Localização dos pontos de acupuntura em aves, répteis e mamíferos exóticos

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Faculdade de Jaguariúna

Lygia Karla Sanches Francelino

LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE ACUPUNTURA EM AVES, RÉPTEIS E MAMÍFEROS EXÓTICOS – REVISÃO DE LITERATURA E RELATOS DE CASOS

Jaguariúna 2017


Lygia Karla Sanches Francelino

LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE ACUPUNTURA EM AVES, RÉPTEIS E MAMÍFEROS EXÓTICOS – REVISÃO DE LITERATURA E RELATO DE CASOS

Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Acupuntura Veterinária, apresentado à Faculdade de Jaguariúna e ao Instituto Bioethicus, Botucatu, SP.

Área: Acupuntura Veterinária

Orientador: Rodrigo Monteiro Fagundes

Jaguariúna 2017


III

AGRADECIMENTOS Agradeço aos meus pais, Francisco e Aparecida, à minha irmã Ludmila e ao meu noivo Bruno, por todo o apoio e pela compreensão do valor que os finais-de-semana dedicados à Pós-Graduação em Acupuntura Veterinária têm para mim. Agradeço aos professores Maria Luisa Bufo de Cápua, Stelio Pacca Loureiro Luna e Jean Guilherme Fernandes Joaquim por serem inspirações profissionais para mim; também pelos inestimáveis ensinamentos transmitidos e pela confiança em mim depositada ao me selecionarem como monitora da turma. Agradeço ao meu orientador, Rodrigo Fagundes, por dispor de seu tempo e conhecimento para me guiar através da Acupuntura Veterinária de Animais Silvestres e deste trabalho de conclusão de curso. Agradeço aos meus colegas de turma por todo o apoio e estímulo oferecidos ao trilharmos juntos os caminhos da Medicina Tradicional Chinesa. Agradeço imensamente a todos os profissionais que ministraram aulas em nosso curso, por nos ofertarem seu tempo e seu conhecimento, itens valiosos na formação de novos acupunturistas. Agradeço às residentes do Ambulatório de Acupuntura Veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia –UNESP Botucatu, Heloísa Dellaqua Coutinho e Maíra Belli, e aos colegas de estágio e de turmas anteriores que fizeram parte desta jornada; serei eternamente grata por todas as instruções, ensinamentos e apoio em todos os estágios da minha formação como acupunturista veterinária. E agradeço àqueles que tornaram tudo possível – desde nos emprestar seus corpos e mentes para estudo a nos oferecer um rico suporte para o aprendizado: os animais. Que cada animal que eu auxilie com este conhecimento possa sentir o amor e a dedicação de outros animais que o precederam; os quais me permitiram aprimorar minhas habilidades a ponto de almejar curá-los.


SUMÁRIO AGRADECIMENTOS ................................................................................................................... III LISTA DE ABREVIATURAS .........................................................................................................V LISTA DE FIGURAS..................................................................................................................... VI LISTA DE TABELAS................................................................................................................... VII RESUMO......................................................................................................................................VIII ABSTRACT ................................................................................................................................... IX INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 10 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................................... 12 1. Métodos de localização de pontos de Acupuntura em animais: ............................................. 12 2. Pontos de Acupuntura anteriormente descritos em Animais Silvestres:................................. 13 3. Acupuntura em Aves: ............................................................................................................. 19 3.1 Anatomia de aves aplicada à Acupuntura ......................................................................... 19 3.2 Pontos de Acupuntura em Aves: ....................................................................................... 20 4. Pontos de Acupuntura em Répteis: ......................................................................................... 21 4.1 Transposição de Pontos em Serpentes .............................................................................. 22 5. Pontos de Acupuntura em Mamíferos Exóticos: .................................................................... 23 RELATOS DE CASOS: ................................................................................................................. 25 Caso nº 1: Paralisia de membros posteriores em coelho (Oryctolagus cuniculus) ..................... 25 Caso nº 2: Alteração de Shen em galo doméstico (Gallus gallus domesticus) ........................... 27 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................... 28 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS: .......................................................................................... 29


VIV

LISTA DE ABREVIATURAS • B = Meridiano da Bexiga • BP = Meridiano do Baço-Pâncreas • C = Meridiano do Coração  DDIVT = Doença do Disco Intervertebral Toracolombar • E = Meridiano do Estômago • F = Meridiano do Fígado • ID = Meridiano do Intestino Delgado • IG = Meridiano do Intestino Grosso • MVTC = Medicina Veterinária Tradicional Chinesa  MTC = Medicina Tradicional Chinesa • P = Meridiano do Pulmão • PC = Meridiano do Pericárdio • R = Meridiano do Rim • TA = Meridiano do Triplo Aquecedor • VB = Meridiano da Vesícula Biliar


VII

LISTA DE FIGURAS Figura 1 -Planos anatômicos. A: Plano Sagital; B: Plano Transversal e C: Plano Horizontal. Extraído de Wheeler & Raiser, 1992 .................................................................................................... 12 Figura 2 - Demonstração dos pontos E36 e VB30 em Salvator merianae. Fonte: Arquivo pessoal ............................................................................................................................................................... 13 Figura 3– Raposa sendo submetida à sessão de acupuntura. Fonte: Lloret & Hayhoe (2005) ....... 14 Figura 4- Disposição dos pontos extras Hua-To-Jia-Ji sobre a coluna vertebral. Fonte: HADDAD, 2016 – comunicação verbal ................................................................................................................... 15 Figura 5- Mapa de acupontos para aves, segundo McClugagge (2000) ......................................... 20 Figura 6- Mapa de acupontos sugeridos para quelônios e lacertílios, conforme sugerido por Ferguson e O’Leary (2006); .................................................................................................................. 22 Figura 7- Anatomia de ferrets (Mustela putorius furo) .................................................................. 24 Figura 8- Coelho (Oryctolagus cuniculus) em sessão de acupuntura ............................................. 27


VIII

LISTA DE TABELAS Tabela 1- Pontos utilizados para tratamento de paralisia em jabuti piranga (Chelonoides carbonarius). ......................................................................................................................................... 15 Tabela 2- Pontos utilizados em tratamento de parestesia e ausência de propriocepção de membros pélvicos em macaco-rhesus (Macaca mulata). ..................................................................................... 16 Tabela 3- Pontos equinos utilizados no tratamento de camelo (Camelus bactrianus). .................. 17 Tabela 4- Pontos utilizados no tratamento de osteoartrite em camelo (Camelus bactrianus), extraídos de mapa de acupontos próprio da espécie.............................................................................. 19 Tabela 5- Localização de órgãos em serpentes de diversas espécies através da contagem de escamas ventrais. ................................................................................................................................... 22 Tabela 6- Pontos Shu e seus órgãos relacionados........................................................................... 23 Tabela 7- Quantidade de vértebras de espécies de mamíferos exóticos criados como pets. .......... 24 Tabela 8- Pontos utilizados no tratamento de Oryctolagus cuniculus com paralisia de membros pélvicos ................................................................................................................................................. 27


IX

RESUMO FRANCELINO, LYGIA KARLA SANCHES. Localização dos pontos de Acupuntura em Aves, Répteis e Mamíferos exóticos – Revisão Bibliográfica e Relatos de Casos. Botucatu, 2017. 30p. Trabalho de Conclusão do Curso de Especialização em Acupuntura Veterinária - Instituto Bioethicus, Botucatu, SP.

