lendas e contos da europa

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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS FREI JOテグ DE VILA DO CONDE

Contos, lendas e mitos da Europa MAIO DE 2012 1


Índice

Introdução ………………………………………………………………………………………………………………………….. 3 A Lenda da Europa ………………………………………………………………………………………………………………. 4 La légende d’Europe .……………………………………………………......……………………………………………….. 5 The abduction of Europa …………………………………………………………………………………………………….. 6 Pré-Escolar …………………………………………………………………………………………………………………………. 7 Europa, a princesa que veio de longe ………………………………………………………….. 8 Os filhos de Lie ou os príncipes cisne ……………………………………………………………. 9 O Rei das Águas …………………………………………………………………………………………... 11 Pássaro de fogo …………………………………………………………………………………………… 14 Os Quatro Anjos do Advento …………………………………………………………….………. 15 Melusine ……………………………………………………………………………………………………… 16 Os três sapinhos ……………………………………………………………………………………….…. 19 Pinóquio ……………………………………………………………………………………………………. 26 O Lobo e os 7 cabritinhos ……………………………………………………………………………. 30 O flautista de Hamelin ………………………………………………………………………………. 33 COLLODI, autor italiano, criador de PINÓQUIO …………………………………….…… 37 1º ciclo ……………………………………………………………………………………………………………………………..40 Dédalo …………………………………………………………………………………………………..………41 A décima terceira fonte …………………………………………………………………………………44 Joana da Flandres ………………………………………………………………………………………….47 El Cid, o Campeador ………………………………………………………………………………………51 Guilherme Tell ……………………………………………………………………………………………..54 As unhas do Diabo …………………………………………………………………………………………58 Joana D’Arc …………………………………………………………………………………………………..59 Snegurotchka, a Menina de Neve ……………………………………………………………….. 62 O Monstro de Glamis ………………………………………………………………………………… 64 Safira Samira, a cigana vampira …………………………………………………………………… 66 As Banshee …………………………………………………………………………………………………… 69 O Anel dos Nibelungos …………………………………………………………………………………. 70 Lendas dos Bosques de Viena, O Fauno Sedutor …………………………………………... 73 7º B ………………………………………………………………………………………………………………………………….... 75 Os filhos de Lir ………………………………………………………………………………..…………... 76 A Lenda do Cavalo de Tróia ………………………………………………………………………..… 77 O Flautista de Hamelin ………………………………………………………………………………... 78 A Dama Pé de Cabra ………………………………………………………………………………..….... 80 Lenda de Tristão e Isolda ………………………………………………………………………..…..… 83 O Monstro do Lago Ness …………………………………………………………………………….... 85 A lenda do Arlequim ………………………………………………………………………………..…… 86 A galinha ruiva ………………………………………………………………………………………..…… 87 Lenda da bela Eufémia ……………………………………………………………………………..…. 88 King Edward and the Woodcutter ……………………………………………………………..….. 89 Robin Hood Legend …………………………………………………………………………………..…. 90 The legend of the three Rivers ………………………………………………………………………. 91 The Legend of Mélusine …………………………………………………………………………...…. 92 2


Introdução Este trabalho insere-se no projeto “Semana da Europa” tendo por objetivos fomentar o gosto pelos livros e leitura, promover a leitura em suporte digital e divulgar aspetos da cultura europeia. Participaram alunos e professores dos diferentes estabelecimentos de ensino do agrupamento, nomeadamente os Jardins de Infância Girassóis, Violetas, Frei Mauro, Benguiados, Bento de Freitas e Caxinas, todas as escolas do 1º ciclo e a turma B do 7º ano.

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A LENDA DA EUROPA

Europa era uma princesa muito bonita que vivia na Ásia. Um dia o pai dos deuses, que se chamava Zeus, viu-a a apanhar flores de manhãzinha, apaixonou-se por ela e decidiu raptá-la. Para agir mais à vontade, tomou a forma de um lindo touro castanho com um círculo prateado na testa. Depois aproximou-se, muito manso, muito meigo. A princesa ficou encantada. Afagouo e, na ideia de ir dar um passeio, sentou-se-lhe no dorso. Nesse momento, Zeus disparou a voar por cima do Oceano em busca de uma ilha sossegada para viver o seu romance de amor. Assim, deixaram a Ásia e passaram ao continente vizinho que naquela altura ainda não tinha nome. Veio a ser Europa, por causa da princesa.

Andreia Costa e Inês Cardoso, nºs 2 e 7 7º B

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LA LÉGENDE D'EUROPE

La légende raconte qu'Europe, princesse phénicienne, fille d'Agénor roi de Tyr et fils de Poséïdon, se promenant un jour au bord de la mer avec ses compagnes, fut remarquée par Zeus. Attiré par sa grande beauté, il s’avança et en tomba amoureux. Il décida de l’approcher en se métamorphosant en un superbe taureau blanc, aux cornes dorées en forme de fin croissant de lune et vint se coucher aux pieds de la jeune fille. Celle-ci d'abord effrayée, s'enhardit, caressa l'animal et s'assit sur son dos. Aussitôt le taureau se releva et s'élança vers la mer. C’est alors qu’il se leva soudain et s ‘élança sur les flots, disparaissant rapidement de la vue des jeunes filles qui hurlèrent en vain. Malgré les cris d'Europe, qui se cramponne à ses cornes, le taureau pénétra dans les flots et s'éloigne du rivage. Il s’arrêta le lendemain sur les côtes de l’île de Crète, choisit un endroit calme près d’une source fraîche où poussent depuis des platanes toujours verts. Il reprit alors sa forme humaine et se présenta à la Princesse, qui s’éprit de lui. Ils eurent ensemble trois fils, Minos, Rhadamante et Surpédon.

Andreia Costa, nº 2 7º B

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THE ABDUCTION OF EUROPA

Enlèvement d'Europe; painted by French artist Nöel-Coypel in 1726-1727

Europa was the beautiful daughter of the Phoenician king of Tyre, Agenor. Zeus, the King of the gods according to Greek mythology, saw Europa as she was gathering flowers by the sea and immediately fell in love with her. Overwhelmed by love for Europa, Zeus transformed himself into the form of a magnificent white bull and appeared in the sea shore where Europa was playing with her maidens. The great bull walked gently over to where Europa stood and knelt at her feet. The appearance and movements of the bull were so gentle that Europa spread flowers about his neck and dared to climb upon his back overcoming her natural fear of the great animal. But suddenly, the bull rushed over the sea abducting Europa. Only then the bull revealed its true identity and took Europa to the Mediterranean island of Crete. There, Zeus cast off the shape of the white bull, and back into his human form, made Europa his lover beneath a simple cypress tree. Europa became the first queen of Crete and had by Zeus three sons: King Minos of Crete, King Rhadamanthus of the Cyclades Islands, and Prince Sarpedon of Lycia. Andreia Costa , nº 2 7º B 6


Jardins de Inf창ncia

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Lenda Grega

Há muito, muito tempo, havia lá para os lados da Ásia, uma princesa que era muito bela. Numa linda manhã de sol, a princesa que se chamava Europa, andava a passear nos jardins reais a apanhar flores. Lá em cima, no monte Olimpo que era a casa dos deuses, Zeus, o pai de todos eles, espreitou para a terra e viu a bela princesa Europa a passear no jardim. Imediatamente, se apaixonou por ela. Desceu dos céus em direção à terra e, para a conquistar, decidiu transformar-se num belo e possante touro. Lentamente, aproximou-se e, com doçura, encostou-se a ela aconchegando-a com “cabeçadinhas” de amor. Europa, ao ver um touro tão meigo retribui o carinho. Fez-lhe festas e passou-lhe a mão pela pele suave e macia. -És tão bonito e tão meigo!- disse Europa. Será que me deixas montar-te? Subiu para o dorso do touro e Zeus, mal a apanhou montada, decidiu voar para uma ilha deserta onde poderia viver a sua história de amor com Europa. Como essa ilha ainda não tinha um nome, Zeus decidiu chamar-lhe Europa em honra da princesa. E, vitória, vitória, acabou-se a nossa história! Jardim de Infância de Benguiados Turma 1

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OS FILHOS DE LIR OU OS PRINCÍPES CISNE Lenda da Irlanda

Há muitos e muitos anos, num reino e num tempo de mito e magia, viveu um rei chamado Lir, que era o senhor

dos

mares.

Nesse reino mágico havia altos penhascos, rodeados

de

águas

límpidas e cristalinas com praias de areia branca. Era nessas praias que brincavam os quatro filhos de Lir. Certo dia, a rainha morreu e Lir decidiu casar com a sua cunhada, Aiofe. Aiofe tinha muitos ciúmes dos quatro filhos de Lir. Por causa dos ciúmes, Aoife levou as crianças até ao lago com o intuito de as matar, mas quando chegou o momento não foi capaz de o fazer. Em vez disso, ordenou às crianças que entrassem no lago. Quando o fizeram, Aoife lançou sobre eles um feitiço transformando-os em grandes cisnes brancos e condenando-os a passar novecentos anos vagueando pelas águas da Irlanda . Durante os primeiros trezentos anos percorreriam o Loch (lago) Derravaragh, os próximos trezentos o mar de Moyle e, por fim, nos últimos trezentos anos percorreriam a baía de Erris. Assim que realizou este terrível ato, a madrasta encheu-se de remorsos e permitiu que as crianças mantivessem a voz humana, dando-lhes o dom do mais belo canto. Sob este feitiço, as crianças deveriam permanecer cisnes até que ouvissem o som de um sino cristão. Preocupado, o Rei Lir começou a procurar os seus filhos. Enquanto se aproximava do lago, o rei começou a ouvir vozes. Qual não foi o seu espanto quando viu que as vozes provinham de cisnes. Cheio de curiosidade perguntou-lhes quem eram. Eles contaram-lhe toda a história e, enquanto os via partir, o Rei Lir decretou nesse momento, que nenhum cisne podia ser morto na Irlanda. Mal sabia ele que esta seria a última vez que veria os seus queridos filhos. Aoife, irada com esta decisão, foi falar com o sei pai, o Rei Dearg, que a transformou em espírito para sempre pela maldade que tinha feito.

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Durante os longos anos em que durou o encantamento as crianças sofreram muito, mas enfeitiçavam toda a gente com o seu belo canto. A libertação do encantamento aconteceu na altura em que o cristianismo chegou à Irlanda. Quando as penas começaram a cair, os corpos dos príncipes cisne estavam fracos e em muito mau estado. Morreram pouco depois de regressarem à forma humana, mas a lenda dos Filhos de Lir sobreviveu até aos nossos dias. Ainda hoje na Irlanda é proibido matar cisnes. Estas belas criaturas povoam lagos, rios e baías deste lindo país, trazendo-nos à memória a história mágica dos Filhos de Lir.

