo COLE, 1996: “O objetivo da acupuntura é a estimulação terapêutica dos pontos cutâneos ativos. Podem ser identificados recursos que baseiam-se na ação nociceptiva e que, quando utilizados corretamente e em pontos e áreas adequados, despertarão o potencial trófico e restabelecerão o equilíbrio orgânico ou parte dele, controlando a sintomatologia”. Na acupuntura, o objetivo do tratamento é dispersar o Vento, controlar o Yang do Fígado, desobstruir os canais para o fluxo de Qi, tonificar o Qi, Yin e o Sangue. A descrição das ações e indicações dos pontos escolhidos foi realizada de acordo com o padrão dos pacientes e a sintomatologia apresentada.

Yin Tang- Palácio da Chancela Localização: linha média, entre as sobrancelhas (XIE, 2011).


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Ações: expele o Vento Interior e acalma a Mente (MACIOCIA, 1996). Indicações: convulsões, insônia e ansiedade (MACIOCIA, 1996). VB14- (Yangbai) Yang Branco Ponto de cruzamento dos canais da Vesícula biliar, Estômago, Intestino Grosso e Triplo Aquecedor. Localização: perpendicular à pele acima da pupila, posterior ao processo zigomático do osso frontal (DRAEHMPAEHI, ZOHMANN, 1997). Ações: domina o Yang do Fígado, elimina Vento Interior e o Vento da face, clareia os olhos (MACIOCIA,1996). Indicações: opistótono, desvio dos olhos e da boca, contrações e inclinações palpebrais, problemas oculares, paralisia facial (MACIOCIA,1996). VB20- (Fengchi) Poço dos Ventos Ponto de cruzamento dos canais da Vesícula Biliar e Triplo Aquecedor. Localização: em uma depressão na extremidade inferior do osso occipital, lateral à base do músculo cleidocervical (DRAEHMPAEHI, ZOHMANN,1997). Ações: elimina Vento Interior e Exterior, domina o Yang do Fígado, ilumina os olhos, nutre a medula, clareia o calor e a mente (MACIOCIA, 1996). Indicações: atrofia do nervo óptico, tontura (MACIOCIA, 1996). VB30- (Huantiao) Salto em Círculo Ponto de encontro do canal da Vesícula Biliar com o canal da Bexiga. Localização: caudal e dorsal ao trocanter maior do fêmur, em uma depressão atrás da articulação do quadril (DRAEHMPAEHI, ZOHMANN, 1997). Ações: desobstrui o canal, extingue o Vento, tonifica o Sangue e o Qi (MACIOCIA, 1996). Indicações: Síndrome da Obstrução Dolorosa (Síndrome Bi) do quadril, Síndrome da Atrofia (Síndrome Wei), fadiga e rigidez do joelho (MACIOCIA, 1996).


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VB34- (Yanglingquan) Yang Monte Primavera Ponto Mar/ Ponto Terra/ Ponto Mestre de Ligamentos e Tendões. Localização: cranioventral à epífise fibular (DRAEHMPAEHI, ZOHMANN, 1997). Ações: atua no fluxo de Qi do Fígado, tira Umidade-Calor do Fígado e Vesícula Biliar, desobstrui o canal e auxilia os tendões (MACIOCIA, 1996). Indicações: depressão, irritabilidade, contratura tendínea, Síndrome da Obstrução Dolorosa (Síndrome Bi), Síndrome da Atrofia (Síndrome Wei) na parte inferior das pernas (MACIOCIA, 1996). Figura 4: Meridiano da Vesícula Biliar

Fonte: Draehmpaehl; Zohmann (1997).

IG4 - (Hegu) – Vale Profundo Ponto Fonte (Yuan)/ Ponto Mestre da face e cabeça posterior. Localização: extremidade medial do osso metacárpico II, no meio da dobra da pele, após abdução do 2º dedo (DRAEHMPAEHI, ZOHMANN, 1997). Ações: principal ponto para expelir Vento-Calor e libertar o exterior; regula o Qi defensivo, analgesia, desobstrui o canal (MACIOCIA, 1996). Indicações: Síndrome da obstrução dolorosa (Síndrome Bi), contração dos dedos, dor no braço (MACIOCIA, 1996).


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IG11 – (Quchi)- Lagoa Tortuosa Ponto Mar/Ponto Terra/Ponto de Tonificação. Localização: no final da dobra do cotovelo e o epicôndilo lateral do úmero, quando este estiver levemente flexionado (DRAEHMPAEHI, ZOHMANN, 1997). Ações: remove as obstruções e o calor do canal, beneficia tendões e ligamentos (MACIOCIA,1996). Indicações: Síndrome da Obstrução Dolorosa (Sìndrome Bi) nos braços e ombros, contração dos braços, dor e rigidez dos cotovelos e atrofia dos braços (MACIOCIA, 1996). Figura 5: Meridiano do Intestino Grosso

Fonte: Draehmpaehl; Zohmann (1997).

