Revista “Escola, um lugar de valor” - Colégio F.A.S. Uberaba/MG - 2016

Page 1


NÃO BASTA SER JOIA OU LEGAL. Alexandre Duarte De Oliveira Lopes Alice Machado Val Bernardo Emmanuel Lemos De Melo - Eduarda Alves Isidoro - Felipe Oliveira Fernandes - Felipe Santos Pinheiro Graça Gabriel De Paula Souza - Gabriel Souza Sampaio - Helena Soares Correia - Isabela Maria Solano Lourenço - Isabella Mendes Assis Agrelli - Laís Lopes Kikuichi - Magali Oliveira Lima - Maria Lopes - Manuela Alves Silva - Mateus Degani Ferreira Pinheiro - Miguel Rodrigues Pinto Ferreira - Murilo Martins Mariano Marques - Elisabete - Pedro Moyses Rodovalho - Rafael Duarte Machado Borges - Renan Carvalho Franco - Teófilo Mateus Dornelas Lamoglia - Vitor Hugo Souza Antonello - Pedro Martins - Corrêa Pinti Oliveira - Alice Oliveira de Souza Cecília Rodrigues Fonseca Pião - Léia Dias - Ana Laura Silva Lacerda - Clara De Souza Fernandes - Gabriel Vinícius Alves Rosa Gabriela Kiosz Resende Pereira - Giovanna Duarte Machado Borges - Gustavo Assunção Maia - Gustavo Jraij Kesrwani - Helena Foscarini Lorensete - João Ricardo Fabre Caldeira - Laura Lopes Carneiro - Laura Peres De Paiva - Leonardo Lima Barbosa - Tatiane - Letícia Carvalho Pereira - Letícia Malaguti Toffano - Lucas Bononi Miranda - Lucas Yan Cunha Cuba - Luísa Borges De Carvalho - Maria Cecília Ripposati Oliveira - Maria Julia Ananias Gonçalves - Mariah Degani Ferreira Pinheirio - Mariah Freitas Souza Andrade Bartonelli - Melissa Sisconetto Lage - Miguel Luis Silva Braga - Samuel Machado Alves - Ana Carolina Berber De Matos - Lilian - Ana Luisa Passos De Ramos - Ana Paula Maciel Franco - Bárbara Andrade Martins - Clara De Ávila Dias Ribeiro - Gabriel Nobbis Dos Santos - João Flávio Nascimento Ribeiro - Laura Paschoalotto Oliveira - Lívia Cápolis Pimenta - Lucas Canova Aguiar - Lucas Gabriel Fernandes Cruz - Luiz Carlos Ribeiro Neto - Luiza Lopes Kikuichi - Marina Manzan Oliveira - Miguel De Araújo Rodrigues - Miguel Ferreira Marrega - Noemi Lucas Nogueira Borges Carneiro - Pedro De Castro Freitas - Rafael Henrique Caetano Borges -Raphael Heitor Morais Fonseca - Sara Tabak Garrido - Sofia Valentina Souza Costa - Adriana - Sophia Andrade Santos Gomes - Valentina Oliveira Nascimento - Victória Emanuelle Cunha Silva - Vinícius Yamamoto Aguiar - Carmen - Ana Clara Rezende Rodrigues - Ana Luísa Madeira Jardim - Anali Além-Mar Guevara Oliveira - Beatriz Alves Paula - Cássia Regina Dornelas Lamoglia - Felipe Bragato Blancato - Geovanna Borges Teixeira - Hannah Ribeiro De Menezes - Henrique Gabriel Bisinotto - Isadora Alemi Capucci - João Lucas De Carvalho Pimenta - Leander Borges Dolinski - Luana Ferreira Borges Machado - Lucas Jraij Kesrwani - Manoela Soares Correia - Maria Clara Carvalho Mendonça - Mariana Rodrigues Domingos - Mateus Bononi Miranda - Miguel Cunha Frei - Nathan Almeida Furtado - Nicolly Gabrielly Rodrigues De Sousa Dionísio - Núbia Araújo Metz - Otávio César Matos Rodrigues - Rafael Soares Santos - Rafaella Jraij Kesrwani - Thamires Borges Fabiano Rodovalho - Valentine Florença Câmara - Vitor Hugo Da Silva Migliorin - Amanda - Isabelle Amaral Gomes - Lara Helena Machado Potente - Maria Isabel - Amanda Nicolle Jesus Siqueira - Amanda Rodovalho De Paula - Ana Clara Rodovalho Teixeira - Ana Clara Silva Marins - Ana Flávia Caldono Alves - Ana Heloísa Teles Botelho De Carvalho - Ana Paula Silva De Oliveira - Ana Paula - Bruna De Paula Rodovalho - Daniela Oliveira Quintino - Eduarda Pereira Borges - Eduardo José De Morais Júnior - Evandro José Do Nascimento Neto - Felipe Braz Cardoso Júnior - Isadora Souza Sampaio - Juliana - João Pedro Rodrigues Pinto Ferreira - Lais Kiosz Resende Pereira - Laura Caroline Fontinele Carvalho - Lívia Correia Rodrigues Silveira - Luísa Borges Dolinski - Luiza Marquez Santos - Maria Eduarda Oliveira Magnino - ariana - Maria Fernanda Pereira Guimarães - Maria Luiza Monteiro Oliveira - Rafaella Benetolo Tavares - Rebeca Sousa – Oliveira - Veruska - Alexandre Henrique Borges Oliveira - Ana Laura Oliveira Macedo - Ana Letícia Baldo De Melo - Ana Luisa Elias De Farias - Ana Luisa Gonçalves Elias - Ana Luisa Rodrigues Silva - Arthur Fernandes Loes - Bernardo Falconi De Castro Ferreira Gomes - Carlos Antônio Da Cunha Neto - Carolina De Souza Gonçalves - Ana Alice - Eduardo Queiroz De Novaes - Felipe Henrique Da Silva Queiroz - Giovanna Alves Silva - João Luccas Barbosa Pinto - Luísa Sousa Bernardes - Marcelo Guimarães Afonso Filho - Maria Clara Emidio Pena - Matheus Cortiço De Oliveira Dórea - Sabrina Gomes Marinho - Bernardo Cunha - Mônica - Amanda Lopes Tosta - Ana Luiza Caldono Paredes - Ana Luiza De Oliveira Freitas - Arthur De Almeida Duarte - Eminy Mendonça Resende Borges - Simonia - Florença Carneiro Valentim - Gabriel Dos Reis Silveira - Gabriel Santos Gonzaga - Iago Henrique Caetano Silveira - Isabela Giannasi De Paula Resende - Luisa Brum Oliveira - Manuela Andrade Marçal - Marcela Oliveira Solé - Miguel De Moraes E Menezes - Pedro Henrique Silveira Soares - Almir - Pedro Henrique Solano Lourenço - Roger Praxedes De Jesus - Sabrina Adjafre Cunha - Victor Wilson Borges De Moraes Cândido - Cesaria - Vinícius Alexandre Lopes De Melo - Yasmin Neves Alkmin De Souza - Fernanda Fernandes Vilarinho - Jordana - Abel Oliveira Solé - Ana Laura Souza Paiva - Arthur De Paiva Melo - Arthur Soares Santos - Eloá Lucas Nogueira Borges Carneiro - Emília Prado Cunha - Henrique Fabri Santos De Faria –Higor Santos Barão Foscarini - Jennyfer Thamy Silva Brandão - Lara Lopes Kikuichi - Luciano Prudente Araújo - Pedro De Araújo Rodrigues - Pedro Henrique De Oliveira - Valentina Araújo Castelo Branco - Victor Hugo Pereira Leal - Victor Hugo Rodrigues Dos Santos - Vitor Augusto Barcelos -Debora - Ana Sofia Gomes De Sousa Miquelino - Antônio Francisco Dias Carvalho - Arthur Borges Martins - Erik Reis Francioli Rangel - Isabela Oline Rocha Maciel Cardoso - João Matheus Solano Lourenço - João Vítor Desidério Oliveira - Julia Gabrielle Duarte De Souza - Lara Vitória Oliveira Rosa - Letícia Rodrigues Pereira - Maria Luiza Macedo Guimarães - Matheus Duhau Manhães Macêdo Cardoso - Mel Medina Souza - Mel Oliveira - Murilo Henrique Favaro De Oliveira - Pedro Domingues Pontes - Sophia Goes De Souza - Vinícius Silva De Oliveira Prado - Edmilson Fernandes Da Silva Filho - Valeria Vilarinho Trombini - Armando Missão Aratani Neto - Francisca - Alessah Quirino Vieira De Morais - Ana Flávia Dos Reis Bernardes - Carolina - Ana Letícia Tavares Da Silva - Angélica Emanuelle Soares Do Carmo - Arthur Elias Fontela - Eduardo Cesar Silva Bessa - Elisa Ribeiro Da Costa - Felipe Queiroz De Novaes - Gabriel Martins Da Costa Lemos - Gustavo Apolônio Gonçalves - Igor Felipe Caetano Silveira - João Pedro Oliveira Costa - João Victor Alves De Oliveira - Willian - Júlia Chagas Câmara - Lara Aparecida Da Silva Carvalho - Larissa Oliveira De Araújo - Laura Silva Thomazini - Maria Clara Das Neves Silva - Maria Fernanda Manzan Oliveira - Maria Fernanda Ribeiro Faina - Maria Luisa Marinho Ribeiro - Matheus Frazão Rodrigues - Pedro Flávio Nascimento Ribeiro - Samuel Sousa Oliveira - Victor Gabriel Del Duque Manzan - Vitor Peppe Vieira Tomé - João Mateus Inácio Sabino - Amanda Gonçalves De Melo - John - Ana Júlia Alves Oliveira - Hilder - Ananda De Araújo Rodrigues Da Cunha Caixeta - Artur Tomaz Ribeiro - Bárbara Beatriz Souza Estevam - Beatriz Lopes De Oliveira - Caroline Minguim De Melo - Eduardo Lopes Dos Santos Lamounier Morais - Luis Humberto - Elis Maeda Silva - Erick Henrique Soares Ferreira - Felipe Neiva Fernandes - Gabriel Farnezi Santos - Gabriel Oliveira Borges Silva - Gabriela Gomes E Silva - Giovanna Canova Aguiar - Jennifer Ribeiro Menezes - Laís Euzébio Oliar Pena - Manuella Stephani Araújo - Maria Eduarda Caetano Marinelli - Matheus Alexandre Lopes De Melo - Rosane - Pedro Henrique Joca De Melo - Vinícius Minguin Suzumura - Vitor Hugo Costa Marques - Yuri Edson Da Silva Fontenele Brandolis - João Lucas Ferreira Borges Rodrigues - Sandra - Yuri Hudson Santos Cesario - Lucas De Oliveira Tiso Corrêa - Felipe Miranda Ibrahim - Matheus Henrique Melo Cucio - Nubia - Aline Dos Reis Lacerda - Ana Beatriz Servo Costa - Ana Gabriela Dias Carvalho - Liliane - Ana Luiza Giannasi De Paula Resende - Antônio Augusto Coelho Feliciano - Bianca Desidério Oliveira - Luciana - Bruno Silva Thomazini - Danyella Dos Reis Bernardo - Douglas Gonçalves De Matos Filho - Gabriel Maeda Silva - Jeniffer Raiça Raymundo De Almeida - João Filipe Azevedo Rocha - Edina - Maria Eduarda Amaral Medrado - Maria Luiza Fiuza De Souza - Matheus Henrique Domingues De Lima - Nicollas Ryan Porto Da Costa - Rayssa Brenda Nunes Azevedo - Rodolfo Soares Junqueira - Thiago Goes De Souza - Yasmin Oliveira Pereira - Aymêe Bastos De Oliveira - Pedro Augusto Cunha - Pedro Henrique De Lima Ferreira - Eryka - Augusto César Dornelas Lamoglia - Gabriel Rodrigues Cruz - Gabrielly Neves De Sene - Laura Fernanda Rodrigues Resende - Luana Adjafre Cunha - Nara Maria Mendonça De Melo - Pedro Gonçalves Gomes De Arruda - Pedro Henrique De Paula Cruz - Pedro Vinícius Goes De Souza - Vitor Gabriel De Moura E Silva


André L u i s Ferreira do Reis - Ana Luiza Trindade Oliveira - Cecília Ferreira Nunes Ana Carolina - Eliseu Oliveira Lima - Felipe de Melo Valentino - Bento Carvalho Stockler Barbosa - Ana Lúcia Gabriel Vidigal Mota - Guilherme Campos Silva - Giovanna Siviero - Heloísa Takatsuca Sodero - Henrique Ferrarese Santos - João Lucas Freitas Bartonelli Cassia - Julia Pereira Pontes - Laura Oliveira Gomes Silva - Lavínia Alves Gonçalves Martins - Luiza Barbosa Leal - Luíza Cunha Zanqueta - Tania Maria Alice Silva Machado - Maria Clara Carvalho Coelho - Maria Luisa Urbano Tiveron - Maria Luiza Leite Assunção - Claudiene - Mateus Guapo Pavarina Filho - Matheus Gomes Gonçalves - Miguel Augusto Oliveira Gomes - Miguel Borges Andrade - Cristiane - Miguel de Castro Freitas - Miguel Vieira Castro dos Santos Rael Gomes de Ávila da Cunha - Raul Carvalho Duarte - Sofia de Lima Machado - Vitor Henrique Caetano Borges - Yumi Martins Yakabe - Daiana - Melissa Juvêncio Amorim - Ana Clara Neuhaus Morimoto - Alice Castro Santos - Alice de Souza Nogueira - Antonella Costa Silva - Isabella - Athos Costa Silva - Augusto Urbano Tiveron - Breno Nicolussi Afonso - Cecilia Ribeiro Cardoso - Ian Nunes Carneiro Wanderley - Mariana - João Henrique Melo de Paulo - Aleandra - João Lucas Costa Silva - João Pedro Ferreira Vieira - José Rafael Vial Pereira Borges - José Ribeiro Cardoso - Laura - Leonardo de Paiva Menezes - Lorenzo Peres Mendes - Lucas Gouvêa dos Santos - Lucilene - Marco Tulio Magro Pereira Lima - Marcia - Miguel Degani Ferreira Barros - Raphaela - Murilo Andrade Martins - Olivia Nunes Andrade - Pedro Victor Marques da Silva - Pedro Henrique de Oliveira Zanforlin Magdalena - Pietro Santiago Cancela - Roberta Rafael Antônio Rezende Sousa - Rafael Simões Goulart Terra Theo Araujo de Sousa Oliveira - Valentino César Monteiro de Oliveira - Vitor Hugo Silva - Tatiana

BOM MESMO É TER A PARTICIPAÇÃO ATIVA E POSITIVA DE CADA UM NA CONSTRUÇÃO DE UMA HISTÓRIA DE VALOR.


Editorial Caro(a)leitor(a), “A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original.” Com esta frase de Albert Einstein resumimos a 8ª edição da revista “Escola, um lugar de valor”- uma publicação anual do Colégio F.A.S. As páginas desta publicação revelam, através das atividades propostas e desenvolvidas ao longo de 2016, como Direção e todos os profissionais da Educação inseridos no processo de ensino/ aprendizagem do Colégio F.A.S. estão seguros com relação ao alicerce sólido que vêm proporcionando a cada um dos seus alunos da educação infantil ao Ensino Fundamental. Estamos especialmente orgulhosos da aproximação e participação da família com o trabalho pedagógico aqui realizado. A Filosofia de nossa escola está fundamentada nessa parceria constante. A satisfação é grande e não há como retroceder nesse aspecto. Mas, temos total consciência de que somente com a Educação (no seu real sentido) poderemos estabelecer a tão necessária relação de confiança capaz de transformar o mundo. Esperamos que o conteúdo dessa edição desperte em você leitor, um novo olhar para a educação e inspire todos a aproveitarem esse momento de profundas transformações que nosso Brasil está passando e crie novas oportunidades de crescimento pessoal e profissional! Preparem-se! Começa agora mais uma fantástica leitura que promete encantar e emocionar a todos os envolvidos nesta caminhada em busca do crescimento permanente e sustentável do ser humano. Boa leitura! À Direção.

Expediente Jornalista Responsável – Milene Borges Revisão – Milene Borges Designer Gráfico – Alex Maia (9 9969-4028) Impressão: Gráfica 3 Pinti Tiragem: 3.000

4

Escola, um lugar de valor


“Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho ele lança toda a força de sua alma (...) todo o universo conspira a seu favor.” Johann Goethe Lançamos o sonho de buscar excelência em educação e todos os dias plantamos e regamos esse desejo com ética, profissionalismo, dedicação, responsabilidade, amor e acima de tudo com humildade para reconhecer que quando erramos é na certeza do acerto. Nossa coragem é definida como ousadia para tentar coisas boas, mas difíceis. É na força para não fazer simplesmente o que fazem os outros, mas, ao contrário, manter nossa posição e até influenciarmos os demais. Somos educadores, formadores de opinião e acreditamos como o escritor Paulo Coelho “Quando você quer alguma coisa, todo universo conspira para que você realize seu desejo”. Francisca Elineide Câmara Alberto Diretora

Francisca

Adriana

Simonia Escola, um lugar de valor

5


O Valor da Boa Convivência Tatiana Maria de Oliveira A prática pedagógica deve preocupar-se em desenvolver quatro aprendizagens fundamentais, que aparentemente são divididos, mas essas vias não podem se dissociar por estarem sobrepostas, elas constituem uma interação para a formação do indivíduo através dos quatro pilares da educação: aprender a conhecer (indica o interesse e a abertura para o conhecimento); aprender a fazer (mostra a coragem de executar, de correr riscos, de errar mesmo na busca de acertar); aprender a ser (explica o papel do cidadão e o objetivo de viver) e aprender a conviver (traz o desafio da convi-

6

Escola, um lugar de valor

vência que apresenta o respeito a todos). Este último pilar vai ser abordado no nosso texto. Conviver é aceitar e respeitar as diferenças, e os diferentes tem sido um desafio presente em todo ambiente social. Na instituição de educação infantil não é diferente. Aprender a viver com os outros, na escola, no lar, ou em qualquer outro ambiente é talvez um dos desafios mais difíceis, e segundo Suhr (1998, p. 252) “vivermos juntos em harmonia deve ser o fim último da educação no século XXI”. A escola, a educação, a sala de aula e o professor tornam-se peças fundamentais para superar esse grande desafio e transformar o cenário atual

de violência, desigualdade e intolerância em expressões de dimensão social coletivas nas quais imperam a diversidade, a paz e a compreensão. Assim em sala de aula realizamos atividades com foco na descoberta do outro, na valorização da coletividade e individualidade, no aprender a ouvir e falar, a compartilhar e partilhar de modo produtivo. A estratégia de ensinar as crianças a adotar a solidariedade e cooperação com o outro auxilia na resolução dos atritos e amplia a pacificação. Isso porque as diferenças e atritos individuais tendem a reduzir quando as crianças trabalham conjuntamente em trabalhos que as motivam.


