Edição 59 - Setembro 2011

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Setembro 2011 | ano IX | no 59 | Jobson Brasil

universovisual.com.br

XXXVI Congresso Brasileiro de Oftalmologia Tudo sobre o maior e mais importante evento da oftalmologia nacional

Descubra Porto Alegre Uma cidade de contrastes que alia modernidade e tradição

R$ 9,90

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CONSELHO EDITORIAL 2011

Catarata

Glaucoma

Retina

Carlos Eduardo Arieta Eduardo Soriano Marcelo Ventura Miguel Padilha Paulo César Fontes

Augusto Paranhos Jr. Homero Gusmão de Almeida Paulo Augusto de Arruda Mello Remo Susanna Jr. Vital P. Costa

Jacó Lavinsky Juliana Sallum Marcio Nehemy Marcos Ávila Michel Eid Farah Neto Oswaldo Moura Brasil

Cirurgia Refrativa

Lentes de Contato

EDITORES COLABORADORES

Mauro Campos Renato Ambrósio Jr. Wallace Chamon Walton Nosé

Adamo Lui Netto César Lipener Cleusa Coral-Ghanem Eduardo Menezes Nilo Holzchuh

Oftalmologia Geral

Córnea e Doenças Externas

Publisher & Editor

Flavio Mendes Bitelman Editora Executiva

Christye Cantero Editor Clínico

Hamilton Moreira

Newton Kara José Rubens Belfort Jr. Administração

Cláudio Chaves Cláudio Lottenberg Marinho Jorge Scarpi Samir Bechara

Ana Luisa Höfling-Lima Denise de Freitas Hamilton Moreira José Álvaro Pereira Gomes José Guilherme Pecego Luciene Barbosa Paulo Dantas Sérgio Kandelman Estrabismo

Ana Teresa Ramos Moreira Carlos Souza Dias Célia Nakanami Mauro Plut

Plástica e Órbita

Antônio Augusto Velasco Cruz Eurípedes da Mota Moura Henrique Kikuta Paulo Góis Manso Refração

Aderbal de Albuquerque Alves Harley Bicas Marco Rey de Faria Marcus Safady

Tecnologia

Paulo Schor Uveíte

Cláudio Silveira Cristina Muccioli Fernando Oréfice Jovens Talentos

Bruno Fontes Paulo Augusto Mello Filho Pedro Carlos Carricondo Ricardo Holzchuh Silvane Bigulin

Redação, administração, publicidade e correspondência: Publisher e editor Flavio Mendes Bitelman

Rua Cônego Eugênio Leite, 920 Pinheiros,São Paulo, SP, Brasil, CEP 05414-001 Tel. (11) 3061-9025 • Fax (11) 3898-1503 E-mail: christye@universovisual.com.br

Edição 59 – Setembro 2011

Assinaturas: (11) 3971-4372 Computer To Plate e Impressão: Ipsis Gráfica e Editora S.A.

Editora Christye Cantero – MTB 26650 Editora-assistente Marina Almeida Diretora de arte Ana Luiza Vilela Gerentes comerciais e de marketing

Debora Alves e Nara Monteiro Gerente administrativa Eliana Caravelli Colaboradores: Carol Borne, Sergio Azman,

Tiragem: 15.500 exemplares

As opiniões expressas nos artigos são de responsabilidade dos autores. Nenhuma parte desta edição pode ser reproduzida sem a autorização da Jobson Brasil.

Tatiana Alcalde e Vital Monteiro (texto).

A revista Universo Visual é publicada sete vezes por ano pela Jobson Brasil Ltda., Rua Cônego Eugênio Leite, 920, Pinheiros, São Paulo, SP, Brasil, CEP 05414-001.

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editoriais

fotos: arquivo Universo Visual

Se eu fosse você...

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omos uma potência. A oftalmologia nacional, liderada por figuras sábias, tem mostrado sua força e seriedade. Em todos os campos. Na política, sempre atentos, somos exemplo para o resto do mundo. Na ciência, exportamos conhecimento. Nossos amigos pesquisadores, já mostram seu valor e são reconhecidos internacionalmente. Hoje em dia é frequente termos informações mais atualizadas em nossos congressos, do que no exterior. As compras também passaram a ser mais interessantes por aqui. Fazer negócios durante o Congresso Brasileiro é mandatório para um bom administrador. Vale a pena ler os artigos sobre o evento nesta edição, e principalmente, sobre a história da caminhada para chegarmos à pujança atual. Fui secretário de um Congresso Brasileiro de Oftalmologia, e sei o trabalho que dá. Fui Presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e sei o trabalho que dá. Trabalho em equipe. Trabalho de muitos. Poucos elogios, muitas críticas e no fim somente a realização pessoal de ter colocado mais um tijolo na grande casa da oftalmologia nacional. Conheço o Prof. Jacó Lavinski e o Prof. Italo Marcon. Conheço também o Prof. Paulo Augusto e toda sua diretoria. Conheço a seriedade da comissão científica. Portanto, se eu fosse você, não faltaria a esta grande festa da oftalmologia nacional. Hamilton Moreira Editor Clínico

Crescimento e expansão

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ez anos se passaram desde a primeira edição do Censo Oftalmológico realizado pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Entre 2001 e 2011 a população brasileira aumentou, assim como o número de oftalmologistas. Hoje, dos 190,7 milhões de habitantes, 15.719 são oftalmologistas. Este crescimento sinaliza mudanças que devem ser comemoradas. Além do preparo e amadurecimento da comunidade oftalmológica, a competência e a ética dos especialistas brasileiros se traduzem em credibilidade e respeito perante a comunidade oftalmológica internacional. Pensando em como contribuir ainda mais com esse cenário, a revista Universo Visual se une aos presidentes do XXXVI Congresso Brasileiro de Oftalmologia e dedica esta edição especialmente ao maior e mais importante evento da oftalmologia nacional. Esperamos que nosso trabalho possa contribuir como ferramenta de conhecimento na luta de melhorar as condições da saúde ocular da população brasileira. Bom evento a todos!

Sumário

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8 Capa

Confira um resumo das atividades do XXXVI Congresso Brasileiro de Oftalmologia e programe-se

18 Em pauta

Com uma programação abrangente, a grade científica do congresso é capaz de atender o interesse de todos os presentes

22 Censo CBO

Recém concluído, o estudo aponta a real dimensão do crescimento no número de oftalmologistas no país

28 Gestão

Em sua 36ª edição o Congresso Brasileiro de Oftalmologia reúne muitas histórias e confirma sua vocação para a promoção do avanço da oftalmologia

36 Especial

A cidade de Porto Alegre reúne tradição e modernidade em um roteiro turístico fascinante

48 Notícias e produtos 54 Agenda 56 Dicas da redação

Flavio Mendes Bitelman Publisher fbitelman@universovisual.com.br

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O mapa da mina

Detalhamos todas as atividades propostas ao longo dos quatro dias do XXXVI Congresso Brasileiro de Oftalmologia para que você aproveite o evento da melhor maneira possível

Vital Monteiro

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e acordo com estimativas conservadoras, o mais importante congresso de oftalmologia do ano deve reunir em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, entre cinco e sete mil médicos oftalmologistas vindos de todas as partes do Brasil e de vários países, mas principalmente, do cone sul do continente. Serão quatro dias em que todos os participantes estarão reunidos e poderão acompanhar de perto discussões sobre os mais diversificados temas da especialidade. O planejamento do XXXVI Congresso Brasileiro de Oftalmologia, que ocorre entre os dias 05 e 08 de setembro, demandou mais de dois anos de trabalho e ocupou uma equipe de dezenas de pessoas lideradas

pelo presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), Paulo Augusto de Arruda Mello, também responsável pela comissão científica do evento, e pela comissão executiva presidida pelos oftalmologistas Italo Mundialino Marcon e Jacó Lavinsky, duas conhecidas lideranças da especialidade no Estado Gaúcho, o primeiro ligado à Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e o segundo a Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Para a oftalmologia brasileira, a realização deste evento em condições de pleno êxito abre imensas perspectivas para estabelecimento de parecerias, troca de experiências, realização de empreendimentos, além de ser uma prova da maturidade que a especialidade vem alcançando no país em todas as suas manifestações.

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Para a oftalmologia brasileira, a realização deste evento em condições de pleno êxito abre imensas perspectivas para estabelecimento de parecerias, troca de experiências, realização de empreendimentos, além de ser uma prova da maturidade que a especialidade vem alcançando no país em todas as suas manifestações. ITALO MUNDIALINO MARCON

JACÓ LAVINSKY

PAULO AUGUSTO DE ARRUDA MELLO fotos: cortesia CBO

AS MUITAS FORMAS DE TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO O XXXVI Congresso Brasileiro de Oftalmologia compreenderá várias formas para a apresentação do conteúdo científico. Entenda:

DIA ESPECIAL Realizado no primeiro dia do evento, 05 de setembro, com inscrição própria, o dia especial tem a intenção básica de proporcionar aos participantes o inventário completo de tudo o que está sendo discutido e pesquisado em cada uma das subespecialidades. Em Porto Alegre serão seis os grandes temas: catarata, cirurgia refrativa, córnea e lentes de contato, glaucoma, oculoplástica e retina. Sendo que cada um dos temas terá oito horas de duração e seu conjunto corresponderá a 18% da programação científica do evento. SIMPÓSIOS Os simpósios são atividades nas quais as palestras são ordenadas de maneira didática, com exposição geral e abrangente sobre o tema abordado, voltado para o médico oftalmologista em atividade ou treinamento que deseja atualizar-se em determinado ponto. Esta edição haverá os seguintes tipos de simpósios:

Simpósio por conteúdo - Com coordenadores e temas definidos pela comissão científica do CBO, este tipo de simpósio terá duração de duas ou quatro horas, dependendo do tema abordado. Simpósios especiais - Com programações organizadas e realizadas por outras entidades ou outras instâncias do CBO com o propósito de apresentar ou debater aspectos bastante específicos da especialidade ou de temas indiretamente ligados à oftalmologia. Existem os simpósios das sociedades filiadas ao CBO, que serão realizados no último dia do evento, com grau maior de especificidade, que procuram atender aos interesses didáticos daqueles que trabalham e/ou pesquisam nas áreas abordadas; e os simpósios de instâncias e comissões do CBO. São eles: Simpósio dos Arquivos Brasileiros de Oftalmologia (editoria dos ABO), Fórum de Alunos, Residentes e Jovens Oftalmologistas (organizado pela Comissão CBO Jovem); Simpósio de Ensino

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Eleições para diretoria e órgãos diretores do CBO Durante o evento acontecerá a eleição para escolha do presidente, vice-presidente e secretário geral do CBO para o biênio 2011-2013. Também haverá eleição para escolha de três integrantes e três suplentes do Conselho Fiscal “Professor Heitor Marback”, e para a escolha de quatro titulares do Conselho de Diretrizes e Gestão – CDG da entidade. Para a diretoria do CBO concorre a chapa única formada por Marco Antônio Rey de Faria (presidente), Milton Ruiz Alves (vice-presidente) e Nilo Holzchuh (secretário geral). Para a eleição para o conselho fiscal também houve a inscrição de uma única chapa formada por Francisco de Assis, Cordeiro Barbosa, José Beniz Neto e Renato Ambrósio Júnior, tendo como suplentes Amaryllis Avakian, Eduardo Ferrari Marback e Marcelo Barbosa Melo de Mendonça. A eleição para escolher os quatro titulares do CDG terá sete candidatos: Breno Barth Amaral de Andrade, Homero Gusmão de Almeida, Michel Eid Farah Neto, Newton Kara José Júnior, Newton Leitão de Andrade, Procópio Miguel dos Santos e Walbert de Paula e Souza. A recepção dos votos ocorre no Espaço CBO, na entrada da área de exposição do congresso, em 07 de setembro, das 9h às 17hs.

