Jornal Valor Local - Edição Dezembro 2022

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Regional • Periodicidade Mensal • Director:
Rodrigues • Edição nº 118 • 15 Dezembro 2022 • Preço 1 cêntimo PUB Rádio Valor Local - www.valorlocal.pt - Ouça em todo o lado PUB Valor Local Destaque da 14 a 17 O que é hoje o antigo programa “Novas Oportunidades” Nunca é tarde para voltar à escola Azambuja Triaza “desaparecida em combate” ganha tempo e adia selagem do aterro Ambiente na 12 Projeto “Arruda tem Valor” Isabel Rego desenvolveu a primeira prótese biónica com sucesso para gatos em Portugal “Temos Educação na 18 Sociedade na 5 adolescentes de 14 anos que não sabem ler nem escrever” Rui Pires da FAPOESTEJO acredita que há um novo analfabetismo entre os jovens
Jornal
Miguel António

Cimpor acusada de continuar a usar explosivos em À-dos- Melros

ACimpor está proibida pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) de fazer rebentamentos na Pedreira do Bom Jesus paredes-meias com a aldeia de À-dos-Melros, no concelho de Vila Franca de Xira. Contudo segundo o Valor Local apurou nos últimos dias junto da população esses rebentamentos continuam a ser efetuados com grande estrondo, o último dos quais foi registado às 11h41 do dia 12 de dezembro. Têm-se sucedido várias explosões. Julieta Carvalho, moradora na localidade, enumera explosões ainda nos dias 29 e 30 de novembro, cinco e sete de dezembro a diversas horas registadas pelos habitantes e já depois da Cimpor ter recebido a notificação por parte da DGEG.

Adelino Cabaço, um dos moradores, ouvido pelo Valor Local, recorda que “ainda nos dias 24 e 25 de novembro houve dois grandes rebentamentos” pelo que desconfia igualmente até que ponto a empresa vai cumprir com o emanado pela DGEG.

Numa das últimas reuniões de

presidente da autarquia, Fernando Paulo Ferreira, informou que o uso de explosivos foi interditado, “enquanto a empresa não apresentar um estudo de segurança sobre a sua utilização”. O autarca

falava “numa enorme conquista, embora não definitiva, mas foi a mais eficaz face a esta decisão administrativa já que tem efeitos imediatos”. Face aos novos dados recolhidos pelo Valor Local tentámos obter esclarecimentos por

parte de Fernando Paulo Ferreira mas não foi possível até ao fecho desta edição. Entretanto, a Câmara vai prosseguir com a ação popular e aguarda conclusões da vistoria do Laboratório Nacional de Engenharia

mentos, e caso a suspensão não seja suficiente ou não se torne definitiva, veremos os termos concretos desta ação popular sempre em articulação com as pessoas e com a associação recém-criada”.

Na sua página de Facebook, a Associação para Salvarmos a Aldeia das Pedreiras (ASAP) não deixou de se congratular com a medida mas acrescenta ser necessário um estudo sobre possíveis soluções “que garantam a estabilidade da encosta sobranceira a À-dosMelros, independentemente de existirem ou não trabalhos de extração na área designada por Casal A2”

Refere ainda a associação que “os danos reportados nas habitações e estruturas edificadas, serão objeto de avaliação/estudo por entidade competente na área da geotecnia para avaliação das causas ou mecanismos envolvidos, designadamente: assentamentos diferenciais das fundações, particularmente quando varia a capacidade de carga dos terrenos que as suportam (devido a heterogeneidades litológicas ou ao grau de saturação dos terrenos), variações sazonais de volume (ciclos de expansão / contração) dos materiais de construção (especialmente da madeira quando presente), entre outros.”

2 Valor Local jornalvalorlocal.com Sociedade Dezembro 2022 Proibida
pela DGEG
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População de A-dos-Melros tem sofrido na pele os efeitos dos rebentamentos que se têm intensificado nos últimos anos
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Presidente da Câmarade Vila Franca defende portagens na A1 a partir da Castanheira

Fernando Paulo Ferreira, presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, defende que a freguesia da Castanheira deverá ser a porta de entrada na Área Metropolitana de Lisboa. O autarca referiu na Rádio Valor Local que vê com bons olhos que a Brisa retire as portagens de Alverca e as coloque na Castanheira. Em causa está o facto de aquela localidade do concelho de Vila Franca de Xira estar preparada para receber na sua plataforma empresas de vários setores.

Aliás isso tem vindo a ser uma bandeira dos vários partidos políticos. Uma porta que foi aberta nos anos 90, quando a Brisa eliminou as portagens de Sacavém, e deixou a possibilidade de caírem também as portagens em Alverca, o que não veio a concretizar-se.

Ora, sendo que toda a centralidade económica na área da logística está agora virada para a Castanheira do Ribatejo, o presidente da Câmara assume que essa poderá ser uma solução.

que a Plataforma Logística da Castanheira está em velocidade de cruzeiro. A mesma já garante cerca de 500 empregos diretos com empresas instaladas “e outras que já começam a querer fixar-se “. Nesse sentido defende

Carris Metropolitana arranca em Vila Franca em janeiro

Anova empresa de Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML) vai iniciar a sua atividade no concelho de Vila Franca de Xira em janeiro, depois de um adiamento verificado no passado verão, em virtude de não estarem reunidas as condições para se iniciar a operação. O presidente da Câmara, Fernando Paulo Ferreira, informou em reunião da autarquia, que a empresa “já dispõe de motoristas, viaturas e condições técnicas” para começar a servir o concelho. Novas rotas e horários vão ser disponibilizados e “o município vai estar atento a toda a informação disponibilizada para a fazer chegar também aos munícipes”. De acordo com uma nota de imprensa da TML, “objetivo é que os passageiros possam desde já começar a familiarizar-se com as novas tipologias de linhas, tarifários, horários e percursos, com a lógica de numeração das linhas e com a conversão das linhas atuais para as linhas futuras”, tendo em conta a nova realidade que a Carris Metropolitana vai trazer. A informação vai sendo disponibilizada no site em CarrisMetropolitana.pt

Criada pela empresa pública TML, a Carris Metropolitana gere as operações de transporte público rodoviário na Área Metropolitana de Lisboa dentro dos 15 dos 18 municípios (ficaram de fora Barreiro, Cascais e Lisboa).

Para além de Vila Franca de Xira, a empresa passa a operar ainda nos concelhos de Amadora, Oeiras, Sintra, Loures, Mafra, Isto significa que naqueles concelhos deixam de operar as atuais empresas de transporte.

Desde um de junho que a Carris Metropolitana está nos concelhos de Almada, Seixal, Sesimbra, Alcochete, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal, na margem sul.

Para reorganizar este sistema de transportes, foram criadas quatro zonas de operação. Na margem norte da AML, a área 1 (concelhos de Amadora, Oeiras e Sintra e transportes intermunicipais com Cascais e Lisboa) foi concessionada à empresa Viação Alvorada e a área 2 (Loures, Mafra, Odivelas e Vila Franca de Xira) à transportadora Rodoviária de Lisboa.

Na margem sul, em Almada, Seixal e Sesimbra (área 3) a operação foi concessionada aos Transportes Sul do Tejo e em Alcochete, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal (área 4) à empresa Alsa Todi, que tem a seu cargo ainda as ligações intermunicipais ao Barreiro e para fora da AML para a zona do Alentejo central.

de viva voz que esta localidade “é mesmo a porta de entrada de Lisboa” e portanto: “Se é a entrada de Lisboa, devem ser colocadas as portagens na Plataforma”, defendendo que o resto do território de Vila Franca tem de ser “despor-

tagado”.

O autarca possui expetativas quanto a novas negociações entre o Governo e a Brisa em que os nós do Sobralinho e dos Caniços há muito reclamados possam fazer parte, assim como, a queda

Adega Cooperativa de Arruda em momento de viragem quer voltar a atrair os seus associados

Oatual momento da Adega Cooperativa de Arruda dos Vinhos é de restruturação. A cooperativa que é uma das mais antigas da região necessita de um novo modelo de negócios, e isso mesmo é frisado pelo presidente Carlos Fernandes, numa conversa com a Rádio Valor Local.

A sair de um cenário de pandemia ao qual se juntou o de uma crise financeira desta instituição arrudense, Carlos Fernandes sublinha que é necessário adaptar a “adega” aos tempos que correm. Para além da Covid-19, também o afastamento de alguns produtores que todos os anos faziam chegar as suas uvas à adega, agudizaram o atual momento. Carlos Fernandes sublinha que tudo isto também levou a que “houvesse uma colheita muito mais baixa”. O presidente da direção refere que o ano que passou ficou aquém do esperado e os produtores não corresponderam conforme expectável à campanha.

Em declarações à Rádio Valor Local, o responsável assumiu a existência de alguns problemas financeiros. Para Carlos Fernandes é expectável que os associados precisam de receber as verbas provenientes da venda das suas produções com mais rapidez, “e por isso vão para produtores particulares e locais”. “Percebo perfeitamente”, limita-se a constatar. No entanto a adega está agora a fazer um percurso diferente para ser mais atrativa para os produtores. O presidente salienta que a mesma está sobredimensionada “pois tem uma dimensão atualmente para o nosso território que já não é necessária” e explica que nesta altura não existe “produção de vinho para 20 milhões de litros, que era a antiga capacidade da adega”. A restruturação inclui agora uma adega mais pequena, segundo o presidente da cooperativa. “Estamos a encolher a adega, para que fique mais perto da realidade atual que existe em Arruda”. Carlos Fernandes diz aguardar que dentro de cerca de dois anos, a adega de Arruda possa estar mais competitiva e que “os associados que agora saíram possam regressar e com maior segurança”, tendo também em conta a consolidação dos prazos de pagamento aos pequenos produtores de vinho.

deste executivo, como também dos anteriores.

Na Rádio Valor Local, o autarca recorda a necessidade da construção do Nó dos Caniços, na zona da Póvoa de Santa Iria, dado “que faz todo o sentido que venha a abrir, nomeadamente quando a autarquia já requalificou por completo a Estrada Nacional10”, referindo que este acesso permitirá uma melhor fluidez do trânsito, com alívio do fluxo desta via para a A1.

Ainda a sul, o autarca volta a reforçar a necessidade de construção do Nó do Sobralinho, “para garantir que alguns investimentos que estão a ser feitos naquela zona possam escoar diretamente para a autoestrada”, defendendo ainda a abertura de um nó da A1 junto à Escola da Armada em Vila Franca.

das portagens em

Fernando

tem

nesse sentido. O autarca salienta que a A1 tem outros desafios e que estão em cima da mesa, até porque fazem parte de uma estratégia, não só

Ainda assim, esta são obras que embora estejam na mente e nos projetos dos autarcas nunca saíram de meras intenções, uma vez que cabe ao Estado através da empresa Infraestruturas de Portugal dar seguimento a estas obras.