Jardim de Infância de Benguiados Turma 2-Benguiados

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O Rei das Águas Lenda russa

Num belo dia de verão, as moças de uma aldeia se reuniram para se banhar. Chegando ao rio, sentaram-se na relva, antes de entrarem para o banho. Começaram, então a conversar sobre os moços da cidade, qual era o mais bonito e com qual se casariam. Somente uma delas nada dizia. Seu nome era Frosia, uma órfã muito pobre, mas tão bela que ninguém se cansava de contemplá-la. E ali estava sentada, sem abrir a boca. Suas companheiras começaram a aborrecê-la: - Não tens namorado? - Onde está ele? - É rico? - É bonito? E a moça respondeu: - Pobre como sou, como poderia ter um namorado rico e bonito? Talvez uma cobra quisesse namorar comigo... Mal pronunciara essas palavras, todas as suas companheiras gritaram ao mesmo tempo: - Ah, uma cobra! Ali está uma cobra! E fugiram em debandada. A moça olhou ao redor e, ao seu lado, no chão, vê uma enorme cobra preta. Ficou apavorada! A cobra, entretanto, deu um salto, ergueu-se, e se 11


transformou em um belo príncipe, com cabelos ondulados e os olhos cintilantes. Perguntou docemente à moça: - É verdade que te casarias com uma cobra? Ela, sem saber o que responder, olhava para o jovem e se perguntava: - De onde veio homem tão belo? Ele, como se lhe adivinhasse o pensamento, disse: - Não sou uma simples cobra, mas o rei do reino das águas que fica bem perto daqui, no fundo da água azul. Viu nos olhos de Frosia, que ela estava disposta a segui-lo e, levantando-a em seus braços vigorosos, atirou-se com ela para o reino das profundezas marinhas... Casaram-se e Frosia nem podia acreditar em tanta felicidade. Ele era tão bom! Jamais ela vira alguém assim e estava certa de que em parte alguma poderia existir outro homem como ele. Sentia-se feliz por gostar dele e não se cansava de admirá-lo. Desejava agora ser imortal, para nunca ter de se separar do marido! Sete anos se passaram no fundo das águas, como se fossem um dia, sem que a felicidade da jovem terminasse. Durante esse tempo, tiveram um casal de filhos. Subitamente, a jovem passou a se entediar: tinha saudade da terra, gostaria de rever sua aldeia e as amigas... O rei consentiu que ela se ausentasse, com seus filhos, durante três dias, depois de lhe ter feito jurar que nem ela, nem as crianças, diriam a ninguém quem era seu marido e como viviam eles. A moça prometeu, sob juramento. - Dentro de três dias - disse ele - volte a este mesmo lugar e chama três vezes: "Cuco!" Eu aparecerei imediatamente. Frosia nada revelou às amigas. Mas elas se puseram a acariciar as crianças suplicando que lhes contassem tudo. O menino, era mais inteligente que a irmã, e a todas as perguntas respondia nada saber. A menina, porém, não se conteve e contou tudo. As invejosas tagarelas depressa foram contar a história aos seus maridos, que correram à beira do rio e pronunciaram a palavra mágica. A cobra veio à superfície e foi morta sem piedade. Antes de morrer, o rei das águas teve tempo de dizer à Frosia:

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- Eu te agradeço, minha querida esposa, por dever minha morte à indiscrição de nossa filha... Voa sob a forma de um cuco cinzento e repete melancolicamente a palavra "Cuco!" da primavera ao outono. E, a partir do outono, que todas as aves, te persigam! E tu, filha traidora, serás urtiga, uma erva ardente, que queima, a fim de que chores continuamente a morte de teu pai! - Tu, meu filho fiel, que não esqueceste os conselhos paternos, serás uma avezinha adorável, o harmonioso rouxinol, que viverá e cantará nos jardins e nas moitas, para a alegria dos homens e consolo dos infelizes"! Foi assim que surgiram na terra o cuco, a urtiga e o rouxinol.

Bento de Freitas Turma 1 Pré-escolar

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PÁSSARO DE FOGO Lenda russa Há muitos e muitos anos, num país muito distante, havia um mago que tinha um belo jardim. No jardim do mago Katschei brotavam maçãs de ouro, e lá viviam jovens princesas prisioneiras e enfeitiçadas. Certo dia, O príncipe daquele reino, Ivan, entrou por acaso no jardim e ficou encantado com as maçãs douradas e um lindo pássaro de penas douradas e vermelhas que voava bem próximo das árvores. Temendo ser feito prisioneiro pelo príncipe, o Pássaro de Fogo implora por sua liberdade e em troca presenteia Ivan com uma de suas plumas, que tem o poder mágico de protegê-lo contra os encantos do mago. O príncipe permanece no jardim e ao anoitecer vê as lindas prisioneiras que à noite saem do castelo para passearem; a mais bonita de todas se aproxima de Ivan, conta sua história e pede que vá embora, pois o mago transforma em pedra quem aparece em seu jardim encantado. O príncipe finge que vai embora, mas a segue, pois tinha se apaixonado por ela. Começa a amanhecer e Ivan se torna prisioneiro de Katschei. Quando vai ser enfeitiçado, se recorda da pluma que o Pássaro de Fogo tinha lhe dado, e agita-a na frente do rosto do mago. Surge então o pássaro que obriga Katschei e seus amigos a dançarem até a exaustão; enquanto isto ordena a Ivan que procure um grande ovo, onde está trancado o grande segredo do mago: sua imortalidade. Ivan acha o ovo e quebra-o. No mesmo instante, o mago morre e as jovens princesas ficam livres para sempre. Ivan encontra o seu amor e o Pássaro de Fogo desaparece entre as árvores.

Turma 1 Frei Mauro 14


Os Quatro Anjos do Advento Lenda russa Há muito, muito tempo, os homens viviam no mundo, mas não sabiam construir casas, nem plantar e cuidar da terra. Viviam em cavernas onde era muito escuro, pois não havia luz. Deus, então chamou os Anjos para que trouxessem luz aos quatro cantos do mundo e avisassem os homens que o Filho de Deus viria. O primeiro Anjo tinha asas azuis. Foi iluminar as cavernas e as grutas com um raio de luz que o sol lhe deu. Foi esse raio de luz de sol que ajudou os anões a fazerem pedras coloridas. Esse anjo trouxe a chuva e ela lavou as pedras, encheu os lagos, fez os rios correrem.mais depressa. O segundo Anjo tinha asas verdes. Saiu do céu bem cedinho, mas como voava devagar, chegou à terra ao entardecer. O raio de luz que esse Anjo trouxe, deu cor e perfume às plantas. Ele também ensinou os homens a plantar e a deixar a terra bem fofinha para receber a semente. O terceiro Anjo tinha as asas amarelas. Ele foi até perto do sol e o sol deu- lhe um raio da sua luz para que ele o trouxesse até a terra. Quando ele estava chegando, os animais viram aquela luz e ficaram admirados. O Anjo então explicou que iria nascer uma criança muito especial e que todos deveriam se preparar para recebê-La. Os pássaros fizeram músicas muito bonitas, as borboletas coloriram suas asas, os animais de pelo falaram uns com os outros sobre o acontecimento e o vento espalhou a notícia por todos os cantos. O quarto Anjo tinha asas vermelhas. Ele queria tanto ajudar os homens que foi logo falar com Deus , não esperou ser chamado. Deus tirou uma luz do seu trono e disse ao Anjo vermelho que colocasse essa luz no coração de cada homem, de cada mulher, de cada criança. Porque já estava bem perto o dia do nascimento de Jesus. É por isso que até aos dias de hoje acendemos quatro velas na coroa de Advento, para relembrar os quatro anjos que nos avisaram da chegada do filho de Deus.

Turma 1 Frei Mauro 15


MELUSINE LENDA DO LUXEMBURGO Era uma vez uma sereia que se chamava Melusine.

Melusine vivia num castelo velho à beira de um rochedo. A Sereia Melusine gostava de cantar todos os dias, até que, certo dia apareceu por lá um CONDE. Ao ouvir uma voz tão linda e ao ver Melusine ficou logo muito apaixonado.

O Conde entrou no castelo e perguntou-lhe: - Linda Menina, queres casar comigo? Melusine respondeu:

- Sim, quero… ! Mas tens de me prometer duas coisas. Primeiro quero ficar a viver neste castelo e, segundo, aos sábados quero ficar sozinha.

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Ao ouvir isso, o Conde aceitou as condições. Casaram e o Conde mandou construir um castelo novo e foram viver para lá.

Tiveram sete filhos. O Conde estava curioso e espreitava sempre à porta da casa de banho. Ficou espantado quando viu Melusine com cauda de peixe.

O Conde ficou desesperado e soltou um grito. Melusine assustou-se com tal som e desapareceu. Nunca mais voltou. Só aparece de sete em sete anos, à beira do rochedo e dentro do seu antigo castelo

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Sala nº2 da Escola Básica das Violetas Docente: Sílvia Marinho Alunos: Micael Beatriz Cunha Beatriz Filipa Paulo Ana Leonor

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Os trĂŞs sapinhos LENDA DE PORTUGAL

Era uma vez uma batalha entre Portugueses e Mouros.

Os Mouros venceram e prenderam um soldado.

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Marrocos (Palรกcio ร rabe, campo de trigo e o homem a servir de burro e outro atrรกs com o arado).

O homem a lavar-se no poรงo.

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O homem e o Rei.

O Rei deu-lhe os sapatos mรกgicos.

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E um barco com para o Senhor Frutuoso ir a Portugal.

O homem foi para Portugal, O homem foi procurar a terra de Eiriz.

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O homem a andar em cima de folhas de abr贸teas para os sapatos ficarem verdes.

O homem tinha de apanhar tr锚s Sapinhos.

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O homem voltou de barco para Marrocos.

O Rei a p么r os sapatos nos olhos e ficou a ver.

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Os sapos transformaram-se em meninas.

O Senhor Frutuoso vestido de รกrabe com sacos com dinheiro. 25


O Sr Frutuoso a morar numa casa portuguesa, vestido com roupas como se fosse um árabe.

À entrada do portão da casa estava escrito SANFINS.

Sala de Jardim nº1 da Escola Básica das Violetas Docente: Teresa Castro Lopes Alunos: Nuno

Beatriz B.

Nuno Miguel

Letícia

Dinis

Sara

Maria

Paula

Joana

João Carlos Vieira

Carla Diana

Tatiana

Miguel

Lara

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PINÓQUIO ITÁLIA

“O Pinóquio é um boneco de madeira que foi feito por um carpinteiro que vivia na Itália chamado Gepeto.” - Matilde (5 anos) “Gepeto pediu à fada Azul para lhe dar vida e ela concedeu-lhe o desejo.” - Diana Raquel (4 anos)

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“Gepeto mandou o Pinóquio para a escola e ele pelo caminho encontrou dois malandros que o desencaminharam.” - Rodrigo (4 anos)

“Os malandros levaram-no para o teatro onde ele ficou preso dentro de uma gaiola e depois mentiu a fada Azul e cresceu-lhe o nariz.” – Raúl (4 anos) “O Pinóquio prometeu à fada que não mentia mais e ia para a escola.” – Luna (4 anos) “Quando voltou para casa encontrou novamente os malvados que o levaram para uma ilha.” Maria Vieira (3 anos) “Na ilha os meninos só comiam, fumavam, partiam tudo e depois transformavam-se em burros.” - Maria Carvalho (4 anos) “Com a ajuda do Grilo Falante o Pinóquio fugiu da ilha e foi para casa.”- Leonor Isabel (4 anos) “Quando chegou a casa, o pai viu que o menino não estava lá. Tinha sido comido por uma baleia.” - Leonor Viana (4 anos)

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“O Pinóquio foi salvar o pai que estava dentro da barriga da baleia.” - Gabriel (4 anos) “Assim o Pinóquio transformou-se num menino de verdade.” - Tomas (3 anos)

Sala 3 da Escola Básica das Violetas Docente: Matilde Diogo

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O Lobo e os 7 cabritinhos ROMÉNIA (final alternativo inventado pelos alunos)

-

Meus queridos, vou à floresta buscar de comer. Vocês ficam aqui sem fazer disparates. Só abrem a porta quando ouvirem a minha voz. Para me dar a conhecer, canto-lhes esta cantiga: Cabritinhos, cabritinhos Abram à porta à mãezinha Que ela vos traz comidinha Folhas para mastigar leite para refrescar Sal para temperar Milho para alimentar E flores para a cama enfeitar. A cabra saiu então a caminho da floresta e os filhotes trancaram-se dentro de casa. Um lobo, que há muito tempo queria comer os cabritinhos, escutara a conversa. Esfregando as mãos de contente, pensou: - Está na hora. Desta vez não escapam. Satisfeito, bateu à porta e cantou a lengalenga de fio a pavio.

Satisfeitíssimo, bateu à porta e cantou a lengalenga de fio a pavio e como estava impaciente acrescentou: - Depressa, depressa!

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O irmão mais velho disse logo aos irmãos: - Abram. É a mãe.

- Nem penses – respondeu o mais novo. - A voz da mãe é bonita, suave. Esta voz é grossa e feia.

Furioso, o lobo retirou-se, mas não desistiu. Procurou um ferreiro a quem pediu que lhe afiasse a língua e os dentes para conseguir um tom mais melodioso. Depois voltou a tentar: - Cabritinhos, cabritinhos Abram a porta à mãezinha! Dentro da casa surgiu uma discussão: -- É a mãe! - Não é! - Então se não é ela, quem há-de ser? Mais ninguém sabe a cantiga . - Eu vou abrir. Pobre cabritinho! O lobo caiu-lhe em cima e engoliu-o num trago. A seguir devorou o irmão. Só o mais novo escapou, porque se tinha escondido na chaminé. Quando a mãe regressou, encontrou-o a tremer de medo, muito choroso, muito aflito. Entre lagrimas e suspiros, contou-lhe o que se passara.

A mãe cabra, empenhada em salvar os seis cabritinhos que estavam dentro da barriga do lobo, fez um enorme bolo de chocolate.

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Entretanto, foi até ao local onde o lobo estava, debaixo de uma árvore a dormir a sesta.

A mãe cabra, abriu a barriga do lobo para salvar os cabritinhos e pôs o bolo de chocolate inteiro dentro da barriga do lobo!

Quando o lobo acordou sentiu uma enorme dor de barriga! É isso que acontece a quem come um bolo inteiro de chocolate de uma só vez!

