Revista Vox Objetiva Edição07

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VOX OBJETIVA Nº 07

Entrevista

Geração Y

Desembargador Almeida Melo, presidente do TRE /MG. Ficha limpa em 2010.

Afinal, quem forma as gerações? Indústria cultural, mídia, governo, pais ou professores?

Novembro 2009 Edição nº 07 R$ 7,90

O SUCESSO DA MARCA

Apesar dos problemas domésticos, a imagem do país no exterior nunca esteve tão em alta. O Brasil está na moda.

Internacional Israel. Muito além da questão religiosa


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sumário 46 Vox na blogosfera O Tuning e a febre sobre rodas cada vez mais caras e extravagantes.

Revista Vox Objetiva® é uma publicação conjunta entre a Vox Domini Comunicação Ltda, sediada à rua João de Paula, 600, Belo Horizonte, MG, Cep 31035-340 e Mix Soluções em Comunicação, sediada à rua Tiradentes, 1640, sl 302, Contagem, MG, Cep 32230-020

14 Capa O sucesso da marca Brasil. A imagem do país no exterior melhora a cada dia, ao mesmo tempo em que a crise se transforma em lembrança.

08 Entrevista

“...O povo que conhece o seu Deus se tornará forte e ativo”. (Daniel 11:32)

52 Internacional Uma reportagem especial mostra como Israel vive e cresce longe dos conflitos religiosos.

De olho nos políticos com ficha suja, o presidente do TRE de Minas Gerais afirma que o Judiciário precisa mudar para crescer junto com o Brasil.

25 Olimpíadas O Rio de Janeiro foi escolhido. E agora?

44 Tecnologia Telespectadores e internautas. Vale tudo para manter a audiência.

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expediente

60 Vox Cultural Circo, música, dança, palco e tudo o que aparecer pela frente. É a vez do Teatro Mágico.

EDITOR E JORNALISTA RESPONSÁVEL Carlos Viana EDITORA ADJUNTA Patrícia Brum DIRETORIA DE COMUNICAÇÃO Méltsia Mendonça DIAGRAMAÇÃO Cristopher Kennedy Kenneth Anderson Lucas Lopes Marcos Paulo Viana CAPA Marcos Paulo Viana FOTOGRAFIA DA CAPA: Ricardo Stuckert - Presidência FOTOGRAFIAS Odilon Lage REPORTAGEM Luciana Hübner Wander Veroni COLABORADORES Leo Pinheiro - Rio de Janeiro Marcelo Torres - Londres DIRETOR COMERCIAL Geraldo Mendonça ATENDIMENTO, ANÚNCIOS comercial@voxobjetiva.com.br (31)3082-8092 SUGESTÕES, CRÍTICAS E RECLAMAÇÕES contato@voxobjetiva.com.br WEBSITE Cristopher Kennedy João Paulo Brum www.voxobjetiva.com.br Os textos publicados nesta edição da Vox Objetiva, em forma de reportagens, são de responsabilidade direta dos editores. Os textos publicados em forma de Colunas, produzidos por colunistas convidados, expressam o pensamento individual e são de reponsabilidade dos autores. Todos os direitos reservados. Os textos publicados na Revista Vox Objetiva só poderão ser reproduzidos com autorização dos editores.

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editorial

Por Carlos Viana

Um país em construção com muita satisfação que publicamos nesta edição de Vox Objetiva, uma das reportagens mais esperadas por gerações e gerações de brasileiros. Nossa matéria de capa revela diretamente de Londres como o Brasil ganhou a confiança dos investidores e as atenções internacionais. Marcados pela imagem de um país não sério, crítica atribuída ao ex-presidente da França, general Charles De Gaulle, nós brasileiros estamos dando exemplos de como um pouco de controle e seriedade nas decisões políticas podem nos levar ao caminho do crescimento e do respeito entre as nações. Mas, já estamos totalmente prepa-

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rados para um futuro glorioso como viventes em uma terra latina com ares de primeiro mundo? O Brasil é apenas sucesso quando olhamos para nossa educação, para nossa saúde pública ou mesmo para o controle de nossas contas públicas?

Vivemos ao mesmo tempo dois países muito diferentes. Primeiro, um Brasil que melhora sua imagem a cada dia no exterior. O outro, ainda precisa prender policiais graduados que pensam estar acima da lei

Vamos ainda mais longe e ao mesmo tempo mais perto de nossas mazelas. Qual a semelhança entre um país que será palco de uma Copa do Mundo em 2014 e sede das Olimpíadas em 2016, com a história de um agente da Polícia Federal flagrado usando um veículo com placa adulterada nas ruas de Belo Horizonte? O caso foi registrado na capital mineira, no dia 28 de outubro, durante uma blitz de rotina da polícia em uma avenida que corta um dos bairros mais luxuosos da cidade. O agente federal aposentado de 60 anos foi parado pelos policiais. Sem dificuldade, eles descobriram que as letras da placa de identificação do veículo haviam sido modificadas de HLN para HEN. Dois pe-

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quenos pedaços de fita isolante preta deram fim a uma ficha policial de excelentes serviços prestados ao país. Na delegacia, o agente federal muito bem vestido, dono de um carro de luxo entre os mais caros conquistados pela classe média e em plena forma física e mental, não quis conversa com os repórteres. Afinal, não havia mesmo mais nada a dizer. Apenas a lamentar. Olhando para nossa história, essa visão muito particular de mundo vivida pelos brasileiros ganhou repercussão em um discurso atribuído ao presidente Artur Bernardes, que governou o país entre 1922 e 1926, e que mais tarde foi incorporado por Getúlio Vargas: “Aos amigos, tudo. Aos inimigos, o rigor implacável da lei, se possível.” A resposta para o nosso questionamento está em nunca deixarmos de lado a certeza de que devemos sempre zelar pelo cumprimento das leis ao criarmos mecanismos que desestimulem o sentimento de que “nós podemos qualquer coisa” sem medir as consequências. É simples entender que vivemos ao mesmo tempo dois países muito diferentes. Primeiro, um Brasil que melhora sua imagem a cada dia no exterior. O outro, ainda precisa prender policiais graduados que pensam estar acima da lei, adulterando placas para fugir das multas de trânsito, sem se importar com o verdadeiro dono da licença HEN, um motoqueiro carioca bem distante das esquinas mineiras. Aos “inimigos” a lei. Estamos melhorando sim, inegavelmente, mas ainda temos muito o que aprender e vigiar. Nós da Vox Objetiva, acreditamos neste Brasil cada vez melhor e mais justo para os brasileiros. Carlos Viana é jornalista pós-graduado em Gestão Estratégica de Marketing pela FACEUFMG, professor universitário, repórter e apresentador da Rádio Itatiaia, TV Record Minas e editor-chefe de Vox Objetiva.

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INSCRIÇÕES ABERTAS Lote Promocional R$ 30,00 Válido do dia 1 ao dia 30 de Novembro de 2009. 1º Lote limitado, apenas 1000 inscrições.

14 de Março de 2010

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www.meiamaratonalinhaverde.com.br

PROMOÇÕES E EVEN TOS

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Por Wander Veroni

SIM À LIBERDADE DE EXPRESSÃO! Um direito fundamental reconhecido pela Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem; pela Convenção Americana sobre Direitos Humanos, pela Declaração Universal de Direitos Humanos; na Resolução 59(I) da Assembléia Geral das Nações Unidas; na Resolução 104, adotada pela Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO); e pelo Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, entre outros instrumentos internacionais e constituições nacionais. Com todos esses reconhecimentos, a liberdade de expressão ainda é um desafio a ser alcançado em muitos países, principalmente os do Oriente Médio e Ásia. Irã, Síria, Arábia Saudita, Tunísia e Egito, em maio deste ano, chegaram a encabeçar uma oposição explícita à internet no Oriente Médio e norte da África. A Vox Objetiva quer ouvir a sua voz! Sugestões de pauta, críticas, elogios e/ ou comentários podem ser enviados para contato@voxobjetiva.com.br. Aí vão os deste mês. Boa leitura! PARABÉNS! Conheci a Vox Objetiva neste fim de semana e não poderia deixar de parabenizar o querido amigo e colega Carlos Viana por essa publicação de qualidade. A matéria sobre a impunidade foi muito bem apurada e produzida. Confesso que me emocionei. Acho que é um assunto de reflexão para todos nós, colegas da imprensa, formadores de opinião, autoridades, especialistas. Parabéns, Viana pela iniciativa, continuarei sua leitora! Abraços. Paula Rangel - Jornalista - CBN

ALTO ESTILO Parabéns à equipe da revista Vox, eu já gostava da Diário de Bordo, mas agora vocês voltaram em alto estilo. Realmente o conteúdo está muito melhor. É isso aí, acho que finalmente vamos ter uma revista jornalística de peso em Minas Gerais. O nosso estado merece. Gláucia Ribeiro - Professora de idiomas

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EDIÇÃO PASSADA Gostaria de dizer o quanto a capa da edição passada me surpreendeu. Eu tenho 18 anos, não sou muito de ler, mas quando vi a situação daquele rapaz de 26 anos fiquei indignado. Coloquei-me no lugar dele. Aquilo é um absurdo. Alguém tem que fazer alguma coisa para ajudá-lo. Deixo aqui minha manifestação e peço aos escritores da revista Vox que continuem denunciando. Bernardo Cruz - Vestibulando

PÓS-MODERNA SIM! Prezado Sr. Editor, Aos 15 dias do mês de outubro tento ainda entender (ou digerir) a última publicação Vox. Questiono-lhe como uma revista, cuja qualidade gráfica e editorial é inquestionável, sujeita-se a veicular o artigo “Pósmoderna? Tô fora!”? A autora não sabe o que escreve e, muito menos, não deve ter conhecimento especializado nas causas de gênero. Aliás, não é preciso especialização para abordar conscienciosamente a atual agenda feminina, mas bom senso! Ao invés de promover o retrocesso, a professora de literatura e atriz Renata Garcia deveria incentivar a

participação política, a luta pela ampliação da licença maternidade para 180 dias, além da legalização do direito de escolha no caso de gravidez não planejada ou indesejada. Deveria, ao invés de dissertar sobre questões individuais como as “prestações do carro” (Os homens também têm contas a pagar), olhar para o coletivo feminino. É paleolítico o pensamento de Renata Garcia. Comecei a pensar, inclusive, que tratava-se de uma publicação fundamentalista religiosa, a qual impediria a mulher de exercer a tríade “maquiagem-maternidadetrabalho”. Somente quando tivermos um Parlamento equilibrado - pelo radical da palavra, entendase por Parlamento PARLA/FALA/ VOZ/A VOZ DE TODOS - é que conseguiremos exercer a nossa autonomia como sujeitos e convivermos com as diferenças de gênero. Nesse sentido, teremos leis que beneficiem a mulher “pós-moderna”. Lorena Campos - Tecnóloga em artes cênicas e assessora parlamentar. Prezada leitora. Gostaríamos de esclarecer que os artigos e colunas publicados nessa revista são de responsabilidade dos autores e não expressam necessaria-

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mente nossa opinião, que é revelada em nossos editoriais. Aproveitamos ainda para informar que a cada edição teremos outros textos e opiniões sobre os mais diversos assuntos. Agradecemos sua participação. Atenciosamente, A Redação.

MENOR INFRATOR Antes de mais nada, parabenizo o jornalista Carlos Viana pelo projeto da Revista Vox Objetiva. Os assuntos abordados na publicação são interessantes, além de mostrar BH para os mineiros de uma maneira informativa e contextualizada. A matéria que mais me chamou a atenção foi da tragédia que aconteceu com o Charles Gonçalves por causa de um crime cometido por um adolescente. Por mais que os direitos humanos insistam que é preciso dar uma segunda chance para um adolescente em conflito com a lei, vejo que cada caso merece ser visto com um olhar particular. Quando há requinte de crueldade, não acredito que esse jovem em conflito com a lei terá arrependimento. Agora, por causa de um ato de covardia vemos um rapaz de 27 anos lutando para ter dignidade. Isso é revoltante! Cadê os direitos humanos? Que Deus ilumine a vida do Charles Gonçalves porque ele é um vencedor. Rafael Almeida Prado, 43 anos, diretor administrativo – Bairro Santo Antônio – Belo Horizonte

TWITTER Simplesmente adorei a matéria sobre Twitter. Confesso que depois que li me entusiasmei a entrar na rede social e conferir o que anda falando os internautas e formadores de opinião. Acredito que logo, logo, o “site do passarinho azul” vai ultrapassar o Orkut no Brasil, principalmente por causa da proposta de trocar idéia en-

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tre pessoas e não só fuxico sobre a vida alheia. Parabéns pela qualidade da revista e desejo muitas vitórias para todos da equipe.

Priscila Cunha – universitária, 24 anos – Bairro Lourdes – Belo Horizonte

2016 Como qualquer brasileiro, estou feliz pelo fato do Brasil sediar a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. O repórter Marcelo Torres foi muito feliz em colocar os esforços que o presidente Lula fez internacionalmente para que isso acontecesse, mesmo sabendo da forte concorrência de Chicago (EUA). Tanto fez que Lula levou essa. Mas, o que me pergunto: será que o Brasil está preparado para esses eventos? Não sou pessimista, mas depois que vi os traficantes atirando contra um helicóptero da polícia militar carioca nos noticiários, tenho as minhas dúvidas. Por isso, gostaria de sugerir a revista que escrevesse uma matéria sobre este assunto. Desejo votos que a publicação cresça ainda mais na capital dos mineiros, pois, sem dúvida, é muito gostosa de ler. Hélio Kerwald, 35 anos – psicólogo – Bairro Belvedere – Belo Horizonte

NUDE

CELULARI Desde quando era adolescente, sou fã do Edson Celulari. Outro dia, na sala de espera do dentista descobri a Revista Vox Objetiva e, consequentemente, devorei numa sentada a publicação que é super gostosa de ler. Mas o que mais gostei foi a entrevista com o Celulari que é um gato e super charmoso! Acompanho o trabalho dele há muito tempo e posso falar que essa é uma das entrevistas em que ele esteve mais simpático e bem humorado. Tomara que ele venha à BH e traga a peça “Hairspray”. Vanessa Alencar, 28 anos – gerente de vendas – Bairro Castelo – Belo Horizonte

STAND-UP Acompanho esse movimento de stand-up comedy pela TV e não sabia que existiam bares em BH que faziam apresentações. Parabenizo a reportagem da revista que explicou esse tipo de humor e ainda abriu espaço para mostrar os novos talentos da capital mineira. Erick Belloni, 25 anos – biólogo – Bairro São Lucas – Belo Horizonte

VOZ

Só posso dizer que ficou linda as fotos da matéria “Azul e Nude”. Tenho uma neta na faixa dos 20 anos que adora andar de jeans, seja com shorts, minissaias ou macacões. Foi de ótimo bom gosto, parabéns! O conforto e a elegância precisam caminhar juntos, sempre. Adorei saber que Belo Horizonte possui uma grife com uma proposta tão moderna e atenta para as roupas que jovens usam no dia-a-dia.

Trabalho com a voz todos os dias há dez anos dando aulas de manhã e a tarde para a moçada que cursa o ensino médio. No início, tinha dias que eu ficava rouco de tanto gritar para ver se conseguia prender a atenção dos alunos. Hoje, depois de fazer um acompanhamento médico, vejo o quanto é importante as pessoas ficarem atentas com a intensidade do falar. Por isso, quero dar os meus parabéns ao alerta que a reportagem fez para as pessoas terem hábitos saudáveis com a voz.

Suzana Junqueira, 56 anos – contadora – Bairro Gutierrez – Belo Horizonte

Leandro Bicalho, 30 anos – professor – Bairro Cidade Jardim – Belo Horizonte

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entrevista

Por Carlos Viana

Entre o passado e o futuro Justiça Eleitoral promete revelar a ficha suja dos candidatos em 2010. Mas nos tribunais os juízes ainda estão longe da justiça que merecemos.

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Foto: Cláudia Ramos

s afirmações fazem parte do que pensa um dos nomes mais respeitados da justiça mineira. O desembargador Almeida Melo, presidente do TRE - MG, não esconde o desejo de ajudar os eleitores a conhecer de perto a vida dos políticos e candidatos nas próximas eleições. Ao mesmo tempo revela o descontentamento com a distância dos juízes diante do desafio de tornar a justiça mais rápida no Brasil. Bacharel e Doutor em Direito pela UFMG, Almeida Melo é desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais desde 1998. Entre os colegas do Judiciário, é considerado um dos nomes mais atuantes ao defender mudanças estruturais e processuais no atendimento à população. Uma característica que teria desenvolvido nos mais de vinte anos como advogado. Sobre as questões nacionais, Almeida Melo não esconde a defesa ao colega, ex-advogado geral da União, José Antõnio Dias Toffoli, que tomou posse como ministro do Supremo Tribunal Federal debaixo de várias críticas. Sobre o Projeto Ficha Limpa, vai ser difícil encontrar resistência. Os políticos sabem quem aprova as contas.

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O nosso projeto é usar a Internet, o meio mais democrático de comunicação, para contar ao povo a verdade sobre o candidato. Vox Objetiva

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Vox Objetiva: Há muita resistência quando se fala em divulgar o passado do político. O projeto da igreja católica, chamado de ficha limpa está parado no Congresso. Em Minas Gerais, o Senhor já declarou que vai revelar à população quem está respondendo a processos na Justiça. Qual a sua opinião sobre a queixa de que a possibilidade de mostrar um processo ainda não transitado em julgado, ainda não finalizado, pode prejudicar alguém? Desembargador Almeida Melo: A queixa que está havendo é contra o projeto da Igreja Católica e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de retirar do processo eleitoral aqueles que são condenados em primeira instância antes de transitar a decisão na solução definitiva do Judiciário. O nosso projeto é apenas usar a Internet, que é o meio mais democrático de comunicação para contar ao povo a verdade sobre o candidato. Verdade que já é contada quando ele é obrigado, pela Lei, que já existe há mais de 12 anos e que dispõe sobre documentos públicos que são postos na Justiça Eleitoral para informar o povo a fim de que o voto seja consciente. O projeto visa fazer uma saudável quarentena em relação a esses candidatos. O que nós queremos é facilitar o acesso do povo a esses candidatos por meio do procedimento que já implantamos e que possibilitará às pessoas votarem no candidato que escolherem conscientes de seus atos antecedentes.

exacerbado e pela preocupação com o “meu”. Isso levou à perda de referência dos valores dos políticos antigos e a não haver limites às praticas amorais e desonestas. Vox: A justiça pode colocar fim a essas práticas desonestas? Melo: Ela pode colaborar para esta finalidade, pois o fim só existirá quando as gerações tiverem consciência da necessidade de um novo paradigma para o mundo, que não seja capitalista ou individualista, mas associativo, de solidariedade social. Na parte que compete à Justiça, sempre que houver denúncia, ela precisa ser rápida, e isso está evoluindo favoravelmente, para que as soluções tomadas por ela sejam eficazes e não se tornem inoportunas.

O que nós queremos é facilitar o acesso do povo a esses candidatos. Isso possibilitará às pessoas votarem no candidato que escolherem conscientes de seus atos antecedentes.

Vox: Por que é tão difícil conseguir a moralização da política brasileira?

Vox: Como mudar as leis e um quadro judicial, sendo que as mudanças só vêm por meio do voto, e aqueles que votam não querem essa mudança?

Melo: Creio que os bens públicos têm sido muito mal tratados, ou seja, houve uma facilidade muito grande de acesso aos bens que deveriam ser de uso comum, que foi individualmente apropriado. Esta tradição negativa, que não é restrita a uma pequena parcela de políticos, resultou na falta de princípios básicos de uma sociedade organizada como solidariedade e altruísmo, que foram substituídos pelo individualismo

Melo: A vontade política deve existir não apenas nos políticos como nos juízes. Os tribunais têm que ser menos conservadores, mais abertos à vontade e anseios do povo para interpretar a Lei. Os Estados Unidos tem uma Constituição pequena que está sempre sendo reinterpretada. Falta no Brasil uma tradição no sentido de evoluir, para que, diante da inércia ou da má vontade do legislador, o juiz não deixe de satisfazer o povo.

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Vox:O Senhor chegou até o cargo de desembargador pelo chamado “Quinto Constitucional”, uma abertura importante, sendo advogado, constitucionalista, com uma militância muito grande na questão popular e que conhece de perto o povo. Hoje, a Justiça está mais aberta a fiscalizar e oferecer à população uma possibilidade de que os juízes sejam mais cobrados? Melo: Sim. Isso foi um ponto positivo da Reforma do Judiciário, a existência desse controle nacional de Justiça, que é feito pelo Conselho Nacional de Justiça e que já tem apresentado resultados positivos. Existem alguns resultados não favoráveis, pois, de certo modo, amarram e até inibem o serviço judiciário, como por exemplo, a existência de férias individuais para juízes, que é bom para nós, mas compromete o funcionamento normal do Judiciário. Entretanto, a rapidez e a produtividade tornaram-se uma exigência e têm sido progressivamente praticada, tornando os juízes mais abertos às exigências do povo e de nossos controladores. Vox: Por que o brasileiro se sente tão distante da Justiça? Melo: Hoje, a Justiça é procurada principalmente pelas pessoas pobres. Os ricos fogem e preferem resolver por meio da conciliação. Da década de 80 até início da década de 90, eu, como advogado, fazia todo esforço para resolver as grandes questões dentro do escritório, por meio da conversação com o outro advogado e obter uma solução negociada. A Justiça é complicada, os processos são demorados, os juízes, muitas vezes, estão preocupados com questões preliminares, não só porque têm uma formação bastante vinculada ao aspecto técnico burocrático como também por uma dose de conservantismo. Agora imagino que, como há novas alternativas de conciliação de arbitragem no Judiciário, a obrigação deles é também acompanharem estas evoluções.