Devido ao crescente interesse das pessoas por animais de estimação não-convencionais, a busca por veterinários capazes de atendê-los cresce exponencialmente; assim como a busca por terapias complementares, inclusive aplicadas a estes animais. O presente trabalho visa elucidar formas de aplicação da acupuntura em aves, répteis e mamíferos exóticos comuns no atendimento de animais silvestres: desde casos em que suas técnicas foram fundamentais para o reestabelecimento da saúde do animal até a localização dos pontos nestas espécies. São relatados ainda os casos clínicos de um coelho (Oryctolagus cuniculus) apresentando paralisia dos membros pélvicos e o de um galo (Gallus gallus domesticus) apresentando distúrbio de Shen, ambos beneficiados pela aplicação das técnicas de acupuntura.

Palavras – chave: pontos de acupuntura, Animais Silvestres, Aves, Répteis, Mamíferos exóticos.


ABSTRACT

The search for wildlife and exotic pet veterinarians has increased nowadays, due to people's growing interest in uncommon pets. The same is happening with the search for complementary therapies, specialy applied to these animals. The present work aims to show how Acupuncture be applied to birds, reptiles and exotic mammal species common in the wildlife and exotic pets medicine: from cases in which their techniques were fundamental for the reestablishment of health of the animal, to the location of the points in these species. Clinical cases of a rabbit (Oryctolagus cuniculus) presenting pelvic limbs paralysis and of a Gallus gallus domesticus presenting Shen disorder, both benefited by the application of acupuncture techniques, are also reported.

Keywords: Acupuncture points, Wild Animals, Avian, Reptile, Exotic Mammals.


10

INTRODUÇÃO A terapia realizada através da inserção de agulhas na pele em pontos específicos (acupontos) é denominada acupuntura, capaz de reestabelecer o equilíbrio no organismo. Os pontos de acupuntura estão localizados em catorze meridianos, sendo seis deles de polaridade Yin (Meridianos do Pulmão, do Baço-Pâncreas, do Coração, do Pericárdio, do Rim e do Fígado), seis de Yang (Meridiano do Intestino Grosso, do Estômago, do Intestino Delgado, da Bexiga, do Triplo Aquecedor e da Vesícula Biliar) e dois especiais, localizados exatamente nas linhas médias ventral e dorsal do corpo: são denominados Vaso Concepção e Vaso Governador, respectivamente. (DRAEHMPAEHL & ZOHMANN, 1994). Há pontos que não estão sobre estes meridianos: pontos extras quanto pontos gatilho (pontos Ashi) estão disseminados em diversos pontos da pele e podem também ser empregados no tratamento por acupuntura (FERGUSON, O’LEARY 2006).

O sistema de meridianos unifica os órgãos internos ao corpo externo e mantém a harmonia e o equilíbrio (SCHOEN, 2006). Em um estudo histológico dos pontos de acupuntura, verificou-se maior concentração fibrilar neural nos mesmos, além da presença de rede capilar bem desenvolvida e concentração aumentada de mucopolissacarídeos na região. Segundo comprovado por Yiyun (2008) as impedâncias nos pontos de Acupuntura são mais baixas que as impedâncias nos pontos falsos, o que permitiria a sua localização utilizando um ohmímetro ou multímetro. Tais dados ressaltam a diferença na estrutura dos pontos de acupuntura, postulando sua especificidade no tratamento (MEDEIROS, 2009). Durante séculos, os acupunturistas vêm determinando os pontos, suas localizações e usos. A MTC se baseia num complexo sistema de equilíbrio entre meridianos, na seleção de pontos baseandose na Teoria dos Cinco Movimentos, na utilização de Pontos Mestre, no equilíbrio entre Yin e Yang e nos Oito Princípios. Para a obtenção de sucesso na prática da acupuntura, devem-se eleger os pontos corretos (McCLUGGAGE, 2000).

A acupuntura demonstra grande eficácia no tratamento antiálgico, através da liberação de endorfinas e do aumento do fluxo sanguíneo local. Também é indicada em casos de miosites, tendinites, artropatias, gastrites, enterites, colites, alterações metabólicas e endócrinas, doenças genitourinárias, cistite, doenças de pele, imunoestimulação, distúrbios neurológicos (como paralisia facial, seqüela de acidente vascular cerebral e cinomose), discopatias e reabilitação pós-operatória. (KANEKO, 2010) O termo “animal exótico” possui ampla abrangência, podendo se referir desde a animais não domesticados e que não são nativos da fauna brasileira (como elefantes, ursos e girafas, por exemplo), quanto a animais domesticados e criados como animais de estimação, porém com menor prevalência do que cães e gatos: coelhos (Oryctolagus cuniculus), ferrets (Mustela putorius furo), hamsters (Mesocricetus auratus e Phodopus campbelli), porquinhos-da-índia (Cavia porcellus), calopsitas (Nymphicus holandicus), cobras-do-milho (Panterophis gutatta), entre outros. (FAGUNDES, 2015).


11 O número de animais silvestres, exóticos e não convencionais utilizados como animais de estimação têm aumentado nos últimos anos; e com este, a busca por profissionais qualificados e técnicas especializadas de tratamento dos mesmos também (FOTIN, MATUSHIMA 2005). Segundo KANEKO (2010), os animais silvestres podem se estressar facilmente. Portanto deve-se avaliar qual técnica oferece menor estresse ao animal e menor risco ao manipulador e ao acupunturista, e também considerar o diagnóstico elaborado por um profissional qualificado em Medicina Tradicional Chinesa, pois há o risco de se alterar ou mascarar os sinais clínicos se este não for realizado adequadamente. FAGUNDES (2015) relata o atendimento de 56 animais de 28 espécies diferentes ao longo de um ano, tratados com uma ou mais técnicas da Medicina Veterinária Tradicional Chinesa associadas. Destes, 42% eram mamíferos, 32% aves, 18% répteis e 8% aracnídeos. As doenças osteoarticulares foram a principal motivação da busca por tratamento complementar pela MVTC, compondo 48% do total. Em 87% dos tratamentos relatados pelo autor, utilizou-se a técnica de agulha seca e em 30% dos tratamentos também foi utilizada a fitoterapia chinesa. Este trabalho visa demonstrar a localização dos principais pontos de acupuntura em aves, répteis e mamíferos exóticos, bem como sua aplicabilidade em casos clínicos selecionados.