MARCO ANTONIO REY DE FARIA Para a diretoria do CBO concorre a chapa única formada por Marco Antônio Rey de Faria (presidente), Milton Ruiz Alves (vice-presidente) e Nilo Holzchuh (secretário geral)

foto: cortesia CBO

(organizado pela Comissão de Ensino do CBO); Simpósio de Diretrizes Oftalmológicas (comissão do CBO junto à Associação Médica Brasileira - AMB - para discutir diretrizes médicas da especialidade). E os simpósios de outras entidades ligadas à especialidade: Simpósio da Brazilian Association Vision and Ophthalmology (BRAVO), Simpósio do Conselho Brasileiro de Ortóptica (CBOr) e Simpósio da Associação Pan-Americana de Banco de Olhos (APABO). PAINÉIS Atividade voltada para a realização de debates, polêmicas, apresentação de pontos de vista diferenciados sobre aspectos nos quais as condutas não estejam plenamente consolidadas. Nesta edição serão realizados 30 painéis. CURSOS DE INSTRUÇÃO São cursos de duas horas de duração, propostos de forma individual ou em grupos, examinados e aprovados pela comissão científica do CBO e avaliados de acordo com a procura por parte da comunidade oftalmológica e de acordo com a avaliação de seus participantes nos congressos brasileiros e de prevenção da cegueira anteriores. Segundo Jonathan Clive Lake, integrante da comissão científica do CBO, responsável pelos cursos de instrução, os critérios para sua aprovação são: qualidade, ineditismo e didatismo. “Este ano, o congresso de Porto Alegre terá 48 os cursos de instrução”, conta. SESSÃO NOBRE Esta sessão é considerada pelos presidentes do evento e pelos integrantes da comissão científica do CBO como a grande inovação do congresso de Porto Alegre. Em 07 de setembro, serão realizadas quatro sessões para apresentação e debate de grandes que envolvam a vanguarda das pesquisas científicas e seus efeitos a curto e médio prazo no desenvolvimento da especialidade: células tronco, nanotecnologia, visão artificial, e tecnologias em desenvolvimento para a oftalmologia. ATIVIDADES ESPECIAIS Essas atividades compreendem a apresentação do tema oficial do XXXVI Congresso Brasileiro de Oftalmologia, “Glaucoma Primário de Ângulo Aberto” e a Conferência CBO, que ocorrem na manhã de 06 de setembro. (veja boxes)

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Série Oftalmologia Brasileira

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congresso também marca o lançamento da 2ª edição da Série Oftalmologia Brasileira, que além da atualização completa em relação à edição original, ganha versão on-line. Em 2ª edição, a coleção que conta com 17 volumes, foi coordenada pelo oftalmologista Milton Ruiz Alves, que contou com a colaboração de 49 editores, cada um dos quais responsável por um volume ou por parte de volume. Segundo conta o oftalmologista, a coleção nasceu da colaboração de mais de 600 especialistas, o que significa que é uma obra de inclusão nacional de oftalmologistas. Por isto, muitas vezes, não apresenta conduta uniforme com relação a diagnósticos e procedimentos, mas pontos de vista diferenciados. “A obra é a compilação de todo o pensamento oftalmológico brasileiro, não de uma região ou instituição. Estas características, somadas às imensas possibilidades trazidas pela edição on-line, tornam esta uma obra muito mais rica e fascinante”, avalia. O comprador da coleção poderá adquirir também uma senha e informações para acessar a obra online, através do computador, Ipad ou outro aparelho semelhante.

MILTON RUIZ ALVES: A obra é a compilação de todo o pensamento oftalmológico brasileiro, não de uma região ou instituição

HAMILTON MOREIRA: Palestra em 3D sobre “História da cirurgia refrativa no Brasil nos últimos 20 anos”.

foto: arquivo Universo Visual

Conferência CBO: a polêmica em 3D Também em 06 de setembro, ocorrerá a Conferência CBO, considerada a mais importante atividade científica dos Congressos Brasileiros de Oftalmologia. Tem como tradição abordar pontos polêmicos da especialidade e da medicina com tratamento abrangente e filosófico, com o objetivo de provocar o debate e a reflexão. Há vários anos que vem sendo proferida pelo presidente do CBO cuja gestão tenha acabado no congresso anterior. Em Porto Alegre, o tema será “História da cirurgia refrativa no Brasil nos últimos vinte anos”, proferida por Hamilton Moreira, ex-presidente do CBO (gestão 2007-09), que pretende abordar também as polêmicas que envolvem a cirurgia facorrefrativa. “Sabemos que a chamada cirurgia facorrefrativa não é unanimidade entre os médicos, pesquisadores e professores da especialidade. Muitos a consideram um avanço que pode beneficiar certa classe de pacientes, enquanto que outros enxergam nos procedimentos que a compõem desvios éticos graves. Na minha conferência tratarei dos aspectos médicos e técnicos da cirurgia facorrefrativa e, principalmente, das discussões que ela provoca no Brasil e no mundo”, define o conferencista. Este ano a conferência CBO terá ainda outro diferencial pioneiro em atividades didáticas dessa envergadura: será apresentada em projeção de três dimensões (3D). Ao entrarem no Teatro SESI, os ouvintes receberão os óculos especiais para poderem acompanhar a projeção e a conferência desenvolvida por Hamilton Moreira. Não perca!

foto: cortesia CBO

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Espaço CBO “Uma das novidades que mais chamará a atenção do congressista em Porto Alegre será o Espaço CBO, uma ampla arena estrategicamente localizada onde estarão disponibilizados todos os serviços, informações e atividades relacionadas ao conselho”, é o que garante o secretário geral do CBO, Nilo Holzchuh, que está organizando o espaço e as atividades que nele se desenvolverão. No mesmo espaço estarão reunidas as representações das 14 sociedades de subespecialidades filiadas e de outras entidades com as quais o CBO está ligado. O mesmo espaço abrigará exposições de fotos e atividades comemorativas aos 70 anos da entidade e as eleições para a diretoria, conselho fiscal e integrantes do Conselho de Diretrizes e Gestão da entidade. “Não podemos entrar em muitos detalhes sobre o Espaço CBO, mas aqueles que têm a ideia de que será apenas mais um estande terão uma grande surpresa”, concluiu Holzchuh.

NILO HOLZCHUCH: Uma das novidades que mais chamará a atenção do congressista em Porto Alegre será o Espaço CBO, uma ampla arena estrategicamente localizada onde estarão disponibilizados todos os serviços, informações e atividades relacionadas ao conselho

foto: cortesia CBO

Além dos vários tipos de atividades expositivas, o congresso compreende também a transmissão do conhecimento científico através de: Pôsteres - Apresentados em área nobre do local de realização do congresso, com avaliação e discussão feita por especialistas no tema e com presença obrigatória do(s) autor(es) em horários determinados. Esta forma de participação vem sendo objeto de constante valorização e os critérios para sua inscrição, apresentação e premiação nos eventos do CBO vem se tornando mais rígidos ano a ano; Vídeos - O Congresso abre espaço especial para a apresentação permanente dos vídeos inscritos em quiosque localizado em área nobre. Os critérios para a premiação também estão se tornando gradativamente mais exigentes; Relatos de casos - São expostos em área especial do recinto do congresso e, por sua natureza, recebem tratamento diferenciado por parte da comissão científica do CBO e da comissão organizadora do congresso para que não concorram com as outras formas de apresentação e discussão do conhecimento. Segundo Paulo Augusto de Arruda Mello, presidente do CBO, esta edição está superando o tempo em que congresso era apenas o local onde professores e pesquisadores renomados faziam exposições e eram ouvidos. “Os eventos promovidos pelo CBO também proporcionam aos participantes a oportunidade de receber as lições dos grandes mestres e de entrar em contato com o conhecimento consolidado, pois temos, a cada ano, a preocupação de abrir formas para a apresentação daquele conhecimento que ainda está em discussão e em processo de consolidação e de difusão entre a comunidade científica”, revela. “Esta é uma marca diferencial dos congressos do CBO e a crescente participação dos jovens oftalmologistas, que se verifica em Porto Alegre, demonstra que este é um caminho certo e sem volta”, acrescenta. Outra demonstração da riqueza e da variedade da programação científica do evento, na opinião do oftalmologista Wallace Chamon, é o aumento do número de convidados internacionais que dele participam. “Pesquisas realizadas entre os participantes dos recentes congressos promovidos pelo CBO, bem como entre os representantes das várias sociedades de subespecialidades filiadas à entidade, mostraram a necessidade de efetivar a maior integração entre os médicos oftalmologistas do Brasil e pesquisadores internacionais para aprimorar ainda mais a programação do XXXVI Congresso Brasileiro de Oftalmologia”, declara Chamon. n

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BANDA TEOTONIA

GRUPO THOLL

fotos cortesia CBO

foto Juliano Kirinus

BANDA NENHUM DE NÓS

Programação Social

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ara aqueles que estarão em Porto Alegre na noite de 5 de setembro, a comissão executiva do congresso idealizou o Jantar por Grupos Afins, atividade por adesão, organizada pela empresa Fellini Turismo, que reúne congressistas e acompanhantes interessados em três jantares, cada um dos quais com tema específico: 1) Tradições gaúchas e agribusiness – na Churrascaria Na Brasa; 2) Enologia e Vinhos – no Restaurante Bah; 3) Pesca e Náutica – no Restaurante Marcos;

No dia seguinte, 06 de setembro, ocorre a Solenidade de Abertura, no Teatro do SESI, no Centro de Exposições da FIERGS. Depois, haverá a apresentação do Grupo Tholl, em um espetáculo que reúne técnicas circenses e linguagem teatralizada com figurinos arrojados e luxuosos. Os organizadores garantem que o show produz grande impacto na plateia ao reunir cor, emoção, acrobacia e fantasia. E para terminar a noite, um coquetel especial a todos os congressistas. O dia O7 de setembro marca a realização das duas festas oficiais do congresso, realizadas simultaneamente em dois locais distintos, com atrações próprias, dirigidas a públicos diferentes. A primeira, que ocorre no Centro de Eventos da PUC-RS, será a Festa Multiétnica na qual as diversas etnias que participaram da história do Rio Grande do Sul estarão presentes com música, danças, manifestações culturais e culinárias. Nos intervalos entre as apresentações, a festa será animada pela Orquestra Municipal de Teutônia e pela conhecida banda “Nenhum de Nós”. A segunda festa, promovida pelo CBO Jovem, o espaço cultural DC Artplex, recebe a animação da Banda Dublê e do DJ Pimpo e tem como programação básica rock e música jovem da atualidade.

