Horta na escola e na comunidade

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SARAH BENTO RICAS

HORTA NA ESCOLA E NA COMUNIDADE

S達o Paulo 2013


SARAH BENTO RICAS RGM: 89993-3

HORTA NA ESCOLA E NA COMUNIDADE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Cruzeiro do Sul como parte dos requisitos para a obtenção do título de Licenciado em Ciências Biológicas. Orientadora: Profª Msc: Fernanda M. F. Carvalho

São Paulo 2013


Dedico especial agradecimento a Deus por mais uma vitรณria Ao meu marido por toda forรงa e companheirismo Ao meu pai por tudo o que jรก fez por mim, te amo!.


AGRADECIMENTOS A minha mãe por ser a minha melhor amiga e que sempre esteve comigo em todos os momentos. A toda minha familia por todo o auxílio, incentivo e carinho, eu amo muito vocês!. Ao Viveiro Arthur Etzel pela grande oportunidade de estágio, pelo conhecimento e amizades que adquiri. À minha orientadora Msc. Profª Fernanda M.F. Carvalho pela orientação e apoio ao meu TCC. À Universidade por me proporcionar a oportunidade de realizar o curso. As minhas amigas Paloma e Camila por toda a ajuda e pela amizade sincera Aos meus colegas de classe que ao longo do curso conquistei e que me ajudaram a cada etapa do curso.


RESUMO (IMPRIMIR 3CÓPIAS APENAS DESSA FOLHA) Com os avanços na indústria alimentícia, as hortaliças e plantas medicinais foram deixadas de lado e hoje poucas pessoas consomem a quantidade diária recomendada de certos nutrientes e, com isso, sofrem diversas doenças crônicas e adquiridas através dos alimentos industrializados. Porém, com essa modernização industrial a cultura de hortas acabou sendo deixada de lado, acarretando diversos problemas de saúde além de causar o afastamento do homem com a natureza, submetendo-o a política pouco saudável do consumismo capitalista. Neste contexto, muitos estados brasileiros e outros países hoje buscam resgatar a importância e os benefícios que a horta pode trazer para a saúde humana não apenas de forma nutricional, mas também terapêutica, social e educacional aos seus cultivadores e consumidores. O objetivo desse trabalho foi, mostrar em forma de revisão de literatura, a história da horta, sua importância como ferramenta de grande valia, no ambiente escolar, para a inclusão de verduras e legumes na alimentação dos alunos e na comunidade em que vivem.A inserção do cultivo da horta nas escolas e em locais comunitários são alguns dos exemplos concretos de ações de retomada dessa importante cultura. A principal ferramenta utilizada para garantir a eficácia das hortas é a utilização dos alunos para serem multiplicadores dessa idéia garantindo uma alimentação saudável e auxiliando na prevenção e no tratamento de doenças não apenas dentro da sala, mas no bairro em que mora. Os resultados de sua implantação tem confirmado os benefícios que o cultivo traz para o convívio social e tem encontrado nos meios escolares uma importante ferramenta de revitalização dessa tradicional modalidade de produção.


LISTA DE ABREVIATURA

EA OMSPACSPAVSPSFREBRA

Educação Ambiental Organização Mundial de Saúde. Programa Agentes Comunitários de Saúde Programa de Ambientes Verdes e Saudáveis Programa Saúde da Família Rede Brasileira de Alimentação e Nutrição do Escolar

EUBS - Unidade Básica de Saúde

SUMÁRIO


1- INTRODUÇÃO

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2- OBJETIVOS

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3- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

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3.1- História da Horta

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3.2- Explosão demográfica

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3.3- Expansão agrícola pelo mundo

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3.4- Principais produtos cultivados

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3.5- A horta atualmente

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3.6- Benefícios da horta na saúde

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3.6.1- Qualidade na Alimentação

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3.7- Horta na escola

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3.8- Benefícios da horta escolar para a comunidade 3.9 Técnicas de Plantio 3.9.1 Ferramentas e Equipamentos 4- CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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INTRODUÇÃO Entre as milhares de espécies que a evolução produziu em 3,5 milhões de anos, o Homo sapiens sapiens— homem atual ou moderno, o homem pensador e sábio — é uma espécie muito recente. Essa espécie somente surgiu na terra há apenas 50.000 ou 200.000 anos segundo diferentes autores (MAZOYER, 2009). Em seguida, ela se disseminou rapidamente por todos os continentes e há 10.000 anos aproximadamente pratica o cultivo e a criação, modificando profundamente a maior parte dos ecossistemas do planeta (MAZOYER, 2009). Com o passar dos anos e com a grande expansão e formação das cidades, o homem começou a abandonar a vida natural e produzir coisas inéditas em sua história, como por exemplo, a produção de alimentos industrializados. As frutas, verduras, legumes foram sendo reduzidos ou cortados de sua dieta e, com isso, favoreceu-se o desenvolvimento de doenças crônicas, obesidade e o afastamento do contato com a natureza. O homem deixou de vez o hábito de cuidar da terra e dificultou a garantia de ter uma vida saudável. A horta pode ser definida como um “terreno onde se cultivam hortaliças, legumes e plantas medicinais” e que são cuidadas por diversas pessoas, seja por um grupo pequeno ou até por grandes grupos, utilizando adubação orgânica. Seus benefícios são diversos, pois não apenas abrange a área nutricional, mas também melhora o relacionamento social entre os participantes, aborda a educação ambiental e outros. Abordou-se nesta pesquisa teórica, a importância da horta como ferramenta para tornar os alunos como agentes multiplicadores na comunidade, gerar uma reflexão na qualidade de uma alimentação saudável e na prevenção de doenças da população. Incentivar a inter-relação escola/comunidade por meio de atividades escolares que atuem na comunidade como também integrar atividades comunitárias dentro do planejamento escolar. Diagnosticar e atuar sobre os problemas ambientais percebidos pela comunidade (GONÇALVES, 1990 apud GUIMARÃES, 2007). Para o presente estudo, optou-se por uma revisão bibliográfica, que consiste no levantamento, de informações relacionadas a importância da implementação de hortas nas escolas como importante ferramenta de educação ambiental, alimentação saudável e como a comunidade ao redor também é beneficiada.


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A busca do material bibliográfico, arquivos indexados ocorreu nos bancos de dados da Scielo (Scientic Eletronic Library Online), Google Academic, este trabalho utilizou de pesquisas cientificas existentes no período entre 1997 a 2013. Os descritores utilizados foram: Horta nas escolas, Horta na comunidade, História da agricultura e Hortas Orgânicas. Inicialmente foram encontrados 14.800 artigos, cujos resumos foram submetidos a leitura, sendo selecionadosapenas 53 artigos para a fundamentação teórica referente à horta no ambiente escolar e na comunidade.