E36-( Zusanli) Três Distâncias do Pé Ponto Mar/ Ponto Terra/ Ponto Mestre de Abdomen Inferior Localização: em uma depressão lateral à tuberosidade tibial, na base do músculo tibial cranial (DRAEHMPAEHI, ZOHMANN, 1997). Ação: ponto mais importante de tonificação de Qi, Sangue, Yin, Yang e Qi Original (MACIOCIA, 1996). Indicações: fadiga, debilidade e Síndrome da Obstrução Dolorosa (Síndrome Bi) do joelho (MACIOCIA, 1996).


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Figura 6: Meridiano do Estômago

Fonte: Draehmpaehl; Zohmann (1997).

B18- (Ganshu) Buraco do Fígado Ponto Shu do Fígado. Localização: a largura de uma costela, lateral à extremidade inferior do processo espinhoso da 10º vértebra torácica (DRAEHMPAEHI, ZOHMANN, 1997). Ações: movimenta o Qi do Fígado e elimina a estagnação, ilumina os olhos, beneficia os tendões, nutre e revigora o sangue do Fígado (MACIOCIA, 1996). Indicações: dor lombar, pescoço e tendões, opistótono, rigidez no pescoço e coluna (MACIOCIA, 1996). B23-(Shenshu) Buraco do Rim Ponto Shu do Rim. Localização: a largura de uma costela, lateral à extremidade inferior do processo espinhoso da 2º vértebra lombar (DRAEHMPAEHI, ZOHMANN, 1997). Ação: principal ponto de tonificação do Rim (MACIOCIA, 1996). Indicações: fadiga, depressão, deficiência de sangue (MACIOCIA, 1996).


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B60 (Kunlun) Montanha Kunlun Ponto Rio/ Ponto Fogo. Localização: entre o maléolo lateral e a tuberosidade calcânea (DRAEHMPAEHI, ZOHMANN, 1997). Ações: clareia o Calor, extingue o Vento exterior e interior, controla a rebelião do Qi da cabeça e revigora o Sangue (MACIOCIA, 1996). Indicações: Síndrome da Obstrução Dolorosa (Síndrome Bi), do ombro, pescoço e cabeça, tremor nas pernas (MACIOCIA, 1996). Figura 7: Meridiano da Bexiga

Fonte: Draehmpaehl; Zohmann (1997).

R3 (Taixi) Grande Ribeirão Ponto Riacho/Ponto Fonte e Ponto Terra. Localização: entre o maléolo medial e a tuberosidade calcânea (DRAEHMPAEHI, ZOHMANN, 1997). Ações: importante para tonificar o Yin, Yang ou Qi do Rim. Fortalece a Essência, os Ossos e a Medula (MACIOCIA, 1996).


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Indicações: esgotamento, tosse, insônia, urina frequente, joelhos fracos (MACIOCIA, 1996). Figura 8: Meridiano do Rim

Fonte: Draehmpaehl; Zohmann (1997).

F3- (Taichong) Ponto Fonte e Riacho/ Ponto Terra Localização: entre o segundo e terceiro ossos metatarsianos, proximal à articulação metatarsofalangeana do membro pélvico (XIE, 2011). Ações: ponto fundamental para drenar o Fígado de padrões de excesso, domina o Yang do Fígado, promove o fluxo de Qi do Fígado, nutre o Sangue do Fígado, acalma espasmos e contrações tendino-musculares (MACIOCIA, 1996). Indicações: opistótono e calmante (MACIOCIA, 1996), atua na circulação dos tendões extensores. Figura 9: Meridiano do Fígado


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Fonte: Draehmpaehl; Zohmann (1997).

4. RELATO DE CASOS

4.1 Caso clínico 1 Foi atendido um canino, macho, Fox Paulistinha, de dois anos de idade e pesando 6 kg. O animal foi encaminhado ao Ambulatório de Acupuntura do Hospital Veterinário da Universidade Federal Rural de Pernambuco no ano de 2016, devido às sequelas decorrentes da cinomose. A proprietária relatou que o animal foi vacinado aos dois meses de idade e após a vacina começou a apresentar diarreia e secreção nasal. O diagnóstico de cinomose foi confirmado na época com exame de RT-PCR de urina positivo. No exame clínico tradicional apresentava hipoplasia do esmalte dentário, tetraparesia, mioclonia acentuada, atrofia muscular e enrijecimento articular dos membros torácicos e pélvicos, incontinência urinária, língua flácida para fora da boca e de cor violácea na sua totalidade, sensibilidade superficial e profunda com reflexos preservados nos quatro membros.