12

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 1. Métodos de localização de pontos de Acupuntura em animais: A localização de meridianos e pontos extras de Acupuntura é conhecida e bastante utilizada em cães, gatos, cavalos e seres humanos, tendo como base principalmente a localização anatômica de algumas estruturas – vértebras, músculos, veias, depressões ósseas e protuberâncias. Dados sobre a localização de pontos em outras espécies de animais, no entanto, não são frequentes. O método mais utilizado atualmente na Acupuntura de animais silvestres é a transposição de pontos, que consiste em extrapolar a localização de um ponto em uma espécie conhecida e, utilizando-se de conhecimento anatômico de ambas as espécies, buscar as mesmas estruturas de referência para localizar o ponto em outra espécie. Conforme observado por LYRA (2007), a transposição dos acupuntos humanos para os animais é válida, entretanto as diferenças anatômicas oferecem desafios em algumas espécies).

Outro método bastante eficaz de tratamento em Animais Silvestres é a Teoria da Simetria Octaédrica, a qual preconiza que a delimitação anatômica do organismo a partir de três planos (Frontal, Sagital e Transversal) coincide com meridianos que foram gerados durante o desenvolvimento embriológico e são mantidos como trajetos energéticos durante toda a vida do animal. Conforme ilustrado na Figura 01, o plano sagital coincide com o Vaso Governador (Du Mai) no aspecto dorsal e com o Vaso Concepção (Ren Mai) no aspecto ventral; enquanto o Vaso da Cintura (Dai Mai) corresponde exatamente à delimitação do plano transversal; os

Figura 1 -Planos anatômicos. A: Plano Sagital; B: Plano Transversal e C: Plano Horizontal. Extraído de Wheeler & Raiser, 1992

meridianos do Triplo Aquecedor e Vesícula Biliar lateralmente, e os meridianos do Pericárdio e Baço-Pâncreas medialmente se correlacionam ao plano frontal, dividindo o organismo em oito segmentos (FAGUNDES, 2012).


13 2. Pontos de Acupuntura anteriormente descritos em Animais Silvestres: Silva et. al. (2008) relataram a eficácia terapêutica da acupuntura na reabilitação de um teiú (Tupinambis sp.) apresentando paraplegia devido a um trauma raquimedular. Foi realizada acupuntura com agulhas secas em VB30 e E36, além de pontos Shu Dorsais; e em alguns pontos foi promovida a neuroestimulação com eletroacupuntura. As sessões foram realizadas uma vez por semana. A partir da terceira sessão o lagarto recuperou a percepção de estímulos nociceptivos e aumento da motricidade em membros pélvicos. Em dois meses o animal recebeu alta médica por deambular adequadamente. O ponto VB30 (figura 02) é bastante utilizado em tratamentos para displasia coxo-femoral, paresia e paralisia dos membros pélvicos e dor na musculatura glútea. Ele se localiza em uma depressão entre o trocanter maior do fêmur e a tuberosidade isquiática. Já o ponto E36 (figura 02) se localiza no aspecto craniolateral do membro pélvico, três cun distal de E35 e 0,5 cun lateral à crista da tíbia, no músculo tibial cranial; e é bastante empregado como ponto mestre de trato gastrointestinal e abdomen, ponto mar e ponto horário, especialmente em casos de paresia de membros pélvicos, tônico geral de Qi, estase gástrica, dor estomacal, diarreia, constipação, náusea e fraqueza generalizada (XIE & PREAST, 2007).

Figura 2 - Demonstração dos pontos E36 e VB30 em Salvator merianae. Fonte: Arquivo pessoal

Dois casos de raposas tratadas através da acupuntura foram relatados por Lloret & Hayhoe (2005). O primeiro relata o tratamento de uma raposa selvagem com paralisia do nervo radial após ser atropelada por um carro. O diagnóstico pela medicina tradicional chinesa foi de obstrução do fluxo do Qi e do Sangue para os músculos, produzindo atrofia e paralisia. O tratamento teve como objetivo reestabelecer a circulação adequada do Qi e do sangue, utilizando os pontos B11 e B13 (Ponto de Associação dos Ossos e dos Pulmões, respectivamente); pontos locais como IG10, IG15, P5, PC3, C3; pontos distais como IG4 e P7 e pontos de influência como VB34, E36, IG11 e VG20. Após cinco sessões de acupuntura o animal conseguiu realizar a extensão adequada e recuperar 80% da mobilidade do membro; mas, infelizmente, episódios de automutilação no membro afetado tornaramse frequentes, possivelmente devido ao formigamento relacionado ao retorno da circulação de Qi na região. O segundo caso relata o tratamento de uma raposa com sinais neurológicos causados por toxoplasmose. Os sinais desapareceram após tratamento com clindamicina, entretanto o animal voltou


14 a apresentar sinais neurológicos. O tratamento visou reduzir os sinais neurológicos e acalmar o animal com a finalidade de recuperar a vida normal e o bem-estar, utilizando os pontos VB30, TA17, ID19, VG20, ID3, IG4, PC6, B20, BP6 e VB39 dependendo da reação do animal à acupuntura. Após as primeiras duas semanas do tratamento o animal passou a deambular em círculos maiores e sua agressividade foi cessada. Após um mês, o animal continuou andando em círculos, mas com menos freqüência e intensidade. Além disso, apresentou-se mais relaxado e amigável. SCOGNAMILLO-SZABÓ et al (2007) demonstrou a eficácia do tratamento com acupuntura em um jabuti-piranga (Chelonoides carbonarius), utilizando a transposição de pontos a partir de mapas caninos, comprovando que tal processo é uma alternativa viável para a localização de pontos em quelônios. O animal foi apresentado com tetraparesia, incapacidade de apreensão dos alimentos, dispneia e secreção nasal mucosa. Foi prescrita antibioticoterapia sistêmica para solucionar o quadro respiratório e acupuntura para os déficits motores e, após três semanas e seis sessões de acupuntura com agulha seca, o animal recuperou a capacidade motora e de apreensão dos alimentos. Os pontos utilizados em cada sessão, sua localização e finalidade estão descritos na tabela 01.