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Objetivos Geral: Mostrar, em forma de revisão de literatura, a história da horta, sua importância como ferramenta de grande valia, no ambiente escolar, para a inclusão de verduras e legumes na alimentação dos alunos e na comunidade em que vivem.

Específicos: 

Sugerir a implantação de um projeto de horta escolar para alunos do Ensino Fundamental II

Relacionar a criação da horta à prevenção / tratamento de doenças simples.

Estimular a inclusão de verduras e legumes à alimentação desses alunos.

Que tais alunos, após a realização do projeto, atuem como agentes multiplicadores e levem para a comunidade em que moram, os benefícios da horta.


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3– FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1 História da Horta Para Pinsky (2011) antigamente as pessoas viviam como nômades devido à caça e disponibilidade de alimento, logo eles não ficavam muito tempo em um lugar específico e sim migravam por isso o número populacional era bem reduzido.. Sua alimentação além da carne da caça era composta de frutas, que se encontravam próximas a eles durante suas viagens; mas nunca tinham consumido algo que plantassem, pois não dava tempo. Entre 16.000 e 12.000 anos antes de nossa Era, o conjunto do planeta era uma vez mais a sede de grandes transtornos ecológicos. Com o aquecimento do clima, as calotas glaciais derretem parcialmente e os milhares de metros cúbicos de água assim liberados elevam o nível dos mares em vários metros. O resultado é gelo polar no Equador e continente coberto de novas formações vegetais (MAZOYER; ROUDART, 2008 p.64). Há aproximadamente 12.000 anos antes de nossa Era começa a se desenvolver um novo processo de fabricação de instrumentos, o polimento da pedra. Essa novidade inaugura o último período da Pré-história, o neolítico. Este se prolongará até o aparecimento da escrita e da metalurgia. Além dos machados e enxadas que podem fabricar-se pelo polimento de todos os tipos de pedras duras e passíveis de serem afiadas várias vezes, essa época é marcada por outras inovações revolucionárias, como a construção de moradias duráveis, a cerâmica de argila cozida e os primeiros desenvolvimentos da agricultura e da criação (MAZOYER; ROUDART, 2008).

Essa passagem da predação à agricultura, ou seja, a revolução agrícola neolítica, foi a primeira revolução que transformou a economia humana (CHILDE, 1983 apud MAZOYER; ROUDART, 2008) . Outros continentes e países também desenvolveram a agricultura. Relata-se que foram: Índia há 8 mil anos, China há 7 mil, na Europa 6500, na África Tropical 5 mil e nas Américas começou apenas em 4500 anos (PINSKY, 2011) .

3.2 A Primeira explosão demográfica


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Com a inclusão da agricultura, eles não podiam mais se movimentar tão rapidamente, logo eles tiveram que escolher lugares que os suportassem por um período maior (PINSKY, 2011). Assim a agricultura se iniciou pela primeira vez. Ela facilitou a vida das mulheres e crianças da época, pois o lugar do plantio era próximo do acampamento e eles eram os responsáveis pelos cuidados e colheita (PINSKY, 2011). Com a disponibilidade de mais alimento, a população começa a aumentar, porém para se fixarem no local, eles analisavam uma série de fatores como, por exemplo: a estrutura do grupo, se o local era fértil o suficiente e se a terra era grande o bastante para abrigar a todos, pois quando o grupo estava afetando um desses conceitos eles se mudavam para outro local (PINSKY, 2011).

3.3 A Expansão agrícola pelo mundo Com a expansão de campos para agricultura, a criação de pastos foi começando a se expandir junto. Com isso houve uma separação: criadores de gado e agricultores (PINSKY, 2011). A agricultura foi um dos meios que sustentaram o homem por muito tempo, com a formação de cidades e o número populacional crescendo, a agricultura acabou sendo expulsa das cidades e passou a ter apenas no interior (PINSKY, 2011). No curso dos anos 2.000 que se seguiram, entre o ano 1.000 a.C. e o ano 1.000 d.C, a população mundial mais que dobrou, passando de 250 milhões de indivíduos aproximadamente, devido ao desenvolvimento dos sistemas hidráulicos de rizicultura de várzea dos vales e deltas da China, da Índia, do sudeste asiático (MAZOYER; ROUDART, 2008). A contribuição da agricultura europeia ao aumento da população mundial só se tornou marcante com a revolução agrícola da Idade Média: dos séculos XI ao XIII o desenvolvimento dos sistemas de cultivos com pousio e de tração pesada permitiu triplicar ou mesmo quadruplicar a população europeia (MAZOYER; ROUDART, 2008). Dotada de uma aristocracia latifundiária (nobreza detentora de enormes propriedades) politicamente ativa e cada vez mais preponderante no Parlamento, nela surge, na primeira metade do século XVIII, um corpo de leis visando uniformizar e regular a posse da terra de


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forma a facilitar o processo produtivo e, de forma a aumentar a dimensão das propriedades e da sua superfície cultivável, promovendo a secagem e drenagem de terras pantanosas, o abate de florestas e a ocupação de baldios e terras comunais (as arroteias) e tendo o intuito de melhorar as espécies mais produtivas, a seleção de sementes e o apuramento dos efetivos pecuários (INFOPEDIA, 2013). A introdução de máquinas e a melhoria dos transportes no espaço agrário são outras das características principais dessa mutação operada no mundo rural inglês (Ibidem, 2013). Os europeus buscaram alternativas para a falta de espaços verdes para o cultivo, consequência do avanço das indústrias e do crescimento das cidades. Na Alemanha, por exemplo, existem hortas urbanas desde 1864. Durante as duas Guerras Mundiais, a horta urbano passou a ser estabelecida por meio de movimentos sociais locais. No continente europeu, a Dinamarca apresenta a maior percentagem de hortas urbanas, o país começou a implementá-las no século XVIII (REBOUÇAS, 2013).

