Viver Sports Nº 312

Page 1

www.viversports.com.br

Brasília-DF, de 26 de abril a 2 de maio de 2020 Ano IX – Nº 312 – Distribuição gratuita

A partir de 30/4/2020 é obrigatório o uso de máscara facial, caso precise sair de casa #fiqueemcasa! Foto: Viver Sports

Calçada da Fama:

o sonho de "Marreta" Aos 80 anos, Raimundo Ribeiro Campos, o Marreta, já deu uma imensa contribuição ao esporte do DF. Mas ele não se dá por realizado e busca apoio para tirar do papel o projeto que visa registrar a história de personalidades esportistas da capital federal. Páginas 2 a 5


2

Brasília-DF, de 26 de abril a 2 de maio de 2020 Foto: Viver Sports

Ícone do esporte do DF quer construir a "calçada da fama" Raimundo Ribeiro Campos, o Marreta, busca apoio para viabilizar projeto que cria um local para o registro da história de personalidades que contribuíram com o esporte da capital Kátia Sleide

Í

cone das quadras e dos campos, revelado no Distrito Federal, Raimundo Ribeiro Campos, o Marreta, completou, em 29 de fevereiro, 80 anos de idade. Com tamanha contribuição que deu ao esporte da capital federal, Marreta luta para tirar do papel a “Calçada da Fama”, projeto que pretende contar a história de personalidades que levaram o nome da capital para o Brasil e para o mundo. Nascido em Fortaleza, ainda jovem, se destacava nas nas realizadas em praias da capital cearense, mas a fama veio como massagista. Ele saiu de sua terra natal para tentar uma vida melhor na capital do Brasil. Logo que chegou aqui, conseguiu emprego no Departamento de Força e Luz (DFL). Apaixonado pelo futebol, conseguiu uma vaga como massagista no time Defelê. De lá, passou por vários clubes de Brasília e do Entorno, sendo requisitado para inúmeras seleções universitárias de Brasília, das quais disputou vários campeonatos brasileiros universitários na década de 1960.

Contudo, Marreta ganhou fama como massagista no futebol de Brasília a partir da década de 1970, quando o Ceub passou a disputar o Campeonato Brasileiro. E depois disso, passou por Sobradinho EC e Clube de Regatas Guará, dentre outras equipes do DF. Prestou seus serviços como massagista a vários clubes sociais de Brasília, como o Minas Brasília Tênis Clube, Associação dos Delegados de Polícia do DF, Associação dos Magistrados do DF e AABB, onde permaneceu por quase duas décadas.

Glórias pelo basquete do DF

O último trabalho como massagista foi no Uniceub Basquete, equipe que representou Brasília na NBB por dez anos. Marreta chegou ao clube em 2000 e permaneceu até o fim da temporada em 2017. Marreta virou um dos personagens da equipe durante as competições, pelo costume de jogar a toalha branca para cima sempre que um atleta fazia uma cesta, o que mexia com a torcida. Ele acompanhou a equipe até os últimos momentos dos jogos da NBB. > Continua na página 3

Aos 80 anos, Marreta só trava uma luta incansável para executar a "calçada da fama"

Expediente Marca Viver Sports - Registro legalmente requerido - Nº 904202852 Jornalista responsável Kátia Sleide (DRT-DF - 0007610) katiasleide@viversports.com.br katiasleide@gmail.com Projeto gráfico e diagramação Itamar Figuerêdo email: itamar@viversports.com.br Espaço do leitor leitor@viversports.com.br

Comercial comercial@viversports.com.br ShoppingClass: 4063-9950

CF/DF: 07.580.711/001-01

Circulação contato@viversports.com.br

Endereço: Centro Comercial do Cruzeiro, Bloco D20, Sala 409; Cruzeiro Velho – Brasília-DF; CEP: 70.640-543;

Sugestões de pautas contato@viversports.com.br

Site: www.viversports.com.br Fones: 3045-2606 / 98151-7287

O Viver Sports é uma publicação da KSIF Assessoria e Comunicação Ltda. CNPJ: 13.984.556/0001-01

Impressão Gráfica e Editora Brasília Agora Fone: 3344-9063

VOCÊ CONECTADO Acompanhe o jornal ViverSports no site www.viversports.com.br e nas nossas mídias sociais e mande sua sugestão de pauta, crítica ou elogio para o e-mail leitor@viversports.com.br

twitter.com/viversports

facebook.com/viversports

youtube.com/viversports

A partir do dia 30/4/2020 é obrigatório o uso da máscara facial se precisar sair de casa