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entrevista

Melo: Não. Acho essa generalização injusta. Existem juízes preguiçosos, mas é a minoria. Nós trabalhamos na nossa casa, no nosso escritório. Costumo dizer que dentro dos gabinetes ou nas seções de julgamento é o Judiciário em exibição, porque o Judiciário que resolve é aquele em que o juiz solitariamente se tranca com o processo para solucioná-lo, dando soluções efetivas. Na verdade, o que acontece é o seguinte, nós não temos fim de semana, trabalhamos na hora que for preciso, de manhã, à noite, de madrugada, inclusive já tem anos a fio que eu confundo domingo com outros dias da semana e não tenho nem noção de feriados. O que há é um esquema de processo que preza a antiguidade do tempo de Portugal antigo e não está acordado com a realidade do mundo contemporâneo.

Vox: O Senhor é a favor de que nós mudemos o Supremo e criemos um tempo para cada ministro e que estes ministros possam até ser eleitos por um grupo organizado na sociedade? Melo: Não, acho que o presidente da República como chefe de Esta-

do é a pessoa mais qualificada para escolher. O Ministro do Supremo, não é um juiz comum não, ele tem que ter visão de estadista, porque ele compartilha com o presidente e com o Congresso o poder de resolver sobre o futuro do país, proporcionando soluções de grande alcance. O

Os tribunais têm que ser menos conservadores, mais abertos à vontade e anseios do povo para interpretar a Lei.

Foto: Cláudia Ramos

Vox: Muitos brasileiros afirmam que os juízes não trabalham, que a Justiça é preguiçosa, que o tempo, de apenas uma parte da tarde no Fórum, não é suficiente para atender à crescente demanda pela Justiça. De fato a nossa Justiça é preguiçosa no Brasil?

Vox: Alguns deputados e até senadores disseram há pouco tempo que o nosso Supremo tem interferido cada vez mais em questões ligadas ao Legislativo, que o Supremo estaria legislando. Qual é a visão do Senhor sobre este assunto? Melo: Acho que o Supremo como intérprete da Lei, aqui no Brasil é um tribunal condicional, ele tem obrigação de fazer isto principalmente quando o Legislativo está sem vontade de legislar, o que não é novidade porque nós sabemos que as câmaras hoje funcionam, infelizmente, como máquinas de aproveitamento dos projetos do presidente da República. Os projetos mais importantes são iniciativas do presidente, os projetos parlamentares são de pouca expressão, raros e normalmente não andam. Então, o Supremo, para atender às necessidades da população, e quando a Lei não resolve, tem que entrar e suprir.

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Supremo é o guardião da Constituição como é dito constantemente. Por isso é que eu digo que um membro do Supremo Tribunal, mais do que um juiz, é um estadista, e a eleição para o Supremo Tribunal Federal é inadequada à medida que nosso sistema partidário está desorganizado para escolher, deputados, senadores e governantes. Então, estaríamos criando mais uma dificuldade e sem o preparo necessário para cuidar disto. O Poder Judiciário é democrático sem ser eletivo, porque é aquele que é obrigado a prestar contas ao povo com mais constância, fundamentando suas decisões. Agora, o caminho de ser democrático não é necessariamente pela eleição.

O que o povo quer é uma entrega rápida da prestação jurisdicional. O Judiciário brasileiro é um dos mais bem organizados do mundo, ou seja, é considerado pelos doutrinadores, como um Judiciário bastante técnico, preparado para a solução das demandas.

Vox: O Senhor concordou com a indicação do José Antonio Dias Toffoli, amigo do presidente, para o Supremo Tribunal Federal?

Foto: Cláudia Ramos

Melo: Sim. Acho que ele tem a qualificação decorrente do próprio exercício da advocacia geral da União. Como nós sabemos o advogado geral da União é o responsável jurídico da representação do Estado Geral Brasileiro. E ele exerceu este cargo há alguns anos sem sofrer objeção, inclusive preencheu os requisitos para o cargo. A escolha para o Supremo é uma consequência do sucesso que ele obteve conforme o próprio presidente já declarou.

so. O que o povo quer é uma entrega rápida da prestação jurisdicional. O Judiciário brasileiro é um dos mais bem organizados do mundo, ou seja, é considerado pelos doutrinadores, como um Judiciário bastante téc-

nico, preparado para a solução das demandas. O que falta realmente é uma legislação de processos para fazer com que ele responda ao povo com a rapidez que o povo passou a exigir dos meios novos de tecnologia e de comunicação. Então o Judiciário tem que se digitalizar e usar os meios democráticos e interativos, como a internet; tem que criar ambientes arquitetônicos mais fáceis e acessíveis ao povo. Acho que esta é a mentalidade, inclusive de Judiciário itinerante, um Judiciário que vá ao povo e não o povo às salas apertadas. Isto é uma mentalidade que nós estamos começando a construir, que demanda tempo e será bem sucedida. Vox: O Senhor gostaria de ser presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais um dia? Melo: Olha, se eu tiver oportunidade, terei muita honra de exercer as funções, porque é um Tribunal do qual eu sou membro há muito tempo e, portanto, para mim é uma função irrecusável. Desembargador Almeida Melo em entrevista a alguns representantes da imprensa mineira.

Vox: O Senhor tem quantos anos de carreira? Melo: Na magistratura, 16 anos. Vox: Diante de todo este trabalho como presidente do TRE, desembargador e advogado, para encerrarmos, qual é a expectativa do Senhor para o futuro da Justiça brasileira? Melo: Acho que a justiça brasileira está progredindo favoravelmente. Acho que é preciso que os juízes sejam mais presentes à prestação definitiva do que realmente aos aspectos acessórios e secundários ao proces-

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Por Wander Veroni

Confira as últimas notícias que movimentaram os sites, blogs, redes sociais e estão na boca dos formadores de opinião por todo mundo:

VACINA

Recentemente, a NASA promoveu duas explosões na Lua. Foram dois impactos: um decorrente do foguete Centauro e outro da sonda LCROSS, que aconteceram às 8h32 e 8h35, respectivamente. De acordo com a entidade, o objetivo da missão é checar se há existência de água para que se torne viável estabelecer bases permanentes de pesquisa e exploração lunar. O Satélite de Sensoriamento e Observação de Crateras Lunares (LCROSS, na sigla em inglês) se chocou nesta sextafeira, 9, contra a cratera Cabeus, que tem alta concentração de hidrogênio, no polo sul da Lua.

ESPIONAGEM

UNIVERSO

Astrônomos europeus descobriram 32 novos planetas fora do sistema solar, reforçando a teoria de que pode existir vida em outros lugares do universo. A descoberta aumentou o número de planetas já conhecidos fora do sistema solar para mais de 400. Os últimos seis descobertos são muito maiores do que a Terra, aumentando o número de planetas considerados “Super Terras” em 30%. A maioria dos planetas descobertos recentemente tem o tamanho parecido com o de Júpiter ou até maior.

O que o mundo está conversando? Foi pensando nisso que a In-Q-Tel, braço de investimentos da CIA, está investindo em uma empresa de software chamada “Visible Technologies”, que monitora informações publicadas nas mídias sociais como blogs, resenhas em sites de venda, vídeos ou qualquer tipo atualização. Sites como o Twitter, Flickr, YouTube, o site de vendas Amazon.com, fóruns e conversas online estão na mira do software espião. Por enquanto, o site de relacionamento Facebook não entrou na lista dos que serão espionados. O software serviria para saber sobre as tendências de outros países e poder mensurar quais são os assuntos mais debatidos na web.

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Foto: fotocomedia.com

LUA

A Grã-Bretanha começou a vacinar a população contra a gripe suína, a chamada H1N1. Os trabalhos começaram no final de outubro. A vacinação, que começou antes do inverno, tem como meta atingir um grupo prioritário, composto por aproximadamente 14 milhões de pessoas, como médicos, enfermeiros e pacientes em estado grave. Após a imunização dos médicos e dos pacientes de risco, deve ser feita a vacinação das mulheres grávidas. Ainda está sendo estudada a possibilidade de se imunizar o restante da população.

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VACINA CONTRA A AIDS

Foto: la-raudiere.com

E por falar em vacina, a revista científica New England Journal of Medicine publicou recentemente que pesquisadores ingleses já estão testando em alguns pacientes uma vacina que evitaria infecções pelo vírus da Aids. De acordo com os dados preliminares, a vacina experimental evitou quase um terço das infecções entre 16 mil voluntários tailandeses. Ainda houve redução de 31,2% na taxa de contaminação ao longo de três anos de estudo, patrocinado também pelos governos dos Estados Unidos e da Tailândia. Mesmo com os avanços, um dos coordenadores do estudo afirma que o efeito foi “modesto e difícil de interpretar” e que a vacina não está nem perto de ter uso comercial, pois há possibilidade dela não funcionar para a cepa do HIV prevalecente na África.

RAIO-X

Coisa de ficção científica? Não. Já estamos falando de realidade. No aeroporto de Manchester, na Inglaterra, máquinas de raio-X que são capazes de enxergar o corpo inteiro e detectar tudo através das roupas já estão sendo utilizadas em diversos aeroportos. O que causa preocupação nos passageiros é que as imagens captadas mostram o contorno da genitália e os seios. O scanner já está sendo utilizado em diversos aeroportos e está até substituindo os detectores de metal. Um Projeto de Lei, já aprovado pela câmara, vai estabelecer limites para o uso da máquina de raio-X, talvez proibindo o uso em menores de idade.

CELULAR

Uma ideia simples e ecologicamente correta tem se tornado uma alternativa de sucesso para a expansão da telefonia móvel na África e Ásia. Graças à chegada dos celulares solares, carregar um celular em áreas remotas da zona rural, distantes da rede elétrica, exigia uma viagem até a cidade mais próxima, onde a bateria podia ser carregada num quiosque ligado a um gerador, cujo preço era relativamente alto. Com a venda de celulares solares, estima-se que 1,6 bilhão de pessoas que não tem nenhum acesso a eletricidade, possa se comunicar com o mundo com mais conforto e segurança. Será que essa moda chega ao Brasil?

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PHOTOSHOP

Tramita no Congresso da França um Projeto de Lei para regulamentar a manipulação de imagens publicitárias, editoriais e artísticas. A autora do projeto, a deputada Valérie Boyer, quer que toda imagem de pessoas com qualquer alteração em programas de computador seja acompanhada do seguinte aviso: “esta fotografia foi retocada para modificar a aparência física de uma pessoa”. O Projeto de Lei prevê multa de cerca de 37 mil euros (aproximadamente R$ 95 mil). A fotografia nasceu na França, em 1826, inventada por Joseph Nicéphore Niépce. Os franceses agora querem devolver a ela seu valor fundamental: a fidelidade da representação.

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capa

Por Marcelo Torres - Londres

O SUCESSO DA MARCA

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A imagem do Brasil lá fora nunca foi tão positiva. A crise virou passado, o PIB voltou a crescer e as reservas internacionais estão em alta. Será que o país está pronto para aproveitar a maré positiva? 14

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xiste uma fábula conhecida no mundo do marketing, que conta a história de um recém-descasado. O rapaz choramingou a um colega de trabalho sobre a dificuldade de cuidar da casa sem uma mulher. Disse que estava tudo uma bagunça e que não conseguia mais viver daquele jeito. O amigo ouviu, atento, e fez uma confidência: ele também havia se divorciado e, assim que assinou os papéis, comprou um cavalo. Dentro do apartamento, o animal aprendeu a lavar e a cozinhar. Ao final de cada dia cansativo no escritório, o lar estava sempre impecável. O entusiasmo sobre o segredo foi tão grande que o colega tristonho fez uma oferta pelo animal. A negociação ficou animada e o preço subiu até chegar ao valor de um carro zero. Dinheiro no bolso, o bicho foi entregue no novo endereço. Na primeira noite, o rapaz foi para casa, ansioso para ver o resultado. Encontrou o apartamento destruído e telefonou para o amigo: - O cavalo está furioso. Quebrou tudo, rasgou meu sofá novo, jogou a televisão pela janela. Você me enganou. Este cavalo é uma droga. - Olha, não fala mal do cavalo, senão você não vai conseguir vender. Quem mora dentro desse apartamento chamado Brasil, sabe que a casa não está impecável: helicópteros explodem na cidade olímpica, pés de laranja pagam a conta da tensão no campo e a campanha presidencial se antecipa, com troca de farpas entre governo e oposição à beira do rio São Francisco. Fora do país, entretanto, estão falando muito bem do cavalo.

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Apesar dos problemas que assolam o Brasil, pela primeira vez em décadas, nossas qualidades chamam mais atenção que as nossas mazelas. 15

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capa A conquista dos jogos olímpicos de 2016 para o Rio de Janeiro, talvez, seja a ilustração mais perfeita do momento vivido pela “marca Brasil”. é que, no Exterior, uma nem tão silenciosa revolução começa a mudar completamente essa imagem. Talvez seja um daqueles fenômenos que só a história poderá explicar algumas décadas mais tarde, do qual ninguém tem exatamente o controle. Mas o fato é que o Brasil começa a despertar a mesma curiosidade que a China ati-

çou a partir da década de 1990. A conquista dos jogos olímpicos de 2016 para o Rio de Janeiro, talvez, seja a ilustração mais perfeita do momento vivido pela “marca Brasil”. Em nenhum momento, os organizadores tentaram esconder ou disfarçar os índices de violência da segunda maior cidade brasileira. Em vez disso, apostaram em vender ao Comitê Olímpico Internacional promessas de futuro: a de um país que pode se tornar a quinta economia do mundo em 2016, a de uma nação que superou a crise internacional muito antes que qualquer país da Europa e, principalmente, a de um povo que acha que chegou a sua hora. “O Brasil é muito melhor do que as pessoas percebem”, dizia a cestinha Hortência, no hotel que concentrou a delegação brasileira horas antes da escolha da sede olímpica na DiFoto: Ricardo Stuckert - Presidência

O Brasil ainda tem muito o que provar ao mundo antes de ser chamado de nação desenvolvida. Precisa melhorar o sistema de ensino, mostrar que é capaz de produzir inovações científicas, aprimorar a infra-estrutura e garantir que o salário de cada brasileiro seja suficiente para que ele leve uma vida minimamente decente, como acontece, por exemplo, nos países que fazem parte da União Européia. Apesar disso, parece ser um defeito crônico, uma mania incorrigível, o fato de que o Brasil sempre foi muito mais pródigo em confirmar seus clichês negativos do que em cantar as suas glórias. No cinema, o que mais vende é a violência: Cidade de Deus, Tropa de Elite, entre outros que viraram referência verde e amarela no mundo. O que muitos brasileiros podem ainda não ter percebido, entretanto,

Alma Latina. Lula, o governador do Rio, Sérgio Cabral e o Ministro dos esportes, Orlando Silva. Lágrimas e abraços quando o Brasil entrou para a história das Olimpíadas

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O poliglota Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro. Sorriso e apresentação impecável em Copenhage.

Os jogos abrirão os olhos de pessoas que antes não viam motivos para pensar no Brasil. No mundo político e empresarial, a agitação em torno da escolha começou logo no dia seguinte ao anúncio. Montagem: Pedro França

namarca no começo de outubro. “A Olimpíada vai nos dar a chance de mostrar isso ao mundo”. As palavras da eterna rainha do basquete nacional fazem sentido. Os jogos abrirão os olhos de pessoas que antes não viam motivos para pensar no Brasil. No mundo político e empresarial, a agitação em torno da escolha começou logo no dia seguinte ao anúncio. Seguindo o exemplo de Londres, o Rio de Janeiro não quer esperar até 2016 para se beneficiar do momento positivo. No dia 19 de outubro, o prefeito da cidade, Eduardo Paes, começou um tour por cidades européias que sediaram - ou, no caso de Londres, sediará - os jogos, para chamar atenção ao projeto brasileiro. Como chegou bem no meio da guerra do tráfico, passou pelo constrangimento de explicar a situação dos morros cariocas aos jornalistas, mas conseguiu anunciar a criação de uma agência que reunirá governo e iniciativa privada para acelerar os investimentos na cidade até 2016, algo semelhante ao Think London, criado pela capital britânica, visando aos jogos de 2012. Um dos eventos dos quais o prefeito participou foi o “Global Sports Industry Congress”, que reúne dirigentes esportivos, especialistas em marketing e empresários, todos interessados em oportunidades de investimentos em países em desenvolvimento que irão sediar grandes eventos esportivos. Caso da Olimpíada de inverno em Sochi, na Rússia, em 2014, e dos jogos do Rio em 2016. “Esta feira é importantíssima porque estão aqui pessoas que olham o esporte como uma atividade econômica e toda riqueza que ele pode trazer para um determinado lugar. Esse é um primeiro contato do Rio como cidade Olímpica com esses atores que investem e geram empregos e que certamente farão isso na nossa cidade também”, afirmou Eduardo Paes, o que ilustra a grande cadeia de benefícios econômicos que a coroa olímpica poderá levar ao Brasil se esse potencial for bem administrado.

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A situação de um país tão inexpressivo para o Brasil como Honduras vira uma dor de cabeça tão grande. É uma daquelas cascas de banana diplomáticas que, se terminarem de maneira desastrosa, podem causar estragos à reputação conciliadora brasileira. Foto : EPA / ANP

It´s the economy, stupid! “É a economia, seu burro!”. A expressão criada por um estrategista da campanha que elegeu Bill Clinton presidente dos Estados Unidos em 1992, partia da ideia de que, em tempos de paz, nada é mais importante para o povo do que o progresso econômico. No caso do Brasil, uma parte, ou a maior parte da popularidade que o país conquistou no Exterior, tem a ver com o vigor da economia. Os carimbos das três principais agências de crédito do mundo – Fitch, Standard & Poor’s e Moody’s – de que o Brasil é um país seguro para investimentos, serviu para apagar de vez, a noção de uma economia de sobressaltos e de períodos de crescimento que já foram batizados de “vôos de galinha”. A superação da crise internacional em tempo muito mais curto que os países ricos, também reforçou a crença de que estamos no começo de um longo período de crescimento firme. Seja Dilma, Aécio, Serra, Marina, Ciro, ou qualquer outro, o próximo presidente do Brasil, dificilmente haverá uma fuga de investimentos como a causada em 2002 pelo temor da chegada de um esquerdista ao poder. Os fundamentos macroeconômicos viraram um valor de Estado e o mundo percebe essa mentalidade pragmática. Para o economista Leonardo Bichara Rocha, que há oito anos viaja pelo mundo em conferências para discutir a produção de açúcar e etanol, é sensível a mudança de percepção sobre o país nas rodas internacionais. “Hoje o Brasil já é o celeiro do mundo para vários tipos de commodities: é o maior exportador de carne bovina, frango, café, açúcar e etanol. Isso dá respeito”, diz o funcionário da Organização Internacional do Açúcar, sediada em Londres e que representa produtores e consumidores de 85 países. Há dois anos, na hora de comprar o primeiro automóvel na Grã-Bretanha, Rocha decidiu pagar mais caro em nome do idealismo: encomendou um carro flexfuel, que rodasse também com álcool. Chegou a percorrer mais de 80 quilômetros para

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Foto :Ricardo Stuckert - Montagem: Marcos Paulo Viana

achar um posto que vendesse o combustível, mas já começa a notar um panorama diferente: “aos poucos, os países europeus começaram a seguir o bom exemplo do Brasil. Na Inglaterra, ainda existem apenas 20 postos de distribuição de álcool, mas na França há mais de cem. Países tão distantes como Suécia e Tailândia também copiaram o modelo brasileiro de adotar carros com motores a álcool”. O economista diz que, até pelo fato de o Brasil passar a ser visto, ainda que timidamente, como um produtor de tecnologia de ponta, aumenta também a cobrança de nações mais pobres para que ocorra uma transferência desse conhecimento, sobretudo no setor agrícola o que, segundo o economista, pode ocorrer com o aumento do investimento direto nesses países. “Existe uma certa decepção de algumas nações africanas, que esperavam mais do Brasil

O Brasil poderia tentar se tornar um interlocutor privilegiado do Irã para a questão nuclear e passaria a ser visto como um coringa diplomático, capaz de conversar com gregos e troianos. nessa área. O governo ofereceu alguma ajuda, mas ainda está muito nos memorandos de entendimentos e pouco na ação concreta.” A situação ilustra também um novo papel que se espera do Brasil. Em vez da nação que vivia com o chapéu na mão das décadas passadas, o país precisará assumir novas responsabilidades perante a comunidade internacional. Se quiser a sonhada cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU, precisará mostrar capacidade de resolver e pacificar conflitos, como vem tentando com a liderança da força de paz da ONU no Haiti. Por isso, a situação de um país tão inexpressivo para o Brasil como Honduras vira uma dor-de-cabeça tão grande. É uma daquelas cascas de banana diplomáticas que, se terminarem de maneira desastrosa, podem causar estragos à reputação conciliadora brasileira. Do mesmo modo, as amizades do Brasil são vigiadas de maneira mais atenta pelos países desenvolvidos. O Itamaraty confirmou à Vox Objetiva que, no final de novembro, pousará no Brasil o avião do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad que, por onde vai, leva uma bagagem de controvérsia. Diplomatas brasileiros dizem que a relação com o Irã só vem crescendo por causa da economia, já que os dois países são sólidos

parceiros comerciais. Mas analistas internacionais enxergam também um viés estratégico nesse encontro: o Brasil poderia tentar se tornar um interlocutor privilegiado do Irã para a questão nuclear e passaria a ser visto como um coringa diplomático, capaz de conversar com gregos e troianos. Mas é uma estratégia de alto risco: dependendo de quão desastradas sejam as declarações de Ahmadinejad ao lado de Lula, o encontro poderá provocar protestos ao redor do mundo e colar no presidente brasileiro a pecha de amigo de ditadores (se é que é possível vencer o lendário teflon de Lula). Para quem não se lembra, Ahmadinejad é o líder que afirmou querer “varrer do mapa” o Estado de Israel, comanda um país em que mulheres são cidadãs de segunda classe e adolescentes gays são enforcados em praça pública. Além disso, não pegou bem a declaração do presidente Lula, que comparou os protestos da oposição iraniana contra as fraudes na reeleição de Ahmadinejad com “choro de perdedores”. No novo mundo em que o Brasil é um player e não mais um peão, cada vírgula desse inusitado encontro será levada muito a sério pela opinião pública internacional. Se vai ser um trunfo político ou mais uma casca de banana, só saberemos no final de novembro.