3.4 Principais produtos cultivados Os produtos cultivados variavam de região para região com a natural predominância de espécies nativas, como os cereais (trigo e cevada), o milho, raízes (batata-doce e mandioca) e o arroz principalmente (PINSKY, 2011). Uma vez iniciada a atividade, o homem foi aprendendo a selecionar as melhores plantas para a semeadura a promover o enxerto de variedades, de modo a produzir grãos maiores e mais nutritivos do que os selvagens (PINSKY, 2011). No Brasil, em Minas Gerais no séc.XVIII eles viviam em grande abundância de gado e agricultura. Por outro lado, Vila Rica recebia víveres que vinham de outras comarcas. Chegavam “... todos os dias, imensidade de tropas, carregadas de mantimentos, como toucinhos, queijos, farinha, arroz, milho e feijão, de que se utilizam todos os moradores de Vila Rica e mais povoações da sua Comarca (ROCHA, 1995 apud SILVA, 2008). Em Vila Nova da Rainha [hoje, Caeté], o abastecimento alimentar não era um problema, pois como nos informa o memorialista, “... os moradores passam muito bem, por serem socorridos, de tudo quanto lhes é necessário, pela produção que colhem das suas culturas” (ROCHA, 1995). A Vila de Pitangui, localizada a noroeste da Vila de Sabará, na Comarca do Rio das Velhas, era autossuficiente em tudo o que era necessário para o sustento de seus habitantes,


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tendo ainda, nas suas vizinhanças, muitas fazendas de gado, “...que não só fornecem de carne à mesma vila, mas ainda as [de]mais da Capitania e suas povoações.” (ROCHA, 1995). A Correição do Rio das Mortes, que compreendia os termos das vilas de São João e São José, era, segundo Rocha, a região mais abundante de víveres de toda a Capitania, contribuindo de forma substantiva para o abastecimento de outras comarcas. Lá se produzia, principalmente, gado, toucinho, queijo, milho, feijão e arroz, e ainda frutas de espinho [laranjas, limas, etc.], maçãs, ameixas e bananas (ROCHA, 1995).

3.5 A HORTA ATUALMENTE Nos dias atuais, a horta urbana está presente nas principais cidades do mundo, como Nova Iorque, Los Angeles, Chicago, Londres e, recentemente, em alguns centros urbanos brasileiros a partir de iniciativas individuais. A horta urbana pode ser social, para amparar famílias carentes; de recreio, para o cultivo de alimentos alternativos para a recreação de um grupo ou comunidade; e pedagógicas, no intuito de utilizar o cultivo como instrumento de educação ambiental (REBOUÇAS, 2013). Podemos pensar que o século XXI verá o desenvolvimento de sistemas agrários que produzirão mais víveres e serão capazes de suportar as densidades populacionais muito mais elevadas que os sistemas cerealíferos ou pastorais predominantes hoje (MAZOYER; ROUDART, 2008). Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA) e do Instituto de Pesquisa AC Nielsen, a demanda de alimentos industrializados no País aumentou consideravelmente após a abertura econômica. Os alimentos que apresentaram maior crescimento de vendas a partir de 1994 foram às preparações prontas para o consumo, as sopas desidratadas e o macarrão instantâneo, demonstrando uma forte tendência à escolha de produtos mais elaborados (AQUINO; PHILLIPI, 2002). Pesquisa realizada por Vigetel (2009) mostra como é a alimentação dos brasileiros (Figura A).


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Figura A- Evolução do consumo regular de frutas e hortaliças (5 ou mais vezes na semana). Consumo de frutas e hortaliças dos brasileiros de 2007-2009. Fonte: Vigetel, 2009.

Atualmente as principais frutas e hortaliças consumidas pelos brasileiros são: abacaxi pérola (Ananás comosus), banana prata (Musa acuminata), laranja lima (Citrus sinensis), mamão papaya (Carica papaya), manga tommy (Mangifera indica) e tangerina ponkan (Citrus reticulata). Das seis hortaliças selecionadas, duas se encontravam sob a classificação de “hortaliças folhosas e florais”, brócolis comum (Brassica oleraceavar. talica) e repolho branco (Brassica oleraceavar. Capitata); duas como “hortaliças frutosas”, batata inglesa (Solanum tuberosum L.) e tomate (Lycopersicon esculentum var. Carmem); e duas como “hortaliças tuberosas”, cebola nacional (Allium cepa) e cenoura (Daucus carota) (Tabela de Aquisição Domiciliar de Alimentos da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002/2003 apud FALLER; FIALHO, 2009).

3.6 BENEFÍCIOS DA HORTA NA SAÚDE Estimativas globais da OMS indicam que o consumo insuficiente de frutas e hortaliças inferior a 400g dia (cinco porções/dia) é responsável por 2,7 milhões de mortes e 31% das doenças isquêmicas do coração, 11% do cérebro vasculares e 19% dos cânceres gastrointestinais (WHO, 2002 apud VIGITEL, 2009). O consumo insuficiente de hortaliças aumenta o risco de doenças crônicas não transmissíveis, como as cardiovasculares e alguns tipos de câncer, e está entre os 10 fatores de risco que mais causam mortes e doenças em todo o mundo. Tal consumo equivale a menos de


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400 g por dia ou cerca de 7% a 8% do valor calórico de uma dieta de 2.200 kcal/dia (JAIME et al, 2007). Uma de suas principais recomendações foi o consumo diário de cinco porções ou mais de frutas e hortaliças. O consumo aumentado desses alimentos atuaria de forma importante na redução do risco das principais doenças crônicas, especialmente devido a maior oferta de vitaminas, minerais antioxidantes e fibras alimentares (VIEBIG et al 2009). Segundo a Organização Mundial de Saúde, 80% da humanidade não têm acesso ao atendimento primário de saúde, por estarem muito distantes dos centros de saúde ou por não possuírem recursos para adquirir os medicamentos prescritos (AKERELE, 1993 apud JUNIOR,V. F.V, 2008). Em Pernambuco, principalmente, no meio rural, a população utiliza as plantas medicinais como forma alternativa de cura de enfermidades, visto que, muitas delas que têm acesso à medicina tradicional, dispõem de poucos recursos financeiros para adquirir medicamentos industrializados e pelos medicamentos alternativos serem de fácil acesso e possuírem efeitos suaves, o que pode explicar a redução dos efeitos colaterais e consequentemente uma forma menos agressiva de tratamento dos animais e seres humanos (TÔRRES et al., 2005 apud MONTEIRO, et al ). Mesmo os países mais desenvolvidos o uso de produtos naturais começou a ser mais utilizado o tornado mais popular, o que ajudou muito na difusão (JUNIOR, 2008). Na Alemanha, país que consome metade dos extratos vegetais comercializados em toda a Europa, a automedicação com plantas é a terapia alternativa mais comum da população, apesar de 70% dos médicos em clínica geral prescreverem as centenas de ervas registradas e uma parte significante destas ser paga pelo seguro de saúde (BLUMENTAHL, 1998 apud JUNIOR, 2008).