3

Brasília-DF, de 26 de abril a 2 de maio de 2020

Foto: Viver Sports

Na residência, encontro de amigos e antigos esportistas da cidade

Foto: Dênio Simões

“Pelada do Marreta”: encontro de amigos Idealizador da “Pelada do Marreta”, criada em 1978, na Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB), com a finalidade de promover a confraternização entre ex-atletas, dirigentes e personalidades do futebol que passaram pelos campos de Brasília, o evento ganhou fama e passou a ser realizado em vários clubes sociais do Distrito Federal.

Porém, nos últimos anos, Marreta enfrentou muitas dificuldades para organizar a confraternização. Tanto que em 2019 ocorreu uma de suas maiores frustrações, pois não conseguiu o aporte financeiro necessário para manter o evento no calendário da cidade e, pela primeira vez, desde 1978, a Pelada do Marreta deixou de ser realizada.

Calçada da Fama: sonho a ser realizado Embora tenha ficado bastante chateado por não ter conseguido realizar a “Pelada do Marreta” em 2019, o massagista mantém-se firme em seus propósitos. E, para 2020, vai unir forças para tirar do papel um projeto que julga ser de extrema importância para Brasília: a “Calçada da Fama”. Segundo ele, seria uma forma de contar a história de várias personalidades do esporte que tanto contribuíram com o crescimento e fortalecimento do setor, seja para Brasília ou mesmo em níveis nacional e internacional. Marreta sonha ver o nome e a história de inúmeros desportistas de Brasília em destaque, em um local onde todos possam saber quem foram essas pessoas, o que elas

fizeram pelo esporte da capital e do Brasil e para que essas histórias sirvam de exemplo e incentivo para as próximas gerações. Há mais de dez anos Marreta luta junto ao poder público (Executivo e Legislativo) para viabilizar esse projeto. “Antes mesmo de pensarem em construir esse novo estádio, já tinha esse projeto. Eu busquei junto ao governador da época para que ele me ajudasse e a resposta que obtive é que iriam construir o estádio e que seria feita a Calçada da Fama, mas nunca saiu do papel”, conta Marreta. Ele destaca os vários pontos negativos em torno do superfaturamento da construção do Estádio Mané Garrincha, para a Copa de 2014, e fica indignado com o pouco caso. “Já iam fazer uma grande obra,

As paredes contam a história desse e de outros ícones do esporte

então, não consegui entender por que não viabilizar o projeto na construção”. A esposa de Marreta, Leidy, também se indigna com a falta de vontade política para dar o apoio necessário ao projeto. “Marreta vem lutando há anos com esse projeto. Cada governador que passa promete e nada acontece. Promete hoje e esquece amanhã. Teve um aí que prometeu mundos e fundos e nada. Inclusive até a pelada desse ano não teve por falta de verba. É desse jeito: todo ano é só na promessa. Ele tem uma ideia muito boa, mas se fosse realizada seria melhor ainda, mas recurso que é bom não chega”, desabafa.

Marreta afirma que não vai desistir e que pretende, neste ano, continuar lutando para viabilizar o projeto. “Eu tenho sofrido muito com tudo isso e me chateia a falta de vontade dos nossos gestores púbicos. Estou pedindo apoio para fazer uma passarela da fama do esporte no DF. Temos muitos nomes aqui que contribuíram e contribuem para o crescimento da capital, como o zagueiro Lúcio, o Kaká, a Leila, o Raimundinho, Joaquim Cruz e tantos outros inúmeros nomes. Somente isso que quero. Não vejo dificuldade, falta apenas vontade política”, comenta, chateado, o massagista Marreta. > Continua nas páginas 4 e 5


4

Brasília-DF, de 26 de abril a 2 de maio de 2020

Continuação das páginas 2 e 3

Marreta tem o apoio de amigos e vários esportistas da cidade

Foto: Viver Sports

Todos concordam que o projeto é importante para valorizar os personagens que escrevem a história da capital no cenário nacional e mundial Kátia Sleide

A

s dificuldades são muitas, porém Marreta tem o apoio de muitos amigos que, assim como ele, consideram o projeto de extrema importância para a cidade, uma vez que trata-se de registro da história de pessoas importantes para o cenário esportivo da capital e que se não houver a devida atenção, passarão despercebidos na história daqui a poucos anos. O apoio vem de várias pessoas que, não necessariamente, são ligadas ao esporte, mas que sabem da importância do esporte como ferramenta social, assim como também se orgulham da história de Marreta e de tudo que ele já fez pelo esporte do Distrito Federal. Maria Damas é uma delas. Enfermeira aposentada e amiga do casal há anos, ela fala da importância do projeto: “O projeto do Marreta é importante para que as pessoas possam ter sua história contada e registrada. Olha a história do Marreta, é linda a história dele”.