De acordo com Delors (2012, p. 80): Uma vez que a descoberta do outro passa, necessariamente, pela descoberta de si mesmo, e pelo fato de que deve dar à criança e ao adolescente uma visão ajustada do mundo, a educação, seja ela fornecida pela família, pela comunidade ou pela escola, deve, antes de mais nada, ajudá-los a descobrir-se a si mesmos. Diariamente na nossa roda de conversa trabalhamos com as regras de boa convivência do que

a gente pode ou não pode fazer e com os combinados que temos em cartazes na sala de aula. Incentivamos o uso das palavrinhas mágicas como “obrigado”, “com licença”, ”por favor,” e “desculpa”, isto ajudará a criança a aprender a viver com os outros respeitando e se integrando ao grupo tanto familiar quanto escolar. O Pilar da Educação “Aprender a Conviver” ressalta a importância de uma prática pedagógica que oportuniza situações de coletividade e que deve ser incentivada tanto em nos professores quanto nos alunos. Então, a responsabilidade da escola e do professor está em promover a interação construtiva,

promovendo uma educação pacificadora, igualitária que vá além dos muros da escola e seja vivenciada na vida cotidiana de cada aluno.

Formada em Magistério e cursa Pedagogia. Professora do Maternal II (Matutino) no Colégio F.A.S.

Escola, um lugar de valor

7


Limite na medida certa

“Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos.”

Pitágoras

Débora Regina Silva Souza Percebemos em grande parte das escolas educadores que têm em seu ambiente de trabalho alunos com problemas de indisciplina. Esse tema vem sendo um dos principais assuntos em discussões por parte de especialistas em educação. As crianças não se sentem mais obrigadas a aceitar as imposições, desrespeitam os professores, desafiam as regras da escola e, na maioria das vezes, os pais amparam. Hoje, essa realidade bate à porta de muitas instituições de ensino desde o Berçário ao Ensino Superior. O professor deve compreender que o aluno -em meio a tantos estímulos da vida moderna- não consegue permanecer em sala de aula durante quatro horas sentado e sem conversar, atento 100% ao conteúdo ali passado.

8

Escola, um lugar de valor

Neste sentido, é necessário conhecer a verdadeira causa da indisciplina, e assim trabalhar de maneira correta com os estudantes- sem o uso de agressões verbais ou autoritarismo. Penso que não cabe somente a escola o papel de buscar alternativas para resolver os problemas relacionados a indisciplina. A sociedade e, principalmente, a família, devem aliar-se a instituição de ensino para contribuir com a construção do futuro cidadão. Quando essa questão for bem compreendida pelos profissionais da educação, tal ação contribuirá para a formação de uma sociedade mais equilibrada e livre, uma vez que a disciplina não é importante apenas para uma aprendizagem mais eficaz na escola. Mas, funda-

mental para a aquisição de valores e atitudes necessários para um bom desempenho na vida adulta -seja ela no ambiente familiar ou no trabalho- visto que adultos disciplinados e equilibrados trazem melhores benefícios para uma sociedade. No Colégio F.A.S., foram realizadas pesquisas em campo com o intuito de compreender a fundo o tema em questão. Identificando quais situações pudessem permitir um ambiente escolar harmônico, favorecendo a aprendizagem. Uma das constatações obtidas com o resultado da pesquisa é que o professor não é o único interessado na boa disciplina, mas também a escola e a família. Ressalte-se que, nas escolas é necessário estabelecer regras, que devem ser cobradas e cumpridas por todos, evitando que o professor responda sozinho pelo comportamento do aluno, e ao mesmo tempo o aprendiz deverá sentir-se seguro e orientado nas atitudes que deverá tomar, tendo plena consciência dos seus atos e das consequências que lhe serão cobradas.


Para Azevedo (2002), a palavra “disciplina” vem do vocábulo discípulo, e significa seguidor de um mestre. O discípulo segue o seu mestre não porque tem uma punição, mas sim porque acredita que seu mestre está correto. A indisciplina escolar é problema de toda instituição de ensino, não

basta apenas haver um bom relacionamento entre professores e alunos. É necessário que haja uma boa convivência entre escola, alunos, professores, pais e comunidade com o objetivo da constante troca de experiência, discussões de metas e sugestões para novas perspectivas para lidar com a indisciplina.

Vale algumas regrinhas de ouro:

• Estabeleça com os alunos regras claras • Determine uma sanção para a quebra das mesmas • Determine uma recompensa para o cumprimento • Peça apoio de seus colegas de equipe se necessário • Estabeleça estratégias em conjunto com a equipe; os alunos precisam perceber a hegemonia das atitudes • Respeite seus alunos • Ouça o que seus alunos têm a dizer • Responda ao que lhe for perguntado com educação e paciência • Deixe claro que o que é errado é o comportamento, não o aluno • Trabalhe crenças negativas transformando-as em positivas • Seja coerente em suas expectativas....

Formada em Magistério e graduada em Pedagogia com Pós Graduação em História. Professora do 5° ano no Colégio F.A.S.

Escola, um lugar de valor

9


O cinema, ao juntar a audição e a visão...

...(Ferrès, 1990,38)

Todos os alunos estavam glamorosos. Apesar de apenas alguns alunos terem sido premiados, sabemos que todos são vencedores, pois conseguiram o principal, produzir seus vídeos em língua estrangeira, aperfeiçoando seu vocabulário e pronúncia. Professoras Eryka Enrique e Cesaria Nuñez apresentando a noite do Oscar.


Filme ganhador melhor Making Of em inglês- Pedro Flávio 6º The Love United US

Ana Luiza Giannasi 8º Melhor atriz em ingles

Aymê Bastos - Melhor Making of espanhol

Cesaria Oliveira Nuñez Andrade Eryka Araújo Enrique Quando um professor decide utilizar a dramaturgia como ferramenta didática nas aulas de línguas, primeiramente deve-se considerar as possibilidades que essa possibilidade pedagógica oferece como ferramenta para promoção do aprendizado dos alunos. Sabe-se que os estudantes se desenvolvem em um universo governado pelas tecnologias de informação e comunicação, onde a interatividade é a característica mais marcante; e é fácil constatar que essas inovações também estão projetadas no âmbito escolar. Assim, por que então não agregar a arte de compor peças teatrais e aos novos conhecimentos ao ensino da língua estrangeira? A ideia principal foi colocar a tecnologia interativa a serviço da aprendizagem de idiomas. Diante de experiências anteriores empregando a dramaturgia como ferramenta didática, e conhecendo o potencial dos nossos alunos, estávamos convencidas de que propor um projeto grandioso seria um sucesso. De fato o resultado superou todas as expectativas. Assim, aproveitamos este espaço para relatar brevemente as etapas do projeto “Oscar F.A.S.”, uma proposta sociocultural

Ana Júlia 7º ano Premio de melhor edição

Melor ator em EspanholPedro Hernique 9º anoChavo del Ocho

e educacional por meio do cinema, com o objetivo principal de desenvolver o vocabulário e a pronuncia das línguas inglesa e espanhola. Ao colocar em prática determinada atividade cênica é importante frisar que esta arte é, antes de tudo, uma projeção coletiva. Não se faz cinema sozinho! O cinema, ao juntar a audição e a visão, permite reforçar a memória, visto que se utilizam dois canais perceptivos ao mesmo tempo (Ferrés, 1992, 38). Com essa ideia em mente, tínhamos quase seis meses para desenvolver o projeto, desde a orientação aos alunos até a tão esperada noite de premiações, a noite do “Oscar F.A.S”.

Tudo ocorreu da seguinte forma: • Proposta - Orientamos a formação dos grupos em que uma parte dos alunos ficou com a língua espanhola e a outra com a língua inglesa. Foram quatro grupos de espanhol e seis de inglês, sendo que os alunos tiveram a liberdade de escolher seus companheiros, tema e língua. • Desenvolvimento – Após definição dos grupos, vieram as correções dos roteiros. Passando por esta fase, os grupos foram instruídos a gravarem seus vídeos em lín-

Escola, um lugar de valor

11


Premiação melhor ator em Inglês Pedro Augusto 8º ano

Thiago Goes 8º anoPremiação melhor Figurino- Titanic

Isabela 5º ano - Doña Florinda

gua estrangeira, com legenda em português, e no máximo cinco minutos de duração. • Conclusão – Os vídeos foram postados no site da escola e toda a comunidade escolar foi convidada a votar no melhor filme. Essa votação foi parte do processo para escolha dos melhores filmes (em espanhol e inglês), e as demais categorias (diretor, ator/atriz, editor, figurino e “making of”) foram selecionadas exclusivamente pelos critérios técnicos das professoras. • O evento – A premiação foi um sucesso! Todos os alunos estavam glamorosos. Apesar de apenas al-

Bianca Desidério ganhadora como melhor atriz em espanhol

Os vencedores de espanhol 9º ano

guns alunos terem sido premiados, sabemos que todos são vencedores, pois conseguiram o principal, produzir seus vídeos em língua estrangeira, aperfeiçoando seu vocabulário e pronúncia. Amamos!!! A turma do 5º ano estava linda!!! Fez uma releitura do episódio “Primer día de clase de Ñoño y Pops” da série Chavo del Ocho. Todos estavam com as falas na ponta da língua, cada um caracterizado conforme o personagem. Deram um show! Diríamos em inglês e espanhol “They gave a show!” - ¡Estupendo! O figurino, a encenação, a carinha de cada aluno ali foi emo-

cionante. As nossas queridas alunas Giovanna e Ana Luiza Gianasi, que com muita espontaneidade, pronunciaram o idioma com perfeição na apresentação do evento. Não podíamos deixar de citar os nossos professores colaboradores: Lilian, Maribel e Vanessa, Fundação Cultural de Uberaba por ter cedido o espaço para o evento, Doris e Donizetti Studio Photo e todos os alunos pela dedicação apresentada. Nossa gratidão é extensiva aos pais dos alunos, que não pouparam esforços para auxiliar seus filhos na execução do projeto, e a equipe gestora do colégio, que nos apoiou e incentivou a seguir com a proposta.

Professora Eryka e alunos 6º e 7º ano musica The time of my life

Alunas 5º, 6º e 7º ano dançando no Oscar F.A.S.

12

Escola, um lugar de valor

Alunos 7º ano - Gabriel Oliveira, Láis Euzébio, Caroline Minguim e Giovanna Canova

5º ano - Chavo del Ocho


Aluna Beatriz 7 ano e alunas do 6- dançando e cantando Shakira

Filme ganhador como melhor direção Estudiar Sí - 7 ano

Melhor filme Inglês

Graduada em Letras (Português e Espanhol) e Pós Graduada em Docência na Educação Superior. Professora de Língua Espanhola no Colégio F.A.S.

Graduada em Letras (Português/Inglês)- Curso Esl (English as a Second Language)- Inglês como Segunda Língua.Pós Graduada em Docência nos ensinos, Médio, Técnico e Superior. Pós Graduanda em Educação Tecnológica e Gestão de Projetos. Professora de Inglês no Colégio F.A.S.

Agradecimentos finais - Diretora do Francisca Câmara colegio e professoras

9 ano premiaçao Chavo del Ocho- melhor filme espanhol

Professora Eryka e alunos do 7º ano

Escola, um lugar de valor

13


Capoeira e Diversidade Cultural Núbia Nogueira Cassiano.

O ser humano manifesta sua existência culturalmente. A cultura de cada grupo caracteriza sua vivência, demonstra sua distinção, sua forma específica de ser-no-mundo, sua identificação. Cada grupo constrói-se historicamente expressando-se pela linguagem, estabelecendo a dialética homem-mundo para significar-se existencialmente. Uma das formas essenciais da existência histórica e cultural do homem é a organização social. Oriunda da maneira pela qual se constituem as relações humanas, se visualizada na concepção marxista sobre o capitalismo, ocorre por meio da divisão em classes, em que se enfrentam mutuamente, porém desigualmente, as classes dominantes e as classes dominadas. As culturas geradas por essas classes também são respectivamente dominantes e dominadas e “[...] a educação como aprendizagem da cultura implica, portanto, a compreensão, teórica e prática, do sentido da domina-

14

ção, e sua recusa como sentido inaceitável para uma existência propriamente humana”. (REZENDE, 1990, p.65). Pode ser esse um dos motivos pelo qual há tamanha aproximação da educação presente na Capoeira com essa perspectiva de educação que liberta e transcende, pois ela, a Capoeira, surgiu como forma de resistência a uma dominação, resistência a um processo de desumanização de um povo, surgiu como busca de uma existência digna e humana. A aprendizagem humano-significativa da cultura e pela cultura, como educação libertadora, desenvolve a práxis dialógica em que educador e educando dirigem-se ao mundo e, com ele interagem intencionalmente, humanizando-se e projetando-os à condição de corpo sujeito, corpo ativo, corporeidade. Moreira (2006) adverte que o sistema institucional educacional tem mudado com a sociedade moderna. Por esse motivo torna-se relevante explorar a relação entre essa organização e o corpo, entender as possibilidades e os limites de manifestação de uma corporei-

Educar-se é aprender a fazer história, fazendo cultura. Escola, um lugar de valor

MOREIRA, 2006.


na Dialética Corporal da Prática dade autônoma que se eduque e seja educada para a emancipação. A Capoeira, como um elemento da cultura afro-brasileira é parte de um arcabouço cultural que possui referenciais distintos dos europeus. “Os referenciais da Capoeira fazem parte da visão de mundo africana na qual a religião é ponto fundamental e o corpo tem um papel crucial na existência do indivíduo. O corpo é vida”. (PALMARES, 2002, p.8). O corpo é a fonte de compreensão do mundo percebido. É ele que dá sentido não apenas aos objetos naturais, mas também aos culturais e na Capoeira, como bem define Sodré (2002) “o corpo é soberano, solto em seu movimento, entregue ao seu próprio ritmo, encontrando instintivamente o seu caminho”. Nóbrega (2005, p. 63) enfatiza: “[...] o corpo expressa a unidade na diversidade, entrelaçando o mundo biológico e o mundo cultural, rompendo o dualismo entre os níveis físicos e psíquicos. Com meu corpo atuo no mundo”. A prática da Capoeira propicia a interação entre seres de diversas classes sociais, etnias, gêneros e credos em uma perfeita dialética corporal. As crianças desde pequenininhas já aprendem que na Capoeira, não tem pobre e nem rico, negro ou branco, menino ou menina, deficiente, especial ou normal, católico, evangélico ou espírita. Na Capoeira são todos Capoeiristas dialogando expressivamente através da linguagem corporal. Interagindo: aprendendo, ensinando e se socializando com naturalidade e humanismo. Prevalece a harmonia ocasionada pela da uniformidade condição humana em de-

trimento a qualquer diferença física, econômica ou social. A Capoeira é um campo aberto para a criatividade, para a participação ativa, tão importante no sentido de existência, para o exercício do humano e para a transcendência individual e coletiva. REFERÊNCIAS MOREIRA, W. W. et al.; Corporeidade aprendente: a complexidade do aprender a viver. in: MOREIRA, W. W.(Org.). Século XXI: a era do corpo ativo. Campinas, SP: Papirus, 2006. NÓBREGA, T. P.; Corporeidade e Educação Física: do corpoobjeto ao corpo-sujeito. 2. Ed. Natal: Editora da UFRN, 2005a. PALMARES, F, C; Oficina de Capoeira: A escola em movimento, Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Social, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Departamento de Saúde, Salvador: 2002. REZENDE, A. M.; Concepção Fenomenológica da Educação, São Paulo: Cortez, 1990. SODRÉ, M. Mestre Bimba: corpo de mandinga. Rio de Janeiro: Manati, 2002.

Graduada em Educação Física, Pós graduada em Educação Integral e Integrada, Pós graduada em Docência. Professora de Capoeira no Colégio F.A.S.

Escola, um lugar de valor

15


Pasta com flúor ou sem, eis a questão!

Desde que usado em quantidade adequada, o flúor não faz mal para a saúde bucal da criança e é fundamental para a prevenção da cárie Dr. Alexandre A. Ribeiro Coloridos... diversos sabores... adulto ou infantil... anticárie com máxima proteção... prometendo milagres ou não; assim são alguns da imensa variedade de cremes dentais existentes no mercado. Quem os vê atualmente armazenados em tubos flexíveis dentro de embalagens chamativas, não imaginam quão diferentes eles eram no passado. Os primeiros relatos são egípcios do século IV a.C., descrevendo um composto de flores esmagadas somadas à pimenta e sal. Delícia!!! Desde então em outras partes do mundo novas formulações fo-

16

Escola, um lugar de valor

ram surgindo, utilizando em sua composição ingredientes como pão queimado, canela, pó de giz, carvão vegetal dentre outros. No final do século XVIII dois dentistas, pai e filho, de sobrenome Shiffield, criaram o que pode ser considerada a primeira pasta dental da história, armazenada em tubo flexível e comercializada pela Colgate&Company. As essenciais funções do creme dental seriam combater a placa bacteriana (principal causadora da cárie e doença periodontal ), reduzindo ainda a sua nova formação; reposição de minerais perdidos durante a alimentação e ação antisséptica local.


Indicada para os bebês, os cremes dentais sem flúor devem ser usados logo após a erupção do primeiro dentinho de leite. Assim que a criança passa a ter o reflexo inicial de cuspir, após os três anos, devem-se utilizar cremes com porção de flúor reduzido em sua composição, associado ao uso racional de sua quantidade (colocando no sentido transversal às cerdas da escova ), afim de se evitar a superdosagem de flúor, chamada fluorose. Saindo do âmbito infantil, o mercado de consumo tem se especializado em atender as diversas necessidades e indicações no uso do creme dental, porém em alguns casos é necessário atenção. Os indicados para o alívio da sensibilidade dentinária possuem em sua formulação substâncias de ação local como nitrato de potássio ou arginina, mas que tem seu efeito relacionado também ao limiar de sensibilidade individual, aos alimentos desmineralizantes ingeridos, e até a técnica de escovação empregada. Já os cremes dentais clareadores - como todos os outros cremes- contém abrasivos (minúsculas pedrinhas) que ajudam a remover manchas superficiais dos dentes. Mas nos cremes branqueadores, o tamanho dessa ¨areia¨ é modificado para que limpe melhor, proporcionando talvez um efeito perceptível. No entanto, esses cremes não possuem descolorantes, o que torna impossível o efeito prometido de alterar a cor dos dentes, diferente de um tratamento realizado em consultório por um profissional. Seu uso à médio prazo pode promover o desgaste excessivo do esmalte dental, ocasionando sensibilidade dentinária, principalmente se associado à técnica de escovação incorreta. Necessário destacar que independente de qual creme ou gel dental (ambos só se diferem em textura, sensação que proporcionam e sabor) utilizado, não há nenhum que possua ação maior que outro, se não for associado conjuntamente à escova e fio dental. Contudo,

percebemos que o uso diário do creme dental se faz de extrema importância, principalmente pelo flúor que é componente essencial na proteção do esmalte dos dentes, contra a perda de minerais, agindo na promoção e manutenção da saúde bucal.