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Foto: European Pressphoto Agency

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No dia cinco de novembro, o presidente Lula fez mais uma viagem à Inglaterra. Desta vez, para receber o prêmio do ano do Royal Institute of International Affairs, um clube de intelectuais que desde 1920 reúne a nata dos estudiosos da diplomacia internacional. Lula foi eleito pelo voto direito por mais de cinco mil membros do clube, que têm como ideal promover um mundo mais “livre, próspero e seguro para todos”. O diretor do instituto, também conhecido como Chatham House, Robin Niblett, disse que Lula foi eleito “por suas impressionantes qualidades como líder nacional, regional e internacional”. Os intelectuais enxergaram no Brasil um país que contribui para a consolidação de valores democráticos na América Latina, além de uma nação que faz um esforço tremendo para combater a pobreza. Lula recebeu um “troféu de cristal” e um diploma assinado pela rainha Elizabeth Segunda, patrona do instituto. No mês passado, o Brasil apareceu em primeiro lugar no ranking dos países em desenvolvimento que mais se esforçam para combater a fome, elaborado pela organização ActionAid. Exemplo de que, até mesmo a percepção de país injusto socialmente, começa a ser alterada para a de uma nação que trabalha duro para superar a miséria de milhões de moradores. Um dos maiores testes à respeitabilidade do Brasil na área internacional será a conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP15, na Dinamarca, entre 7 e 18 de dezembro. Os líderes dos 17 países que respondem por 80% da poluição mundial – Brasil entre eles – serão chamados a assinar pessoalmente um acordo que substitua o protocolo de Kyoto, de 1997, que tentava limitar a emissão dos gases do efeito estufa, mas não contou

com a adesão do maior poluidor, os Estados Unidos. Agora, Barack Obama já se juntou ao grupo. Em Kyoto, o Brasil, ao lado de emergentes como a Índia e a China, ainda conseguiu uma certa isenção nos esforços para diminuir a poluição do planeta, em nome da necessidade de crescimento econômico para combater a pobreza nacional. Nesse novo

Lula recebeu um “troféu de cristal” e um diploma assinado pela rainha Elizabeth por suas impressionantes qualidades como líder nacional, regional e internacional patamar em que o Brasil se inseriu no mundo desde 1997, não haverá a mesma desculpa. Nenhum país emergente poderá se eximir da responsabilidade de promover o crescimento sustentado. E todos os dedos estão apontados para a Amazônia. O presidente Lula já anunciou que pretende chegar a Copenhague depois de ter se reunido com todos os países por onde se estende a selva amazônica. Precisará convencer o mundo sobre o compromisso brasileiro em defesa da floresta. Nesse caso, não bastará falar bem do cavalo. Para sair da cúpula maior do que entrou, o Brasil precisará mostrar que tem um plano inteligente e factível para que o galope da economia não se transforme num sapateado sobre o pulmão do mundo. Será mais um teste para a “marca Brasil”, numa arena em que não há lugar para amadorismo, nem para promessas mágicas de arrumação da casa.

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Luzes, Por Luciana Hübner

muitas luzes...

O natal nunca foi tão promissor para comerciantes e clientes. Com a confiança do consumidor cada vez mais alta, a expectativa dos lojistas é de que os negócios aumentem em até 40% neste final de ano. Com muitos Reais no bolso. Papai Noel vai ter muito trabalho para entregar todos os sonhos transformados em realidade

Foto: sxc.hu

economia

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e o Natal de 2008 foi marcado pelas lembrancinhas - reflexo da crise financeira internacional iniciada em setembro daquele ano - , a expectativa para este ano é de presentões. Os comerciantes da rede varejista estão otimistas com as boas perspectivas de vendas, conforme levantamento realizado pela Fecomércio Minas. Para 70% dos entrevistados, as vendas serão melhores quando comparadas com o ano passado. O otimismo está relacionado ao aumento da renda dos consumidores, incluindo a injeção de recursos proporcionada pelo décimo terceiro salário. A projeção é de que, só em Minas Gerais, circulem R$ 8 bilhões a mais até dezembro. A pesquisa foi realizada entre os dias 07 e 12 de agosto e foram entrevistados 150 lojistas da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Desses, 66% responderam que o recebimento da primeira parcela do 13º salário influencia o ritmo dos negócios. O aumento na renda das pessoas é apontado ainda como principal fator que pode aumentar as vendas, com 39,7% das respostas. “No último trimestre, os consumidores ficam mais capitalizados e isso gera um sentimento positivo para o comércio. Além do décimo terceiro, bônus e gratificações também são comuns nesta época e compõem um dinheiro novo circulando na economia”, afirma Silvânia Araújo, coordenadora do Departamento de Economia da Fecomércio Minas.

Os comerciantes estão otimistas com as boas perspectivas de vendas. “As vendas serão melhores quando comparadas com o ano passado.” Vox Objetiva

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economia A expectativa do recebimento da primeira parcela do 13º salário afeta o ritmo de seus negócios?

O consumidor irá destinar a primeira parcela do 13º salário para: Poupança; 5%

Foto: Odilon Lage

O levantamento mostra ainda que os empresários acreditam que muitos consumidores vão usar a primeira parcela do décimo terceiro para quitar dívidas, afinal, esse comportamento foi observado em anos anteriores por causa da maior facilidade de crédito e prazos alongados para pagamento. Esses fatores aumentaram o nível de endividamento do consumidor. Destinar o dinheiro novo para pagamento de dívidas é um indicativo positivo, já que o comércio melhora o nível de recebimentos e os consumidores recuperam a capacidade de endividamento. Com isso, a pretensão de consumo ganha espaço nos dias que antecedem a data e, nesses dias, o consumidor está com a segunda parcela em mãos. De olho nas vendas da quinzena que antecede o Natal, a Cia. do Terno já

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deu início ao processo de contratação de temporários. A rede, que vai inaugurar sua 91ª loja em dezembro, chega a contratar 10% a mais de pessoal nesta época. “As vendas de dezembro são entre 50% e 60% superiores à média registrada nos outros meses do ano”, afirma o diretor da Cia. do Terno, Bernardo Magalhães. Atualmente, a empresa tem um quadro fixo de 900 profissionais diretos e vai contratar temporariamente 90 vendedores, além de 100 profissionais para as funções de separação, arrumação e segurança das lojas. “O negócio da empresa é ter excelência no atendimento e proporcionar ao cliente o melhor custo-benefício do mercado em que atuamos”, destaca Bernardo Magalhães. Com este planejamento, a Cia. do Terno espera vender 420 mil peças de roupas e atender 169 mil clientes em dezembro deste ano em todo o país. “Esse volume representa um crescimento de 5% em relação às vendas de Natal de 2008”, compara o diretor. E quando o assunto envolve o imaginário infantil, muitos adultos fazem de tudo para que Papai Noel traga pelo menos um brinquedo, mesmo que simples. A constatação é da gerente de marketing da rede de lojas de brinquedos Estripulia, Andreza Capelo. “Os pais não deixam de comprar brinquedo, mas compram um mais barato quando não podem gastar muito. Uma boneca Barbie, por exemplo, pode custar de R$ 19,90 a R$ 129,00”, afirma ela.

Foto: Odilon Lage

“O negócio da empresa é ter excelência no atendimento e proporcionar ao cliente o melhor custo benefício do mercado em que atuamos”

A empresa, que inaugura a sétima loja em Minas até o fim do ano, espera crescimento de até 18% no faturamento de dezembro na comparação com o ano passado. “O Natal de 2008 gerou um faturamento melhor que a média dos outros meses, mas não conseguimos atingir a meta. Mas o último Dia das Crianças foi muito bom e percebemos que alguns pais aproveitaram a visita às lojas para conhecer outros produtos e planejar as compras de Natal”, conta a gerente. E para preparar as lojas para a data, a empresa já iniciou o treinamento de funcionários temporários. “Não existe Natal sem temporários. Começamos o treinamento sempre nos meses de outubro porque, para nós, atendimento é um diferencial”, salienta.

Andreza Capelo conta ainda que o comércio varejista de brinquedos trabalha com dois tipos de clientes na época do Natal. “Os pais normalmente sabem exatamente o que o filho quer e, às vezes, ainda compra mais um presente para surpreender a criança. O outro público é composto por adultos como tios e padrinhos. Esses nem sempre sabem modelo exato que crianças querem ganhar. Por isso investimos no treinamento para que os funcionários estejam preparados para atender bem e explicar o que a criança quer”, enfatiza. A Estripulia trabalha com mais de 4 mil itens que enchem os olhos da criançada. E para os pais de crianças que já escolheram o que querem ganhar do Papai Noel, fica o alerta: produtos muito cobiçados so-

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Foto: Fernanda Januzzi Foto: Odilon Lage

mem rápido das prateleiras. “Se o desejo da criança é expresso, os pais devem antecipar a compra para não correr o risco de ficar sem o produto”, aconselha Andreza Capelo. O levantamento da Fecomércio mostra que o consumidor de Belo Horizonte gosta mesmo de ser bem atendido. Os dados mostram que, no Natal de 2009, os consumidores irão priorizar preços (34%) e atendimento (32%). “O conselho é aumentar os estoques, ter uma equipe bem treinada e preços atrativos. Funcionários treinados criam um clima favorável para as compras e garantem a formação de uma imagem positiva da loja”, afirma Silvânia Araújo.

Outros

Silvânia Araújo,

coordenadora do Departamento de Economia da Fecomércio Minas.

Conveniência / Conforto

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esporte

Dunga, de zangado a feliz

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Emerson Romano Comentarista esportivo da Rádio Itatiaia.

ão inegáveis os números do técnico da Seleção Brasileira, Dunga. Com uma filosofia de grupo, família, ele conseguiu classificar nossa seleção para a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, com antecedência (coisa que não acontecia há algum tempo) e conquistar o título simbólico, de campeão das eliminatórias sul-americanas para a Copa. Alguém pode pensar o seguinte: “não fez mais do que sua obrigação”, já que Dunga tem à sua disposição os melhores jogadores do planeta. Mas a situação não é bem essa. Dunga me faz lembrar um slogan que a ditadura militar espalhou pelo país: Ameo ou deixe-o. Não podemos omitir dados relevantes a favor do treinador. Para quem assumiu a seleção mais vitoriosa do mundo, sem experiência alguma como treinador, Dunga tem números mais que expressivos. Desde que assumiu a Seleção canarinho, num empate contra a Noruega em agosto de 2006, Dunga conseguiu 34 vitórias, 11 empates e cinco derrotas, com um aproveitamento de 76%. É a melhor média de um treinador da Seleção dos últimos dez anos. Para efeito de comparação, Vanderlei Luxemburgo teve 70% e Emerson Leão 43% de aproveitamento. Dunga tem aproveitamento superior até mesmo de dois treinadores campeões mundiais com a Seleção: Luiz Felipe Scolari teve 74% e Carlos Alberto Parreira 66% de aproveitamento. E engana-se que esses números foram conseguidos contra adversários frágeis. Pelo contrário. Além da classificação com antecedência recorde para a Copa, Dunga conquistou a

Copa América em 2007 e a Copa das Confederações este ano. E nenhum dos últimos treinadores da seleção, conseguiram aproveitamentos tão significativos contra seleções que já conquistaram o título mundial. Até o momento, sob o comando de Dunga, o Brasil jogou dez vezes contra rivais que já ganharam a Copa e o treinador conseguiu um aproveitamento de 80%. Carlos Alberto Parreira, teve apenas 45% de aproveitamento. Em sua análise, Dunga disse que o empate contra a Bolívia, no Engenhão, na primeira fase das eliminatórias sul-americanas para a Copa de 2010, foi o ponto fraco do seu comando à frente da Seleção. E que as vitórias contra Argentina e Itália foram os ápices, em especial a decisão da Copa América. E o artilheiro da Seleção nas eliminatórias, Luis Fabiano, revelou o que pode ser o segredo do sucesso de Dunga à frente do time: “Técnico tem que saber cobrar, mas não precisa ser durão, isso não faz a diferença. A forma como o Dunga é que funciona”. Contratado para disciplinar a Seleção após o fiasco na Copa da Alemanha em 2006, Dunga parece estar cumprindo à risca as determinações da CBF, de patriotismo e amor à camisa. Com toda essa determinação e comprometimento, não se assuste se Dunga conseguir ir longe na Copa do Mundo. Dunga, mostrou que pode ir de zangado a feliz. Quem sabe ele não passe por atchim, dengoso e soneca, para se tornar o mestre do hexacampeonato. É esperar pra ver.

Contratado para disciplinar a Seleção após o fiasco na Copa da Alemanha em 2006, Dunga parece estar cumprindo à risca as determinações da CBF, de patriotismo e amor á camisa.

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especial

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009 está sendo emblemático para o Brasil. O ano do pré-sal, da escolha das cidades sede dos jogos da Copa do Mundo de Futebol de 2014 e, recentemente, da eleição do Rio de Janeiro como cidade anfitriã dos Jogos Olímpicos de 2016, coloca o país definitivamente dentro da nova ordem política e econômica mundial. O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva “declarou a nova Independência do Brasil”, 187 anos após a emancipação do país do reino de Portugal, ao se referir à descoberta da reserva de petróleo na camada pré-sal; fez piadas sobre o sucesso da realização da Copa, dizendo que o país realizará um “Mundial para argentino nenhum botar defeito”; e foi às lagrimas, em Copenhague, na Dinamarca, no instante do anúncio da vitória da candidatura carioca à Olimpíada de 2016. A reboque de Lula; dirigentes esportivos, governadores, prefeitos, ministros, e, até, presidenciáveis dos partidos de oposição, estão pegando carona no “trem da alegria” rumo à década dos eventos esportivos mundiais no Brasil, sem olhar para o passado recente. Recentíssimo, aliás. Aécio Neves e o governador de São Paulo José Serra, que travam batalha pessoal para saber qual deles será o candidato do PSDB à Presidência da República em 2010, promovem mais uma disputa entre mineiros e paulistas para ter o direito de realizar a abertura da Copa de 2014 – afinal já

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Por Léo Pinheiro - Rio de Janeiro

está marcada para o Maracanã, no Rio de Janeiro. Ambos sabem que uma vitória no futebol pode ser o fiel da balança para um triunfo também nas prévias do PSDB. Além, é claro, de uma sólida plataforma para futuras eleições estaduais – o candidato preterido pela direção nacional do partido de-

Sempre que se fala nos frutos olímpicos, lembra-se do exemplo bem-sucedido de Barcelona, em 1992. verá disputar a reeleição em seu estado. Correndo por fora, o governador de Brasília, José Roberto Arruda, do DEM, incluiu o Distrito Federal no pleito pelo jogo inaugural da Copa. Arruda, que não é tão conhecido pelos brasileiros quanto os governadores de São Paulo e Minas, busca visibilidade nacional; incentivado pelas declarações do presidente da Fifa, Joseph Blatter, de que a Copa do Mundo traz para o país sede um legado maior do que o das Olimpíadas, já que beneficia muitas cidades e não apenas uma capital.

A palavra de ordem

Parece que esta será a expressão mais usada entre a classe política nos próximos anos. O famoso lega-

do olímpico que ora se anuncia em todas as esferas do poder público já fora enumerado há época dos Jogos Pan-Americanos de 2007 sem que tenha sido cumprida metade das metas traçadas para o Rio de Janeiro. Uma experiência nada agradável para os cariocas, patrocinada por contribuintes de todo o país – já que teve aporte financeiro do Governo Federal. Sempre que se fala nos frutos olímpicos, lembra-se do exemplo bemsucedido de Barcelona, 1992. A cidade, antes decadente, virou um pólo de turismo mundial, transformando a Espanha no terceiro país mais visitado de todo o Planeta, depois da realização dos Jogos. Todavia, o aumento do fluxo turístico não é regra. Os projetos Atlanta 1996 e Sidney 2000, por exemplo, não apresentaram acréscimo significativo no turismo receptivo nos Estados Unidos e Austrália, respectivamente, assinalando que Jogos Olímpicos não são garantia de prosperidade. Pior foi o caso de Montreal, no Canadá. A competição deixou uma enorme dívida, que a população local passou 30 anos pagando. As Olimpíadas foram em 1976, e os débitos foram oficialmente quitados somente em 2006. Então, a cidade teve melhorias, é claro, mas o legado que ficou foi o da falência financeira. Já Atenas, em 2004, teve muita denúncia de corrupção e desvio de dinheiro.

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rio2016.org.br

especial uma cidade com vários elefantes brancos, arenas privatizadas e fechadas e uma conta enorme paga pela sociedade, e um marco que deixe um legado social verdadeiro, e uma cidade mais justa e sustentável para os cidadãos cariocas do futuro”.

Orçamento de R$ 26,6 bilhões

Por esta razão, ainda durante a campanha Rio 2016, muitos cariocas notáveis e anônimos se manifestaram contra a realização do mega-evento e agora, após a vitória da candidatura da cidade, já existem grupos organizados da sociedade civil dispostos a fiscalizar os gastos com as obras de construção e reforma das arenas esportivas e de infra-estrutura, para que não sejam repetidos os erros de outrora. Liderados pelo médico Daniel Becker, um primeiro movimento envolvendo associações de moradores, três vereadores e empresas de mídia, promete monitorar as ações anunciadas e cobrar prestações de conta do poder público. Becker defende, no entanto, que este movimento reforça a realiza-

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É claro, espera-se que desta vez nenhuma construção fique inacabada.

ção do evento e não o contesta. Ele declara que pessoalmente é a favor das Olimpíadas na cidade, desde que com transparência. Para o médico, o fato de ter alcançado 84,5%, de apoio popular – o maior índice entre as cidades que lutavam pelos Jogos de 2016 – não indica que o carioca é alienado. “Um movimento participativo como esse pode ser um divisor de águas entre Olimpíadas que deixem

Do total do investimento nos Jogos Olímpicos de 2016, R$ 5,7 bilhões serão gastos nas competições e R$ 20,9 bilhões em obras de infraestrutura permanente que ficarão para a cidade. Isto, se não se repetir atrasos no cronograma e estouros no orçamento das obras. É claro, espera-se que desta vez nenhuma construção fique inacabada. Projetos como o VLT, veículo leve sobre trilhos e o BRT, Bus Rapid Transit, um sistema de ônibus articulado com um corredor exclusivo, prometidos para o Pan 2007, jamais saíram do papel. A tão sonhada expansão do metrô até a Barra da Tijuca, protocolada como o marco maior do evento, nunca chegou. E dois anos depois, nenhum centímetro foi cavado em direção ao bairro da Zona Oeste. Sem contar que o evento custou ao poder público cerca de 3,5 bilhões, quando o orçamento inicial era de R$ 800 milhões. A falta de planejamento e de fiscalização fez com que o Estádio João Havelange, o Engenhão (consignado ao clube do Botafogo por 20 anos) se

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drigo de Freitas, local das competições de canoagem e remo. No quesito arenas de competições, aliás, existe uma herança positiva do Pan. Porém, serão necessárias adaptações dos espaços às exigências do COI e ampliação da capacidade de público desses equipamentos esportivos. Ao todo, 33 instalações precisarão ser reformadas e/ou construídas. Mas a menina dos olhos da população é o transporte coletivo. Seis novas estações de metrô deverão ser construídas. Será preciso fazer uma nova estação por ano. Um recorde para a cidade, onde nos últimos oito anos, foram inauguradas apenas duas paradas, ainda assim a poucos metros uma da outra no

Ao todo 33 instalações precisarão ser reformadas e/ou construídas. mesmo bairro, Copacabana. Se a locomoção interna é um problema para os cariocas, os turistas de outros estados brasileiros e internacionais poderão ter problemas antes mesmo de entrar na cidade. Os aeroportos Santos Dumont e Tom Jobim foram mal avaliados pelos comissários do COI, que ratificaram a solicitação dos delegados da Fifa de reformas urgentes. Para receber o maior número de turistas de toda a sua história, a capa-

cidade da rede hoteleira do Rio precisará ser quase duplicada. A oferta atual de 28 mil quartos terá que ser ampliada em pelo menos mais 20 mil acomodações – fora a vila olímpica. Existe a proposta de trazer à costa hotéis flutuantes, luxuosos transatlânticos que zarpariam logo após o evento. Daí fica a pergunta: aonde se hospedarão as centenas de milhares de turistas que se esperam nos anos seguintes dos Jogos Olímpicos?