Figura 3– Raposa sendo submetida à sessão de acupuntura. Fonte: Lloret & Hayhoe (2005)

Ponto R1

Localização Entre

o

metatarsos,

VG16

segundo

Indicações tradicionais

e

o

terceiro Ponto de Emergência. Elimina Umidade e

proximal

à

junção trata paralisias nas extremidades de membros

metatársica-falangeal

posteriores

Na linha média dorsal da cabeça, na

Remove obstrução do Vaso Governador,

junção atlanto-occiptal

estimula o aumento de Qi no cérebro e nutre a Medula

VB1

Lateral à comissura lateral do olho

Clareia o olhar, previne lacrimejamento e também é ponto local para mover Qi e Xue


15 E36

Lateral à crista da tíbia, no músculo

Nutre Xue e tonifica o Qi, além de regular o

tibial cranial

Fígado, acalmar a mente, tonificar o Baço e remover a fleuma

VB20

Abaixo depressão

do

osso entre

occiptal, os

na ossos

Remove Umidade exterior. Também é um ponto específico para problemas em cabeça.

esternomastoideo e esterno-occiptal VB34

Ventral à cabeça da fíbula, no espaço

Promove o fluxo livre do Qi do Fígado, move

interósseo

o Qi e ajuda a mover o Xue. Elimina estagnação e remove Umidade.

B40

No centro da fossa poplítea

Elimina Umidade. Ponto local para paralisia de membros posteriores.

Tabela 1- Pontos indicados para tratamento de paralisia em jabuti piranga (Chelonoides carbonarius). Traduzido de Scognamillo-Szábo et al, 2007

ANDRADE et al (2010) relataram a recuperação de uma macaca Rhesus (Macaca mulatta) que apresentou complicações ao parto que a levaram ao quadro de parestesia e ausência de propriocepção

Figura 4- Disposição dos pontos extras Hua-To-Jia-Ji sobre a coluna vertebral. Fonte: HADDAD, 2016 – comunicação verbal

em membros pélvicos. Após sessenta dias de tratamento ineficaz com o emprego de corticóide e analgésico, o animal foi diagnosticado através da MTC com Deficiência de Qi do Rim e invasão de Vento Frio em meridianos da Bexiga e Vaso Governador. Foi então estabelecido tratamento utilizando moxabustão nos pontos E36, BP6 e nos pontos extras Hua To Jia Ji (figura 4), e agulhamento nos pontos descritos na tabela 02 com a finalidade de tonificar o Qi do Rim e o Qi geral, além de eliminar o Vento-Frio acumulado nos meridianos da Bexiga e Vaso Governador. Devido à periculosidade da espécie, o animal foi sedado com quetamina durante todas as dez sessões, a intervalos semanais. Trinta dias após a última sessão, o animal foi reavaliado em recinto controlado e demonstrou agilidade para se locomover e ausência de dor, sendo declarada então alta médica.


16 Pontos

Localização

F3

Na

porção

medial

do

membro

Finalidade pélvico,

Resolver estagnação de Qi, desarmonias de

proximal à articulação metatarso-falangeana, entre

Fígado e Vesicula Biliar, irregularidades no ciclo

o segundo e terceiro metatarsos

reprodutivo, paresia e paralisia dos membros pélvicos, algesia.

IG4

Na porção medial do membro torácico, entre o

Ponto-Mestre para face e boca; secreção e

segundo e o terceiro metacarpo, no ponto medial do

congestão

terceiro metacarpo

problemas dentais, faringite, tendinite, febre, doenças

nasal,

epistaxe,

paralisia

dermatológicas,

facial,

imunomediadas,

síndromes de dor gerais. ID3

Proximal à articulação metacarpo falangeana, na porção lateral do quinto metacarpo.

Dor cervical, doença do disco intervertebral, dor toracolombar, dor em região de ombro, faringite, epilepsia, mania. Ponto confluente do Vaso Governador.

B62

Na porção lateral do membro pélvico, em uma

Ponto confluente para o canal extraordinário

depressão distal ao maléolo lateral da fíbula, com o

Yang Qiao, indicado em casos de ataxia e paresia

pé semiflexionado. Oposto ao R6

dos quatro membros ou apenas dos membros pélvicos, doenças oftálmicas e insônia.

R3

Na porção caudomedial do membro pélvico, na

Doenças renais, disúria, dibetes mellitus, cios

fina porção muscular entre o maléolo medial da

irregulares, infertilidade, dispneia, dor dental,

tíbia e o nível do calcâneo com a ponta do maléolo

otite, doença do disco intervertebral toracolombar

medial – oposto e ligeiramente distal a B60 B18

Na porção dorsolateral da coluna vertebral, 1,5

Ponto Shu dorsal associado ao Fígado,

cun lateral à borda caudal do processo espinhoso de

portanto indicado em doenças hepáticas e da

T10

vesícula biliar, doenças oftálmicas, hipertensão, epilepsia, irritabilidade, DDIVT

B20

Na porção dorsolateral da coluna vertebral, 1,5

Ponto Shu dorsal associado ao Baço, portanto

cun lateral à borda caudal do processo espinhoso de

indicado para deficiência do Baço, umidade,

T12

desordens pancreáticas e digestivas, êmese, diarréia aquosa ou sanguinolenta, edema, anemia, DDIVT

B23

Na porção dorsolateral da coluna vertebral, 1,5

Ponto Shu dorsal associado ao Rim; Indicado

cun lateral à borda caudal do processo espinhoso de

em casos de deficiência do Yin e Qi do Rim,

L2

doenças renais, incontinência urinária, impotência, edema,

DDIVT,

osteoartrite

coxofemoral,

fraqueza de membros pélvicos. Tabela 2- Pontos utilizados em tratamento de parestesia e ausência de propriocepção de membros pélvicos em macacorhesus (Macaca mulata). Fonte: Andrade et al, 2010


17 FAGUNDES (2012) relata o caso de um camelo (Camelus bactrianus) apresentando prostração, inflamação na articulação társica e atrofia da musculatura de membros pélvicos. Através do exame físico e do Teste de Akabane Modificado, chegou-se ao diagnóstico de Síndrome Bi Óssea, com deficiência de Yin e Yang do Rim, deficiência do Qi do Baço e estagnação nos meridianos VB e F no lado esquerdo. Os acupontos foram transpostos de mapas de equinos (Tabela 3), bem como alguns pontos de um mapa próprio para camelos (Tabela 4). Ao final da primeira sessão o animal apresentou apetite e já se mantinha em pé, o que não ocorria dias antes. Após seis sessões com interval de uma semana entre elas, o animal conseguia deambular adequadamente e não teve outras recaídas em 24 meses.