Cirurgião dentista e responsável pelo Programa de Prevenção e Orientação em Saúde Bucal. Pai da Maria Luísa Marinho Ribeiro, aluna do 6º Ano no Colégio F.A.S.

Escola, um lugar de valor

17


“ABRACADABRA PÉ DE CABRA, Lilian Cristina dos Santos. Não foram essas as “palavras mágicas” que fascinaram e prenderam muito a atenção das crianças do 2º período e sim, palavras cordiais que tem um poder maior e que nos ajudam a viver melhor. Palavras essas que no fundo são de boas maneiras, fáceis de aprender e essenciais no desenvolvimento e interação social da criança. Sabemos que toda convivência exige regras básicas como combinados para um bom entendimento, significando respeitar os outros e exigir respeito para si mesmo e com isso, as boas maneiras, atitudes positivas que constituem a base de relacionamentos, sempre estiveram presentes por meio dessa “Convivência Encantada”!

18

Escola, um lugar de valor

E foi com esse propósito, o de conscientizar as crianças sobre a importância de ser gentil, do saber ouvir, compreender o que é certo/errado e fortalecer vínculos de afeto; que resgatamos as “palavras mágicas” por meio de canções, teatros, brincadeiras, datas comemorativas e em especial, no âmbito escolar. O intuito foi o de fazer com que percebessem que atitudes interferem nas boas relações independente da condição social, raça, credo e cor. Proferir as palavras cheias de poder em diferentes situações e enfatizar as atitudes positivas para uma convivência encantada, não só na Escola, mas em todo lugar; é contribuir para vivências de uma vida com virtudes, valores e experiências significativas, nas quais nos tornam pessoas mais compreensivas, iluminadas e preocupadas em servir o próximo.


ABRACADABRA OLHO DE BOI...”

UMA LETRA AQUI, OUTRA ACOLÁ... PARA UM DICIONÁRIO ENCANTADO FORMAR! Seja qualquer palavra mencionada com o coração e repleta de boas intenções, essas compuseram o dicionário encantado do 2º período, exprimindo o amor, a vontade em querer aprender, a amizade, a fé e uma das mais importantes de todas, o respeito pelas pessoas. As crianças, juntamente com sua família - escolheram uma palavra no qual consideram de suma importância no convívio familiar, ilustrando a mesma, além de fazerem a sua “mágica” - a de contagiar as pessoas com o significado dessa palavra chave! Em sala de aula, as crianças participaram ativamente da construção do dicionário e no âmbito escolar, pesquisaram algumas palavras cuja letras ainda faltavam para completá-lo. As palavras com seus significados foram expostas, explanadas e colocadas em ordem alfabética, formando assim, um dicionário repleto de boas intenções.

Escola, um lugar de valor

19


As crianças tiveram orientação da professora Lilian Cristina que considera que o mais importante na pedagogia não é apenas o desenvolvimento cognitivo, mas também, o desenvolvimento humano no qual prioriza a orientação e o diálogo com seus alunos. Gosta de enfatizar às crianças que para serem felizes e conquistar amizades, é procurar não fazer aquilo que magoe e prejudique o próximo, pois temos a certeza de que não gostaríamos que tivessem essas mesmas atitudes conosco. Assim sendo, dividimos com vocês as palavras mágicas de uma convivência encantada no Colégio F.A.S. e por toda a vida!

Formada em Magistério e graduada em Pedagogia. Professora do 2º período - Educação Infantil- no Colégio F.A.S).

20

Escola, um lugar de valor


Metodologias Ativas

O aluno como protagonista da sua formação Hilder Alves Laudino Esse é um processo amplo e tem como característica primordial, o fato de tornar o aprendiz, o personagem principal no processo de construção de seu conhecimento, sendo responsável pela sua trajetória e pelo alcance de seus objetivos. As discussões em torno das metodologias ativas da educação não são atuais, há correntes filosóficas que discutem o assunto desde o final do século XIX na França, e no Brasil a partir do século XX, mais preciso na década de 70. As metodologias ativas têm como base a participação coletiva e democrática, requisito fundamental para uma aprendizagem significativa, que visa por meio da reflexão e do compartilhamento de conhecimentos uma formação do indivíduo como um ser que se forma no momento que se relaciona e se apropria da realidade humana. No Colégio F.A.S., uma das ferramentas mais utilizadas e que se

encaixa no método em questão é o Portal Positivo. Um site especializado no segmento educacional que disponibiliza aos alunos formas apropriadas para a aplicabilidade de técnicas da metodologia ativa. O Portal oferece material pedagógico com conteúdo digital de qualidade indiscutível. É um web site atrativo, eficiente e funcional que exige pesquisa, avaliação de situações, escolhas, aprender pela descoberta e caminhar do simples para o complexo. Os alunos têm acesso a recursos inovadores no Portal Positivo, com espaços dinâmicos para instigar o raciocínio e o estudo, por meio de conteúdos didáticos e interativos. Nas etapas de formação, os alunos precisam de acompanhamento de profissionais para ajudá-los a tornar conscientes de alguns processos, a estabelecer conexões não percebidas, superar estágios e confrontá-los com novas possibilidades. Enfim, acredito que não dá mais para evitar as metodologias ativas

sob pena de o professor acelerar o seu processo de exclusão das novas tendências na educação do século XXI, onde a inovação pedagógica não está nas tecnologias, mas sim na capacidade e comprometimento do professor em achar a sua identidade docente e desenvolver novas habilidades para exercer o difícil papel de orientador da aprendizagem na cultura digital em que vivemos massacrados por informações desestruturadas, divergentes, de fácil aceso e massificadas de inúmeras mídias espalhadas pela rede internet.

Graduado em História. Professor do 6º ao 9º ano nas disciplinas de Filosofia e História no Colégio F.A.S.

Escola, um lugar de valor

21


ler, ler vamos ler ler, ler é aprender ler, ler é se emocionar ler, ler é conquistar

Carmem Lúcia Joca de Melo Graduada em Pedagogia. Pós graduada em Psicopedagogia. Professora regente do 1º ano- Ensino Fundamental I.

22

Escola, um lugar de valor

Amanda Estevam Ferreira Formada em direito e graduanda em Pedagogia


Como é bom quando nossos filhos começam a descobrir o mundo da leitura. Leitura esta iniciada no ambiente familiar feita por nós pais mostrando um livro e contando o que acontece dentro dele. E ao começar a vida escolar? Desta vez a professora o faz e nesse momento a criança parece estar num campo imaginário, de viagens a fantasia, a figuração. Mas ao assumirem como protagonistas, tudo fica diferente: inicialmente folheiam um livro sem imagens e para quem escuta é como se estivesse contemplando coerência de ideias, fascínio dos acontecimentos, imaginação, ludicidade dá até uma vontade de interferir na estória... espera um pouquinho!!! Pois é um momento da criança em que ela está fazendo a leitura. Mas já parou para pensar quando seu filho começou a ler as palavras, frases e textos sozinhos? Há! Nesse momento então o mundo colorido e de expectativas da leitura parece abrir diante de nossos olhos e sentimentos e ficamos todos orgulhosos. E esta matéria redigida pela professora Carmen Lúcia Joca de Melo do 1º ano do ensino fundamental acompanhada pela monitora Amanda Estevam vem justamente comprovar como este momento da leitura agora descoberto de uma maneira diferente pela criança gira numa velocidade incomparável de prazer e conhecimento, desde a leitura de palavras, frases até a totalidade que é a expressão de um livro, texto, poesia.

Ler não se aprende da noite para o dia. leva um tempo do tamanho da educação infantil que se inicia o processo até o ensino fundamental. Nesse caminho: dúvidas, medos, fazem parte dessa aquisição, mas para a criança além desse medo há um lado bom, contrário: descobertas, de desafios, de re-apropriações dos espaços, de re-significações do mundo. A criança. Poetiza a leitura e aos poucos vai ganhando formas e significados. Saber ler tem relação maior de significados: interpretar, compreender, sentir, relacionar, ampliar o repertório de comunicação verbal, associação com o mundo da escrita que acompanha o processo da leitura entre outras habilidades. Segundo Emilia Ferreira pesquisadora e conhecedora do universo da leitura e escrita a construção desse conhecimento tem uma lógica individual, embora aberta à interação social, na escola ou fora dela. No processo, a criança passa por etapas, com avanços e recuos, até se apossar do código linguístico e dominá-lo. Eis a frase esperada por nós pais “meu filho já sabe ler!!! Mas acompanhar o processo da aquisição da leitura é acreditar no potencial inerente da cada criança é possibilitar situações de vivências em que cada momento se torna ímpar na construção desta habilidade. Enquanto alfabetizadores devemos democratizar a vivência de práticas de uso da

Escola, um lugar de valor

23


leitura e ajudar o aluno a, ativamente ir dando significado a esta construção real. É essencial, pois a leitura dá suporte para o estudo de outras áreas do conhecimento. É importante que a instituição de ensino e família tenham esclarecido que a leitura é um processo, e que torna-se “proibido” expressões como “está errado!” Ou “está lendo mal!!”, “desse jeito não dá”, deve-se utilizar expressões como “agora vamos ler juntos...” e apontar para as palavras à medida que, lentamente, as lê. “Ou ainda outras expressões: você consegue”, “a cada dia irá aprender mais”, “com seu esforço chegará lá”. A aquisição das especificidades da leitura requer esforço. Nesse processo a criança vai percebendo que cada símbolo gráfico tem um correspondente sonoro formando uma unidade linguística. É preciso que tenhamos claro que a aprendizagem da leitura em questão e também as fases da escrita que acompanha esta é um processo complexo que envolve vários sistemas e habilidades (linguísticas, perceptuais, motoras, cognitivas) e que habilidades emocionais também devem ser levadas em conta no processo inicial deste mundo de descobertas. Aproximar-se da criança.

24

Escola, um lugar de valor

Acompanhar passo a passo é fundamental “Meu filho já sabe ler!!! Que alívio!!! Ouvir expressões como esta é ter consciência que a leitura não é um processo específico de uma turma, mas uma ação em conjunto de várias turmas. Que a leitura se desenvolve gradativamente até se chegar a um resultado final. Respeitá-las e incentivá-las são ingredientes para resultados positivos. Assim nossos alunos do 1º ano do colégio “f.a.s.” vão dando significado a essa prática não apenas como um processo de decodificação de símbolos linguísticos, mas um conhecimento para a vida toda e nós professores sabemos que a escola é um espaço privilegiado para o desenvolvimento do ler e escrever, que concomitivamente caminham juntos. E nesse espaço – o ambiente escolar - que vamos paulatinamente valorizando o encontro com este repertório. E muito mais forte que a expressão “meu filho(a) já sabe ler”!!!! É saber que existe um processo, um caminho a ser percorrido, comportamentos leitores, desenvolvimento de habilidades de escuta, pronúncia, valorização da leitura, exploração das finalidades e funções da leitura. Tudo isso e muito mais integrado a esta habilidade tão importante que é o ato de ler.


Cárie da Primeira

Infância Conhecer para prevenir Giselle S. da Cunha Zanqueta A prevenção da cárie da primeira infância deve ser priorizada o mais cedo possível, e os cuidados com a saúde bucal não deve se restringir somente para bebês e crianças, mas para todo o núcleo familiar. Afinal, o exemplo é um dos instrumentos educativos mais valiosos com que os pais e responsáveis podem contar. A cárie está relacionada a diversos fatores, como exemplo, a presença de bactérias que estão constantemente em nossas bocas, restos alimentares, baixo PH associado ao tempo de ação desses componentes nos dentes. Sabemos que o fluxo salivar contribui de forma significativa para a limpeza da boca (uma vez que remove restos alimentares e micro-organismos patogênicos- bactérias, fungos, vírus e leveduras- que contribuem para o surgimento de cáries dentais, infecções e doenças de gengiva). No período noturno a quantidade de saliva diminui consideravelmente. Por isso, a amamentação, seja ela natural ou artificial durante a madrugada, com grande frequência e sem qualquer tipo de higiene, acarreta “cárie de mamadeira”. Uma cárie aguda, agressiva, de evolução rápida e que provoca muita sensibilidade (dor), podendo causar a destruição dos dentes de leite em um curto espaço de tempo. Clinicamente, esse tipo de cárie se inicia com manchas esbranquiçadas nos incisivos superiores e inferiores, podendo provocar grandes cavidades (cárie), destruindo sua coroa clínica. Outros fatores que podem determinar o aparecimento da cárie são: adoçar a chupeta com mel ou açúcar, consumo excessivo de sucos ácidos (laranja, limão), ingestão de refrigerantes na mamadeira e, até mesmo assoprar os alimentos antes de oferecer para as crianças, visto que a cárie é uma doença infectocontagiosa, causada por bactérias transmitidas de uma pessoa para outra através da saliva.

Cárie Dentária e Doença Periodontal São os principais problemas odontológicos, que, em geral, começam na infância podendo influenciar de forma negativa no âmbito físico, emocional e social. São doenças que podem ser facilmente prevenidas com hábitos adequados de alimentação e de higiene bucal. Mas, o sucesso dessas ações depende da participação ativa dos pais, das crianças e dos profissionais da saúde. Para evitar a cárie severa da infância pais e responsáveis devem levar a criança ao odontopediatra antes dos três anos de idade. A primeira consulta deve ocorrer dentro de seis a 12 meses após a erupção do primeiro dente. A necessidade deste primeiro contato não se resume somente aos cuidados preventivos e realização de tratamentos, e uma oportunidade de construir uma relação de confiança entre paciente/profissional da saúde bucal.

Odontopediatra e Ortodontista Mãe da Luíza Cunha Zanqueta- aluna do Maternal I no Colégio F.A.S. Escola, um lugar de valor

25


O ENSINO DO JUDÔ PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES

26

Escola, um lugar de valor


John Waynner A. de Oliveira O judô é uma modalidade importante, pois é um esporte que permite que o aluno participe de um processo de descoberta que o leva a desenvolver seu potencial, proporcionando autocontrole do autoconhecimento, no domínio da capacidade de desenvolvimento de sua totalidade corporal, a capacidade de aprender a interagir com a comunidade, mostrando valores em todos os atos da vida. O primeiro aspecto a destacar é que as atividades lúdicas não se restringem ao jogo e à brincadeira, mas incluem atividades que possibilitam momentos de prazer, entrega e integração dos envolvidos. Segundo Luckesi 2000, são aquelas que propiciam uma experiência de plenitude, em que nos envolvemos por inteiro, estando flexíveis e saudáveis. Através do lúdico e possível aproximar os iniciantes de Judô cada vez mais, dando uma iniciação adequada a modalidade sem um rígido sistema militar que só afastaria o aluno ao invés de trazer para a modalidade. O lado positivo apresentado por Lupes (2010 apud, Hellstedt, 1995) apresenta a família como o ambiente social primário, onde o jovem pode desenvolver sua identidade, autoestima, e motivação para o sucesso. A carreira bem sucedida do atleta muitas vezes pode ser credita-

da aos familiares pelo encorajamento, aquisição de valores, além de todo amor e suporte necessários durante a carreira. Observamos a importância que o Judô exerce na formação dos alunos, em uma determinada faixa etária, através de seus conceitos e filosofias voltados para o desenvolvimento físico e mental e a formação como ser humano. Percebemos que novas propostas vem sendo utilizadas. Com isso, o Judô vem sendo, cada vez mais, umas das principais ferramentas na formação do desenvolvimento de alunos utilizadas pelas Academias, clubes, projetos sociais e hoje sendo introduzidas no Âmbitos Escolares. Com a pesquisa em campo, podemos observar que os profissionais da modalidade de Judô, utilizam uma junção entre métodos tradicionais e modernos para o aluno iniciante, no caso, a criança e adolescente. Tomamos como

conhecimento que a forma lúdica no ensino para crianças e adolescentes, com a utilização adequada da disciplina, vem a ser de grande valia para que os profissionais adotem em suas aulas. Antes da prática esportiva devemos considerar os direitos da criança. Ela precisa primeiramente brincar. Brincar de praticar esportes.

Faixa preta de Judo, graduado em Educação Física e Professor no Colégio F.A.S.

Escola, um lugar de valor

27


Educação Marcia Cristina Oliveira

Os Pilares da Educação são conceitos de fundamento para a educação onde se propõe uma aprendizagem direcionada para os quatro tipos fundamentais da educação, que ao longo da vida de cada pessoa se tornarão base de seus conhecimentos, buscando interesses adequados para garantir a qualidade e efetividade dos mesmos. Por isso, a prática pedagógica deve preocupar-se em desenvolver esses quatro pilares da seguinte maneira:

Um Tesouro a Descobrir 1. Aprender a conhecer Indica o interesse, a abertura para o conhecimento, é um meio, porque pretende que cada um aprenda a compreender o mundo que o cerca na medida em que isso lhe é necessário. Seu fundamento é o prazer de compreender, de conhecer e de descobrir. Por isso nós professores buscamos incluir estratégias visando despertar o interesse com motivos para que a criança desperte o desejo de conhecer mais sobre o assunto trabalhado, levando em conta sua bagagem de conhecimento de mundo, considerando o que já consegue definir através de suas vivencias. 2. Aprender a fazer Mostra a coragem de executar, de correr riscos, de errar mesmo na tentativa de acertar. Enfrentar situações de trabalhar em equipe desenvolvendo espírito cooperativo e valores necessários aos trabalhos coletivos. Ter iniciativa, saber comunicar-se, resolver conflitos e ser flexível. A criança busca colocar em prática tudo o que já conhece de sua maneira estipulando ordem, raciocínio e coordenação ao executar suas tarefas, ajudando mais tarde a transformálo um indivíduo apto e capaz de resolver situações com segurança dentro da sociedade. Assim, para que nossas crianças comecem a desenvolver essas habilidades, desenvolvemos atividades de diferentes formas, onde as crianças são recompensadas com elogio ao conseguir realiza-las despertando nelas sentimento de acreditar em sei mesmo sentindo-se confiante no que faz.