R$ 1,4 bilhões da publicidade para o COB em 2016

Até o final de 2009, o Comitê Olímpico Brasileiro negociará as cotas de patrocínio locais para a Olimpíada de 2016. A expectativa de arrecadação é de cerca de R$ 1,4 bilhões, entre patrocínios, doações e licenciamentos de produtos como a logomarca do COB e da mascote dos Jogos. Um bilhão de reais será destinado à venda para patrocinadores destacados dos setores de petróleo, mineração, telecomunicações, automobilístico, cervejarias e refrigerantes. Serão dez cotas de R$ 60 milhões; dez de R$ 28 milhões e vinte cotas de valores diferenciados (totalizando 260 milhões). As doações de pessoas físicas e jurídicas e organizações não governamentais instaladas no país devem atingir R$100 milhões. Espera-se arrecadar outros R$100 milhões com o licenciamento de toda a sorte de produtos como roupas, acessórios, adesivos, chaveiros etc.

Foto: monsores.net/blog

transformasse em um inventário de estouros. Depois do valor de R$ 60 milhões, divulgado inicialmente, o preço estimado passou a R$ 166 milhões já em dezembro de 2003; R$ 315 milhões, três anos depois; e incríveis R$ 350 milhões de valor total. Ou seja, quase R$ 300 milhões mais caro do que o previsto! Tal fato levantou denúncias de superfaturamento e de que empreiteiras teriam sido favorecidas, inclusive impingindo um curioso apelido ao campo de futebol: os cariocas o chamam de “Roubonera”, uma mistura de Roubo com “La Bombonera”, estádio do Boca Juniors, em Buenos Aires. Para 2016, as autoridades precisam evitar a repetição desses erros. Espera-se, além da transparência, que algumas promessas finalmente sejam cumpridas, sob pena de que o descumprimento do projeto apresentado ao Comitê Olímpico Internacional macule a imagem de seriedade que o Brasil vem construindo há décadas, para atrair novos investidores para a economia do país. Entre elas, a despoluição da Baía de Guanabara, que já foi comparada à indústria da seca do Nordeste, mas que agora ganha nova oportunidade de se concretizar. O projeto de despoluição inclui também a Baixada Fluminense e São Gonçalo, na Região Metropolitana, que passará a ter uma Estação de Tratamento de Esgoto, e as limpezas das lagoas da Barra e Jacarepaguá e da Lagoa Ro-

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especial Transparência olímpica

Já está no ar o site transparenciaolimpica.com.br da Prefeitura do Rio, destinado a prestar contas à população de todo o investimento público realizado de agora até a finalização dos Jogos Olímpicos de 2016. Nem todos os links do site estão funcionando e algumas partes ainda estão em construção. Entretanto, já é possível se inteirar sobre alguns tópicos como Vila Olímpica, Acomodações (rede hoteleira), Segurança e, é claro, Legado. Além do site e do movimento de Daniel Becker, outras 11 comissões foram criadas para fiscalizar os gastos com as Olimpíadas. Vereadores, deputados, senadores, promotores, procuradores e demais agentes públicos da área de controle nos três níveis de poder, prometem que o Rio será sede dos Jogos Olímpicos mais organizados, limpos e transparentes da história.

Segurança pública preocupa o mundo

Enquanto brasileiros se preocupam com a corrupção, a imprensa internacional reage com duras críticas aos últimos episódios de violência na cidade. O jornal britânico “Independent” deu grande destaque ao incidente do helicóptero da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, abatido no último dia 16 por traficantes. Os ingleses fizeram questão de ressaltar a nova condição do Rio como cidade olímpica e colocaram em dúvida a capacidade do governo brasileiro de garantir a segurança de atletas e turistas europeus durante a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e nas Olimpíadas de 2016.

Preconceito e revanchismo

O artigo preconceituoso foi minimizado por Craig Reedie, membro do conselho executivo do COI, que afirmou que os ataques ocorridos no Rio foram insignificantes se comparados aos atentados, em 2005, no metrô de Londres – sede dos próximos Jogos Olímpicos, em 2012. No entanto, o evento chamou a atenção de outros dirigentes esportivos internacionais. Depois dos episódios cariocas, membros da Federação Alemã de Futebol declararam que os jogadores de sua seleção só poderão sair às ruas durante a Copa do Mundo na África do Sul, em 2010, acompanhados de seguranças particulares e usando coletes à prova de balas. Já na Espanha, com certo ar de revanchismo, os jornais “El Pais” e “El Mondo”, publicaram matérias comparando os índices de violência do Rio com os de Madri, candidata derrotada pela cidade brasileira na escolha da sede dos Jogos de 2016. A guerra com os traficantes de favelas no Rio repercutiu também em toda a América. Nos Estados Unidos o “New York Times” lembrou que este foi o “pior confronto desde que o Rio foi escolhido como sede das Olimpíadas”. E no lado de baixo da linha do equador, o principal jornal da Argentina, El Clarín, destacou o grande número de inocentes mortos na batalha entre a polícia e o crime organizado do Rio de Janeiro – foram 33 óbitos em apenas cinco dias. Nos próximos dias, o Rio deverá receber um reforço importante em caráter emergencial. Em convênio assinado entre a prefeitura e o Governo Federal, o prefeito carioca receberá cerca de R$ 100 milhões para serem aplicados em projetos sociais e na instalação de 350 câmeras nas principais áreas turísticas e comerciais da cidade. Segundo o Ministro da Justiça, Tarso Genro, até o ano da realização das Olimpíadas, isso terá o efeito desejável na redução da criminalidade. Enquanto isso, é claro, os cidadãos cariocas se sentem inseguros e descrentes no incremento do turismo da Cidade Maravilhosa. Neste exato momento, possíveis patrocinadores internacionais devem estar pensando a mesma coisa.

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COB também na mira

Se para a maioria a vitória da candidatura do Rio de Janeiro à sede das Olimpíadas de 2016, levando o Brasil a ser o primeiro país do continente sul-americano a sediar os Jogos, foi brilhante e o descanso do presidente do Comitê Olímpico, Carlos Arthur Nuzman – que está em recesso para a imprensa – é merecido, há quem cobre o fim das “férias olímpicas” e o início do árduo trabalho rumo à realização do evento. O médico mineiro Alaor Azevedo, presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, surge como voz dissonante ao oba-oba e ao adiamento das decisões sobre o esporte brasileiro para o ano que vem. “O descanso do Nuzman é merecido, mas espero que a reunião que ele prometeu para definir as diretrizes do esporte para os próximos anos aconteça, no máximo, até novembro. Não fomos comunicados de nenhuma data até agora!”, reclama. Alaor promete também ser um dos fiscais do gasto do dinheiro público com o esporte nos próximos anos. O médico alega que os patrocínios das estatais e os recursos da Lei Agnelo Piva – que desde 2001 estabelece que 2% da arrecadação bruta de todas as loterias federais do país sejam repassados ao Comitê Olímpico Brasileiro e ao Comitê Paraolímpico Brasileiro – não contribuíram para a evolução das modalidades esportivas consideradas nanicas. Do total da verba repassada pela Lei, 85% são destinados ao COB e 15%, ao CPB. Um montante significativo para o comitê olímpico de qualquer país. Porém, depois de passar pelo COB, os valores que chegam as confederações não são suficientes para desenvolver a maioria dos esportes, pois a sua distribuição é desigual e sem critério. Segundo levantamento da CBTM, levando-se em consideração as estimativas da Agnelo Piva 2009 e dos patrocínios estatais de 2008, o COB recebe R$ 113,5 milhões, dos quais

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91,3 milhões são destinados à oito confederações (voleibol, basquetebol, natação, atletismo, ginástica, judô, tênis e handebol) e apenas 22,2 milhões para todas as outras 18 modalidades. “As confederações que já são patrocinadas por estatais não precisam receber novamente dinheiro público da Agnelo Piva. Algumas já estão no

O esporte brasileiro é um reflexo da injustiça social do Brasil

“O COB não pertence a uma pessoa, ele é das confederações. Se minha confederação é acionista desta empresa eu preciso ter prestação de contas do que é gasto nela. A falta de transparência é que me levou a votar contra o Nuzman. Não é uma oposição a ele, mas um alerta, um pedido de transparência para o esporte nacional”; finaliza Alaor, exaltando que, desV de já, vai se empenhar na fiscalização das verbas do COB para os Jogos de 2016.

mesmo patamar das federações de países do primeiro mundo, enquanto a maioria não tem verba para elevar o patamar de seus atletas de alto rendimento ou investir na base. O esporte brasileiro é um reflexo da injustiça social do Brasil”; declara Alaor. O presidente da CBTM reclama também das ostentações do COB com reuniões e festas desnecessariamente caras, como a do Prêmio Olímpico Brasileiro, que consome em um dia mais do que o orçamento anual de sua confederação. Ele exemplifica que o CPB também fez uma bonita festa homenageando os seus atletas, porém, o evento é totalmente patrocinado pela iniciativa privada. Outra idéia, de sua própria autoria, economizou alguns milhares de reais do esporte brasileiro. As reuniões das confederações, que já foram realizadas no hotel Windsor, na Barra da Tijuca, um dos mais caros do Brasil, por sugestão de Alaor foram transferidas para o Sesc Flamengo, que nada cobrou pelo aluguel do espaço.

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sociedade

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Robson Sávio Filósofo, especialista em Segurança Pública (Crisp/ UFMG) e pofessor da PUC Minas

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Mídia, violência.

aumento da criminalidade violenta, nos últimos anos, trouxe para a agenda social as deficiências do sistema de segurança pública. Outrora, assunto restrito a poucos atores, agora a temática da segurança pública alcança o centro das discussões, numa sociedade aflita e com medo. A mídia, percebendo a importância do momento histórico (e principalmente o poder de vocalização dessa demanda pela classe média – sua maior consumidora) aprofunda as discussões. Quando nos referimos à segurança pública, tratamos também da prevenção e combate à violência: tema de muita polêmica. Alguns acreditam que a violência tem de ser atacada “em suas raízes”: miséria, exclusão social, má distribuição de renda, desemprego. Por outro lado, cresce o coro à adoção de políticas de segurança pública eficientes e à necessidade de reformas profundas no sistema de justiça criminal (Poder Judiciário, sistema prisional, polícias). Porém, os que lidam com o fenômeno da violência devem compreender a complexidade e dificuldade no domínio de suas variáveis. Outro problema é a construção de indicadores estatísticos representativos e confiáveis. Daí, se pode entender porque pesquisadores e operadores da segurança pública chamam atenção para a produção de estatísticas confiáveis e a transparência na divulgação dos dados. Ademais, a representação da violência pela mídia altera a percepção que temos do fenômeno, pois a cobertura nem sempre é representativa do universo de crimes e sim, dos eventos extraordinários e, muitas vezes, pontuais. Nesse contexto, a mídia pode se tornar uma das mais contundentes formas de se propagar e, em até certo ponto, exaltar a violência. Devemos compreender que a cobertura do cotidiano violento das grandes cidades não é tarefa fácil. O jornalismo policial ainda é uma área “marginal” nos veículos de comunicação. Os profissionais dessa área formam uma espécie de casta, vista com ressalvas. Existe a pre-

sunção de ser uma área pouco nobre (a classe valoriza mais política e economia). Muitos dos que fazem cobertura “de polícia” são novatos ou antigos, que não se adaptaram à modernização dos processos de comunicação, fazendo das editorias de polícia, com raríssimas exceções, berçários e cemitérios das redações. É preciso que donos e operadores da mídia compreendam, de vez, que se foi o tempo em que crimes eram “assuntos de polícia”, mas que se encaixam na esfera da segurança pública, influenciando a qualidade de vida dos cidadãos, merecendo tratamento qualificado e tão nobre quanto outros assuntos. Especializar-se nessa cobertura seria o desejável e muitos têm percorrido esse caminho (com ou sem apoio dos veículos). É também fundamental que a divulgação e apuração acerca de estatísticas sejam rigorosamente avaliadas, levando em conta a subnotificação de vários tipos de ocorrências; os interesses políticos que envolvem essa divulgação e os vieses evidentes em análises feitas por operadores e especialistas. Uma notícia irresponsável pode causar danos irreparáveis. Noticiar o aumento de crimes num bairro, baseando-se somente na percepção da população, pode acarretar diminuição de preço de imóveis naquele local; deterioração da qualidade de vida da população em virtude do medo e do aumento da percepção da violência local; fragilização das relações sociais, entre outras. Por outro lado, sonegar, omitir ou maquiar informações, pode gerar efeitos tão perversos ou piores do que esses. É preciso pensar nas consequências. Finalmente, o papel da imprensa na cobertura da segurança pública é fundamental para o aprimoramento das políticas públicas. Apesar de eventuais limitações, observamos que a mídia tem se esmerado nessa temática, o que muito contribui para as relações entre operadores da segurança pública, pesquisadores e profissionais da comunicação.

Os que lidam com o fenômeno da violência devem compreender a complexidade e dificuldade no domínio de suas variáveis.

*Esta é uma versão resumida do artigo de Robson Sávio. A versão completa pode ser vista em www.voxobjetiva.com.br

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educação

Por Patrícia Brum

Indústria cultural, mídia, governo, pais ou professores? Afinal, quem forma as gerações?

Foto: oinvocado.blogspot.com

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uando nascemos, fomos programados a receber o que vocês nos empurraram. Com os enlatados dos USA, de 9 às 6. Desde pequenos nós comemos lixo, comercial e industrial. Mas, agora chegou nossa vez. Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês”. Renato Russo e Fê Lemos já sabiam, em 1985, a influência da grande mídia na vida dos que nasceram após a década de 60, fortemente incentivada pela Ditadura Militar. O trecho da música Geração Coca-Cola, que retrata a invasão dos padrões “americanos” na vida dos jovens brasileiros, mantém vivo o debate acerca dos responsáveis pela formação das gerações. Mas nesta série de reportagens, pretendemos demonstrar o envolvimento de outros sujeitos além da mídia, como governo, pais e professores. Em todo o país, diversas são as iniciativas no sentido de educar/formar melhor as nossas crianças. Mas quantas delas vingam ou têm pelo menos um resultado efetivo? O Brasil, e por que não dizer o mundo, sofre uma mudança de gerações, que vem do que se convencionou chamar de “Baby Boomers”, os que nasceram entre 1946 e 1964, na denominada por alguns como “Geração do Silêncio”, passando pela “Geração X”, dos nascidos entre 1965 e 1980, conhecida como Geração Coca-Cola, até a nossa atual Geração Y, também chamada de Geração Mileniun, com jovens dinâmicos, antenados, inquietos, e muitas vezes, impacientes. Eles crescem jogando video-game, ouvindo música e acessando a Internet. São os principais donos da maioria dos blogs, comunidades e redes sociais.

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Gostam de mudanças e detestam a monotonia. Quando o assunto é profissional, estão sempre em busca de conhecimentos técnicos e capacitação profissional. Trabalham melhor em equipe e procuram empregos que ofereçam flexibilidade de horário, mobilidade (home-office) e planos de carreira. Querem respostas! Porque perguntam muito. Querem reconhecimento e promoção o quanto antes. Sem medo de arriscar, buscam sempre o mais novo e melhor. A Geração Y representa um desafio para os líderes atuais. E dentro desse desafio, abordamos questões como: é possível controlar a influência da indústria cultural e da mídia sobre a vida daqueles que são o futuro do país? Como conter o crescimento da violência, que começa na infância e avança no mesmo ritmo da tecnologia? E como preservar nossas meninas, que se entregam cada vez mais cedo à responsabilidade da maternidade? Algo fascinante na democracia é a possibilidade de se informar, questionar e exprimir opiniões. Acreditando nisso, a Vox Objetiva se compromete a levar até você, leitor, questões como estas que, a partir do debate, podem conscientizar cada um de nós a assumir seu papel na formação da próxima geração, já denominada F. Boa leitura.

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educação

Por Wander Veroni

Quem vai cuidar das nossas crianças? Projeto de Lei em Brasília quer limitar a publicidade dirigida ao público infantil

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Foto: Denver Oliveira

e psicologia, alerta para a tendência a uma sociedade cada vez mais consumista. Segundo ele, ter um bem de consumo deixou de ser uma necessidade para virar status social. “A negativa de não ter um determinado produto pode gerar uma sensação de inferioridade ou ainda – dependendo do caso, uma criança sem limite e consumista”, afirma. Frente à comprovação do consumismo exacerbado, cada vez mais inerente à nossa cultura, ora incentivado via publicidade ou reforçado por um determinado grupo social, surge a necessidade da autorregulamentação à propaganda voltada para o público infantil. Foi pensando nisso que o deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) criou o Projeto de Lei (PL) 5921/01, que proíbe a publicidade dirigida a crianças de até 12 anos, em qualquer horário e por meio de qualquer suporte ou mídia. “A idéia surgiu quando o meu filho tinha 10 anos e comecei a ficar preocupado com a quantidade de novidades que ele me pedia. Se eu não podia comprar todos os brinquedos que ele queria, imagine um pai de família, que ganha um salário mínimo ao mês? Então, a partir da minha experiência, comecei a pesquisar o tema e a legis-

lação no mundo. Observei restrições e proibições em vários países, avaliei nossa realidade e apresentei a proposta legislativa”, conta Hauly.

A idéia surgiu quando o meu filho tinha 10 anos e comecei a ficar preocupado com a quantidade de novidades que ele me pedia. Se eu não podia comprar todos os brinquedos que ele queria, imagine um pai de família, que ganha um salário mínimo ao mês?

Deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR)

Foto: Divulgação

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ma criança de três a cinco anos é incapaz de controlar seus impulsos perante um estímulo publicitário. A afirmação, baseada em estudos recentes, é do professor titular do departamento de psicologia da UFMG, Cristiano Mauro Assis Gomes, de 37 anos. O psicólogo, que é também doutor em educação

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A versão aprovada é genérica e incide sobre a publicidade em geral. A discussão passará pelas comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Atualmente, o Código de Defesa do Consumidor já proíbe a publicidade enganosa ou abusiva. O próprio deputado federal Luiz Carlos Hauly admite que o assunto é polêmico e possui um forte lobbie das indústrias, pois o projeto começou a tramitar em 2001 e está bem devagar, com inúmeras interferências e interrupções – o que indica que ele desagrada alguns setores da economia. “Ainda não há um claro entendimento, por parte das indústrias e agências. Aliás, minha primeira idéia foi proibir. Mas depois de tantos debates em audiências públicas e conversas com setores, me convenci de que o melhor é limitar a publicidade dirigida ao público infantil”, avalia o parlamentar.

Foto: sxc.hu

Na primeira quinzena de outubro, a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, da Câmara Federal, em Brasília (DF), aprovou proposta que classifica como abusiva a publicidade com apelo ao consumo exagerado. A proposta original proibia a publicidade dirigida ao público infantil e até mesmo a participação de crianças em publicidade.

o melhor é limitar a publicidade dirigida ao público infantil

Consumismo À medida que se aproximam datas comemorativas, como Dia das Crianças e Natal, que possuem forte apelo comercial, a criançada é bombardeada com informações acerca de brinquedos e produtos lançados no mercado, sem que família ou educadores avaliem se o produto em si possui uma função pedagógica de acordo com a faixa etária da criança. Mas a publicidade tem todo esse poder sobre o público infantil? A questão pede um debate mais amplo, de acordo com a psicóloga Elizabeth Gomes, que atua como consultora pedagógica da ONG Oficina de Imagem, entidade que responde também pelos trabalhos da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDIBH). “A exposição gratuita dessa publicidade estimula precocemente o consumismo, sem apresentar uma crítica construtiva se a criança real-

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mente precisa desse produto. Isso interfere na autoestima do indivíduo que se vê excluído ao não ter determinado bem. Por isso, é importante essa autorregulamentação da publicidade, uma vez que os órgãos responsáveis não dão conta de inibir essa prática”, diz Elizabeth.