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em pauta

Informação ao alcance dos olhos Com uma programação abrangente, capaz de atender aos interesses de todos os médicos oftalmologistas presentes no evento, a grade científica do XXXVI Congresso Brasileiro de Oftalmologia traz uma estruturação eficiente que propicia o debate e a troca de conhecimento

Vital Monteiro

foto: cortesia CBO

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programação científica, o que efetivamente faz as pessoas saírem de suas casas e consultórios para participarem do congresso, procura unir a tradição adquirida pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) na promoção de grandes eventos para transmissão do conhecimento, com a inovação necessária para acompanhar os constantes avanços da especialidade e atender às expectativas de todos os congressistas, do aluno de curso de especialização ou residente, ao pesquisador com focos de interesse determinados. De acordo com Wallace Chamon, que integra a comissão científica do CBO, há vários anos a base da programação científica dos últimos congressos, e que será mantida em Porto Alegre, consiste na combinação dos diferentes tipos de atividades: dia especial, simpósios, painéis, cursos de instrução e festival de vídeos. Cada um destes tipos de apresentação tem características próprias de profundidade de abordagem, participação e condições para realização de debates. “Sobre esta base, a programação científica apresenta novidades como a criação do dia especial de oculoplástica e a instituição da sessão nobre, que será um dos pontos altos do evento”, declara. Para quem está chegando a Porto Alegre, uma das primeiras providências é realizar uma visita cuidadosa ao site do congresso. “Embora não tenha sido elaborado com a intenção de substituir o programa final, o

WALLACE CHAMON: Sobre esta base, a programação científica apresenta novidades como a criação do dia especial de oculoplástica e a instituição da sessão nobre, que será um dos pontos altos do evento

site permite que a visão detalhada de cada atividade de forma dinâmica e rápida, o que permite ao congressista planejar sua vida durante os quatro dias do evento com conhecimento e comodidade”, revela o oftalmologista. E acrescenta: “Além das informações detalhadas sobre a programação científica, o site também traz as opções da programação social e muitas outras informações fundamentais para os participantes do evento e acompanhantes, principalmente para os que vêm de outras latitudes”. n

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DIA ESPECIAL – PROGRAMAÇÃO

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dia especial tem o propósito de transmitir o panorama completo do conhecimento atual sobre importantes áreas da oftalmologia. O primeiro dia do congresso, 05 de setembro, contemplará seis grandes campos da especialidade: catarata, cirurgia refrativa, córnea e lentes de contato, glaucoma, oculoplástica, e retina. Todos os temas serão divididos em quatro módulos e contarão com a participação de convidados internacionais. Ao final de cada módulo haverá espaço para a realização de mesas redondas e debates. CATARATA Avanços na propedêutica, avanços em facoemulsificação, avanços em LIOs e situações especiais são os títulos dos quatro módulos do dia especial de catarata. Dentro de cada um deles, os expositores abordarão o atual estado das pesquisas nas várias facetas da cirurgia da catarata. São analisados, entre outros pontos a biometria, imagens do segmento anterior, avaliação do segmento posterior, facoemulsificação micro-coaxial, técnicas de chop, LIOs multifocais, LIOs acomodativas e explante de cristalino com finalidades refrativas. CIRURGIA REFRATIVA O primeiro módulo do dia especial de cirurgia refrativa terá como tema “córnea para o cirurgião refrativo”. Tratará das infecções, pós-operatório, transplantes de córnea lamelares e endoteliais, cicatrização, ectasia, crosslinking, anel estromal e cirurgias corneanas para ceratocone. “Atualização em cirurgia por fotoablação” e “Entendendo o femtosegundo” são os temas do segundo módulo. As opções do laser femtosegundo, aberrometria, topografia, ablação esférica, LASIK e biomecânica serão os principais pontos abordados.

O tema do módulo seguinte é “presbiopia, LIO fácica e cirurgia refrativa da catarata”. Além de exposição sobre retina para os cirurgiões refrativos, o módulo apresenta aulas sobre LIO multifocal, LIO fácica, LIO tórica, “corneal inlays” e cirurgia de catarata com utilização do laser de femtosegundo. O último módulo é convenientemente denominado “miscelânea”, e nele serão tratados cálculo de LIO, mercado para as cirurgias refrativas, comparação entre laseres, atualização, marketing e propaganda relacionados com a cirurgia refrativa. CÓRNEA E LENTES DE CONTATO Neste dia especial, a parte da manhã, dividida em dois módulos, será dedicada à córnea e a parte da tarde, também com dois módulos, será sobre lentes de contato. Os temas DSEK, tratamentos da superfície ocular, anéis intracorneanos, antimicrobianos e neovascularização corneana serão os principais do primeiro módulo da parte de córnea, enquanto que riboflavina, ectasias, transplantes e córnea artificial serão do segundo. Já a programação da parte de lentes de contato será dividida em duas modalidades: controvérsias e atualização. Na primeira modalidade, os discutidores mostrarão as várias visões sobre os pontos polêmicos da subespecialidade, enquanto que na segunda, será falado sobre o conhecimento consolidado ou sobre o qual existe maior consenso. Intermediando os módulos, serão feitas exposições sobre pontos específicos, tais como olho seco, ceratocone, tingimento corneal e biocompatibilidade. GLAUCOMA As dificuldades para realizar o diagnóstico do glaucoma, principalmente do glaucoma primário de ângulo aberto, as várias formas

de avaliação do nervo óptico e das fibras nervosas, as soluções cirúrgicas para a doença e as principais polêmicas que envolvem as atuais pesquisas relacionadas com a doença são os temas balizadores das exposições do dia especial de glaucoma. OCULOPLÁSTICA Esta subespecialidade figura pela primeira vez como tema de dia especial. A organização temática privilegia a exposição dos vários tipos de doenças, de cirurgias e dos problemas que o médico praticante enfrenta no dia a dia de seu consultório. Entre as palestras previstas estão transplante de glândula salivar, avaliação de epífora, DCR, oftalmopatia de Graves, retração palpebral, lesões compressivas de nervo óptico, tratamento de ptose e blefaroplastia. RETINA DMRI é o tema principal primeiro módulo do dia especial de retina. As palestras principais serão sobre o quadro clínico da doença, suplementos vitamínicos, antiangiogênicos, formas atípicas e a lesão macular viteliforme. O segundo módulo tratará principalmente sobre retinopatia diabética. Discutirão os tipos de laser para tratamento, antiangiogênicos, telangectasias, cirurgia, edema macular e oclusão venosa da retina. O módulo seguinte apresenta exposições sobre vitrectomia, introflexão escleral, uso do óleo de silicone, endoftalmite, cirurgia combinada de catarata e vitrectomia, cirurgia de mácula e cirurgia do “punker” macular. Por fim, o último módulo do dia especial de retina abordará fotorreceptores, distrofias retinianas, retinopatia da prematuridade, relação entre a genética e as doenças da retina, Avastin e Lucentis, cirurgia do buraco macular, vitrectomia em uveítes e terapia a laser.

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em pauta

CONVIDADOS INTERNACIONAIS AARON FAY (EUA - Massachusets Eye and Ear Infirmary Ophthalmic Plastic Surgery)

ALICIA MARTÍNEZ DE PACHECO (Uruguai – Sociedad Uruguaya de Oftalmología)

BARUCH D. KUPPERMAN (EUA - Department of Ophthalmology, University of California)

BHUPENDRA PATEL (EUA - University of Utah Health Care)

CARLOS ALEXANDRE DE AMORIM GARCIA FILHO (EUA)

CHRISTOPHER J. RAPUANO (EUA - Wills Eye Institute)

CRISTIÁN LUCO (Chile – Pan American Association of Ophthalmology e Fundación Oftalmológica Los Andes)

DANIEL E. GRIEGERA (Argentina)

DANIEL PALANKER (EUA - Department of Ophthalmology and Hansen Experimental Physics Laboratory- Stanford University)

DANIEL WEIL (Argentina)

JAMES J. AUGSBURGER (EUA - Cincinnati Eye Institute)

JULIO MANZITTI (Argentina)

LAWRENCE YANNUZZI (EUA - Columbia University Medical School)

MARCONY RODRIGUES DE SANTHIAGO (EUA - Cleveland Clinic)

MICHAEL YOUNG (EUA - Harvard Medical School)

MIGUEL BURNIER (Canadá - McGill University)

SESSÃO NOBRE

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onsiderada como um dos pontos altos do XXXVI Congresso Brasileiro de Oftalmologia, a sessão nobre reúne expositores nacionais e internacionais para debaterem temas da vanguarda científica e tecnológica e suas consequências na ciência e na prática oftalmológicas a curto e médio prazo. Essas sessões acontecem no terceiro dia do congresso, em 07 de setembro, e serão divididas em três módulos que abordarão quatro temas: nanotecnologia em oftalmologia e visão artificial, perspectivas tecnológicas em oftalmologia e células tronco em oftalmologia. A riqueza das propostas levantadas pelas palestras da sessão nobre pode ser revisada nos temas principais das palestras: injeção de drogas por mecanismos intraoculares, novas terapias para retonobalstoma e células tronco na regeneração da retina, entre vários outros.