Hospital de Vila Franca implementa “Consulta Aberta”

OHospital de Vila Franca de Xira arrancou a sete de novembro com a modalidade de Consulta Aberta. De acordo com aquela unidade de saúde até 30 de novembro, segundo os mais recentes dados, ao Valor Local, tinham sido efetuados 62 atendimentos a utentes, com idades compreendidas entre os 18 e os 82 anos. A maioria dos utentes é do género feminino, 41, os restantes 21 do género masculino. A modalidade de “Consulta Aberta” é proposta a utentes que na triagem do Serviço de Urgência recebem pulseira azul ou verde, portanto, sendo, portanto doentes não urgentes e a adesão a esta modalidade é voluntária. Os utentes que optam pela Consulta Aberta têm acesso a consulta de enfermagem, consulta médica e têm acesso, igualmente, a meios de diagnóstico como análises, RX e outros exames que o médico entenda serem necessários, tal qual como nos Serviços de Urgência. O objetivo da implementação da modalidade de “Consulta Aberta” é descongestionar o Serviço de Urgência Geral e evitar esperas demoradas dos doentes não urgentes neste mesmo serviço, sobretudo nos meses de Inverno e em que se regista uma maior afluência de utentes àquela unidade hospitalar.

Jardim do Natal em Azambuja

Está

a decorrer desde o dia 8 de dezembro a iniciativa “Jardim do Natal”, entre no Jardim Urbano Dr. Joaquim A. Ramos, em Azambuja, com um conjunto de espaços e adereços alusivos a esta quadra, numa organização do município.

O espaço é composto por um conjunto de atrativos, entre os quais uma feira de livros usados, uma pista de gelo, uma mini-roda, casa dos doces, atividades infantis e ateliês onde não faltará a animação. Para ocupar e animar todas as crianças, haverá um espaço com pinturas faciais, modelagem de balões, magias, histórias divertidas, um espaço para fazerem as suas cartas ao Pai Natal e uma aldeia do Pai Natal.

Os divertimentos do jardim estarão abertos de segunda a sexta-feira das 14h00 às 19h00. Aos fins-de-semana e feriados o horário será das 10h00 às 19h00, fechando entre as 13h00 e as 14h00. A Feira do Livro Usado estará a funcionar nos dias úteis, das 17h30 às 19h00, e aos fins-de-semana, das 10h00 às 19h00, com pausa da 13h00 às 14h00. Nos dias 24, 25 e 31 de dezembro e 01 de janeiro, o recinto estará encerrado.

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Alverca. Paulo Ferreira garante que pressionado Em 2019 o Governo o Parlamento chumbou o fim das portagens em Alverca

Projeto “Arruda tem Valor”

Isabel Rego desenvolveu a primeira prótese biónica com sucesso para gatos em Portugal

Isabel Rego é designer, vive em Arruda dos Vinhos, e destacouse no “Arruda tem Valor”, programa promovido pelo município para dar a conhecer os talentos do concelho nos diversos níveis do conhecimento. Isabel Rego criou a primeira prótese biónica para gatos em Portugal, ou seja, a única aceite pelos animais na realização de todos os movimentos que lhes são naturais. A surpresa foi total quer para si, quer para os especialistas em veterinária, quando o primeiro animal testado começou a saltar e a mexer-se como se tivesse recuperado de novo a sua patinha. “Aiming High” assim se chama o equipamento desenvolvido para animais com incapacidades motoras, depois de vários testes de tentativa e erro.

Tudo começou em 1992 quando ingressou no curso de Design na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, e depois da sua passagem por outras áreas de trabalho, decidiu em 2015 terminar o curso que tinha abandonado, e iniciar o mestrado durante o qual desenvolveu o projeto em causa, que junta a sua paixão pelo design com a paixão pelos animais. “Foi unir o útil ao agradável”, deduz, referindo que “o design está muito pouco explorado na área da veterinária, o que é pena porque só faz sentido quando é criada uma cadeia de valor”. Isabel Rego trabalhou muito de perto neste seu projeto com o médico veterinário Hen-

“Há

rique Armés que conta com trabalhos de investigação no âmbito cirúrgico, sendo especialista na aplicação de membros biónicos em animais de companhia. Para atestar a invulgaridade do que foi desenvolvido por esta designer, nada havia até essa altura no universo das próteses biónicas que tivesse sido aceite de uma forma tão completa pelos animais testados no nosso país, e no estrangeiro também não é uma área que prime pelo desenvolvimento de muitos projetos semelhantes. Isabel Rego explica que as próteses normalmente funcionam com um implante de titânio no osso que se estende para fora da pele, “que permita que o animal tenha a sensação de contacto com o piso, pois se não sentir o chão tem muita dificuldade em adaptar-se”. “O meu projeto consistiu em apostar na melhoria do equipamento externo, ou seja, do pé biónico que acopla ao implante que vem do osso para fora do corpo, de forma a permitir uma boa capacidade de locomoção ao animal, com flexibilidade, conforto, dentro daquilo que se compreende como seja a biomecânica do gato com todos os seus movimentos de correr, andar, saltar”. A designer confirma a exigência do desafio tendo em conta o tipo de animal em questão habituados que estamos à sua flexibilidade. O tamanho, a curvatura, e a textura desejados implicou a realização de vários protótipos até

se chegar ao produto final.

Em 2019, no dia em que foi colocada pela primeira vez a prótese biónica desenvolvida por si no primeiro gato testado, a expetativa era muita junto da equipa, “e ficámos todos muito admirados. Foi absolutamente maravilhoso”. O animal não sentiu a sensação de corpo estranho e começou a movimentar-se com total à vontade. “Já se tinha tentado colocar exopróteses e pés biónicos nesse gato, mas sem sucesso”. Isabel Rego confirma que testou entre 30 a 40 tipos de materiais tendo chegado ao produto final composto por resina.

Mas nem tudo são maravilhas no mundo das próteses animais. Tal

como nos humanos, são sempre necessários ajustamentos, e corre-se o risco de recuo dos tecidos moles e consequente exposição óssea nos casos mais graves, com constantes microinfeções no local do implante. Foi isso que aconteceu com o Thor, um cão que adotou que veio de um ensaio clínico, que esteve um ano no Hospital Veterinário de São Bento que nunca aceitou bem a prótese, até ao momento em que devido a várias complicações, Isabel Rego teve de tomar a decisão de amputar “o resto da pata do Thor”. Talvez por ser uma área onde as contrariedades surgem e o trabalho acaba por ser inglório, Isabel Rego diz que apesar de querer continuar

a trabalhar na área da melhoria da qualidade de vida dos animais com limitações motoras e das suas famílias, mas não no campo das exopróteses.

Apesar da originalidade do produto e do seu sucesso, Isabel Rego confessa que perdeu um pouco a noção do que se seguiu. Mais animais terão beneficiado da prótese, mas não se deu a sua comercialização, “caso contrário eu teria que ser tida em conta”, sorri. Nunca registou a patente por questões burocráticas inerentes a esse processo. “Por exemplo nada impede um país que não respeite a legislação internacional quanto a patentes, de não produzir em massa este produto”. “Achei que não valia

a pena tendo em atenção o tempo que o produto ia estar à espera de sair da prateleira, e se o quiserem comercializar que o usem a bem da saúde dos animais”. O próximo desafio de Isabel Rego vai ser o seu doutoramento ainda no âmbito do universo dos animais com incapacidades motoras, mas ainda não sabe qual o caminho.

“A melhor decisão da minha vida foi vir viver para Arruda há 17 anos”

Isabel Rego veio com a família há 17 anos de Lisboa para o concelho de Arruda, tendo-se fixado na localidade de Louriceira de Cima, pela qualidade de vida, e, como não podia deixar de ser, pelos animais. “Estava num apartamento e precisávamos de mais espaço. Sempre quis uma quintinha ou algo do género para ter cães e gatos. Tenho vários. Ainda ambiciono ter um cavalo.” Sem meias palavras define como “a melhor coisa” que fez na vida a decisão de vir para este concelho- “Estou maravilhada com toda a vivência aqui, no que respeita às infraestruturas do concelho, mas sobretudo as pessoas. Arruda tem um microclima cultural incrível e vejo-me envolvida em várias atividades comunitárias. Conheço pessoas incríveis aqui. Tenho um projeto de cinema com amigos. Os meus filhos nasceram aqui e são arrudenses”.

de Haver”

Salvaterra de Magos com nova associação dedicada à solidariedade

Em 2020, durante a pandemia, um grupo de vários voluntários no concelho de Salvaterra de Magos dedicou-se a ajudar o próximo, sobretudo idosos a viverem isolados através da entrega de medicamentos e outros bens. Este ano foi constituída a Associação Há de Haver que nasceu daquele grupo formado há dois anos. No passado dia 9 de dezembro, os seus elementos levaram a cabo uma ação de recolha de bens junto de várias superfícies comerciais do concelho.

Felicidade Cardoso, que faz parte desta associação, recorda que durante a pandemia foram distribuídos também vários cabazes com bens alimentares tendo em conta o aumento das necessidades económicas, porque muita gente perdeu os seus empregos à época. No ano passado houve nova recolha de alimentos, repetida este

ano, novamente com sucesso. “Recebemos imensos alimentos e estamos agora a desenvolver contactos para efetuarmos a distribuição. Ainda estamos em processo de contagem. Felizmente recebemos muitos artigos”, constata. Atualmente e uma vez por semana, a antiga escola primária do Estanqueiro, em Foros de Salvaterra, cedida pela União de Freguesia de Salvaterra de Magos- Foros de Salvaterra, que é agora sede da associação, está aberta ao público, com o objetivo de ajudar quem mais precisa. Quem necessitar pode deslocar-se ao local para receber bens como roupas e calçado, mas também o resultado dos cabazes que não forem entregues pessoalmente.

Com a pandemia muitos passaram dificuldades, sendo que atualmente e com o panorama da inflação “continua a haver muita gente

a passar mal e se calhar para o ano ainda deve ser pior com a previsão de aumento das rendas de casa, entre outros custos”, dá conta. Recentemente a associação promoveu um evento de beneficência para ajudar a causa da família Leal, cujos dois filhos enfrentam problemas de saúde há vários anos com necessidade de apoio da comunidade, tendo em conta tratamentos para o cancro realizados no estrangeiro. A associação tem ajudado ainda outras famílias, desta vez agregados em que os níveis económicos mal chegam para fornecer alimentação aos filhos. “Temos muitas crianças cuja única refeição é na escola”. No ano que vem, a associação pretende angariar novos sócios. Volvidos dois anos de atividade, a Associação Há de Haver trouxe muitas recompensas do ponto de vista emotivo para quem faz do

que

mas

Pai Natal chega de barco a Alhandra

está de regresso a Alhandra. A iniciativa junta as coletividades e o comércio local, no Largo Soeiro Pereira Gomes, e decorre este fim de semana, dias 17 e 18 de dezembro. Mário Cantiga, presidente da União de Freguesias de Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz, refere que esta iniciativa é fruto do empenho das coletividades locais, o que é demonstrativo que “o nosso movimento associativo, está vivo e bem vivo”.

O autarca refere que esta iniciativa já tem nove anos e tem como objetivo “incentivar o consumo na nossa terra para ajudar o comércio local”. O autarca vinca que a junta é apenas um agente, sublinhando que todo o trabalho “é do movimento associativo da união de freguesias, comunidade e escolas”.

Do programa fazem parte muitas atividades como contos de Natal, leituras de histórias, artesanato, atividades circenses, “ao mesmo tempo os nossos comerciantes dispõem de bancas para mostrarem os seus produtos”.

Esta é uma feira a céu aberto, e que não tem “Plano B” para o caso de as condições climatéricas não permitirem a sua realização. Ainda assim o autarca vinca que todos estão empenhados e que mesmo com a chuva, grande parte das atividades realizar-se-ão.