28

Escola, um lugar de valor


3. Aprender a ser

Aqui a criança aprende a desenvolver melhor sua personalidade, agir com autonomia e responsabilidade. É aprender a ser mais humano, ter mais controle na com vivência com o outro, deixando o individualismo. Referese ao desenvolvimento no geral: corpo, mente inteligência, sensibilidade e responsabilidade. Nesse pilar cabe a educação oferecer a criança a liberdade de pensamento para que sejam capazes de construir sua própria história com dignidade. Por isso nossas crianças vivenciam momentos onde permitam: esperar a sua vez e ajudar o outro com carinho e respeito ao espaço do próximo com total liberdade de expressão para colocar suas opiniões de forma clara, objetivas e verdadeiras, sendo ouvidas com atenção e esclarecidas com calma valendo-se de um bom diálogo para resolver situações em seu dia a dia

políticas e religiosas. Valendo-se dessas diferenças nossas crianças se deparam com outras respeitando vontades e limitações do outro abrindo espaço para a inclusão conseguindo excelente convivência. E é assim, que buscando trabalhar com base sobre os quatro pilares da educação podemos nos valer de uma escola com espaço interativo, de participação, buscando sempre o respeito mutuo, a criatividade, a solidariedade colaborando para que nossas crianças caminhem construindo sua história em busca de uma vida feliz. Aqui vivemos situações diversas adquirindo informações e saberes, onde alunos e professores estão expostos a uma constante troca de conhecimentos.

4. Aprender a conviver Traz o desafio da convivência

que apresenta o respeito a todos e ao exercício da fraternidade como caminho do entendimento, esta aprendizagem representa sem dúvida um dos maiores desafios da atualidade, pois atua no campo das atividades e valores. Assim a educação busca transmitir conhecimentos sobre a diversidade, principalmente nas semelhanças e diferenças das pessoas, respeitando posições

Formada em Pedagogia e Letras. Atua como professora do Maternal I do Colégio F.A.S.

Escola, um lugar de valor

29


Aprender? Certamente, mas, primeiro, viver, e aprender pela vida, na vida. Jordana Helena D. Lamoglia Segundo o pedagogo americano, John Dewey, autor da citação acima, a educação como um processo de reconstrução e reorganização de experiências adquiridas, influenciarão as vivências futuras. Para ele, a educação não é a prepa-

30

Escola, um lugar de valor

ração para a vida, é a própria vida. Assim, é impossível fazer um rascunho do que é vivido para ser passado a limpo num certo momento. Pensando numa aprendizagem real e duradoura, motivamos os nossos alunos a buscar, experimentar e vivenciar o conhecimento. Nada mais significativo que tirar

as próprias conclusões ao sermos desafiados a aprender. Comprovar a teoria que foi ensinada à prática, através das práticas. Aprender a fazer... fazendo! Essa foi a ideia lançada. E por sinal, bem aceita por eles. Mas de onde veio essa ideia? De um famoso filósofo.


Foram propostos, aos aprendizes, vários momentos de experimentação em que aprenderam a fazer, fazendo, aquilo que deveriam aprender. A escola tornou-se um “multi espaço” para o saber. Dentro e fora dela buscamos praticar o pensamento de Aristóteles e tornar inesquecíveis alguns desses momentos vividos.

Criar

Avaliar Querer

Pensar Imaginar Buscar Tentar

entar Experim

brir Desco

Vivenciar

Const ruir

Acertar

Errar

Conc luir

Viver

Graduada em Letras, Pós Graduada em Língua Portuguesa e Supervisão Escolar. Professora Regente do 4º ano no Colégio F.A.S.

Praticar Sentir

Escola, um lugar de valor

31


Desafios e particularidades do educador infantil Ana Lucia Gomes de Sousa Miquelino

Trabalhar com Educação Infantil deixa uma inquietação ainda maior para uma busca constante pelo saber e por novos métodos e metodologias que possam auxiliar no processo de ensino-aprendizagem e contribuir com a formação de uma sociedade mais autocritica e capaz de dizimar a diversidade. Entender a responsabilidade de ensinar e de transmitir os saberes para os alunos, colaborando para o crescimento e desenvolvimento e quem sabe com a transformação destas crianças em cidadãos conscientes, responsáveis, éticos e tolerantes. O que posso fazer para atingir esse propósito é focar os olhares em uma escola para todos, e para que isso aconteça ela precisa se pautar em valores, atitudes e ética, tendo como meta principal a formação humana, traçando um paralelo entre essas realidades, o educador deve ampliar sua visão com relação ao ser humano, pois a vivência com o outro é fascinante, no entanto não é tarefa fácil ultrapassar os nossos próprios limites para conhecer o outro, uma vez que trabalhar com as crianças na área educacional implica sair da zona de conforto e buscar o outro, deslocar essa saída de si mesmo em busca do desconhecido e do conhecimento dos diferentes sujeitos que se apresentam em nosso entorno. A busca por um ser humano melhor recai as esperanças sobre uma educação para todos. Assim, reconheço meu trabalho e sentimento quando Rubens Alves (2006) diz: Educadores, onde estarão? Em que covas terão se escondido? Professores há aos milhares. Mas o professor é profissão, não é algo que se define por dentro, por amor. Educador ao contrário, não é profissão; é vocação. E toda vocação nasce de um grande amor, de uma grande esperança (RUBEM ALVES, 2006, p.16). O professor precisa ser referência de vida, para que o aluno o veja e diga: esse professor gosta de mim, são caminhos simples, porém gigantescos para melhoria educacional, trabalhar a afetividade na relação de sala de aula, onde o afeto não significa ausência de limites, afeto é respeito, é olhar, é compreender, enxergar o outro, é ver quem ele é, afeto e limite são fundamentais na vida do ser humano, todos precisam

32

Escola, um lugar de valor

aprender a ter limites para que possam ser educados, o ideal seria que as famílias dessem as primeiras noções de limites, deixando à escola apenas um papel secundário e complementar na formação das crianças. No Colégio F.A.S. o processo educativo acontece nos anos iniciais através do afeto, e só conseguimos tocar essa fascinante aventura da aprendizagem se tivermos vínculos uns com os outros, quando não há vínculos, somos apenas receptáculos de informações, o aluno até vai à escola onde recebe um amontoado de informações, mas isso não significa que o aluno se eduque, pois não foi desenvolvido o essencial, diferentemente de quando o aluno recebe conhecimento junto com afeto, quando eu me preocupo com ele, mostro que eu gosto dele e sei quem ele é, o processo educativo melhora muito e faz com que o aluno pense; “meu professor não sabe tudo”, mas ele fica feliz com a minha presença, ele é receptivo, ele é gentil, acolhedor, essa sinergia deve acontecer diariamente, são atitudes simples, mas que fazem o nosso oficio valer apena e ser extraordinário.

Se não tivermos uma digressão pedagógica, dificilmente ganharemos o afeto dos alunos, devemos chegar o mais próximo do coração, tocar no emocional, para ganharmos o cognitivo. O professor tem que ser competente corajoso e acima de tudo ter amor, aliás, sem amor, a vida não tem graça, e nós podemos fazer a diferença com detalhes, se passou pela nossa vida devemos oferecer o melhor de nós, pois cada ser humano possui um modo especial de compreender o mundo e dar significado a ele.

Licenciada em Pedagogia. Atua como professora no Maternal II no Colégio F.A.S.


Escola, um lugar de valor

33


Mapas – Conhecimento e

Juliana Iacomini G. Pereira Manzano

A teoria da Deriva continental, formulada por Alfred Wegener, complementa os achados históricos sobre a Pangéia, ou seja, há mais de 3,5 bilhões de anos o planeta Terra era constituído de apenas um bloco de massa continental, ainda, segundo essa mesma teoria, o grande continente era cercado por um único oceano que, com o passar das eras geológicas foi se dividindo lentamente até formar os continentes como hoje os conhecemos. Mas a Terra não se resume à parte física dialeticamente dividida entre continentes e oceanos. Ela é, sobretudo, vida. Mesmo se considerarmos somente seus aspectos físicos, não podemos esquecer que deles - montanhas, morros, vales, todos CHÃO - extraímos nosso sustento. Enxergar nessas porções de terra, minuciosamente desenhadas pelo tempo, possibilidades de construção de conceitos é papel do professor de Geografia. Nesta visão, trabalhar com mapas é essencial, além de prazeroso para o estudante. O universo da cartografia não se restringe à localização espacial; conceitos matemáticos podem ser construídos através do estudo das escalas; enquanto um suporte que fala, que transmite informações que devem ser lidas e interpretadas, é uma fonte inesgotável do desenvolvimento da linguagem; conhecer as transformações pelas quais os habitantes daquele torrão passaram é fruto dos estudos históricos. Enfim, o conhecimento transmitido através

34

Escola, um lugar de valor

dos mapas é infinito. Dessa maneira, os alunos do 6º ao 9º ano do Colégio F.A.S., não colorem mapas simplesmente, pois através desta atividade simples ampliam seus horizontes, descobrindo, literalmente novas terras a cada etapa concluída. Ao pintar diferentes formas de relevo da América, são apresentados aspectos gerais das grandes formações rochosas e vegetais do continente por meio de imagens de mapa e sua distribuição geográfica, pretexto perfeito para a abordagem crítica do uso dos recursos naturais. Esta é apenas uma das várias possibilidades de cons-

trução de saberes através desta atividade. É importante que os alunos compreendam a complexidade da natureza nos continentes e percebam que a atividade humana tem contribuído para reduzir a capacidade de regeneração natural e que, como cidadão consciente, objetivo de nosso trabalho, é seu dever zelar pelo planeta em que vivemos.


Reconhecimento da Terra

Graduada em geografia e professora do 6º ao 9º ano do Colégio F.A.S.

Escola, um lugar de valor

35


Matemática nossa que estais aqui... ali... e na escola também! Veruska Carvalho Assunção Mônica Cristina de Almeida Furtado Usamos a matemática diariamente. Ela permeia nosso cotidiano quase sem ser notada. A matemática é tão essencial em nossa vida quanto o português. É cada vez mais frequente a necessidade de interpretar e compreender as informações que chegam até nós através de e-mails, propagandas, livros, revistas e dos mais diversos meios de comunicação. Hoje em dia, tão importante quanto ler um livro e escrever um bilhete, que são ações tão corriqueiras, é saber enviar um e-mail, salvar seus dados em um pendrive, analisar gráficos e tabelas, fazer cálculos mentais para facilitar o cálculo aproximado da compra do supermercado, saber o significado de 1/3 de férias acrescentado ao seu salário. E quem disse que para usar a internet não precisa de cálculos mentais? É preciso calcular o tamanho do arquivo a ser enviado, saber se seu documento é maior ou menor do que a capacidade do seu pendrive. Naquele e-mail que você recebeu do candidato a prefeito, apresenta um gráfico que precisa ser analisado com base nos dados diários divulgados pelo jornal local. Coletar, comparar, classificar, organizar os dados é fundamental. Mas é só assim que usamos a matemática? Vamos por parte... Humm... Falando em partes fiquei com fome... Que tal uma pizza?

36

Escola, um lugar de valor


Repartir uma pizza entre uma família de quatro pessoas para não dar briga é preciso calcular a fração e então dividir igualmente. As turmas dos terceiros anos estão vivenciando a importância da alfabetização matemática. Durante a preparação para a festa junina perceberam os padrões matemáticos que envolviam a dança por exemplo. Com a sequência de duas voltas, dois pulos e algumas palmas no tempo da música conseguiam dançar maravilhosamente bem a música típica da Itália e Portugal. Com outros padrões matemáticos criaram ritmos, músicas e passos de dança. Ao estudar a importância dos serviços públicos essenciais, coletaram dados em uma pesquisa feita com os pais. Organizaram e analisaram os dados referente ao bairro de cada aluno e assim concluíram qual era o melhor e o pior serviço público

prestado pelos órgãos públicos de nossa cidade. E o melhor, perceberam que todos esses serviços públicos precisam ser melhorados. De forma concreta, perceberam que a adição é o caminho mais fácil para a multiplicação; que a diferença pode ser calculada usando a subtração (mas só a diferença entre valores, porque a diferença entre o valor de cada ser humano não existe). Perceberam ainda que dividir fica mais fácil depois de compreender a multiplicação e que dividir o que temos é tão gratificante que o resultado só pode ser a multiplicação do amor ao próximo. A geometria não ficou de fora. O Tangram, por exemplo, foi usado como forma de arte, como inspira-

ção para a escrita, como peças de jogos que ensinam a subtração e estas mesmas peças que são formas geométricas auxiliam ao aprender a calcular a área. As formas foram exaltadas sim... Pois perceberam as formas que existem no espaço escolar e que tudo isso é pura matemática. A criatividade aflorou e fez evidenciar futuros artistas e escritores. O uso de cédulas e moedas é o que de mais concreto e interessante eles vivenciaram, pois qual criança não quer ganhar dinheiro dos pais e logo poder gastar com o que mais lhe interessar? Assim, aprender trocas e reagrupamento ficou ainda mais fácil. Você quer uma centena de reais ou duas centenas e três dezenas de reais?

Escola, um lugar de valor

37


Cada aluno almeja seguir uma profissão diferente, mas já compreenderam que qualquer uma que escolherem, precisarão da matemática. O engenheiro e o arquiteto precisarão fazer muitos cálculos até ver o prédio de pé. O jogador de futebol precisará calcular quanto é o seu passe ou quanto vai ganhar ao fazer a propaganda daquela chuteira de marca famosa. O chefe de cozinha precisará calcular o peso e a quantidade dos ingredientes que usará e a farmacêutica precisará saber a dosagem correta de cada elemento para a composição do remédio. Para que a matemática faça sentido na vida de cada estudante e de cada ser humano é preciso desenvolver de modo gradativo os conceitos básicos, desde os primeiros anos escolares. Interpretar, classificar, seriar e contar não é menos importante que nenhuma outra habilidade. Ao contrário disso, é o início da matemática.

38

Escola, um lugar de valor

Formada em Magistério, graduada em Letras (Português e Inglês), Pós graduada em Leitura e Escrita como Prática Social e professora do 3º ano no Colégio F.A.S.

Graduada em Ciências Biológicas, Pós graduada em Psicopedagogia Institucional e professora do 3º ano no Colégio F.A.S.


A importância do brincar Renato Oliveira e Silva

Muito mais do que um simples “passatempo”, brincar é uma atividade fundamental para o bom desenvolvimento das crianças. Não só isso, mas também faz parte da história e das memórias de infância, está presente em diferentes culturas e transcorre os tempos. Por exemplo, algumas brincadeiras praticadas hoje tiveram sua origem na Grécia antiga. Infelizmente, o fenômeno de “adultização” da infância tem comprometido o brincar de muitas crianças. Não é raro se deparar com meninos e meninas que possuem a semana preenchida de atividades e vivem a essa fase da vida como uma época de formação curricular. Isso muitas vezes é resultado de uma legítima preocupação dos pais: a de oferecer um bom futuro para seus filhos. Entretanto, é preciso encontrar um ponto de equilíbrio. Afinal, é necessário que a criança seja criança. Vivemos também em tempos em que tablets e smartphones tornaram-se centrais e “necessários” nas nossas vidas. Ultimamente esse

tema tem chamado a atenção de profissionais e alguns riscos nas crianças são observados, entre eles: sono agitado, irritabilidade (principalmente nos games), comportamento apressado para ter acesso ao equipamento, desenvolvimento de obesidade, hiperestimulação e socialização ruim. Um outro problema é que as crianças em contato com esses aparelhos exercem pouco sua imaginação e atividade criativa, uma vez que a maioria do conteúdo já está pronto para o uso. O brincar é natural na vida dos pequenos, faz parte do cotidiano e é uma atividade prazerosa para eles. Até nós adultos somos capazes de extrair prazer ao observar as crianças brincarem, somos também surpreendidos pela criatividade e espontaneidade ressaltadas durante as mais diversas brincadeiras. Além disso, brincar é um direito previsto por Lei no Estatuto da Criança e do Adolescente. O desenvolvimento humano é um fenômeno contínuo e complexo, e o brincar é capaz de influenciá-lo positivamente. Aol ado, apenas alguns desses benefícios:

Referências - SIAULYS, Mara O. de Campos. Brincar para todos. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2005. SILVA, Lidiane Solange da. A importância do brincar na Educação Infantil, 2015.

1. Superação de limites (autoestima) 2. Exercício de reflexão 3. Autoconhecimento 4. Resolução de problemas 5. Prática da imaginação e simbolização 6. Elaboração de angústias e medos 7. Socialização e respeito às regras sociais 8. Expressão de criatividade 9. Maior habilidade motora 10. Melhor comunicação

Psiquiatra – especialista em Infância e Adolescência – Renato é pai da Laura Oliveira Gomes Silva aluna do Maternal I no Colégio F.A.S.

Escola, um lugar de valor

39


Descobrindo novos horizontes! A Revista “Escola, um lugar de valor” apresenta nesta edição o “Lupa”- mascote oficial do Colégio F.A.S.

Unidade I - Rua Vital de Negreiros, 25 - Fabrício (34) 3313-9263 - Uberaba(MG) 40

Escola, um lugar de valor


O novo amigo veio para trilhar junto aos alunos e educadores um caminho repleto de magia rumo ao Conhecimento, a Investigação e a Curiosidade, contribuindo assim para a formação crítica, reflexiva e sólida do aprendiz.