MIGUEL ZYLBERGLAJT (Uruguai)

NEDA SHAMIE (EUA - Doheny Eye Institute)

PETER DOLMAN (Canadá - University of British Columbia)

PETER MCDONNELL (EUA - Johns Hopkins Medicine)

SHLOMO MELAMED (EUA)

TAREK S. HASSAN (EUA - Associated Retinal ConsultantsOakland University William Beaumont School of Medicine)

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Censo CBO

Raio-x da oftalmologia brasileira Novo Censo Oftalmológico 2011, recém concluído pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia, aponta a real dimensão do crescimento no número de médicos oftalmologistas e a relação entre profissionais e população Tatiana Alcalde

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ez anos se passaram desde a primeira edição do Censo Oftalmológico. Entre 2001 e 2011, a população brasileira aumentou, assim como o número de pacientes usuários de panos privados de saúde e de oftalmologistas. A boa notícia, porém, é o aumento do número de municípios com atendimento regular (consultório instalado com atendimento semanal ou diário) - houve crescimento de 54%. “Nota-se uma interiorização da oftalmologia com a inclusão de municípios que recebem assistência”, afirma Paulo Augusto de Arruda Mello, presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). “A distribuição poderia ser muito melhor, mas o Censo sinaliza uma melhora gradual ano após ano”, completa. Em 2001, a população brasileira era de 169,5 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na época existiam 9.622

oftalmologistas, ou seja, um especialista para cada 17.620 habitantes, distribuídos em 677 cidades. Mesmo representando uma fração pequena (12,3% dos 5.507 municípios do país), eles concentravam 104,6 milhões de pessoas ou 61,8% da população. A realidade hoje é esta: os oftalmologistas estão distribuídos em 1.211 cidades (21,8% dos 5.565 municípios), o que abrange 72,4% da população do Brasil ou 138,1 milhões de pessoas. Os outros 52,6 milhões de habitantes estão distribuídos em 4.354 municípios, pequenos em sua maioria. Dos 190,7 milhões de habitantes no país (segundo dados do Censo Demográfico feito pelo IBGE), 15.719 são oftalmologistas. Com base nesses dados é possível afirmar que há um especialista para cada 12.134 habitantes. Porém, para ter dados precisos sobre a rede de atendimento existente no Brasil, o novo Censo editado pelo CBO, identificou o número de médicos que atuam em mais de um município. “O Censo de 2001 foi baseado no local de residência do médico. E isso não nos trazia um retrato fiel, já que interessa onde ele trabalha. Por exemplo, Cubatão tem poucos médicos que moram ali, mas tem médicos que exercem a oftalmologia e residem no Grande ABC ou em Santos. Por isso, o Censo atual está baseado onde o médico exerce a profissão”, explica Arruda Mello. Constatou-se que cerca de 14% dos oftalmologistas exercem sua profissão em mais de um município. Por isso, para efeito de avaliação da distribuição de contingente, são considerados 17.956 médicos atuando na oftalmologia. O que altera a relação especialista/habitante para 1/10.622.

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Censo CBO RELAÇÃO OFTALMOLOGISTA/HABITANTE POR REGIÃO, POPULAÇÃO GERAL 2010

Região

Oftalmologistas

População

Oftalmologistas/habitantes

Sudeste

10.105 (56%)

80.353.724 (42%)

1/7.952

Sul

2.637 (15%)

27.384.815 (14%)

1/10.385

Centro-Oeste

1.420 (8%)

14.050.340 (8%)

1/9.895

Nordeste

3.236 (18%)

53.078.137 (28%)

1/16.402

Norte

558 (3%)

15.865.678 (8%)

1/28.433

Total

17.956

190.732.694

1/10.622

Situação

RELAÇÃO OFTALMOLOGISTA/HABITANTE POR REGIÃO, POPULAÇÃO DOS 1.211 MUNICÍPIOS QUE CONTAM COM OFTALMOLOGISTAS

Região Norte

Municípios c/ oftalmologistas

Nº de oftalmologistas

55

População

558 (3%)

8.585.392

Oftalmologistas/ habitantes 1/15.386

Nordeste

252

3.236 (8%)

29.230.565

1/9.033

Sudeste

559

10.105 (56%)

69.819.113

1/6.909

Sul

262

2.637 (15%)

20.301.606

1/7.699

Centro-Oeste

81

1.420 (8%)

10.171.356

1/7.163

1.211

17.956 (100%)

138.108.032

1/7.691

Total

Carente: menos que um oftalmologista para 18.000 habitantes

Adequado: um oftalmologista para um número de habitantes entre 17.000 e 18.000

Maior e menor densidade A cidade Serra da Saudade tem um oftalmologista para 68 habitantes e Santa Efigênia de Minas, um para 768 habitantes. Ambos estão em Minas Gerais e são os dois municípios no interior com as maiores densidades do País. Entre as capitais, encontramos as maiores densidades em Belo Horizonte (1/2.911) e em Vitória (1/1.903). Entre as cidades com a menor densidade (ou seja, poucos oftalmologistas para uma grande população), estão Águas Lindas de Goiás (GO), Codó (MA) e Itapipoca (CE), Várzea Paulista (SP), Paritins (AM): há um oftalmologista para pelo menos 100.000 habitantes.

Situação

Saturado: mais que um oftalmologista para 17.000 habitantes

DE NORTE A SUL, DE LESTE A OESTE Do total de oftalmologistas que atuam no Brasil, 56% concentra-se na região Sudeste (10.105 médicos). A região Nordeste vem em segundo lugar, com 3.236 profissionais (18%); Sul conta com 2.637 (15%); Centro-Oeste tem 1.420 (8%); e no Norte do país há 558 (3%). 9.477 oftalmologistas brasileiros atuam nas capitais, o que representa 53% dos profissionais no país. Em 2000, a porcentagem chegava a 60%. Os Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul têm mais oftalmologistas no interior do que na capital. Já, Amapá e Roraima só têm especialistas na capital. E Rondônia tem quase o mesmo número tanto na capital quanto no interior. 81% dos municípios (1.032) que contam com atendimento oftalmológico regular têm até dez profissionais em atividade. Já, 509 cidades contam com apenas um oftalmologista. Em 2001, o número de municípios nesta condição era 243 para um total de 677 cidades cobertas pela especialidade.

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Oftalmologista

Oftalmologista/ habitantes

Município

UF

População

São Paulo

SP

11.244.369

2.180

1/5.158

Rio de Janeiro

RJ

6.323.037

1.437

1/4.400

Belo Horizonte

MG

2.375.444

816

1/2.911

Salvador

BA

2.676.606

657

1/4.074

Curitiba

PR

1.746.896

482

1/3.624

Recife

PE

1.536.934

466

1/3.298

Porto Alegre

RS

1.409.939

419

1/3.365

Brasília

DF

2.562.963

404

1/6.344

Fortaleza

CE

2.447.409

392

1/6.243

Goiânia

GO

1.301.892

326

1/3.994

Campinas

SP

1.080.999

322

1/3.357

Ribeirão Preto

SP

605.114

200

1/3.026

Niterói

RJ

487.327

190

1/2.565

Santo André

SP

673.914

183

1/3.683

Belém

PA

1.392.031

181

1/7.691

Vitória

ES

325.453

171

1/1.903

Florianópolis

SC

421.203

166

1/2.537

Guarulhos

SP

1.222.357

165

1/7.408

Santos

SP

419.757

161

1/2.607

São José do Rio Preto

SP

408.435

160

1/2.553

Natal

RN

803.811

143

1/5.621

Sorocaba

SP

586.311

143

1/4.100

Manaus

AM

1.802.525

140

1/12.875

Maceió

AL

932.608

135

1/6.908

Teresina

PI

814.439

132

1/6.170

João Pessoa

PB

723.514

129

1/5.609

Londrina

PR

506.645

116

1/4.368

Campo Grande

MS

787.204

111

1/7.092

Aracaju

SE

570.937

101

1/5.653

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Censo CBO

Cerca de 51% dos oftalmologistas brasileiros se concentram em 16 municípios, sendo 13 capitais e mais três cidades do interior de São Paulo (Santo André, Ribeirão Preto e Campinas). E 29 municípios contam com mais de 100 oftalmologistas. ANÁLISE REGIONAL As relações oftalmologista/habitantes mudam entre os Estados - vão desde um mínimo de 1/55.724 no Amapá, a um máximo de 1/4.279 no Distrito Federal. Das 27 unidades federativas (26 Estados e um distrito federal), 15 apresentam relações oftalmologistas/ habitantes menores que 1/17.000, que é a relação preconizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) (veja mais no box). Desses, 13 Estados contam com 15.311 oftalmologistas (84%) para uma população de

Relação adequada O CENSO OFTALMOLÓGICO 2011 MANTEVE COMO IDEAL A RELAÇÃO OFTALMOLOGISTA/HABITANTES ENTRE 1/17.000 E 1/18.000 E QUE NO ESTUDO DE 2001 FOI ESTABELECIDA COM BASE NOS DADOS DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS).

Metodologia Os dados usados no estudo foram obtidos a partir do cruzamento de informações levantadas para o Censo Oftalmológico 2011 com as disponibilizadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) ao final de 2010. Em relação ao censo de 2001, o novo considera três fatores: o cadastro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (também usado há dez anos); a parceria com empresas do segmento oftalmológico (Allergan, Essilor e Opto Eletrônica), que compartilharam seus bancos de dados; e a identificação do profissional de oftalmologia em seus locais de trabalho.

143.091.709 habitantes (75% do total do país). Apenas cinco Estados (Amapá, Maranhão, Acre, Pará e Rondônia) apresentam uma relação oftalmologista/ habitante maior do que 1/30.000, a relação apontada pela OMS para países em desenvolvimento. Já, os Estados das regiões Sudeste e Sul mantêm uma relação de um especialista para até 11.000 habitantes. Excluindo-se o Distrito Federal (apenas um município e com cobertura de 100% na assistência oftalmológica), o Rio de Janeiro apresenta a maior porcentagem de cidades com oftalmologistas: 69%. Em 2001, o percentual de municípios com oftalmologista no Estado era 41%. Na sequência, São Paulo e Espírito Santo aparecem em segundo lugar, ambos com 44%, e são seguidos por Mato Grosso do Sul (30%) e Ceará (28%). Em 2001, Mato Grosso do Sul ocupava a terceira posição e Ceará, que nem aparecia na lista dos cinco primeiros Estados com maior percentagem de municípios com oftalmologistas, ultrapassou o Rio Grande do Sul. Em 2000, oito Estados contavam com oftalmologistas em menos de 5% de seus municípios. Dez anos depois, somente o Piauí manteve a menor cobertura (5%). O Acre também manteve o mesmo percentual de municípios com oftalmologistas (9%). Em contrapartida, o Estado do Rio de Janeiro é o que obteve o maior crescimento (28%). DISCREPÂNCIA Apesar da interiorização da oftalmologia, com mais cidades cobertas com assistência, ainda há diferenças significativas tanto para mais, quanto para menos entre as regiões brasileiras. Poucos lugares contam com o número ideal de especialistas (um oftalmologista para 17.000 habitantes). Na maioria de municípios, ou falta ou sobra oftalmologista. “A questão central é a disposição desses profissionais”, comenta Paulo Augusto de Arruda Mello, presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). As áreas mais excluídas em termo de densidade são as de maior carência e as menos privilegiadas economicamente. Isso acontece por falta de cursos de especialização ou residência que atraiam os futuros médicos bem como a falta de perspectiva futura. “Salário combinado com plano de carreira pode contribuir para mudar esse cenário”, aponta o oftalmologista. “Mas o que determina a fixação do médico em uma cidade é a residência ou o curso de especialização. O futuro médico acaba a faculdade e sai à procura de residência e para isso, muitas vezes, deixa sua cidade de origem. Por isso, é fundamental o desenvolvimento de residência ou especialização nas áreas do Brasil onde não existe”, finaliza. n

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gestão

De olho no futuro, sem esquecer o passado Em 1933 começava a história do Congresso Brasileiro de Oftalmologia, que teria sua primeira edição em 1935, e que hoje chega à 36ª confirmando sua vocação para a promoção do avanço da oftalmologia no país. Para saber mais, ouvimos as histórias daqueles que tem no currículo a participação em diversas edições. Acompanhe! Sergio Azman

“O primeiro conclave dos oculistas brasileiros mostrava, no enunciado de seu título, o timbre de modéstia. Apresentouse com o despretensioso título de: ‘1ª Reunião Brasileira de Ophtalmologia’ e manteve essa denominação até sua última sessão, na qual o Prof. Linneu Silva, que teve destacada figura no certame, redigiu a seguinte moção: ‘Proponho que em vista da affluencia de congressistas, número e qualidade de contribuição e enthusiasmo despertado pelos assumptos tratados, em nossa primeira reunião, seja mudado o seu nome para 1° Congresso Brasileiro de Ophtalmologia’.