Atleta paralímpica

Aparecida Magalhães também concorda. Especialista em recursos humano, mentora de vida e carreira profissional, também é atleta paralímpica de dança em cadeira de rodas, uma modalidade do atletismo, e também é arremessadora de peso. “Tive a oportunidade, em tão pouco tempo, conhecer essa galera que eu me apaixonei. A história do Sr. Marreta, realmente, relata algo bem vivenciado, aquilo que queremos deixar para a história, deixar registrado e vivenciar esse momento aqui com ele é muito grandioso”.

Maria Damas, Aparecida Magalhães, Marco António e Sandra Reis sonham ver a "calçada da fama", projeto de Marreta, sair do papel

Cida Magalhães, moradora de Sobradinho, conta que é medalhista de ouro e faz parte da dança contemporânea. “Recentemente, fui escolhida como artista da cidade. Isso me honrou bastante. Ver as minhas fotos estampadas em uma galeria de arte da cidade. Eu, uma mera criatura, é muito positivo, porque isso realmente alimenta os sonhos de outras pessoas” Para a atleta paralímpica, é importante poder contar sua história e alimentar sonhos. “Através disso, dos meus desafios, hoje, sou palestrante motivacional, conto um pouco da minha história de desafio como atleta, de pessoa com deficiência, de profissional, de esposa, dos meus trabalhos sociais que realizo”, destaca Cida. A dançarina acredita que contribuir com esse projeto do Marreta é muito gratificante e enriquecedor. “Contribuir com ele é ficha, porque ele tem muito para me contar e eu tenho muito a aprender com ele, principalmente na

perseverança. A cada recorte de jornal que vejo sobre ele, eu me emociono, porque é uma história que vivo. Recortes que guardo na minha memória e que sou criticada por um monte de gente, que sempre se manifesta: ‘ você, logo você... desista disso’. Mas eu não posso desistir do meu sonho, porque será através dele que vou alimentar meu filho, meu neto, uma pessoa que está à minha volta”. Cida se orgulha da própria história e também enaltece a história do massagista: “Eu subo em palcos e mostro para as pessoas que elas podem dançar do jeito delas. A mesma coisa é com o seu Marreta. A história dele é muito linda, com o pouco tempo que o conheço eu impactei e quero, sim, contribuir com esse projeto para que ele deixe um legado para nossa cidade, independentemente de governo, independentemente de qualquer coisa, a gente tem de deixar história. No mundo em que a gente vive hoje em dia, as pessoas precisam ouvir histórias como a minha, como a dele, como a do outro,

para se inspirarem para conseguir algo, porque a gente sabe que as pessoas estão caindo no mar da depressão”, conclui Cida.

União

Marcos Antônio, também morador de Sobradinho, há 54 anos, aposta no projeto da Calçada da Fama. Motovelocista e envolvido com o MotoCross, Marcos é um amante do esporte. Conheceu o Marreta por meio dos jornais. Hoje, é amigo da família e frequenta a casa dele. Para o motovelocista, Brasília sofre com a falta de memória, pois, segundo ele, o povo gosta muito mais de política do que de esporte. “O nosso amigo está há muito tempo lutando para conseguir implementar o projeto dele e não consegue. O que se consegue em um governo, perde-se em outro. Mas agora estamos firmes e uma andorinha só não faz verão. Todos temos de estar unidos para dar continuidade nesse sonho do Marreta”, diz Marcos.