Unidade II - Rua Padre Zeferino, 1145 - Fabrício - (34) 3322-6249 - Uberaba(MG) Escola, um lugar de valor

41


Grupos de pais no WhatsApp A reflexão e a transparência sobre os alcances dessa ferramenta como mediadora de temas complexos entre pais e escola tende a amadurecer na comunidade escolar. No entanto, é importante ressaltar que o WhatsApp é apenas mais um recurso e não um fim em si mesmo. Apesar de todos as facilidades e possibilidades que o aplicativo oferece, não é sempre que uma conversa olho no olho pode ser substituída. Milene Borges O WhatsApp tem sido cada vez mais adotado como uma versátil ferramenta de comunicação nas escolas. Só no Brasil, o aplicativo contabiliza mais de 100 milhões de usuários. No universo escolar a maioria dos pais participa de grupos para trocar informações relacionadas ao dia a dia das crianças. O que, de fato, promove uma aproximação e uma cultura colaborativa entre as famílias. Mas surgem, também, temas que geram desconforto entre os participantes dos grupos de whatsapp, assuntos que podem gerar desavenças e interpretações precipitadas de fenômenos inerentes ao cotidiano escolar. Há situações nas quais a escola é informada indiretamente sobre cenas do cotidiano distorcidas, parcialmente analisadas, com uma lupa sobre ações de crianças e/ou professores, nas quais, via de regra, há estigmatizações, prejulgamentos superficiais e, muitas vezes, deixando de lado o principal interessado em esclarecer qualquer ocorrido: a escola. Uma criança que agride não é, necessariamente, uma ameaça; um objeto que desaparece não é, obrigatoriamente, resultado de um furto; um adulto que fica bravo não foi, precisamente, inadequado; uma frase tirada do contexto (coisa comum para uma criança que relata uma cena em casa) não

42

Escola, um lugar de valor

quer dizer, literalmente, o que foi dito; uma provocação infantil não é sempre bullying. Precisamos ponderar, e quem pode fazer isso, com toda a propriedade, são os profissionais da escola escolhida pelas famílias para acolherem seus filhos. Em dialógos nas conversas de Watsap é comum observar situações nas quais mães e pais interferem na construção de responsabilidades próprias do estudante, pedindo aos pais dos colegas cópias das lições de casa que seus filhos não anotaram, conferindo orientações de estudos, revisando provas, comentando questões, ações todas voltadas para resolver problemas que deveriam ser dos alunos. Ou seja, retiram desafios fundamentais dos filhos na busca de evitarem frustrações e situações que podem ser profundamente educativas para o futuro dos mesmos. Como irão esses jovens, tutorados pelos pais, assumir suas responsabilidades atuais e futuras se lhes roubamos a oportunidade de aprender? A reflexão e a transparência sobre os alcances dessa ferramenta como mediadora de temas complexos entre pais e escola tende a amadurecer na comunidade escolar. No entanto, é importante ressaltar que o WhatsApp é apenas mais um recurso e não um fim em si mesmo. E que, apesar de todos as facilidades e possibilidades que o aplicativo oferece, não é sempre que uma conversa olho no olho pode ser substituída.

Abaixo algumas recomendações para que os grupos de whatsapp entre pais e mães caminhem com tranquilidade, respeito mútuo e amabilidade frente a temas desafiadores: Ponderar: é esperado que alguns pais se angustiem mais que outros frente a algumas situações. Assim, vale a experiência e os comentários de quem já viveu situações análogas e sempre pode contribuir. Forma-se, então, uma rede que se autorregula e se ajuda nos desafios esperados ao longo do crescimento num grupo de convívio escolar. Compreender: que os membros do grupo pensam de formas diferentes e têm distintos graus de intimidade, ou seja, lidam de forma mais ou menos reservada, a depender do assunto e da forma como ele é apresentado. Endereçar: atuar no grupo de forma a dimensionar a necessidade de remeter à escola quando as questões precisam ser tratadas pela orientação e somente encontram razão de ser se abordadas na escola e pela escola. Dialogar: lembrar sempre que o diálogo, seja em redes sociais ou pessoalmente, é uma via de mão dupla, em que cada um tem o direito de colocar suas ideias nos limites do direito do outro, cuidando da linguagem e demonstrando o respeito que todos merecemos.


Importância do acompanhamento médico na adolescência Dr. Marcelo Meirelles A adolescência é uma fase de transição entre a infância e a vida adulta. Nela o indivíduo passará por inúmeras modificações, não só físicas, mas também psicológicas, emocionais e sociais. É muito comum as famílias levarem suas crianças para acompanhamento médico de rotina com o pediatra, principalmente nos primeiros anos de vida. Entretanto, na medida em que os filhos crescem, principalmente se de uma maneira saudável, deixa-se de lado esse hábito tão importante, justamente em uma fase tão complexa da vida. Algumas características da puberdade • Ganho estatural: o primeiro ano de vida é o período em que o ser humano mais cresce, chegando a atingir a impressionante marca de 25 cm/ano. Esta velocidade de crescimento diminui para 12 cm/ano no segundo ano de vida. A partir do terceiro ano de vida a criança entra em uma fase de crescimento constante, de cerca de 6 cm/ano, até que se inicie a puberdade, quando acontecerá o estirão de crescimento, de até 12 cm/ano no menino e 10 cm/ ano na menina. • Primeiros sinais de puberdade: a partir de 8 anos considera-se normal o início da puberdade nas meninas, que se manifesta clinicamente pela telarca, que é o aumento do broto mamário. Nos meninos

A Hebiatria, ou a puberdade normalmente inicia-se Medicina do Adolescente a partir dos 9 anos de idade, quando podemos perceber a gonadarca, Há algumas décadas surgiram que é o aumento do volume dos tesno Brasil os primeiros serviços destículos. tinados à atenção integral à saúde • Desenvolvimento de órgãos ge- do adolescente. O hebiatra é um nitais e caracteres sexuais: nos meni- pediatra que se subespecializou nos nos, os testículos e a bolsa escrotal cuidados ao jovem. É treinado para se desenvolvem, o pênis aumenta em abordar e trabalhar todas as quescomprimento e diâmetro. Nas meni- tões que acometem esta faixa etária. nas, as mamas tomam um aspecto Um grande diferencial da concada vez mais adulto. Em ambos os sexos, os pelos pubianos se distri- sulta com o hebiatra é destinar um momento da consulta para converbuem por toda a região púbica. sar a sós com o adolescente, quan• Todas as condições acima preci- do serão abordadas particularidades sam ser sistematicamente e periodi- da vida do indivíduo e esclarecidas camente avaliadas, para que se pos- quaisquer dúvidas que o mesmo tesa detectar precocemente qualquer nha sobre sua saúde. anormalidade, instituindo assim a conduta e orientação adequadas. • Além disso, é necessária uma atenção especial às questões sociais: nesta fase da vida a influência do grupo com que o adolescente convive é muito forte, podendo modificar diretamente o comportamento e atitudes do jovem, tanto para melhor quanto para pior. • Requer também nossos cuidados a estimulação de hábitos de vida saudáveis, como correção de hábitos alimentares inadequados, estímulos à prática de atividade física, orientações sobre questões como sexualidade, uso de drogas e auto-estima, entre outros. Cabe lembrar também a importância de conversar a respeito do rendimento escolar e do relacionamento com colegas e professores.

Médico Pediatra, especialista em Hebiatria (Medicina do Adolescente), membro do corpo clínico do INEPS (Instituto de Neurociências Elza dos Passos Silva), preceptor do Hospital Universitário Mário Palmério e da UFTM. Escola, um lugar de valor

43


Mente sã... desde criancinha!

Liliane Cristina de Além-Mar e Silva

Todos os dias ouvirmos alguém falar sobre os tempos difíceis que estamos vivendo. São comentários e mais comentários que ora referem-se a fenômenos incomuns da natureza ora à crise econômica, tragédias coletivas, crimes hediondos ou comportamentos estranhos por parte de algumas pessoas. Todos componentes dos noticiários de grande repercussão, de diálogos que construímos diariamente, e de pensamentos que nutrimos em todos nossos momentos, ilustram o mar de tensões e preocupações em que estamos mergulhados desde quando somos gerados nas barrigas de nossas mães. “O bebê, a criança, o adolescente não entendem dessas coisas”, diz o desavisado... Sim, desavisado! Vamos entender por que? O bebê nasce com todos os neurônios que trabalharão durante toda sua vida. Eles já estão prontos para executar suas tarefas, mas ainda se comunicam muito pouco entre si. É como se esses neurônios fossem lâmpadas de um pisca-pisca de natal, com seu fio desencapado, que, ao ser ligado na tomada, acende aos poucos, um ou outro, com os demais apagados. Isto quer dizer que, com a estimulação deste pequeno ser, com o cotidiano de atividades e informações recebidas pelos seus órgãos do sentido, toda a estrutura necessária para o bom funcionamento e comunicação entre estes neurônios vai sendo formada, e o seu sistema nervoso é gradualmente completado. Isto ocorre, finalmente, até aproximadamente os 21 anos de idade. Ou seja, o cérebro da pessoa adquire estrutura e formato de acordo com estímulos que recebe, de positivo e de negativo, e, portanto, as crianças assimilam tudo aquilo que está em seu entorno, que, além de influenciar na formação de seu corpinho, determinará seus modos futuros de ser, pensar e agir. Este desenvolvimento gradual e condicional ao tipo de estímulo é uma dádiva da natureza para nós. A nossa mãe maior permitiu que conduzíssemos nossas pequenas criaturas para que estivessem preparadas para os desafios próprios de sua espécie e cultura. Então, temos conosco a possibilidade de, literalmente, formar o corpo, e, por consequência, a mente de nossos pequenos, para que sejam fortes e vitoriosos nas aventuras de sua própria vida. Há pouco recebi uma mensagem tablóide em uma página de pediatria que

44

Escola, um lugar de valor

dizia “57% das crianças de até 5 anos sabem utilizar aplicativos de smartphones, mas apenas 14% sabem amarrar seus sapatos”. Este parece ser um exemplo de força e vitória para o futuro dessas crianças? Aplicativos de celular ou amarrar sapatos, qual destes nos diz mais sobre a autonomia e independência do adulto em que essas crianças se tornarão? Ou serão sempre frágeis, inseguras e dependentes de alguém para questões básicas de suas vidas? Então nos cabe a pergunta, e quando alguma coisa parece não estar de acordo com essa força e vitória para as quais desejaríamos conduzi-los? Para isso precisamos todos, pais, responsáveis e educadores, estar de olhos, ouvidos, mentes e corações abertos e muito atentos. Sempre há tempo de agir, e quanto antes percebermos distorções daquilo que consideramos adequado para a criança ou adolescente, seja na forma de agir, pensar ou se comportar, melhor para todos nós – crianças, adolescentes e formadores. Quando mais precoce a ação de cuidado, maior a chance de prevenir o pequeno de algo mais sofrido, maior a possibilidade de reversão do quadro, e, em casos de instalação de doenças reais, melhores as perspectivas de minimização de problemas futuros. A forma diferente de agir e pensar pode, então, configurar uma doença? Sim, muita coisa parece ser simples, mas pode tratar de importante sintoma de alguma doença, e falaremos sobre isso agora. Estudos estimam que de 10% a 25% das crianças, em um dado momento, apresentem algum comprometimento considerado clínico ou desviante, e

que transtornos mentais iniciados na infância e adolescência são preditores de problemas na vida adulta, o que aumenta ainda mais a urgência do olhar observador de pais e educadores sobre essas possibilidades, e a busca por auxílio adequado. Portanto, pais e educadores, atenção para o que chamamos quadros clínicos. Eles são formados por comportamentos desadaptativos ou desviantes, de traços exagerados do desenvolvimento normal que resultam em um modo atípico de interagir com as pessoas, situações e eventos cotidianos, sendo que a disfuncionalidade pode estar no excesso ou na ausência do comportamento. Para facilitar suas observações desde este momento, seguem alguns exemplos do que mais frequentemente tem chegado aos consultórios de psicólogos e médicos (neuropediatras, psiquiatras infantis, pediatras e hebiatras). Quadros mais observados em crianças: Em crianças pequenas, os desvios são observados principalmente nas passagens de seu desenvolvimento, como no caso do atraso da fala, das dificuldades de desmame e desfralde completo, transtornos de fobia escolar, de interação e reciprocidade social. Após a primeira infância, ocorrem com mais frequência os transtornos alimentares (obesidade, compulsão alimentar, anorexia, bulimia, seletividade excessiva de alimentos), transtornos do sono (terrores noturnos, bruxismo, sonambulismo, insônia, hipersonia), transtornos de humor (depressão, ansiedade, estresse), transtornos de déficit de atenção e hiperatividade, transtornos diversos de aprendizagem (prin-


cipalmente da leitura, escrita e cálculo), transtornos de desenvolvimento de coordenação, transtornos de conduta, transtorno opositor desafiante, e o, cada vez mais precoce, transtorno de dependência tecnológica. Quadros mais observados em adolescentes: Naturalmente, a adolescência é a fase mais intensa de transformações na vida mental da pessoa, e isto faz com que diversas manifestações comuns à idade sejam interpretadas como patológicas por um leigo. Como exemplo disso temos os atos impensados, impulsivos, que para o adulto são descabidos, mas para o adolescente são naturais da exploração da transição de sua vida infantil para a adulta. Da mesma forma, aquele fato que parecia comum e aceito enquanto era criança, passa a ser profundamente analisado e criticado pelo adolescente, que nem sempre o aceita tranquila e pacificamente. Portanto é importante conhecer o que chama-se adolescência normal, e distinguí-la dos quadros clínicos de excessivo risco inclusive de ameaça de sua vida como: depressão (doenças depressivas com manifestações de humor deprimido acentuado ou irritabilidade, perda de interesse ou prazer em suas atividades, perda ou ganho de peso, insônia ou excesso de sono e abuso de substâncias psicoativas – álcool e até outras drogas); transtornos alimentares (mais comuns bulimia e anorexia); transtornos de dependências (de substâncias tóxicas e de tecnologias, manifesta-se pelo uso do objeto de dependência associado a uma necessidade intensa de tê-lo novamente, ausência de prazer nas atividades sem o mesmo e sua busca incessante, muitas vezes envolvendo-se em situações ilegais ou de risco); transtornos de conduta (comportamentos repetitivos de contrariedade a normas e padrões sociais, conduta agressiva e desafiadora. Mais do que rebeldia adolescente e travessuras infantis normais, essas pessoas envolvem-se em situações de ilegalidade e violações do direito de outras pessoas como roubos, destruição de patrimônio alheio, brigas, crueldade e desobediência intensa como algumas das manifestações); transtornos de ansiedade (desde ansiedade de separação

e fobia escolar, até o transtorno obsessivo compulsivo, transtorno de ansiedade generalizada, estresse pós-traumático, síndrome do pânico e fobias); transtornos psicóticos (a adolescência é a fase da vida em que muitos transtornos psicóticos manifestam-se inicialmente, por exemplo a esquizofrenia e os transtornos de desregulação do humor, antigamente chamados transtornos bipolares); transtorno de automutilação (não tem como objetivo chamar a atenção, mas frequentemente é usado como um escape para aliviar a tristeza e tensão, a exemplo do roer profundo de unhas e de porções cutâneas em seu entorno, e do cutting – microcortes feitos por si mesmo pelo corpo). É claro que todos nós manifestamos, durante nossas vidas, momentos de dificuldades pessoais e angústias muito grandes frente a situações desafiadoras e difíceis. No entanto, falamos que vivemos um TRANSTORNO, e não apenas um EVENTO NATURAL, quando estamos em condições que afetam negativamente nossa forma natural de ser, viver e conviver. Por muitas vezes estamos envolvidos na situação de dor, e, por isso, não temos condições de observar sequer a naturalidade ou adoecimento de nós mesmos, quanto mais de nossos educandos, não é verdade? E isso não é problema, pelo contrário, sugere que não apenas a criança ou adolescente, mas toda sua família, escola e entorno necessitam de acolhimento, orientações e cuidado. O importante é o reconhecimento de que existe um transtorno, e que, portanto, ele precisa ser corretamente avaliado e cuidado com conforto e compreensão. Infelizmente é sabido que a pouca observação, omissões e negligência nesse sentido contribuem não apenas para sofrimentos futuros da criança e adolescente que crescem, como de toda sua família e contexto social, incluindo-se a escola, o relacionamento com namorados e parceiros ou ambiente de trabalho. Estamos falando não apenas dos quadros psiquiátricos graves consequentes desses descuidos, mas também das elevadíssimas taxas de suicídio de pessoas cada vez mais jovens. Neste caso, comportamentos de exposição e risco podem ocorrer desde

muito cedo e serem sinais de atos suicidas, mesmo sem a manifestação explícita dessa intenção (como exemplo de jogar-se de árvores, excessiva quantidade de quedas perigosas, adolescente dirigir em alta velocidade ou embriagado, envolvimento em brigas ou em atividades de risco). O comportamento impulsivo de crianças e adolescentes acarreta risco aumentado de tentativas de suicídio, mesmo na ausência de sintomas depressivos, de uma clara ideação suicida, ou sem que hajam razões aparentemente fortes para tal. Enfim, somos humanos! Somos, portanto, falhos e com todas as licenças para errar. Mas acima disto, nossa natureza humana nos priva da capacidade de controle das situações difíceis tanto para nós próprios quanto para nossos educandos. Mas isto não nos impede de fazer nosso melhor, e, menos ainda, de buscar auxílio quando não somos capazes de agir eficazmente sozinhos. Na verdade, esta já é a mais nobre das ações, admitir nossos limites e pedir auxílio de quem esteja mais forte e capacitado para nos auxiliar em nossa trajetória. Educar continua sendo o maior desafio de todos os tempos. Nossas crianças e adolescentes precisam e esperam de nós hoje, e, saudáveis e realizados, farão por nós amanhã.

Mãe de Anali Além-Mar Guevara Oliveira (1º ano no Colégio F.A.S.) – é psicóloga especialista em Neuropsicologia, membro do corpo clínico do INEPS (Instituto de Neurociências Elza dos Passos Silva), doutoranda em Saúde da Comunidade pela FMRP-USP, mestre em ciências pela FMUSP-SP.

Escola, um lugar de valor

45


“O ensinamento escrito no papel não é o verdadeiro ensinamento. Ensinamentos escritos são um tipo de alimento para a mente. Claro, é necessário algum tipo de alimento para a mente. Porem, é mais importante saber pela própria experiência.” Shunryu Susuki

MOVIMENTO, Adriana de Macêdo

No ano de 1996 o governo apresentou os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), com o intuito de direcionar a prática de professores no ensino básico. No que tange à Educação Física, encontramos: O trabalho da Educação Física nas séries iniciais do ensino fundamental é importante, pois possibilita aos alunos terem desde cedo, a oportunidade de desenvolver habilidades corporais e de participar de atividades culturais, como jogos, esportes, lutas ginásticas e danças, com finalidade de lazer, expressão de sentimentos, afetos e emoções. (Brasil, 1997, p.15). O Ministério da Educação e do Desporto - Secretaria da Educação Fundamental (Brasília, 1998, p.63), apresenta os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (RCNs), elencando os objetivos gerais a nortear a prática da educação infantil. Estabelece contexto e capacitações mínimas necessárias para a própria reflexão:

• Descobrir e conhecer progressivamente seu corpo, suas potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando hábitos de cuidados com a própria saúde e bem estar; • Brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades.

