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SUSTENTABILIDADE

A SUSTENTABILIDADE É RESPONSABILIDADE DE TODOS

A sustentabilidade é o tema da atualidade e vem sendo discuti do amplamente nos fóruns internacionais. Essa discussão não é meramente fi losófi ca ou altruísta, mas sim econômica e fi nanceira. A razão do tema estar em constante discussão é o aumento incessante dos custos resultante das alterações ambientais geradas pelos resíduos industriais, sejam eles sólidos, líquidos ou gasosos. Listadas abaixo algumas ações e ideias de empresas brasileiras para miti gar este desafi o, que é de todos.

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Redução de 20% no consumo de energia até 2030

Ainstabilidade provocada pelas mudanças climá� cas e, ao mesmo tempo, a crescente preocupação com o meio ambiente, tem forçado as empresas a buscarem outras fontes de energia, apostando em opções renováveis para o suprimento da demanda no futuro próximo. Este é o caso da Con� nental, empresa que desenvolve tecnologias e serviços pioneiros em mobilidade sustentável, e que segue o seu plano de sustentabilidade e tem realizado inves� mentos em nível global na compra de energias renováveis. Alinhada com as diretrizes do Acordo de Paris, tratado ambiental chancelado pela Organização das Nações Unidas, a Con� nental es� pulou metas para tornar os negócios ecoefi cientes em todos os níveis da cadeia de valor. Por isso, até 2030, a Con� nental pretende reduzir em 20% o consumo de energia, gerando uma economia de, pelo menos, 1TWh. Atualmente, a companhia já consome 17% menos energia do que a média das demais indústrias por tonelada métrica – unidade de medida equivalente a 1000 kg – de pneus produzidos. “Estamos chegando à beira da emergência climá� ca, por isso nos comprometemos a desenvolver sistemas de gestão ambiental efi cientes. A Con� nental reconhece que é urgente para o futuro das próximas gerações que haja um comprome� mento com o desenvolvimento sustentável, aliando também esforços nos âmbitos social e econômico a fi m de garan� r qualidade de vida para todos”, afi rma Arnd Simone� , diretor de Compras para a América do Sul e Coordenador de Sustentabilidade da Con� nental no Brasil.

Energia Sustentável reduz pegada de carbono

A Evonik começou a fornecer a seus clientes mais um � po de compostos para moldagem com poliamida 12 sustentável. Produtos comerciais selecionados da marca Vestamid agora podem ser produzidos usando energia sustentável no parque químico da Evonik em Marl (Alemanha). Em 21 de setembro úl� mo, o TÜV Rheinland cer� fi cou as avaliações de ciclo de vida dos compostos. Estes compostos receberão o sufi xo RFP, equivalente a “reduzida pegada de carbono”. A Evonik produz a poliamida 12 no parque químico de Marl, na Alemanha, há mais de 50 anos e usa eletricidade e vapor gerados no local por suas modernas usinas combinadas de calor e eletricidade. Ao usar o biometano gerado a par� r dos resíduos dessas usinas, as emissões de dióxido de carbono resultantes da produção de Vestamid são reduzidas em 40%, na média, enquanto o consumo de água e de solo con� nua pra� camente igual. A empresa desenvolve polímeros de alta performance customizados para aplicações exigentes e é a líder global na produção de PA 12, produto com alta demanda em mercados atraentes, comercializada em forma de grânulos com a marca Vestamid. A PA 12 em pó Vestosint® é usada no reves� mento de metais no setor de bens de consumo, cestos de lavadoras de louça e componentes na indústria automo� va. A Evonik também possui anos de experiência no desenvolvimento de polímeros especiais em pó que permitem a produção industrial de componentes de alta tecnologia por impressão 3D.