Outra das iniciativas prende-se com a chegada do Pai Natal. O mesmo chega de barco através do Tejo, o que acaba por ser um apontamento inusitado, tendo em conta uma possível metáfora relacionada com as cheias que assolam a região.

Mário Cantiga, à Rádio Valor Local, sublinha por isso todo o esforço envolvido na iniciativa e destaca também as manifestações culturais e desportivas que terão lugar este fim de semana.

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voluntariado uma causa – “Ficamos muito sensibilizados e com o coração cheio com a solidariedade ainda existe no mundo. Temos pessoas tão boas, e muitas delas também estão a precisar, são muitas vezes as que mais dão. Tem sido muito enriquecedor”. Isabel Rego dá a conhecer o seu percurso profissional
A“Vila Natal”

Assaltos, casas de banho desativadas, e muita insegurança na estação de comboios da Castanheira

AComissão de Utentes da Castanheira do Ribatejo e Cacheiras tem vindo a alertar para a necessidade de melhoria de alguns serviços na área da freguesia, para além da saúde, que carecem de um olhar mais atento por parte das autoridades. Pedro Gago, um dos rostos desta comissão, convidou no passado dia 6 de dezembro o PSD de Vila Franca para uma visita, não só ao Centro de Saúde, como à estação de caminho de ferro da Castanheira.

Inaugurada nos tempos de José Sócrates, foi projetada para ser um terminal da linha de Azambuja, e também para servir a Plataforma Logística da Castanheira que fica ali a poucos metros. No entanto, o edifício atualmente encontra-se sobredimensionado e carece de manutenção, que segundo Pedro Gago, não tem sido levada a cabo.

Este é o exemplo típico de mais um elefante branco na região.

O responsável aproveitou a presença da vereadora Ana Afonso, representante da Coligação Nova Geração, que integra o PSD, para apresentar algumas das lacunas que este edifício apresenta no dia a dia, e também o que representa

em termos de desafio para os mais idosos e para as pessoas com necessidades especiais, nomeadamente, no que toca ao mau funcionamento dos elevadores e das escadas rolantes, algo imprescindível, dada a altura dos pisos desta estação que em alguns períodos do dia, mais parece fantasma, tal é a sua dimensão face ao número de pessoas que a utiliza em algumas horas do dia. Mas os desafios são vários. Pedro Gago recorda a falta de casas de banho em número suficiente. No piso superior foram encerradas, o que constitui um constrangimento para os utentes da CP. Por isso Pedro Gago aproveitou a presença da vereadora para dizer que vai insistir com a Infraestruturas de Portugal, que é a entidade que gere o espaço, “para que as casas de banho voltem a estar abertas e ao dispor dos utentes”. O portavoz pedirá também para “que esteja a funcionar pelo menos uma bilheteira nem que seja, apenas, de segunda a sexta” algo que de momento não acontece, recordando que também a estação do Carregado não possui bilheteiras, mas apenas máquinas de venda auto-

mática.

O porta-voz queixa-se também da insegurança. O espaço possui um longo estacionamento. Há quem vá para os respetivos empregos na capital e deixe a viatura parqueada todo o dia. Durante longos períodos não se vê ninguém. Há relatos de viaturas assaltadas e sem que as autoridades permaneçam pelo menos amiúde no local. Com uma frequência de cerca de 5000 pessoas por dia, Pedro Gago refere que já é altura de a empresa Infraestruturas de Portugal ou mesmo a Refer, olhar para este problema, que recorda já não é de agora, mas que se tem agudizado nos últimos anos, inclusive, conta: “Já se registaram aqui três tentativas de assalto”. Pedro Gago pede para que seja colocada uma empresa de segurança no local face ao enquadramento em questão. Ana Afonso ficou surpreendida com o funcionamento da estação da Castanheira, e deverá levar estes temas a reunião de Câmara. A estação está aberta até pelo menos à uma da manhã, e segundo Pedro Gago, tudo se torna mais complicado a partir das 23 horas, vincando que há locais que estão

completamente às escuras e à mercê dos assaltantes.

Angelina Alves é utente da estação e refere que a insegurança é um sentimento comum nas pessoas que usam este local. Com o café fechado e sem um segurança, lamenta que para ir à casa de banho no primeiro piso, se tenha

de pedir a chave no snack-bar “que agora até está fechado”. Ainda no domínio da segurança, esta utente diz que a polícia vai passando, só que não para, “e isso não é suficiente”.

Angelina Alves lamenta também que não exista um transporte de passageiros entre a vila da Casta-

Comissão de Utentes de Salvaterra de Magos reúne 2000 assinaturas por mais médicos de família

AComissão de Utentes de Defesa dos Serviços Públicos do concelho de Salvaterra de Magos (MUSM) reuniu perto de 2000 assinaturas em defesa de melhores cuidados de saúde. Embora não seja dos concelhos em pior situação quanto a médicos de família na região, há lacunas que segundo Samuel Viegas, daquela comissão, ao Valor Local, urge serem preenchidas sobretudo em Muge e no Granho, freguesias onde o médico só dá consultas uma vez por semana. As assinaturas seguem agora para o primeiro-ministro, António Costa. Para além de médicos de família, este movimen-

to exige ainda “enfermeiros para todos, mais assistentes operacionais, e psicólogos”.

Embora reconheça que “a situação já foi pior”, em Marinhais, na extensão de saúde local, trabalham quatro médicos, tendo sido atribuídas 20 horas semanais a cada um. Aos sábados está ainda de serviço no posto médico um clínico da Unidade de Saúde Familiar de São Domingos, de Santarém, que presta “cuidados de saúde a nível da medicina familiar, sobretudo acompanhamento de grávidas”. “Temos esperança que no próximo concurso, este interno fique cá a trabalhar a tempo inteiro”,

constata Samuel Viegas. Já na freguesia de Salvaterra de Magos, a unidade de saúde familiar está em marcha, devendo entrar em funcionamento no próximo ano, com outro tipo de modelo de funcionamento que possa ser mais atrativo para captar novos clínicos, dado que nesta altura apenas quatro médicos estão adstritos à atual Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP), quando seriam precisos mais. Foi aberto concurso para nove vagas em todo o concelho pelo que a comissão de utentes encontra-se na expetativa.

A principal preocupação atualmen-

te centra-se nos utentes do Granho e de Muge, “uma população mais envelhecida sem mobilidade, porque os transportes também são escassos” que têm de se deslocar à unidade de saúde da Glória do Ribatejo, onde estão alocados um médico a cumprir 40 horas semanais e um médico tarefeiro. “Temos manifestamente poucos médicos para a população do concelho, mas estamos melhor do que antes, em relação há alguns meses”. O movimento exige a reabertura das extensões de Muge e Granho. Samuel Viegas acredita que o centro de saúde dos Foros de Salvaterra possa encerrar uma

vez concretizada a passagem a USF do centro de Saúde de Salvaterra, fazendo fé que os cuidados de saúde não saiam prejudicados à população daquela freguesia. Quanto aos esforços do município neste dossier, “considero que o presidente tem feito o possível, embora possa sempre ajudar mais um pouco”. Embora o caos não seja tão evidente em comparação com outros concelhos, também em Salvaterra de Magos “há quem vá para a porta do centro de saúde às cinco da manhã para apanhar consulta”. Já no que respeita ao Hospital Distrital de Santarém, Samuel Viegas

nheira e a estação. Algo que salienta “faz muita falta”, nomeadamente para quem não tem viatura própria, e lembra a existência de paragens de autocarro, que parecem estar desativadas. Apela por isso à colocação de um miniautocarro por parte da Câmara ou da junta da Castanheira.

lamenta a falta de transportes, “com um autocarro de manhã e outro ao final do dia”. As urgências são um quebra-cabeças por estes dias, sendo que é premente a necessidade de mais ortopedistas, no seu entender, e pela experiência recolhida. Em tempos falou-se na necessidade de construção de um novo hospital para servir os concelhos de Benavente, Salvaterra e Coruche, mas esta é uma ideia há muito abandonada. “Temos zonas no Ribatejo e já no Alentejo que fazem fronteira, como Mora e Montemor-o-Novo onde não há urgência básica, e o hospital de Évora fica muito longe”.

Arruda dos Vinhos refletiu sobre os desafios do setor Agroalimentar

Decorreu no dia 13 de dezembro em Arruda dos Vinho, mais uma edição do” Agrifood Open Day 2022”. Esta foi a primeira edição do evento anual do Hub português do EIT Food. A iniciativa organizada em parceria com a Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos, debateu os vários aspetos do setor agroalimentar, ao nível regional, nacional e europeu.

“Agrifood Open Day” serviu também para fomentar potenciais sinergias entre vários atores do setor agroalimentar, e explorar novas formas de colaboração entre estes com vista “a contribuir para uma cadeia de valor agroalimentar mais sustentável, confiável e resiliente”, foi referido durante o evento.

André Rijo, presidente da Câmara de Arruda dos Vinhos, deu as

boas-vindas à iniciativa e sublinhou a importância do agroalimentar nos dias de hoje. O autarca destacou a importância deste tipo de debates e recordou que “não podemos continuar a consumir os recursos que a mãe natureza nos poe à disposição da forma como temos feito”.

Esta é uma reflexão que o presidente da Câmara estendeu aos

presentes na sala, aludindo também ao fato de ser necessário “termos de consumir melhor, mais regradamente e com respeito pelo ecossistema”. Para o autarca faz sentido, tendo em conta os fenómenos climáticos mais frequentes. “Somos convocados para essa emergência climática de atuação para assegurar o futuro e a sustentabilidade do nosso

ecossistema”. Para André Rijo, não será o planeta que estará em causa, mas “o futuro da espécie humana dentro do planeta Terra”. O presidente da Câmara sublinhou que os próximos tempos são de desafio.

Nesse sentido, referiu a necessidade, de uma outra consciência quanto “a produzirmos melhor e com respeito pelo ecossistema”

aludindo à estratégia levada a cabo pela Câmara de Arruda que inclui o ArrudaLab. A iniciativa abordou também a sustentabilidade alimentar e ambiental, com destaque para as histórias de sucesso no Agroalimentar, nomeadamente em Torres Vedras, Fundão e Idanha- a -nova, onde esta iniciativa se desenrolou nos últimos anos.

6 Valor Local jornalvalorlocal.com Sociedade Dezembro 2022
Pedro Gago deu a conhecer junto do PSD as preocupações da freguesia
7 Valor Local jornalvalorlocal.com Publicidade Dezembro 2022 PUB

PSD de Azambuja exige intervenção da IP na “Estrada da Morte”

OPSD de Azambuja afixou na Nacional 3 junto a Vila Nova da Rainha um cartaz a assinalar a perigosidade daquela via com o slogan “Esta estrada mata!”. No âmbito de uma ação com o intuito de alertar para os níveis de sinistralidade nas principais vias que atravessam o concelho de Azambuja, a ação estendeu-se ainda a Aveiras de Cima junto à rotunda na saída da autoestrada, local também propício a acidentes. O presidente da distrital de Lisboa do PSD, Ângelo Pereira, visitou o concelho de Azambuja no âmbito desta ação e evidenciou ao Valor Local a sua preocupação.

“Estamos perante uma verdadeira estrada da morte, sendo urgente que a Câmara se envolva neste assunto, pois o que acontece nesta via tem prejudicado a mobilidade na freguesia, com várias mortes e feridos”, referiu Ângelo Pereira que prometeu levar o assunto junto dos deputados do PSD eleitos na Assembleia da República.