46

Escola, um lugar de valor


REFLEXÃO E POSSIBILIDADES Portanto, o próprio documento nos indica caminhos a trilhar. Tendo o corpo e o movimento como indicações de estímulo para o “ser integral”. Quando Shunryu Susuki coloca a importância do saber pela própria experiência deixa explicito que a vivência corporal é a conexão mais segura e concreta, e que, a partir dela, toda aprendizagem se constrói. Sendo assim, tem no corpo o principal instrumento de trabalho. Fonte inesgotável de simbologia. Todo este conhecimento valida e confirma o uso inteligente do movimento, a experimentação com o corpo. “O corpo é a primeira maneira de sermos no mundo, somos um corpo”. Na pratica da educação física, nas diversas faixas etárias da educação infantil, do ensino fundamental I e II - que é a base desta reflexão - encontramos: movimento reflexo, perceptivo motor, fundamental, básico, criativo, habilidades físicas e especializadas. A palavra movimento, segundo o dicionário Aurélio,

significa: 1 Ato ou efeito de mover ou de mover-se; 2 Deslocação; 3 Mudança de lugar ou de posição; 4 Evolução; 5 Agitação; 6 Animação; 7 Revolta; sedição; 8 Giro; 9 Marcha (de tropas); 10 Gesto, ademane (gesto, sinal, feito geralmente com as mãos, que expressa ideia, sentimento, aceno, trejeito). Um corpo que pensa (pode), que sente e que faz. É o trabalho conjunto da inteligência (cognitivo), afetivo (emoções), motricidade (realizar ou fazer), entrelaçado com a criatividade, a socialização e cooperação. Sendo assim transcende da ação para os ensinamentos que alimentam a mente. Vivenciar corporalmente é apreender, é o saber com prazer. Com si mesmo, com o outro, com o espaço que o cerca, com materiais e acessórios. Tudo se transforma em aprendizagem se bem mediado. Mediador é aquele que promove receptivamente, facilmente, os ensinamentos escritos no papel. Além de perceber todas estas potencialidades do

Escola, um lugar de valor

47


corpo é necessário também abranger as possibilidades e benefícios do brincar, dos jogos e materiais diversificados que movimentam todos os sentidos, tais como: • Pique pega/cola/alto/esconde – Estratégia, noções de revezamento, trabalho cognitivo e afetivo, agilidade, parada brusca, noção espacial, lateralidade, esquema e imagem corporal, próprios recursos motores e dos colegas, socialização, variação de velocidade e deslocamentos, desempenho físico, social e linguístico, criatividade, imaginação, fantasia, faz de conta, termos matemáticos, respeito, troca de papeis, regras, cooperação, coordenação global... • Amarelinha – Coordenação específica e global, figuras geométricas, noção de espaço, percepção óculo manual, equilíbrio, precisão, força, atenção, desenvolvimentos cognitivos, afetivo, motor e social, lateralidade, noções logicas, variedade de movimentos, inteligência corporal, aceitação, interação sujeito e recursos corporais, valores, saber ouvir, paciência... • Bola – Noções espaciais, percepção óculo manual e pedal, coordenação motora específica e global, destreza, habilidade, agilidade, criatividade, ludicidade, melhora da motricidade e consciência corporal, valores, cultura, desenvolvimento integral, cooperação, socialização, infinidade de esportes, regras, história, linguagem oral e escrita... • Corda – Agrega benefícios à saúde, autodomínio, condicionamento físico, contribui para a perda de peso e para melhorar o humor, coordenação motora, concentração, dedicação, trabalha o corpo todo, fortalecendo os músculos superiores e inferiores, especialmente os músculos da coxa, panturrilha e glúteos, auxilia no combate à celulite por conta do movimento de sobe e desce, pois elimina as toxinas do organismo e melhora o fluxo linfático, ajuda a combater a osteoporose, os saltos

feitos na hora de pular corda ajudam na capacidade de oxigenação do coração e dos pulmões e, com isso, ajudam a reduzir o colesterol no sangue, percepção espacial e temporal, desenvolve a agilidade, coordenação motora específica, global e equilíbrio, propicia condicionamento cardiovascular, socialização, agrega valores, oralidade, termos matemáticos, é uma atividade muito acessível... • Bambolê/arco – Equilíbrio, ritmo, coordenação motora, condicionamento físico, afinar a cintura, alongar a coluna, melhorar a postura, trabalhar o abdômen, trabalha termos matemáticos, físicos, raciocínio, percepção óculo manual, pedal, desenvolvimento cognitivos, afetivo, motor e social, lateralidade, noções logicas, variedade de movimentos, inteligência corporal, agrega benefícios à saúde, autodomínio, condicionamento físico, criatividade, valores, cooperação, é uma atividade simples, divertida… Portanto, reafirmamos aqui a centralidade do corpo, dos movimentos, da interação dos espaços, com o outro, para a formação, mas, sobretudo, para a promoção do ser integral em que a Educação Física se coloca e é trazida para o centro dos ditames do currículo desde a educaçãoinfantil. Meus agradecimentos a todos os amigos que auxiliaram direta e indiretamente nesta reflexão. Referências: Naiana Roberta Dias Rodrigues - As contribuições dos jogos tradicionais para o desenvolvimento integral da criança - Disponível em (http://www.efdeportes. com/efd168/jogos-tradicionais-para-o-desen volvimento-integral.htm) - Acesso 09/2016 Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998 Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997

Pós graduada em Educação Física, Inspeção e Supervisão Escolar. Coordenadora da Área de Esportes do Colégio F.A.S.

48

Escola, um lugar de valor


Matemática

Quantos Pokémons cada aluno tem, quais são os tipos, etc. Pode ser trabalhar a adição, subtração, porcentagens, frações, fazer gráficos, enfim, há infinitas maneiras de se trabalhar com o Pokémon Go na matemática.

Ciências

em favor da educação Se bem utilizada essa tecnologia pode ser uma aliada no desenvolvimento dos alunos. O Pokémon Go e outros aplicativos de realidade aumentada podem ser ferramentas muito eficazes para estimular e potencializar o processo de ensino-aprendizagem. Nesse artigo, trarei ideias de como utilizar o Pokémon Go na sala de aula em algumas áreas do conhecimento. Aqui estão algumas ideias de como aproveitar o jogo Pokémon Go na escola segundo o site Sistemaescolaweb

Geografia

Enquanto os alunos procuram por Pokémons em seu bairro, eles também aprendem sobre ele. Por meio do aplicativo, como os Pokémons estão espalhados pelos bairros, os jogadores andam e conhecem partes de seus bairros antes desconhecidas. O professor pode aproveitar essas informações para compartilhar curiosidades com os alunos, fazer mapas do bairro, etc.

Cada Pokémon possui peso, altura e a indicação se são seres marinhos, terrestres, etc. O professor de ciências pode explorar esses tópicos. Além disso, os Pokémons evoluem : há um, por exemplo, que é uma larva e transforma-se em borboleta. Por meio desse exemplo e de outros das evoluções dos Pokémons, podem ser trabalhadas as evoluções dentro da ciência. Alguns benefícios que o jogo Pokémon Go proporciona à educação: • O desafio – Incentiva o aluno a atingir seus objetivos; • O diálogo – Estreita laços entre os alunos, fazendo com que eles tenham uma linguagem e interesses em comum; • O exercício físico – Estimula os alunos a fazer caminhadas, um dos melhores exercícios físicos para todas as idades; • A inclusão – O interesse em comum facilita a inclusão de alunos que poderiam sentir-se excluídos dos grupos; • O ar livre – Respirar ar livre é bom para a saúde e também é um exercício de relaxamento, o que melhora a concentração; • Pequenas pausas – O Pokemón Go pode ser jogado em pequenas pausas, o que pode ser adequado em atividades físicas. • A conquista – As conquistas podem ser obtidas por todos os alunos, o que estimula a todos, sem exceção. Oriente seus alunos a fazer bom uso do aplicativo com o objetivo de evitar situações desagradáveis. Aproveite este momento para discutir com seus alunos possíveis problemas relacionados à privacidade que podem surgir se utilizarem de maneira errônea. Apresente a eles habilidades importantes para um bom cidadão digital. Fonte: Pesquisa Sites Internet

Língua Portuguesa

Colocar os nomes dos Pokémons em ordem alfabética, soletrar os nomes deles, separar os nomes em sílabas e ver quais são monossílabos, dissílabos ou polissílabos, inventar histórias com os Pokémons, enfim, há várias possibilidades a se explorar com os Pokémons nas aulas de língua portuguesa.

Educação Física

No jogo do Pokémon Go, há ovos que são chocados. Quanto mais os jogadores andam, mais raros são os Pokémons que nascem dos ovos. Não há uma forma melhor para fazer com que os alunos se exercitem caminhando sem que reclamem! Escola, um lugar de valor

49


24

outubro d s t q q s s

Segunda+ é no Colégio F.A.S. Atividade lúdica deixa a segunda-feira mais prazerosa e facilita processo de ensino/aprendizagem Léia Dias R.Carvalho

Segunda + no Colégio F.A.S., é um momento muito esperado pelas crianças da turma do 1º período. O objetivo deste dia é promover a socialização, o respeito e a cooperação, proporcionando um ambiente agradável, amistoso e favorecer a integração entre os estudantes. No entanto, fomos além do que a princípio almejamos, descobrimos que após feriados ou até mesmo final de semana, os alunos chegavam no colégio com vontade de permanecer em casa com a família, o que é normal ocorrer, pois são nesses dias que ficam mais tempo juntas. Quando iniciamos o projeto da Segunda + isso mudou. A alegria e vontade de chegar segunda-feira é grande e esperada por todos. Direcionamos e planejamos esse dia com propostas lúdicas e prazerosas. Começamos a Segunda + com “No tempo da vovó e do vovô, tivemos brincadeiras e brinquedos da época dos avós e foi muito gostoso esse momento, pois o brincar é uma dinâmica interna do indivíduo, mas uma atividade dotada de significado social que, como outras, necessita de aprendizagem. Como já dizia Guilles Brougére, “A criança não brinca numa ilha deserta, ela brinca com as substâncias materiais e materiais que lhe são propostos. Ela brinca com o que tem na mão e com o que tem na cabeça”. Tivemos Segunda + espetacular relacionada aos jogos, chá de bonecas, festa anos 60, brinquedos confeccionados pela vovó, “baliza”, carrinhos de madeira, peteca, bolinha de gude, pião, pipa, baldinhos para brincar na areia, elástico para pular, pedrinhas mágicas para a amarelinha, cinema e muito mais. Esses brinquedos foram importantes aliados no processo de aprendizagem das crianças e através do brincar na Segunda + as crianças desenvolveram elementos fundamentais na formação da personalidade, visto que aprenderam, experimentaram situações, organizaram suas emoções, processaram informações, construíram autonomia e se divertiram.

50

Escola, um lugar de valor


Formada em Magistério e graduada em Pedagogia. Professora do 1º período no Colégio F.A.S.

Tatiane de Lourdes Alves Figueira Graduanda em Pedagogia

Escola, um lugar de valor

51


Sacola Literária

Projeto valoriza parceria escola/familia na construção do conhecimento da leitura e escrita Maria Isabel Soares Lemos Marques Conhecendo o valor educativo contido nas brincadeiras, jogos lúdicos e interação familiar, partiu um desejo de investigar e de discorrer sobre o papel do professor como mediador e estimulador das atividades de desenvolvimento da leitura/escrita. Sabemos que há diversas razões para a prática da leitura, desde o prazer que a imaginação propicia até a importância para o desenvolvimento cognitivo, motor, afetivo e social da criança. A leitura permite pensar, construir, decidir, experimentar, sentir emoções, cooperar, descobrir, aceitar limites e competir.

52

Escola, um lugar de valor

O educador deve descobrir meios, recursos para fazer com que os alunos desenvolvam o aprendizado, fornecendo estímulos para que os mesmos se sintam motivados a aprender, isto é, lançar mão de conhecimentos e recursos que os conduzam a motivação; fazer com que a aprendizagem seja simples, prazerosa e significativa. No 2º ano do Colégio F.A.S. a SACOLA LITERÁRIA tem sido um dos recursos utilizados para alcançar esse objetivo. Semanalmente as crianças participavam de um sorteio, e o vencedor levava para casa uma bolsa com atividades envolvendo o aluno e família. Era composta por:

Livro de literatura; • Recomendação de leitura, incentivando a escrita (após a leitura, cada criança recomendava o livro para um amigo, dizendo o motivo para ler ou não ler a história); • Atividades lúdicas/pedagógicas (atividades que envolvam a família, aliadas aos conteúdos ministrados em sala); • Parecer dos pais sobre o desenvolvimento das atividades (relatório sobre o desenvolvimento das atividades e a participação familiar). A atividade se tornou um momento de lazer e descontração, incentivando a leitura e escrita


das crianças através dos registros das histórias. O projeto tornou possível a construção de pequenos textos, o desenvolvimento da oralidade através da “contação das histórias” e o resgate de brincadeiras antigas contidas em alguns livros. A leitura foi estimulada por meio da vivência e da interação contida nos livros, a qual o educador lança de todo seu conhecimento adquirido durante a sua formação, trazendo para sua sala de aula a atividade que mais se assemelha com sua turma, criando um vínculo afetivo com o aluno, para que ao chegar em casa, ele sinta-se motivado em realizar as atividades com sua família, construindo um novo momento de interação familiar, troca e conhecimentos o “aprender brincando”. Para as famílias vivenciar esse processo colocando-se no lugar da criança, permitindo que a criatividade e a imaginação aflorem através da leitura resultou em uma parceira fantástica, na qual os laços são retomados. No decorrer deste trabalho observou-se que as crianças adquiriram o hábito da leitura e consequentemente da escrita. A professora e monitora tiveram a preocupação com as particularidades de cada criança, valorizando seus pensamentos e estimulando seu crescimento social e intelectual. Foi comprovado por meio dos resultados que a parceria família/ escola/aluno garante o sucesso dos primeiros passos escolar.

Graduada em Letras Português/Espanhol e suas respectivas literaturas pela UFTM, Graduanda em Pedagogia e Pós - graduanda em Educação Profissional e Tecnológica aplicada à Gestão de Projetos de Aprendizagem pelo IFTM – Campus Uberaba. No Colégio F.A.S. é regente do 2º ano.

Escola, um lugar de valor

53


A importância da rotina na Educação Infantil A rotina possibilita à criança segurança e domínio do espaço e do tempo que passa na escola Cristiane Canova Silva Quando a criança inicia sua trajetória escolar, é comum que venha com ela sentimentos de insegurança, angústia, abandono e medo. Tudo é novo! A mamãe não está lá mais o tempo todo, o lugar é totalmente diferente do que estava habituada. Então ela necessita de um ambiente organizado, tranquilo, que lhe dê segurança, pois essa fase será a base que carregará por toda uma vida. Muitas vezes a rotina é vista como algo ruim, metódico e isso nem sempre é verdade. Pelo contrário, na educação infantil a rotina contribui na segurança e estabilidade emocional da criança. Possibilita maior domínio do espaço e do tempo dentro da escola. Evita sentimentos de estresse e angústia que uma rotina desestruturada pode causar. A rotina não pode e não deve ser rígida. Deve haver uma flexibilidade, podendo sofrer alterações e adaptações no dia-a-dia, conforme as necessidades das crianças.

54 54

Escola, um lugar de valor

Seguir um roteiro contribui para a reorganização do mundo interno das crianças e da sua relação com o meio externo. Ajuda a estabelecer bases de apoio, de organização e de convivência. Serve de referência. A rotina é organizada de forma que contribua para adquirirem segurança, noção da regularidade das coisas e da sequência de tempo. Ela pode ser rica, alegre e prazerosa.


Formada em MagistĂŠrio e Graduada em Psicologia- Professora do Maternal II no ColĂŠgio F.A.S.

Escola, um lugar de valor

55


O uso das tecnologias de informação e comunicação e dos recursos computacionais desafios e possibilidades. Luís Humberto Miquelino

O uso das tecnologias de informação e comunicação e dos recursos computacionais tem trazido grandes mudanças nos modos de pensar, ensinar e aprender, graças à maior agilidade no processamento e na transmissão das informações, assim como maior facilidade de acesso nos últimos anos. Segundo Kenski (2007, p. 47) “as mudanças contemporâneas advindas do uso das redes transformaram as relações com o saber”. Consequentemente, se ainda não está presente no espaço da sala de aula, tem gerado nas escolas, especialmente entre os professores, dúvidas, reflexões e a necessidade de discussão de seu papel na educação. Novas possibilidades se abrem para o ensino e a aprendizagem com o uso das redes, podendo tornar as aulas mais dinâmicas e contextualizadas, colocando o aluno no centro do processo. Entretanto, para que o computador e os recursos tecnológicos realizem o seu devido papel no ensino, é preciso que tomemos certos cuidados, principalmente para evitar que sejam cometidos os mesmos erros do ensino tradicional, fazendo com que as novas tecnologias sejam consideradas porta de acesso ao fracasso nesse processo de ensino-

56

Escola, um lugar de valor

-aprendizagem. Para Valente (1999), o importante é compreender que os computadores nos dão muitas opções que serão utilizadas no processo de ensino-aprendizagem. A abordagem e a forma de utilização dessas tecnologias bem como o uso dessas ferramentas computacionais, segundo Almeida (2000), pode ocorrer de duas formas – a instrucionista ou a construcionista. Na primeira, o uso desses recursos, especialmente do computador, está centrado na aprendizagem de como utilizar a máquina ou como um meio disponível, em que o professor escolhe o software, propõe as atividades para o aluno e realiza o acompanhamento. O seu uso pelo professor ocorre não como um apoio para uma mediação eficiente da aprendizagem, ficando de lado a reflexão sobre o como se aprende e o que se pretende ensinar; assim sendo, a única mudança seria a maneira de se transmitir informações, não havendo nenhuma mudança na prática pedagógica. Nesse sentido, o que ocorre é uma busca de informatizar os métodos tradicionais de instrução. Numa abordagem construcionista, o aluno tem uma participação ativa, resolvendo problemas de forma significativa, utilizando aplicativos que promovam a interação e a construção do conhecimento.


Nesse sentido, estamos desenvolvendo, juntamente com as crianças e adolescentes do ensino fundamental II, o estudo do aplicativo GeoGebra* , como ferramenta auxiliar na construção de conceitos matemáticos fundamentais necessários para a formação dos educandos. Por exemplo, no 6º ano, atuamos com as definições de Polígonos, no 7º ano, conceitos de área de figuras planas, no 8º ano, trabalhamos com os conceitos de retas paralelas e as medidas dos ângulos correspondentes, colaterais e alternos, já no 9º ano, trabalhamos os conceitos introdutórios de trigonometria no triângulo retângulo, bem como a introdução ao estudo das funções, com as construções dos gráficos nos eixos cartesianos. O texto, descrito neste artigo, tem fundamentação teórica e cunho científico, bases da minha formação profissional, que tem se misturado ao doce sabor poético de atuar na educação fundamental e realizar esta ponte entre saberes científicos e os saberes cognitivos intrínsecos nos jovens aprendizes, nossos alunos, razão da escola existir. Assim, o diálogo permanente entre o material didático, aliado à metodologias ativas no processo de ensino-aprendizagem, são o “casamento” perfeito na construção do conhecimento e na formação humana dos nossos “Pequenos Estudantes”. Espero estar contribuindo como Pai, Professor e Educador, no plantio das sementes do amanhã.