3.6.1 Qualidade na Alimentação Os benefícios advindos de ações de incentivo ao consumo de hortaliças abrangem desde a redução de despesas com saúde, à ampliação da produção com reflexos positivos sobre todos os elos da cadeia produtiva. Experiências têm demonstrado que projetos participativos de segurança alimentar e nutricional, tendem a ser mais efetivos e sustentáveis quando o público alvo participa plenamente de todas às

atividades desenvolvidas,


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aumentando-se o consumo e conhecimento da população sobre os benefícios advindos das hortaliças (GALLO et al., 2004). A alimentação inadequada de crianças e de adolescentes tornou-se alvo de pesquisas em vários países, por ser considerada como fator concorrente para várias doenças de contemporaneidade. Assim como observado em outros países, os estudos realizados nos Brasil evidenciam o aumento do consumo de alimentos não saudáveis na dieta dos adolescentes, como é o caso da ingestão de guloseimas e de refrigerantes, que supera a de frutas secas. Diante de tais constatações a Organização Mundial de Saúde tem recomendado investimentos no desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis em crianças e adolescentes (BRASIL, 2009 apud MORGADO; SANTOS, 2008). O consumo alimentar tem sido relacionado à obesidade não somente quanto ao volume da ingestão alimentar, como também à composição e qualidade da dieta. Além disso, os padrões alimentares também mudaram, explicando em parte o contínuo aumento da adiposidade nas crianças, 13 como o pouco consumo de frutas, hortaliças e leite, o aumento no consumo de guloseimas (bolachas recheadas, salgadinhos, doces) e refrigerantes, bem como a omissão do café da manhã (TRICHES; GIUGLIANE, 2005). A Psicologia Positiva, enquanto concepção de ser humano e de mundo, em concordância com a Teoria dos Sistemas Ecológicos, valoriza a saúde e os fatores e processos que promovem o desenvolvimento psicológico humano. Essa teoria enfatiza um conjunto de condições apresentadas pelo indivíduo, que lhe permitem a vivência saudável junto ao meio social (SELIGMAN; CSIKSZENTMIHALYI, 2000 apud AMPARO et al, 2008), o que vem ao encontro do projeto de criação de hortas escolares e no entorno das escolas.

3.7 HORTA NAS ESCOLAS Os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (Art. 1o da Lei n o 9.795, de 27 de abril de 1999 apud BARBOSA, 2008). A escola é um espaço de contribuição para a formação de indivíduos responsáveis e aptos a colaborar e decidir sobre questões sociais, restabelecendo suas relações com o meio que vive. A educação ambiental torna-se então uma prática necessária para fortalecer as relações homem- ambiente (SILVA et al 2009).


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Foi constatado, dentre o universo dos profissionais entrevistados que 50% dos educandos preferem somente aulas práticas, 20% teórica, enquanto que 30% preferem aulas práticas e teóricas. O fato da maioria dos educandos preferirem as aulas práticas pode ser justificado, tendo em vista que é uma maneira de sair da rotina de sala de aula e dos conteúdos apenas teóricos. 50% disseram que aplicam nas aulas assuntos referentes à horta, a qual quando inserida no ambiente escolar pode contribuir de forma significativa para a formação integral do aluno (MARTINS; WANDERLEY, 2012). Tornar os estudos de conceitos relativos aos sistemas ecológicos, a biologia, como um todo significativo para o educando, tem sido uma dificuldade para os docentes de escolas urbanas, porque as cidades estão cada vez mais longe do meio natural e, por sua vez, os ciclos da natureza são longos, lentos e pouco cotidianos (KAUFMAN; SERAFINI, 1998 apud ORTEGA, 2008). A horta nas escolas tem sido adotada cada vez mais, sua importância como um projeto ambiental, alimentar e social tem surtido resultados positivos e contínuos. Dentro do ambiente escolar, várias são as alternativas para estarem debatendo a questão ambiental, entre elas atividades práticas ou teóricas relacionado a dado tema. A reutilização de materiais é uma das formas utilizadas para elucidar esta afirmativa, já que na maioria das vezes, alguns destes materiais trazem consigo poluição em nível de solo e também de saúde pública. Podemos citar o caso das garrafas pet,como sendo um exemplo de material que comumente são jogadas nos rios e riachos, praças públicas entre outros locais, consistindo inclusive em abrigo para algumas espécies de roedores.Se reutilizadas para outros propósitos, as garrafas Pet se apresentam como importantes aliadas da conservação de um meio ambiente limpo (BORBA, et al, 2013). Quando trabalhamos EA estamos promovendo várias ações em um único trabalho, desde formar um trabalho em equipe, a mudança de hábitos alimentares e a prática de materiais recicláveis (BORBA, 2013). Esta forma de Educação Ambiental (EA) “contribui para uma mudança de valores e atitudes, contribuindo para a formação de um sujeito ecológico (CARVALHO, 2004 apud BORBA et al 2013). O trabalho em grupo é uma estratégia que possibilita a criação de um ambiente de interação e de trocas entre os vários participantes (INOCÊNCIO; CAVALCANTI, 2005 apud ORTEGA, 2008).


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A articulação entre o conteúdo e prática está disposta na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), capítulo II, art.35 e propõe ao Ensino Médio, entre outras finalidades, promover a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina. Também recomenda o aprendizado inserido em um contexto, além de propor a adoção de metodologia que estimulem a iniciativa dos estudantes (BRASIL, 1999 apud ORTEGA, 2008). Podemos imaginar que em uma equipe cada um dos membros possui sua bagagem de conhecimentos, habilidades, diferentes inteligências mais ou menos aguçadas e que juntos, mesclando esta rede de competências, podem elaborar um conjunto mais completo. É o relacionamento que vai garantir, por meio do compartilhamento, da confiança, flexibilidade, e empatia que os objetivos do conteúdo sejam atingidos (NOGUEIRA, 2004 apud ORTEGA, 2008). Em Florianópolis um projeto em parceria com o Projeto Horta Viva e a Coordenadoria de Alimentação Escolar (CAE) da Secretaria Municipal de Educação (SME) desenvolveram um projeto de horta na Creche Municipal Chico Mendes (MORGADO; SANTOS, 2008). Através deste estudo, ficou clara a importância de explorar temas ligados à educação ambiental e alimentar, uma vez que a comunidade sofre com falta de infraestrutura adequada, dispondo de poucas áreas públicas destinadas ao lazer e nenhuma área de proteção ambiental. O outro fato reside na promoção da qualidade nutricional das crianças, visto que cerca de 80% é suprida pela alimentação fornecida na escola (MORGADO; SANTOS, 2008). Um importante ponto nesse projeto foi a inclusão dos professores, pois eles são os principais formadores de caráter dos alunos, eles passaram por uma capacitação com o tema de horta na escola (MORGADO; SANTOS, 2008). A educação escolar, por sua vez, está assentada fundamentalmente no trabalho dos professores e dos alunos. A finalidade deste, é contribuir com o processo de humanização de ambos pelo trabalho coletivo e interdisciplinar destes com o conhecimento, numa perspectiva de inserção social critica e transformadora (PIMENTA, 1997). Muitas atividades foram realizadas e foram destacadas na alimentação e na ação ambiental como: atividades práticas como coleta de amostras de solo, determinação do pH, e discussões teóricas sobre aspectos físicos, químicos e biológicos do solo; elaboração de diagnóstico sobre as condições da área onde a horta deveria ser implantada; planejamento e reconstrução da horta (MORGADO; SANTOS, 2008).