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Além de proibir a publicidade para crianças, o Projeto de Lei (PL) também veda a comunicação mercadológica dirigida ao público infanto-juvenil, como anúncios impressos, comerciais televisivos, spot’s de rádio, banner’s, sites na internet, embalagens, promoções, merchandising e disposição dos produtos em pontos de vendas. A funcionária pública Viviane Righi, de 34 anos, casada há dez anos e com duas filhas – uma de dois e a outra de cinco anos de idade – vive de perto essa relação complicada entre publicidade e o desejo infantil. Viviane é a favor do PL, principalmente pelo exagero de anúncio de brinquedos nos intervalos das programações infantis na TV. “Isso mexe com o imaginário das crianças de uma forma que chega a ser nociva. Meu marido e eu lidamos com essa situação de uma forma muito tranquila, baseados nos valores que tentamos passar para nossas filhas. O grande problema de tudo isso é que essa mesma publicidade, em muitos casos, provoca sofrimento nas crianças. Ora por condições financeiras que não permitem a aquisição desses produtos, ora porque a família não consegue controlar e resolver essa questão junto às crianças”, diz.

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Propaganda Para quem não sabe, o Conselho Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária (Conar) é uma entidade criada no final da década de 1970, que orienta com diretrizes éticas a propaganda brasileira. O órgão acredita que todo anúncio deve ser honesto, verdadeiro e ser preparado com o devido senso de responsabilidade social, evitando acentuar diferenciações sociais, sem deixar de respeitar o princípio da leal concorrência. Repudiando qualquer tipo de censura, o Conar não exerce em nenhuma hipótese censura prévia sobre peças de propaganda ou anúncios. Mas se existe um órgão para regulamentar a publicidade por que criar uma lei? Luiz Carlos Hauly defende que a autoregulamentação da publicidade pelo Conar é insuficiente para a nossa realidade. “É necessário que a propaganda seja divulgada para então o Conar se manifestar. Por isso que a lei é importante para a sociedade, de certa forma. Quanto à iniciativa de autorregulamentação proposta por algumas empresas, eu as considero um factóide, pois eles sabem que está chegando a hora do Estado regular e tentam se antecipar”, alfineta.

O Conar também atende denúncias de consumidores, autoridades, dos seus associados ou formuladas pela própria diretoria. Feita a denúncia, o Conselho de Ética do Conar se reúne e julga, garantindo amplo direito de defesa ao acusado. Se a denúncia tiver procedência, ele recomenda aos veículos de comunicação a suspensão da exibição da peça ou sugere correções à propaganda. O Conselho pode, ainda, advertir o anunciante e a agência.

O exagero de anúncio de brinquedos nos intervalos das programações infantis na TV mexe com o imaginário das crianças de uma forma que chega a ser nociva.

O publicitário José Luiz da Silva, 46 anos, que é sócio-diretor da agência Populus Comunicação e já atuou como presidente da Associação Mineira de Propaganda (AMP), diz desconhecer o Projeto de Lei de autorregulamentação da publicidade infantil. “O Conar já é um órgão que regulamenta o setor e é capaz de avaliar de forma crítica o que é condenável na produção da publicidade brasileira. Há muitos anos não se usa mais personagens ou artistas infantis na publicidade. Mas, ao mesmo tempo, não podemos inibir que uma empresa queira anunciar para esse público. É preciso ter bom senso ao criar uma campanha voltada para o público infantil”, avalia.

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tes (ABA) assinaram um compromisso público de regulamentar à publicidade de alimentos e bebidas não saudáveis dirigidos à criança, assim como acontece no Canadá, Estados Unidos e países da União Européia – e que serão colocadas em prática no Brasil até o final de 2009. O acordo prevê que cada empresa alimentícia defina o padrão nutricional considerado saudável ou não, restringindo inserções publicitárias em televisão, rádio, mídia impressa ou internet que tenham 50% ou mais de audiência constituída por crianças. Desde 2006, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) discute uma forma de regulamentar a publicidade de alimentos e bebidas não saudáveis para crianças.

É preciso que a alimentação adequada seja incorporada ao dia-a-dia das crianças, o que implica o período em que as mesmas estão na escola e no ambiente familiar Alimentação Quando se fala em regulamentação da publicidade voltada para a criança, logo vem outro debate: a questão alimentar. Com a correria do dia-adia, muitos pais acreditam ser mais prático incentivar o filho a consumir guloseimas industrializadas, como salgadinhos, biscoito recheado, refrigerantes etc, do que o preparo de sucos ou lanches mais nutritivos. De acordo com a nutricionista, mestre em ciências de alimentos e professora da PUC Minas Yani Mizubuti, a falta de dados nutricionais no rótulo ou na publicidade pode ser um incentivo à obesidade infantil. “A partir do momento em que o consumidor pode entender que determinado produto é muito calórico ou apresenta quantidade elevada de gorduras ou açúcares, por exemplo, ele pode repensar a sua dieta e não se nortear por uma escolha inadequada. Mas isso é também um trabalho

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de reeducação alimentar em longo prazo. Geralmente, produtos ricos em gorduras e açúcares são saborosos favorecendo um consumo elevado”, explica. Ainda, na visão Yani Mizubuti, a escola e a família têm um papel decisivo na formação do hábito nutricional da criança. “A educação nutricional deve ser inserida na escola de forma a envolver crianças, educadores, cantineiros e se estender aos pais. É preciso que a alimentação adequada seja incorporada ao dia-a-dia das crianças, o que implica o período em que as mesmas estão na escola e no ambiente familiar”, diz. Mas, ao que parece, as empresas do setor alimentício já estão se preparando para a autorregulamentação da publicidade voltada para o público infantil. No último dia 25 de agosto, a Associação Brasileira da Indústria de Alimentação (ABIA) e a Associação Brasileira de Anuncian-

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Por Luciana Hübner Foto: sxc.hu- Montagem: Marcos Paulo Viana

educação

Escolas tentam corrigi-los, mas, em alguns casos, os pais não gostam da atitude dos professores

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gressões entre alunos, entre alunos e professores, agressões morais, agressões físicas. O número de relatos desse tipo de situação tem se tornado cada vez mais frequente nas páginas dos jornais e na Internet . No Rio Grande do Sul, uma comunidade da cidade de Viamão arrecadou dinheiro por oito meses para pintar, num mutirão, uma das escolas da cidade. As tintas custaram R$ 1.800,00. Depois de pronta, um dos alunos, de 14 anos, pichou a sala de aula. A professora mandou, então, que ele pintasse a parede. O diálogo entre os dois foi gravado por um dos colegas através de um celular. A professora disse: -Tira o boné meu amor, tira o boné. E completa: - Parece um bobo da corte fazendo palhaçada, estragando as coisas dos outros. Além do diálogo, o vídeo mostra as imagens do estudante cobrindo as marcas nas paredes.

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Os pais do adolescente reclamaram da punição. A mãe, Andréa Nunes da Silva, afirma que o filho foi humilhado e que buscará orientação no conselho tutelar. Mas ela reconhece o erro do filho. “Ele errou, tudo bem, mas ele pintou oito salas de aula e a professora botando apelido nele e tirando o chapéu da cabeça dele”, diz a mãe.

A mãe afirma que o filho foi humilhado e que buscará orientação no conselho tutelar. Mas ela reconhece o erro do filho.

A professora Denise Bandeira, que dá aulas nessa escola há oito anos, reconhece o exagero, mas confessa que ficou revoltada ao ver perdido o trabalho de toda a comunidade. “As pessoas estão sendo punidas por pichar, por destruir, então aqui dentro da escola eu tentei fazer a nossa punição”, afirmou. O caso está sendo investigado pela Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul. No interior de São Paulo, um caso de agressão entre alunos na escola também foi manchete em vários jornais. O menino Vitor Fernando Dutra Gumieiro, de apenas nove anos, apanhou de cinco garotos da mesma faixa etária dentro da sala de aula e na saída da Escola Estadual Adolfo Alceu Ferrero, em São Joaquim da Barra, na região de Ribeirão Preto. O menino precisou ser internado, passou por exames de tomografia e ressonância magnética e precisou usar colar cervical por 15 dias. A mãe do garoto, Kênia Helena Silveira Dutra, afirma que o filho sofre com as

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brincadeiras de colegas porque é gago. Após a agressão na escola, ele não mencionou nada em casa. Dentro da sala de aula da 3ª série, ele foi atingido por um soco, um tapa e um golpe de mochila. Na saída da escola, a inspetora pediu ao menino que saísse pelos fundos, mas os agressores perceberam e o cercaram, desferindo socos e chutes. Vitor acordou na manhã seguinte com o pescoço imobilizado. A avó o levou à escola e os cinco agressores foram mandados para casa pela direção. Revoltada, Kênia quer processar a escola. O caso está sendo investigado pela Curadoria da Infância e da Juventude. A Secretaria Estadual da Educação informou que foi aberta uma apuração preliminar para averiguar a denúncia de agressão entre alguns alunos da escola. “Caso seja constatado que o fato aconteceu dentro da escola, o Conselho Escolar vai definir as medidas punitivas em relação aos estudantes, como, por exemplo, a transferência de

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unidade”, disse a nota da Secretaria. Em Belo Horizonte, um caso de agressão em escola estadual foi tema de audiência pública na Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Em meados de setembro, um garoto de 12 anos foi levado da escola pela polícia depois de agredir um colega em sala de aula. Os pais do adolescente, a direção da escola e um representante da Polícia Militar participaram do debate solicitado pela Comissão de Direitos Humanos.

O envolvimento de todos facilita a administração das diferenças.

O caso aconteceu na Escola Estadual Anita Brina Brandão, região norte da capital. A escola foi denunciada à comissão depois de chamar a polícia para registrar ocorrência contra um de seus alunos. Durante a audiência pública, a mãe do menor, Patrícia Baeta Neves de

Sá, relatou que o garoto foi para a delegacia acompanhado apenas pelo irmão, de 15 anos. Ela disse ainda que a direção da escola não permitiu que ela levasse o filho para casa antes da chegada da viatura policial e que o garoto sofre distúrbio de atenção e hiperatividade, sendo acompanhado regularmente por psicólogo, psiquiatra e neurologista. A direção da escola contou que o problema começou na véspera, quando o garoto agiu com indisciplina e recebeu suspensão de um dia. Desta forma, ele deveria comparecer no dia seguinte acompanhado por um responsável, mas chegou à escola sozinho. A vicediretora da escola, Gláucia Valéria Marques, contou que o adolescente deixou o material na sala e ficou perambulando pela escola para não ser visto. Mas um colega avisou à direção e o garoto acabou sendo levado para a sala da supervisora. Antes disso, o menor foi levado por um professor de volta à sala de aula pra recolher o material. Lá, ele agrediu quem avisou a direção.

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educação

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A violência escolar é um fenômeno complexo porque envolve várias pessoas e também a interpretação que cada um dá ao fato, ou seja, o que é violento para uma pessoa pode não ser para outra do fato é diferente. Para a diretora e professores, o prédio está caindo. Quem está passando na rua pode interpretar que algo grave está acontecendo na escola. Para a polícia, a explosão pode representar um atentado terrorista. E para os alunos, tudo não passa de uma brincadeira. Com isso, a violência escolar depende da interpretação que cada um dá ao problema”, explica Windson. O especialista avalia que o momento atual não representa um aumento da violência nem uma crise de valores e ressalta que a década de 1990 deu mais visibilidade à violência escolar e às suas interpretações. “Nos anos 90, os casos de violência escolar ganharam mais espaço por causa da evolução do tráfico de drogas e o crime organizado, aliados à maior facilidade de acesso e disseminação de informações. Esse ritmo frenético trouxe uma série de transformações. O que falta é a atualização de todos

os envolvidos para minimizar a dimensão dos conflitos”, diz. Windson Oliveira ressalta ainda que o Estatuto da Criança e do Adolescente vem sendo usado para delimitar até onde a escola pode agir e a partir de quando a polícia pode atuar. “O tom da violência escolar é dado, em boa medida, pelo que a polícia entende por violência. A legislação prevê que todos tenham acesso à escola, mas sem levar em conta a qualidade do ensino. Por isso, é importante a participação de todos; por isso a escola não consegue educar sozinha”, conclui. O especialista diz ainda que a adoção de atividades que envolvam a comunidade do entorno da escola podem funcionar como medida preventiva para a violência escolar. O envolvimento de todos facilita a administração das diferenças e o nível de tensão dos conflitos que possam surgir.

Foto: sxc.hu- Montagem: Marcos Paulo Viana

O pai do menino agredido, ao saber do fato, exigiu que a escola acionasse a polícia para que fosse feita uma ocorrência policial e foi atendido. Enquanto isso, Patrícia chegou à escola e conversou com Gláucia sobre o ocorrido. Mas não foi autorizada a levar o filho embora, uma vez que a polícia já havia sido chamada. A diretora da escola, Maria do Rosário Gomes Pereira, elogiou, na audiência pública, a atuação dos policiais e desmentiu que o garoto tenha sido conduzido à delegacia num camburão. Ela contou que ele seguiu no banco de trás de uma viatura policial. Maria do Rosário reconheceu, no entanto, a dificuldade dos professores em lidar com alunos portadores de necessidades especiais, mas garantiu que a escola não tem nenhum laudo confirmando essa condição do garoto. Por outro lado, o pai do menor, Eduardo Henrique de Sá, afirmou que o documento foi entregue à instituição há cerca de dois anos. Para o deputado Durval Ângelo, que solicitou a audiência, a polícia agiu errado por conduzir o menor sem a companhia do pai, mãe ou um responsável. “A presença do irmão de 15 anos não era garantia de proteção contra eventuais abusos na delegacia”, avalia. De acordo com o doutor em Educação Windson Jeferson Mendes de Oliveira, “violência escolar” é um fenômeno complexo do qual participam diferentes atores. “Fenômeno” porque não acontece apenas no Brasil; é um fato social recorrente em todo o mundo. “Complexo” porque envolve várias pessoas e também a interpretação que cada um dá ao fato, ou seja, o que é violento para uma pessoa pode não ser para outra, já que a violência nem sempre é física. E a participação de vários atores se dá por causa do envolvimento de alunos, professores, pais e a comunidade. “Muita gente já ouviu falar em alunos que soltam bomba na escola. A prática acontece há anos, mas para cada um dos atores envolvidos, a interpretação

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Por Luciana Hübner

Elas estão mais Conscientes Levantamento do Ministério da Saúde aponta queda no número de adolescentes grávidas. Em Minas, uma parceria entre profissionais da saúde e da educação faz das escolas locais estratégicos de conscientização sobre a sexualidade

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úlia*, de17 anos, teve seu primeiro filho numa maternidade pública de Belo Horizonte no último dia 20 de outubro. A gravidez aconteceu porque ela e o namorado não utilizaram qualquer método de prevenção, mesmo tendo conhecimento deles. “Foi por descuido mesmo”, afirma ela. Ela desconfiou da gravidez quando começou a passar mal com muitos enjoos. “Fui ao laboratório e fiz o exame de sangue”, conta. Depois de confirmada a gestação, Júlia passou pelo desafio de contar à mãe. “No início ela resistiu, mas depois aceitou”, diz. O pai da criança e ela continuam namorando. Ele tem 20 anos. Atualmente em casa, e com o bebê nos braços, ela avalia as mudanças que a gravidez precoce trouxe para a vida dela. “Antes, eu dormia mui-

to, agora não dá para dormir tanto. Estava no 1° ano do Ensino Médio e trabalhando. Perdi o ano na escola e o emprego, mas quero voltar a estudar no ano que vem”, conta. Mesmo ingressando em uma nova fase da vida, Júlia diz, com todas as letras: “Estou muito feliz”. A chegada da adolescência coloca em cheque assuntos que ainda são tratados como tabu em muitas famílias brasileiras. As mudanças no corpo e o interesse maior que a sexualidade desperta nos adolescentes traz, entre outras, uma grande preocupação: a gravidez precoce. Para a Organização Mundial da Saúde, gravidez precoce é aquela em que o parto acontece entre 10 e 19 anos de idade. Nesse contexto, a boa notícia é que nos últimos 10 anos o número de partos em meninas com

essa idade na rede pública brasileira caiu 30,6%. Segundo o Ministério da Saúde, em 2008 foram realizados 485,64 mil partos contra 699,72 mil em 1998. Em Minas Gerais, o resultado mostra que os adolescentes estão mais responsáveis quando o assunto é sexo: a redução foi de 33,2% - queda superior à média nacional.

As mudanças no corpo e o interesse maior que a sexualidade desperta nos adolescentes traz, entre outras, uma grande preocupação: a gravidez precoce. Vox Objetiva

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Pietra, Paulo, Rafaella e Pedro henrique

Rafaella Oliveira

“Você sempre acha que nunca vai acontecer com você. Não foi fácil; não foi nada planejado. Saíamos para festas e não houve prevenção”

mãe de uma criança especial, que assim seria”, conta ela. A presença do vírus no organismo fez com que Rafaella fosse submetida a exames semanais de ultrassonografia para avaliar a formação do bebê. Esse acompanhamento durou até o parto. Depois do nascimento, o medo maior era de que o pequeno Pedro Henrique tivesse perda da

Foto: Odilon Lage

A empresária Rafaella Oliveira Pinheiro Guedes engravidou de seu primeiro filho quando tinha apenas 17 anos. O namorado Paulo, hoje marido, tinha 18 anos. Ela conta que, na época, não faltou orientação. “Você sempre acha que nunca vai acontecer com você. Não foi fácil; não foi nada planejado. Saíamos para festas e não houve prevenção”, relembra. Ela morava em Belo Horizonte com uma tia e os pais vieram do interior logo que souberam da gestação. Do choque veio o apoio. Sem a influência, mas com o apoio das duas famílias, o casal decidiu pelo casamento. Mas esse foi apenas o primeiro susto da adolescência de Rafaella. No início da gravidez, ela foi contaminada pelo citomegalovírus, vírus da família do herpes, capaz de causar má formação do feto ou surdez nos primeiros meses ou anos do bebê. Por causa do vírus, ela tinha febre alta e mal podia ser medicada por causa do risco de comprometer ainda mais a formação do bebê. Aos cinco meses de gravidez, um médico chegou a sugerir que a gestação fosse interrompida. “Ele disse que o risco de eu ter um filho com problemas era de mais de 90%. Mas eu não queria tirar. Dizia que se Deus quisesse que eu fosse

Foto: Odilon Lage

educação

audição. Ele passou por uma série de exames que constataram a circulação do vírus pela corrente sanguínea dele. Mas a infecção foi inofensiva e hoje, aos 10 anos de idade, ele não tem qualquer sequela. Rafaella pensava em não ter mais filhos. Mas, oito anos mais tarde e dessa vez com planejamento, nasceu Pietra, hoje com dois anos de idade. “Sou muito mãezona e não deixo outras pessoas criarem meus filhos. Acompanho tudo de perto, principalmente agora que o Pedro está entrando na pré-adolescência”, enfatiza. Políticas públicas O Ministério da Saúde atribui a queda do número de partos de adolescentes no país a uma parceria de sucesso com o Ministério da Educação. As escolas estão sendo utilizadas como espaços estratégicos para disseminar informações sobre o assunto. Em Minas, a prevenção à gravidez na adolescência é um dos temas mais trabalhados em seminários e nas capacitações realizadas pela Secretaria de Estado da Saúde. O programa Saúde na Escola, que desde 2005 per-

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Foto: sxc.hu

corre cidades mineiras, ajuda pais e filhos no esclarecimento de questões relativas à sexualidade. De acordo com a psicóloga e pedagoga Renata Miranda, referência técnica estadual em Saúde do Adolescente, a metodologia envolve o trabalho integrado de profissionais de várias áreas. “Trabalhamos com profissionais da educação e da saúde e envolvemos a comunidade local. No início, tínhamos dificuldades em atender os adolescentes. Sexualidade ainda é tabu e por isso foi preciso envolver familiares e a comunidade escolar, colocando o adolescente como protagonista das ações do programa”, conta ela. Embora a redução no número de partos seja positiva, o índice de gravidez precoce no Estado ainda é alto. Em 2008, cerca de 42 mil jovens entre 10 e 19 anos se tornaram mães. A maioria vive no Norte de Minas e no Vale do Jequitinhonha. Os jovens atendidos pelo programa Saúde na Escola têm idade entre 12 e 18 anos. Essa faixa etária foi a escolhida a para execução de outros trabalhos de conscientização como a violência (em todos os aspectos, inclusive sexual), doenças sexualmente transmissíveis e o uso e abuso no consumo de substâncias lícitas e ilícitas.

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imóveis

Inquilino, não reclame do prejuízo, evite-o.