Mestre em Educação e Licenciado em Matemática pela Universidade de Uberaba-UNIUBE Professor de MATEMÁTICA no Colégio F.A.S. - Unidade II – Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano). Professor de Cálculo Diferencial e Integral, Álgebra Linear e Geometria Analítica na Universidade de Uberaba, atuando nos cursos de Administração, Ciências Contábeis, Engenharias e Licenciatura em Matemática.

* O manual oficial do software, disponível em: www.geogebra.org/help/docupt_PT.pdf, indica que o GeoGebra é um software de matemática dinâmica que junta geometria, álgebra e cálculo. É desenvolvido para aprender e ensinar matemática nas escolas por Markus Hohenwarter e uma equipa internacional de programadores. Escola, um lugar de valor

57


Empreender ou se prender nas dificuldades?!... O empreendedorismo nĂŁo estĂĄ ligado apenas no financeiro e ganho de lucros, mas tambĂŠm na desenvoltura e na capacidade de lidar com as adversidades.

58

Escola, um lugar de valor


Carolina B. Silva. Quem nunca assistiu um filme infantil, de aventura, comédia, cheio de diversão e brincadeiras, mas vocês já pararam para entender esses filmes e como eles podem ser exemplo na vida familiar, pessoal e profissional? Um filme de classificação infantil que propõem mensagens subliminares é “Procurando Dory”, este longa metragem demonstra como alguns pontos determinados pela sociedade como fraqueza, vulnerabilidade e debilidade podem ser substituídos por coragem, determinação, pro atividade, autoconfiança, otimismo e perseverança. “Procurando Dory”, foi lançado em 2016, e relata a história de um peixinho que tem perda de memória recente, e desafia todos os obstáculos para encontrar seus pais. Dory atravessa o oceano, enfrenta inúmeras adversidades, age por extinto permitindo que ela tenha um planejamento e raciocínio lógico, além de ter a certeza que vai conseguir mudar a sua realidade, mesmo com seu problema neurológico. Este filme exemplifica de forma fantástica o espírito empreendedor. Segundo definição de Barreto (1998) “empreendedorismo é a habilidade de se conceber e estabelecer algo partindo de muito pouco ou quase nada”, é a busca pelo que se acredita de forma persistente e criativa, gerando muitas vezes uma nova maneira de fazer algo. Como disse Dory: “... Tem que ter outro jeito!...”. De acordo com Dolabela (2006) “O empreendedor é um insatisfeito que transforma seu inconformismo em descobertas e propostas positivas para si mesmo e para os outros. É alguém que prefere seguir caminhos não percorridos, que define a partir do indefinido, acredita que seus atos podem gerar consequências. Em suma, alguém que acredita que pode alterar o mundo. É protagonista e autor de si mesmo e, principalmente, da comunidade em que vive”. Trazendo essas informações para os dias atuais, em que, o Brasil está passando por uma crise financeira e política, deve-se refletir sobre esse pensamento empreendedor, sair da zona de conforto e começar na busca de novos ideais. Quem sabe essa “crise” pode ser a sua “perda de memória recente”? Segundo Dornelas (2008) “empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e

processos que, em conjunto, levam a transformação de ideias em oportunidades”. O empreendedorismo não está ligado apenas no financeiro e ganho de lucros, mas também na desenvoltura e na capacidade de lidar com as adversidades, em prol de melhorar o âmbito pessoal, familiar e social. A motivação de um empreendedor não é deixar a “maré levar”, mas haja o que houver “continue a nadar”.

Referência: BARRETO, L. P. Educação para o empreendedorismo. Salvador: Escola de Administração de Empresas da Universidade Católica de Salvador, 1998. DOLABELA, Fernando. O segredo de Luísa: uma idéia, uma paixão e um plano de negócios : como nasce o empreendedor e se cria uma empresa. 14. ed. São Paulo: Cultura, 2006. 312p. DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo corporativo: como ser empreendedor, inovar e se diferenciar na sua empresa. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. xii, 166 p.

Bacharel em Administração e Pós Graduanda em Controladoria e Finanças.

Escola, um lugar de valor

59


Doenças da infância Muitos dizem que o melhor lugar para se estar é dentro da barriga de nossas mães...Mas por que será? Roberta Costa Silva Durante a gravidez, a mãe proporciona ao embrião ou feto um ambiente calmo, seguro e acolhedor. Além de todas as condições necessárias para que ele possa se desenvolver adequadamente. Logo, com nascimento, o bebê perde toda essa comodidade, tendo agora, que passar por um extenso período de adaptação e independência, como por exemplo: respirar de forma espontânea, adequar-se às novas temperaturas e principalmente a enfrentar determinados microrganismos que nos circundam a todo tempo. Quando recém-nascida até os primeiros anos de vida, a criança apresenta um sistema imunológico muito imaturo, ou seja, com poucas

60

Escola, um lugar de valor

defesas. E por isso está susceptível a apresentar vários tipos de infecções por vírus, bactérias e fungos, gerando consequentemente, manifestações clínicas diferentes, algumas de forma branda e outras mais graves. O fato da criança estar vacinada corretamente não significa que ela está 100% protegida. Ainda assim, ela está sujeita a desenvolver doenças, porém com sintomas mais leves, das quais já foram imunizadas e a adquirir novas doenças por reinfecção de microrganismos que sofreram algum tipo de mutação genética. Os problemas de saúde mais incidentes na faixa etária de 0-3 anos são as doenças respiratórias ( Pneumonia, amigdalites, otite, sinusite, asma, laringite, faringite, bronquio-

lite e rinite) geralmente ocasionadas por poeira, ácaros, baixa umidade do ar, fumaça de cigarro; as viroses que podem ser adquiridas por ingestão de algum alimento contaminado, por algum objeto que estava no chão e é colocado na boca, por meio de secreções de outras crianças/adultos contaminados, ambientes fechados, compartilhamento de objetos de uso individual; conjuntivites, infecção urinária, fimose, balanopostite, infecções de pele como impetigo, dermatite atópica, anemias, sarampo, caxumba, rubéola, roséola e a intolerância a lactose. É normal que o extinto protetor dos pais e familiares fale mais alto no sentido de evitar que nossos pequenos adquiram algum desses agravos à saúde. Mas infelizmente


(1)

apresentar um quadro de infeccioso por um microrganismo é um processo fisiológico e importante, pelo qual as crianças necessitam de passar para iniciar a produção de anticorpos e para criar uma memória imunológica rápida e efetiva frente à novas exposições ao agente em um momento futuro. Portanto, independentemente do local, seja na escola, em casa, no parque ou em uma festa familiar, as crianças estão a todo tempo em contato com esses seres microscópicos. Mas Atenção!! Por mais que essa exposição seja inevitável, isso não significa que não devemos nos preocupar. Tanto nós, integrantes da escola quanto os pais, devemos ficar atentos as manifestações clínicas da criança e procurar um atendimento médico o mais rápido possível, pelos seguintes motivos: • Algumas doenças apresentam sintomas semelhantes principalmente quando se trata de lesões na pele. As vezes imaginamos ser apenas um quadro alérgico, mas na verdade, a criança pode estar apresentando outro tipo de comorbidade, como: Varicela, Sarampo, Dengue entre outros. Observe a semelhança: • Outras doenças são contagiosas e podem ser transmitidas para as demais crianças no âmbito escolar, familiar e social. Isso ocorre

(2)

(3)

principalmente pela imaturidade imunológica, por meio do conato direto com as lesões, pelo ar ou por meio de secreções contaminadas, por exemplo: Impetigo e algumas viroses inespecíficas. Portanto, se faz necessário manter essas crianças em casa, sob repouso adequado, até que se encerre o período de transmissão e que haja risco de agravamento do caso. • Determinadas bactérias necessitam da utilização de antibióticos específicos pois se não tratadas de forma adequada podem adquirir resistência aos fármacos e gerar consequências ainda maiores. Por isso é importante que os pais não mediquem a criança por conta própria ou procurem o auxílio de outro profissional que não seja o pediatra da criança. Na maioria das vezes é necessário a realização de alguns exames laboratoriais para se saber qual será o tratamento ideal para determinadas infecções. • A utilização de fármacos antialérgicos também deve ser orientada pelo médico. O uso indiscriminado, em doses e períodos inadequados pode acabar gerando outros efeitos adversos. O processo de higienização das crianças, dos alimentos e do ambien-

(4)

te de convívio diário interfere diretamente no processo saúde-doença das mesmas. Então é necessário realizar a lavagem das mãos quando houver sujidade visível e aplicar com frequência álcool-gel, realizar a desinfecção de brinquedos, manter o ambiente arejado, realizar a desinfecção de colchões mantendo um lençol para cada criança; ter uma alimentação nutritiva e adequada para cada fase do desenvolvimento, etc. Ações simples como estas podem evitar a propagação de infecções e propiciar uma recuperação mais rápida para as crianças que já se encontram doentes. Pequenos esforços geram também grandes resultados!

Graduada em Enfermagem Pela Universidade Federal do Triângulo MineiroEnfermeira no Berçário do Colégio F.A.S.

Escola, um lugar de valor

61


ABC DO MATERNAL

Aleandra Nicodemos Ferreira de Morais As crianças têm muitas habilidades que precisam ser estimuladas. Elas veem, ouvem, tocam, sentem e percebem tudo ao seu redor. Trabalhar com as áreas do conhecimento estabelecendo relações com as fases do desenvolvimento infantil possibilita o alcance dos objetivos propostos nos aspectos cognitivos, afetivo, motor e social, por isso a estimulação aqui no Colégio F.A.S. é realizada através de atividades elaboradas com bases sólidas que vão ao encontro das necessidades individuais e coletivas dos alunos. O corpo fala e responde concomitantemente, por isso a criança, quando bem estimulada se torna mais ativa, dinâmica, criativa, equilibrada e saudável, passando a realizar melhor as atividades propostas, a encontrar soluções e a apresentar boas relações no contato social. De A a Z destacamos algumas palavras que desencadeiam as inúmeras oportunidades para um planejamento significativo e coerente às necessidades reais das crianças.

62

Escola, um lugar de valor


de alegria, amizade e atenção de brincadeira de carinho de dedicação de experimentação de fazer e fé de gargalhadas e gratidão de humildade de integração de jogos de liberdade de expressão de manifestação espontânea de novidades de obrigada de perseverança de quero mais de respeito e responsabilidade de sorrisos e sabedoria de ternura de união de vitória e vidas de xodó de yes de zelo por tudo e por todos

Professora na Turma do Maternal Baby do Berçário do Colégio F.A.S. Formada em magistério e graduanda em Pedagogia

Escola, um lugar de valor

63


A natureza e a construção do conhecimento Ana Alice Souto Pereira

Ensinar se torna prazeroso quando despertamos a curiosidade e a vontade de aprender. Às vezes, apenas um desabrochar de uma flor ou um pisar em um gramado levam as crianças a compreenderem a relação existente entre a natureza e o homem.

64

Escola, um lugar de valor

Durante séculos acreditamos no mito da natureza infinita. As árvores existiam em enorme quantidade, a água potável era encontrada em abundância, o ar era puro, e muitas eram as espécies de animais em todo o mundo. Hoje, o que percebemos é desflorestação, poluição das águas, dos solos e do ar, poluição atmosférica e esgotamento dos recursos naturais. Nós precisamos aprender a preservar a natureza. Com essa conscientização estaremos ajudando o planeta a ser melhor para nossa geração e para as próximas. No Colégio F.A.S. os educadores acreditam que a consciência ambiental resulta de um processo que começa na infância. Nas aulas da professora Ana Alice, os alunos aprendem não somente nas aulas teóricas a importância do cuidado e respeito com o meio ambiente, mas também


na prática. É muito prazeroso para as crianças compreenderem o crescimento de uma planta e como podemos utilizá-las na nossa alimentação, a importância da minhoca no solo, entender que um ovo pode gerar uma vida, diferenciar os animais...Aparentemente seria algo simples para um adulto, mas em se tratando dos alunos além da aprendizagem é um momento que possibilita a descoberta do mundo no qual se encontram. E dessa maneira que constroem valores e conhecimentos . Ensinar se torna prazeroso quando despertamos a curiosidade e a vontade de aprender. Às vezes, apenas um desabrochar de uma flor ou um pisar em um gramado levam as crianças a compreenderem a relação existente entre a natureza e o homem. Dai a necessidade dos professores promoverem aulas ao ar livre, permitindo o contato com locais arborizados que apresentam grande diversidade de fauna e flora. Ao estimular essa interação criança/ natureza, proporcionamos liberdade para experimentar novas formas de conhecimento e aprendizagem. Parafraseando Rubem Alves, “a primeira tarefa da Educação é ensinar a ver… É através dos olhos que as crianças tomam contato com a beleza e o fascínio do mundo… Os olhos têm de ser educados para que nossa alegria aumente”. De acordo com esse pensamento, as nossas aulas têm como objetivo reconhecer, valorizar e difundir práticas que relacionam a natureza e o mundo no qual a criança está inserida.

Graduada em Ciências Biológicas e Pedagogia. Professora de Ciências, Física e Química no Colégio F.A.S.

Escola, um lugar de valor

65


Bê-a-bá financeiro Essa é uma questão que não se aprende de uma hora para outra. Por isso, quem deseja introduzir o tema com os filhos deve ter paciência, persistir e sempre que possível abordar conceitos relacionados ao assunto.

Alcione Bononi Paiva Miranda. O primeiro passo para quem deseja introduzir a educação financeira infantil em casa é falar sobre dinheiro de forma natural com as crianças. Quanto mais intimidade seus filhos tiverem com o tema, mais facilidade eles terão para lidar com esse assunto ao longo de suas vidas e mais preparados estarão para fazerem as melhores escolhas financeiras. Inicie uma conversa através de conceitos básicos como: apagar a luz ao sair de um cômodo, não gastar água ou energia elétrica de forma desnecessária, dizer não ao desperdício de alimentos, ao fazer compras, por exemplo, mostrar a criança como é fundamental pesquisar preços, evitar compras por impulso, exigir nota fiscal e conferir o troco recebido. Apresentar o papel moeda e explicar o seu valor também é imprescindível em todo esse processo. Por isso, esclareça sobre a forma como o dinheiro chega em casa para atender as necessidades de toda a família. Se

66

Escola, um lugar de valor

a criança estiver em idade escolar fale sobre salário, orçamento e gastos. Isso tudo de forma simples e clara, sempre no sentido de reforçar que somente se gasta o que se tem, enfatizando a importância de deixar uma reserva para situações de emergência. Depois de conversar sobre as crianças sobre dinheiro e conceitos, defina uma mesada (ou, se preferir, “semana” ou “quinzena”). Deixando claro que a responsabilidade por aquela verba é exclusivamente dele. Dessa maneira, seus filhos começam a entender que são responsáveis por suas escolhas financeiras e pela consequência delas. A quantia ideal deve ser analisada por idade e necessidades, respeitando o orçamento financeiro familiar, e se houver exceções no decorrer do acordo, a dica é analisar de maneira criteriosa. Quando a criança já souber escrever, dê uma caderneta e estimule a realizar as anotações do que ganhou e com o que gastou. Ajude seu filho mostrando como criar um orçamento

pessoal, listando as despesas que ele tem e fazendo a dedução do seu saldo financeiro. Propor metas e ajudar no acompanhamento das mesmas de forma consciente também é papel dos pais nessa circunstância.

Contadora e Professora Universitária. Mãe do Mateus Bononi Miranda (aluno do 1º ano – Ensino Fundamental do Colégio F.A.S. e Lucas Bononi Miranda (1º período da Educação Infantil do Colégio F.A.S.)


Os cinco reinos

um saber necessário Ana Alice Souto Pereira

Ao estudar e compreender o conhecimento científico, o aluno amplia os seus saberes e assim consegue situar-se e até mesmo atuar no meio em que vive, posicionando diante de fatos e fenômenos novos. Ao apresentar aos alunos os cinco reinos eles começam a entender a importância deles no equilíbrio ambiental. De acordo com a Teoria Celular, todos os seres vivos são formados por células, alguns formados por uma única célula e outros por milhões delas, além deste fator outras características como o tipo de nutrição e ate mesmo a reprodução, ajudam a diferenciar e a classificar esses seres em reinos. Em 1969, o biólogo e botânico norte americano Rober Whittaker (1920 - 1980), propôs a classificação dos seres vivos em reinos, tendo como base as características fisiológicas desses seres. Essa classificação facilita identificação dos seres e ajudam a estabelecer algumas relações existes, bem como o entendimento da evolução. Ao ensinar os cinco reinos aos nossos educandos, esperamos que eles consigam identificar e diferenciar esses seres, além de compreenderem a importância deles para a diversidade biológica para a vida na Terra. Os nossos alunos sentem motivados ao buscarem o seu conhecimento, pois conseguem compreender a importância desses seres, onde alguns são capazes de melhorar a nossa qualidade de vida e ate mesmo do ecossistema onde estamos inseridos e enquanto outros nos chamam atenção por serem nocivos para nós, transmitindo algumas enfermidades. No Colégio F.A.S. procuramos sempre incentivar o conhecimento através da investigação prática, propondo o intenso envolvimento deles na construção do seu conhecimento e relacionando com os conceitos apresentados na sala de aula, além de relacionarem com situações cotidianas.