Rui Corça, vereador e presidente da concelhia laranja, também lamentou que a Infraestruturas de

Portugal ainda não se tenha mexido desde que o concurso para a construção de duas rotundas foi lançado no passado verão com vista a melhorar as condições do trânsito no local. “Estas situações vão evoluindo e continuam a surgir cada vez mais empresas nes-

ta estrada, que colocam cada vez mais carga em cima do problema”, referiu, sentenciando que “provavelmente a solução que visa a construção das duas rotundas não será suficiente”. O autarca está preocupado ainda com a circulação de peões constante

junto à estrada, onde por vezes se acumula ainda o estacionamento proibido de pesados sem que as autoridades intervenham. “As pessoas são relegadas para segundo plano a começar pelos habitantes de Vila Nova da Rainha”. Já o presidente da junta,

Bruno Borda d’Água, acrescenta que “o tráfego é imenso e a qualidade de vida está em perda, pelo que a situação deve ser resolvida de uma vez por todas”.

Segundo o que o Valor Local apurou, o concurso para a construção das duas rotundas, uma

junto aos armazéns da Green Logistics e outra junto à Siva, no valor de 1 milhão e 700 mil euros já terá um vencedor, de acordo com o presidente da Câmara de Azambuja, Silvino Lúcio, mas a verba encontra-se cativa para já no ministério das Finanças, sendo que o município efetuou “esforços” para que seja dado o pontapé de saída.

Segundo nota de imprensa da IP, aquando do lançamento do concurso a entidade referia que o investimento em causa tem como principal objetivo “o reforço da melhoria da segurança rodoviária na Nacional 3, com a reformulação da geometria do traçado existente, através da construção de duas rotundas – nos quilómetros 5,7 e 6,4 – e introdução de separador central entre as mesmas”. A IP pretende ainda efetuar uma “reabilitação funcional do pavimento, sistema de iluminação, melhoria do sistema de sinalização vertical, horizontal e de orientação, melhoria dos equipamentos de segurança e balizagem e reposição dos dispositivos retrorrefletores complementares”.

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PUB PSD alertou para os riscos de circulação nas principais vias do concelho em que a intervenção da IP é urgente
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60 mil pessoas sem médico de família no concelho de Vila Franca de Xira

As comissões de utentes da saúde de Vila Franca de Xira juntaram-se no passado 6 de dezembro numa vigília em frente ao edifício dos paços do concelho de Vila Franca, numa organização da comissão do Bom Sucesso/Arcena. Foram cerca de duas centenas de pessoas que se juntaram pacificamente e que protestaram contra a atual situação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em Vila Franca e que exigiram aos governantes, mais médicos e melhores condições para os restantes profissionais de saúde.

Foi com palavras de ordem, já ouvidas noutras iniciativas, muitas delas ligadas à CDU, que os utentes, na maioria pessoas idosas, apelaram à ajuda do Governo, lembrando “que a saúde é um direito” e que por isso urge a defesa do SNS em detrimento daquilo que consideram ser a exploração comercial das clínicas e hospitais privados dos recursos ligados ao Serviço Nacional de Saúde, numa alusão às parcerias público-privadas.

Muitos são os utentes sem médico de família que não conseguem obter consultas ou exames, já que as

receitas são pedidas nos centros de saúde e passadas pelos médicos. É o caso de Maria José Lobato, de Alhandra, de 79 anos. Esta utente diz que ainda tem médico, mas que se vai embora em meados deste mês. Maria José Lobato teme o pior porque “dizem que se vão embora cinco médicos e a situação vai ficar complicadíssima”.

Já sem médico está outra utente também de Alhandra, com 82 anos, que para ter acesso às con-

sulta e receitas tem de tentar uma consulta para um outro médico, o que se torna difícil, pois os clínicos vão escasseando: “Isto se houver vaga, caso contrário será muito mais difícil”.

Maria Edite, de Vila Franca, já está sem médico vai para três anos. A utente teve de recorrer ao setor privado. “A minha reforma é de 400 euros e não tenho meios para continuar a pagar no particular”. Esta é de resto uma situação

acompanhada de perto pela Câmara de Vila Franca de Xira. Fernando Paulo Ferreira, presidente da autarquia, solidarizou-se com os utentes, e vincou a necessidade de continuar a reivindicar cuidados de saúde para as populações.

Em declarações à Rádio Valor Local que cobriu em direto esta vigília, o autarca sustentou a necessidade de os centros de saúde “responderem às necessidades das populações, sobretudo das pes-

soas que estão sem médicos de família, em que é preciso contratar mais médicos para o SNS”. O presidente da Câmara refere que esta tem sido a sua posição junto da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) e do ministro da saúde, com quem tem mais um encontro marcado para abordar o assunto.

O autarca vinca estar solidário com a população e garante que continuará a pressionar o Governo, recordando as limitações legais da autarquia nestes casos.

Aliás o autarca salienta mesmo que a autarquia não tem qualquer competência na contratação de médicos.

Fernando Paulo Ferreira recorda a aposta da autarquia ao colocar nas sedes das juntas os balcões SNS 24, mas isso, de acordo com o presidente, “não chega. “As pessoas precisam de falar com os médicos, precisam de consultas, de receitas e de baixas médicas, e isso é um trabalho que só os médicos conseguem fazer”.

O autarca diz que o Governo deve agir rapidamente, porque o concelho de Vila Franca caminha para que 1/3 dos habitantes perca o seu

médico de família.

Já o vereador da CDU Nuno Libório aponta o dedo à maioria socialista da Câmara de Vila Franca e ao Governo. Para o vereador há “mais de 50 mil utentes sem médicos de família e caminhamos vertiginosamente para 60 mil”. Refere, ainda, que o atual momento “representa a degradação e o desinvestimento inaceitável nesta área da saúde”.

Para Nuno Libório está em causa o direto à saúde “se continuarmos com sucessivas políticas erradas a patrocinar os negócios e à custa da doença nada se reparará”.

O vereador teme que comecem a encerrar centros de saúde no concelho de Vila Franca de Xira e sublinha que em breve algumas unidades ficarão com a sua capacidade de tratar as pessoas bastante reduzida. Só em Alhandra apenas ficará adstrito à unidade um clínico a meio tempo.

“ O Forte da Casa está sem médicos, mais de metade da população do Bom Sucesso, não tem médico” e face a este cenário, refere o vereador “estão criadas as condições para que o Governo possa encerrar os centros de saúde”.

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PUB Manifestação contou com a participação das várias comissões de utentes do concelho

“O vereador Matos portou-se como um cachopo e até foi trocar a fechadura do Convento”

Pedro Graça, presidente da Associação Cultura e Recreio de Virtudes, disparou em várias direções na última Assembleia Municipal de Azambuja. O dirigente associativo aponta o dedo sobretudo ao vereador com o pelouro da Cultura, António José Matos que rasgou o protocolo que mantinha com a coletividade, alegada-

mente porque esta não estava a cumprir com o que estava escrito. A razão do diferendo reside no facto de a Câmara ter, segundo a autarquia, protocolado no sentido de um elemento da associação estar de forma mais ou menos presente no Convento de Virtudes de forma a servir de ponto de apoio ao visitante, dado o valor

turístico atribuído àquele monumento municipal. O que nunca se veio a verificar “porque as pessoas da associação não são funcionárias da Câmara”. “O que dissemos é que íamos estando pela aldeia e rapidamente podíamos ir até ao Convento em caso de ser preciso abrir a porta”, aludiu.

Pedro Graça fez o histórico da questão dando conta que estranhou quando o vereador António José Matos apareceu com um protocolo em 2021 que seria alvo de aprovação nos órgãos municipais. O dirigente associativo considerou que o mesmo foi feito à revelia da associação e que portanto tinha ficado de pé atrás. “O senhor Matos disse que o protocolo ia correr às mil maravilhas, mas depois começámos a ser perseguidos por ele porque não estaríamos a abrir o Convento conforme estava no protocolo”.

Pedro Graça acha que Matos “se portou como um cachopo” e que a própria associação também teve um tratamento que não mereceria, que até deu direito a troca de fechaduras por parte da Câ-

mara.

O dirigente refere que as seis horas de abertura ao fim de semana do convento em que estaria presente um elemento da associação não é uma cláusula que faça parte do protocolo que foi rasgado

em fevereiro deste ano. Mas a associação refere que não foi notificada formalmente e que são devidos dois meses pela Câmara, no valor de 600 euros. Pedro Graça pediu a liquidação das verbas ao município. Silvino Lúcio, presi-

dente da Câmara, revelou-se desconhecedor das verbas em falta, prometendo uma resposta. O Valor Local contactou António José Matos que não se mostrou interessado em responder às críticas da associação.

Atividades de Natal em Arruda transferidas para o pavilhão municipal devido ao mau tempo

As iniciativas de Natal que decorrem dias 17 e 18 de dezembro, e que estavam previstas para o parque da vila de Arruda e zonas adjacentes, vão ser realizadas no Pavilhão Municipal. Carlos Alves, vice-presidente da Câmara, sublinhou à Rádio Valor Local, que tendo em conta as condições climatéricas, a organização considerou esta hipótese, até tendo em conta que todas as atividades podem agora desenrolar-se dentro de portas “e de forma abrigada”.

Carlos Alves garante que todo o programa vai ser realizado. A decisão foi tomada tendo em conta a previsibilidade de mau tempo “até porque não vale a pena arriscar”. “Tem de haver uma estratégia e uma operacionalização de tudo isto”, diz, salientando que o município está a trabalhar em paralelo com os avisos da Proteção Civil que estão a acontecer no território, vincando que são prioritários.

O autarca recorda que não faltarão iniciativas como a feira do artesanato ou a casa do pai natal, mas sublinha que de todas as atividades propostas, o desfile de pais natais, é a única que poderá estar condicionada. Esta é uma já habitual iniciativa do Motoclube de Arruda dos Vinhos, mas que devido ao estado do tempo poderá ser repensada.

Deste programa de dois dias, fazem parte muitas outras iniciativas como a feira do Livro que decorre no átrio da biblioteca, um espetáculo de poesia, a atuação do Grupo de Cavaquinhos da Universidade das Gerações e um presépio ao vivo com o Grupo Cénico Amador do Clube Recreativo e Desportivo de Arruda, entre muitas outras iniciativas, como aquelas que vão decorrer com os vários momentos musicais levados a cabo pelos alunos das escolas do concelho e da Escola de Música de Arruda dos Vinhos.

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Associação de Virtudes e Câmara de Azambuja em rota de colisão
Declarado Imóvel de Interese Municipal em 1996

Triaza “desaparecida em combate” ganha tempo e adia selagem do aterro

ATriaza, empresa que gere o aterro de Azambuja, que interrompeu a sua atividade a meio deste ano, protelou junto da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT), a selagem da única célula que esteve em funcionamento. Recorde-se que a empresa está impedida de continuar a laboração por não reunir a licença passada pelo município com vista à movimentação de terras, no âmbito do pedido de recalendarização para abertura de duas células, o qual foi indeferido pelo município. Conforme estipula a lei, a Triaza deveria neste momento proceder à selagem da célula mas socorreu-se da lei para pedir a suspensão da atividade, a qual pode ir no máximo até três anos. Com esta possibilidade a empresa que está em contencioso jurídico com a autarquia, exigindo uma indemnização de 12 milhões de euros, vê nesta prerrogativa mais uma forma de ganhar tempo.