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Kênio de Souza Pereira Diretor da Caixa Imobiliária – Rede Netimóveis. Advogado especializado em Direito Imobiliário. Consultor Jurídico do Sindicato do Mercado Imobiliário e da CMI Câmara do Mercado Imobiliários de Minas Gerais. Representante em MG da Associação Brasileira de Advogados do Mercado Imobiliário Professor de Direito Imobiliário do MBA da FEAD. Consultor e Colunista de Direito Imobiliário da Rádio Justiça do Supremo Tribunal Federal

uitas vezes o inquilino que investiu anos no planejamento do seu negócio, na compra de diversos equipamentos, na realização de obras, no treinamento de empregados, em publicidade do local e na divulgação de sua atividade, após ter realizado seu sonho no decorrer de anos de trabalho, é “surpreendido” com uma ação de despejo do imóvel que alugou. É comum a empresa valer naquele local, entre R$100 mil a R$3 milhões. A experiência comprova que a maioria desses problemas existe simplesmente pelo fato do inquilino não se importar em obter informações essenciais sobre o funcionamento da relação locatícia. É comum o inquilino, bem como o locador, simplesmente ligar para um amigo ou para um “entendido” e perguntar sobre alguns pontos da locação, ignorando diversas situações atuais, bem como o desenrolar de uma locação comercial, que é sempre complicada.

O Código Civil (CC) regulamenta as relações contratuais em geral. Raros são os contratos no Brasil que possuem uma legislação específica. Diante da complexidade das locações prediais urbanas, há décadas surgiu a Lei do Inquilinato, que em 1991 absorveu diversas inovações, além de passar a incluir o Decreto Lei 24.150/45 que regulava a renovação dos contratos com prazo de cinco anos, denominado “Lei de Luvas”, o qual garante ao inquilino mais estabilidade de uso do imóvel, mesmo contra a vontade do locador. Na locação incide, ainda, regras do CC,

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FALTA DE REFLEXÃO

Diante do amadorismo do inquilino em concluir a locação, vemos que muitos fracassam ao terem o imóvel retomado pelo locador, que exerce seu direito de dar outra destinação ao seu bem, quando termina o prazo de contrato. Há inquilino que é surpreendido com a Ação de Despejo no meio do prazo do contrato movida por um novo adquirente, ou fica sem entender como seu aluguel dobrou após ter construído tantas obras no terreno locado. Redigir uma cláusula contratual consiste num desafio para muitos, tanto é que mais de 95% do mercado utiliza modelos de contrato, que ignoram o necessário aprofundamento sobre o caso concreto. O resultado são os processos judiciais que demoram anos para serem julgados por causa da redação amadora de cláusulas mal pensadas ou decorrentes de falta de conhecimento das várias situações que ocorrem nas locações e que têm diversos reflexos inimagináveis para os leigos. Cabe ao inquilino levar a sério a redação do contrato que poderá representar seu sucesso durante décadas no imóvel locado, ou seu fracasso, após passados alguns anos gastando para fazer “o ponto comercial”. Enfim, poderá ter prejuízos por ter economizado ao deixar de investir na confecção do contrato de locação por um profissional especializado.

É comum o inquilino, bem como o locador, simplesmente ligar para um amigo ou um “entendido” e perguntar sobre alguns pontos da locação, ignorando diversas situações atuais, bem como o desenrolar de uma locação comercial, que é sempre complicada.

LEI ESPECIAL

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da Constituição Federal e do Plano Real, sendo importante compreender a doutrina e a jurisprudência que consiste na forma como o Poder Judiciário interpreta as cláusulas do contrato de locação e as normas aplicáveis ao caso concreto.

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Sentiu falta de alguma coisa? SUA EMPRESA!

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. MOTORISTA LEGAL É MOTORISTA CONSCIENTE

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O USO DO CINTO DE SEGURANÇA É OBRIGATÓRIO TAMBÉM NO BANCO TRASEIRO.

No trânsito é preciso ter sempre em mente o perigo que você pode causar aos outros e a si mesmo. Lembre-se que o motorista é responsável por todos que estão no carro. E que o cinto de segurança salva vidas. Dirija com consciência.

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vox da blogosfera

Tuning Febre sobre rodas

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arros diferenciados e que parecem ter saído das telas do cinema. Estamos falando do Tuning, uma expressão inglesa que a grosso modo significa afinação ou otimização de automóveis. Daí o termo: car tuning ou afinação de carros. Na verdade, este estilo é considerado hoje em dia um passatempo que consiste em alterar as características de um automóvel para personalização extrema. Os apaixonados por carros tunados dizem que um tuning perfeito é aquele que consegue imprimir no veículo boa parte da personalidade do seu dono. Na prática, o que se vê são carros voltados para a performance que misturam segurança e beleza. A grande diferença do estilo tuning para os outros estilos está no fato dele ser aplicável a praticamente todos os componentes de um carro: rodas, pneus, suspensão, escape, motor, interior, carroceria, áudio e outros. Praticamente tudo pode ser alterado de acordo com a necessidade ou vontade do dono. Não é raro ver proprietários gastando um valor acima do próprio preço do carro com peças e acessórios. Coisas como párachoques, asas, saias, neon, sistemas de NOS (óxido nitroso) entre outros “brinquedos”. Tudo para tornar o carro a sua imagem e fazer dele um veículo exclusivo. Mas afinal, o tuning serve apenas para deixar o carro mais bonito? De fato, o tuning preza pela beleza, mas esse é apenas um lado

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da moeda. Na verdade, o tuning é muito mais que preocupações estéticas. Quem se propõe a tunar um carro logo descobre que esse mundo também preza pela potência, mas sem deixar de lado a segurança e o comportamento do carro. As alterações mundialmente conheci-

escolher um marco para o crescimento e reconhecimento do estilo tuning, não se pode deixar de fora o filme americano Velozes e Furiosos (2001), que trouxe mais visibilidade a esse segmento.

“Os apaixonados por carros tunados dizem que um tuning perfeito é aquele que consegue imprimir no veículo boa parte da personalidade do seu dono.”

Parece que foi outro dia, mas o filme Velozes e Furiosos já fez oito anos e ainda é uma obra muito lembrada pelos amantes do tuning. Justamente após o lançamento de Velozes, tanto no Brasil como no resto do mundo, o estilo ganhou as ruas com força total. Até então, a personalização dos veículos era limitada pela variedade de acessórios, equipamentos e alto custo. Antes de Velozes e Furiosos conquistar o mundo, o que se via eram competições de som automotivo e arrancadas. Depois do

das têm como inspiração as competições de carros, principalmente os campeonatos de Super Turismo Europeus. Mas, se for necessário

Das ruas para as telonas

TOYOTA CELSIO Carro muito ultilizado pelos adeptos do VIP Style Foto: Márcio Amaoka

Tico Esteves

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Foto: paxtonauto.com

filme, gradativamente, tanto os admiradores de carros que já participavam de outras competições, quanto às revistas especializadas passaram a dar maior atenção a parte estética dos carros e não só a performance. No filme, os carros que mais sofrem transformações são os esportivos japoneses (Mazda, Mitsubishi, Honda e Toyota). Carros que além da preparação mecânica, trazem adesivos laterais, aerofólios, neon e preparação para corrida (Visual Racing), além da preocupação também herdada das corridas com a segurança. Hoje, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, o modelo esportivo mais badalado do momento é o Nissan 350Z, um esportivo Japonês de ponta. Diga-se de passa-

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gem, muito mais que uma coincidência o fato do Nissan 350Z ser a principal estrela do terceiro filme da série Velozes e Furiosos. Do início tímido do tuning, o que se vê hoje são vários estilos dentro de um mesmo estilo. Sendo que o Japão é o berço para as novas tendências. Vip Style – Carros grandes, luxuosos, mas que não necessariamente primam pela potência. JDM – Carros ao estilo do filme Velozes e Furiosos, porém voltados para o drifting que é uma técnica de direção que consiste em deslizar nas curvas deixando o carro escapar de traseira, girando o volante para que as rodas dianteiras estejam sempre em uma direção oposta a curva, fazen-

DRIFTING Uma técnica de direção que consiste em deslizar nas curvas deixando o carro escapar de traseira, girando o volante para que as rodas dianteiras estejam sempre em uma direção oposta a curva, fazendo o carro literalmente andar de lado.

do o carro literalmente andar de lado, “apenas” controlando o nível de derrapagem (assunto abordado no terceiro filme da franquia Velozes e Furiosos). Nos meios de comunicação atuais, principalmente a Internet, o tuning ganhou força e é um dos assuntos do setor automobilístico que mais ganha espaço, seja em sites de automóveis com seus espaços reservados para o tema ou até mesmo sites inteiros que surgem apenas para falar sobre o tuning no Brasil e no mundo. Se você gosta de carros e também se encantou pelos veículos do filme Velozes e Furiosos, o tuning está se espalhando cada vez mais pelas capitais brasileiras, seja em competições, eventos, feiras ou exposições de carros rebaixados, mostrando que o mercado de personalização de veículos ainda tem muito que crescer e que essa febre chamada car tuning só está começando! Tico Esteves é mineiro, nascido e criado em Belo Horizonte, mais especificamente dentro de uma oficina de Lanternagem e Pintura. Simplesmente um apaixonado por tudo o que envolve o mundo das quatro rodas. Webdesigner e Webmaster por curiosidade. Blogueiro por necessidade e empresário do setor automotivo por vocação e vontade. Onde encontrá-lo? Nos blogs Novo na Rede (http://novonarede. blogspot.com) e BH Car Show (http://www. bhcarshow.com).

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meio ambiente

Por Wander Veroni

Blog Action Day 2009 Evento convoca blogueiros de todo Planeta para discussão de temas relevantes

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ma iniciativa pioneira e que tem conquistado milhares de pessoas por todo mundo. Trata-se do Blog Action Day, um evento criado pelos americanos Collis e Cyan Ta’eed, em 2007, cuja idéia é promover anualmente a união de blogueiros de todo o Planeta para postarem artigos sobre o mesmo assunto em blogs, Twitter’s e sites. O objetivo, em síntese, é provocar uma discussão em torno de uma questão de importância global. Na primeira edição do evento, os organizadores reuniram mais de 20 mil blogueiros, que dedicaram um dia para blogar sobre os problemas do meio ambiente. Já em 2008, o Blog Action Day falou sobre as

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questões relativas à pobreza e os blogueiros compartilharam suas perspectivas pessoais e idéias para solucionar tais questões. Em 2009, foram mais de 100 mil blogs em todo o mundo e o tema foi como a mudança climática afeta o mundo, principalmente o meio ambiente, ao ameaçar a sociedade com inundações, guerra por reservas naturais,

fome e fazer por ano mais de 150 milhões de refugiados. Devido à urgência das alterações climáticas e a aproximação das negociações internacionais sobre o clima em Copenhague, em dezembro, o Blog Action Day possibilitou que a blogosfera tenha oportunidade de mobilizar milhões de pessoas manifestando o seu apoio para encontrar uma solução sustentável para a crise climática. Dentre os parceiros da edição 2009 estão a Global Voices, Google, TMZ, Greenpeace, Amnesty International, entre outros. Qualquer pessoa pôde participar do Blog Action Day, no último dia 15 de outubro. Bastou ter um blog, micro-bloging, jornal online ou revista eletrônica na web. Não há limites para o número de posts, nem ao seu conteúdo, contanto que o tema seja as mudanças climáticas.

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De acordo com Robin Beck, um dos organizadores e responsável pelo blog oficial do evento, o Blog Action Day 2009 foi o maior evento da história de mudanças sociais na web. “Milhares de pessoas votaram e juntos traremos um novo fôlego à conversa global das mudanças climáticas enquanto nossos líderes se preparam para se encontrar em Copenhague, em Dezembro, em um esforço para chegar a um acordo com soluções duradouras para essa crise.” O instrutor de Informática e blogueiro Rodrigo Ribeiro Neto, de 36 anos, autor do blog Informação Virtual (http://www.informacaovirtual. com), participa do Blog Action Day 2009 desde o ano passado. Ele acredita que esta blogagem coletiva pode ajudar a sociedade a pensar sobre as mudanças climáticas ocorridas no nosso Planeta. “Qualquer ação neste sentido é importante, mas ela não deve ficar limitada apenas a campanhas de conscientização via Internet. Nós, blogueiros, damos uma pequena contribuição neste dia, mas

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“O objetivo, em síntese, é provocar uma discussão em torno de uma questão de importância global” é preciso que a população, os governos, as escolas, as empresas, todos, abram os olhos o quanto antes, pois o nosso tempo está acabando e temos que agir rapidamente”, afirma. O CLIMA E O MEIO AMBIENTE Nunca o clima teve tanta importância para o futuro do nosso Planeta.

Somente nos últimos cinco anos, o mundo passou por situações de calamidade pública como chuvas no leste asiático, tsunamis, estiada na Europa, sem contar aqui no Brasil, as fortes chuvas nas regiões Norte e Nordeste, onde o desmatamento, somado às mudanças climáticas, afetaram mais de 700 mil pessoas, de acordo com Ministério da Integração Nacional. As mudanças climáticas ocorrem devido ao lançamento em excesso de gases em florestas e oceanos em uma medida superior ao que são capazes de absorver, o que provoca o chamado efeito estufa (GEEs) – responsável pelo aquecimento global ao redor do Planeta. Essa alta taxa de gases pode ser oriunda da queima de combustíveis fósseis como petróleo, carvão e gás natural. No Brasil, o desmatamento é o principal vilão das mudanças climáticas. A principal idéia do Blog Action 2009 é antecipar as discussões que serão debatidas na Conferência Climática das Nações Unidas, a COP15, na Dinamarca, em dezembro deste ano.

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auto-giro

O mercado de carro importado

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Júnior Brasil Coordenador de Esportes da Rádio Itatiaia; Comentarista Esportivo.

lá amigos, eu sou Júnior Brasil e, a partir deste número da Revista VOX, vou falar sobre uma das paixões do brasileiro. Uma delas eu sei que é o futebol, a outra, são os carros. Sou amante tanto do futebol, como aficionado por carros. Essas máquinas cada vez mais fazem parte de nossa vida e têm hoje um significado maior do que o do mero transporte. Conversando com o colega e amigo Carlos Viana, acertamos essa parceira, que vai permitir que você conheça melhor o seu carro, o mercado de automóveis, receba dicas de funcionamento, saiba qual o melhor veículo para você e muito mais.

Converse, troque idéias com um profissional de sua confiança, pois, dependendo, determinado importado pode não ter um bom mercado na hora de venda e com isso, o prejuízo ser maior do que o de um similar nacional. Fique ligado! Começarei falando sobre o mercado de carro importado. Vale à pena comprar um? Quais as vantagens de comprar um importado? Uma delas é a tecnologia. Existem modelos muito avançados que possuem muitos recursos, computadores e conforto acima da média. As linhas e o designer são pontos fortes. Outro atrativo é o preço, que dependendo do carro, pode ser bom para o comprador, pois os carros importados oferecem muito por um preço mais barato que o similar nacional. A cada instante chegam novos modelos, e quem ganha é o consumidor, que passa a ter mais opções de compra.

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Por outro lado, o carro importando pode se desvalorizar muito e este é um problema que deve ser levado em conta na hora da compra. Converse, troque idéias com um profissional de sua confiança, pois, dependendo, determinado importado pode não ter um bom mercado na hora de venda e com isso, o prejuízo pode ser maior do que o de um similar nacional. Outro aspecto que deve ser levado em conta é o valor do seguro. Hoje, esta despesa não deve ser desconsiderada. E claro, é preciso analisar se o carro é adequado às condições brasileiras. Nossas estradas e condições climáticas são bem diferentes das da Europa e de outros países. Tanto que alguns equipamentos não funcionam tão bem aqui como na Europa ou América. Nosso clima varia muito e as estradas, nem de longe têm a qualidade necessária para uma rodagem segura. Belo Horizonte é um caso a parte, pois a topografia exige mais do carro, diferente dos países que têm terreno plano. Enfim, uma verdadeira febre de importados tem chegado ao Brasil e uma boa dica é listar os aspectos positivos e negativos do seu futuro automóvel.

Carro é que nem sapato: o que serve para seu vizinho, não necessariamente serve para você

Se as vantagens forem maiores, e principalmente, a satisfação pessoal falar mais alto, faça a compra. Algumas montadoras estão se estabelecendo no Brasil, o que pode ajudar na hora da escolha da marca, uma vez que é mais fácil e melhor comprar peças de reposição e carros que sejam fabricados no País. Carro é que nem sapato: o que serve para seu vizinho, não necessariamente serve para você. Converse, pesquise e principalmente, leia a coluna “AutoGiro”. Um abraço e boa compra.

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vox no

@otaviomesquita E os jornalistas publicam sem checar! Fiquei chateado com ela sim! Somos colegas! Ela pisou na bola comigo. E doeu + porque estou vasectado. Desabafo do apresentador ao saber pela mídia que Lucimara Parisi (ex-Faustão) estaria negociando na Band um programa para ser ocupado no horário do dele.

@FariasRafa Os auditório s nos programas de TV são para mo strar q vc não é o único idiota q está ass istindo aquela porcaria. Por Wander Veroni @wanderveroni

Confira as frases que mais se destacaram no “site do passarinho azul” no mês de outubro, 2009 e aproveite e siga @vox_objetiva no Twitter! [vários usuários do Twitter] Yes We Créu!

@marcelotas Só agora caiu búrcio comp a ficha: Tileta 20 anos dentro do m croondas da iTV brasileir a. Olha isso http://bit.ly/O ! CeXR

Comentário do apresent ador Marce CQC, na TV lo Tas, do Band, no di a do profes em que vári sor (15/10) os usuários do gearam pelo Twitter o ho menapersonagem professor Ti do program a Ra-tim-bum búrcio, , reprisado Brasil, que pela TV fez sucesso na década de 1990.

@realwbonner Para a minha geração, o nome do menino, Falcon, remete a aventura automaticamente.

Frase usada por boa parte dos usuários brasileiros do Twitter ao saber que o Brasil irá sediar as Olimpíadas em 2016. Ficou entre as dez mais comentadas do planeta.

dá as notícias e a @rosana O Twitter do notícia o “FATO” imprensa dá como ws ne tIn do. #Los Twitter estar notician imprensa ionado ao fato da Comentário relac ados do ntos mais coment repercutir os assu o. Twitter o tempo tod s de re-

eres] Ante corre or [Mulh d ia r C m que O @ do home to e u q brem-se clamarem ês é cachorro, lem tela. c vo , a cos atrás de e um osso s como se d s a it fe roduz fala m dos que foram a e que rep do fak reclam Deboche às mulheres que s delas. s u e o D d n atrá fosse am corre c fi e u q homens

@huckluciano Isso pq o país [Angola] está s/ guerra a apenas 7 anos. No ritmo que esta, em 10 anos, aqui vai ser o lugar mais “simpático e bacana” da África.

Comentário do apresentador Luciano Huck que visitou Luanda, no início do mês de outubro, para apresentar o Dia da Amizade, um show para mais de 30 mil pessoas em 115 países, exibido ao vivo pela Globo Internacional.

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Comentário do aprese ntador do Jornal Nacional, da TV Globo, sob re o caso do garoto do balão, exibido ao vivo pela CNN, em todo mundo.

@Cardoso Filme da Bruna Sur fistinha terá censura 16 anos? #EP ICFAIL, filme de puta sem putaria? VO LTA NELSON RODRIGUES!

Comentário a respeito do film e da ex-garota de programa Bruna Surfisti nha, estrelado pela atriz global Débora Sec co.

@tbueno Depois de “viver a vida”, a próxima da Globo se chamará “Sair Pra Fora”?

Crítica ao título redundante da novela das nove, da TV Globo, escrita por Manoel Carlos.

@HugoGloss BOM DIA vc q insiste em twittar críticas pro povo querendo causar e aparecer. Ofender virtualmente é pior q pessoalmente. Vai se tratar!! bem Em seu “bom dia” matinal sempre gostam que oas pess etou alfin ele o, humorad no ecer apar para ais de lançar indiretas virtu o twiteiro ece, conh o não quem Para er. Twitt personaficou conhecido por ser o fake do , mudou gem @christianpior e, recentemente . de nick

Crítica aos dominicais programas de auditório que insistem em repetir os mesmos quadros no ar na concorrência.

@aplusk Ghana beats Brasil? Como? [Tradução: “Gana bate Brasil? Como?”] O ator norte-americano Ashton Kutcher, que possui mais de 3 milhões de seguidores, ficou surpreso com a derrota da seleção brasileira sub-20 para Gana. O time africano derrotou o Brasil nos pênaltis por 4 a 3, na final do Mundial no Egito.

@lufecap Nossa, eu SABIA que esse #balloonboy estava em casa, hahahaha. O menino ficou no porão todo o tempo. Comentário sobre o caso do menino que teria voado de balão pelo Colorado, nos Estados Unidos. Hoje, já se sabe que os pais e alguns produtores de TV armaram o caso buscando fama imediata.