5

Brasília-DF, de 26 de abril a 2 de maio de 2020

Personagens que têm história para contar e para registrar da Calçada da Fama. “Sou totalmente a favor de qualquer projeto que venha a incentivar o esporte, que venha lembrar as pessoas que foram do esporte, que é o que o Marreta está querendo. Onde está o Joaquim Cruz, que foi campeão, medalha de ouro no atletismo, e ninguém mais lembra do cara. Está aí o Lúcio. O cara saiu da seleção, morreu. Então, essa calçada é muito importante”. Luizão enaltece Marreta pela iniciativa e promete apoio absoluto. “O Marreta está de parabéns e terá o apoio de todo mundo. Marreta, você conta com a gente”.

60 anos de amizade

Antonio Fabiano Ferreira, ex-atleta e ex-técnico do Defelê. Conhecido por Raimundi-

muitos outros garotos até de seleção brasileira. Nós criamos uma seleção Dente de Leite onde o Marreta fez parte com a gente, onde fizemos um trabalho em nível nacional”, lembra. E acrescenta: “Temos história para contar. De lá para cá e a vida da gente vai chegando. Eu estou aqui desde o nascedouro. Mas em vez de fazer aqui, a gente tem de levar pra fora. Temos vários campeões, com Cruzeiro, Defelê, Rabelo. Estamos aqui para lutar por essa prioridade, que no momento é a calçada da fama. Precisamos unir

Os amigos esportistas Luizão, Raimundinho e Maria de Lourdes

nho, a personalidade chegou a Brasília também em 1960, para atuar no Defelê, passou pelo Rabelo, Luizânia e outras equipes do Goiás. Ele e Marreta são amigos desde 1960. Ele conta que durante esses anos todos sempre tiveram projetos voltados para o esporte. “Toda vida tivemos a intenção de melhorar a situação do futebol de Brasília. As idéias são boas, mas precisa de ajuda e essa ajuda tem de buscar dentro do governo”. Raimundinho acredita que para ampliar o apoio, é preciso resgatar as várias histórias do passado envolvidas com o esporte da capital. E cita a própria história, pois é um dos criadores da “Dente de Leite”, que iniciou uma trajetória do futebol de Brasília. “O Luizão fez parte e

esforços para aprovar esse projeto”.

Nova geração

De uma geração mais atual, Maria de Lourdes Fernandes de Lima, atleta de basquete, conhece o Marreta desde criança. Atualmente ela é da seleção de Master. “Joga basquete desde os 12 anos e conheço o Marreta desde então. Ele sempre foi presente na minha vida”, comenta a atleta que fala das dificuldades no esporte. “Conheço a realidade do esporte e sei da dificuldade em qualquer modalidade. Sou atleta de basquete máster e não temos apoio de nada. Fui convidada para participar da seleção brasileira no Pan-Americano que vai ter em abril

e não tenho condições de ir. A gente já encontra dificuldade na própria federação brasileira”. Ciente da realidade, Lourdes se revolta com as barreiras que o amigo Marreta enfrenta para viabilizar seu projeto. Segundo ela, depois que a “Pelada do Marreta” entrou para o calendário da capital tudo ficou pior. “Esqueceram do Marreta. O ano passado não teve pelada. Em 2018 ele correu atrás sozinho e quase não conseguiu nada. E está na busca de implementar essa calçada da fama que

Foto: Viver Sports

Amigo da época do futebol, Luiz Pereira da Silva jogou profissional em Brasília e em alguns clubes fora. Conhecido por Luizão, o ex-atleta fala com amargura da falta de vontade política para a concretização da Calçada da Fama. Segundo ele, seria tudo tão fácil, se os gestores públicos tivesse interesse. “Tudo que fala em política, hoje em dia, me enoja. Uma atleta que se destaca em Brasília, como a Cida, como o Marreta, que acompanho há tantos anos e sei do sofrimento dele. Já Conheço todos os projetos do Marreta, joguei na Pelada do Marreta. Acho um projeto importante esse da Calçada da Fama, mas depender de política é complicado, é desanimador. Eles dificultam tudo e qualquer coisa que você vai fazer a nível de benefício pra ajudar um atleta”. Luizão destaca a importância do projeto do Marreta, principalmente porque tem o esporte como mola. “O Esporte tira o adolescente da rua, tira do vício da droga. Não interessa qual a modalidade. A responsabilidade de dar apoio ao atleta ou a uma celebridade como o Marreta é do governo, sim. Não é de empresa privada. A responsabilidade é do governo. O governo tem dinheiro pra festa, pra viajar, pra um monte de coisas, mas não tem dinheiro para o que interessa para a sociedade”, desabafa. Luizão acompanha a luta do Marreta para concretizar o sonho e fica revoltado com a política do DF. “Fico tremendamente chateado quando vejo um projeto da qualidade que é o do Marreta, como a Calçada da Fama. Já era pra ter saído há muito tempo, há muitos anos. Eu vi a luta do Marreta correndo de gabinete a gabinete. Até fui com ele em alguns deles algumas vezes.Se tivesse jeito de a gente acabar com a política, seria ótimo. Acaba como Legislativo, com o Executivo. Faz um colegiado e coloca um cara para administrar Brasília”, revolta-se Luizão. Segundo ele, antes de existir a Câmara Legislativa, era mais fácil conseguir apoio, pois dependia da esfera federal. “Tudo que a gente queria conseguia. Hoje, essa CLDF embaça tudo. E tudo que é lei que ela cria é inconstitucional”. O ex-jogador elenca alguns nomes do esporte do DF que estão ficando esquecidos e, por isso, destaca a importância

