186 | Revista Viva S/A | Novembro 2016

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MODA & BELEZA

Cristiana Arcangeli Empresária, consultora de beleza e escritora

Divulgação

Guilherme Licurgo

Jejum intermitente O método de emagrecimento ainda não foi suficientemente testado, portanto, é preciso cautela antes de aderir

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Revista Viva S/A

Você já ouviu falar em jejum intermitente? Ele se baseia no período em que você concentra suas refeições e não somente nas categorias de alimentos que ingere, ou seja, consiste em jejuns. Há algumas possibilidades quanto a horários, para escolher em quais deles seu organismo se adaptará mais facilmente. Podem ser realizados jejuns diários de 12, 14 e 16 horas, concentrando suas alimentações nas 12, dez ou oito horas restantes; ou dois jejuns semanais de 24 horas. O método tem como argumento o fato de que nem sempre é necessário se alimentar a cada três horas, visto que os homens da antiguidade não comiam com essa frequência devido à dificuldade de encontrar essa abundância de mantimentos. Alguns especialistas questionam a dieta, argumentando que os estudos estão em fase de teste e que não há provas de que esses novos hábitos auxiliam no emagrecimento sem prejudicar outras funções importantes de nosso organismo. Outros, posicionam-se de maneira oposta, apoiando a novidade. Antes de tomarmos uma posição, é necessário muita pesquisa e leitura em relação ao tema, e claro, consultar especialistas renomados para não cometermos nenhum erro quanto à nossa saúde. Conversei com alguns profissionais da área para trazer informações e opiniões sobre a nova promessa no mundo do emagrecimento. De acordo com a Dra. Lara Natacci, nutricionista, alguns estudos mostraram efeitos benéficos do jejum intermitente, como a melhora da sensibilidade à insulina, maior longevidade, diminuição de marcadores de inflamação e perda de peso. Mas muitas das pesquisas foram feitas com animais de laboratório, submetidos ao jejum por períodos determinados e depois recebiam ração controlada quanto a qualidade e quantidade. Já

as realizadas até agora com seres humanos são, em sua maioria, de curto prazo (de quatro a oito semanas), e com amostras muito pequenas (de seis a 40 pessoas).

Uma faca de dois gumes

Quando perdemos muito peso em pouco tempo, em abordagens restritivas, grande parte do peso perdido pode ser massa magra – músculos e água. Com a diminuição da massa muscular, nosso corpo passa a gastar menos calorias, o que dificulta ainda mais a manutenção do peso perdido, pois, gastando menos energia, uma quantidade até menor de comida pode nos fazer voltar a engordar. É difícil manter uma restrição severa na alimentação pois, como manter por médio e longo prazo uma ingestão menor do que nosso organismo precisa? O mais comum é largar a restrição e voltar a comer como antes, e a consequência é a recuperação do peso perdido, ocorrendo, em sua maioria, na forma de gordura. Com o tempo, devido às sucessivas tentativas sem sucesso de perda de peso rápida, a composição corporal do indivíduo muda, diminuindo as taxas de massa magra e aumentando as taxas de gordura. Essa mudança de composição corporal gera diversas consequências ruins ao nosso corpo, a primeira é a diminuição do gasto energético do organismo: o corpo passa a ter menor necessidade calórica, porque a gordura gasta menos energia que o músculo. Além disso, o acúmulo de gordura corporal aumenta a propensão de problemas cardiovasculares, diabetes e hipertensão. Sem falar dos problemas ortopédicos, emocionais e do aumento das chances de se desenvolver câncer. Vale ressaltar a importância de consultar seu médico antes de tomar qualquer decisão! Novembro 2016


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