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A abordagem e a interação com os alunos foram essenciais para a aceitação e fixação do projeto. A educação ambiental passada de forma dinâmica com todos os atores participando motiva uma adesão maior. Os métodos usados foram: rodas de conversas, teatros, desenhos, explicação sobre quais espécies plantar, o sentido do projeto faz com que as crianças se sintam envolvidas e importantes (MORGADO; SANTOS, 2008). Um método importante utilizado são os contos de histórias e brincadeiras lúdicas, nessa escola foi criado o espantalho como guardião da horta que gerou uma ação nas crianças de grande valor e respeito (MORGADO; SANTOS, 2008). A confecção do espantalho como o “guardião” da horta despertou sentimentos nas crianças como respeito e amizade, tanto que, ao passarem pela horta, as crianças olhavam para a figura do espantalho e comentavam sobre o trabalho duro que ele estava desenvolvendo – o de proteger a horta dos invasores (MORGADO; SANTOS, 2008). Quando foram apresentadas às crianças as espigas de “milho comum” e “milho pipoca”, elas imediatamente se lembraram do teatro apresentado, dizendo: “É o milho da Galinha Ruiva!”. Foi discutido então que, além de servir de alimento, os grãos eram responsáveis também pelo surgimento de uma nova planta de milho, e assim mostrado às crianças todo o ciclo de uma “planta sexuada” (planta - flor - semente) (MORGADO; SANTOS, 2008). A criança, assim como o adulto, busca ativamente entender seu ambiente e nesse processo, explora, manipula e examina objetos e pessoas em seu mundo (PIAGET apud BEEH; BOYD, 2011). Destaque especial pode ser dado ao desenvolvimento de hortas no espaço escolar, sendo papel da escola estimular nas crianças o interesse pelo plantio, não só porque a criação de hortas seria uma experiência importante para o desenvolvimento da chamada "agricultura urbana", praticada com êxito em vários países e referida como uma das ações estratégicas do Programa Fome Zero, mas também porque as diferentes atividades envolvidas (preparação do terreno, plantio, cuidados com a planta, colheita e, depois, a preparação dos alimentos) poderiam transformar as hortas em instrumentos pedagógicos, e possibilitariam o aumento no consumo de frutas e hortaliças, o resgate dos hábitos regionais e locais, além da diminuição dos custos com a compra desses produtos (MUNIZ; CARVALHO, 2007, p.15).


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Outro foco importante é o ensino do reaproveitamento de resíduos orgânicos produzidos na cozinha para a utilização de adubo para a horta, o ensino da importância da água e do sol no desenvolvimento (MORGADO; SANTOS, 2008). Em Novo Hamburgo, nos 22 anos de existência da Horta Comunitária Joanna de Ângelis, diversas pessoas passaram pelos projetos sociais e deixaram como lembrança muita história para contar. Os integrantes decidiram organizar o 1.º Encontro da Rede de Amigos da Horta para reunir aqueles que passaram pelo projeto e relembrar as vivências e trocar experiências de vida (JORNAL NOVA HAMBURGO, 2013). No exterior também podemos ver como a horta tem influência e importância nas escolas. Os benefícios de projetos de hortas baseados na comunidade provavelmente se estendem além da segurança alimentar, como fornecer verduras frescas, e do processo de horta envolve o exercício físico. Família e relações sociais também podem ser reforçadas através da horta comunitária, uma vez que os membros da comunidade prestar aconselhamento e apoio para ajudar a superar os desafios e todos recebem os benefícios que o projeto de jardinagem oferece (CARNEY; HAMADA, et al, 2012). As hortas nas escolas urbanas podem facilitar, para o professor e para os estudantes, a percepção das interfaces agricultura- meio ambiente- hábitos alimentares, inseridos nos campos da Educação Ambiental e da Educação em Saúde. Para tanto, ganha importância o exercício do Pensamento Complexo, numa tentativa de contemplar os diversos aspectos que envolvem as questões, e a adoção de uma postura transdisciplinar, a fim de demonstrar seus entrelaçamentos (SILVA; FONSECA, 2011). Sua criação e crescimento gerarão alterações nos hábitos alimentares das crianças que passarão a incluir, com tranquilidade, os vegetais cultivados por elas próprias na horta (MORGADO; SANTOS, 2008). Em alguns estados brasileiros, essa prática tem atingido resultados positivos, como o obtido em município do interior do Paraná, que economizou 85% do recurso destinado à compra de frutas e verduras, após implantar hortas nas escolas (MUNIZ; CARVALHO, 2007 p.15). Para manter uma horta como recurso didático- pedagógico não podemos desconsiderar os cuidados diários de que uma horta necessita. São muitos os cuidados de que uma horta uma horta precisa e cinquenta minutos semanal em cada uma das salas não é suficiente para desenvolver todos os tratos necessários (ORTEGA, 2008).


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Foi pensado nos cuidados extra-aula que seriam necessários para o desenvolvimento e a manutenção da horta que se resolveu criar um grupo de voluntários que desenvolveriam as atividades aos sábados, das nove às onze horas, durante o programa Escola da Família da Rede Estadual de São Paulo (ORTEGA, 2008). Sabemos que a escola não pode resolver todos os problemas de uma comunidade que os cerca, porém, pode ser um incentivador para resolver os possíveis problemas locais e ser até mesmo um articulador (BARBOSA, 2008). A escola pode permitir o acesso às informações necessárias para o sujeito se posicionar, "correr atrás", tomar posição diante de sua realidade. Se a escola se omitir, é possível que mais uma geração passe por ela achando, por exemplo, que basta comer muita carne para ser saudável; que continue desperdiçando alimentos, quando podem fazer melhor aproveitamento de cascas e sementes; que continue jogando lixo nas valas de águas pluviais, e tudo isto que já vivenciamos como exemplo de desinformação e de maus comportamentos diante do ambiente (BARBOSA, 2008). Por meio de ações qualitativas, práticas e informativas, o educando e sua família podem encontrar alternativas mais imediatas para o enfrentamento de sua realidade. Afinal, a falta ou a má informação são armas potentes contra a cidadania (BARBOSA, 2008). A EA requer conhecimento de caráter social como: valores culturais, morais, justiça, saúde, a noção de cidadania, entre outros aspectos que conformam a totalidade social (CRIBB, 2010 apud BORBA et al,2013). Essa dinâmica de trocas permite a ampliação da construção de conhecimentos na escola, assim como de soluções para a comunidade. Um exemplo de trabalho iniciado dentro dela, que desencadeou uma ação na comunidade, é o de um bairro periférico de uma cidade brasileira, onde os alunos começaram a levar para suas mães propostas e receitas de aproveitamento de folhas, talos e cascas habitualmente jogados fora. Houve disseminação dessa ideia no bairro, para satisfação das famílias com a economia resultante e a melhoria na qualidade alimentar dos alunos. Assim também, há inúmeras outras experiências, como hortas comunitárias, viveiros de mudas, escolas de artesanatos e pesca, agricultura orgânica, que começaram no espaço escolar (Brasil, 1997). O processo de sensibilização da comunidade escolar pode fomentar iniciativas que transcendam o ambiente da mesma, atingindo tanto o bairro no qual a escola está inserida como comunidades mais afastadas nas quais residam alunos, professores e funcionários,