A

Trecho de Reminiscências do 1° Congresso Brasileiro de Oftalmologia – A Reunião que se transformou em Congresso. Armando Gallo, São Paulo, 1933

ssim começava a história do Congresso Brasileiro de Oftalmologia, que teria sua primeira edição em 1935 e chega hoje à 36ª confirmando sua vocação para a promoção do avanço da oftalmologia no país. Talvez os 185 oftalmologistas que participaram do encontro - que teve exatas 13 sessões científicas -, não imaginassem que em 2011 o mesmo evento teria quatro sessões nobres, seis simpósios do dia especial, 34 simpósios especiais, 14 painéis interativos e 52 cursos de instrução, além de uma expectativa de público que ultrapassa os seis mil participantes. O oftalmologista Geraldo Vicente de Almeida, não participou desse momento histórico, mas pôde assistir

e contribuir para o crescimento do congresso e, consequentemente, da oftalmologia brasileira. “Como já estou há quase 50 anos na profissão, passei por várias épocas. Antigamente as informações de pesquisas demoravam muito para chegar aos professores brasileiros, só vinham através de revistas estrangeiras. Hoje todo esse conhecimento chega às nossas casas com extrema rapidez. O mundo se tornou pequeno, as viagens entre os países para o aperfeiçoamento em diversos campos se tornou muito mais fácil. Isso tudo fez com que houvesse uma evolução muito grande na nossa especialidade”, afirma. Para ele, a ampliação do número de participantes do congresso promoveu também uma ampliação do número de guias publicados, e uma diminuição do tempo das

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fotos: cortesia CBO

palestras. “Tudo se tornou mais dinâmico e com isso pôde acontecer o aumento do número de palestrantes. As palestras não ficam somente nas mãos dos professores consagrados, mais experientes. Também se ampliou o campo para os jovens valores. Isso foi uma grande evolução”, opina o oftalmologista. Com o crescimento do congresso e da qualidade do seu conteúdo técnico-científico, ele se tornou motivo de interesse para professores estrangeiros, cujo comparecimento hoje em dia se faz em número muito maior do que antigamente. “Aumentou a credibilidade do congresso lá fora, e com isso aumenta também a credibilidade de toda a oftalmologia brasileira”, diz Vicente de Almeida. CALOR HUMANO Com o advento da internet, grande parte do conteúdo científico produzido mundo afora se tornou acessível a um simples toque no computador. Entretanto, o principal evento de oftalmologia do país, em sua 36ª edição, consegue ser reconhecido pelo alto nível de informação científica, e ainda manter outro aspecto muito importante:

o convívio entre os especialistas. “A aquisição de ciência é muito grande no congresso. É uma oportunidade para todos mostrarem o que estão fazendo, pesquisando, ensinando. Mas a parte social também é muito importante. Talvez, no momento, esse convívio humano, seja tão ou mais importante”, afirma o especialista. Para ele, a informação tête-à-tête, pessoal, é extremamente importante. “Não é só a parte social de convívio humano, festas etc. Quando falo de parte social, ainda estou dentro da questão científica. Essa troca de idéias que ocorre nos corredores é extremamente importante”, completa. Já o professor titular aposentado pela Universidade de São Paulo e Universidade Estadual de Campinas, Newton Kara José, que exerce a oftalmologia em tempo integral há 47 anos, concorda que o congresso é o momento da oftalmologia nacional se reunir. “É o compromisso não apenas de transmitir seu conhecimento, sua experiência, mas também de participar de reuniões sociais, conversas de corredor. É uma extraordinária oportunidade para transmitir aos mais novos a experiência científica adquirida na profissão”, diz.

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gestão

QUALIDADE DO ENSINO

“ Naquele tempo não havia no Brasil curso de especialização em oftalmologia. Para aprendê-la procurava-se um serviço onde um amigo se dispusesse a ir transmitindo de forma não sistematizada o que sabia, e onde também, depois de muito ver e auxiliar operações iniciava-se na cirurgia. O resto procurávamos nos livros.” Renato de Toledo, em texto sobre a instalação dos cursos de optica no Brasil

Se naquele tempo não havia ainda um curso específico de oftalmologia, hoje o país possui diversas universidades e centros de pesquisa na área. A qualidade do ensino, tanto o transmitido no Congresso Brasileiro, como nas universidades, também acompanha e impulsiona o desenvolvimento da oftalmologia no país. “Os médicos brasileiros têm se aprimorado muito na capacidade de ministrar aulas e na profundidade de suas aulas. Por exemplo, há 30 anos era muito comum o sujeito chegar para dar aula e dizer: eu acho que é isso. Hoje o ‘acho’ sumiu. Em seu lugar: a literatura me mostra isso, o trabalho que eu publiquei me mostra isso. ‘Ou o que eu pesquisei me mostra isso”, explica Kara José. Já para o oftalmologista Carlos Augusto Moreira que trabalha na área desde 1957, e teve a oportunidade de ser presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia na gestão 1983-85, quando dirigiu uma edição do evento, o Brasil já esteve defasado, mas hoje é referência

na especialidade e contribui para a evolução científica de outros países. “Temos uma enorme quantidade de pessoas tremendamente aptas e em igualdade de condições científicas e de desenvolvimento com os países mais adiantados. Acho que isso se deveu muito a administrações que se voltaram para o ensino da oftalmologia no Brasil. Nossas residências são organizadas e muito equiparadas, formando uma mocidade homogênea e muito evoluída. Hoje o jovem oftalmologista sai do curso muito mais bem preparado, sem dúvida”, explica. E é bom que o médico realmente esteja mais preparado, porque o perfil dos pacientes também mudou. Com a facilidade de acesso a informações, a população se mostra cada vez mais bem informada e exigente nos resultados obtidos. “Acho que a busca de informação é muito benéfica, tanto para o paciente quanto para o médico. Se o paciente se interessou em saber sobre a sua doença através da internet, ele tem meios de dialogar com o seu médico e seguir as indicações do tratamento, entender as variantes de um modo mais fácil”, afirma o especialista Vicente de Almeida. Já Kara José acredita ser fundamental para os bons resultados da medicina que o paciente seja educado. Para ele, toda informação ajuda. Mesmo se for incorreta, é um princípio de diálogo entre médico e paciente. “Você não cura quem não quer ser curado. Logo, não dá para curar quem não entende o que representa o tratamento, que é um sacrifício. Todo tratamento é um sacrifício, é o médico dizendo ao cidadão que mude o seu modo de vida. Por isso, é muito bom que o paciente venha informado, qualquer que seja a informação. Mostra esforço em pesquisar, em aprender, em mudar”, salienta.

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TECNOLOGIA

“Aparelhamento? Uma lâmpada de fenda de Gulstrand de 2 ou 3 mão, uma caixa de lentes, arco de perímetro, uma tela de Bjerrum de fabricação caseira, foco, régua de esquiascopia, espelhos côncavo e plano e um oftalmoscópio elétrico. A escola era pobre, não poderia tão cedo montar e manter um serviço dispendioso como o de oftalmologia.” Renato de Toledo, em texto sobre a instalação dos cursos de optica no Brasil

O texto acima descreve o pequeno ambulatório da Clínica Oftalmológica da Escola Paulista de Medicina. Claro, desde então os progressos foram muitos, vários deles apoiados no desenvolvimento da tecnologia. Uma coisa, no entanto, continua igual, independentemente da época: o alto custo para adquirir e manter a tecnologia necessária para realizar procedimentos de ponta. “Pagamos muito alto para ter toda essa tecnologia em mãos”, afirma Moreira. “A gente vê, principalmente nos Estados Unidos, preços muito menores, enquanto aqui todos esses aparelhos sofisticados custam quase sempre mais de R$100 mil. E quem não tem um grupo formado encontra dificuldade de adquirí-los. Quase todos estão a par da tecnologia, conhecem suas funções, seus resultados, mas eventualmente estão afastados dela por causa dessa dificuldade”, lamenta. Para ele, as autoridades precisam entender que esses aparelhos têm de chegar em quantidade suficiente para atender à população brasileira, que hoje em dia é enorme. “As autoridades deviam fazer todo o possível para isso chegar aos oftalmologistas capacitados. Também é preciso contribuir para uma distribuição mais igualitária desses aparelhos, que ficam concentrados nas grandes capitais”. E O FUTURO? Ítalo Mundialino Marcon, que preside ao lado de Jacó Lavinsky, o XXXVI Congresso Brasileiro de Oftalmologia, acredita que o futuro da profissão é uma questão muito importante e, por isso, deve ser amplamente discutida nesta edição. “As sessões nobres foram criadas para debater as últimas pesquisas, os assuntos que estão sendo desenvolvidos para o futuro da oftalmologia como células-tronco, nanotecnologia, visão artificial e outros avanços da área”, conta Marcon.