Em causa está o artigo 82º do Decreto-Lei nº 102 D/2020.

A notícia de que a empresa teria

pedido a suspensão de atividade foi fornecida pelo vice-presidente da CCDR durante uma reunião da Comissão de Ambiente e Energia na Assembleia da República pedida pelo Chega, que teve lugar no dia 13 de dezembro. Rita Matias daquele partido evidenciou o histórico das questões ambientais que rodeiam este dossier com os impactes decorrentes da atividade do aterro desde 2017. Antes Margarida Dotti, habitante de Azambuja e membro do Movimento de Oposição do Aterro de Azambuja, fez uma intervenção por videoconferência também a evidenciar as preocupações inerentes a esta fase em que se encontra a exploração, e os custos ambientais que a população teve de suportar durante cinco anos.

O vice-presidente da CCDR-LVT e o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, tomaram nota das principais preocupações da representante do movimento bem como dos deputados que intervieram para além de Rita Matias, como Vera Braz (PS); Alexandre Simões (PSD); Duarte Alves (PCP) e Pedro Filipe Soares (Bloco de Esquerda).

José Alho deu a entender que a CCDR-LVT ficou surpreendida com este pedido de suspensão da atividade, ressalvando que a lei neste caso está do lado da empresa. O período de suspensão concedido nunca deve ser inferior a um ano, e a empresa terá depois 180 dias para fazer essa selagem, o que fazendo as contas não deve começar antes de 2024 no aterro de Azambuja, isto na melhor das hipóteses e a crer que não será dada licença para suspensão superior a um ano à empresa.

A deposição do amianto no aterro é outra das principais preocupações da população. A Triaza não o fazia em célula própria, mas numa espécie de alvéolo dentro da célula, isto segundo a empresa. De acordo com imagens captadas por residentes, o amianto seguia misturado com demais resíduos, ao arrepio da lei. José Alho respondeu que é preferível que permaneça depositado e não seja retirado tendo em conta o risco de ser ambientalmente ainda mais perigoso. Rita Matias entregou à CCDR ima-

gens do amianto a ser depositado misturado com outros resíduos. Sendo que as mesmas já são há muito do conhecimento daquela entidade.

Já o presidente da APA questionado sobre os riscos de contaminação das captações de água para consumo humano tentou sossegar os presentes referindo que a estrutura foi inspecionada pela EPAL de forma a assegurar “os devidos perímetros com determinação de zonas de proteção”, e que por isso não há razões para preocupa-

ções, destacando ainda que a infraestrutura da Triaza funcionava de forma segura e ambientalmente correta. Nuno Lacasta adiantou ainda que pese embora a empresa estar impedida de continuar com a sua atividade comercial, está obrigada a enviar relatórios de monitorização das substâncias poluentes e devido acompanhamento técnico. Foi ainda referido pela técnica da APA, Ana Cristina Carrola, que este aterro à semelhança de outras estruturas no país deixou em 2020 de receber resíduos vindos do estrangeiro tendo em conta a necessidade de preservação de espaço em aterro “face às necessidades da produção nacional de resíduos”. Estas infraestruturas terão por força de diretivas europeias para os resíduos entrar em processo de desaceleração. No espaço de uma década a deposição em aterro de resíduos deve baixar dos atuais 57 por cento para 10 por cento. Até 2020, o aterro da Triaza recebia do estrangeiro sobretudo, segundo indicação daquela técnica, resíduos fermentados, equiparados a urbanos, sem problemas de lixiviação.

Continuam a acontecer as descargas ilegais na Ribeira do Sarra, em Casal do Sarra, Carregado. O assunto tem voltado à baila à medida que mais problemas ambientais têm sido suscitados nos últimos tempos. Em 2016, uma das empresas que tinha sido visada como estando na origem das descargas, a Nally, procedeu a obras, à época visitadas pelo Valor Local, mas segundo Artur Almeida que tem sido a voz da revolta dos moradores de Casal do Sarra, na freguesia do Carregado, as melhorias foram apenas temporárias. Neste momento, “as descargas continuam a acontecer e em força” e para além de identificadas a Nally e a Europastry haverão outras a descarregar. A Europastry sempre rejeitou responsabilidades, já a Nally pensou que a com as obras de construção de uma rede de esgotos de raiz para o efluente industrial, conseguiria sanar o problema, mas sem sucesso. Artur Almeida destaca ao Valor Local que devido às chuvas “por estes dias a ribeira está limpa”, mas quando assim não acontece o foco de insalubridade é gritante naquele bairro, “e sem que a Câmara faça o suficiente para dirimir esta situação”. Artur Almeida fala na proliferação de ratazanas numa ribeira que fica paredes-meias com centenas de habitações. Da parte da junta “também não vejo nada”. O morador destaca que os prevaricadores aproveitam “esta altura de cheias para efetuarem as descargas de forma que passem mais despercebidas” na velha lógica de que “a água lava tudo”, quando assim não é “o cheiro é nauseabundo”. “Fala-se tanto no ambiente, mas continuam a prejudicar a qualidade de vida de 1000 pessoas que aqui vivem no bairro”. Segundo Artur Almeida, a Câmara deveria ir mais além do que o relatório que levou a cabo há alguns anos e que permitiu identificar alguns focos “mas continuam a dizer que está tudo bem melhor na Ribeira do Sarra mas não é assim”. Vários partidos políticos têm tomado contacto com esta situação e de acordo com uma nota emitida há alguns meses pelo PSD de Alenquer “a ribeira está poluída, com um cheiro nauseabundo e a deitar líquido castanho”. Ouvido pelo Valor Local, Paulo Franco, vereador com o pelouro do Ambiente, refere desconhecer o atual quadro. Não tem ouvido relatos nesse sentido, evidenciando, antes, que a Câmara vai avançar em conjunto com a Águas do Tejo Atlântico com o projeto “Agir” que visa dotar empresas potencialmente poluidoras com ferramentas e conhecimento técnico com vista a dirimirem o seu passivo ambiental, entre elas está a Europastry e a Nally. Artur Almeida evidencia que apesar de a Nally ter ETAR “quando chove muito já não consegue tratar os efluentes que são enviados para a ribeira”, o mesmo acontece por parte de outras empresas como a de lavagens de veículos que se encontram nas proximidades, na vila do Carregado, “como uma que lava camiões cisterna carregados de ácidos, e essa empresa por exemplo não tem ETAR”. Segundo Artur Almeida, todas “estas situações são do conhecimento da Câmara”.

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Descargas ilegais e cheiros nauseabundos Pesadelo da Ribeira do Sarra sem fim à vista para os moradores
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Sílvia Agostinho Estrutura fechou portas e deverá permanecer sem grandes alterações durante vários meses Aspeto da ribeira
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Nunca é tarde para voltar à escola

Criado pelos governos de José Sócrates, o programa “Novas Oportunidades” tem vindo a ganhar dimensão e reconhecimento ao longo dos anos. Na altura encarado como um programa facilitista em que quem o frequentava ia apenas para ganhar um computador gratuitamente, hoje o programa parece ter atingido outro patamar de maturidade e é uma escolha natural para quem queira ver validadas as suas competências, e acabar com o estigma de não ter terminado o ensino obrigatório. O programa que já mudou de designação várias vezes, chama-se agora de “Qualifica”, e pelo meio já foi o programa de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) que certificava as competências adquiridas ao longo da vida pessoal e profissional. Fomos conhecer alguns dos formandos que frequentam o “Qualifica “na Escola Secundária de Azambuja, e os motivos pelos quais decidiram apostar nesta ferramenta, depois de terem abandonado o ensino obri-

gatório ainda jovens.

Dos cerca de 70 alunos inscritos no “Qualifica” da Escola Secundária de Azambuja, um dos grupos ouvido pelo jornal Valor Local, arrepende-se de não ter completado o ensino obrigatório na altura certa.

Os relatos vão quase todos nesse sentido e expõem as dificuldades de um passado ligado ao

trabalho para, na grande maioria, sustento da família, em que os estudos ficaram para trás, bem como muitos outros projetos de vida.

Durante a reportagem do Jornal Valor Local, foram sistemáticos os relatos relacionados com o trabalho e as oportunidades surgidas, aliados a uma escola “pouco atrativa”, o que fez com

que muitos alunos abandonassem o ensino.

Passados, em alguns casos, mais de 20 anos, é evidente o arrependimento, mas também passados todos estes anos e com orçamento próprio, e não o dos pais à época, torna-se mais fácil completar a escolaridade, em termos mais apelativos e em horários pós-laborais.

Os indivíduos, que por um ou por outro motivo, não completaram a escolaridade obrigatória e que precisam de progredir profissionalmente, são os que mais procuram esta saída.

No entanto, na nossa região, há cada vez mais empresas que dão aos seus trabalhadores esta ferramenta, que os possibilita subir na carreira e adquirir mais

experiência académica.

É o caso do grupo “Jerónimo Martins”. A empresa com armazéns de logística em Azambuja e dona dos supermercados “Pingo Doce” é segundo Manuela Rocha, professora e coordenadora do programa “Qualifica” na Escola Secundária de Azambuja, “um bom exemplo” referindo que os trabalhadores desta unidade têm direito a frequentar o “Qualifica” em horário laboral e sem qualquer tipo de desconto no salário final. Dos cerca de 70 formandos, 17 são oriundos daquela empresa.

“Qualifica” como forma de conseguir um emprego melhor ou ganhar mais

David é um dos formandos com quem o Valor Local falou. Aos 37 anos assume que deixou para trás “objetivos que não foram cumpridos no passado” e por isso assume agora que quer instruir-se “com o 12º ano para conseguir um trabalho diferente”.

David trabalha no ramo do imobiliário. No entanto esta passagem pelo “Qualifica” vai permitir-

14 Valor Local jornalvalorlocal.com Destaque Dezembro 2022 O
que é hoje o antigo programa “Novas Oportunidades”
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Miguel António Rodrigues A universidade pode ser o próximo passo de David PUB

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lhe fazer algo diferente na área dos investimentos.

David assume estar arrependido de não ter estudado, na altura, e diz ter a noção que esta nova área é complexa e que por isso abraçou o desafio de tentar saber quais as suas competências atuais “ou se existe a necessidade de ir para universidade”. Quem sabe tirar o curso de Economia.

Aos 36 anos, Bruno, outro dos alunos, assume que agora é tempo de concluir o 12º ano. Por falta de tempo, devido ao estilo de vida, ou porque as prioridades eram diferentes à época, Bruno refere agora que está na altura de concluir o ensino secundário.

Bruno é motorista de pesados e diz que para já quer apenas concluir a escola obrigatória, e deixa em aberto o seu futuro: “Depois vamos ver o que virá a partir daí, porque atualmente qualquer mudança que possa fazer já me é exigido o 12º ano”, vincando que nos dias que correm “fecham-se as portas” a quem não tem a escolaridade obrigatória. Ainda assim refere que está nos seus planos deixar a vida de motorista de pesados por causa da carga horária e da disponibilidade familiar.

Quanto ao “Qualifica” diz que “vale a pena”. “Esperamos conseguir chegar todos ao fim e

realizados que é o mais importante”.

Também Marta Valada assume que este curso pode e deve mudar-lhe a vida. Com uma possibilidade de emprego na junta de Azambuja, Marta, de 47 anos, deu com motivo para estar a frequentar o “Qualifica”, a necessidade de ter o 9º ano para conseguir esse trabalho.