Salas 1 e 2 do Jardim de Infância de Caxinas Docentes: Paula Magalhães Ana Paula Sanches 32


O flautista de Hamelin Alemanha

Hamelin era muito parecida com as outras cidades da região: casas de pedra, traves de madeira escura, telhados em bico por causa da neve, grandes chaminés, uma porta para as pessoas, e a outra para os animais que dormiam em estábulos no meio de palha. As crianças viviam com os pais e os avos uma existência tranquila. Ajudavam a tratar dos campos, mungiam as vacas, iam buscar água no poço e lenha aos bosques em redor. À noitinha recolhiam o gado e instalavam-se perto do lume a ouvir histórias de fadas e bruxas, coisas antigas que os velhos contavam cheios de paciência, enquanto aqueciam o corpo com grandes canecas de cerveja feita em casa pelas mulheres. Às vezes aconteciam coisas alegres, outras vezes coisas muito tristes, que o sino da igreja anunciava tocando a rebate se se tratava de um incêndio, devagar se tinha morrido alguém, num ritmo festivo para casamentos e batizados. Só não tocou para avisar dos ratos porque ninguém saberia explicar em que momentos deixaram de ser meia dúzia de bichos incómodos para se transformarem numa

praga!

Os

pequeninos

cresciam. Os grandes multiplicavamse. Ninhadas completas percorriam as ruas, infestavam casas e celeiros devorando tudo o que encontravam para comer. As pessoas andavam aflitíssimas. Por mais que usassem pedras e varapaus não conseguiam ver-se livres daquele tormento.

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Certo dia apareceu às portas da cidade m homem alto, magro, de barbicha pontiaguda e olhos oblíquos. Vestia roupas de muitas cores e

não

trazia

outra

bagagem além de uma flauta

enfiada

no

cinturão. Ninguém o conhecia mas nessa mesma tarde juntaram-se a contemplá-lo, perdidos no espanto. É que o homem tocava como nunca se tinha visto tocar naquelas bandas! Ao primeiro sopro, a música prendia tal qual um fio invisível que se fosse enrolando à volta dos braços, das pernas, do corpo, até lhes imobilizar também o pensamento. «Quem é este homem?», pensavam. «Que magia o faz tocar assim?» O homem sorria, enigmático, e continuava a tocar até sentir que acreditariam em tudo que lhes dissesse. Quando finalmente parou já o Sol mergulhava no horizonte. Mas as pessoas ficaram ali, possuídas de uma sensação estranha. Era como se a música pairasse ao sabor do vento e pudessem ainda ouvi-la dentro do coração. - Cheguei para vos libertar dos ratos - declarou muito a sério e seguro do que dizia. - Posso levá-los comigo para onde eu quiser. A população agitouse. Seria verdade? Não seria? Quem palavra

foi

Responsável incapaz

de

tomou

a

o

alcaide.

pela

cidade,

resolver

o

problema que há muito o atormentava, decidiu arriscar uma proposta: - Se fores capaz de fazeres o que dizes, dar-te-ei uma bolsa recheada de moedas de oiro. - Muito bem – respondeu ele. – Aceito.

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De novo levou a flauta à boca e pôs-se a soprar muito baixinho. Agora os sons eram diferentes. A música surda, repetitiva, reproduzia a cadência própria dos roedores em ação. Os habitantes da cidade mal podiam acreditar no que os seus olhos viam! Das casas, dos celeiros, das sacas, dos barris, saíam ratos, ratinhos, ratazanas, e, atraídos

por

aquela

estranha

melodia,

seguiam o flautista pelas ruas da cidade, caminhando de forma ordeira como um batalhão

de

soldados.

Transpuseram

a

muralha, atravessaram a ponte e desapareceram sem deixar rasto! A alegria foi tanta que resolveu festejar. Acenderam-se grandes fogueiras no meio da praça, o sino repicou alegremente, velhos e novos dançaram até de madrugada cantando a plenos pulmões: - Estamos! Livres da rataria! No dia seguinte, porém, quando o flautista apareceu para buscar a sua recompensa, o entusiasmo esfriou. Por que lhe haviam de pagar uma bolsa de moedas de oiro? Bastara-lhe tocar alguns acordes e os ratos sumiram-se para sempre! Decidiram pois esquecer o acordo. O alcaide, tão ingrato como o seu povo, atirou-lhe uma, apenas uma, moeda de oiro, dizendo: - O serviço não vale mais.

O homem, pálido de raiva, deixou-se ficar de braços caídos e a moeda rolou pelo chão saltitando nas pedras da calçada. As pessoas aguardaram em silêncio, curiosas, mas sem grande receio porque eram muitos contra um. Que poderia ele fazer para se vingar?

Aparentemente,

nada.

Rodou

nos

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calcanhares e dirigiu-se à porta da cidade. Depois, muito calmo, levou a flauta aos lábios e soprou. Uma melodia simples elevou-se no ar, tão simples que homens e mulheres respiraram de alívio. «Perdeu

o

jeito!»,

pensavam.

«Estas notas são todas iguais, já não encantam ninguém.» Mas logo a seguir foram invadidos por uma onda de inquietação. As crianças, todas as crianças, corriam atrás do flautista, hipnotizadas pela música, como antes delas os ratos tinham feito! E seguiram-no para fora da cidade, de forma alegre e desordeira, como só as crianças sabem caminhar. De nada serviram rogas, chamamentos. O flautista partiu para sempre, levando as crianças atrás de si. E a cidade ficou triste, muito triste, mergulhada em silêncio.

Jardim de Infância GIRASSÓIS Salas Branca, Verde e Amarela

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COLLODI, autor italiano, criador de PINÓQUIO Itália

O escritor virava-se e revirava-se na cama sem conseguir adormecer. Estava exausto porque o seu cérebro não tinha descanso. Uma personagem minúscula invadira-lhe o espírito e passava os dias e as noites e espicaça-lo por dentro. - Então? Quando começas a contar as minhas aventuras? Estou farto de andar aqui aos tombos na tua cabeça. Quero sair por esse mundo fora e diverti-me, divertindo as crianças. Impossível resistir! A única solução era levantar-se e ir a procura de papel, caneta, tinteiro. Mas, e encaixar as ideias? Sempre que se sentava à mesa de trabalho, a maldita personagem resolvia pregarlhe uma partida e esconder-se num canto, muito sossegado, muito caladinha, como se o desafiasse: - Mostra o que vales. O autor és tu, não sou eu. - Várias vezes começou, outras tantas desistiram. Naquela noite, porém, quando bocejava

de

cansaço,

uma

figura

inesperada apareceu, ganhou contornos nítidos e bocejou também, porque era velho: o pai Gepeto, carpinteiro de profissão. “Não há nada melhor para ajudar um homem em apuros do que a presença de outro homem da mesma idade», pensou Collodi, satisfeitíssimo com a sua descoberta. «Vou começar a história na oficina do velhote. Esta amável criatura habituada a fazer cadeiras, bancos e armários decidirá construir um menino de madeira para ter companhia.» A caneta ficou suspensa no ar, pingos de tinta escura mancharam o papel, e o autor desatou a correr em sonhos trás dum menino de madeira pintada.

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- Pinóquio. Há-de chamar-se Pinóquio, ganhar a vida e fazer mil travessuras, com todos os meninos do mundo. Uma recordação irrompeu-lhe o pensamento. Quando era criança alguém afirmara ser muito fácil desmascarar um mentiroso, porque o nariz cresce quando se dizem mentiras. Nesse momento sentiu uma picada na cabeça e sorriu. Era Pinóquio aos saltos de contente, pedindo: - Isso, isso! Faz com que o meu nariz estique. As crianças vão adorar! Ele concordou: - Muito bem. Mas não pode fazer só disparates, senão os pais proíbem os filhos de ler a história. É necessário que distingas o bem do mal, que te arrependas d vez em quando. Ou seja, precisas de uma consciência. - Consciência? E onde tencionas enfiar a consciência, se o meu corpo nasceu de tábuas? O problema tinha razão de ser. Collodi já vira muitas coisas na vida, mas consciências de pau ainda não. Desanimado, olhou as folhas pousadas sobre a mesa. Que história difícil! Não escrevera uma única linha. Só manchas de tinta alastravam, tomando formas bizarras. - Esta qui parece um grilo

de

cartola.

Bem

engraçado, por sinal! Nesse momento ouviu um assobio e voltou-se, admirado: - Quem e chama? A resposta veio do papel onde a mancha suja estava agora em relevo. - Sou eu, o grilo que usa cartola. Sou um grilo falante, sabias? E gostava muito de entrar nessa aventura. 38


Collodi ficou um pouco atrapalhado. Custava-lhe desiludir os outros, mas naquele caso não podia ceder. - Hum … para te incluir tinha de ser uma história de animais. - Ora, ora! Que falta de imaginação. Há um lugar vago junto do Pinóquio. Posso perfeitamente representar esse papel. - Qual? - De consciência. Já pensaste que sucesso faia, assim muito pequenino, de cartola, aparecendo sempre que ele fizesse asneiras? Aposto que as crianças me recebam bem. E os adultos, então, nem se fala! Lembra-te de que há por aí quem adore consciências de cartola … O autor hesitou, sem saber o que pensar das suas próprias ideias. Um velho carpinteiro, um boneco de pau, um grilo falante? - Será que com isto se escreve uma boa história ou são patetices sem pé nem cabeça? Indeciso, arrumou papel, caneta tinteiro. Apagou a vela e voltou a deitar-se. - Fica para amanhã. Amanhã logo se vê. Estou cansadíssimo. Enroscado sobre si mesmo, fechou os olhos e tentou esquecer aquela gente estranha que lhe povoava a mente. Mas qual quê! Toda a noite se virou e revirou na cama, incapaz de adormecer. Pinóquio nunca mais o deixaria tranquilo.

Jardim de Infância “GIRASSÓIS” Salas Vermelha, Rosa e Azul

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1ยบ Ciclo

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DÉDALO LENDA DA GRÉCIA Era uma vez um génio chamado Dédalo que resolvia os problemas. Um dia a mulher do rei Minos que é a rainha Pasifae, apaixonou-se por um touro e desse amor nasceu um ser metade humano, metade touro que se chamava Minotauro.

Rei Minos não gostava desse monstro e pediu ajuda ao Dédalo para fazer qualquer coisa para ele não ver o Minotauro. Então Dédalo sugeriu que fizessem um labirinto e que quem lá entrasse nunca sairia de lá. E assim foi. Mas Minotauro exigia carne humana. De 9 em 9 anos, tinham que ir 14 jovens de Atenas para alimentarem o Minotauro. Num desses anos foi o filho do rei de Atenas para lá e o filho jurou em segredo que quando lá chegasse mataria o Minotauro.

No barco ia uma bandeira preta que significa luto.

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Ariadna, que era filha do rei Minos ao ver Teseu apaixonou-se. E procurou Dédalo para encontrar uma solução. Dédalo disse que era preciso atar uma ponta de um novelo a entrada e indo sempre deixando cair o fio de novelo. E assim foi, Teseu teve sorte, Minotauro estava a dormir e num instante o matou libertando os seus companheiros. Rei Minos não gostou e sabendo que só Dédalo sabia como escapar mandou prender Dédalo e o seu filho Ícaro, no labirinto. Dédalo sabia que a porta para o mar e para o reino estavam fechadas, mas as do céu não. Então fez umas asas, mas antes de partir, avisou o filho que não podiam voar muito alto, senão as asas, que eram feitas de cera, derretiam. Mas a sensação de voar era tanta que Ícaro subiu, subiu, subiu e as asas derreteram e ele morreu afogado.

E o pai, Dédalo foi parar à Sicília. Rei Minos queria vingança e arranjou um problema que foi: tinham que por um fio dentro de um búzio. Dédalo atou uma linha a uma formiga. A formiga foi andando e saiu do búzio. Quando chegou a notícia ao reino, o rei Minos mandou que o fossem buscar.

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Quando chegou à Sicília ordenou que lhe dessem o Dédalo, mas o rei de Sicília não deixou e foi aí que uma guerra surgiu e azar do rei Minos, morreu no campo de batalha. Dédalo continuou a viver na Sicília rodeado de carinho e admiração.

Beatriz Pinto

Turma 02C-3ºano

Docente: Fátima Amaral

Escola Básica de Caxinas

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A DÉCIMA TERCEIRA FONTE LENDA DA CHECOSLOVÁQUIA No Europa,

coração existe

chamado

um

da país

Checoslováquia.