Ponto R3

Localização

Indicação

Entre o maléolo medial da tíbia e a

Ponto-fonte; Tonifica Rins, Baço e

tuberosidade calcânea. Oposto a B60

Estômago; aquece o Frio, fortalece o cérebro e regenera Yin.

B26

Espaço lombossacro (L6-S1), 3 tsun Tonifica o Yuan Qi, fortalece a lombar lateral à linha média

F3

inferior e joelhos

Na porção craniomedial do terceiro Ponto-fonte, regula a Vesícula Biliar, metatarso, a aproximadamente 1/3 da

auxilia a circulação de Chi e Sangue e é

distância entre o tarso e o boleto

frequentemente usado para dor e paralisia nos membros pélvicos

BP6

3 cun proximal ao maléolo medial, caudal É considerado a intersecção dos três à borda da tíbia, 0,5 cun posterior à veia

meridianos Yin dos membros pélvicos.

safena

Regula, tonifica e fortalece o Baço, regula o Estômago, Aquecedores Médios e Inferiores, tonifica o Qi e o Sangue.

E36

3 cun distal a E35, 0,5 cun lateral ao Regula e tonifica o Baço e o Estômago. aspecto cranial da crista da tíbia, sobre o Facilita a circulação do Qi e do Sangue e músculo tibial cranial

beneficia os joelhos, sendo indicado para dor, paresia e paralisia dos músculos flexores do membro pélvico.

B40

No meio da fissura transversal da fossa Fortalecer os membros pélvicos e região poplítea

B60

VB34

lombar, relaxar os músculos.

Entre o maléolo lateral da tíbia e a Fortalecer os membros pélvicos e região tuberosidade calcânea (oposto a R3)

lombar, relaxar os músculos.

Craniodistal à cabeça da fíbula, no

Ponto

espaço interósseo entre a tíbia e a fíbula,

ligamentos.

entre os extensores digitais longo e

meridiano VB, regula e tonifica o Fígado

Terra;

Influencia Dispersa

tendões

excessos

e no


18 lateral.

e distribui o Qi do Fígado. Fortalece membros pélvicos.

F14

No décimo terceiro espaço intercostal, na

Ponto de Alarme do Fígado e ponto de

altura do cotovelo

intersecção com o canal do Baço. Regula o Qi do Fígado e Vesícula Biliar e distribui Qi do Figado

BP3

Distal à extremidade distal do segundo Pontometatarso

Fonte,

meridiano

BP.

Riacho

e

Terra

do

Principal

ponto

de

tonificação para deficiências de BP. Regula e fortalece o baço e o estômago para transportar e transformar alimentos. Tabela 3- Pontos equinos utilizados no tratamento de camelo (Camelus bactrianus). Fonte: FAGUNDES, 2012

Ponto

Localização

Indicações

T’an-

Na linha média dorsal, entre as duas corcovas, Reumatismo da região lombar e

t’ien

na segunda depressão cranial à corcova membros pélvicos posterior

Pai-hui

Na linha media dorsal, na depressão entre a Reumatismo da região lombar e última vertebra lombar e a primeira vertebra membros pélvicos sacral

Pi-shu

No terceiro espaço intercostal, contando de Ponto de Associação do Baço, usado caudal para cranial, na fissura muscular entre para tonificar, regular e fortalecer o os músculos longissimus dorsi e longissimum Baço e Estômago costarus

Shen-shu

Dois tsun lateral e ligeiramente cranial ao Ponto de Associação do Rim, tonifica ponto Pai Hui

o Jing e o Yuan Qi, além do próprio Rim. Também é indicado para o tratamento

de

reumatismo

em

membros pélvicos Huan-

Na depressão atrás do trocanter maior do Reumatismo da região lombar e

hou

femur

Hsia-

4 tsun abaixo do ponto Huan-hou, caudal e Reumatismo da região lombar e

k’ua

ventralmente

membros pélvicos

localizado

em

relação

ao membros pélvicos

trochanter maior do fêmur Yi-wa

Luehts’ao

Na fissura muscular, aproximadamente 3 tsun Reumatismo da região lombar e caudal and ventral ao ponto Hsia-k’ua

membros pélvicos

Cranial e lateral à soldra

Reumatismo da região lombar e membros pélvicos


19 T’i-shui

Na superfície dorsal do pé, entre os dedos

Pés doloridos e inchados, auxílio no controle da propriocepção

Tabela 4- Pontos utilizados no tratamento de osteoartrite em camelo (Camelus bactrianus), extraídos de mapa de acupontos próprio da espécie. Fonte: FAGUNDES, 2012

3. Acupuntura em Aves: Por serem animais dotados de metabolismo acelerado, quentes (temperatura corpórea média de 40°C) e com frequências cardíaca e respiratória superiores às dos mamíferos, tais animais são considerados dotados de energia Yang na Medicina Veterinária Tradicional Chinesa (MVTC) (McCLUGAGGE, 2000). Portanto a utilização da eletroacupuntura e da moxabustão nestes animais não é indicada, visto que a corrente elétrica e o calor também são considerados energias de polaridade Yang. Sua pele e musculatura delgadas e a proximidade de órgãos inspiram cuidado no momento da inserção de agulhas, especialmente nos pontos do Meridiano da Vaso Concepção (VC).

3.1 Anatomia de aves aplicada à Acupuntura Um número significante de estruturas anatômicas e termos são únicos para as aves. Um exemplo é a nomenclatura dos músculos do metacarpo e dígitos das asas, região coxofemoral e membro posterior. O osso coracóide, que articula com o úmero e escápula, é único nas aves e é uma importante marca anatômica para a localização de pontos da MTC como P1 (Fei Tian) e P2 (Yi Gen), ilustrados na figura 5. (PARTINGTON, 1996).

As maiores diferenças na anatomia das aves estão nas

extremidades. Nas asas fletidas, o rádio é dorsal à grande ulna, contudo na asa estendida o rádio é cranial à ulna. Nas aves, existem apenas dois ossos do carpo, o radial e o ulnar. Há três ossos metacárpicos, o alular e os metacarpos maior e menor (DYCE, 1990; PARTINGTON, 1996). A alula ou polegar é a referência anatômica para o IG4. O fêmur das aves possui poucas variações quando

comparada aos mamíferos e o osso tibiotarso é o correspondente à tíbia dos mamíferos. Os ossos metatársicos II, III e IV são fusionados assim como os ossos do tarso para formar um único osso tarsometatarso ou osso da canela.