Operária nas limpezas nos armazéns da Sonae, Marta está agora desempregada e no imediato, a Junta de Freguesia pa-

rece-lhe uma boa opção. Ao Valor Local, Marta diz que o emprego na junta seria o ideal nomeadamente no que toca à carga horária. Com um filho com necessidades especiais e utente da CERCI, esta trabalhadora refere que esta é mesmo a melhor escolha até porque a trabalhar no armazém não consegue deixar o filho aos cuidados de quem quer que seja.

Marta também se arrepende de ter deixado a escola, mas tem consigo uma história de vida

dura de trabalho que começou aos dez anos de idade na agricultura. Reflexos de outros tempos, que à vista dos dias de hoje parecem distantes, mas para Marta, são tempos muito presentes.

Marco Valada é outro exemplo de quem quer mudar de vida com este curso. Aos 23 anos diz ao Valor Local que para trás ficam os tempos em que “quando era mais novo não queria estudar”. “Queria boa vida e passear”. Os tempos e as necessi-

dades mudaram e por isso refere que nesta altura precisa do 12º ano para conseguir “um trabalho melhor”. Marco já trabalhou no campo e nas obras e pretende agora um emprego onde ganhe mais para poder ter uma vida mais confortável.

Também a história de Maria José Estudante, de 44 anos, se cruza com todas as outras. A trabalhar nas limpezas atualmente, ambiciona por uma vida melhor. Ainda sem planos em concreto, assume, no entanto, querer acabar a escolaridade obrigatória. Maria José foi emigrante na Bélgica, para onde partiu com o 9º ano. Por isso a escola ficou para segundo plano. Na Bélgica, não conseguiu acabar os estudos, no entanto, diz que em Portugal é mais fácil, e ingressou no “Qualifica” este ano.

Maria José diz ter em vista trabalhos mais bem remunerados, e mostra-se agradada com a experiência no “Qualifica” – “Sintome à vontade, o único senão é o tempo que nos falta” até porque com o trabalho e a escola em pós-laboral, há que existir um compromisso entre ambas as vontades e necessidades.

Paulo Félix, de 51 anos, diz que procura uma nova oportunidade de emprego. Supervisor da DHL, já há muitos anos, ambiciona encontrar outros desafios

até dentro da empresa, vincando a existência de pouca oferta e muita procura na área da logística. “Temos de dar um passo à frente para depois conseguir subir”. No passado assume que não estudou quando devia e agora há que correr atrás do prejuízo. Ainda assim conclui que “as perspetivas são boas”.

“Empresas devem dar oportunidade aos trabalhadores de frequentar o Qualifica”

Entre as empresas do concelho de Azambuja, destaca-se a insígnia Pingo Doce. São 17 os trabalhadores daqueles armazéns inscritos neste “Qualifica” em Azambuja, no entanto, refere a professora Manuela Rocha, coordenadora, esta já não é a primeira vez que empresas como o Pingo Doce, por exemplo, dão aos seus colaboradores a possibilidade de acabarem os estudos.

Manuela Rocha enfatiza a necessidade de as empresas poderem seguir este exemplo e recorda que “há muitos adultos que não terminam a escolaridade porque não possuem essa hipótese”. Uns têm de trabalhar desde cedo, outros simplesmente devido a várias circunstâncias deixaram de estudar.

No entanto a escola é proativa

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PUB Bruno é atualmente motorista de pesados mas tem outras ambições

no que toca a estes cursos. A coordenadora sublinha que já falou com algumas IPSS do concelho, nomeadamente, com a Santa Casa no sentido de possibilitar a pessoas mais velhas o término dos estudos. Ainda assim lamenta que a adesão não tenha sido a esperada, aguardando, por isso, resposta. Manuela Rocha lamenta, no entanto, que as empresas não estejam disponíveis para ceder os trabalhadores por algumas horas semanais, durante o horário laboral.

Por outro lado, refere uma parceria com a Câmara de Azam-

buja, com alguns alunos a título individual que frequentam o “Qualifica”. Madalena Tavares, diretora do agrupamento de escolas de Azambuja, sublinha também a importância deste “Qualifica”. A responsável diz que o papel da escola é “motivar” e isso, garante, está presente no dia a dia deste estabelecimento de ensino. Madalena Tavares diz que o exemplo começa na própria escola: “Motivamos os nossos funcionários que ainda não têm o 9º ano ou o 12º ano a virem complementar a sua formação connosco”.

Para a professora, o “acelera-

dor” financeiro tem sido uma peça importante para estes formandos que com o objetivo de não perderem dinheiro com as horas investidas no “Qualifica”, têm aderido a este projeto. Ao todo o Estado, e depois da formação completa, paga a cada um destes alunos cerca de 500 euros, algo que é recente, e no fundo acaba por ser uma almofada importante para quem frequenta estes cursos. No final do curso, os formandos têm de entregar um trabalho escrito sobre a sua história de vida que possibilita a certificação das competências de cada um, mas

os alunos têm ainda de fazer uma formação obrigatória de 50 horas, nas áreas em que possuem maior dificuldade: em regra o Inglês e a Informática.

De acordo com a diretora do agrupamento, “o objetivo é garantir que o agrupamento consiga dar um contributo extramente válido para a melhorar a qualificação da nossa população”, onde se incluem, não só residentes no concelho de Azambuja, como também de concelhos vizinhos, ou simplesmente “população que apenas trabalha cá ou mora perto”.

Madalena Tavares explica que

um dos objetivos passa também pela resposta junto dos trabalhadores das empresas do concelho que empregam muitas pessoas de fora. Ainda assim a professora diz ter a ambição de reforçar o número de alunos, enquanto reconhece o empenho dos professores neste processo, mesmo durante a pandemia, o que constituiu um desafio “pois nunca deixaram de trabalhar” , recordando que “estávamos a começar uma turma de Português para estrangeiros, quando rebentou a pandemia”.

A diretora sublinha que o objetivo é criar várias oportunidades

para os alunos que tiveram uma má experiência no tempo de escola “para que possam mais tarde e já com outras condições de vida vir a aceitar essa oportunidade”.

Agrupamento de Escolas de Azambuja adere à Academia Digital para Pais

O agrupamento quer colocar os alunos a dar formação aos mais velhos. A iniciativa de aderir a este projeto acaba por ser um complemento ao ”Qualifica”, o qual visa dotar os mais velhos de competências na área da in-

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Marco Valada, 23 anos, pretende outras oportunidades de trabalho Maria José foi emigrante na Bélgica e os estudos ficaram para trás

formática e tecnologias.

Segundo Madalena Tavares, os alunos são convidados a dar formação nestas áreas aos pais e encarregados de educação com o apoio de um programa da Direção Geral de Educação. Portanto, assim sendo, a escola de Azambuja vai ter dois tipos de formação para adultos, o “Qualifica” e esta nova vertente dedicada aos encarregados de educação, garantindo o apoio da escola, “em que esta é um elemento ativo na sua sociedade e na comunidade e devolve o apoio e a formação que as pessoas precisam”.

A professora explica que alguns dos alunos são convidados pelos professores, tendo em conta o perfil, outros são voluntários e oriundos do ensino secundário.

Neste processo, serão convidados também a “ajudar” alunos do ensino básico “sendo que a ideia é que eles possam ter e dar formação aos pais e encarregados de educação”. Em suma, os jovens alunos vão ensinar no âmbito das competências digitais em questões simples como ligar um computador ou enviar um email, sendo que “depois serão os mesmos a passar esses conhecimentos aos

pais”.

De acordo com a diretora do agrupamento, a adesão dos alunos a este projeto tem “sido muito positiva” e a expetativa é muita em áreas em que os jovens de hoje têm mais competências por via do contacto com as novas tecnologias.

Madalena Tavares diz que não é garantido que os alunos trabalhem com os próprios pais, mas reforça que o objetivo do programa passa por dar conhecimento e ferramentas aos mais velhos.

A professora sustenta que durante a pandemia “foram detetadas algumas lacunas nos co-

nhecimentos e competências digitais nos adultos da nossa comunidade e a escola estava impotente, sem recursos”.

As coisas mudaram e desde o ano passado que o estabelecimento já tem um técnico de informática que prepara as formações que se seguirão.

Estas são formações que acontecerão no pós-laboral, nomeadamente, no que toca aos adultos. Madalena Tavares diz que só um técnico de informática não chega para dar este tipo de formação aos adultos, daí ter implementado este programa que envolve várias gerações.

O que é o Programa “Qualifica”

O Programa Qualifica é um programa dirigido aos adultos com percursos de educação e formação incompletos e tem por objetivo melhorar os níveis de qualificação dos adultos, contribuindo para a progressão da qualificação da população e a melhoria da empregabilidade dos indivíduos.

No âmbito do Programa Qualifica foi criada uma rede nacional de centros especializados para a qualificação de adultos — os Centros Qualifica — que têm ampla cober-

tura do território nacional e que são promovidos por diversos tipos de entidades como escolas, centros de formação do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), câmaras municipais, empresas e associações empresariais ou associações de desenvolvimento local. Estes centros prestam um serviço público individualizado aos adultos, permitindo que em função das características de cada pessoa, do seu passado escolar e profissional e das suas ambições e expectativas, seja definido o percurso de qualificação mais adequado a cada situação concreta.

17 Valor Local jornalvalorlocal.com Destaque Dezembro 2022
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Marta Valada começou a trabalhar no campo aos dez anos Paulo Félix trabalha na DHL e sonha em progredir na sua empresa

“Temos adolescentes de 14 anos que não sabem ler nem escrever”

Criada em 2020 a Federação das Associações de Pais do Oeste, Lezíria do Tejo e Médio Tejo (FAPOESTEJO) é a maior do género em Portugal cobrindo 900 escolas, dispersas por 36 concelhos, num total de 1130 alunos. Muitas aprendizagens têm sido efetuadas, sobretudo durante os anos da pandemia, e um conhecimento do terreno ao nível do que é o ensino nesta vasta região igualmente. Rui Pires, encarregado de educação, e presidente daquela entidade, esteve no programa Hora Local da Rádio Valor Local e identifica o abandono escolar como um dos problemas transversais a muitos dos concelhos, sendo que em alguns deles, nomeadamente, na zona de influência do nosso jornal, em Benavente e Salvaterra de Magos há casos profundos do dito analfabetismo funcional entre jovens adolescentes.

O desafio da federação dispersa por três regiões é gigantesco, “mas consegue-se tendo em conta que nos órgãos sociais temos associados de todas”. No conjun-

to das três regiões “contamos com 50 associações de pais associadas no conjunto de 130 que estão a trabalhar”. Entre si, as

três regiões apresentam algumas diferenças, salientando, Rui Pires, que a problemática do abandono escolar se faz sentir sobre-

tudo nos concelhos do Oeste e menos nos do Médio Tejo. Neste aspeto, salienta o caráter mais urbano daquela região em comparação com muitos dos concelhos do Médio Tejo, a que se junta a maior proximidade a Lisboa, com os pais a trabalharem muito tempo fora de casa, com algum tempo perdido entre viagens, o que leva a possíveis situações que podem configurar quadros de alienação parental, e um menor acompanhamento do percurso escolar dos educandos. Já no Médio Tejo, os encarregados de educação têm o seu trabalho mais perto da área de residência, muitas vezes os pais trabalham e os filhos estudam na mesma localidade. O apoio dos municípios é “fundamental” segundo Rui Pires na identificação destes quadros. “Existe uma proximidade muito maior entre encarregados de educação e educandos no Médio Tejo, em que o modo de vida é menos stressante, enquanto no Oeste e em parte na Lezíria os ritmos da vida são mais intensos”.