vai beneficiar todos os personagens do esporte da capital e encontra essa dificuldade. Espero que ele consiga viabilizar, pois Brasília merece registrar a história desses guerreiros”.

Força, perseverança e simpatia

O ex-jogador e famoso massagista acredita muito na aprovação de seu projeto. Segundo ele, se procurar cada personagem do meio esportivo, vamos encontrar um arquivo pessoal, mas as pessoas em geral não conhecem a história desses ícones. “Temos história para contar e gostaríamos de servir de referência para os mais novos”, finaliza Raimundo Ribeiro Campos, o nosso eterno Marreta.


6

Brasília-DF, de 26 de abril a 2 de maio de 2020 Foto: Reprodução/Iate Clube

BRASÍLIA 60 ANOS

Lago Paranoá encanta pela prática de esportes e relaxamento Os paratletas Estevão Lopes e Thaís Carvalho falam da relação entre o esporte e a cidade

N

a terça-feira, 21 de abril, Brasília comemorou os 60 anos de sua fundação. Rica em belezas naturais como o céu, o pôr do sol e toda a flora e fauna do Cerrado, a cidade também se destaca pela prática de atividades ao ar livre em praças, parques, lago e clubes. E neste período de isolamento social, por conta da Covid-19, os atletas brasilienses buscam alternativas para se manterem em forma e ficarem preparados para os próximos eventos esportivos. O multiesportista, Estevão Lopes, 42 anos, nasceu em Brasília, e é morador do Guará. Ele tem o Lago Paranoá como

a sua segunda casa, já que pratica três modalidades náuticas: vela adaptada, remo paralímpico e a paracanoagem. “Eu iniciei a prática esportiva sem pretensão de chegar no alto rendimento. O esporte entrou na minha vida como reabilitação, após o acidente que sofri em 2012 e me deixou paraplégico. Com o tempo eu passei a ter um contato diário com o Lago. Agora, ele é o meu cartão postal preferido e faz parte da minha rotina. O Lago é uma das coisas que eu mais sinto falta neste período de pandemia e quarentena. Ele é o melhor lugar do mundo. É o melhor espaço para a prática

Estevão Lopes, multiesportista, tem 42 anos. O morador do Guará nasceu em Brasília e ama o Lago Paranoá

esportiva”, contou. Para Estevão, é um privilégio para os esportistas da Capital Federal ter um lago dessa proporção dentro de uma cidade grande. “Ele é ótimo para a prática de esportes convencionais e também para os as modalidades paralímpicas. O Lago Paranoá é perfeito em dimensão e na qualidade da água. É um diferencial das outras cidades grandes do país. E a gente do DF ainda tem a favor o clima semiárido. No começo é até um pouco difícil se acostumar com esse clima seco, mas depois que você se adapta ao clima de Brasília e você está preparado para qual-

quer lugar do mundo”. Com a participação em vários mundiais representando o Brasil na vela adaptada, Estevão se orgulha dos títulos conquistados como o bicampeonato brasileiro da modalidade. A última competição que o atleta participou foi a Copa Brasil de Paracanoagem, em março deste ano, na Raio Olímpica da USP, na cidade de São Paulo. Ele e a seleção brasiliense da paracanoagem (ACKC) voltaram da capital paulista com o tetracampeonato da competição. “Brasília hoje é uma referência na paracanoagem, por conta do Lago Paranoá e do trabalho de reabilitação feito pelo Hospi-

tal Sarah Kubitschek”, destacou o atleta. Estevão e a equipe do DF viajaram, para São Paulo, por meio do Compete Brasília, programa que contempla os atletas do DF com passagens aéreas e terrestres para participarem de campeonatos em outras cidades e no exterior. A gente, aqui de Brasília, tem o Compete Brasília, que é uma iniciativa única no país, e que realmente funciona. Sem a ajuda do Compete eu não teria ido tão longe porque as competições internacionais ficariam muito caras. E Compete Brasília paga as nossas passagens e isso é muito importante”, completou.