100% Aterro Zero

Presente há 65 anos no País, a Meritor Brasil a� nge uma de suas metas de sustentabilidade. A líder na fabricação de eixos e sistemas de drivetrain adere ao programa aterro zero ao realizar o descarte de 100% de seus resíduos industriais e sanitários de forma controlada, eliminando a disposição em aterros sanitários. A inicia� va faz parte da polí� ca ambiental da corporação que busca con� nuamente as melhores prá� cas em seu sistema de gestão. A polí� ca ambiental da empresa prevê o con� nuo desenvolvimento por melhores prá� cas nesse setor, inicialmente em atendimento às legislações vigentes no País, mas sempre atreladas a um ganho ambiental, como é o caso da adoção do cer� fi cado ISO – 14001 há 21 anos. Na avaliação de Felipe Pereira, Analista Ambiental da Meritor Brasil, “mais do que eliminar o próprio aterro à sociedade, é imprescindível avaliar as possibilidades de retornar o resíduo na forma de matéria-prima e, assim, completar o ciclo da vida ú� l dos insumos. Hoje, aqui na América do Sul, temos mais de quinze � pos de resíduos diferentes, com des� nações diferentes e, até o começo de 2021, � nhamos alguns resíduos com des� nação em aterros pela falta de opções tecnológicas e adequadas, mesmo atendendo as legislações, pois eram des� nados com as melhores soluções disponíveis”. Nesse sen� do, uma das obrigações da Meritor Brasil – dentro da polí� ca ambiental corpora� va – é buscar no mercado soluções prá� cas e sustentáveis. Esse conceito vem crescendo com mais força. Algumas empresas parceiras começaram a oferecer soluções de reciclagem de material não inerte. “Por isso, desde janeiro de 2021, estamos des� nando esses materiais para reciclagem energé� ca, ou seja, passam a ser u� lizados como fontes de energia em processos de alimentação de fornos”, explica Pereira.

Resíduos da fábrica – Por defi nição, os resíduos sólidos são subdivididos em resíduos perigosos e os não perigosos – estes recicláveis, tais como papel, papelão, plás� co, metal, que são des� nados para reciclagem há anos. E quanto aos resíduos perigosos, atualmente são tratados por processos cer� fi cados como coprocessamento para resíduos sem condição de reinserção e rerrefi no no caso de óleos usados. O principal resíduo da fábrica a ser tratado é o cavaco metálico (raspas das peças, oriundas do processo de usinagem). Os cavacos metálicos são comprados pela Gerdau e viram vergalhões, u� lizados na construção civil. Por ano, mais de 5 mil toneladas deste material são reinseridas na cadeia produ� va.

Certifi cação de biodiversidade do WHC

A Rhodia, empresa do Grupo Solvay, é a primeira empresa do setor químico/têx� l do País a conquistar a Cer� fi cação Gold de biodiversidade do WHC (Wildlife Habitat Council), renomada organização internacional focada nas prá� cas de conservação da biodiversidade no setor privado. O cer� fi cado se refere à unidade da Rhodia instalada no Complexo Industrial São Francisco, área originada da an� ga Fazenda São Francisco, em Paulínia, no interior de São Paulo. Da área de 16 milhões de metros quadrados, apenas 15% do complexo atualmente é ocupado pela parte industrial, incluindo áreas de trânsito, estruturas administra� vas e de convívio social, como o restaurante. A área é cortada pelo Rio A� baia e Ribeirão Anhumas e tem vegetação � pica da Mata Atlân� ca, sendo habitat para dezenas de diversas espécies da fauna e fl ora na� vas da região, que encontram no Complexo Industrial São Francisco um oásis para sua existência e propagação. “Obter esse cer� fi cado é um orgulho para nós. Signifi ca o reconhecimento de prá� cas históricas e pioneiras adotadas pela Rhodia para preservação do meio ambiente e da sustentabilidade, em harmonia com a operação de um dos maiores complexos químicos da América La� na", afi rma Daniela Manique, presidente do Grupo Solvay na América La� na. A conquista – acrescenta Daniela Manique – segue em linha com a estratégia de sustentabilidade do Grupo Solvay, que estabeleceu como uma das dez metas do programa de ESG da empresa, denominado Solvay One Planet, de reduzir em 30% a pressão sobre a biodiversidade até 2030. Para o processo de cer� fi cação WHC foi realizado um inventário da fauna e fl ora locais. Só entre os animais, foram iden� fi cadas 83 espécies de aves, mamíferos, peixes, an� bios e répteis. Parte desses achados proveio de fotos � radas pela equipe de bombeiros e imagens capturadas pelas câmeras de segurança das fábricas, que registraram o trânsito desses “moradores do site”. Em relação à fl ora, mais de 90 espécies vegetais foram catalogadas por uma empresa especializada contratada para o projeto. Esse inventário documentou alguns achados interessantes. O site de Paulínia, por exemplo, é abrigo para o lobo-guará, uma espécie ameaçada de ex� nção, além de ser habitat de espécies como a onça-parda ou suçuarana, o segundo maior felino das Américas, perdendo em tamanho apenas para a onça-pintada.

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Para a concessão do cer� fi cado, uma comissão de auditores do WHC avaliou oito projetos realizados pela empresa em Paulínia, levando em consideração sua per� nência, resultados mensuráveis e impactos comunitários. Esses projetos foram agrupados em três categorias: habitat, espécies e educação.