Graduada em Ciências Biológicas e Pedagogia. Professora de Ciências, Física e Química no Colégio F.A.S. Escola, um lugar de valor

67


Quero saber! Como é? Você sabe o quê? 68

Escola, um lugar de valor


Maria Lopes de Souza Neta No período da pré – história, os povos deixavam suas mensagens escritas nas paredes das cavernas e assim, seus costumes, valores e crenças permaneceram ao longo da história. É por meio da linguagem que nos constituímos como pessoas no mundo e ao aprimoramos gradativamente essa competência em oralidade, que vamos nos inserindo no universo da linguagem escrita. Portanto, é necessário dar vida aos assuntos abordados na vivência escolar infantil, porque o desenvolvimento da linguagem é dependente da interação criança e o mundo que os cercam. Para que isso ocorresse com as crianças do maternal, pegamos “carona” com o projeto “Quem quer brincar com o maternal?” onde por meio de estímulos, incentivos e contação das histórias, as crianças levaram um dos livros “Quer brincar de pique-esconde?”, no qual ofereceu um leque de informações para a formação dos pequenos em todos os aspectos: cognitivo, físico e motor. As histórias fizeram com que aprimorassem o pensamento verbal, memória e percepção. Com isso, o projeto “Quem quer brincar com o maternal?”, veio para agregar na aquisição da linguagem oral e fazer com que as crianças descobrissem o mundo letrado dentro e fora de sala de aula. É através dos jogos, músicas e brincadeiras as crianças estão vivenciando o mundo das letras, ou seja, tudo tem nome e começa com... Letras que relaciona o nome dos colegas, objetos, personagens do livro de literatura e músicas. É e assim que as crianças estão descobrindo um mundo novo, em que fizemos da curiosidade o carro forte do maternal III. Pensando nessa empolgação que buscamos agregar o desenho da “LUNNA”, personagem infantil, no qual sua música de abertura diz assim: Eu quero saber! Por que o gato mia, verde por fora e vermelho por dentro e a melancia. Eu quero saber? Não posso dormir, o que está acontecendo eu vou descobrir! No entanto, as crianças ouviam atentamente as histórias representando enquanto falavam, cantavam ao desenhar e dançavam enquanto cantavam, pois criança é assim, não consegue separar diversão de aprendizado, estudo de brincadeira!

Formada em Magistério e Pedagogia. Professora no Maternal III no Berçário do Colégio F.A.S.

Escola, um lugar de valor

69


Toda hora é hora de brincar As crianças brincam o tempo todo, em qualquer lugar e não precisam dos adultos para isso.

Erika Patrícia Rodrigues Monteiro Através da brincadeira, a criança compreende o mundo à sua volta, aprende regras, testam habilidades físicas como correr, pular, aprende a ganhar e perder. O brincar desenvolve também a aprendizagem da linguagem e a habilidade motora. A brincadeira em grupo favorece alguns princípios como o compartilhar, a cooperação, a liderança, a competição, a obediência às regras. O jogo é uma forma da criança se expressar, já que é uma circunstância favorável para manifestar seus sentimentos e desprazeres. Assim, o brinquedo passa a ser a linguagem da criança. Muitas vezes os pais não permitem que o filho passe por todas as etapas do seu desenvolvimento, e fazem isso quando tolhem as brincadeiras, exigem organização, por acreditarem que estão contribuindo para a maturidade da criança, quanto ao aprendizado de alguns comportamentos, como por exemplo, o de limpeza. A imposição de tarefas exaus-

70

Escola, um lugar de valor

tivas, as incompatibilidades de horários da família são outros fatores que podem impedir as brincadeiras livres. A formação do vínculo positivo e harmonioso entre os seres humanos se inicia no ventre com as primeiras trocas de sorrisos e carinhos, gerando confiança e produzindo um modelo que se replicará por toda a vida. As crianças crescem e se desenvolvem, suas habilidades e competências começam a emergir pela exploração das brincadeiras, principalmente as que promovem a estimulação sensorial. Dessa maneira, brincar com objetos coloridos, de diferentes texturas e sons na primeira infância contribuir para o surgimento de pessoas bem sucedidas e talentosas, fato comprovado por pesquisas científicas em diferentes países. Os adultos que têm sucesso na sua vida pessoal e profissional, certamente, são os que tiveram uma infância com muitas oportunidades para brincar e conviver alegremente com seus colegas e familiares.

Não podemos esquecer de que o brincar acontece quando as crianças fazem o que têm de fazer, isto é quando deixadas por sua própria conta para decidir do que brincar e com quem brincar. É importante que a família tenha consciência das marcas que a sua postura rígida para as brincadeiras podem deixar na criança. Além disto, vale lembrar também que é um direito garantido pela Constituição.

Estudante de pedagogia 8° período Unopar – Uberaba-MG. Erika é mãe de Valentino César Monteiro de Oliveira- aluno do maternal II no Colégio F.A.S.


Educar a criança com valores

A amizade é um dos valores mais importantes que a criança pode viver Lucilene T. Barbosa

A amizade é um dos valores mais importantes no desenvolvimento da educação da criança. Trata-se do afeto pessoal, puro e desinteressado, compartilhado com outra pessoa, que nasce e se fortalece diante dos relacionamentos entre os seres humanos. Para que a criança aprenda sobre o valor da amizade, é necessário gerar nelas, noções, conhecimentos, habilidades, emoções, vivências, sentimentos e que a preparemos para viver com harmonia e respeito.

Como ensinar as crianças a terem amigos

As crianças devem saber quem é um bom amigo e porquê, como se comportam os bons amigos, e como manter uma boa amizade. Devem aprender que um bom amigo pode ser para sempre, e que para isso é necessário cultivar e alimentar a amizade,dia após dia, na escola, no parque, na vizinhança, etc. O contato com os iguais faz com que o universo da criança seja ainda mais grandioso e rico. Através do outro, a criança pode aprender sobre o mundo e sobre si mesma.

A criança pode aprender a ser amiga:

• Buscando reconciliação e não brigando com seus amigos • Compartilhando seus brinquedos com as outras crianças • Conversando e atendendo aos outros • Quando ajuda a um companheiro que tenha feito algo ruim, explicando-lhe o incorreto e sua correta atuação. • Quando se preocupa com seus amigos • Quando se esforça para fazer algo útil em benefício dos amigos • Anima o amigo quando está triste • Alegra-se com as conquistas positivas dos outros • Convida seus amigos para brincarem na sua casa • Preocupa-se quando algum amigo está ferido ou doente e vai visitá-lo • Demonstra afeto e carinho pelos seus amigos Fonte: guiainfantil.com

Formada em Magistério e cursa Pedagogia. Atua como professora do Maternal I no Colégio F.A.S. Escola, um lugar de valor

71


Tchau Chupeta!

Como tirar a Chupeta sem Traumas...(de Mãe pra Mãe) Andresa Patrícia Magro Pereira Lima Amigas mamães, eu consegui tirar a Chupeta sem traumas, de um jeito rápido, divertido e foi mais fácil do que eu imaginava. Por isso, decidi compartilhar aqui com vocês minha experiência. Antes do Marco Túlio completar 2 aninhos, em uma ida a sua dentista o alerta vermelho soou: “MÃE, AGORA ESTÁ NA HORA DE TIRARMOS A CHUPETA DO NOSSO MENINO”. Foi então que comecei a pensar e refletir como seria o melhor jeito para fazer isso, sem que houvesse traumas e nem chororô. Já que aqui em casa a promessa é “não existe a palavra birra”, em contrapartida muita conversa. Percebi naquele instante que aquele objeto tão adorado pelo Marco Túlio iria começar a lhe fazer mal, afinal, ele já não era mais bebê e portanto a “bibi” (o nome dado a chupeta por ele mesmo) poderia se tornar um apego desnecessário. E, por mais que o tempo passasse mais difícil seria tirá-la. Quando ele completou 2 anos, em janeiro, prometi a mim mesma que precisava desenvolver uma estratégia para tirar a chupeta do Marco Túlio, pois já incomodava vê-lo crescendo com aquela chupeta. Confesso que tentei no dia a dia, dar a chupeta só na hora que ele fosse dormir, mas

72

Escola, um lugar de valor

não funcionava muito bem, pois que quando estava cansado ou andando de carro pedia a “bibi, às vezes brincando em casa ficava um pouco e depois tirava. Percebi que aquele processo poderia demorar e se tornar estressante, já que eu poderia desencadear “a birra” e, como prometi pra mim mesma que aqui em casa não existe essa palavra “birra”, mas sim muita conversa. Assim decidi que precisava achar uma saída para tirar a chupeta sem causar traumas. Foi então que surgiu a programação de fazermos uma pequena viagem para Gramado/ RS. Lá tem a Casa do Papai Noel, e Marco Túlio ama Papai Noel. Pronto, ali naquele passeio Marco Túlio teria 2 anos e 5 meses e daquele momento não poderia passar. Foi então que comecei a explicar para ele sobre o lugar que iríamos, e que lá mora o Papai Noel, dessa maneira ele poderia entregar a “bibi” já que estava ficando um mocinho. Foram quase 02 meses de conversa e eu fazia Marco Túlio contar para as pessoas sobre o passeio na Casa do Papai Noel e que iria entregar sua “bibi”. Durante todo o período de preparação do passeio, Marco Túlio passou a ter consciência do que iria acontecer. E dessa forma foi possível trabalhar de forma lúdica a experiência. Chegou então a nossa viagem, e lá estava


Marco Túlio no avião de chupeta, pediu assim que decolou pra fazer seu soninho e, eu dei já dizendo: “Filho daqui a pouco você vai entregar a bibi pro Papai Noel, combinado? E ele dizia que sim. Até o dia do passeio na Casa do Papai Noel ele usou a chupeta, dormiu de chupeta, pois eu mais que nunca tinha que manter o que combinamos, ou seja, ele iria entregar a chupeta pro Papai Noel. Eu não poderia sair daquele foco e foi assim que fiz! Chegou o grande dia, 28 de junho (terça-feira), tomamos o café da manhã e eu todo momento conversando com ele que dalí iríamos pra Casa do Papai Noel. Ao chegar e ver o Papai Noel, Marco Túlio logo o abraçou e disse: “Papai Noel eu trouxe a minha “bibi” pra você.” E, ele mesmo foi na bolsa, abriu o suporte e pegou a chupeta e entregou. Confesso, me emocionei!!! Eu que tanto sonhava ele deixar a chupeta sem traumas, falei pra mim mesma, EU CONSEGUI! Dali por diante, meu Marco Túlio não tinha mais a “bibi”. Seguimos nosso passeio e naquele dia a tarde ele a pediu, choramingou, mas fui forte e falei pra ele: Filho, mas agora quem vai cuidar da bibi é o Papai Noel, não é? E ele, concordava. Eu ainda apreensiva, pensando, e a noite como será? Eu sofri pensando que ele poderia chorar e pedir a bibi pra dormir, mas prometi que teria que ser forte. Pois bem,

a noite ele mamou e logo disse pra mim: “Mamãe, vou mimi tá, porque o Papai Noel que cuida da minha “bibi” agora.” E dormiu. Foi surpreendente e, lá estava eu mais uma vez emocionada, pois, eu consegui! Naquela noite realmente me dei conta que tudo estava bem, eu, Marco Túlio e a relação com a “bibi”. A apreensão do momento de tirar a “bibi”, agora era um alívio, de sensação de missão cumprida. E por isso decidi compartilhar essa minha experiência que pra mim foi sensacional! Sei que nós, mães, sofremos só de imaginar o sentimento de nossos filhos em determinadas situações, mas ao mesmo tempo temos que ser firmes em nossas decisões, cumprindo nosso combinado, para que assim eles depositem confiança em nós em quaisquer situações. Então, a minha dica é: “Crie uma estratégia” e mantenha o foco, trabalhe com seu filho diariamente a ideia e, assim ele estará preparado para a separação, sem traumas! Acredito que eles possam entregar a chupeta para quaisquer personagens que gostem muito, como Palhaços, coelhinho da Páscoa, Dinossauros (até pensava em ir em Peirópolis), Papai Noel dentre outros. Espero que a minha experiência ajude de alguma forma e se resolver tentar usar esse mesmo método, tomara que ele funcione

tão bem quanto funcionou para mim, mas é importante lembrar aqui que cada criança é de um jeito, então se esse método não deu certo para você crie o seu próprio de acordo com a personalidade de seu filho, se é mais calmo, ou mais agitado, veja do que ele gosta antes de dormir, as vezes uma história funcionaria bem, enfim, o importante é tirar a chupeta na hora certa. E, não fique com dó de tirar a Chupeta, pois tirá-la representa um ato de AMOR com seu filho, você estará cuidando e fazendo um bem enorme ao bom desenvolvimento dele, quando ele chorar pedindo… lembre-se disso, faça tudo com amor e carinho que dá certo, seu filho vai sentir isso. Um livro muito legal para ajudar no processo de “largar a chupeta” é o Balde de Chupetas.

Mãe de Marco Túlio Magro Pereira Lima- (Maternal II no Colégio F.A.S.)

Escola, um lugar de valor

73


Experimentar ĂŠ aprender Jogos, brincadeiras e outras atividades sensoriais estimulam a inteligĂŞncia, ajudam na criatividade e permitem que os alunos aprendam mais e melhor. Isso ocorre, pois, o cĂŠrebro tem a oportunidade de acionar diferentes canais para a entrada de conhecimento, contemplando todos os estilos de aprendizagem.

74

Escola, um lugar de valor


Daiana Helena Mazeto Santos Os sentidos que compõem o sistema sensorial são desenvolvidos desde a vida intrauterina. O mundo é repleto de informações que chegam até nós através da visão, do olfato, do paladar, da audição e do tato. Cada pessoa tem um dos sentidos mais aguçado do que outros, entretanto, temos traços de todos eles, e usamos em diferentes situações, mas sempre com uma predominância ou outra. Na vida escolar é importante oferecer diferentes oportunidades para que as crianças conheçam todo o sistema sensorial e tenham experiências a partir de cada um deles. Cabe ao professor identificá-los e explorar suas diversas formas de aprendizado. O tato é uma das primeiras janelas de conexão do bebê com o novo mundo. A criança recebe, percebe e vivência novas possibilidades, como definir o tipo de toque, sentir determinada temperatura e até mesmo perceber a região do corpo em que está sendo tocada. Na fase do Maternal Baby e Maternal I (no Colégio F.A.S.) é incentivado o interesse em buscar e pegar objetos com texturas e formatos variados. Com o passar dos meses mais materiais são introduzidos na vida escolar dos alunos, como exemplo, aqueles que têm como matéria-prima o plástico, a madeira e o metal. As tradicionais massinhas de modelar também são inseridas nas atividades propostas em sala de aula, tendo em vista que são várias maneiras de aprendizado através desse recurso pedagógico: criar animais e objetos, ou usá-la para contornar letras e números. Outros brinquedos de consistências e texturas diferentes também

são utilizados nesse processo. A linguagem oral da criança é desenvolvida por meio do estimulo ao hábito da leitura- uma forma de ampliar a percepção de mundo e auxiliar na evolução da criatividade. Livros com figuras grandes são boas opções. Há excelentes opções como livros interativos, com fantoches, texturas ou figuras adesivas para complementar a leitura. Na escola, a música também tem papel fundamental, já que o aluno aprecia diferentes ritmos musicais demonstrados pela professora na tonalidade da voz e na realização de gestos.

Formada em Magistério e Graduanda em pedagogia. Professora do Maternal Baby no Colégio F.A.S.

Escola, um lugar de valor

75


JORNAL NONÃO UMA ESTRATÉGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES LINGUÍSTICAS

76

Escola, um lugar de valor


Mariana Pacheco Silva Você que tem um adolescente em casa, certamente deve compartilhar comigo um grande desafio. Em entrevista realizada com os alunos do 9º ano do Colégio F.A.S., perguntei se eles tinham o costume de ler ou assistir a um jornal e mais, se eles tinham consciência da importância desse hábito. Resposta previsível, não? Embora tenham ciência de que a informação oferecida pelos periódicos é necessária, não transcendem essa necessidade para o nível da prática. Enquanto professora de Língua Portuguesa, o que fazer? Em tempos de interatividade com o mundo virtual, fazer com que o adolescente se interesse pelo jornal não é fácil, porém essa é uma ferramenta poderosa no processo de construção de leitores competentes e cidadãos conscientes. A proficiência da leitura é alcançada pela pluralidade de textos presentes em um jornal, já que, através deste, entra-se em contato com gêneros textuais distintos, daí a caracterização e a identificação deles passa a ser quase natural para jovens leitores. Além disso, não há como construir argumentos consistentes acerca de nenhum assunto se não o conhecemos e, à medida que crescem, os adolescentes são desafiados a se posicionar a respeito de diversas situações cotidianas. Por acreditar em uma gestão democrática das práticas peda-

gógicas, pedi que os alunos do 9º ano, envolvidos diretamente na construção de um jornal semanal, escolhessem uma mídia de alcance eficiente e prazerosa, tanto para eles que produziriam o jornal, quanto para seus espectadores. Espectadores sim, já que a maneira escolhida para veicular as produções da turma foi uma espécie de apresentação “ao vivo” de reportagens, noticias, crônicas... A máquina de elaboração do jornal é muito simples, mas nem por isso de pouca importância. Durante a semana, os alunos têm a liberdade de escolher um tema para uma produção textual de cunho jornalístico que será apresentada aos demais alunos do turno matutino, bem como professores e funcionários da escola. Na quinta-feira, dia em que o jornal vai “ao ar”, fazemos uma reunião a fim de organizarmos o momento da leitura das produções. Faço o papel de “âncora” do jornal, introduzindo cada aluno e o material que foi escrito por ele e lido para todos. Essa prática semanal propicia aos jovens jornalistas serem pacientes e agentes do processo, visto que o contato com outros jornais e/ou similares de onde podem tirar ideias e nortear suas produções é uma fonte inesgotável de novos saberes e,

ao mesmo tempo, a responsabilidade da escrita de um texto novo a cada semana lhes proporciona a possibilidade da reflexão (A quem escrever? Como escrever? Por que escrever?) contribuindo assim para o aperfeiçoamento da habilidade de encantar a todos através das palavras. Se alcancei meu objetivo como incentivadora do conhecimento só o tempo pode responder, porque não tenho intenções momentâneas e passageiras. A missão de mudar hábitos, muitas das vezes frutos do costume familiar, não é fácil nem repentina, já que acontece de dentro para fora. A construção de novos hábitos se faz primeiramente do reconhecimento da necessidade da mudança para que, em seguida, transforme-se em atitudes. Todavia ver a escola aguardando ansiosa por mais uma edição do “Jornal Nonão – o melhor da região” no pátio é certamente um indicio de que estamos no caminho certo. Caminho este cheio de pedras, mas de um horizonte belíssimo para se alcançar.

Formada em Magistério e Letras (Português e Letras). Atua como professora de Língua Portuguesa, Redação e Literatura no Colégio F.A.S

Escola, um lugar de valor

77


Uma Grande Escola sĂł pode ser construĂ­da


com a Conquista de GRANDES AÇÕES!


80

Unidade I - Rua Vital de Negreiros, 25 - FabrĂ­cio (34) 3313-9263 - Uberaba(MG) Unidade II - Rua Padre Zeferino, 1145 - FabrĂ­cio - (34) 3322-6249 - Uberaba(MG)

Escola, um lugar de valor


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.