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potenciais multiplicadores de informações e atividades relacionadas à Educação Ambiental implementada na escola (SOUZA, 2000 apud TAVARES et al, 2012 ).

3.8

BENEFÍCIOS

DA

HORTA

ESCOLAR

PARA

A

COMUNIDADE A escola para cumprir a função de Educação Ambiental “extrapolar seus muros”, permitindo a participação de todos e o envolvimento da comunidade; será preciso “ressaltar a visão crítica e criativa da escola”, possibilitar “a participação interdisciplinar e multiprofissional” providenciar para que os programas não sejam “desenvolvidos com base em situações abstratas” e ainda “buscar na comunidade as alternativas de solução”. Incentivar a inter-relação escola/comunidade por meio de atividades escolares que atuem na comunidade como também integrar atividades comunitárias dentro do planejamento escolar. Diagnosticar e atuar sobre os problemas ambientais percebidos pela comunidade (GONÇALVES, 1990 apud GUIMARÃES, 2007). Conhecendo o meio ambiente em que nos vivemos faz com que, desenvolvemos um vínculo positivo com a natureza, fazendo da escola, do lar um exemplo destas mudanças. Entende-se que, para se trabalhar esta educação permanente e dinâmica como se deve ser, é preciso criar na escola um ambiente capaz de envolver os professores de todas as disciplinas, discentes, funcionários em geral e também a comunidade. Não dá para tratar só das questões de natureza como se esta estivesse desassociada da sociedade ou qualquer trabalho neste âmbito (PIMENTA; RODRIGUES, 2011). Segundo Silveira Filho (2013) os principais benefícios que essa atividade pode proporcionar a alunos, professores e à comunidade são melhorar a educação dos alunos, mediante aprendizagem ativa e integrada a plano de estudos de conhecimentos teóricos e práticos sobre diversos conteúdos, e proporcionar aos estudantes experiências de práticas ecológicas para a produção de alimentos. De tal forma, que possam transmiti-las a seus familiares e, consequentemente, aplicá-las em hortas caseiras ou comunitárias. As atividades nas hortas das escolas podem começar já na educação infantil para que as crianças possam conhecer e aprender a cuidar de pequenos animais e vegetais — conteúdo essencial do aprendizado nessa fase. É possível promover a educação integral de crianças e jovens de escolas e de comunidades do entorno escolar por meio das hortas, com a incorporação de


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alimentação nutritiva, saudável e ambientalmente sustentável como eixo gerador da prática pedagógica. Uma das vantagens é que a criança se torna um veículo de transmissão das informações para os pais, pois ela passa para eles em casa aquilo que aprende na escola (IRALA; FERNANDEZ, 2001; SOUZA et al, 2004). Na Escola Municipal João Sampaio, no bairro Tabuleiro do Martins, em Maceió, (...) Através das atividades na horta, os alunos se tornaram multiplicadores na comunidade onde moram. “Eles levam para casa o que aprendem e as famílias interagem neste processo de mudança de comportamento com meio ambiente. Também convidamos os parentes e a própria comunidade para acompanhar os trabalhos na horta”, expôs a professora Maria Célia. Um grupo de 20 alunos que trabalha diretamente com a horta começou a implantar em casa o que aprendeu na escola. Eles se interessaram pelo projeto e dedicam um tempo maior para aprender a cuidar do local (SANCHES, 2013). Alunos da Escola Municipal Urbano Lixandrino, em Oeiras, estão aprendendo a manusear sementes, mudas de hortaliças, sobre o processo de germinação e valores relacionados às questões ambientais, por meio do Projeto Horta Escolar, do Programa Educando com a Horta, do Governo Federal. “Através das atividades na horta, os alunos se tornaram multiplicadores na comunidade onde moram. Eles levam para casa o que aprendem e as famílias interagem neste processo de mudança de comportamento com meio ambiente”, ressaltou a secretária de Educação de Oeiras, Tiana (Portal AZ, 2013). As hortas nas escolas podem se tornar um fator de conscientização e motivação dos alunos e da comunidade para a realização de refeições mais saudáveis em vista da possibilidade de participação ativa nos processos de produção, colheita e preparo dos alimentos (IRALA; FERNANDEZ, 2001; SOUZA et al, 2004). Segundo Arruda e Souza (2009), um método de divulgação dos benefícios da horta é a distribuição de materiais didáticos pelos alunos para a internalização da cultura da horta nas comunidades. Em Guapimirim, município do Rio de Janeiro, com o apoio da Agenda 21 local, há um projeto em que os alunos aprendem a cultivar uma horta fazendo a sua manutenção e organização. Eles recebem sementes e são incentivados a cultivar as hortaliças em casa, se tornando um importante multiplicador (ROSA, 2013). A partir da horta, o estudante tem garantida a possibilidade de aprender a plantar, selecionar o que plantar, planejar o que plantou, transplantar mudas, regar, cuidar, colher,