Este país formou-se no ano de 1918 como consequência da desagregação do Império Austro-Hungaro. anos

atrás,

Há muitos

numa

cidade

deste país chamada Karlovy Vary, vivia um farmacêutico, o senhor Josef Becher com a sua família. Moravam na Casa das Três Cotovias, onde o senhor Josef tinha a sua farmácia. A família Becher costumava receber em sua casa pessoas que se encontravam de visita à cidade de Karlovy Vary pois eram muito atenciosos. Certo dia, chegou à cidade um médico inglês de nome Frobrig. Ele procurava um sítio para se alojar e as pessoas encaminharam-no para a Casa das Três Cotovias, onde foi muito bem recebido. Este médico tinha um gosto especial, gostava muito do cheiro das plantas e tinha muita curiosidade por aprender mais sobre o que elas podiam fazer para curar as pessoas. Quando viu o laboratório de Josef ficou encantado, especialmente com os medicamentos que ele fazia. Passaram longas horas a conversar sobre este assunto e tornaram-se grandes amigos.

Josef tinha muito orgulho no seu laboratório e mostrou-o a Frobrig que ficou muito interessado e comentou: - Caro amigo, que belo laboratório tem! 44


- Obrigado! – Disse o Josef- É aqui que faço os medicamentos e novas experiências. - Meu amigo, está a fazer algum remédio de momento? Alguma receita nova?perguntou Frobrig. - Claro que sim, tenho aqui um belo e cheiroso remédio para acalmar a tosse! Olhe para esta cor e sinta este cheiro! Frobrig que tinha um olfacto muito apurado, cheirou o medicamento, inspirando com calma e quase adivinhou quais eram as plantas medicinais usadas. - Meu amigo, daqui a uns dias vou embora...mas antes deixarei uma receita que o pode tornar rico! – Afirmou Frobrig. Josef sorriu, pensando que era uma brincadeira. Mas, nos dias seguintes, enquanto Josef trabalhava, atendendo os seus clientes, Frobrig passeava pela cidade à procura de plantas. Quando chegou a hora da partida de Frobrig, o médico despediu-se de Josef entregando-lhe a prometida receita. - Josef, aqui está a receita que lhe prometi. Espero ainda ouvir falar muito do meu caro amigo... Por estar muito curioso por saber o resultado da receita, Josef começou logo a trabalhar no seu laboratório. Nem sequer dormiu com ansiedade de terminar e ver o resultado.

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Enquanto juntava as plantas ia saboreando o líquido e achou que era muito bom. Era doce e amargo ao

mesmo

tempo.

Quando

terminou, Josef ficou contente com o

resultado

mas

tinha

um

problema: não sabia que nome dar ao delicioso líquido. Pensou que a sua família o poderia ajudar e foi falar com eles, dando-lhes o produto a provar. Todos gostaram e deram a opinião sobre o nome. A filha mais velha pensou que Amarga Inglesai seria um bom nome, pois o líquido era amargo e tinha sido inventado por um inglês. Na opinião do filho poderia ser Originali porque o sabor era original e diferente do que já tinha provado. Mas Josef não gostou de nenhuma das ideias. Então, o seu filho lembrou-se que podiam usar o apelido da família: Becher. Sugeriu o nome de Licor Becherovka. - Excelente! É mesmo isso! Estou ansioso para vender este novo licor. – disse Josef muito contente. Nos dias seguintes, Josef deu a provar aos seus clientes o licor, dizendolhes que também era muito bom para curar doenças de estômago. A partir daí, recebeu muitas encomendas e tornou-se um

grande

sucesso.

Toda

a

gente

perguntava onde é que Josef tinha arranjado tão maravilhoso licor. A sua resposta era sempre a mesma: - Foi na décima terceira fonte da nossa linda cidade. Logo, as pessoas começaram a procurar a fonte que dava tão deliciosa bebida. Contudo ninguém a conseguia encontrar e acabavam por desistir, pensando que era um lugar estranho que só Josef conhecia. A sua mulher não gostava da sua atitude pois ele estava a mentir aos clientes. - Mas eu não estou a mentir... A décima terceira fonte existe, só que não é chegar lá e encher o frasco!! A natureza dá as plantas e eu faço este precioso licor com elas. A décima terceira fonte é a natureza! Turma 3-05C Docente: Luísa Santos Escola Básica de Caxinas 46


Joana da Flandres LENDA DA BÉLGICA Joana, era uma rapariga nobre com uma vida muito atormentada, principalmente por ter ficado orfã de mãe muito cedo e o seu pai ter morrido em combate. Como era a única filha deste casal, Joana herdou uma grande fortuna, o condado da Flandres e de Hainaut. Mas, como era ainda criança e não podia exercer os seus cargos, vivia na corte de Paris, onde era muito bem tratada, mas tinha que jurar fidelidade ao rei de França, Filipe Augusto. Certo dia, Joana preparava-se cuidadosamente para ir a um baile, na corte, escolhendo a indumentária mais bela para que fosse o centro das atenções. Enquanto se arranjava, escolhendo o melhor perfume, de flores silvestres, conversava com a aia, tentando esconder o motivo de tanta felicidade e entusiasmo, não assumindo de imediato a verdadeira razão.

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Depois de ter confessado o seu interesse pelo príncipe português, Fernando, filho de D.SANCHO I, que tinha ido para Paris à procura de aventura, Joana dirigiu-se para o salão.

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As festas e bailes, realizadas na corte do rei, eram maravilhosas, encantadoras e com muita animação, onde todos se vestiam a rigor.

Neste baile em especial, o rei D. Filipe Augusto, convidou o príncipe Fernando, tão belo que todas as damas da corte estavam apaixonadas por ele, brincando com a pronúncia do seu nome.

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Mas, Fernando não conseguiu esconder o seu interesse pela bela Joana, desde o primeiro momento em que a viu. A partir desse momento percebeu-se o ambiente amoroso que estava o existir entre ambos, apesar de não terem falado praticamente um com o outro. Na hora do banquete, Fernando aproximou-se de Joana, tocando-lhe com o pé por baixo da mesa e acariciou-lhe a mão.

Estava instalado o amor entre os dois e ambos queriam que aquele dia não tivesse fim…

Turma 3-03C Docente: Lígia Martins Escola Básica de Caxinas

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El Cid, o Campeador LENDA DE ESPANHA

Era uma vez um rapaz chamado Rodrigo Dias. Pertencia a uma classe de pequena nobreza. Viveu há cerca de mil anos atrás. É considerado um herói castelhano, pela sua bravura e lealdade. Ele era cristão. Antigamente os cristãos faziam guerras contra os Mouros, pois nessa altura a Península Ibérica estava dividida com Mouros de um lado e Cristãos de outro e ambos queriam as mesmas terras. Por isso combatiam até conseguirem o que queriam. Não se importavam com o povo nem com as pessoas que morriam a combater por aquilo que eles queriam. As lutas entre eles eram corpo a corpo, umas vezes a pé, outras a cavalo, com espadas e lanças. Para se protegerem eles tinham de usar armaduras.

Bruna Rafaela 51


Mas as lutas também eram entre Reis de terras diferentes. Rodrigo Diaz combateu em diversas batalhas com o Rei D. Fernando. Mais tarde, a quem ele obedecia e com quem combatia era com D. Sancho. Num dos seus combates, os Mouros queimaram a cidade, mas foram feitos prisioneiros e iam ser entregues ao Rei, para serem condenados e enforcados. Rodrigo resolveu libertá-los para evitar que os Mouros se vingassem matassem mais cristãos. Estes passaram a chamá-lo de El Cid. Como Rodrigo era um homem bom e justo, foi considerado um traidor, por ter libertado os mouros. Rodrigo estava prestes a casar com Gimena, por quem estava loucamente apaixonado. Ela era filha do Duque de Gormaz.

Sendo considerado um traidor, o Duque proibiu o seu namoro e casamento com sua Filha. Rodrigo e Gimena estiveram a conversar durante um tempo, enquanto no castelo se decidia qual seria a sua sentença por ser traidor.

Todos o condenaram e mandaram que ele se fosse embora do reino para sempre. Rodrigo lutou contra o pai de Gimena, matando-o. A partir daí, Gimena não o perdoou e só pensava em vingar-se dele. 52


Bruna Rafaela Como no reino estavam prestes a perder as suas terras, foi combinado um combate a cavalo. O vencedor ficaria com as terras. Assim, para poder defender aa sua honra Rodrigo ofereceu-se para combater. Se vencesse a sua honra seria defendida e o Rei poderia ficar com as terras. Se perdesse era por ser traidor, como o acusavam. Assim lutou e defendeu a sua honra ganhando a batalha. Mais tarde casou-se e foi para Valência com a sua mulher e filhas. Conta-se que El Cid, em Valência, venceu uma batalha depois de morto. Em combate foi ferido e regressou muito ferido, acabando por morrer. Mas antes de morrer, pediu a sua esposa que depois de morto amarrasse o seu corpo a um cavalo, preso com correias fortes, com a sua espada na mão e o mandasse para a batalha, enganando assim os inimigos, pois ao julgarem El Cid morto e o verem a combater em cima do cavalo fugiram cheios de medo.

Carlos Manuel Segundo consta, esta lenda não é bem verdade. Foi inventada esta história porque El Cid era muito admirado por todos e as pessoas foram criando um herói pelos seus feitos de bravura e lealdade. Turma 3 01-C Prof. Isabel Vila

Escola Básica de Caxinas 53


Guilherme Tell LENDA DA SUIÇA

Há mais ou menos 600 anos, a Suíça era governada por um imperador austríaco. Esse imperador nomeou para administrador da Suíça um homem odioso e cruel de nome Herman Gessler.

Pedro Vinhal O povo da Suíça não gostava dele porque era mau e abusava do poder que tinha. Então, Gessler resolveu pendurar um chapéu numa lança e obrigar todos os suíços a saudar o chapéu para demonstrar respeito pelo seu poder. Quem não o fizesse, seria severamente castigado.

Rogério

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Guilherme Tell, um bravo caçador das montanhas, era conhecido como um especialista no arco e na flecha e famoso pela sua pontaria certeira. Ele recusou fazer a vénia perante o chapéu e, perante isso, foi condenado à morte.

Jorge

No entanto, o governador decidiu dar a Tell a oportunidade de , em vez de morrer, ficar preso para toda a vida. Para isso acontecer, só teria que acertar com uma flecha no meio de uma maçã. Guilherme Tell não ficou preocupado pois sabia que era capaz de o fazer. Mas, o que ele não esperava, era que a maçã estivesse pousada em cima da cabeça do seu próprio filho. Muito preocupado, ele ergueu o arco, fez pontaria e lançou a flecha que voou em direção à maçã, cortando-a em dois.

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Bruna Margarida Todos bateram palmas, até os soldados austríacos. Guilherme Tell foi então levado, de barco, para a prisão. Durante a viagem, rebentou uma grande tempestade. Gessler, aflito, mandou libertar Tell, pois sabia que só ele seria capaz de levar o barco até à margem em segurança.

Fábio Novo

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Após todos estarem livres de perigo, Guilherme, sabendo que o governador iria perseguir a sua família toda a vida, fez pontaria e matou Gessler, com uma flecha no coração. Ainda hoje os suíços festejam e lembram o seu herói preferido: Guilherme Tell.

Estátua de Guilherme Tell

Turma 3-04C Professora Célia Figueiredo Escola Básica de Caxinas

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As unhas do Diabo LENDA DE PORTUGAL

Há muitos muitos anos, numa região de Ponte de Lima tocaram os sinos para avisar o povo que tinha morrido o escrivão daquela zona. Ele era mau, desonesto e falsificava documentos. Quando o povo ouviu os avisos do falecimento, não teve grande pena pois o escrivão era má pessoa. Então surgiu um problema, o povo não queria que ele fosse sepultado no cemitério por ser uma área sagrada. Os frades sepultaram-no na sua capela, mas o povo ordenou que assim que houvesse oportunidade levassem os seus restos mortais para outro sítio. À meia noite, na hora da transladar o corpo do escrivão, bateu à porta um senhor bem vestido, de olhar penetrante dizendo com voz grossa, que queria reunir com todos os frades na igreja a fim de transladar o corpo do escrivão. Uns frades que estavam mais atrás repararam que o senhor tinha pés de cabra. Pediu para trazerem o cálice das hóstias e dirigiram-se à sepultura do escrivão. Para espanto de todos ele cravou a pata na pedra levantando-a sem o menor esforço e jogou-a para o lado. Pegou no escrivão, virou-o e fê-lo vomitar a hóstia que tinha tomado antes de falecer. Agarrou nele abraçando-o e desapareceu no ar deixando um cheiro a enxofre.