Figura 5- Mapa de acupontos para aves, segundo McClugagge (2000)


20 Nenhuma ave possui mais de quatro dedos (DYCE, 1990; PARTINGTON, 1996). O número de vértebras em cada segmento vertebral é constante para cada espécie aviária, mas pode variar entre as espécies. Diferenciar o limite exato entre as vértebras cervicais e torácicas, ou lombares e sacrais é desafiador; e há ainda o sinsacro, a fusão das últimas vértebras torácicas com as lombares, sacrais e uma a duas vértebras da cauda, a ser considerado. Este diminui o acesso às ramificações dorsais dos nervos paravertebrais (PARTINGTON, 1996). Devido a estes fatores - a fusão das vértebras, a redução do número de espaços intervertebrais e de pares de gânglios nervosos paravertebrais - ocorre diminuição dos Pontos de Associação ou Pontos Shu. Logo, nas aves, os Pontos Shu não possuem correlação funcional ou anatômica com os órgãos correspondentes, como ocorre nos mamíferos (KING, 1986; PARTINGTON, 1996).

3.2 Pontos de Acupuntura em Aves: Para melhor entendimento da nomenclatura e numeração dos pontos de acupuntura aviária, classificam-se os pontos em quatro categorias (PARTINGTON,1996; McCLUGGAGE, 2000):

3.2.1 Pontos da MVTC para Aves sem Contrapartida nos Mamíferos Há dois pontos tradicionais das aves que não são encontrados em mamíferos, o Avian Gu Duan e o Avian Bei Ji (Figura 5). Gu Duan situa-se cranial ao acetábulo, e é indicado para o tratamento da ptose da asa (PARTINGTON, 1996; McCLUGGAGE, 2000). McCluggage (2000) não obteve bons resultados utilizando esse ponto em tratamentos de papagaios com asa caída e sugere que se determine a causa do problema e utilize pontos locais, distais e mestres. Já Bei Ji, segundo ponto tradicional das aves, é indicado para tratar Frio e todas as alterações do trato respiratório, sendo a somatória de três Figura 6- Mapa de acupontos para aves, segundo McClugagge (2000)

pontos que devem ser usados simultaneamente. Localizam-se na linha média dorsal da ave entre a penúltima e última vértebra cervical, entre a última cervical e primeira torácica e entre as duas primeiras vértebras torácicas (PARTINGTON, 1996; McCLUGGAGE,2000).

3.2.2 Pontos da MVTC para Aves com Contrapartida nos Mamíferos O atlas da MVTC para aves traz pontos tradicionais específicos para aves, com mesma localização, indicação e inervação que os acupontos humanos. Para preservar sua origem aviária e facilitar seu entendimento e uso, cada ponto é denominado de maneira específica, derivando-se do nome utilizado para humanos, da palavra Aviário e seguido pelo nome único da MVTC (PARTINGTON, 1996; McCLUGGAGE, 2000). Como exemplo, tem-se o P1, com localização, ação e inervação idêntica ao P1 dos humanos, o qual é identificado como P1, Fei Tian Aviário (PARTINGTON, 1996; McCLUGGAGE, 2000).

3.2.3 Pontos Não Descritos na MVTC para Aves com Contrapartida nos Mamíferos


21 São pontos transpostos dos mamíferos para as aves sem descrição em atlas da MTC para aves. A localização se baseia na anatomia de músculos, vasos sanguíneos e nervos. Assume-se que a ação desses pontos é semelhante às dos mamíferos (PARTINGTON, 1996; McCLUGGAGE, 2000). Para que não sejam confundidos com os pontos da MTC para aves, esses pontos são nomeados da mesma forma que para mamíferos, como no caso do C7 (PARTINGTON, 1996; McCLUGGAGE, 2000).

3.2.4 Pontos não descritos na MVTC para Aves e sem Contrapartida dos Mamíferos Os sete pontos que não são encontrados na MVTC de aves ou mamíferos são os Pontos Shu das aves, pontos do meridiano da Bexiga. A inervação e ação são similares aos Pontos Shu de humanos. Localizam-se ao longo da coluna vertebral (Figura 5), contudo muitos deles não são acessíveis pela presença do sinsacro (PARTINGTON, 1996; McCLUGGAGE, 2000). A nomenclatura se mantém semelhante apenas sendo acrescido a denominação Aviário antes do nome dos Pontos Shu. Nas aves o Ponto de Associação do Fígado é Gan Shu Aviário (PARTINGTON, 1996; McCLUGGAGE, 2000). O Ponto Shu do Coração, o B11, localiza-se caudal ao processo transverso da 12ª vértebra cervical e é denominado de Xin Shu Aviário. Caudal ao processo transverso da primeira vértebra torácica, está o Ponto de Associação do Pulmão ou Fei Shu Aviário, o B12, também pode ser chamado de Feng Men ou Portão do Vento. O Ponto Shu do Estômago (pro-ventrículo e ventrículo) ou Wei Shu Aviário é o B13 e localiza-se caudal à segunda vértebra torácica. Caudal à terceira vértebra torácica está o B14, Ponto de Associação do Baço ou também denominado de Pi Shu Aviário. O Intestino Delgado tem seu Ponto de Associação caudal à quarta vértebra torácica, o B15 ou Xiao Chang Shu Aviário. O sexto Ponto Shu é o B16, Gan Shu Aviário, e relaciona-se ao Fígado. O último Ponto de Associação é o do Intestino Grosso, o B17 ou Da Chang Shu Aviário (PARTINGTON, 1996; McCLUGGAGE, 2000).