A realidade do abandono escolar tem várias vertentes. Ao contrário do que se pensa não acontece apenas na transição para o ensino secundário, sucedendo ainda no primeiro ciclo, sobretudo entre certas camadas da população como é o caso dos alunos de etnia cigana. “Temos de perceber como podemos ir mais além no apoio a estes alunos e famílias em que existe uma determinada realidade cultural como é o caso dessa etnia, mas também no que

respeita a situações respeitantes a famílias imigrantes, em que os seus educandos podem sentir-se deslocados ou inadaptados à escola e isso poder levar a uma situação de abandono. Mas há casos em que os motivos do abandono se relacionam com situações familiares em que pode ser necessário o envolvimento de outros agentes como a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, forças de segurança”. Rui Pires adianta que a FAPOESTEJO vai participar, em breve, enquanto membro da European Parent’s Association, associação que integra as associações de pais a nível europeu, num programa nacional em que a educação vai estar em destaque.

“Com a pandemia a escola transformou-se totalmente e houve mais aproximação entre pais e professores”

A pandemia trouxe vários desafios e um dos maiores passou pelo meio escolar com a introdução das aulas via plataformas de videoconferência. Todos tiveram de somar esforços para conseguir os mínimos de aprendizagem e não fazer com que os alunos regredissem no seu percurso escolar. Rui Pires confessa que nessa altura sentiu de facto uma união de vontades que nunca tinha acontecido entre as associações de pais, professores e direções escolares daquela maneira. Muitas vezes as associações de pais são vistas de lado e como uma pedra na engrenagem por

parte dos demais atores escolares, mas nessa altura de grande desafio todos souberam dar as mãos, refere Rui Pires. “Os estabelecimentos escolares ouviram muito mais os pais, a escola abriu-se, e nós pais também escutámos mais as escolas, e com isso cresceu um respeito mútuo”. Os desafios para o futuro são muitos depois de uma pandemia, “porque temos crianças que iniciaram o primeiro ciclo em casa, e não tiveram oportunidade nos dois primeiros anos de terem períodos de recreio, de brincadeira, o que é uma parte muito importante do seu desenvolvimento psíquico”.

O bullying, como não podia deixar de ser, é outro dos combates da sociedade escolar, sobretudo nestas novas formas de “ciberbullying” e do “bullying mais focado na intimidação mental”. A FAPOESTEJO tem uma parceria com o movimento No Bully Portugal, em que leva a cabo diversas iniciativas a alertar para os perigos daquela realidade com ações de formação.

O processo de reconhecimento desta federação e de criação de uma relação mais próxima por parte das escolas tem sido um caminho longo. Na região de influência do nosso jornal isso ainda não estará muito bem concretizado com o Agrupamento de Escolas Marcelino Mesquita, Cartaxo, mas Rui Pires espera alcançar um consenso nessas relações.

As realidades escolares são diferentes em vários dos concelhos onde estamos presentes, se em Arruda dos Vinhos a educação tem um peso determinante até na dinâmica do próprio concelho em que a presença do Externato Alberto Faria com o trabalho desenvolvido durante anos pelo seu fundador é disso exemplo, sendo esse setor visto como uma área de valor acrescentado, na ótica de Rui Pires, já nos concelhos de Benavente e Salvaterra de Magos “temos realidades sociais muito pesadas com alunos com 14 anos que não sabem ler”, em que “o abandono escolar é muito presente”. “Temos este fenómeno de novos analfabetos, que são crianças e jovens que necessitam do nosso apoio. Não querendo focar-me apenas nesses concelhos também existe noutros, porque a realidade é transversal sendo mais ou menos acentuada em determinados locais. Só temos de os apoiar e respeitar”.

Rui Pires da FAPOESTEJO
acredita que há um novo analfabetismo entre os jovens
18 Valor Local jornalvalorlocal.com Educação Dezembro 2022
PUB Rui Pires da Fapoestejo passa em revista os primeiros dois anos da federação
19 Valor Local jornalvalorlocal.com Publicidade Dezembro 2022 PUB

Salas de ciência e laboratórios quase prontos na Escola Damião de Góis

Aempreitada de construção de um edifício com seis salas de aula, em que quatro serão para ensino experimental de ciências, orçada inicialmente em 803 mil 480 euros deverá ultrapassar o milhão de euros. A nova obra vai dar lugar aos antigos pavilhões existentes no interior do estabelecimento de ensino e é financiada em cerca de 500 mil euros pelos fundos comunitários.

A obra era uma reivindicação do agrupamento que “ao longo de décadas improvisou laboratórios de Física/Química e de Biologia”, dá conta o vice-presidente da autarquia, Rui Costa, ao Valor Local. O novo edifício estará apetrechado com novos equipamentos e disporá das condições necessárias para o ensino daquelas disciplinas, bem como aos cursos profissionais da área da Saúde. As novas valências de laboratório estarão ainda ao dispor do terceiro ciclo da Escola Básica 2,3 Pêro de Alenquer.

No total a Escola Secundária de Alenquer e a Básica Pêro de Alenquer terão à volta de 2500 alunos

já a contar com o período noturno, pelo que a obra será uma maisvalia, de acordo com o autarca. Estas obras contemplam outras mais vastas cuja responsabilidade cabe ao ministério da Educação. Sendo que nesta altura, o acordo com a tutela, “ainda informal”, poderá compreender a requalificação de um bloco central “que ali existe”, e ainda a “requalificação do pavilhão da escola com a eventual construção de um ginásio” e numa terceira fase “a modernização do edifício principal” com substituição de caixilharias, de portas, climatização do espaço entre outras obras.

Os vários trabalhos a mais do projeto que deverá ficar concluído, à partida, antes do próximo ano letivo motivou críticas dos vereadores da oposição PSD, Nuno Henriques e Ernesto Ferreira, CDU na última reunião de Câmara. Obras na conduta de água motivaram mais este adiamento. Segundo Rui Costa “a obra tem sofrido contratempos devido aos problemas que afetam o setor de construção com escassez de matéria-prima, o

aumento da inflação que tem incidência também na mão de obra, pelo que as obras estão a sofrer revisões de preços quase mensais”.

Centro Escolar dos Cadafais deverá ser inaugurado antes do início do ano letivo 2023/2024

Ainda no capítulo das obras nas escolas do concelho, o vice-presidente da autarquia dá ainda conta que a requalificação da escola básica e jardim-de-infância de Cadafais está numa fase final. A empreitada teve um custo de um milhão de euros. Este centro escolar foi no passado uma escola do Plano Centenário. Tinha apenas duas salas, e passará agora a ter cinco, incluindo um refeitório e um ATL, gabinetes vários, parque infantil. “Nesta altura é o suficiente dadas as necessidades da população, e consistiu também em acrescentar espaços dentro da área que tínhamos aproveitando os quadros comunitários e com isso uniformizar a qualidade dos equipamentos es-

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Obra vai ascender a mais de um milhão de euros
colares. Com esta obra fica concluída praticamente a nossa proposta da Carta Educativa, ficando a faltar a Escola da Vila, em Alenquer. No resto do concelho, na freguesia de Merceana, estará em marcha a fusão de três escolas no agrupamento para a construção de um novo centro escolar”.
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PUB Rui Costa dá conta dos investimentos em curso

Águas do Tejo Atlântico vai dar formação a empresas para minimizarem focos de poluição

ACâmara de Alenquer também já aderiu ao Plano AgIR, com a assinatura do protocolo e da carta de intenções, que envolve várias indústrias do concelho, numa cerimónia que contou com a presença do Secretário de Estado do Ambiente Ação Climática, João Galamba, no passado dia 9. Recorde-se que o município de Vila Franca foi o primeiro da região a assinar este documento. Trata-se de uma iniciativa promovida pela Águas do Tejo Atlântico que visa, através do fundo ambiental, implementar práticas ambientais responsáveis na gestão dos efluentes por parte dos agentes económicos.

O plano, com duração de quatro anos, é promovido pela empresa que gere o saneamento em alta nos 23 municípios servidos pela Águas do Tejo Atlântico. O Fundo Ambiental suporta esta ação em 4,4 milhões de euros.

O principal objetivo é melhorar a capacidade de resposta operacional das Fábricas de Água (ETAR), “com vista à redução de riscos ambientais provocados pela pre-

sença indevida de agentes poluentes no processo de tratamento”, pelo que será promovida “a formação de técnicos dos municípios e das indústrias no domínio da gestão dos efluentes industriais.”

“Para Alenquer, este processo é importante, porque temos muitas empresas e precisamos deste apoio. Foi, por isso, com muita satisfação e empenho que decidimos abraçar este projeto e cooperar no necessário. É uma oportu-

nidade que temos, enquanto território, mas também para as empresas e para a Águas do Tejo Atlântico. Parece-me que é uma forma de minimizar o impacto negativo decorrente da produção industrial. Este apoio de formação e de acompanhamento será uma base para o sucesso. Daqui a uns anos, vamos olhar para trás e perceber a importância desta cooperação, servindo de exemplo a todos os municípios do país, porque é um legado que deixamos para o futu-

ro.”, referiu Pedro Folgado, presidente da Câmara, durante a cerimónia, citado em comunicado de imprensa.

Através deste protocolo, o município de Alenquer passa a poder contar com equipas de especialistas nas indústrias do concelho, que vão identificar os pontos críticos das descargas nas redes, trabalhar com as empresas para avaliar os seus processos de prétratamento, identificando possíveis otimizações na produção, para mi-

nimizar efluentes e incrementar a sua qualidade, e ainda contribuir com outras medidas para melhorar a eficácia no desempenho ambiental das indústrias.

“Não podíamos estar de fora deste projeto. Temos de caminhar no sentido de acompanhar as indústrias, para que estas possam escolher o tratamento mais apropriado a dar aos resíduos. É um passo em frente naquilo que entendemos ser a sustentabilidade ambiental que os municípios têm de ter, reduzindo a pegada ambiental e criando também uma coesão territorial em vários domínios, no seu todo, para que possamos ser reconhecidos como referência na área ambiental”, disse Paulo Franco, vereador com o pelouro do ambiente.

A empresa Caetano Coatings foi a primeira a assinar o protocolo de adaptação ambiental, enquanto 12 outras indústrias concelhias rubricaram as cartas de compromisso: Emba, Geberit, Ykk, Galme, FV Rações, Luís Simões, Copalcis, Europastry, Confraria Do Café, Nally e Sulmaré. Paulo Franco

acredita que “muitas outras se seguirão”. Algumas delas conhecidas por terem um histórico e um passivo ambiental visível no concelho, esperando o município com este compromisso que o panorama mude.

Anualmente, será premiado o desempenho ambiental das indústrias envolvidas no projeto, com a atribuição de um selo de qualidade “Indústria em Evolução”.

“A mais-valia para as empresas é o poder trabalhar com equipas multidisciplinares, numa lógica de proximidade, o que criará uma dinâmica de melhoria, geradora de riqueza, com empresas certificadas do ponto de vista ambiental.

Além disso, é fundamental a aproximação à APA, que é a entidade máxima e gestora destes recursos”, acrescentou o vereador.