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decidir o que fazer do que colheu, por exemplo, alteram sensivelmente a relação das pessoas com o ambiente em que elas vivem, estimulando a construção dos princípios de responsabilidade e comprometimento com a natureza,com o ambiente escolar e da comunidade, com a sustentabilidade do planeta e com a valorização das relações com a sua e com outras espécies. Esses conhecimentos podem ser socializados na escola e transportados para a vida familiar dos educandos, por meio de estratégias de formação sistemática e continuada, como mecanismo capaz de gerar mudanças na cultura alimentar, ambiental e educacional (REBRAE, 2008). Silva e Valverde (2001) acreditam ser fundamental, para que a horta comunitária tenha resultados positivos, a identificação e o envolvimento de pessoas que realmente gostem da proposta. Esse fenômeno é ilustrado por Berndt, Laychak e Park (1990) que demonstraram como uma situação de discussão de dilemas conduz ao aumento de similitude das decisões entre amigos, suportando a ideia que os efeitos da influência de pares podem ser negativa ou positiva (por referência a um quadro de valores cultural e socialmente estabelecido), dependendo das atitudes e valores dos pares. Se estes pares têm uma baixa motivação para o sucesso acadêmico, por exemplo, a motivação dos sujeitos tenderá a diminuir com o tempo por influência do grupo de pares. Quando a identidade social é insatisfatória (ou inadequada), os sujeitos lutarão para deixar o seu grupo atual e juntar-se a um grupo mais positivo ou ainda, tornar o seu grupo atual mais positivamente distinto através da competição ou da criatividade social. Outra valência da teoria da identidade social diz diretamente respeito à autoestima ou à busca e manutenção de uma autoestima satisfatória, apoiada na diferenciação intergrupos (SENOS, 1997). Em Washington, Michelle Obama vai começar uma horta no gramado do Sul na sextafeira para plantar uma horta, a primeira na Casa Branca desde jardim vitória de Eleanor Roosevelt no mundo. Essa horta orgânica vai fornecer alimentos para as refeições da primeira família e jantares formais, o seu mais papel importante para a Sra. Obama será para educar as crianças sobre alimentos saudáveis, frutas e legumes cultivados orgânicos e colhidos no local em um momento em que a obesidade e a diabetes tornaram-se uma preocupação nacional. Minha “esperança”, a primeira-dama disse em uma entrevista em seu escritório na Ala Leste, é que através das crianças, eles vão começar a educar suas famílias e que, por sua vez, comece a educar as nossas comunidades (BURROS, 2009).


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Em vários lugares o resultado sobre as hortas comunitárias (considerando tanto as hortas de plantas medicinais como a de hortaliças) são todos positivos não preservando apenas uma boa alimentação, mas um local com áreas verdes, hábitos saudáveis, relacionamentos, economia solidária e muitos outros. Frequentemente, dentro de áreas bem definidas dos pontos de vista funcional e morfológico, sobrevivem enclaves de paisagens residuais que são uma herança do passado e que resistem a desaparecer na lógica das forças de cercado por várias razões, entre elas, destacam-se as hortas urbanas que, além de protegerem a paisagem, apresentam outros valores como espaços de convivência, de economia e de alimentação para toda a cidade (PINTO, 2007). As hortas servem ainda, quer se encontrem mais próximas da periferia urbana, quer se encontrem no interior da cidade, de fonte de abastecimento próximo em produtos verdes e espaço de recreio e melhoria ambiental (PINTO, 2007). No caso das hortaliças há vários exemplos de hortas comunitárias dando certo. A jornalista Cláudia Visoni é uma das principais representantes do coletivo de “Hortelões Urbanos” da cidade de São Paulo, que estimula ocultivo de ervas, frutas e hortaliças no quintal, em jardins verticais, sistemas hidropônicos ou até mesmo em varandas de apartamentos, além de inspirar os vizinhos a se envolverem no plantio voluntário de alimentos em áreas públicas, comoas hortas erguidas informalmente em terrenos baldios, beira de rios e praças da cidade, como na Vila Beatriz, na Vila Industrial, em Taboão da Serra, na Pompéia e até na Praça do Ciclista, em plena Avenida Paulista (FROIS, 2013). A prática da agricultura tem garantido o sustento e uma renda extra para famílias em Nova Serrana. Duas hortas comunitárias, instaladas desde 2008 pela Prefeitura nos bairros, Novo Horizonte e São Geraldo, possibilitam renda e ocupação não só a centenas de famílias, como também para desempregados e idosos.Nas hortas, que ficam sob cuidados dos moradores, são plantadas mais de 30 espécies de vegetais, leguminosas, folhas e frutas. Os produtos, como couve, alface, almerão, alho, cebola, repolho, abacaxi, mamão, cenoura, abóbora, tomate, mostarda e milho abastecem as casas e o excedente é vendido pelos próprios cultivadores. Cada família tem seu espaço de acordo com a necessidade. Os dois espaços comunitários são supervisionados por técnicos da Secretaria do Meio Ambiente (GLOBO, 2013). Em bairros de classe média de países europeus como a Inglaterra, é comum ver grupos de vizinhos arrendarem, na primavera, uma área próxima de suas casas para o cultivo de


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hortas comunitárias Nessa época, quando os dias se tornam mais longos, ali, encontram-se, com freqüência, professores universitários, funcionários públicos, profissionais liberais, donas de casa, e famílias inteiras trabalhando alegremente em finais de semana e após o expediente. Em pouco tempo colhem hortaliças para consumo in natura, para conservas que serão consumidas no inverno, e para presentear os amigos. É uma atividade que, além de dar-lhes prazer, é sinônimo de saúde e economia na renda familiar. Isso mostra que a agricultura urbana pode ser praticada por qualquer classe social, que hortas comunitárias aproximam as pessoas e que possibilitam mais saúde e economia (FERNANDES, 2007). Em Itaperuna a horta comunitária foi além do esperado e ultrapassou a expectativa, dando um grande retorno, tudo começou em abril e terminou em agosto, foram beneficiadas cerca de 5 mil pessoas através dessas campanhas, não sendo apenas hortas comunitárias, mas incluem-se também hortas domésticas e escolares (GLOBO, 2013). “Nós distribuímos 841 kits em quatro meses de projeto. O trabalho superou todas as expectativas e a gente espera que no próximo ano consigamos prolongá-lo ainda mais”, comentou o secretário.“Este projeto tem um alcance social muito grande e incorpora nos envolvidos esta necessidade da alimentação saudável. A ideia é que as pessoas passem a possuir em seus quintais, em seus bairros, hortas que beneficiem a todos”, explicou Luiz Alberto (GLOBO, 2013). Em Lisboa, Portugal o projeto de horta comunitária também deram resultados muito positivos. As entrevistas foram realizadas com o apoio e colaboração da Associação de Melhoramentos e Recreativo do Talude (AMRT) em 13 hortas representativas, das cerca de cento e trinta que compõem a área em estudo, durante os meses de Fevereiro, Março e Abril de 2010. Foi realizado mais de um encontro com as famílias e indivíduos entrevistados (imigrantes cabo verdianos de 1ª e 2ª geração), o quê permitiu acompanhar o processo de sementeira e colheita de alguns produtos cultivados. Motivações, Finalidades e Importância das hortas de acordo com as famílias entrevistadas (Múltiplas respostas) - 78% afirmaram que metade da produção das hortas chega à mesa como refeição. - 72% consideram que a principal importância das hortas reside na economia familiar diminuição de gastos com alimentação. - 28% Praticam hortas para combater o stress.