4. Pontos de Acupuntura em Répteis: A quantidade de répteis que entram no mercado pet e seu potencial zoonótico, bem como a alta incidência de doenças nestes animais, mostram a necessidade de pesquisas veterinárias em Herpetologia. (LYRA, 2006). Em répteis como quelônios, serpentes e lagartos, a transposição dos acupontos a partir dos mapas caninos já é realizada com relatos de sucesso. Conforme FERGUSON e O’LEARY (2006) citam, a maioria dos pontos dos meridianos da Bexiga, Vesícula Biliar e Baço Pâncreas; e alguns pontos dos meridianos do Fígado, Rim e Estômago são inacessíveis em quelônios, estando a acupuntura limitada aos membros, cabeça e cauda. Os mapas de transposição em lagartos e quelônios sugeridos por FERGUSON, O.LEARY (2006) são mostrados nas figuras 6 e 7. FERGUSON, O’LEARY (2006) relatam que, em sua prática, a eletroacupuntura é empregada em lagartos com paralisia e paresia. Sempre que um lagarto é apresentado com o problema descrito,


22 sem fraturas ou luxações, é indicada a aplicação de corrente de 40 a 80 Hz, em modo denso-disperso, nos pontos VB31 e VB34, por cinco minutos. Com este tratamento os animais normalmente estendem e flexionam as pernas na primeira sessão, rastejam na segunda e podem correr, com os movimentos reestabelecidos na terceira sessão.

Figura 7- Mapa de acupontos sugeridos paraquelônios e lacertílios, conforme sugerido por Ferguson e O’Leary (2006);

4.1 Transposição de Pontos em Serpentes

A anatomia peculiar das serpentes parece, à primeira vista, um empecilho para a extrapolação de pontos de acupuntura. Ainda que algumas espécies possuam cintura pélvica vestigial, são ápodes (GOMES et al 1989). Os acupontos e meridianos que em outros animais se localizam nos membros também estão presentes no corpo das serpentes; contudo a transposição de acupontos dos mapas de animais quadrúpedes nunca foi descrita (FERGUSON, O’LEARY 2006). Os órgãos internos das serpentes seguem o mesmo formato longilíneo e se arranjam de forma sequencial, com algumas sobreposições. (GOMES et al 1989). Geralmente a sequência dos órgãos é mantida entre diferentes espécies de serpentes, com exceção dos pulmões. Os artigos de GOMES et al (1989) e KOLESNIKOVAS et al (2007) afirmam que é possível localizar os órgãos através da contagem das escamas ventrais ou medição da extensão corporal do animal, conforme

Tabela 5- Localização de órgãos em serpentes de diversas espécies através da contagem de escamas ventrais. Fonte: KOLESNIKOVAS et al, 2007


23 ilustrado na tabela abaixo. O meridiano da Bexiga é o canal de energia que possui o maior número de acupontos, sendo 67 distribuídos do canto medial dos olhos (B1) à porção laterocaudal do quinto dígito do membro pélvico. Há uma bifurcação do meridiano a partir da 2ª vértebra torácica, correspondente ao acuponto B11, e dos acupontos B13 a B28 se localizam, em mamíferos, os pontos Shu ou de Associação, responsáveis por transportar o Qi para os órgãos internos correspondentes. Quando estes pontos apresentam sensibilidade, indicam alterações no órgão associado e podem, portanto, ser utilizados para o diagnóstico e tratamento de doenças crônicas (GLINSKY, 2006). Com base nestas informações, LYRA (2006) concluiu que é possível o tratamento de serpentes através da acupuntura utilizando-se os Pontos Shu localizados nas regiões de cada órgão associado.

Tabela 6- Pontos Shu e seus órgãos relacionados. Fonte: GLIMSKY, 2006

5. Pontos de Acupuntura em Mamíferos Exóticos: Grande parte dos artigos relatando Acupuntura em mamíferos exóticos tem seus pontos extrapolados de mapas de espécies domésticas similares, como cães e cavalos (ANDRADE, 2010; LLORET & HAYHOE, 2005; FAGUNDES, 2012). No entanto, faz-se necessário estudar a anatomia da espécie exótica, com o objetivo de localizar as mesmas referências anatômicas para a adequada localização dos pontos. A tabela 7 resume a quantidade de vértebras em cada segmento da coluna de diversos mamíferos exóticos e do cão (Canis familiaris), o que auxilia na localização de pontos do meridiano da Bexiga e pontos de Assentimento nestas espécies.

Espécie

Vértebr as cervicais

Cão (Canis

Vértebra s torácicas

Vértebra s lombares

Vértebra s sacrais

Vértebras caudais

Total vértebras

7

13

7

3

20-24

50-54

7

13

7

4

8

39

domesticus) Coelho


24 (Oryctolagus cuniculus) Ferret

7

15

5

3

17

47

7

13-14

6

2-3

4-6

32-36

7

12-13

7-6

2-3

26-29

54-58

(Mustela putorius furo) Porquinhoda-índia (Cavia porcellus) Sagui (Callithrix sp)

(fundidas)

Tabela 7- Quantidade de vértebras de diferentes espécies de mamíferos exóticos criados como pets.

Figura 8- Anatomia de ferrets (Mustela putorius furo)


25

RELATOS DE CASOS: Caso nº 1: Paralisia de membros pélvicos em coelho (Oryctolagus cuniculus) Foi recebido para atendimento um coelho (Oryctolagus cuniculus), jovem, apresentando paralisia dos membros pélvicos há 30 dias devido a trauma. O animal apresentou retenção urinária e fecal, além de alopecia intensa em região glútea por arrancamento, bem como anorexia e emaciação. Conforme exame radiográfico, foi constatada fratura cominutiva no corpo da sétima vértebra lombar (L7). Ao exame neurológico, animal apresentou sinais de dor superficial e dor profunda em ambos os membros pélvicos na primeira sessão, mas notou-se redução da sensibilidade durante a avaliação neurológica das sessões subsequentes. Foram realizadas sessões semanais de acupuntura com agulhamento nos pontos descritos na tabela 8. A partir da segunda sessão, também foi utilizada a técnica de farmacopuntura nos pontos Liu Feng, utilizando 0,2 mL vitamina B12 (nome commercial Hiopovita B12, da empresa IBASA) diluída em cada ponto. A partir da terceira sessão, a terapia com moxabustão foi adicionada ao tratamento, com a passagem de moxa através do meridiano da Bexiga durante 5 minutos, todos os dias. Sessão 1

Pontos utilizados

Estado após sessão

Shan Gen VG20, B23, B25, B26, B28, Bai Hui,

Recuperação do apetite e da

B40, Jian Jiao, VB34, VG 2, VG1, VC1, F3

normorexia;

retorno

parcial

do

controle do esfíncter anal 2

Shan Gen, VG 16, B23, B26, B28, B35, B52,

Animal

retomou

a

ingestão

Bai Hui, B40, VG 2, VG1, VC1, R3, F3, IG4, Liu espontânea de água e o controle total Feng (Farmacopuntura)

do esfíncter anal. Recuperação de 100g de peso, com melhora no escore corporal

3

VG20, IG4, B23, B52, VG4, B27, B28, BH,

Animal

Jian Jiao, B40, R3, B62, Wei Jian, VG2, F3, Liu disposição, Feng (Farmacopuntura).

deambulação

apresenta porém

maior

ainda

utilizando

sem

membros

pélvicos. Recuperado o peso que possuía antes do trauma. 4

VG20, IG4, B23, B52, VG4, BH, B27, B28, VG2, E36, F3, R3, Jian Jiao, B40

Dor superficial presente medial e lateralmente

em

membro

pélvico

esquerdo; em membro pélvico direito, há dor superficial presente em regiáo lateral e ausente em medial 5

VG20, VG16, VG4, IG4, C7, IG10, VG14,

Provocou lesões de mutilação em


26 B23, B52, B27, B28, BH, JIAN JIAO, B40, B35, membro pélvico direito. E36, R3, B60, F3, VG2, Ao redor da ferida de membro

pélvico

direito

(cercando

Dragão).

