182 | Revista Viva S/A | Julho 2016

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EMPREENDEDORISMO

Luiz Marins Antropólogo, consultor de empresas, escritor e apresentador de TV

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Revisitando as virtudes Além da justiça, que vem sendo tão chamada a participar das nossas vidas, há outras 10 virtudes que tornam uma pessoa completa

Nestes tempos em que todos nós sentimos falta de virtudes morais e que a justiça vem sendo tão chamada a participar de nossa vida no Brasil, pensei ser hora de revisitar as virtudes, que sempre começam pela justiça. A personificação da justiça, que equilibra os dois pratos numa balança, remonta às divindades gregas Thémis e sua filha Diké. Mas foi na Roma Antiga que se adotou a imagem que vemos hoje, de uma deusa que se chamou de Iustitia representada carregando uma balança e uma espada e usando uma venda nos olhos. A balança simboliza o equilíbrio, a prudência e o comportamento correto. A balança representa a pesagem das ações e a aplicação equilibrada da lei; os olhos vendados demonstram a imparcialidade; e a espada na outra mão faz referência ao poder e rigor com que as decisões da justiça devem ser executadas. A justiça é uma das quatro virtudes cardeais (que vem de cardo, que em latim significa “eixo”) em torno das quais giram todas as demais virtudes humanas. Essas virtudes são: a Justiça, a Fortaleza (domínio da vontade), a Prudência e a Temperança (ou moderação). E a virtude é definida como uma disposição habitual e firme para fazer o bem. A lista das virtudes humanas ou morais é grande. No seu polêmico livro Religião para Ateus, o filósofo suíço Alain de Botton faz uma relação das 10 virtudes para ser uma pessoa completa. São elas: 1.) Resiliência - não desistir diante dos obstáculos da vida. 2.) Empatia - colocar-se no lugar do outro e olhar para si mesmo honestamente. 3.) Boas maneiras - compreender que boas maneiras e educação são uma regra necessária para qualquer civilização e estão intimamente associadas com a tolerância:

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a capacidade de conviver com pessoas com quem nunca iremos concordar. 4.) Paciência - aceitar o que não se pode mudar e saber que as coisas nem sempre são como se deseja. 5.) Sacrifício - esquecer os interesses pessoais e sacrificar-se por outra pessoa ou por uma causa. 6.) Senso de humor - saber rir de si mesmo e das dificuldades. 7.) Consciência de si - assumir seus erros e problemas e não fazer os outros responsáveis pelos seus problemas ou alterações de humor. 8.) Perdão - saber perdoar. 9.) Esperança - acreditar que o bem prevalecerá e agir em conformidade com essa crença. 10.) Confiança - não é arrogância, mas a consciência de que não se pode viver só e que se tem a capacidade de vencer. Nunca como nos dias de hoje a virtude da paciência andou tão em falta. O excesso de informação nos faz ter a sensação de eternos atrasados no tempo, na vida. Perdemos a noção do tempo da natureza de que as coisas devem nascer e crescer. Queremos tudo já! Imediatamente! Já! Para ontem! A paciência é irmã gêmea da sabedoria. A paciência é o solo fértil no qual a sabedoria germina. Sabedoria sem paciência é tão ilusória quanto será sempre vil a paciência sem sabedoria. Pense nisso. Sucesso! Julho 2016


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