Algumas coisas que surgem como promissoras, às vezes desaparecem. “Há 30 anos houve um boom de transplantes, de melhora imunológica do olho, para sumir depois de dois, três anos. Por outro lado o laser, o Lasik, para cirurgias refrativas, tem se mantido num patamar elevado de bons resultados”, afirma Kara José. Segundo o especialista, uma grande questão do oftalmologista hoje é saber, por exemplo, se a optometria vai se expandir no Brasil. “Para quem vai ficar a parte da refração? E os tratamentos a laser, nos próximos anos? O quê da atuação manual será substituída pelo laser? Quais são os prós e contras das novas modalidades de tratamento com laser?”, questiona o especialista. Já Moreira aconselha os médicos em início de carreira a investir fortemente em sua formação geral como médicos. “A medicina é uma só. Os grandes profissionais, primeiramente se formam bons médicos. Especialmente quando entram na residência é preciso que eles se formem na totalidade da oftalmologia, para serem pessoas mais firmes em seus conhecimentos e, depois, terem a oportunidade de se construírem como altos especialistas”, revela. Por outro lado, Vicente Almeida acredita que o que precisa ser desenvolvido é a capacidade de selecionar o que é relevante em meio à enxurrada de informações disponíveis hoje em dia. “Você tem de ter dentro de si um espírito crítico para saber ler, tem de ter uma base científica adquirida na universidade, saber qual o valor daquela informação. E isso não se adquire na internet, e sim nas boas faculdades e residências, onde se transmite não só ciência, mas também esse espírito crítico”, ressalta. Para o oftalmologista, a questão financeira também deve ser observada pelo jovem médico. “Ele precisa se conscientizar de que a medicina hoje em dia já não é uma profissão tão atrativa do ponto de vista econômico. Existem outras carreiras que trazem dinheiro mais rápido e mais fácil”. Kara José concorda com a deterioração atual da remuneração do médico. “No Brasil os direitos dos médicos são cada vez menos respeitado, com o Sistema Único de Saúde e os convênios pagando muito abaixo do valor real. O direito do médico é um dos próximos assuntos que temos de tratar”, avalia. Como se vê, as dúvidas são muitas. Muitas delas ainda sem respostas. Por isso, é extremamente importante que o profissional participe de congressos e forme uma ideia não apenas sobre os avanços tecnológicos e científicos, mas também sobre a atuação do médico oftalmologista em um aspecto mais amplo. “Participar do congresso é ter a possibilidade de discutir, além da parte científica, a questão do exercício da profissão, a preservação, a discussão do espaço que a oftalmologia deve ter no cenário da medicina brasileira”, finaliza Marcon. n

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especial

Porto Alegre,

uma cidade de contrastes Tradição e modernidade fazem de Porto Alegre um roteiro turístico fascinante

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Carol Borne

C

apital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre combina diferentes traços culturais trazidos por imigrantes de todo o mundo. Considerada a mais europeia das capitais brasileiras e um dos pontos estratégicos do Mercosul, tem no turismo um dos maiores aliados da economia local. Avaliada como uma das 24 cidades do futuro, segundo o levantamento World Winning Cities, Porto Alegre é a cidade brasileira com a maior área de WiFi Zones: acesso totalmente gratuito à internet. “Mais do que oferecer serviços e infraestrutura de qualidade reconhecida, aqui estão baseadas grandes empresas nacionais e internacionais”, assegura o secretário municipal de Turismo, Luiz Fernando Moraes. A metrópole gaúcha é a terceira cidade do país a receber eventos internacionais. “Além disso, como forma de estimular e alavancar o setor, apostamos no turismo cultural e de negócios”, afirma o secretário. Os turistas inseridos nesses eventos não descartam a possibilidade de passear e conhecer as peculiaridades da capital mais meridional do Brasil.

Ponte sobre Lago Guaíba

foto: Alfonso Abraham

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especial

fotos: Alfonso Abraham

Museu da Fundação Iberê Camargo DESCOBRINDO PORTO ALEGRE Não é difícil perceber o pulsar da cidade ancorada às margens do lago Guaíba. Com 1,5 milhões de habitantes, a metrópole gaúcha tem cerca de 1,3 milhões de árvores plantadas em diversos parques, áreas de preservação ambiental e vias públicas. Este conjunto confere à cidade um índice de área verde por habitante acima dos padrões da Organização Mundial de Saúde (OMS). Seu território concentra 30% de área rural preservada e produtiva. Cercada por 40 morros, sendo o mais elevado é o Morro Santana, com 311 m de altitude, onde é possível apreciar um panorama de toda a cidade. Há também dos morros da Polícia, do Osso e Santa Teresa, todos com acesso fácil. Referência para a Região Metropolitana e para o Estado, o comércio tem importância fundamental para o cotidiano de Porto Alegre. A partir dos anos 80, quando as unidades industriais migraram para os municípios vizinhos de Gravataí, Cachoeirinha, Canoas e Alvorada, Porto Alegre se consolidou como uma cidade essencial-

mente voltada para o comércio e serviços. Somente pelo centro histórico da capital transitam mais de 400 mil pessoas diariamente. Foi ali que em 1752, a chegada dos 60 casais açorianos deu origem à população, à cultura e boa parte da arquitetura típica da Capital. No centro histórico se concentram 80% dos prédios tombados da capital gaúcha. Para conhecê-los é possível fazer um roteiro a pé, sem pressa, partindo da Praça da Matriz até o Cais do Porto. Durante o trajeto, não deixe de visitar a Catedral Metropolitana, o Palácio Piratini, sede do governo estadual, a Assembleia Legislativa e o maior complexo cultural da América Latina, composto pelo histórico Theatro São Pedro e o moderno projeto Multipalco. Junto à Catedral, está o Museu Júlio de Castilhos, o primeiro e maior museu histórico do Estado, instalado na casa, onde morou Júlio de Castilhos, um dos mais importantes políticos do Estado. Tombado patrimônio histórico, ali estão expostas peças arqueológicas, etnológicas, históricas e artísticas.

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especial

foto: Alfonso Abraham

Praça da Matriz Ainda no Centro Histórico, à beira do Guaíba, está a Usina do Gasômetro, com sua chaminé de 117 metros. A Usina forneceu energia elétrica à base de carvão para Porto Alegre de 1928 a 1974, quando foi desativada. Hoje é um espaço cultural com salas para exposições, feiras, teatro, cinema, eventos e oficinas. No entorno, o visitante pode fazer caminhadas, alugar bicicletas ou fazer um passeio de barco a partir do cais da Usina. Por entre canais e ilhas fluviais do Delta do Jacuí, uma Porto Alegre inusitada se revela ao turista. Na tradicional Rua da Praia, ostentando duas imponentes torres brancas, está a Igreja Nossa Senhora das Dores, a mais antiga da cidade. Uma lenda conta que durante a construção, um escravo, condenado injustamente à forca, teria amaldiçoado a igreja, que demoraria anos para ficar pronta. Verdade ou não, o fato é que a pedra fundamental foi lançada em 2 de fevereiro de 1807, mas a obra levou quase um século para ser concluída, em 1904. A Igreja das Dores foi tombada patrimônio histórico e artístico nacional em 1938. Em seu interior, tipicamente colonial, uma

única nave é ladeada por altares entalhados por João do Couto e Silva. A pintura do teto é obra de Germano Traub. A construção rosada do antigo Hotel Majestic, por muitos anos serviu de residência ao poeta, hoje é a Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ). Com as obras iniciadas em 1916, o projeto do arquiteto alemão Theodor Alexander Josef Wiederspahn, pretendia ocupar os dois lados da Travessa Araújo Ribeiro. Grandes passarelas, arcadas, terraços, sacadas e colunas interligam a construção finalizada em 1933. Cinquenta anos depois, em 1983, com projeto assinado pelos arquitetos Flávio Kiefer e Joel Gorsk, o prédio foi transformado e passou a fazer parte da Subsecretaria de Cultura do Estado. O próximo destino é na Praça da Alfândega, palco da famosa Feira do Livro de Porto Alegre, a maior do gênero a céu aberto da América Latina, que chega a 57ª edição em 2011. A Praça da Alfândega é um tradicional ponto do centro onde se localizam três famosos Museus: Santander Cultural, Memorial do Rio Grande do Sul e Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs). n

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Sabores do Sul

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onto de encontro tradicional é o Mercado Público Central. Por ali, circulam diariamente mais de 150 mil pessoas e são comercializados desde a tradicional erva-mate até sofisticados produtos importados. Construído no século 19, foi o primeiro prédio a ocupar um quarteirão inteiro da cidade. Ali também se encontra o restaurante Gambrinus, em funcionamento há mais de 120 anos. Vale conferir o Bacalhau a Gomes de Sá, o prato mais pedido pelos frequentadores. Não deixe de experimentar o melhor sorvete da cidade, na tradicional Banca 40 do Mercado, que funciona desde 1927. Trazida pelos imigrantes, culinária é outro forte atrativo de Porto Alegre. São mais de 3,5 mil restaurantes com preços em geral acessíveis. Na culinária local, a maior atração é o saboroso churrasco gaúcho, com diversos cortes de carne assada. Junto ao primeiro Centro de Tradições Gaúchas a ser fundado, o CTR 35, funciona a churrascaria Roda de Carreta. Além do tradicional churrasco, carreteiro de charque, bufê variado de saladas e petiscos o visitante pode apreciar as tradicionais sobremesas caseiras como a ambrosia e o sagu. Aos domingos acontecem também apresentações ao vivo de dança e músicas típicas. A Roda de Carreta fica na Av. Ipiranga, 5300, fone (51) 3336-0817.

Privilegiada pelo verde, a Zona Sul de Porto Alegre conta com 143 Km² de pequenas propriedades rurais a poucos minutos do centro urbano. Os proprietários desenvolvem a agroecologia, oferecem serviços e espaços de lazer em meio à natureza. “Porto Alegre foi premiada pelo Ministério do Turismo pelos Caminhos Rurais, por ser a única capital brasileira a oferecer turismo rural”, destaca o secretário de Turismo. No passeio é possível fazer cavalgadas, visitar cantinas, restaurantes e adquirir produtos típicos. Pomares de ameixas, pêssegos e parreirais que produzem 1,6 mil toneladas de frutas por safra. Essa característica faz de Porto Alegre a segunda capital brasileira em produção de alimentos. Os Caminhos Rurais são uma alternativa para manutenção da área rural produtiva e também de conservação dos espaços naturais e promoção do turismo sustentável.

fotos: Alfonso Abraham

Caminhos Rurais

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Linha Turismo TODOS OS DOMINGOS UM PASSEIO PERCORRE TRÊS PROPRIEDADES DIFERENTES DOS CAMINHOS RURAIS. O ÔNIBUS SAI DO BRIQUE DA REDENÇÃO (PRÓXIMO AO MERCADO BOM FIM) SEMPRE ÀS 10H, COM RETORNO ÀS 17HS. O PACOTE INCLUI TRANSPORTE, SERVIÇO DE GUIA DE TURISMO, VISITA AOS ATRATIVOS E INGRESSO ÀS PROPRIEDADES. O CUSTO POR PESSOA É R$ 55,00, COM ALMOÇO OPCIONAL AO CUSTO DE R$ 17,00. O INGRESSO DO PASSEIO PODERÁ SER ADQUIRIDO NO LOCAL DO EMBARQUE OU POR MEIO DE RESERVA PELO SITE www.caminhosrurais.tur.br