Farmacopuntura em Liu Feng 6

VG16, VG14, IG4, IG10, VG4, B23, B27, B28,

Piora no quadro de automutilação,

B40, B54 D, VG29 D, VG 30 D, F3 E, VB34 D, formando ferida de aproximadamente E36 D, Bai Hui, Jian Jiao, VG2.

15x5cm em membro pélvico direito. Urina apenas sob massagem vesical, mas defeca normalmente.

7

VG20, IG4, IG 10, C7, VG14, B23, B52, VG4,

Retorno

de

movimentos

em

B27, Jian Jiao, B28, Bai Hui, VG2, VB29 D, VB30 membro pélvico esquerdo; ainda sem D, B54 D, B40 D, E36 D, VB34 D, R3, F3.

mover membro pélvico direito ou apresentar sensibilidade superficial ou profunda.

8

VG20, VG14, IG4, IG10, C7, B23, VG4, B28, VG2,

R3,

F3,

E36D,

VB34D,

Liu

Perfeito

funcionamento

do

Feng membro pélvico esquerdo, porém

(Farmacopuntura)

ainda apresentando automutilação em membro pélvico direito.

9

VG20, IG4, C7, B23, B27, VG29, VG30, B54,

Melhora na cicatrização da ferida

B40, E36, VB34, R3, F3, Bai Hui, Wei Jian, VG1, em membro pélvico direito, mas ainda VG2. Farmacopuntura em Liu Feng.

sendo controlado com manejo (colar elisabetano).

Urina

apenas

sob

massagem vesical. 10

VG20, B23, B27, B28,E36, VB29, VB30, B54,

Quadro estável, sem melhora.

VB34D, VG2, Wei Jian, B40, IG4, F3, C7, Bai Proprietária foi orientada a realizar Hui. Farmacopuntura em Liu Feng.

exercícios de fisioterapia (alongar e flexionar membro pélvico direito);

11

VG16, B23, VG4, C7, B27. B35, VB29D,

Estabilidade do quadro; ainda sem

VB30D, B40, E36D, VB34D, R3, F3, VG2, VG1, micção

espontânea

e

ainda

VC1, Wei Jian, Bai Hui. Farmacopuntura em Liu apresentando automutilação. Feng do membro pélvico direito e B23. 12

VG16, B11, B24, B27, VG2, VG1, E36D,

Estabilidade do quadro

VB34D, B40, F3E, VC3, VC1, R3, C7, BP6D 13

VG16, VG14, B24, B27, BH, VG2, Wei Jian,

Estabilidade do quadro; animal

VB34, B40, VB29D, VB30D, B54D, R3, R7D, apresentando paresia espástica em B67. 14

VG16, B23, VG4, B28, B35, VG2, B40, R10,

mebro pélvico direito Espasticidade de membro pélvico


27 R7, R3, R1, E36D, IG10, IG4. VG1 e VC 1.

direito com rigidez articular (maior em joelho, mas também presente em quadril) e

tensão

muscular

de

quadríceps, porém sem contratura. Apresentando acentuada perda de peso e diarréia profusa; Tabela 8- Pontos utilizados no tratamento de Oryctolagus cuniculus com paralisia de membros pélvicos

Figura 9- Coelho (Oryctolagus cuniculus) em sessão de acupuntura

Animal seguiu sendo medicado com polivitamínico (Hemolitan, fabricante Ourofino) e antiinflamatório (Maxicam 0,2%, fabricante Ourofino), na dose de 0,5 mg/kg a cada 12h. Contudo, após a 14ª sessão, animal veio a óbito por razões não relacionadas à paresia.

Caso nº 2: Alteração de consciência em galo doméstico (Gallus gallus domesticus) Foi recebido para atendimento de urgência um galo (Gallus domesticus) em estado semiconsciente, com suspeita de trauma. Ao exame físico animal mostrou dificuldade para manter a cabeça elevada e se manter em estação, além de olhar fixo e alheio ao ambiente diagnosticado como alteração de conscicência. Foi realizado agulhamento nos pontos Si-shen-cong (“Os Quatro Cavaleiros” ou “Os Quatro Brilhos do Espírito”), bem como em R1 e Ba Feng, durante 20 minutos. Duas horas após a sessão, animal se recuperou da prostração, voltou a deambular apropriadamente e a ingerir alimentos sem auxílio, além de constatada a regularização do seu olhar, sendo declarada sua alta médica.


28

CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir dos dados expostos, podemos concluir que a Acupuntura Veterinária traz grandes benefícios e possui aplicabilidade em répteis, aves e mamíferos exóticos. Em aves já são encontrados mapas próprios, com pontos exclusivos da espécie aviária. Em lacertílios e quelônios, é possível realizar o extrapolamento de mapas caninos, além de alguns mapas próprios já existentes para algumas espécies. Já há, inclusive, alternativa para a localização de pontos em serpentes, apesar de sua anatomia diferenciada. Em mamíferos exóticos, a extrapolação de pontos de caninos e equinos já é realizada. Independentemente da espécie a ser tratada, deve-se buscar a técnica mais adequada de contenção do animal, de modo a não oferecer riscos para o paciente ou para o acupunturista. Outra medida importante que deve ser tomada é o estudo da anatomia da espécie a ser tratada, bem como de seus aspectos fisiológicos e comportamentais, com o objetivo de realizar uma extrapolação de pontos ou aplicação da Simetria Octaédrica de forma mais adequada. A partir dos casos relatados e dos artigos levantados, observamos que a Acupuntura vem sendo empregada em casos ortopédicos e neurológicos (paralisia de membros pélvicos, especialmente); porém sua aplicabilidade vem sendo demonstrada em patologias acometendo órgãos internos também.


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