Turma: 3-01V Docente: Luísa

Escola Básica de Violetas

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Joana D’Arc LENDA DE FRANÇA Joana nasceu em 1409, numa pequena vila francesa- Domrémy, no seio de uma família tradicional. Nesta época as crianças não frequentavam a escola, Joana guardava o gado com os irmãos. Cresceu a ouvir falar da guerra, o povo atravessava momentos difíceis porque o inimigo ocupava parte do território. Ouvia, atentamente, falar do ódio aos ingleses e do duque de Borgonha, que havia traído os seus. Apesar de viverem num ambiente de guerra, a população procurava esquecer o que os afligia, e mantinham hábitos antigos realizando, sempre que possível, as festas tradicionais da região. Comemoravam, com muito afinco, a chegada da primavera no bosque de Chenu e, foi num destes dias, que a vida de Joana se modificou! Joana mantinha-se em silêncio. Todos aqueles que a conheciam estranhavam o seu comportamento- sempre silenciosa e pensativa. Certo dia, apareceu em Domrémy, um soldado chamado Bertrand. O pai de Joana recebeu-o em sua casa. Joana conversou, longamente com ele, fazendo-lhe imensas perguntas sobre a guerra. Bertrand explicou-lhe que esta guerra não terminava porque França e Inglaterra não se entendiam. Disse-lhe ainda que o rei de França- Carlos VII – não tinha sido coroado porque a coroação devia acontecer na Catedral de Reims e esta tinha sido invadida pelos inimigos. Em outubro de 1428, apresentou-se no palácio do rei e, fez uma declaração surpreendente dizendo que fora encarregada de expulsar os ingleses da cidade de Orleães, para coroar o rei. Todos ficaram incrédulos com semelhante afirmação. Como é que uma mulher pudera ter 59


semelhante ousadia? Joana explicou que, desde muito cedo, ouvira vozes de céu que lhe davam estas indicações. Apesar de desconfiados, mostraram-se surpresos pela sua coragem, forneceram-lhe um exército e deixaram-na atacar Orleães. Os seus irmãos de sangue, acompanharam-na. Por estranho que pareça todos lhe obedeciam e admiravam-na pela sua determinação e coragem. Em maio de 1429 tomaram Orleães. O seu primeiro objetivo tinha sido cumprido. Faltava a coroação em Reims. Carlos VII, fraco e temerosos, recusou-se a fazer a viagem pois, considerava que o caminho a percorrer ainda não era de todo seguro. Joana volta para o campo de batalha e conquista todas as cidades por onde ele teria de passar para ser coroado. Carlos partiu para Reims com uma grande comitiva e foi recebido com um enorme entusiasmo por toda a população! Terminadas as cerimónias, Joana retirou-se, dizendo que as “vozes do céu” queriam falar com ela. Disseram-lhe que tinha apenas um ano para servir o seu país. Joana quis parar mas, não deixaram. Então continuou o seu caminho guerreando mas, muito desanimada, o que levou a que sofresse a sua primeira derrota. Recuou então para o rio Oise e combateu contra o duque de Borgonha. Lutou muito, mas acabou por ser capturada. Não a mataram, pois queriam vendê-la ou ao rei de França ou ao rei de Inglaterra. O rei de frança, mais uma vez, acobardou-se e… foi o rei de Inglaterra que acabou por comprála por dez mil libras. Não a trataram como um preso comum e entregaram-na a um tribunal religioso para ser julgada. Acusaram-na de bruxaria e de ter um pacto com o diabo. Foi condenada a morrer queimada em praça pública. No entanto, um padre apareceu dizendo-lhe que se assinasse uma confissão não morreria apenas não mais se poderia vestir de homem e sofreria prisão perpétua. Joana assinou. Durante a noite, roubaram-lhe a sua roupa e acusaram-na de ter faltado ao prometido. Foi queimada em praça pública no dia trinta de maio. Antes de morrer gritou: 60


- Jesus! Uma enorme multidão assistiu ao espetáculo. Uns choraram, outros, troçaram dela. Passados vinte e cinco anos, Carlos VII, envergonhado da sua atitude, arrependeu-se e pediu ao Papa para rever o processo. O seu nome foi reabilitado e a sua família recebeu vários privilégios. Quinhentos anos depois foi canonizada, ou seja, considerada Santa!

Turma 3-02V Docente: Marlene Fidalgo

Escola Básica de Violetas

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Snegurotchka, a Menina de Neve Lenda Russa Nas florestas da Rússia, vivia um pobre casal de camponeses, Ivan e sua mulher, Maria. Apesar de terem muitos amigos, a infelicidade morava com eles, pois não conseguiram ter nenhum filho. Num dia frio de inverno, Ivan e Maria olhavam

tristes

para

algumas

crianças que brincavam

na rua

fazendo um boneco de neve. Ivan, então, teve a ideia de fazer uma menina de neve e pôs mãos à obra. Ao terminar, Ivan disse à boneca de neve: -“Fala comigo!” e Maria completou,: -“Sim, venha à vida para brincar com as outras crianças”. Defronte aos seus olhos, a menina de neve, chamada em russo de Snegurotchka (sneg = neve; otchka = menininha), transformou-se numa menina e disse: - “Eu vim da terra do inverno, do gelo e da neve”. E, então, correu para os braços do casal. Naquela noite músicas e danças alegraram a pequena aldeia para celebrar a acontecimento. Durante todo o inverno, Snegurotchka brincou com as outras crianças. Todos a amavam muito e Ivan e Maria estavam muito felizes. Quando começaram a surgir os primeiros sinais da primavera, Snegurotchka, com os olhos cheios de lágrimas, chegou-se aos pais adotivos e disse-lhes que teria que partir para a Terra da Neve. O casal implorou à menina para que não os deixasse.

Furioso, Ivan correu até a porta para impedira sua partida enquanto Maria a segurava com força. Mas logo, Snegurotchka começou a se derreter, por entre os braços da mãe. Durante 62


toda a primavera e verão, Ivan e Maria ficaram, novamente, sozinhos e tristes. Mas, como sempre acontece, o verão se transformou em outono e este em inverno e o frio intenso voltou à Rússia. Uma noite, uma voz familiar gritou: - Mamã, Papá! Abram a porta! A neve trouxe-me de volta! Correndo, Ivan foi abrir, a porta e segurou Snegurotchka nos seus braços. A alegria voltara ao pequeno casebre. Durante o inverno, a família viveu feliz e a menina brincava com todas as crianças do vilarejo. Mas ao chegar a primavera, Ivan e Maria permitiram que ela fosse embora, pois sabiam que retornaria no inverno. E, assim, aconteceu por muito e muitos anos. Snegurotchka sempre retornava e ficava com seus pais durante os longos invernos russos, enchendo-os de felicidade.

Turma 1-01B Escola Básica Benguiados

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O Monstro de Glamis Lenda Escocesa

Nas imensas planícies da Escócia, havia um imponente castelo onde vivia uma família da nobreza real. Nessa família, nasceu uma criança hediondamente deformada. A tristeza abateu-se sobre a família, já que Thomas, era o filho primogénito, aquele que um dia, herdaria o título, o castelo e as propriedades. Os recentes e infelizes pais, depois de longas discussões, decidiram anunciar a sua morte perante os seus súbditos. Mas Mary, a parteira, espalhava por entre as gentes, o rumor de que Thomas não tinha morrido. Segundo a sua história, o menino teria sido escondido num dos quartos secretos do castelo. A ausência de uma sepultura para venerar o corpo, alimentava a história da parteira. Passados muitos anos, voltou a felicidade a Glamis. Mais filhos nasceram, tornando-se promessa de continuidade da ilustre e nobre família. Uma das filhas, até viria a se tornar rainha consorte. Em Glamis, a vida prosseguia normalmente.

Um dia, a família decidiu dar uma festa em honra do filho herdeiro de Glamis. Chegaram convidados de todas as partes da Europa. Tudo correu na perfeição até que a noite caiu. Os convidados retiraram-se para os seus aposentos. Mas a noite não lhes trouxe quietude 64


nos seus sonhos. Gemidos assustadores e gritos de dor, percorriam as paredes gélidas do castelo. Aterrados, todos se levantaram e à medida que a sala se enchia de gente questionavam: - Que barulhos serão estes? Parecem uivos de um animal ferido! comentavam. _ Será que é o fantasma do primeiro conde de Glamis? -perguntou um dos convidados - Reza a lenda que o verdadeiro herdeiro de Glamis não morreu. – disse uma das convidadas. Parece que por ter nascido de tal modo deformado, optaram por escondê-lo num quarto secreto e declará-lo morto. Os hóspedes instalados em Glamis decidiram então pendurar toalhas nas janelas de todas as salas numa tentativa de encontrar o quarto secreto onde residia o monstro. Mas qual não foi o seu espanto quando saíram para os jardins e ao olharem para o castelo do lado de fora, as várias janelas que tinham sido tapadas, já não tinham toalhas. Convencidos que tudo aquilo era obra do monstro, furioso e com desejos de vingança por causa da festa em honra do legítimo herdeiro que era ele, e só e apenas ele próprio, os hóspedes partiram em debandada, tendo jurado que jamais voltariam a Glamis.

Turma 2-01B Escola Básica Benguiados

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Safira Samira, a cigana vampira Lenda Romena

Há muito, muito tempo, num país longínquo, dentre montes verdejantes, erguia-se um imponente castelo. Neste castelo, vivia um príncipe guerreiro chamado Vlad. Era um valoroso e destemido guerreiro, temido pelos seus inimigos, pois era cognominado de Vlad, o empalador, já que os por ele vencidos tinham como destino ser empalados. Certo dia, um grupo de ciganos chegou à vila e acampou nos terrenos circundantes ao castelo de Vlad. Nesse grupo, havia uma bela donzela cigana, Safira Samira. Era assim conhecida por exibir um magnífico colar de ouro, do qual pendia uma enorme safira com formato de uma trança. Samira tinha um dom. Era uma habilidosa cabeleireira. Passava tempos infinitos a embelezar as pessoas com magníficas tranças e rebuscados penteados. Até os nobres de terras distantes, vinham propositadamente para serem penteados por Safira.

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Numa bela noite, em que as estrelas cintilavam assemelhando-se a pequenas chamas num infinito firmamento e a Lua brilhava espelhando-se nos belos e cristalinos lagos, o grupo de ciganos reuniu-se em volta da fogueira, dançando toda a noite sem parar, até os seus corpos caírem de exaustão. Safira sentou-se para contemplar a beleza da noite, coberta de milhares de pontos luminosos. Um belo desconhecido, acercou-se. Era Vlad, o temido príncipe. Mirou a bela cigana e, sentando-se ao lado dela, perguntou se podia ver melhor o seu magnífico colar. À medida que se aproximava do seu pescoço, uma sombra abatia-se sob a sua face, transformando-a. No seu rosto, um ar demoníaco surgia, enquanto os seus dentes cresciam e se aguçavam. Safira, apercebendo-se das más intenções do príncipe, ordenou: -Parai, senhor! Jamais me transformareis numa dessas vossas criaturas das trevas! Antes morta do que vampira! -Ousais rejeitar-me? Como vos atreveis? Vós que nada mais do que uma mera cigana sóis, rejeitais um príncipe? Já que recusaste a honra de ser uma das minhas esposas, condeno-vos a vaguear a terra transformada numa mera morcega noturna por toda a eternidade. Nunca mais voltareis à forma humana! E alimentar-vos-eis do sangue dos cavalos dos campos. Esse será o vosso destino! -Senhor! Prometeis-me a vida eterna em forma de morcega!- retorquiu Samira- mas não desistirei do meu sonho. Para entrançar cabelos, eu nasci. E se tiver que as fazer nas crinas dos

cavalos do campo, assim seja! E, assim, Safira voa pelos campos até aos dias de hoje, embelezando as crinas dos cavalos enquanto lhes suga o sangue.

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Ainda hoje, nesse magnífico e inóspito país, de paisagens tão belas quanto horrendas, onde lendas e folclore enchem as ruas de histórias de paixão e de terror, conhecida como a nova

Roma - Roma nea - sempre que os cavalos amanhecem com crinas entrançadas, dizem que Safira passou por ali.