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O animal fazia uso de fenobarbital (meio comprimido de 50 mg, à noite), porém nunca apresentou convulsão. A sessão de acupuntura foi realizada uma vez por semana, com uso de agulha seca 0,25 x 30, durante trinta minutos. Os pontos escolhidos para o tratamento foram: Yin Tang, VB20, IG4, IG11, B18, B23, VB30, VB34, E36, R3, B60 e F3. Na segunda sessão de acupuntura, houve melhora significativa da mioclonia. No decorrer das sessões, as melhoras foram significativas e na quinta sessão de acupuntura, o controle da micção estava normalizado. Na oitava sessão de acupuntura, o animal apoiava os três membros no chão e caminhava. O membro torácico esquerdo apresentava flexão sem apoio. Atualmente, o paciente apresenta apoio nos quatro membros, com leve flexão no membro torácico esquerdo, quando parado. 4.2 Caso clínico 2 Foi atendido um canino, macho, sem raça definida (SRD), de seis anos de idade e pesando 14,5 kg, sem histórico de vacinação. O animal foi encaminhado ao Ambulatório de Acupuntura do Hospital Veterinário da Universidade Federal Rural de Pernambuco, devido às sequelas de cinomose, após a indicação de eutanásia por três clínicas da cidade. O teste de Imunoensaio Cromatográfico foi realizado para confirmar o diagnóstico de cinomose, após o hemograma apresentar trombocitopenia, discreto desvio à esquerda regenerativo, neutrofilia relativa e linfopenia relativa e absoluta. Após onze dias da confirmação da cinomose, o animal teve diagnóstico positivo de Babesia SP., seguido de Ehrlichia SP., após doze dias do último exame de pesquisa de hematozoário. No exame clínico tradicional, o animal apresentava cegueira, midríase bilateral, reflexo de ameaça negativo, ausência de reflexo pupilar a estímulo luminoso, mioclonia palpebral, nistagmo, opistótono, tetraparesia, atrofia dos músculos temporais, sensibilidade superficial e profunda presentes, porém diminuídas nos quatro membros, decúbito lateral e convulsões.


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Havia sido administrada ribavirina manipulada (cápsula de 30mg/kg, durante 15 dias), hemolitan (2 ml, 2 vezes ao dia, durante 21 dias), complexo B (20 gotas ao dia, durante 30 dias), vitamina C ( 1 gota/kg, durante 30 dias) e vitamina A (10000Ui/kg, durante 30 dias). Fazia uso de doxiciclina (1 comprimido de 100mg, a cada 12 horas, durante 21 dias), fenobarbital (1 comprimido de 50 mg, a cada 12 horas) na época em que chegou ao ambulatório. A sessão de acupuntura foi realizada uma vez por semana, com uso de agulha 0,25 x 30, durante trinta minutos. Os pontos escolhidos para o tratamento foram: Yin Tang, VB20, VG14, IG4, B18, B23, VB30, VB34, E36, R3, B60 e F3. Na segunda sessão de acupuntura, o paciente apresentou melhora significativa, apresentando-se menos apático aos estímulos externos, com os membros torácicos tentando se firmar, porém ainda atáxico e com parestesia dos membros pélvicos. Houve leve redução da midríase e mioclonia palpebral. No decorrer das sessões, as melhoras foram progressivas, tanto na deambulação como visual. Na oitava sessão, o animal caminhava e enxergava normalmente, com regressão total da atrofia dos músculos temporais, reflexos pupilares e de defesa presentes, sem mioclonia palpebral e opistótono. O paciente passou a ter as sessões de acupuntura espaçadas para quinze dias durante dois meses e ao final desse período recebeu alta médica, com uso apenas do fenobarbital de 50mg BID.

5. DISCUSSÃO

A total recuperação dos pacientes com sequelas de cinomose evidenciou a acupuntura como tratamento a ser utilizado em pacientes que antes estavam condenados à morte, com péssima ou nenhuma qualidade de vida. Os pontos selecionados possuem muitas funções e indicações, e foram selecionados de acordo com suas principais ações dentro da sintomatologia apresentada. Os pontos Yin Tang, VB 20, IG4 foram usados para retirada de Vento; VB14, B18 para beneficiar os olhos; VB14, F3 para dominar o Yang do Fígado; IG11, B18, VB34, F3 para ligamentos e tendões; IG4, IG11, B18 para desobstrução do canal e estagnação; R3, E36, VB30 para tonificação; B18, VB20, VB30, E36, B60, F3 para nutrir e tonificar o