Intensifi cação em ações ESG

O tema ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança) vem ganhando cada vez mais espaço e destaque nas discussões corpora� vas e na Sumitomo Rubber do Brasil isto não é diferente. No início de 2021, a empresa divulgou, no Japão, sua nova polí� ca de sustentabilidade a longo prazo: “Driving Our Future Challenge 2050” (Impulsionando Nosso Desafi o Futuro 2050, em tradução livre). O Grupo se comprometeu a redobrar os esforços para contribuir com a solução de diversas questões ambientais e sociais, além de ajudar a construir uma sociedade mais sustentável em todas as a� vidades empresariais nas quais está inserido. Seguindo esta fi losofi a, a fi lial brasileira passou a interagir ainda mais com os diversos públicos de impacto, como colaboradores e comunidade ao redor, e desenvolveu diversas ações estruturadas que já são consideradas resultados concretos desta nova visão ins� tucional de sustentabilidade ligada às prá� cas ESG. Destacam-se entre as inicia� vas desenvolvidas pela Sumitomo Rubber do Brasil:

• Dia da Água – na ação realizada em março foram expostos os projetos dos colaboradores para reaproveitamento e uso consciente da água na planta da fábrica. • Projeto 5Rs – concre� zado em agosto, o projeto 5Rs convidou os colaboradores a sugerirem boas prá� cas com base em cinco princípios: repensar, reduzir, reu� lizar, reciclar e recusar. • Reuso de Água – inves� mento na instalação de um sistema de recuperação de água através do processo de osmose reversa com reaproveitamento de até 50% da água u� lizada no processo em que seria descartada. • Arrecadação de Alimentos – com atuação con� nua desde janeiro, o obje� vo é arrecadar alimentos e roupas para doação às famílias em vulnerabilidade social de Fazenda Rio Grande.

“A Sumitomo Rubber do Brasil sempre se mostrou preocupada com as questões relacionadas às áreas de meio ambiente, social e governança. Tanto que o nosso programa Genki de ações voltadas para a comunidade e colaboradores obteve bons resultados. Já estávamos no caminho certo, mas agora com esta nova polí� ca de sustentabilidade pensada para todo o Grupo, reafi rmamos os nossos compromissos com a sociedade brasileira e com o Planeta Terra”, diz Rodrigo Alonso, diretor de marke� ng e vendas da Sumitomo Rubber do Brasil.

Adequação à logística reversa de embalagens

Visando dar um passo além para a logís� ca reversa de embalagens, com o intuito de con� nuar ofertando auxílio e proteção aos seus associados, a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) aderiu ao Ins� tuto Rever, que assumiu as ações ins� tucionais e operacionais que a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) vinha exercendo enquanto coordenava o Sistema de Logís� ca Reversa de Embalagens em Geral em São Paulo. A coordenadora da Assessoria Jurídica da Abicalçados, Suély Mühl, destaca que o obje� vo é oferecer melhoria con� nuada aos associados da en� dade calçadista, com soluções que visem menor custo de operação, agilidade e maior segurança jurídica, já que o Ins� tuto Rever busca a assinatura de um Termo de Compromisso nacional e já conta com acordos fi rmados nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Amazonas. Segundo ela, a cer� fi cação con� nuará a cargo da eureciclo, empresa que possui parceria com a Abicalçados desde 2018 e concede descontos que vão de 30% a 60%. “A Abicalçados vem inves� ndo recursos no apoio aos calçadistas, que por lei devem pagar o mínimo de 22% do total da pegada gerada de embalagens”, frisa. A Lei federal 12.305/2010 – Polí� ca Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), trouxe novas ferramentas para o� mizar a gestão e o gerenciamento dos resíduos sólidos. Uma destas ferramentas é a Logís� ca Reversa, que em seu ar� go 33 estabelece a obrigatoriedade de fabricantes, importadores, comerciantes e distribuidores na operacionalização de processos visando a reinserção de produtos e embalagens após o uso pelo consumidor na cadeia produ� va. Em atendimento ao PNRS, a Abicalçados vem se movimentando há alguns anos para o desenvolvimento de um modelo de logís� ca reversa que seja justo para as empresas e para a sociedade. A parceria com o Ins� tuto Rever vai permi� r que empresas associadas à Abicalçados u� lizem os serviços do mesmo, visto que só é possível por intermédio de uma en� dade que esteja vinculada ao Ins� tuto, trazendo maior redução de custos e segurança jurídica para as operações. 