Turma 3-01B de Benguiados

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As Banshee Lenda Escocesa

Em tempos idos, em mundos povoados por lendas e mitos, falavam as gentes desse ente fantástico denominado banshee, criatura lacrimosa cujas visitas anunciavam mortes. Seu nome, em Celta, é bansidhe fada - embora muitos digam seja um espírito, ora bondosos ora malévolos. Essas aparições estão ligadas por lendas centenárias às grandes casas da Irlanda, cujos infortúnios ficam registados nos gritos lamuriantes ou nas risadas demoníacas do espírito. Reza a lendas, que no século XVII na Irlanda, na residência dos O'Brien foi avistada uma banshee. Certa noite, Lady Ann Honora O'Brien foi acordada durante a noite por uma voz suave. Olhou pela janela e viu uma mulher que parecia flutuar em frente à janela do seu quarto. O corpo do fantasma perdia-se na bruma, mas o seu rosto, delineado pela Lua cheia, mostrava um belíssimo rosto pálido, de olhos verdes, e uma farta cabeleira ruiva. A aparição gemeu três vezes, suspirou e desapareceu transformando-se ela própria em bruma. Aquela imagem fascinou e amedrontou a jovem Ann, mas pensando que fosse apenas um sonho, dormiu novamente. seguinte,

Na Lady

manhã Ann

encontrou sua família em prantos. O seu irmão mais novo

tinha

morrido

durante a noite. Sem saber o que fazer, a jovem contou aos pais a visão que tivera na noite anterior. O seu relato não perturbou os seus progenitores, pois os mais velhos sabiam que sempre que um O'Brien morria, uma jovem ruiva que morrera no castelo e fora enterrada no jardim, por baixo da janela de Lady Ann, aparecia a um dos membro da família e chorava pelo parente morto. Turma 3-1BF

Bento de Freitas 69


O Anel dos Nibelungos Siegfried e Brunhilde Lenda germânica/ nórdica

Há muitos e muitos anos, ainda na Idade das Trevas, espessos bosques cobriam as montanhas e vales das terras nórdicas. O rio Reno, o mais importante da Europa, corria tranquilo no seu curso vindo dos Alpes, coberto por vegetação densa e intocada, entre vales férteis e verdes colinas. Os fiordes, ainda mais ao norte, formavam paisagens de sonho, quando a terra quase vertical parece se precipitar para um rio ou lago que descansa gelado e plácido nos fundos dos vales, formando paisagens de beleza indescritível.

Nos céus habitava Wotan, o maior dos deuses com a sua esposa Frica, a deusa da mocidade, Fréia, que distribuía a eterna juventude e Loge, o senhor do fogo e dos clarões da madrugada. O grande Wotan tinha nove filhas que se chamavam Valquírias, belas jovens guerreiras encarregadas de levar para os céus as almas dos heróis terrenos mortos em combates. Nas montanhas nevadas de grandes abetos moravam os gigantes. Nas planícies e florestas, ao longo do curso dos rios, em vales de luxuriante beleza, moravam os homens.

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Mais abaixo, nas profundezas da terra, nas sombras enganadoras e esguias, viviam seres disformes e pequenos, dados a trabalhar os metais nas minas, que os homens temiam e procuravam evitar. Eram os nibelungos. Nas águas claras e profundas dos rios moravam as ondinas, as nórdicas sereias, que guardavam os tesouros dos deuses no fundo de seus leitos. No rio Reno, numa de suas curvas, em pequena gruta submersa, estas jovens custodiavam um magnífico tesouro composto por blocos de ouro de puro quilate, que povos dos fiordes haviam presenteado aos deuses. Reza a lenda que o anão Alberich, rei dos Nibelungos, teve a ousadia de roubar o lendário tesouro do leito do rio Reno enquanto as três ninfas que o protegiam estavam desatentas. Com este ouro, o nibelungo forjou um anel mágico, capaz de dar poder ilimitado àquele que o possuísse. O ouro roubado continha mágicos poderes. O rei nibelungo mandou forjar para si não só um anel, mas também um elmo dourado. Cobiçado por todos, até mesmo pelos deuses, o anel cai nas mãos de Fafnir, o dragão. Sobram-lhe ainda algumas pedras do precioso metal. Wotan, porém, está atento. O seu poder é maior que a cobiça do nibelungo. Arrebata para si todo o tesouro, nada podendo fazer o anão. Alberico, imerso no mais profundo ódio, submete-se à derrota, mas planeia a sua vingança. O Anel dos Nibelungos conta a história de um príncipe, Siegfried, que vê os seus pais morrerem numa invasão do seu reino. Conseguindo ser salvo, Siegfried é criado por um ferreiro que o adota como filho. Siegfried torna-se um jovem valente e destemido. Ele reforja Nothung, a espada que fora de seu pai, Sigmund. Certa noite quando um meteoro cai, Siegfried luta com Brunhilde, Rainha da Islândia que é derrotada. O amor acontece. Brunhilde volta para o seu reino, mas deixa o seu amado para trás para ele descobrir quem realmente é e na promessa de que, no momento em que ele descubra a sua verdadeira identidade, se casem. Ao acompanhar o pai adotivo ao reino cristão de Gunther para fornecer espadas, Siegfried acaba por forjar uma espada com a matéria do meteoro para matar um dragão, Fafnir, temido por todo o reino. Depois de bem sucedido, Siegfried toma banho no sangue do dragão e torna toda a sua pele impenetrável, excetuando uma zona nas costas, que ficou tapada por uma folha. Este dragão era o guardião de um tesouro que estava amaldiçoado. Apesar do aviso de uns espíritos, os verdadeiros donos do tesouro, Siegfried leva um anel que é o coração do tesouro. Considerado um herói por todos, Siegfried ganha a confiança do rei e é visto como um obstáculo para Hagen (filho de Alberich), conselheiro real, que pretende apoderar-se do tesouro. Depois de descobrir a sua identidade e recuperar o seu reino, Siegfried é atraído para uma armadilha montada por Hagen para o impedir de abandonar o reino e de levar o tesouro consigo, ao beber uma poção que faz com que esqueça o seu amor por Brunhilde e com que se apaixone por Khremild, irmã de Gunther.

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Gunther, por sua vez, apaixona-se po Brunhilde, pretendendo casar com ela mas, como era covarde e fraco, pede a Siegfried que se transforme nele para conquistá-la. Brünhilde, sem saber do que se tratava, é vencida pelo guerreiro, e deve casar-se com ele. Quando descobre ser traída, Brünhilde decide vingar-se, sem saber o motivo da traição. Entretanto , após uma série de peripécias, Sigfried é atraiçoado e assassinado. Brunhilde recupera o anel e ordena que se acenda uma pira para o corpo de Siegfried. Ela própria, acusando os deuses da sua morte, corre para as chamas e o Reno inunda-se devolvendo o anel ao rio e as chamas acabam por consumir também o castelo dos deuses.

Turma 3-02B Benguiados

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Lendas dos Bosques de Viena O Fauno Sedutor Lenda austríaca

Em tempos imemoriais, reza a lenda que nos Bosques

de

Viena

habitavam

criaturas

fantásticas chamadas Faunos, que eram semi –deuses e que se distinguiam dos outros seres por serem humanos da cintura para cima e bodes da cintura para baixo. Os Faunos gostavam muito de seduzirem as mulheres nos bailes dos Bosques de Viena. Certo dia, uma jovem condessa chamada Inge, decidiu festejar o seu aniversário oferecendo um baile aos seus súbditos em pleno bosque. Mas o seu aniversário celebrava-se numa Sexta Feira Santa. O conde, seu pai, não concordou. Por isso discutiram e a jovem condessa declarou:

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- Eu terei uma festa na Sexta Feira Santa mesmo que tenha que dançar com o Fauno dos Bosques! Perante esta afirmação, o conde acedeu. O baile aconteceu. Enquanto comemoravam, apareceu um belo homem loiro, de olhos azuis, que pediu à jovem condessa para dançar. Dançaram horas a fio. Ao soar das badaladas da meia-noite, bem no meio da valsa, o belo homem deixou cair o chapéu revelando um enorme par de chifres e das suas calças saiu uma cauda imensa. Todos os convidados, apavorados, exclamaram: -É o Fauno do Bosque! Fujam! Todos fugiram e o Fauno saiu a correr levando a condessa consigo. Era já tarde demais para salvar a linda condessa.

Turma 4-01B

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7ยบ B

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Os filhos de Lir Lenda irlandesa O Rei Lir e sua esposa tinham quatro filhos – Uma rapariga chamada Fionnuala e três rapazes, Aod, Fiachra e Conn. Quando a mulher de Lir morreu, o rei casou com a irmã da sua falecida esposa, de nome Aoife, tinha imensos ciúmes dos filhos de Lir, seus sobrinhos. Por causa dos ciúmes, Aoife levou as crianças até ao lago com o intuito de as matar, mas quando chegou o momento não foi capaz de o fazer. Em vez disso, ordenou às crianças que entrassem no lago. Quando o fizeram, Aoife lançou-lhes um feitiço e transformou-os em grandes cisnes brancos. Condenou-os a passar 900 anos vagueando pelas águas da Irlanda – 300 anos no Loch Derravaragh, 300 anos no mar de Moyle e 300 anos na baía de Erris. Assim que realizou este terrível ato, a madrasta encheu-se de remorsos e permitiu que as crianças mantivessem a fala humana e deu-lhes o dom de cantar da mais bela maneira. As crianças deveriam manter-se sob este feitiço até que ouvissem o som de um sino cristão. Com preocupação, o Rei Lir começou a procurar os seus filhos. Enquanto se aproximava do lago o rei começou a ouvir vozes. Qual não foi o seu espanto quando viu que as vozes provinham de cisnes. Cheio de curiosidade perguntou-lhes quem eram. Eles contaram-lhe toda a história e, enquanto os via partir, o Rei Lir decretou que nenhum cisne podia ser morto na Irlanda. Mal sabia ele que esta seria a última vez que veria os seus queridos filhos. Aoife, irada com esta decisão, foi falar com o sei pai, o Rei Dearg, que a transformou em espírito para sempre pela maldade que tinha feito. Durante os longos anos em que durou o encantamento, as crianças sofreram muito, mas enfeitiçavam toda a gente com o seu belo canto. Foram libertos do encantamento na altura em que chegou a Cristandade à Irlanda. Quando as penas começaram a cair, os seus corpos estavam fracos e em muito mau estado. Morreram pouco depois de regressarem à forma humana, mas a lenda dos Filhos de Lir sobreviveu até aos nossos dias. Ainda hoje na Irlanda é proibido matar cisnes. Estas belas criaturas, uma das maiores que visitam a Irlanda, pode ser vista em lagos, rios, baías, etc.…um constante recordar dos Filhos de Lir. Daniela Rocha, nº 5 76


A Lenda do Cavalo de Tróia Lenda grega

O cavalo de Troia é certamente a imagem mais conhecida da guerra entre gregos e troianos. A Guerra de Tróia foi um conflito bélico entre aqueus (um dos povos gregos que habitavam a Grécia Antiga) e os troianos, que habitavam uma região da actual Turquia. Esta guerra durou aproximadamente 10 anos e decorreu entre 1300 e 1200

a.C.

A guerra terminou após a execução do grande plano do guerreiro grego Odisseu, cuja ideia foi presentear os troianos com um grande cavalo de madeira. Este foi, segundo lendas, uma estratégia para os gregos entrarem na cidade de Tróia sem terem de passar pela muralha que a protegia. Construído em madeira e oco por dentro, o cavalo abrigava alguns soldados dentro de si. Deixado à porta da cidade pelos gregos, os troianos acreditaram que ele seria um presente a Poseidon, o deus dos mares, e pensaram que os gregos haviam desistido de invadir a cidade e ido embora, sendo assim um sinal de rendição do exército inimigo. Laoconte, sacerdote de Apolo, o único troiano que protestou contra a ideia de levar o cavalo para dentro das muralhas foi ignorado, sendo o cavalo levado para dentro das muralhas, pelos troianos que comemoraram a vitória até altas horas. Durante a madrugada, quando os troianos dormiam, os soldados gregos, até então escondidos no interior do cavalo, saíram do esconderijo e abriram os portões para que o restante exército grego, que estava do lado de fora das muralhas, entrasse na cidade de Tróia. O plano de Odiceu, também conhecido por Ulisses, foi um sucesso. Foi assim que os gregos conseguiram vencer esta guerra, pois Tróia foi incendiada. Desta lenda nasceu a expressão "presente de grego" que é usada para se referir a um presente dado com más intenções ou que, ao invés de nos deixar felizes, causa frustração.