@julianasardinha No meu consultório sou mais séria que o @realwbonner apresentando o Jornal Nacional, já no Twitter...é essa festa lol

Explicação da psiquiátrica e blogueira Julian a Sardinha sobre a sua profissão e o espaço mais descontraído permitido no Twitter.

da nove@annyston Jorge [personagem na frente da la Viver a Vida] ficou peladon rs Paixão e da mãe não póóóóde?

crítico de TV EndriComentário do jornalista e e exacerbada e idad intim a re go Annyston sob o interpretaorad confusa do gêmeo mal-hum no. Sola s heu a do por Mat

sandecid arota en g A r e porque @josemay do esse escândalo to armazefez pelo chip lefone está te u e m o d o número . le e n nado

- que Fake no Twitter do ator José Mayer r a Vida, interpreta o Marcus, na novela Vive a à história stron cana ão icaç expl uma dar ao teve mais de do “Pedro, cadê meu chip?”, que em menos 1 milhão de acessos no YouTube, ana. de uma sem

z anda tão difícil no @euforasteiro A pa io l da paz virou prêm mundo que o Nobe ”. tia ase um “Miss Simpa de popularidade, qu

presidente Crítica ao Prêmio Nobel dado ao norte-americano Barack Obama.

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internacional

Por Méltsia Mendonça

Para passar à outra margem é preciso quebrar barreiras. Deixar a margem em que se está, a segurança que se tem e talvez algumas coisas em que se acredita. Não se trata de deixar por deixar, mas deixar para possuir algo a mais. Grande parte da população mundial pensa em Israel como um lugar perigoso, onde, a todo o momento, bombas explodem e terroristas atacam pessoas inocentes. Visualizam tanques de guerra nas ruas cheias de escombros, pessoas assustadas andando apressadamente e sirenes que, de repente, tocam avisando mais um ataque iminente. Este também é o retrato que a mídia mundial estampa em seus periódicos, noticiando eventos isolados e, hoje, raros, como o dia-a-dia da nação de Israel.

S

egundo dados do Ministério do Turismo de Israel no Brasil, somente no ano passado, 31 mil brasileiros visitaram Israel, um crescimento de 55% em relação a 2007. De acordo com o Cônsul geral da Embaixada Cristã em Israel, Arie Sommer, segundo dados da Embaixada Cristã, para este anos há previsão de crescimento de 45% no número de visitantes brasileiros. A porta de entrada dos turistas é a cidade de Tel Aviv. A Avenida HaYarkon, avenida da praia, possui os maiores arranha-céus da cidade. Tel Aviv é o centro de Israel para a cultura e o entretenimento. A cidade tem mais de 20 museus, sendo os mais importantes o Museu da Terra de Israel (HaAretz) e o Museu de Arte de Tel Aviv. Também é o centro nacional para a vida noturna e

o entretenimento. Tem praias para o banho e um calçadão romântico em frente ao mar. Os amantes da natureza podem visitar o jardim em Abu Kabir, o Parque HaYarkon e os Jardins Botânicos. A cidade abriga a Orquestra Filarmônica de Israel e a Companhia de Ópera Israelense, além da maioria das companhias nacionais de dança e teatros. Tantas opções de cultura e lazer se estendem pelas demais cidades que você vai conhecer a seguir.

Em 2008, 31 mil brasileiros visitaram Israel, um crescimento de 55% em relação a 2007.

ENTENDA ISRAEL

Em um breve histórico, pode-se dizer que a chamada Terra Santa, a Terra da Promissão da Bíblia, é geograficamente bem pequena, com 30 mil km², estendendo-se verticalmente do sul do Monte Líbano até o Deserto de Neguev e horizontalmente das costas do Mar Mediterrâneo até as margens do Rio Jordão, que depois de alimentar o Lago da Galiléia, deságua no Mar Morto. O Estado de Israel possui em torno de 6.9 milhões de habitantes, divididos em Judeus (80% - religiosos e laicos), Árabes (20% - Muçulmanos, Cristãos e Druzos), além dos Circassianos, os Samaritanos e pequenas comunidades Cristãs da Europa. A população de Israel é jovem (média etária é 28,3 anos), sua mortalidade infantil é baixa (5,8 mortes a cada

Fotos: Méltsia Mendonça

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Muito além das Guerras 1.000 nascimentos), e a expectativa de vida é alta (78,7 anos). Para os judeus, provavelmente os seus mais antigos habitantes, Israel é a terra dada por Deus ao Povo Eleito, tendo Jerusalém - cujo terreno original foi tomado dos filisteus pelo rei Davi - como sua eterna capital (cerca do ano 1.000 a.C.). Ela é a Terra da Promissão, o local que Deus apontou a Moisés como o lar definitivo dos judeus logo que eles conseguiram escapar do Egito. O Estado de Israel foi proclamado no dia 14 de maio de 1948, de acordo com o plano de partilha da ONU de 1947. No ano de 1948, o Mandato Britânico chegou ao fim e o Estado

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de Israel foi criado. Seus fundadores disseram na Declaração da Independência: “O Estado de Israel será aberto para imigração Judaica e para a o recebimento de exilados; patrocinará o desenvolvimento do país para o benefício de todos os seus habitantes; será baseado na liberdade, justiça e paz como imaginado pelos profetas de Israel; garantirá liberdade de religião, consciência, língua, educação e cultura; respeitará os lugares sagrados de todas as religiões; e será fiel aos princípios da Ata das Nações Unidas”. Menos de 24 horas depois, os exércitos regulares do Egito, Jordânia, Síria, Líbano e Iraque invadiram o país,

forçando Israel a defender a soberania que acabara de reconquistar em sua pátria ancestral. Nesta luta - conhecida como a Guerra de Independência de Israel - as recém-formadas Forças de Defesa de Israel (FDI), pobremente equipadas, rechaçaram os invasores em lutas ferozes e intermitentes, que se prolongaram por 15 meses, e custaram as vidas de 6 mil israelenses (quase 1% da população judaica do país na época). Nos primeiros meses de 1949, realizaram-se negociações diretas, sob os auspícios da ONU, entre Israel e cada um dos países invasores (exceto o Iraque, que se recusou a negociar com Israel como até hoje);

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internacional o resultado foi a assinatura de acordos de armistício, que refletiam as posições no final dos combates. Em conseqüência, a planície costeira, a Galiléia e todo o Neguev ficaram sob soberania israelense, a Judéia e a Samaria (a Margem Ocidental) ficaram sob o domínio da Jordânia e a Faixa de Gaza, sob administração egípcia; a cidade de Jerusalém ficou dividida, cabendo à Jordânia o controle da parte oriental, inclusive a Cidade Velha, e a Israel, o setor ocidental da cidade.

Idiomas

Os idiomas oficiais de Israel são o hebraico e o Árabe. O Inglês é o idioma principal para o propósito de relações externas. A maioria dos Israelenses fala Inglês, e a maioria das placas de rua e de sinalização também é em Inglês. O idioma mais comum é o Hebraico, que é falado por seis milhões de pessoas. Em seguida vem o Árabe, que é falado por mais de um milhão de pessoas.

A Economia Israelense

A economia israelense é parte capitalista e parte socialista. O comércio em geral é capitalista. Muito se importa e exporta. Os bancos emprestam dinheiro com bastante facilidade para quem trabalha. Os israelenses compram muito, vivem bem e viajam pelo menos uma vez por ano para o exterior. A maioria dos israelenses tem casa própria comprada com o empréstimo de banco particular ou do próprio governo. O metro quadrado mais caro de Israel se localiza em Tel Aviv. Em segundo lugar, vem Jerusalém. Últimos investimentos alternativos tem sido a dessalinização da água do mar. Por ser ainda um método caro para obtenção de água potável, ainda não é utilizado em larga escala dentro do país, mas já existem cidades israelenses à beira do Mar Mediterrâneo que o utilizam. Em matéria de energia elétrica para aquecimento de água em casas ou apartamentos, durante quase o ano todo se utiliza energia solar (só

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não há sol quente nos três meses de inverno). A escassez sempre foi comum. As poucas áreas agrícolas existentes, devido à raridade das chuvas, permitiam uma modesta colheita de grãos que nunca se caracterizaram pela abundância ou pela prodigalidade. As áreas pedregosas, por sua vez, bem mais elevadas, foram usadas ao longo da história para a criação de cabritos e ovelhas. Se a região, sob o ponto de vista econômico, material, foi sempre modestíssima, não tendo minas de ouro ou de mármore, nem sequer poços de petróleo, o mesmo não se aplica ao que ela representou na imaginação religiosa e sobrenatural dos homens. Não há, nem nunca houve, em mais de cinco mil anos de história, um território tão disputado e tão conflagrado como a área do antigo Reino de Israel.

Visto

Não é necessário o visto para entrar em Israel. Todos os visitantes devem ter um passaporte válido por, pelo menos, seis meses da data de entrada no país. Pessoas sem nacionalidade

devem ter um certificado de transição válido, além do visto para voltar ao país que o emitiu.

As oliveiras.

A oliveira é uma árvore comum para a região, pois o clima é muito árido, com chuvas entre o mês de dezembro a marco. Este clima é o necessário para a sua sobrevivência, o que é raro em outros lugares do mundo. A fruta dada por ela é a azeitona, da qual é feito o azeite, que se usa para muitos propósitos. A oliveira é uma árvore forte, que pode viver milhares de anos e sobreviver ao fogo, às inundações e às secas. Biblicamente, é citada mais de 50 vezes. Depois do dilúvio, a pomba trouxe a Noé um ramo de oliveira. Para o povo de Israel, o ramo da oliveira significa paz, progresso e como sobreviver em uma terra tão difícil.

As oliveiras do Jardim do Getsêmani, que têm mais de dois mil anos de existência.

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FÉRIAS NO PARAÍSO SAGRADO Israel possui muitos locais para passar as férias que oferecem uma grande variedade de lazer e atividades esportivas. Você pode andar entre tesouros históricos e arqueólogicos sagrados, vaguear entre fascinantes formações geológicas, ou dar uma volta através dos locais e panoramas sem igual da natureza. As escolhas de recreação são praticamente ilimitadas. As acomodações variam desde hotéis de luxo, que oferecem todas as comodidades, até os rústicos acampamentos para amantes de natureza. SEGURANÇA - Israel é um país muito seguro para se visitar e excursionar. Em 2008, três milhões de turistas visitaram Israel, um recorde, e todos os três milhões voltaram para casa sãos e salvos. A passagem para as duas principais cidades turísticas na Autoridade Palestina, Belém e Jericó, é feita de forma direta, sem precisar de autorização prévia. CLIMA - Israel tem verões longos, quentes e secos (Abril-Outubro) e geralmente invernos suaves (Novembro-Março) com um clima um pouco mais seco e frio nas regiões montanhosas, como Jerusalém e Zefat. As chuvas são relativamente fortes no norte e no centro do país, muito menos no Negev ao norte, e quase inexistente nas áreas do sul. As condições regionais podem variar consideravelmente, com verões úmidos e invernos suaves na costa, verões secos e invernos moderadamente frios nas regiões montanhosas, verões quentes e secos e invernos agradáveis no Vale do Jordão, e condições semidesérticas o ano todo no Negev.

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TEL AVIV - Primeira cidade hebraica dos tempos modernos foi fundada em 1909 como um subúrbio de Jaffa, uma das mais antigas cidades do mundo. A área em torno do antigo porto de Jaffa, com sua aparência medieval, tornou-se uma colônia de artistas e um centro turístico, com galerias, restaurantes e clubes noturnos. É também um centro de transportes e o maior centro de turismo da nação. De fácil acesso para todos os pontos de interesse do país, é servida por uma linha férrea com conexões para Jerusalém, Haifa e Beersheva e uma extensa linha de ônibus operando para fora da cidade. Tel Aviv e Israel estão conectados com o resto do mundo através do Aeroporto Internacional Ben Gurion, em Lod.

EILAT - Localizada no extremo sul de Israel, banhada pelo Mar Vermelho, oferece aventuras infinitas. O Observatório Submarino e barcos com fundo de vidro possibilitam àqueles que não querem se molhar, a estupenda visão dos corais e de uma das mais ricas vidas marinhas do mundo. A temperatura da água, 21ºC no inverno e 25ºC no verão, é um convite ao banho. Nos arredores de Eilat, podese desfrutar das maravilhas do deserto em passeios de camelo ou mountain bike, em carros refrigerados ou jeeps. No Parque Nacional Vale de Timna, tem-se as famosas Minas do Rei Salomão, o Red Canyon, formações rochosas raras, algumas com marcas deixadas por antigos viajantes na “rota das especiarias”.

HAIFA - Cidade do Carmel Com aproximadamente 250 mil habitantes, é o maior porto de Israel e um importante centro industrial e comercial. A cidade foi construída em três níveis topográficos: a cidade baixa, o nível intermediário e o nível mais elevado, que consiste de bairros modernos em rápida expansão, com ruas arborizadas, parques e bosques de pinheiros, que contemplam a zona industrial e as praias da ampla baía.

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internacional NAZARÉ - O local aonde José e Maria viveram Sinos ecoam das torres das igrejas. Padres com suas vestes religiosas e crianças brincando ao lado de peregrinos de todos os lugares do mundo. Aroma de café fresco, temperos exóticos e pão quente saído do forno, perfumam o ar do colorido mercado aberto. E elevando os olhos acima dos telhados de cerâmica vermelha das casas e minaretes, o impressionante telhado da Basílica da Anunciação domina de todos os ângulos. Aninhada pelo abraço protetor dos montes, na Galiléia, aquela que foi tempos atrás uma minúscula vila, é hoje moradia para cerca de 60 mil habitantes - a maior cidade árabe em Israel - com igrejas, conventos e monastérios preservando e testemunhando os antigos locais. Quando flores selvagens enfeitam os morros na primavera, as pessoas podem ver os lírios do vale e rapidamente imaginar a beleza da antiga paisagem. Desta forma, tanto os minaretes das mesquitas quanto as torres das igrejas despontam juntas no horizonte de Nazaré, espalhando uma mensagem de paz para toda a humanidade.

MAR MORTO - Descendo de Jerusalém até o Mar Morto, viaja-se por um terreno completamente diferente. Em menos de meia hora chega-se ao ponto mais baixo da Terra, 400m abaixo do nível do mar, ao sul do Vale do Jordão. Há três mil anos são conhecidas as qualidades terapêuticas das águas do Mar Morto e das fontes naturais da circunvizinhança. Em qualquer época do ano é grande o número de turistas que vêm gozar o ar livre de pólen, formado pela alta pressão atmosférica e a irradiação solar filtrada. Hotéis modernos, locais desérticos para passeio, shopping, salões de beleza formam um verdadeiro recanto para lazer, tratamento cosmético e de embelezamento ou convalescença. Aproveite tudo o que o local oferece: flutue sobre as águas, mergulhe nas piscinas sulfurosas; esfregue em seu corpo as lamas pretas naturais; visite os oásis, quedas d’água, cavernas e os locais históricos da região; suba de teleférico para Massada, onde se localizava o palácio de Herodes - este local tornou-se o símbolo do heroísmo judaico na revolta contra os romanos; visite a reserva natural de Ein Guedi, com seus exemplares únicos da flora e da fauna da região; passe um Caverna ondes foram encontrados os manuscritos do Mar Morto

dia de aventuras no deserto da Judéia, escalando os escarpados penhascos; não deixe de visitar Qumeran, a colônia essênia, em cujas cavernas estiveram ocultos, durante dois mil anos, os pergaminhos do Mar Morto.

RUA DOUTOR OSVALDO ARANHA - Esta é uma homenagem do Estado de Israel ao estadista doutor Osvaldo Aranha. Um brasileiro que foi Presidente da Assembléia Geral da ONU e teve papel fundamental na aprovação da resolução 181, que tratava da partilha da Palestina. Esta partilha caçou o mandato britânico para colonizar a Terra Santa e significou para o povo árabe e judeu um elo histórico da mais alta importância, permitindo a eles terem seus respectivos estados. Nã época foram criados dois estados, um estado judeu e um estado palestino, mas os árabes rejeitaram a partilha e invadiram Israel.

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ROSH HANIKRÁ - é uma das mais agradáveis surpresas turísticas de Israel, visitada diariamente por centenas de turistas. Conhecida por suas belas cavernas, formadas pela ação do mar nas rochas, que podem ser alcançadas através de um teleférico, revelando uma vista belíssima. O local inclui ainda um restaurante em forma de barco e uma loja de souvenirs. ECOLOGIA - Os penhascos e a beira-mar são uma reserva natural de flora e fauna. Na vertente dos penhascos, arbustos crescem como bonsai devido à ação dos ventos. Lá, florescem as mais diversas espécies de flores, em todas as estações do ano. Morcegos, andorinhas e pombos da rocha se protegem em suas escuras e aconchegantes cavernas. Caravanas de gaivotas voam para seus ninhos há uma milha a oeste. Aqui podem ser observadas diversas espécies de pássaros marinhos europeus. A profundidade rochosa do mar oferece um meio-ambiente amigável para os peixes e mergulhadores do Mediterrâneo. O mais atraente destes visitantes é a tartaruga, que escolheu esta área para acasalamento e as areias ásperas para colocar seus ovos no verão. BELÉM - Localizada cerca de cinco quilômetros ao sul de Jerusalém, a bíblica cidade de Belém é mais conhecida na tradição judaica por causa do Rei David, e na tradição cristã como o local do nascimento de Jesus. A atual Basílica é a mais antiga igreja consagrada do mundo. Ela foi construída pelo imperador bizantino Justiniano (527-565). A população da cidade é de cerca de 50 mil habitantes, dos quais se estima que 40% sejam cristãos.

CAFARNAUM - O sítio da antiga aldeia de pescadores Cafarnaum, situase na costa noroeste do Lago Kineret (o Mar da Galiléia). O vilarejo é mencionado pela primeira vez no Novo Testamento, onde figura de forma proeminente nas narrativas do Evangelho, como o lugar onde Jesus viveu durante grande parte de seu ministério na Galiléia.

Mercado Árabe

Vista Panorâmica de Jafa

CESAREIA - Localiza-se na costa do Mediterrâneo, no meio do caminho entre Tel Aviv e Haifa. As escavações arqueológicas durante as décadas de 50 e 60 revelaram remanescentes de muitos períodos e, particularmente, o complexo de fortificações da cidade cruzada e o teatro romano. Durante os últimos 20 anos, importantes escavações realizadas por numerosas expedições de Israel e do exterior expuseram impressionantes vestígios da grandiosidade esquecida da cidade romana. A Cesaréia é um majestoso sítio arqueológico, aberto ao público. Pode-se visitar o teatro do período romano, o palácio do Rei Herodes, o anfiteatro e muito mais. Pode-se também atravessar o fosso, entrar na cidade cruzada restaurada e contemplar o porto de cima do pódio.

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internacional JERUSALÉM - A IGREJA NÉA E O CARDO - Durante o período bizantino (séculos IV-VII), Jerusalém foi uma cidade cristã, com muitas igrejas. A mais importante era a Basílica do Santo Sepulcro, sobre o sítio onde, segundo a tradição, ocorrera a crucificação e o sepultamento de Jesus, e que fora construída por Constantino, o Grande, no início do século IV. Também havia a imponente Igreja Néa, construída pelo imperador Justiniano nos meados do século VI, apogeu da era cristã de Jerusalém. O mais importante testemunho sobre a Jerusalém bizantina, porém, é o famoso mapa de Madaba, um mosaico colorido, que mostra em detalhes as muralhas, os portões, as ruas principais e as igrejas da cidade.

Cardo, entrada da Igreja Néa Jardins do Castelo do Rei Davi

O MURO DAS LAMENTAÇÕES - Este muro é como uma sinagoga bem grande, aonde todos vêm para rezar e estar em contato direto com Deus. Entre as pedras têm muitos papéis, muitas cartas, pedidos, orações e muitas pessoas que não podem vir pessoalmente em Jerusalém, mandam com amigos ou parentes pedidos a Deus. Segundo a tradição, Deus escuta e aceita os pedidos de pessoas do mundo inteiro. Não somente dos judeus, mas todos aqueles que querem se comunicar com Deus têm aqui em Israel, em Jerusalém, um lugar para isto.