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e ao invés de andar a pé, você preferir o conforto, uma boa opção de City Tour é o ônibus da Linha Turismo. Com o segundo andar aberto e acessibilidade universal, guias bilíngues que acompanham o passeio. Os visitantes podem optar entre a rota Tradicional e a Zona Sul. O serviço funciona de terça a domingo, com saídas da Travessa do Carmo, 84, em frente à Secretaria Municipal de Turismo. Os ingressos custam R$ 15,00 (qualquer piso e roteiro) e podem ser adquiridos no local até 30 minutos antes do passeio. Se preferir reservar, o telefone é (51) 3289.6744 . Em caso de chuva, o passeio é cancelado e as reservas remarcadas. Confira horários, roteiros no site: www.portoalegre.rs.gov/turismo PRINCIPAIS ATRATIVOS DO ROTEIRO: l Complexo Arquitetônico da UFRGS l Parque Farroupilha (Redenção) / Brique l Planetário Prof. José Baptista Pereira l Parque Moinhos de Vento (Parcão) l Hidráulica Moinhos de Vento l Shopping Total l Santa Casa de Misericórdia l Praça Mal. Deodoro da Fonseca (Praça da Matriz) l Paço Municipal / Mercado Público Central l Casa de Cultura Mário Quintana l Centro Cultural Usina do Gasômetro l Anfiteatro Pôr-do-Sol l Estádio Gigante da Beira-Rio l Igreja Menino Deus l Estádio Olímpico Monumental / Rótula do Papa l Centro Municipal de Cultura, Arte e LazerLupicínio Rodrigues l Museu de Porto Alegre Joaquim José Felizardo

foto: Alfonso Abraham

Domingo no Campo

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fotos: Alfonso Abraham

Vista noturna do Mercado Público, que integra o Centro Histórico de Porto Alegre

Noite em Porto Alegre

A

s diversas casas noturnas de Porto Alegre estão prontas para atender públicos dos mais conservadores aos mais irreverentes. A cidade oferece uma grande quantidade de bares, pubs, cafés, casas de espetáculo e danceterias. No bairro Moinhos de Vento, o destaque é para a sofisticada Calçada da Fama, nas ruas Fernando Gomes e Padre Chagas. Para um clima alternativo e descontraído, uma boa pedida são os bares e restaurantes da Cidade Baixa. As ruas Lima e Silva, República, João Alfredo e José do Patrocínio são pontos de encontro da juventude universitária.

Zona Sul Privilegiada pela localização entre a mata nativa e o lago Guaíba, na Zona Sul da Capital, a Fundação Iberê Camargo chama a atenção pelo estilo vanguardista do prédio. O projeto do arquiteto português, Álvaro Siza Vieira, para o centro de arte moderna e contemporânea, recebeu o Leão de Ouro na Bienal se Arquitetura de Veneza e é um referencial arquitetônico também por agregar conceitos ambientais. Porto Alegre tem no lago Guaíba forte expressão geográfica. São 72 quilômetros de orla fluvial urbanizada e aproveitada para lazer e recreação em uma das mais belas paisagens entre as capitais brasileiras. No fim do dia, o Calçadão de Ipanema é um dos muitos locais onde é possível apreciar as cores do pôr-do-sol porto-alegrense, efeito único atribuído à diversidade do clima. Na primavera, o pôr-do-sol se dá por volta das 18h45. Já no verão, às 20h15 (horário brasileiro de verão); no outono, às 17h40, e no inverno, às 17h30.

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Capital e Serra: o charme dos Caminhos Temperados

foto: Alfonso Abraham

Q

Usina do Gasômetro

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Turismo Científico

naugurado em 1955, o Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul está localizado dentro do Jardim Botânico de Porto Alegre. Os visitantes podem conferir a exposição permanente das espécies nativas da flora e da fauna do Estado. Além disso, há uma exposição de fósseis encontrados no geoparque da Paleorrota. O Jardim Botânico fica na Rua Dr.Salvador França, 1427, e abre ao público, com visitas orientadas de segunda a domingo, das 9h às 12h e de 13h30 às 17hs. Mais informações pelo fone (51) 3320-2024. A entrada é gratuita. Quase um parque temático, o Museu de Ciências e Tecnologia da Pontifícia Universidade Católica (MCT – PUCRS) oferece mais de 800 experimentos que estimulam a curiosidade científica de adultos e crianças. Com uma estrutura de 17,5 mil m² distribuídos em três andares, o Museu tem é um espaço diferenciado dentro do cenário latino-americano. O MCT fica na Av. Ipiranga, 6681 e funciona de terça a domingo, das 9h às 17h. Os ingressos custam R$ 14,00. Outras informações podem ser obtidas pelo site: www.pucrs.br/ mct ou pelo telefone (51) 3320-3697.

ue tal uma viagem mesclando o charme europeu da Serra Gaúcha com a modernidade da Capital? Essa é a proposta dos Caminhos Temperados, uma parceria entre Porto Alegre, Gramado e Bento Gonçalves, as três principais cidades turísticas do Rio Grande do Sul. “É o primeiro roteiro integrado do Estado que destaca o turismo cultural, rural e de aventura, ligando também outras seis cidades turísticas: Canela, Nova Petrópolis, Cambará do Sul, Garibaldi e Caxias do Sul, na Serra, e Viamão”, explica o secretário de Turismo. O pacote de oito dias passa por regiões privilegiadas que combinam natureza, gastronomia, cultura e hospitalidade. O custo individual é R$ 2.400, com hospedagem em apartamento duplo (duas noites em Porto Alegre, três em Gramado e outras duas em Bento Gonçalves). O valor inclui transporte, serviço de guia e ingressos para os atrativos escolhidos. O roteiro é oferecido para, no mínimo, duas pessoas, com custos reduzidos para grupos. Seis agências de viagem são responsáveis pelo destino. Fellini Turismo www.felliniturismo.com.br (51) 3216.6300 Rota Cultural www.rotacultural.com.br (51) 3348.1649 Brocker Turismo www.brockerturismo.com.br (54) 3282.5400 Terra Turismo www.agenciaterraturismo.com.br (54) 3286.1256 Opzionne Turismo www.opzionneturismo.com.br (54) 3055.4033 Valle Verde Turismo www.valleverde.com.br (54) 3451.4775 Mais informações no site da Secretaria de Turismo de Porto Alegre www.portoalegre.rs.gov.br/turismo

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notícias e produtos

Opto: tecnologia do espaço à oftalmologia

fotos: divulgação

Inovação é um termo bastante utilizado por várias companhias no mundo, contudo, a Opto, de São Carlos, no interior paulista, considera inovação não uma forma de fazer melhor algo que já existe. A companhia brasileira, que completa 25 anos em 2011, faz mais que o desenvolvimento de tecnologias existentes: trabalha na criação de novas tecnologias. Com experiência e conhecimento acumulados nas áreas aeroespacial e de defesa, a Opto conta com infraestrutura, profissionais e conhecimento técnico como poucas empresas no planeta. Os pesados investimentos (financeiros e humanos) nessas duas áreas proporcionaram à companhia o domínio de inúmeras tecnologias também essenciais na criação de equipamentos para diagnóstico e tratamento oftalmológicos. O resultado? Produtos de ponta, com altíssima qualidade e confiabilidade de operação. Quando um equipamento médico é concebido dentro da companhia, ele não é só inovador, ele é a multiplicação de soluções e recursos que são fruto da experiência de profissionais qualificados, grande investimento em pesquisa e desenvolvimento de produtos em sintonia com as necessidades dos clientes.

Contra infecções O lançamento mais recente da Germed Pharma – Biancort – vem ganhando espaço no mercado nacional. Eficaz no tratamento das infecções oculares e inflamações da superfície ocular, como blefarites e conjuntivites, o produto apresenta associação de ciprofloxacino e dexametasona, podendo ser utilizado também no controle da inflamação e prevenção da infecção ocular no pós-operatório. Disponível em solução oftálmica estéril de 5 ml.

Família Rose K2 A Mediphacos disponibiliza dois novos desenhos da família Rose K2. Reconhecidas em todo mundo por serem as primeiras opções em lentes RGP para portadores de córneas irregulares e que possuem condições específicas e diferenciadas, os dois novos modelos das lentes apresentados são: Rose K2 PG (Post Graft) para pacientes submetidos à ceratoplastia de penetracao e Rose K2 IC (Irregular Córnea) para córneas irregulares, DMP, ceratoglobo, ectasia induzinda por Lazik e pos-enxerto. Visite o estande da Mediphacos durante o XXXVI Congresso Brasileiro de Oftalmologia em Porto Alegre e saiba porque a ROSE K2 é a Lente RGP mais prescritas no mundo para o tratamento do ceratocone.

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ESSILOR É PREMIADA PELA EQUIPE Mais uma vez, a Essilor Brasil participa do ranking elaborado pela consultoria global Great Place to Work Institute que realiza pesquisa em diversas empresas da região a fim de captar e avaliar o nível de confiança dos colaboradores com o ambiente de trabalho e as melhores práticas de gestão de pessoas. São considerados quesitos como: compartilhamento, desenvolvimento, inspiração, agradecimento, celebração, cuidado, escutar, falar, inspiração, contratação e recebimento. A Essilor figura, pela quarta vez consecutiva, entre as 30 melhores empresas para se trabalhar no Rio de Janeiro. Atualmente, a Essilor Brasil possui mais de 800 funcionários e promove constantes treinamentos, palestras, além de premiar aqueles que alcançam as metas estabelecidas. A empresa oferece ainda a oportunidade dos colaboradores comprarem as ações da Essilor International, independente do cargo que ocupam. Um quarto dos colaboradores é acionista do grupo, representando 14% dos direitos de voto nas assembléias.

AcrySof IQ Tórica A Alcon, líder mundial em produtos oftálmicos, lança no Brasil, na segunda quinzena de setembro, uma lente que permite a pacientes acometidos pela catarata compensar também o astigmatismo corneano preexistente, eliminando assim a necessidade de óculos após a cirurgia. O produto acaba de ser aprovado pela ANVISA e já é comercializado em 37 países, como Estados Unidos, Japão, Alemanha, França e Canadá. A AcrySof IQ Tórica é uma lente monofocal asférica, que também oferece proteção contra raios UV e luz azul visível, impedindo assim que estes raios luminosos nocivos atinjam a retina.