Álvaro Luís Braga, nº 1 77


O Flautista de Hamelin Lenda tradicional alemã

Hamelin era uma cidade muito parecida com as outras. A vida era simples e tranquila, em família. Havia prosperidade e fraternidade entre os seus cidadãos até ao dia em que a população se apercebe, que a meia dúzia de ratos que havia nessa região passara a ser uma praga. Os ratos multiplicavam-se cada vez mais e percorriam as ruas, infestando casas e celeiros, devorando tudo o que encontravam para comer. As pessoas andavam muito aflitas. Nada fazia parar aqueles ratos, mesmo que usassem pedras e varapaus. Certo dia, apareceu às portas da cidade um homem alto, magro, de barbicha pontiaguda e olhos oblíquos. Vestia roupa de muitas cores e não trazia outra bagagem além de uma flauta enfiada no cinturão. Ninguém o conhecia, mas em breve adoravam-no, pois este homem tocava flauta como nunca ninguém ouvira. A população julgava tratar-se de magia devido àquele som hipnotizante. O homem sorria e continuava a tocar até que acreditassem em tudo o que lhes dissesse. A certa altura, afirma o homem: - Cheguei para vos libertar dos ratos. Posso levá-los comigo para onde eu quiser. De repente, ouve-se a voz do alcaide: - Se fores capaz de fazer o que dizes, dar-te-ei uma bolsa recheada de moedas de oiro. - Muito bem - respondeu ele. - Aceito. De novo levou a flauta à boca e pôs-se a soprar muito baixinho, com sons diferentes dos que tivera tocado. Imediatamente vinham de todos os celeiros, das sacas, dos barris os ratos infestantes. Ambos seguiam a música do flautista e por se terem visto livre dos ratos a população fez uma grande festa. No dia seguinte, quando o flautista apareceu na cidade para receber a recompensa, o alcaide tão ingrato como o povo, só lhe deu uma única moeda de oiro. Pálido de raiva, dirigiu78


se até à porta da cidade e tocou uma melodia em que as notas eram todas iguais. As pessoas pensaram que ele tinha perdido o jeito, mas logo mudaram de ideias, quando todas as crianças da cidade, começaram a correr atrás dele descontraídas como os ratos. De nada, valeu os chamamentos e as pragas, pois estas nunca mais voltaram. E a cidade ficou triste, muito triste mergulhada em silêncio.

Pedro Carvalho, nº 16

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A Dama Pé de Cabra Lenda portuguesa

Sendo originária de Marialva, concelho de Mêda, no distrito da Guarda. Até hoje alguns crêem que se pode ver a Dama Pé de Cabra vaguear na torre de menagem do castelo que encontra-se em ruínas. Dizem mesmo que o nome de Marialva tem origem no nome desta dama muçulmana, que se chamava Marialva. Eis a versão de Alexandre Herculano em Lendas e Narrativas.

Esta história é do tempo... que os cristãos lutavam com os mouros pelo domínio do oeste da Ibéria e pela formação do reino cristão de Portugal. D. Diogo era um bravo cristão que tinha como missão a expulsão dos mouros daqueles reinos. Destemido e arrojado, o fidalgo gostava de montar o seu cavalo branco e sair pelos bosques e montes a caçar veados, javalis, lobos e ursos. Fizesse sol ou chuva, fosse Inverno ou Verão, lá estava o inquieto fidalgo longe do seu castelo, em caças perigosas a animais silvestres ou aos mouros infiéis.

Foi a perseguir um javali num monte agreste e coberto de silvas espinhentas, que o valente fidalgo D. Diogo Lopez um dia se deparou com o mais belo canto que já ouvira. O canto ecoava pelo ar, fazendo que o javali ficasse manso e esperasse pela sua lança, como se encontrasse a redenção. Embriagado por tão bela e aguda voz, D. Diogo correu com os olhos em direção a um pedregulho que aparecia à frente. No cimo encontrava-se, sentada, a mais formosa das mulheres. O coração do fidalgo disparou. Aproximou-se da mulher e perguntou: -Quem sois vós, encantadora senhora? Quem sois vós que me cativou com o vosso belo canto? Ela riu-se. Do sorriso saltava-lhe a mais bela feição, rimando com o olhar vindo de duas contas cristalinas, seus cabelos dourados dobravam-se ao vento, sua face gentil reluzia o dia de sol, suas mãos brancas traziam uma pele macia como a neve. Respondeu-lhe: 80


- Sou uma dama tão nobre quanto sois vós. Ao ouvir-lhe as palavras, D. Diogo não se conteve, aproximou-se com o coração a arfar-lhe cada mais, descompassado de amor. Disse-lhe: - Formosa senhora, se casardes comigo, ofereço-vos as minhas terras e os meus castelos, além do meu coração que já vos pertence! Guarda as tuas terras que precisas para cavalgar a tua inquietude da alma. Numa malícia que se traduzia em constrangimento, a mulher baixou a cabeça, a demonstrar um fulgurante pudor. Ao olhar com um encanto de serpente para o homem, pronunciou as palavras com a mais doce das vozes: - A única coisa que me interessa, não podes dar-me, porque foi um legado da tua mãe. Tens de jurar que não tornas a fazer o sinal da cruz que ela te ensinou quando eras pequeno. Por alguns instantes, D. Diogo hesitou ante tão estranho pedido, que lhe pareceu coisa do diabo. Olhou-a com estranheza, mas ao deparar-se com tamanha beleza, com aquele sorriso tão puro, afastou as dúvidas e os pensamentos obscuros. Já se apaixonara irreversivelmente por ela. Questionou-se para que serviam as benzeduras. Chegou à conclusão que se deixasse de se benzer, continuaria a ser o mais puro dos cristãos. Para compensar esta omissão, decidiu que mataria duzentos mouros e todos os pecados ser-lhe-iam perdoados. -Que assim seja, minha amada! Movido pela paixão, arrebatou-a nos braços, esporeou o cavalo e partiu a galope para o castelo. À noite, quando se deitaram, embriagados de amor, D. Diogo apercebeu-se que a dama tinha pés de cabra. Mas o seu coração apaixonado não deu importância àquele defeito, pois o corpo da amada era esbelto, esguio, os cabelos eram lisos e perfumados, a pele fina como a seda. Durante alguns anos o casal viveu em paz, felizes e apaixonados. Da união nasceu um menino, Inigo, e uma menina, Sol. Assim correram os anos, Diogo continuou inquieto nas suas caçadas, mas com a certeza que ao final delas, encontraria a paz que precisa nos braços da amada e no aconchego da família. Numa noite, durante a ceia, Diogo reparou que o seu melhor cão de caça dormitava junto à lareira, enquanto uma feroz cadela, pertencente à mulher, andava inquieta de um lado para o outro, com um rosnar estranho. Para afrontá-la, pegou num grande pedaço de osso, atirou-o para junto do focinho do cão que se encontrava próximo à lareira, e disse: -Toma lá tu, Silvano, valente caçador, precisas de te alimentar. À cachorra não dou nada, porque não pára quieta! Satisfeito e agradecido, o cão abocanhou tão generoso osso, mas não teve tempo de comê-lo, pois a fúria da cadela fez com que se atirasse ao cão, abocanhando-lhe mortalmente

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a garganta. -Maldita cadela! Por minha fé cristã, jamais vi coisa assim! Por cá andam artes de Belzebu... Ao dizer tais palavras, D. Diogo esqueceu-se do juramento que fizera à mulher alguns anos antes, benzendo-se repetidas vezes. Foi quanto bastou para que a mulher emitisse urros pavorosos. Aos olhos apavorados de D. Diogo, a mulher parecia desmanchar-se em outra, a pele branca e sedosa tornou-se áspera e negra, os olhos reviraram, a boca ficou torta. A mulher tornara-se um animal horrendo, que se erguia no ar, leve como uma pena. Debaixo do braço esquerdo levava a filha, Sol, o braço direito alongava-se para o filho. -Santo Deus! Jesus Cristo! – Bradava o fidalgo. – A minha mulher é o diabo! Antes que o braço direito da mulher alcançasse Inigo, o fidalgo agarrou o filho e fez vários sinais da cruz. A mulher soltou um último e horripilante grunhido, desaparecendo de vez por uma fresta próxima ao teto, levando consigo a menina. Desde aquela noite, ninguém no castelo tornou a pôr os olhos em cima da mãe, da filha e da cadela. Desapareceram entre as artes mágicas. Mesmo a saber que a mulher talvez fosse o diabo, D. Diogo Lopes sofreu a dor da sua perda, vivendo muito tempo cabisbaixo, triste e aborrecido com a vida. Para esquecer a dor que sentia no coração, decidiu partir para a guerra. Entregou ao filho Inigo o governo dos castelos. Os servos desenferrujaram-lhe as armas, preparando-lhe o cavalo. Partiu assim, para lutar contra os mouros e ajudar na formação do reino cristão de Portugal.

Marta Vilaça nº 14

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Lenda de Tristão e Isolda Lenda de Itália

A popularidade da história de Tristão e Isolda foi conseguida graças a Maria da França, que escrevia versos sobre histórias de cavalaria já conhecidas ou que ainda corriam entre os contadores de histórias. A história de Tristão e Isolda passa-se na Cornualha, onde Marco é Rei. Tristão não era famoso pela sua habilidade como lutador, mas tinha grande agilidade física. Era também um harpista. A história de Tristão é marcada por tragédias, desde a morte de sua mãe quando este nasceu, à morte do pai durante uma batalha onde perdeu o reino de Lionesse. Recebeu o nome de Tristão e foi criado por um cavaleiro como se fosse seu filho, Tristão desconhece sua origem e o seu parentesco com Marco, seu tio. Enquanto criança, a tragédia continua a marcá-lo quando, por acidente, mata um outro menino durante uma briga. Foi levado então para Bretanha a fim de ter uma educação de cavaleiro e um dia recuperar o seu trono, Tristão acaba preso num navio muçulmano, do qual, no entanto, consegue fugir, tendo indo parar à costa da Cornualha. Permaneceu na corte do rei Marco, sem revelar que era seu sobrinho, foi então que a Irlanda resolveu cobrar um antigo tributo à Cornualha que poderia ser substituído por uma luta entre membros da família real da Cornualha. Tristão oferece-se para lutar contra Morolt. Venceu a luta mas foi ferido pela espada envenenada de Morolt tendo sido colocado num barco sem remos com a sua harpa para ser curado pela rainha da Irlanda. Durante a sua permanência na Irlanda, disfarçado com o nome de Tristão, acaba por se apaixonar pela princesa Isolda, que tratava dele. Entretanto Tristão, que estava na Cornualha, descobre que Isolda estava prometida a Marco e Tristão retorna à Irlanda para trazê-la de volta. Na viagem de regresso, bebem um filtro do amor que a criada de Isolda havia preparado para a noite de núpcias da princesa com Marco. Uma paixão louca toma conta de Tristão e Isolda que, quando chegam a Cornualha, já são amantes. Começa então o débil, e interessante relato

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do casamento de Isolda com o desconfiado Marco e a continuação da sua aventura com Tristão. Tristão é descoberto e foge para a Bretanha, onde se casa com uma princesa só porque esta também se chamava Isolda (Isolda das Mãos Brancas), acabando por não consumar o casamento. Quando está prestes a morrer por causa de uma infecção causada por uma seta envenenada, Tristão manda uma mensagem, pedindo a Isolda da Irlanda que viesse ter com ele, e deu ordens para que, no retorno do barco, colocassem velas brancas se a trouxessem e negras se ela não viesse. Quando as velas brancas são vistas a aproximarem-se, sua esposa Isolda diz que as velas são negras. Amargurado, Tristão morre e Isolda da Irlanda chega para morrer ao lado dele.

Inês Macedo, nº 6

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O Monstro do Lago Ness Lenda escocesa

Desde há pelo menos 1500 anos que existem rumores acerca de uma criatura estranha em Loch Ness. O primeiro registro escrito aparece na Vida de São Columbano (escrita pelo próprio no século VI), onde Columbano descreve como salvou um picto das garras do monstro. Noutro ponto da obra, o santo conta que matou um javali com o poder da sua voz, o que levanta questões sobre a credibilidade dos seus relatos, mas o javali pode ter morrido por outra causa enquanto ele gritava. No século XX, o primeiro relato é de 1923, e conta como Alfred Cruickshank avistou uma criatura com cerca de 3 metros de comprimento e dorso arqueado. O registro visual que iniciou a popularidade de Nessie data de 2 de Maio de 1933 e foi relatado pelo jornal local Inverness Courier numa reportagem cheia de sensacionalismo. Na peça conta-se que um casal viu um monstro aterrorizante a entrar e sair da água, como alguns golfinhos fazem. A notícia gerou sensação e um circo chegou mesmo a oferecer 20000 libras pela captura da criatura. A esta oferta seguiu-se uma onda de registros visuais que resultaram em 19 de Abril de 1934 na mais famosa fotografia do monstro, tirada pelo cirurgião R.K. Wilson (daí o nome da fotografia, conhecida como Surgeon’s photo). A fotografia circulou pela imprensa mundial como prova absoluta da existência real do monstro. Décadas depois, em 1994 Marmaduke Wetherell confessou ter falsificado a fotografia enquanto repórter free lancer do Daily Mail em busca de um furo jornalístico. Wetherell afirmou também que decidiu usar o nome do Dr. Wilson como autor para conferir mais credibilidade ao embuste. Em 25 de maio de 2007, Gordon Holmes, um técnico de laboratório de 55 anos de idade, filmou um vídeo que ele diz ser de uma "criatura preta", com cerca de 45 pés de comprimento, movendo-se rapidamente na água.