ALIMENTAÇÃO – A comida em Israel é tão diversificada quanto à sua população. A “cozinha Israelense” é um conceito que envolve muitas tradições culinárias e matérias-primas locais e a corrida mundial atrás da dieta e cultura alimentar da região Mediterrânea podem ser sentidas aqui. Nos últimos anos, prósperas indústrias de vinho de qualidade desenvolveram-se junto com fabricantes de azeite e alguns pequenos laticínios, que produzem queijos de vaca e de cabra no estilo Francês. Os peixes e os frutos do mar começaram também a fazer parte da maioria dos menus de restaurantes locais, sendo apropriado a um país situado às margens do Mar Mediterrâneo. os alimentos mais populares são o Falafel (feito de bolinhas fritas de grão de bico e algumas especiarias). Shawarma (prato compartilhado pelas cozinhas Árabe,Turca e Grega, é a carne (carneiro ou peru) grelhada lentamente em um espeto giratório. A camada exterior da carne é retirada e servida no pão de pita ou no lafa, aonde as verduras e legumes frescos, o tehina, o humus e as batatas chips são adicionados). Humus (é um alimento árabe feito de grão-de-bico, cozido e esmagado em um purê junto com tehina cru (pasta de gergelim). É servido geralmente com azeite, temperos e salsinha. Café da Manhã (Esteja pronto para um rico e variado buffet que o deixará satisfeito por horas. A maioria dos hotéis serve uma ampla variedade de legumes, verduras, saladas, queijos, ovos preparados de todas as maneiras possíveis, peixe, pão, frutas, iogurtes, bolos, manteiga e geléia, juntamente com café ou uma bebida gelada, sobremesas e muito mais). Uma refeição típica - Sopa de lentilhas, sata (que é uma mistura de azeite de oliva e ervas), azeitonas, coalhada, humus, legumes e frutas típicas da região e o delicioso pão, que é preparado com azeite, farinha e água, sem fermento. Fotos: Méltsia Mendonça

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Por Cristopher Kennedy

Tudo Numa Coisa Só!!! R

ock? Samba? Circo? Geralmente os que ainda não conhecem “O Teatro Mágico” ficam com essa dúvida. Compartilhando música, teatro, poesia e muita energia com o público, a banda leva aos palcos um tipo de sarau circense (um lugar onde se possa compartilhar música, poesia, informação, dança etc). Foi com essa idéia de levar aos palcos a estrutura de um sarau, que surgiu O Teatro Mágico. Liderado pelo vocalista Fernando Anitelli, o grupo vem, ao longo de seis anos, adquirindo um músico aqui, um trapezista ali e, em pouco tempo, estava formada a Trupe. Com a cara pintada, os vários tipos de artistas se reúnem no palco ou em debates por todo o Brasil, sempre acompanhados por um público considerável, que se encanta a cada apresentação. As canções sempre adotam o gênero lírico, expondo os vários personagens que encenam o dia-a-dia, e abordam em verso, voz e prática, questões sociais. Em cena, Anitelli revela uma expressão cênica incrível, seja declamando versos, cantando ou fazendo performances. "Quando estou no palco, faço questão de frisar que aquele ali sou eu, não é um palhaço ou outro personagem qualquer. O Teatro Mágico torna possível que cada um se mostre como é. Que cada verdade interna seja revelada. Essa é a grande brincadeira, "ser o que se é, afinal, todos somos raros e temos que ter consciência disso" destaca. E assim, Anitelli vai traçando um paralelo entre o real e o imaginário, enquanto o público, aos poucos, vai entrando na mesma freqüência sinestésica marcada pelo ritmo do espetáculo. No final, palco e platéia se fundem e cada um dos presentes vai descobrindo a delícia de se permitir ser um pouco mais de si mesmo.

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Fotos do show que aconteceu dia 17/10 no Music Hall em BH

Entrevista com Galdino Santana (violino e bandolin) Vox Objetiva - Quais são as maiores dificuldades que vocês encontram? Galdino - Assim como a gente tem o apoio do público, a maior dificuldade é chegar até ele. Quando a gente consegue encontrar o público, esse passa a ser um apoiador. Por exemplo, entrar na mídia, na televisão, no rádio é uma grande dificuldade pois eles cobram o “Jabá”, que é um valor exacerbado. Não tem como um artista autônomo que faz e divulga o próprio CD, monta o próprio espetáculo e vai atrás dos lugares para apresentar, custear isso. Essa é a grande dificuldade. Toda a cadeia produtiva da música, que já é meio viciada por causa dos “Jabás” e da estrutura da grande indústria musical compromete quem não está dentro dela. Por sorte, encontramos a Internet nesse caminho, que começou a crescer e virar uma realidade que está mudando o cenário não só da música, mas da arte em geral. Então, entramos de cara nos sites de relacionamento e por meio deles, a gente encontrou o público. A maior dificuldade de quem faz arte é encontrar o público. Nós estamos encontrando e mantendo contato com ele por meio da Internet.

Vox - Qual é o incentivo que você dá para pessoas que sonham em um dia desenvolver um trabalho independente e autônomo como é o Teatro Mágico? Galdino – Primeiramente, a pessoa deve passar um bom tempo gestando, elaborando o projeto e juntando uma graninha para começar, porque deve haver um investimento. Você tem que reservar um fundo e ir buscando os apoios que os meios públicos tem, as instituições do governo e tal. Outra coisa é ser bem organizado e extremamente verdadeiro com o que a pessoa gosta, principalmente no meio artístico. Por exemplo, a pessoa gosta de pagode e quer gravar jazz porque é legal. Se você gosta de pagode, faça o seu melhor no pagode. Deve ser autêntico no que acredita. Vox - As músicas que vocês compõem tem uma característica psicológica muito forte, que falam sempre do sentimento, da emoção e do comportamento humano. De onde vem a inspiração para isso? Galdino – A fonte inspiradora é a própria vida. A cada situação, na relação que a gente tem com a vida, com as pessoas, com a política, com o mundo, enfim, a inspiração do artista tem que ser o real e o irreal dentro do real. V

Álbuns da Trupe

Fernando Anitelli apresenta O Teatro Mágico Entrada Para Raros

Fernando Anitelli apresenta O Teatro Mágico Segundo Ato

Fotos: Raphael Garcia, Danny Rios, Vinicius Campos. Todas as músicas estão disponíveis para baixar no site: www.oteatromagico.mus.br

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vox cultural

Por Wander Veroni

No escurinho do cinema FILME: A SAGA CREPÚSCULO: LUA NOVA (THE TWILIGHT SAGA: NEW MOON - EUA 2009) Trata-se de um dos filmes mais esperados dos fãs da série vampiresca criada por Stephenie Meyer. Nesta segunda parte, a trama começa após Bella se recuperar do ataque de um vampiro que quase tirou a sua vida. Ela pensa em comemorar seu aniversário com Edward e sua família. Porém, após um incidente durante a festa, quando Bella derrama uma gota de sangue, Edward decide deixar a cidade de Forks para o bem de sua amada. Inconsolável, Bella estreita seus laços de amizade com Jacob Black, sem imaginar que um perigo ainda maior a aguarda. Uma curiosidade é que a Summit Entertainment demitiu a diretora do primeiro filme, Catherine Hardwicke, alegando divergências no modo de condução da história original. Para Lua Nova, foi convocado o diretor Chris Weitz. No elenco principal estão Kristen Stewart, Robert Pattinson, Taylor Lautner e Dakota Fanning. Estréia dia 20 de novembro nos cinemas brasileiros.

FILME: DO COMEÇO AO FIM (BRASIL - 2009) Incesto, homossexualidade e amor são os principais ingredientes dessa trama, que já obteve mais de 1 milhão de acessos no YouTube, apenas com o trailer e um breve trecho de quatro minutos. Com estréia prevista para 13 de novembro, o filme conta a história de dois irmãos - Francisco e Thomas, que sofrem angústia e preconceito ao viver um amor proibido. Com uma narrativa particular, o filme pretende contar a história de um amor incondicional como uma possibilidade e contraponto para um mundo cheio de violência, medo e intolerância. No elenco, nomes conhecidos do grande público como Fábio Assunção, Jean Pierre Noher, Júlia Lemmertz, Louise Cardoso, Mausi Martínez, Rafael Cardoso, João Gabriel Vasconcellos e Gabriel Kaufmann. A direção fica por conta de Aluizio Abranches, que dirigiu os filmes “Um copo de cólera” e “As Três Marias”.

Palcos & Aplausos

PEÇA TEATRAL - QUEM CASA QUER CASA Inspirado na obra de Martins Pena, o espetáculo conta a história de uma família que é surpreendida pelo pedido de casamento da filha por dois pretendentes. O pai, um protetor à moda antiga, a mãe uma negociadora, e a filha, uma rebelde sem causa, passam a viver um divertido conflito de relacionamentos entre a sedução física e financeira dos futuros genros. A peça fica em cartaz nos dias 29/10 a 02/11, de 04/11 a 08/11 e de 14/11 e 15/11. Mas atenção: nos dias 14 e 15/11, a apresentação será na Sala Juvenal Dias, no Palácio das Artes. Já as demais apresentações serão no Teatro João Ceschiatti Palácio das Artes, Av. Afonso Pena, 1537, centro. Horário: Quarta a sábado às 21h (dia 2 às 20h) / domingo às 20h 14/10 às 21h e 15/10 às 20h. Classificação Etária: 12 anos. Valor: R$ 24 (inteira); R$ 12 (meia). Duração: 1h10. Informações: 3236-7400

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SHOW INTERNACIONAL FAITH NO MORE O Faith No More, retorna aos palcos e apresenta a nova turnê “The Second Coming”, pela primeira vez na capital mineira. Pioneira na arte de misturar funk, hard, rock, metal e rap, a banda anunciou o retorno em fevereiro deste ano, e iniciou sua turnê com shows pela Europa. A formação atual, que traz no vocal Mike Patton, conta com Jon Hudson, na guitarra, Mike Bordin, na bateria, Roddy Bottum, nos teclados, e Bill Gould, no baixo. O show será realizado em 8 de novembro, no Chevrolet Hall, encerrando sua passagem pelo Brasil. Ingressos a partir de R$ 140. Informações pelo telefone (31) 3209-8989.

Para informações sobre eventos e a programação cultural da capital mineira consulte os sites Guia Entrada Franca (http://guiaentradafranca.com.br/) – especializado na divulgação de eventos gratuitos ou de preços populares, e no BH Eventos (http://bheventos.com.br) – que repercute todos os tipos de eventos de Belo Horizonte.

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Comer Bem RESTAURANTE VILLE DU CHEF Localizado em uma casa no estilo da década de 1940, o restaurante apresenta receitas – sob o comando do Chef Wladimir Dias, que misturam influências venezianas, francesas e catalãs acompanhadas de uma carta de vinhos variada e de alta qualidade. O chef Wladimir possui um vasto currículo internacional. Ele já cozinhou no restaurante do conceituado hotel Vila Joya, na costa sul de Portugal, considerado pelo Guia Michellan o melhor do país e foi o primeiro brasileiro a trabalhar no restaurante do Louvre, em Paris. O Ville Du Chef possui capacidade para 60 pessoas, manobrista e área para fumantes. O estabelecimento funciona para almoço aos domingos, do meio-dia às 17h e jantar, de segunda-feira à sábado, a partir das 19h30 até o último cliente. Endereço: Rua Alvarenga Peixoto, 900. Lourdes - Belo Horizonte (MG). Informações pelo telefone: (31) 3337-2042.

VITROLA CAFÉ Inaugurado em 2005, o espaço é decorado com vitrolas antigas, gramofones e possui música ambiente instrumental, clássica e jazz. No café, tudo remete à música, inclusive nos painéis e pôsteres dispostos na parede. O Vitrola Café serve café da manhã, brunch, almoço a La carte, lanches e jantar com cardápio variado, voltado para atrair um público sofisticado e de alto poder aquisitivo. O local é freqüentado por executivos, intelectuais, universitários e pessoas que costumam andar com laptop a tiracolo, pois a Casa oferece sistema wireless, de Internet sem fio. Destaque também para os variados tipos de café. Endereço: Rua Tomé de Souza, 1081. Savassi, Belo Horizonte (MG). Informações: (31) 3227-2138.

Mente Aberta LIVRO: MENTES PERIGOSAS - O PSICOPATA MORA AO LADO O que é um psicopata? Será que é apenas aquele vilão da novela ou eles podem estar entre nós? No senso comum, as pessoas acreditam que o psicopata é um sujeito com cara de mau, truculento, de aparência descuidada, pinta de assassino e desvios comportamentais tão óbvios que poderíamos reconhecê-lo sem pestanejar. Ledo engano! Para os desavisados, reconhecê-los é uma tarefa complicada, pois eles são ótimos atores e representam muito bem. Foi pensando nisso que a médica psiquiatra Ana Beatriz B. Silva criou o livro “Mentes Perigosas”, para ajudar a sociedade a entender um pouco a cabeça dessas pessoas frias, manipuladoras e transgressoras de regras sociais. Por não possuir sentimento de compaixão ou culpa, um psicopata pode arruinar empresas e famílias, provocar intrigas e destruir sonhos, mas não matam. E, exatamente por isso, permanecem por muito tempo sem serem descobertos ou diagnosticados. Por serem charmosos, eloqüentes, “inteligentes” e sedutores, costumam não levantar a menor suspeita de quem realmente são. 210 páginas. Preço: R$ 25,90.

EXPOSIÇÃO MULHERES REAIS: MODAS + MODOS NO RIO DE D. JOÃO VI Historiadores e amantes da moda estão mais do que convidados para essa exposição, que conta a história da cultura brasileira do período imperial por meio das vestimentas. Entre 9 de outubro e 22 de novembro, a Galeria Alberto da Veiga Guignard, no Palácio das Artes, recebe a exposição Mulheres Reais – modas + modos no Rio de Dom João VI. Dividida em vários módulos, a mostra dá um panorama da época, tratando desde o figurino de importantes nomes da realeza, como D. Maria I, Carlota Joaquina e Leopoldina, até as vestimentas usadas por suas mucamas. A entrada é franca. Horário: segunda-feira, de 18h às 21h / terça-feira a sábado, de 9h30 às 21h e domingo, das 16h ás 21h. Informações: (31) 3236-7400.

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DVD – FERNANDA TAKAI LUZ NEGRA: AO VIVO. Batizado de Luz Negra, o DVD da mineira Fernanda Takai vai muito além do repertório do álbum “Onde Brilhem os Olhos Seus”, no qual ela cantou sucesso de Nara Leão. A cantora incluiu no setlist canções que sempre quis interpretar e com as quais tem ligações afetivas. Dirigido por Eduardo Zunza e Daniel Veloso, com produção musical de John Ulhoa, “Luz Negra” é um espetáculo, gravado no Teatro Municipal de Nova Lima, e contém clipes, cenas de estrada, bastidores e mini-documentário da turnê. Gravadora: Microservice. Preço: R$ 29,90

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Por Méltsia Mendonça

Elas é quem mandam. S

ecretária: os primeiros registros da profissão datam dos tempos dos faraós no Egito, onde era exercida pelo sexo masculino, na figura dos escribas. Com a Revolução Industrial, a função de “secretário” voltou a aparecer. Mas após as duas guerras mundiais, por falta de mão-de-obra masculina, as mulheres começaram a atuar nessa área, tanto na Europa como nos Estados Unidos. No Brasil, a mulher surgiu como secretária na década de 50. Nessa mesma época, houve a implantação de cursos voltados para a área, como por exemplo, datilografia e técnico em secretariado. Nas décadas de 60 e 70, ocorreu a maior expansão da função, mas somente a partir dos anos 80, a categoria conseguiu a regulamentação da profissão. Com o objetivo de homenagear essas profissionais tão importantes no dia-a-dia das empresas, e também promover a confraternização e interação entre elas, o Sindicato da Indústria Mineral do Estado de Minas Gerais – Sindiextra realizou, no último dia oito, o 6º Jantar das Secretárias. Patrocinado pela FIDENS Engenharia, o evento aconteceu no restaurante Parrilla Del Patio, na Savassi, e contou com cerca de 138 secretárias de grandes empresas do segmento, organizações não governamentais e governamentais e instituições. Com muita música, excelente comida e bebida e distribuição de prêmios e brindes exclusivos, os convidados puderam desfrutar de momentos de descontração e diversão. “O objetivo é homenagear as secretárias, possibilitando momentos de confraternização e integração entre elas, que compartilham o mesmo trabalho e são tão importantes para suas empresas”, declara José Fernando Coura, presidente do Sindiextra. O Sindiextra foi fundado em 22

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de agosto de 1991, com o objetivo de representar e defender a indústria mineral, contribuindo efetivamente para sua competitividade, seu desenvolvimento sustentado e das comunidades que estejam inseridas, exercendo um importante papel na defesa intransigentemente dos interesses de seus associados e da Indústria Mineira.

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Fotos: Odilon Lage

1 - José Fernando Coura e secretárias do DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral 2 - José Fernando Coura e secretárias do IGAM –Instituto Estadual de Gestão das Águas 3 - José Fernando Coura e secretárias da Fidens Engenharia S/A 4 - José Fernando Coura entrega o pacote de viagem à secretária ganhadora.

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5 - José Fernando Coura e secretárias da Secretaria de Estado de Meio-Ambiente e Desenvolvimento sustentável e Secretaria de Desenvolvimento Econômico 6 - José Fernando Coura e secretárias da ALEMG - Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais 7 - José Fernando Coura, secretário do FEMAD e secretárias da Procuradoria de Justiça de Minas Gerais 8 - José Fernando Coura e secretárias da SEPLAG - Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais 9 - José Fernando Coura e secretárias da COPASA, Revista Viver Brasil, dentre outras 10 - A Patrocinadora do evento, FIDENS, presenteou a todas as secretárias e secretários com um relógio exclusivo 11 - Representantes da Rede Record de Televisão e Revista Vox Objetiva. 12 - As secretárias do Sindiextra, da Companhia Siderúrgica Nacional, Vallourec & Mannesmann tube e FIEMG. 13 - José Fernando Coura com as secretárias da Vale. 14 - José Fernando Coura com a secretária do Sindiextra, Liliane Carrieri e sua assessora Maria Nildes

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rir faz bem, sorrir também

tava saindo: - A comida daqui é boa? - A comida é boa, mas a gelatina da sobremesa, além de ser muito forte, tem um gosto horrível...

LUTO

MARIO BRITO Humorista

CHEQUE Aquele político estava vendendo um carro usado. Na hora do pagamento o comprador pergunta: - O senhor aceita cheque? E o deputado: - Não sendo meu, eu aceito!

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CRIANcA? O vendedor bateu na porta da casa, e quem veio atender foi um garoto de uns 12 anos com um cigarro na boca, uma lata de cerveja na mão e uma revista de mulher pelada na outra. O vendedor, espantado, pergunta: - Ô menino... Sua mãe está em casa? - O que é que você acha?

HEIN? - Querido, você acredita em amor à primeira vista? - Claro! Se tivesse olhado DUAS VEZES, não teria me casado com você!

LOURA Com a crise da gripe suína, no restaurante começaram a entregar na entrada, um pote com álcool gel para os clientes desinfetarem as mãos. Uma senhora que não conhecia o restaurante, ao entrar, perguntou para uma loura que es-

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O cara senta com um amigo no bar e pergunta: - Vai tomar o quê? - Nada! - Não vai tomar nada? Por quê? - É que estou de luto! - Isso não é problema. Ô garçom, trás uma caipirinha e uma CERVEJA PRETA!

HEIN? O casal brigava, e a mulher não parava de falar, só xingando: - Vagabundo, mau caráter, incompetente, preguiçoso, mentiroso, incapaz, dorminhoco, porco... - GORDA.

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ACARAJe

Na Bahia, um cara educado comprando acarajé de uma vendedora baiana atenciosa: - Por favor, um acarajé. - Com camarão? - Sim. Por favor... - Vatapá? - Sim. Por favor... - Pimenta? - Sim... mas, por favor, sirva como se o fiofó fosse o da senhora!

MERGULHO DE SOGRA O casal sai de férias e leva a sogra. Na praia eles se preparam para um mergulho turístico, quando o instrutor diz ao marido: - Avisa a sua sogra que ela não pode mergulhar com aliança, pois as barracudas são atraídas por tudo que brilha e podem arrancar o dedo dela. Ele vai e avisa para a sogra: - Sogrinha, o instrutor pediu para a senhora tirar a aliança e pendurar

numa CORRENTINHA NO PESCOÇO!

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DIVoRCIO A mulher nervosa, gritando com o marido: - Então você quer o DIVÓRCIO por causa de uma mulher? - Sim... é! - E quem é ela? - VOCÊ!

SORTE? Chegaram 700 currículos à mesa do diretor. Ele fala para a secretaria: - Pegue os 20 que estão em cima da pilha e chame-os para entrevistas. O resto jogue no lixo. - Tá maluco? São 680 pessoas! Talvez os melhores estejam lá. - E eu preciso de gente SEM SORTE que nem essas aqui na empresa?

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INSONIA No médico, o cara desabafa: - Doutor, eu to muito mal! Faz duas noites que eu não prego o olho! Assim que eu me deito, só fico pensando em problemas. - Você só está um pouco estressado! É simples resolver isso: nunca leve seus problemas para a cama. - De que jeito, doutor? A minha mulher não dorme sozinha de maneira nenhuma!

CLONE O sujeito entra no bar, já mais pra lá do que pra cá, quando olha pra única mulher dentro do buteco. Cambaleando ele vai até lá, põe a mão na perna dela e dá um abraço. A mulher vira e dá um tapa na cara dele: - Desculpa dona. Eu pensei que fosse minha mulher. Ocê é igualzinho a ela! - Sai daqui, seu bêbado! Vagabundo, sem-vergonha, safado... - Tá vendo! Você também fala igualzinho a ela!

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O que significa ser o maior banco de crédito para a gente?

Ser ágil, experiente, descomplicado e transparente para os nossos clientes.

Para o BMG, ser o maior banco de crédito significa muito mais do que a melhor colocação em uma lista de grandes bancos. Significa entender e entregar exatamente o que o cliente precisa. Ser o maior é o reconhecimento de um trabalho que busca satisfazer dois lados: o do cliente e o do banco.

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