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Sangue; B60, E36, IG4, IG11, VB30, VB34 para Síndrome da Obstrução Dolorosa (Síndrome Bi) e VB34, VB30 para Síndrome da Atrofia (Síndrome Wei). Nos dois casos relatados, a falha na prevenção corrobora o estudo realizado por TUDURY, et al., 1997, em que as falhas vacinais ou a ausência de um programa de vacinação adequado predispõem os animais tanto para a cinomose sistêmica quanto para a nervosa. Neste mesmo estudo, os sinais clínicos mais frequentes foram, entre outros, as alterações das reações posturais (87,65%), mioclonias (75,30%) e paresias (69,12%). MARTELLA et al., 2008, relataram que os sinais neurológicos podem iniciar após 20 dias da infecção, sendo observados inclinação da cabeça, nistagmo, paralisia parcial ou completa, convulsões e demência, sendo as contrações involuntárias espasmódicas ou contração muscular, convulsões antes do movimento chamado “ mascar chiclete” na boca, característicos da infecção causada pelo vírus da cinomose, com graves lesões desmielinizantes no SNC. A hipoplasia do esmalte dentário (GREENE, 1990) foi constatada no Caso 1, infectado pelo vírus aos dois meses de idade. Houve melhora dos sintomas neurológicos nos dois casos tratados apenas com agulha simples, sendo a reversão total das sequelas no Caso 2. Em um estudo com 43 casos de sequelas neurológicas, entre elas a cinomose, JOAQUIM et al.,2003, obtiveram melhora dos sintomas com acupuntura em 93% dos pacientes, sendo que em 46% dos animais foi utilizada apenas agulha seca. Em sua tese de mestrado, COLE, 1996, separou 52 animais diagnosticados clinicamente com cinomose em três grupos, sendo um grupo tratado alopaticamente, outro grupo tratado com acupuntura e o terceiro grupo sem tratamento. Nenhum animal veio a óbito e nove ficaram sadios no grupo da acupuntura, sendo que três animais morreram e um ficou sadio no grupo da alopatia, e no grupo controle, cinco animais faleceram e nenhum ficou sadio, o que demonstra o efeito da acupuntura em animais com distúrbios neurológicos decorrentes da cinomose. O tratamento das convulsões por meio da acupuntura representa uma alternativa para a melhora na qualidade de vida dos pacientes com sequelas decorrentes da cinomose, como demonstrado ao ser listado no Consenso de Pequenos Animais no Tratamento de


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Convulsões de Cães e Gatos em 2015, como uma alternativa não farmacológica para o tratamento desta enfermidade (Podell et al., 2015).

6. CONCLUSÃO

A acupuntura demonstrou recuperar animais com graves sequelas de cinomose, antes indicados à eutanásia ou com baixa qualidade de vida. Os animais após o início da fase crônica da doença, prontamente encaminhados para a acupuntura respondem de forma mais rápida do que os animais que tiveram o agravamento sistêmico, neurológico, ósseo e muscular, devido ao tempo em que suas estruturas foram sendo comprometidas pelas sequelas do vírus da cinomose.


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APÊNDICES APÊNDICE A: Cão da raça Fox Paulistinha diagnosticado com cinomose antes do início do tratamento com acupuntura. O paciente apresentava hipoplasia do esmalte dentário, tetraparesia, mioclonia acentuada, atrofia muscular e enrijecimento articular dos membros torácicos e pélvicos, incontinência urinária, língua flácida para fora da boca e de cor violácea na sua totalidade, sensibilidade superficial e profunda com reflexos preservados nos quatro membros.


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APÊNDICE B: Cão da raça Fox Paulistinha diagnosticado com cinomose canina após a oitava sessão de acupuntura. O paciente voltou a controlar a micção, caminhar e houve sensível diminuição da mioclonia.

APÊNDICE C: Cão sem raça definida (SRD) diagnosticado com cinomose antes do início do tratamento com acupuntura. Paciente encaminhado com indicação para eutanásia por apresentar cegueira, midríase bilateral, reflexo de ameaça negativo, ausência de reflexo pupilar a estímulo luminoso, mioclonia palpebral, nistagmo, opistótono, tetraparesia, atrofia dos músculos temporais, sensibilidade superficial e profunda presentes, porém diminuídas nos quatro membros, decúbito lateral e convulsões.


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APÊNDICE D: Cão sem raça definida (SRD) diagnosticado com cinomose canina antes do início do tratamento com acupuntura. O cão apresentava atrofia do músculo temporal.

APÊNDICE E: Cão sem raça definida (SRD) diagnosticado com cinomose com alta médica após a décima sessão de acupuntura. O paciente voltou a enxergar e houve remissão de todas as sequelas apresentadas, voltando a se alimentar sozinho, caminhar e ser independente em suas atividades diárias.


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