Carolina Beltrão, nº 4

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A LENDA DO ARLEQUIM Lenda veneziana - Itália Conta a lenda que vivia em Veneza, no seu lindo e imponente palácio, uma Condessa muito rica que todos

os

anos,

no

Carnaval,

organizava um grande baile de máscaras, para o qual convidava todos os rapazes e raparigas da cidade. A Condessa só fazia uma exigência aos convidados: tinham que se apresentar mascarados. E, durante a festa, era sempre premiado aquele que melhor se apresentasse. Então, em todas as casas de Veneza, as mães esforçavam-se por fazer os mais belos fatos de máscaras. Só Arlequim não iria ao baile por ser muito pobre e sua mãe não poder fazer-lhe nenhum traje. Os amigos, vendo-o tão triste, resolveram dar o que tinham - os bocadinhos da fazenda que sobrara da confeção dos seus fatos. E, com eles, a mãe de Arlequim conseguiu fazer uma linda fantasia, cortando os bocadinhos em losangos iguais e combinando habilidosamente as diferentes cores. Assim, o pequeno Arlequim pôde entrar no palácio da Condessa. E mais conta a lenda que foi precisamente Arlequim quem nesse ano ganhou o prémio por se ter apresentado com o fato mais vistoso e original E quando a Condessa lhe perguntou como é que ele, tão pobre, tinha arranjado tão lindo traje, ele respondeu: - O meu fato foi feito com a bondade dos meus Amigos e o coração da minha mãe.

Margarida Costa, nº 13

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A galinha ruiva Conto Inglês Era uma vez uma galinha ruiva, que morava com seus pintinhos numa fazenda. Um dia ela percebeu que o milho estava maduro, pronto para ser colhido e virar um bom alimento. A galinha ruiva teve a ideia de fazer um delicioso bolo de milho. Todos iam gostar! Era muito trabalho: ela precisava de bastante milho para o bolo. Quem podia ajudar a colher a espiga de milho no pé? Quem podia ajudar a debulhar todo aquele milho? Quem podia ajudar a moer o milho para fazer a farinha de milho para o bolo? Foi pensando nisso que a galinha ruiva encontrou seus amigos: - Quem pode- me ajudar a colher o milho para fazer um delicioso bolo? - Eu é que não, disse o gato. Estou com muito sono. - Eu sou que não, disse o cachorro. Estou muito ocupado. - Eu é que não, disse o porco. Acabei de almoçar. - Eu é que não, disse a vaca. Está na hora de brincar lá fora. Todo mundo disse não. Então, a galinha ruiva foi preparar tudo sozinha: colheu as espigas, debulhou o milho, moeu a farinha, preparou o bolo e colocou no forno. Quando o bolo ficou pronto... Aquele cheirinho bom de bolo foi fazendo os amigos se chegarem. Todos ficaram com água na boca. Então a galinha ruiva disse: - Quem foi que me ajudou a colher o milho, preparar o milho, para fazer o bolo? Todos ficaram bem quietinhos. (Ninguém tinha ajudado.) - Então quem vai comer o delicioso bolo de milho sou eu e meus pintinhos, apenas. Vocês podem continuar a descansar olhando. E assim foi: a galinha e seus pintinhos aproveitaram a festa, e nenhum dos preguiçosos foi convidado. Sofia Isabel Carvalho, nº 17 87


LENDA DA BELA EUFÉMIA Lenda açoriana

Eufémia era uma das quinze filhas do rei Atlas e neta do Deus Júpiter. Como jovem muito boa e de beleza invulgar inspirou os mais afamados estatuários do seu tempo e enamorou os dez filhos do rei Neptuno. Eufémia, possuindo uma grande elevação de espírito, desprezou a condição terrena que lhe ofereciam e preferiu tornar-se uma estrela da constelação das “Myades”, suas irmãs. Mesmo assim continuou a apreciar o bem e a doutrina pregada por Jesus foi-lhe transmitida por um Querubim, que lhe pôs na alma o desejo de voltar à terra para espalhar a paz e a harmonia. O desejo de Eufémia acabou por realizar-se e veio habitar na ilha das Sete Cidades, onde foi tomada e amada como filha de um riquíssimo príncipe, mantendo-se jovem, bela e bondosa. A presença benfazeja de Eufémia fez-se sentir logo que chegou à terra. Nos banquetes os convivas eram deliciados com música de cítaras e flautas e comiam-se as mais divinas iguarias. A partir de então o sofrimento e a miséria desapareceram dessa ilha de encanto e passou a dominar a alegria e a paz. Num dia calmo de Outono, no dia de S. Cosme, famoso médico árabe e patrono dos médicos, Eufémia apareceu metamorfoseada numa planta. Dessa planta, que abunda nos matos da freguesia das Sete Cidades, se prepara um chá que é bálsamo para todas as dores e que tem o condão de defender as pessoas de todos os infortúnios. Já passaram quase dois mil anos desde que Eufémia se estabeleceu na terra, mas ainda continua espalhando o bem e é por isso que a paz impera nas Sete Cidades, em S. Miguel, e quem aí vai não pode deixar de se sentir inebriado pela tranquilidade do ambiente paradisíaco.

Miguel Lavrador, nº 15

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King Edward and the Woodcutter

A woodcutter who went to sleep in the forest of Bruelle was horrified, on waking, to find that he was blind. He suffered a lot, until in a dream he was directed to offer prayer in eighty-seven churches. He did that and, at the end of his pilgrimage, he went to Windsor, where he sat near the King's balcony. King Edward the Confessor, hearing of the man's trouble and of his dream, called him and placed his hand in holy water, upon the blind man's eyes. Immediately the woodcutter's sight was restored.

Sofia Carvalho, nยบ 17 89


Robin Hood Legend

The story of Robin Hood is very famous. In the time of Richard the Lionheart a noble of Nottinghamshire, Robin of Loxley, was outlawed for hunting deer. At that time the deer in a royal forest belonged to the king, and killing one of the king's deer was considered a treason, and punishable by death. So Robin went to the Sherwood Forest, he robbed from the rich to give to the poor, fighting against injustice and tyranny. He was an excellent archer and swordsman He gained a band of followers known as his “Merry Men” and a wife called Maid Marian. Robin Hood and his men wore Lincoln green clothes. Despite the best efforts of the evil Sheriff of Nottingham he avoided capture until the return of King Richard from the Crusades.

Pedro Carvalho, nº16

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The legend of the three Rivers Once upon a time... A long, long time ago, when the world was still young, three little brothers - Guadiana, Tagus and Douro, who lived with their friend Seagull, went to sleep in their cradles. They felt they were already adults and were powerful enough to travel round the world. Therefore, they agreed that as soon as they woke up, they would follow different paths. Happy for being already little men, but sad because they would have to split up, the three brothers eventually fell asleep. From the gull’s eyes, some tears dropped... Eager to leave, Guadiana was the first to get up, and there he went flowing quietly through leafy valleys in the Alentejo and the smooth plains in the Algarve. Then it was the Tagus’ turn to wake up and rush up. Without choosing paths, tore hills and valleys, until he found huge fields and felt at ease. Sleepy, the Douro, woke up late. As he couldn’t find his brothers, he took a short cut, digging his way through stone walls and Northern tight canyons, rushing towards the sea. The three brothers never met again, but the old and wise still say that at night, a certain Seagull flies from North to South, from South to North, never getting tired...

Douro Tagus

Guadiana

Margarida Costa, nº13

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The Legend of Mélusine Mélusine is a Breton fairy a woman usually represented as half-fish or half-serpent. Elianas, king of Albany (Scotland) was recently widowed and to divert his attention from the loss of his wife he amused himself hunting. One day, whilst at the chase, he went to a spring to quench his thirst. As he approached he heard the voice of a woman singing and as he approached he saw a mysterious, fey, girl who was named Pressine. Though Elianas enquired of her as to who she was she would neither tell him of her ancestry nor from whence she came. But, after some time the fair woman bestowed her hand upon him, on the condition that he should never visit her at the time of her lying-in. She gave birth to three daughters, Mélusine, Meliot and Palatine. Nathas, the king's son by a former wife, hastened to convey the joyful tidings to his father, who, without reflection, flew to the chamber of the queen, and entered as she was bathing her daughters. Pressina, on seeing him, cried out that he had broken his word. She cursed him and declared that her descendants, with the help of her sister, the Queen of the Lost Island, would avenge her. Then she disappeared, taking her daughters with her to the Lost Island. The Island of the Lost was so called because it was only by chance any, even those who had repeatedly visited it, could find it. Here she reared her children, taking them every morning to a high mountain, whence Albany might be seen, and telling them that but for their father's breach of promise they might have lived happily in the distant land which they beheld. When the children were fifteen years of age, Melusina asked her mother particularly of what their father had been guilty. On being informed of the truth of the matter she conceived a design for being avenged on him. Engaging her sisters to join in her plans, they set out for Albany. Once there they they took the king and all his wealth, and by dint of her charms she shut her father away in an inaccessible part of the Brandebois mountains. On telling their mother what they had done she flew into a rage because they had taken vengeance without her. Pressine laid curses upon them all, with the worst curse of all reserved for Mélusine as the instigator of the plot. Meliot was to be imprisoned in an Armenian castle, Palatine in a mountain together with her father, while Mélusine was cursed to become a 'serpent from the waist down' every Saturday. This would be her fate until she met a man who would marry her under the condition that he never saw her on a Saturday. Mélusine left the Lost Island and began roaming the world where she passed through the Black Forest, and that of Ardennes, and at last she arrived in the forest of Colombiers, in Poitou, where all the fays of the neighborhood came before her, telling her they had been waiting for her to reign in that place. It just so happened at this time that Raimond de 92


Lusignan, having accidentally killed the count, his uncle, with a deflected blow from his boarspear was wandering that night in the forest of Colombiers. He arrived at a fountain that rose at the foot of a high rock. A fountain which the local people called Fountain of Thirst, or the Fountain of the Fays, on account of the many marvelous things which had happened near it. Raimond reached the fountain at the time when three ladies were diverting themselves there by the light of the moon - the principal one being Mélusine. Of course, her preternatural beauty and her impeccable manners quickly won Raimond's heart. She soothed him, concealed the deed he had done and married him on condition that he never try to find out what she did every Saturday. Promising him that if he breached his oath he would forever be deprived of she who he loved so much. From her great wealth she created for him the castle of Lusignan right next to the Fountain of Thirst, where they had first seen each other.

Melusine Discovered: Le Roman de Mélusine: Guillebert de Mets circa 1410

Ten boys were born of their union but all were afflicted with strange physical defects. For example, one of Urian's eyes was in the middle of his cheek, and Geoffrey had a very long eye-tooth, which was why he came to be nicknamed Geoffrey Big-Tooth. But still Raymond's love for his beautiful wife remained unshaken. But one day Raimond could no longer contain his curiosity. For he had noticed that each of Mélusine's absences coincided with the apparently magical building of a castle, a monastery or a church. So he followed his wife into the cave to which she withdrew every Saturday. There he saw Mélusine in her true form. For the lovely form of Mélusine ended below the waist where it became serpentine with scales of grey and sky-blue mixed with white bathing in a green marble tub. But it was not horror that seized him at the sight, it was infinite anguish at the reflection that through his breach of faith he might lose his lovely wife forever. When she realised she had been found out Mélusine wept and stretched out her arms, which turned into wings; finally, she disappeared into the air, uttering these words: ‘One thing will I 93


say unto thee; that thou, and those who for more than a hundred years shall succeed thee, shall know that whenever I am seen to hover over the fair castle of Lusignan, then will it be certain that in that very year the castle will get a new lord; and though people may not perceive me in the air, yet they will see me by the Fountain of Thirst; and thus shall it be so long as the castle stand in honor and flourishing - especially on the Friday before the lord of the castle shall die.’

Marta Vilaça, Nº14

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