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- 32% consideraram mais de um elemento: importantes para a saúde, economia familiar, garante parte da alimentação da família e possibilitam divertimento. - 17% consideraram as hortas uma forma de lazer e divertimento. - 2% afirmaram que as hortas apresentam poucas vantagens, pois dão muito trabalho, pouco retorno. São finalidades que reforçam aspectos lúdicos e de lazer, bem como a produção de alimentos para consumo próprio ou venda em pequena escala. Além da importância que assumem do ponto de vista socioeconômico para as famílias envolvidas, as hortas também adquirem relevância no que tange o ambiente, o planejamento urbano, a segurança alimentar e a conservação da biodiversidade agrícola (TORQUATO, 2010).

3.9 TÉCNICAS DE PLANTIO Não de pode falar a respeito dos benefícios da implantação de hortas em diversos locais sem se citar as técnicas de plantio e o ferramental necessário para sua consecução Antes de qualquer plantio, o solo deve ser analisado, pois há tipos de solos que são necessários até mesmo uma correção (FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA, 2012). Para Islam e Weil (2000), os indicadores podem ser distinguidos em três grandes grupos: os efêmeros, cujas alterações ocorrem em curto espaço de tempo ou são modificados pelas práticas de cultivo, tais como: umidade do solo, densidade, pH, disponibilidade de nutrientes. A herborista Silvia Jeha, do Viveiro Sabor de Fazenda, indica que cada espécie tem crescimento e necessidades diferentes, sol / luminosidade também é um fator importante, a horta deve receber luz durante a manhã ou à tarde, totalizando pelo menos quatro horas diárias e a cada mês, deve-se fazer adubação – com húmus, farinha de osso ou qualquer outro composto orgânico na proporção de 200 g para cada m² de terra – para renovar os suprimentos das plantas (BENVENUTO, 2013). Apenas 10m2 são necessários para o cultivo de uma horta, seguindo algumas regras básicas: 1 – O local escolhido deve receber a luz direta do sol por no mínimo 5 horas diárias. 2 - Os canteiros devem ser feitos na direção norte-sul, ou voltados para o norte para aproveitar melhor o sol.


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3 – A face SUL da HORTA deve estar protegida, pois nessa face os ventos frios prejudicam ou até impedem o desenvolvimento de hortaliças em geral. De maneira geral ventos fortes, de qualquer direção, não são bem vindos. Caso o local que você escolheu tenha a face sul desprotegida você deve protegê-la fazendo um “quebra vento”, que pode ser com o plantio de uma cerca viva de arbustos ou mesmo com a construção de uma mureta ou de uma cerca bem fechada. 4 – O local escolhido não pode estar sujeito a encharcamentos ou alagamentos, nesse caso você deverá elevar os canteiros - veja parte 02 montagem dos canteiros construindo muretas de alvenaria. 5 – Dê preferência a um local que tenha uma fonte de água potável próxima e aonde possa ser construído um abrigo para os equipamentos e materiais. 6 - As dimensões de um canteiro podem variar. A largura deve possibilitar o trabalho no canteiro de um só lado- onde alcance o braço- até 1 metro a 1,20 metros. O comprimento não deve ultrapassar os 10m para facilitar a circulação dentro da horta (TORRES, 2008). No Japão como não há espaço para plantações, então criou-se uma estufa pequenaque armazena até 60 pés de alface (BENVENUTO, 2013). Há ainda hortas suspensas que podem ser feitas de garrafas pets (Borba et al, 2013), na vertical, em materiais reaproveitados, em lâmpadas queimadas, cano de PVC,

bolsas

reaproveitadas, pequenos canteiros, praças e muitos outros lugares. A operacionalização de montar e manter uma horta, como visto acima, não é tão difícil quanto se possa imaginar, é fundamental que se conheça o local, a clientela e sobretudo as ferramentas existentes, o que se quer plantar e as condições locais..

3.9.1 Ferramentas e Equipamentos De acordo com Torres (2008) há algumas ferramentas que são necessárias para manter a horta e fazer sua manutenção. São elas: enxada, rastelo, pá curva, sacho, jogo de ferramentas pequenas para jardim, tesoura de poda, conforme mostra a Figura 2.


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Figura 2. Ferramentas necessárias para construção e manutenção de hortas. Fonte: Torres, 2008. Fonte: Manual Casa e Jardim, 2009.

Torres (2008) afirma também que há necessidade de mais algumas ferramentas e insumos para cuidar das plantas, conforme mostra Figura 3.

Figura 3. Ferramentas e insumos para cuidar das plantas. Fonte: Torres, 2008.


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4- CONSIDERAÇÕES FINAIS Pôde-se concluir que a implementação de hortas em diferentes ambientes, seja uma escola ou uma comunidade, pode trazer diversos benefícios, tanto psicológicos, terapêuticos, escolares, ambientais e sociais, quanto econômicos e éticos para os envolvidos. A melhoria na alimentação tem reflexos na qualidade de vida e até na prevenção de doenças simples, o que mostra a importância de se incentivar o plantio de hortas em escolas. Apesar da existência de programas patrocinados pelas prefeituras em diversos Estados, a maioria se encontra em estágio inicial, sendo necessária sua ampliação para conseguir níveis satisfatórios de resultados na saúde pública. Ao analisar-se o âmbito escolar, percebe-se que a interação aluno-aluno e alunoprofessor, se associada com o meio ambiente, trará grandes melhorias à educação e à qualidade de vida de ambos. A implantação de hortas pode se tornar fator de conscientização e motivação, fazendo com que os alunos envolvidos no projeto se tornem multiplicadores dessa ideia e assim beneficiar seus familiares, amigos e a população ao entorno do ambiente escolar, pois a criança e o adolescente são importantes canais para que as informações saiam das salas de aula e cheguem à comunidade local, gerando processos de mudança de comportamento diversos, seja em termos de saúde, seja no contato com o meio ambiente local. Se implantadas nas comunidades, o cultivo de hortas pode trazer grande melhoria no relacionamento dos seus moradores, melhorando sua socialização, uma vez que a união por um objetivo único pode promover o fortalecimento familiar e econômico, funcionando até mesmo como atividades fisioterapêuticas, de terapia ocupacional ou simplesmente de lazer. Através desta pesquisa, percebeu-se que a relação dos participantes com a horta pode estimular atividades cidadãs / conscientes por parte dos alunos envolvidos, para que se percebam como principais responsáveis por sua saúde e também por levar mudanças positivas para sua família e sua comunidade, resgatando uma melhor qualidade de vida e um melhor relacionamento social no local, plantando uma cultura de paz e saúde para todos os envolvidos.


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