7

Brasília-DF, de 26 de abril a 2 de maio de 2020 Foto: Agência Brasília

Arco e flecha nas águas do Lago Paranoá O Lago Paranoá também é um dos lugares preferidos da arqueira Thaís Carvalho, 27 anos. Diferente de Estevão, que pratica atividades esportivas na água, Thaís precisa da ajuda do tempo agradável para a prática do arco e flecha e usa o Lago Paranoá para relaxar e curtir a natureza. “Meu lugar favorito da cidade é o a beirinha do Lago, qualquer canto que eu possa parar, sentar e contemplar o pôr do sol e a natureza”. Thaís, nasceu o Gama, e divide sua moradia entre o Cruzeiro e o Paranoá, e sua rotina, antes da quarentena, era composta entre trabalho, estudos e treino. “Eu treinava pelas manhãs num espaço público aqui Lago Norte, e às vezes, num espaço do Cetefe (Associação de Centro de Treinamento de Educação Física Especial), no Cruzeiro. “O clima da Capital Federal é ótimo para a prática do tiro com a arco. Nós saímos na frente daqueles que treinam em condições climáticas frias e até na neve e também daqueles que moram em climas muito quen-

O Lago Paranoá encanta não apenas Estevão e Thaís, mas vários outros esportistas paralímpicos

te. E para atirar tem que ser em um lugar aberto, e o clima do centro-oeste contribui bastante com os treinamentos e por consequência no nosso desempenho. Agora, em casa, eu mantenho os treinos puxando o arco, e fazendo uma série de exercícios com o próprio arco e um elástico. Estou improvisando meu treino com os recursos

que tenho disponíveis”. A atleta, que é amputada da perna direita, começou a praticar tiro com arco em 2012, no Cetefe, mas antes ela passou por outras modalidades como natação e badminton. “Eu nunca imaginei fazer arco e flecha. Mas um dia eu estava praticando o badminton e na quadra ao lado o pessoal esta-

va treinando arco e flecha. E eu fiquei encantada, mas eu achava que a modalidade era cara para minhas condições financeiras, porque você precisa ter o equipamento, então eu resisti um pouco. Mas quando experimentei, me apaixonei e fiquei encantada”, disse a atleta que briga por uma vaga nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020.

“A mudança dos Jogos de Tóquio para o ano que vem foi muita sensata, não só para a segurança dos atletas, mas para todas as pessoas que estariam envolvidas no evento. É claro que você tem um planejamento e um ritmo de treinamento, mas é o tipo de coisa que a gente consegue manter até o ano que vem. Eu fiquei aliviada, já que brigo por uma vaga. No Mundial de tiro com arco, no ano passado, na Holanda, eu consegui bater o índice para Tóquio. Agora, em março, estava marcado o Parapan da modalidade no México e lá eu iria buscar essa vaga, a competição foi suspensas e ainda não tem uma data determinada, mas estou na briga e quero representar o meu país e minha cidade lá em Tóquio”, explicou Thaís.

EDITAL

SEL divulga resultado preliminar da propostas do Chamamento Público nº 1/2020 Conforme a análise da Comissão de Seleção do Edital de Chamamento Público nº 01/2020, a Secretaria de Esporte e Lazer, torna publi-

co o resultado preliminar do Edital de Chamamento Público nº 01/2020. Objetivo deste chamamento público é selecionar as propostas de

Organizações da Sociedade Civil (OSC), para em parceria com a Secretaria de Estado do Esporte e Lazer do Distrito Federal, executar projeto

pedagógico voltado para o desporto educacional, participação e rendimento, no Centro Olímpico e Paralímpico de São Sebastião e no Centro

Olímpico e Paralímpico do Parque da Vaquejada. Confira o resultado publicado na edição do Diário Oficial de 24 de abril de 2020.



Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.