À margem deste plano, o município de Alenquer está a trabalhar em paralelo com a Águas do Tejo Atlântico, num projeto que visa o reaproveitamento de águas residuais para uso agrícola, com foco sobretudo nas explorações mais próximas das indústrias.

21 Valor Local jornalvalorlocal.com Dossier Águas Dezembro 2022 Alenquer
PUB PUB João Galamba e Pedro Folgado evidenciaram os méritos deste projeto
22 Valor Local jornalvalorlocal.com Publicidade Dezembro 2022
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23 Valor Local jornalvalorlocal.com Publicidade Dezembro 2022
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Inquietações para 2023

1 – Quanto tempo vai durar a guerra na Ucrânia?

Ponto prévio: de longe, o mais importante e o que mais choca são os milhares de vidas perdidas e de famílias destruídas numa guerra que (quase) ninguém percebe. Mas o conflito na Ucrânia tem também efeitos devastadores globais a nível económico. Ninguém consegue dizer quanto tempo irá durar. E a incerteza é claramente uma das grandes inimigas da Economia. A responsável máxima de uma multinacional presente em Portugal dizia-me um destes dias que a casa-mãe obrigava a fazer planos orçamentais a três anos, mas que, verdadeiramente, ela só estava a considerar as estimativas a um ano e, mesmo assim, com muitas reservas, porque tudo está a mudar muito depressa. Este é apenas um pequeno exemplo. A uma pandemia seguiu-se uma guerra na Europa. Os tempos estão difíceis para previsões.

2 – Vamos evitar uma recessão económica em Portugal?

Todas as previsões feitas até agora dizem que sim. Mas está longe de ser uma certeza. O Governo assume que Portugal vai claramente desacelerar – cresce 6,7% este ano e apenas 1,3% em 2023 – mas afasta um cenário de queda da economia. A OCDE aponta para um crescimento de 1% no próximo ano, o FMI de 0,7% e a agência Moody’s de apenas 0,4%. Não é grande coisa, mas é tudo acima de zero. Mas é também bastante próximo de zero. A estimativa de uma recessão na Alemanha, o motor da Europa e um importantíssimo parceiro comercial português , deixa óbvias e compreensíveis reservas sobre o desempenho da economia portuguesa no próximo ano. A capacidade que o País tiver – e o Governo em particular – para executar os fundos do Plano de Recuperação e Resiliência irá, em larga medida, ditar o desempenho económico em 2023. Independentemente da ruído do debate político, esta

tem de ser uma prioridade nacional. Conseguiremos que seja?

3 – A inflação vai continuar muito alta?

Parece que sim, embora um pouco mais baixa do que este ano. Chamam-lhe imposto escondido, mas face aos valores que tem atingido é um claro exemplo de “gato escondido com o rabo de fora”. A inflação acentuou-se com o início da guerra na Ucrânia, mas os preços começaram a subir muito antes, no verão de 2021, com a abertura das economias após o pico da pandemia. A inflação começou por ser “puxada” pelos valores dos produtos energéticos, mas já vai muito

4 – Os juros vão continuar a subir?

É provável que sim, embora não muito mais. Tudo dependerá do evoluir da inflação. Subir juros para travar o aumento dos preços é a grande arma do Banco Central Europeu e dos outros bancos centrais. No caso do BCE, a taxa de referência está nos 2% e é provável que suba um pouco mais. Mário Centeno, governador do Banco de Portu-

além disso. Os preços dos alimentos continuam a ter aumentos muito acima dos dois dígitos e o problema não deve ter melhorias óbvias tão depressa. É preciso ter noção desta realidade: algo que custava 10 euros e passou a custar 15 euros, dificilmente voltará a custar 10 euros.

A subida dos preços tornou-se estrutural e tudo o que se pode esperar é um abrandamento nesses aumentos. Para a larga maioria das famílias, o eventual acréscimo de rendimentos não acompanhou a subida dos preços. Em 2023 não deve ser muito diferente. A perda de poder de compra vai continuar.

gal, logo, com assento no BCE, declarou que não deve chegar aos 3%. Ainda assim, nos próximos meses são esperados novos agravamentos nas prestações para quem paga a casa ao banco. Já nos depósitos, os juros até devem subir, mas a remuneração paga pelos bancos deve continuar em valores ridiculamente baixos, próximos de zero. Para quem tem tem poupanças, uma boa decisão para 2023 pode mesmo ser procurar alternativas de investimento mais rentáveis. Um excelente ano novo para todos.

* Editor de Economia da RTP

24 Valor Local jornalvalorlocal.com Opinião Dezembro 2022
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Acabou a bola !!

Todo

este ano de 2022 ficou marcado pelo encerramento dos serviços de saúde, demoras e encerramento das urgências e demissões em massa de médicos e de chefes de equipas nos Hospitais e Centro Hospitalares de todo o Pais. O Serviço Nacional de Saúde está a falir e como se constata os problemas da saúde não se resolvem com a criação do Estatuto do SNS, como não se resolveram com a Lei de Bases da Saúde, resolvem-se com reformas e medidas estruturais a que o primeiro – ministro é tão avesso.

Tenho para mim que a área da saúde é a que deve merecer maior atenção da governação e deve ser mesmo considerada a 1º prioridade das políticas públi-

um desmembrar dos diversos serviços públicos particularmente na área da saúde com graves consequências para todos os cidadãos especialmente os de condição económica mais desfavorável e sem alternativa no recurso a cuidados básicos de saúde. Também estudos recentes da Marktest demonstram que em 2021 mais de 3 milhões de Portuguese possuíam ou beneficiavam de um seguro de saúde, que é uma demonstração clara da total falência do sistema e do seu modelo de organização E aqui está a demonstração clara de que a desagregação do Sistema Nacional de Saúde não só prejudica de imediato as famílias de menores rendimentos como contribui decisivamente

Um Natal seguro… em dádiva ao futuro!

Brinquedo, o simples brinquedo Como penhor de SEGURANÇA

Não pode rimar com Medo Tem de rimar com CRIANÇA!

“Asegurança é direito fundamental dos cidadãos: mora em permanência no coração, inscreve-se no texto da Constituição.

A segurança releva das coordenadas do mercado de consumo, privilegiado espaço onde riscos e perigos espreitam a cada passo, sem que se mude o rumo.

Dos presentes, outrora na esfera do Deus-Menino e hoje às mãos do profano Pai-Natal, às iguarias que “povoam”, a seu modo e com as diferenças que naturalmente se reconhecem, as mesas das distintas casas portuguesas e dos que se acolhem aos nossos sóis… a segurança tem de se afirmar iniludivelmente!

A segurança que se reclama quando em circulação por entre vias de distinto perfil, quaisquer que sejam! Os brinquedos figuram naturalmente na extensa lista de preocupações expressas neste passo. Há brinquedos menos inocentes que as crianças: há brinquedos que ferem, há brinquedos que matam!

Não nos iludamos. Não há na asserção ponta de excesso, de exagero!

Exemplos não faltam para ilustrar tão cruente realidade… Donde, os peculiares cuidados de que há que rodear as escolhas ante a hipervulnerabilidade das crianças. Para que se não avolume o rol de mais de 60 000 vítimas de brinquedos inseguros que constituem negra realidade, calculadamente ponderada, na União Europeia.

Brinquedos seguros, eis o apelo, que obedeçam aos requisitos das normas a tal propósito estatuídas, que garantam as crianças contra indesejáveis sinistros.

Há anos, a MATTEL, principal fabricante de brinquedos no globo, teve de recolher do mercado cerca de 22 milhões de artigos porque desprovidos dos requisitos essenciais de segurança: oriundos, na generalidade, da China, onde tais requisitos se desfeiteiam...

A União Europeia reforçou as normas de segurança. Porém, todo o cuidado é pouco: a mera aposição do logo CE pode nada querer significar. Pode não representar, como se pretende, segurança ante as fraudes que amiúde se registam e ampliam…

Dos sinistros registos no sistema de alerta RAPEX, na União, de acordo com a Nova Agenda Europeia do Consumidor, mais de 33% atingem crianças na sua esfera própria. “O Diabo deu um tiro com a tranca de uma porta”, diz o povo e com razão!

Peculiares cautelas há que observar para que se não haja de chorar as perdas causadas por incúria, trate-se de importador, de distribuidor, de retalhista (do varejo) ou do consumidor.

Para que se não observe o: “depois de casa arrombada, trancas à porta”!

Cuidados reforçados nos brinquedos para crianças até aos 3 anos de idade: as peças decomponíveis, porque minúsculas, podem afectar seriamente crianças cujo poder de autodefesa é nulo; desde que caibam no diâmetro de uma moeda ligeiramente superior à de 2 € são em absoluto de rejeitar…Ademais, deve haver advertências específicas para o efeito.

As famílias não se podem de todo permitir encarar de modo leviano, ligeiro, estas coisas. As autoridades não podem, de análogo modo, descartar a vigilância que mister será exercer sobre o mercado.

A França já proibiu os brinquedos, tão frequentes no mercado, que de algum modo evoquem armas de fogo, que as imitem ou tenham um qualquer potencial, não só em termos simbólicos como pela perigosidade que tantas vezes tais brinquedos em si mesmos encerram.

Os brinquedos de outrora, por mais toscos, mais rústicos, não apresentavam riscos de maior. Algo que hoje não sucede. Com arestas salientes, cortantes, com tintagens tóxicas, com superfícies que se partem e deixam a nu pontas salientes, de tudo um pouco, neste mercado multitudinário, em que a segurança tem, sob múltiplas formas, de se reforçar.

Segurança nas iguarias das Festividades, segurança portas adentro para evitar os acidentes domésticos, segurança nas vias, segurança na circulação para que o negro das faixas de rodagem se não mescle do sangue inocente de tantos…

Que a segurança se afirme em todas as suas vertentes. E as crianças ocupem a preocupação cimeira!

É que…

CRIANÇA evoca sempre a Esperança

Num rasgo de promissor futuro

E tem de se fundar na SEGURANÇA

para dar gás aos privados na áres da saúde, afirmando-se como a verdadeira alternativa ao SNS e com consequências dramáticas para o mesmo porque arrastam consigo profissionais médicos e de enfermagem atraídos por melhores remunerações e condições de trabalho Assim, com a falta de reformas efetivas no sistema, com apostas sérias na melhoria da remuneração dos profissionais e agentes de saúde o Pais só pode contar com a degradação progressiva do Serviço Nacional de Saúde , condenado a definhar ás mãos daqueles que mais enchem a boca com a sua defesa, precisamente os socialistas. A imagem das urgências hospitalares a que temos assistido nos últimos dias

é um retrato fiel do Pais cor de rosa ao fim destes anos de governo de António Costa. Agora que acabou o Mundial de futebol do Qatar para os Portugueses espero bem que os nossos responsáveis políticos se concentrem naquilo que é realmente importante para as pessoas, a sua saúde. Aproveito a oportunidade para desejar a todos e ás respetivas famílias um Santo e Feliz Natal e um Próspero Ano Novo, com muita Saúde!!

Num espaço que nem sempre é seguro!

Neste Natal, pelo NATAL…

Doe uma dose de TEMPERANÇA!

Seja fecundo intérprete de mudança!

Proclame como vector primacial O de uma consequente SEGURANÇA!

* presidente emérito da apDC – DIREITO DO CONSUMO, Portugal

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cas num Estado de Direito. Aquilo a que se assiste em Portugal, ao fim de sete anos de governação socialista de António Costa é Lélio Lourenço Mário Frota*
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