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notícias e produtos

Fórum internacional SPDM A saúde, maior bem do ser humano, é dinâmica – o perfil epidemiológico muda, a pirâmide etária se inverte e surgem novas doenças. Mais ainda, o avanço tecnológico é cada vez mais rápido e inclui, além das áreas próprias da medicina, todo o arcabouço social e de comunicação, como os recursos da internet e das redes sociais. Em dez anos, o cenário da medicina estará radicalmente mudado. Tudo isso evidentemente terá seu preço e seu lugar. Cabe aos professores preparar os profissionais para as mudanças da próxima década, com o objetivo de atender às demandas da população, com o financiamento disponível, eficácia e segurança. “O calouro de medicina de agora chegará ao mercado de trabalho em 2021, quando o Brasil e o mundo estarão radicalmente diferentes. Precisamos ter claros os cenários mais prováveis para não formar profissionais inadequados para a época”, analisa o

Tecnologia de ponta Para medir um olho humano com ultra precisão, a tecnologia da Huvitz pode ser a resposta. O modelo HRK-7000 combina as características de um autorefrator, ceratômetro automático e um aberrômetro em um conveniente de usar instrumento, baseado em tecnologia Wavefront. Baseado na tecnologia frente de onda que abre novas possibilidades para o diagnóstico de defeitos oculares, o equipamento, ao contrário de muitos outros dispositivos de diagnóstico, é baseado no sensor de frente de onda Hartmann-Shack, que analisa muitos pontos focais de uma frente de onda luminosa, e tem a habilidade de medir não somente o erro básico de refração de um cliente, mas de obter um mapa de refração da frente de onda espacialmente resolvido.

Prof. Dr. Rubens Belfort Jr., presidente da SPDM e membro da Academia Brasileira de Ciências e da Academia Nacional de Medicina. “Portanto, as universidades têm de preparar os profissionais da saúde para a nova realidade, com um modelo de ensino e formação focado em resultados, no trabalho em equipe e na ‘desospitalização’ da medicina.” Para identificar prováveis cenários e discutir a melhor estratégia a ser adotada, a SPDM, com o apoio de outras entidades da medicina e da ciência no Brasil, promoveu entre os dias 02 e 03 de agosto, em São Paulo, o Fórum Saúde em 2021, que reuniu os 300 maiores líderes de educação e saúde do Brasil com especialistas internacionais. Dividido em seis módulos, o Fórum teve palestras e intervenções focadas nos cenários que os profissionais de saúde encontrarão em 2021, com especial ênfase em inovação, planejamento estratégico e perspectivas de transformação através do ensino com motivação social. Foram eles: “Brasil no mundo em 2021”; “O sistema de saúde brasileiro em 2021”; “Profissionais de saúde em 2021”; “Informação, comunicação e saúde”; “Ética na saúde”; e “Mercado e complexo industrial da saúde em 2021”.

Nova lente intraocular Mundialmente conhecida a Vsy Biotech está lançando no Brasil uma nova linha de lentes intraoculares dobráveis, incluindo a Acriva Reviol, a lente intraocular multifocal de superfície hidrofóbica que possui propriedade refrativa e difrativa, e que apresenta excelentes resultados para as visões de perto, intermediária e de longe. Além disso, a empresa conta com uma completa linha de viscoelásticos, BSS de 500 e 1000 ml (garrafa plástica), equipamento de faço, microscópio cirúrgico e a lente monofocal asférica Ocuva 625A. Todas as lentes Vsy têm parâmetros específicos para uma perfeita biometria de interferometria e/ou imersão.

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notícias e produtos

www.sxc.hu

A visão dos pequeninos

De acordo com pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, os bebês têm muito menos habilidade em reconhecer imagens em movimento quando comparados aos adultos. “A experiência visual dos recémnascidos chega a ser dez vezes mais lenta que a dos adultos. Os bebês não nascem com as habilidades visuais que vão precisar ao longo da vida. O cérebro é que, gradualmente, passa a usar a informação visual para desvendar o mundo”, diz Faraz Farzin, que coordenou o estudo. Para o oftalmologista Renato Neves, mesmo em adultos o cérebro tem uma capacidade limitada para absorver todas as informações em movimento. Normalmente, uma pessoa não consegue absorver as mudanças quadro a quadro que ocorrem mais rápido do que 50 ou 70 milésimos de segundos. Em crianças com idade entre seis e 15 meses, esse tempo cai para meio segundo, mais ou menos. “Isso justifica, por exemplo, por que os programas infantis devem usar a linguagem visual numa velocidade compatível à percepção das crianças pequenas. Caso contrário, tudo o que verão são manchas e borrões coloridos”.

MAIS CONFORTO A Bausch+Lomb lança no Brasil a PureVision 2®, que traz uma nova tecnologia para a linha de lentes de silicone hidrogel da B+L, composta ainda pelas descartáveis PureVision, PureVision Tórica para Astigmatismo e PureVision Multi-Focal Com exclusiva tecnologia “High Definition Optics” que reduz as aberrações esféricas e proporciona uma visão mais clara e nítida mesmo em ambientes com pouca luz, as novas lentes são indicadas para a correção de miopia e hipermetropia e atendem dos graus +6.00D a -10.00D. A lente ainda proporciona um alto nível de transmissibilidade de oxigênio assegurado por seu elevado DK (130Dk/t). As lentes da linha PureVision® são descartáveis e podem ser utilizada continuamente ou diariamente por até 30 dias.

Revolução na cirurgia de glaucoma A Alcon acaba de receber o registro da ANVISA para lançar no Brasil o Ex-PRESS, um dispositivo de implante cirúrgico para controle da pressão intraocular que impede a evolução do glaucoma. Apresentado ao mercado recentemente, o dispositivo é do tamanho de um grão de arroz e marca a entrada da Alcon no mercado brasileiro de produtos cirúrgicos para o combate ao glaucoma. Implantado próximo à íris, o aparelho possibilita melhor resultado cirúrgico e mais previsibilidade quando comparado à cirurgia tradicional de glaucoma (trabeculectomia), realizada em pacientes que não respondem mais a medicamentos tópicos. Em um estudo científico conduzido pelo fabricante ao longo de cinco anos, o Ex-PRESS demonstrou eficácia também para a redução do uso de medicamentos pós-cirurgia, bem como na diminuição de complicações inerentes a esse tipo de procedimento o que contribui com a qualidade de vida do paciente e controle da enfermidade. 52 universovisual SETEMBRO 2011

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agenda 2011/2012

2011

NOVEMBRO

OUTUBRO

EVENTO

DATA

LOCAL

INFORMAÇÕES

15º Curso Cleber Godinho de Lentes de Contato

7 a 12

Centro de Convenções do Hotel Mercure Belo Horizonte/MG

Congresso da Academia Americana de Oftalmologia

16 a 19

Orlando/Estados Unidos

XXXII Congresso do Hospital São Geraldo

3a5

Belo Horizonte/MG

Tel.: (31) 3277-8544 www.rhodeseventos.com.br

Simpósio Internacional de Córnea

17 a 19

Banco de Olhos de Sorocaba Sorocaba/SP

Tel.: (15) 3212-7838

14º Congresso de Oftalmologia da USP 13º Congresso de Auxiliar de Oftalmologia

25 e 26

Centro de Convenções Rebouças São Paulo/SP

Tel.: (31) 3291-9899

www.aao.org/meetings/annual_meeting/ orlando.cfm

Tel.: (11) 5084-9174 www.oftalmologiausp.com.br

LOCAL

FEVEREIRO

EVENTO

XXXIII Congresso Mundial de Oftalmologia

16 e 20

Abu Dhabi - Emirados Árabes Unidos

35º Simpósio Internacional Moacyr Álvaro – Simasp

8 a 10

Maksoud Plaza São Paulo/SP

37º Congresso da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo

12 a 14

Hotel Windsor – Rio de Janeiro/RJ

www.sbrv.com.br

XVIII Congresso Norte-Nordeste de Oftalmologia

27 a 29

Bahia Othon Palace Hotel – Salvador/BA

Tel.: (71) 3011-9797 itl@interlinkeventos.com.br

ABRIL

DATA

MARÇO

2012 INFORMAÇÕES

www.woc2012.org info@woc2012.org

www.oftalmo.epm.br/simasp2012

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foto: Alfonso Abraham

dicas da redação / especial Porto Alegre

BARES BOTECO APOLINÁRIO

Rua José do Patrocínio, 527 Cidade Baixa Tel.: (51)3013-0158 www.apolinariobar.com.br MULLIGAN IRISH PUB

Rua Padre Chagas, 25 Moinhos de Vento Tel.: (51) 3029-3725 www.mulligan.com.br

Vista noturna de Porto Alegre

RESTAURANTES Italiano ATELIER DAS MASSAS

Rua Riachuelo, 1482 Centro Tel.: (51)3061-3125 GALETERIA VÊNETO

Rua Dom Pedro II, 1148 Higienópolis Tel.: (51) 3337-2173 www.galeteriaveneto.com.br Pizzaria BAZKARIA

Rua Comendador Caminha, 324 Moinhos de Vento Tel: (51) 3346-1088 www.bazkaria.com.br Brasileiro BAH

Barra Shopping Sul, nível Guaíba, Cristal Tel.: (51) 3247-3000 www.bahrestaurante.com.br

Oriental KOH PEE PEE

Rua Schiller, 83 Rio Branco Tel.: (51) 3333-5150 www.kohpeepee.com Frutos do Mar PAMPULHINHA

Avenida Benjamin Constant, 1791 São Geraldo Tel.: (51) 3342-2503 www.pampulhinha.com.br Churrascaria NA BRASA

Rua Ramiro Barcelos, 389 Floresta Tel.: (51) 3225-2205 www.churrascarianabrasa.com.br Alemão STEINHAUS

Rua Coronel Paulino Teixeira, 415 Rio Branco Tel.: (51) 3330-8661

NOSSA SENHORA DO Ó.

Rua Dinarte Ribeiro, 17 Moinhos de Vento Tel.: (51) 3346-2319

CASAS NOTURNAS CAFÉ DE LA MUSIQUE DINING CLUB

Av. Senador Tarso Dutra, 135 Petrópolis Tel.: (51) 3333-5500 www.cafedelamusiquepoa.com.br BUCANERO

Rua Comendador Caminha, 314 Moinhos de Vento Tel.: (51) 3222-6695 www.bucaneropoa.com.br 8 E 1/2 BAR

Av. Aureliano de Figueiredo Pinto, 984 - Cidade Baixa Tel.: (51)3286-1268 www.oitoemeiobar.com.br

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anunciantes desta edição

Acco SAC 015 3313 9220 Página 27

Alcon SAC 0800 707 7993 Fax (11) 3732 4004 Cinta e páginas 5, 30 e 31

Essilor Brasil Tel. (21) 2123-9999 4ª capa

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Allergan Tel. 0800 174 077 ½ capa, 3ª capa e página 7

Johnson & Johnson Tel. 0800 788 281 2ª capa e página 3

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